Jornal
Ano 12 • No 144 • Fevereiro de 2015 www.facebook.com/pascomsaopedro
Chave DESãoPedro Vânia de Blasiis e Telma Feleto
Paróquia de são pedro do Tremembé
Conversão de São Paulo Veja como foi a celebração do patrono da nossa cidade Pág. 7
Pena de morte Leia uma reflexão do nosso pároco sobre a execução do brasileiro na Indonésia Pág. 3
Às vésperas da Campanha da Fraternidade, que terá como lema Eu vim para servir, conheça o serviço prestado pelo Arsenal da Esperança. A entidade, que funciona na antiga Hospedaria dos Imigrantes, na Mooca, acolhe e dá chance de uma vida nova a mil e duzentos moradores de rua Pág. 4
Edmilson Fernandes
Um sinal de esperança Por que tanta nota zero? Especialista analisa o resultado da prova de redação do Enem Pág. 6
Espiritualidade
Carta ao leitor
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos...
Um tempo de serviço
Este é o refrão do hino da Campanha da Fraternidade deste ano, que começa na Quarta-Feira de Cinzas e vai até a Páscoa. A CNBB nos convida a refletir sobre o papel da Igreja e do cristão na sociedade. Reforça que a missão do cristão não é o poder, o privilégio, o status, mas o serviço. Na nossa comunidade, várias entidades prestam um importante serviço aos mais necessitados à luz do Evangelho. Temos os vicentinos, o Abrigo Frederico Ozanam, a Creche Pedro Apóstolo, a Pastoral da Criança e outros grupos que se dedicam a melhorar a vida das pessoas. Temos destacado a importância dessas instituições neste jornal. Nesta edição, você vai conhecer o trabalho do Arsenal da Esperança, que funciona na antiga Hospedaria dos Imigrantes, na Mooca. Coordenada por um grupo de missionários italianos, a casa acolhe mais de mil moradores de rua. Mais do que uma cama, comida e abrigo, esses homens, que têm um histórico de sofrimento, recebe m ferramentas para buscar uma vida digna. Aproveite o tempo quaresmal para fazer as mudanças que precisam ser feitas na sua vida. Boa leitura!
Por Dom Sergio de Deus Borges
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stamos dialogando nas paróquias e comunidades sobre a necessidade de renovar a paróquia para torná-la efetivamente missionária. Neste processo, surgem muitas ideias, propostas e projetos. Todos são importantes, mas no processo de renovação paroquial precisamos pensar menos em estruturas e mais nas relações, nas pessoas. Os bispos do Brasil, na última assembleia geral, afirmaram que ‘Quando se propõe renovar a paróquia em comunidade de comunidades, mais do que imaginar ou criar novas estruturas se trata de recuperar as relações interpessoais e de comunhão’ (CNBB. Doc. 100, n. 260). Há muitas pastorais e movimentos que não dialogam; gastam energias vitais disputando quem tem mais força na paróquia, quem é mais importante e esquecem que a vida de comunidade não
Vânia de Blasiis
Quero uma Igreja solidária, servidora e missionária, que anuncia e saiba ouvir. A lutar por dignidade, por justiça e igualdade, pois “Eu vim para servir” (Mc 10,45)
Equipe Pascom Paróquia de São Pedro
Dom Sergio de Deus Borges é bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Santana
Expediente - Pascom Orientador: Pe. Edimilson da Silva Coordenação da Edição: Pastoral da Comunicação e-mail: pascomdesaopedro@gmail.com Editor: Edmilson Fernandes - MTB: 25.451/SP Direção de Arte: Toy Box Ideas Revisão: Oswaldo de Camargo Impressão: Atlântica Gráfica Tiragem: 3.000 exemplares Colaboradores: Telma Feleto e Vânia De Blasiis PARÓQUIA DE SÃO PEDRO DO TREMEMBÉ Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A | Tremembé | São Paulo | CEP: 02350-000 | Tel.: (11)2203-2159 e-mail: secretariasaopedro@hotmail.com
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se faz brigando por cargos, mas se constrói no esforço comum em ser discípulo missionário de Jesus Cristo. “Algumas comunidades não conseguem ser missionárias justamente porque vivem de forma tão apática ou conflituosa em suas relações que mais afastam do que atraem novos membros” (CNBB. Doc. 100. N. 259). Essas palavras de nossos bispos encontram seu fundamento no Evangelho de São João, quando Nosso Senhor, na última ceia, colocou como distintivo da comunidade dos discípulos o relacionamento fraterno: “Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,34-35). No processo de formação de uma comunidade missionária precisamos levar muito a sério o relacionamento fraterno. É necessário superar a inveja, a fofoca e os interesses pessoais para nos tornarmos verdadeiros discípulos missionários. A vivência do amor fraterno, a amizade cultivada entre os membros de uma comunidade e a caridade com todos os que dela se aproximam estão no fundamento, na base, de uma comunidade missionária. Caso queiramos construir de verdade comunidade missionária, precisamos rever o relacionamento humano e construir uma comunidade acolhedora. É certo e seguro que testemunhando o amor fraterno a paróquia será missionária.
Paróquia de são Pedro Comunidade Santa Rosa de Lima R. Luiz Carlos Gentile de Laet, 1302, Tremembé Missas: sábados, às 16h | Domingos, às 9h e 19h | Primeira sexta-feira do mês, às 20h Comunidade São José (Itinerante) Missas: todos os dias 19 do mês, às 16h Momento de Oração e Estudo Bíblico: 3as feiras, às 20h Comunidade Nossa Senhora Aparecida Av. N. S. Aparecida da Cantareira, 22, Tremembé Missas: dom., às 8h30 | Missa todos os dias 12 do mês, às 20h Comunidade Nossa Senhora da Providência R. Vilarinhos, 95, Tremembé. Missa: domingo, às 10h30 Comunidade São Marcos R. Luiz da Silva, 24, Tremembé Missas: sábados, às 17h. Estudo Bíblico: 5as feiras, às 20h
Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A Tel.: (11) 2203-2159 Atendimento da secretaria De 2a a 6a feira: 8h às 12h e 14h às 18h | Sábados: 8h às 12h Missas 2as e 4as feiras, às 19h30 | 3as, 5as e 6as feiras, às 7h30 | Sábados, às 17h | Domingos: às 8h, 10h e 18h30 Direção Espiritual e Confissão 3a feira, das 15h às 18h | 4a feira, das 20h às 22h | 6a feira, das 9h às 12h
Jornal Chave de São Pedro
Diálogo com a comunidade
A sentença de morte da droga e as contradições de quem manda apertar o gatilho Sou contra a pena de morte e a favor de leis mais rígidas que visem fazer com que o condenado chegue a resgatar sua dignidade perdida para o crime Por Pe. Edimilson da Silva
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m meados de janeiro deste ano, os brasileiros ficaram estarrecidos com a notícia do fuzilamento de Marco Archer Moreira, condenado à morte por transportar 13,4 quilos de cocaína, escondidos na armação de uma asa delta. Segundo as leis e costumes da Indonésia, o traficante recebe pena de morte por descumprir a lei. Marco nasceu, filho da Pátria Amada Brasil, e certamente viveu em um contexto em que se vê, ouve e se lêem nos noticiários tanta corrupção, violência acompanhada da impunidade que anestesia as consciências, em que o errado é o certo e vice versa. Quem sabe se Marco tenha pensado que aqui as leis não são levadas a sério, os crimes não têm punição severa, os bandidos, muitos deles, são tratados como celebridade, quando presos têm regalias, como indulto de Natal, Ano Novo, visita íntima, cela especial, também para muitos, e outros benefícios para quem tem bom comportamento. Penso que tudo isso pode ter influenciado na decisão de Marco na hora de transportar a droga; se fosse pego, teria penas brandas e até mesmo poderia ser absolvido. Em terra estranha, bem longe de nós, sentiu na pele o peso da desobediência à lei de outro país. Agora que está morto, só ele sabe os reais motivos de suas atitudes. Qual deveria ter sido a sua punição? Quanto à sua condenação à morte, nem o pedido da Presidente Dilma, da Embaixada brasileira, apelos dos Direitos Humanos conseguiram fazer o “todo- poderoso” Joko Widodo ser misericordioso e rever a sentença. Ele cumpriu a lei da Indonésia, segundo a qual o traficante deve ser punido com pena de morte, fuzilado diante do olhar dos curiosos, para que sirva de exemplo. Para os indonésios, o presidente Joko não cometeu crime
algum, pois agiu dentro da lei, fez cumprir o veredicto. Pode ser que tenha recebido aplausos por seu ato, que, ao meu ver, foi uma atitude insana, autoritária e contrária ao Evangelho que nós anunciamos e não sei se Ele conhece. O que também observei ao ler um site de notícia é que o brasileiro foi executado por transportar drogas, mas a atitude do presidente da Indonésia, que fez cumprir a lei, entra em contradição, porque ele pediu clemência para uma mulher da Indonésia que foi condenada à pena de morte na Arábia Saudita por assassinato e roubo. Será que os únicos que devem ser poupados da pena de morte são os cidadãos da Indonésia? São os únicos dignos de serem perdoados? Perdoar aqui não significa compactuar com o erro e sim prolongar sua permanência na prisão. Podemos pensar, analisar e abrir vários caminhos de reflexão sobre o fato ocorrido. Não sei o que chocou o Brasil, se foi a morte do condenado Marco Moreira ou foi o espanto ao ver um presidente cumprir a lei. Aqui não quero fazer apologia à pena de morte e sim refletir a respeito das razões de termos tanta dificuldade para viver e observar as leis em nosso pais. O “jeitinho brasileiro não serviu na Indonésia”. Mas, se continuar sendo aplicado aqui o “jeitinho”, continuaremos na terra sem lei, decretando a pena de morte para muitos que vivem na terrível miséria do desemprego, da violência, das drogas, os que vivem à margem da sociedade. Você pode nem concordar, mas podemos refletir e pensar sobre o que aprender com tudo isso que aconteceu. Padre Edimilson da Silva é jornalista e pároco da Paróquia de São Pedro do Tremembé
Pastoral
Campanha da Fraternidade 2015
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o próximo dia 18, começa a Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45). Com este lema, a campanha buscará recordar a vocação e missão de todos os cristãos e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II. O texto base utilizado para auxiliar nas atividades da Campanha reflete a dimensão da vida em socie-
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dade, que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem” (veja reportagem nas páginas 4 e 5). Na apresentação do texto, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, explica que a Campanha da Fraternidade 2015 convida a refletir, meditar e rezar pela relação entre Igreja e S ociedade. “Será uma oportunidade de
retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, comenta dom Leonardo. Participe das atividades da Campanha da Fraternidade durante a Quaresma na paróquia de São Pedro.
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Destaque
Arsenal da Esperança Um exemplo concreto de vivência do lema da Campanha da Fraternidade deste ano:”Eu vim para servir”. Todos os dias, o Arsenal da Esperança acolhe e dá chance de uma vida digna para mais de mil moradores de rua Por Edmilson Fernandes Fotos: Edmilson Fernandes
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u não tinha nenhuma profissão. Fiz o curso de panificação. Entrei como ajudante e hoje sou o padeiro do abrigo.” Histórias como a do exmorador de rua Valdeci Alves da Silva, 42 anos, fazem da antiga Hospedaria dos Imigrantes, na Mooca, um lugar de esperança. Oriundo de Maceió, ele foi acolhido na casa, depois de passar quatro anos morando nas ruas de Campinas e de São Paulo. “Dormia em rodoviárias, bebia muito, usava drogas...”. Recuperado, Valdeci mora fora do abrigo há sete anos e atualmente faz as centenas de pães que são servidos todos os dias a mil e duzentos homens de rua que dormem todas as noites no Arsenal da Esperança. Em 2016, o Arsenal completa 20 anos. A entidade é coordenada pelo Serviço Missionário Jovem, que começou em Turim, na Itália, em 1964. O movimento foi fundado pelo casal Ernesto Olivero e Maria Cerrato, para concretizar um sonho: derrotar a fome e as injustiças sociais no mundo, viver a solidariedade para com os mais pobres e dar uma especial atenção aos jovens. Em 1983, a Fraternidade da Esperança começa a morar numa antiga fábrica de armas de Turim, que foi transformada em uma casa a serviço da paz, hoje chamada de ARSENAL DA PAZ. O então arcebispo de Mariana (MG), dom Luciano Mendes de Almeida, que havia sido bispo auxiliar de São Paulo, conheceu o serviço na Itália e teve a ideia de trazer para o Brasil. O Estado cedeu as instalações da antiga Hospedaria dos Imigrantes – que do final do século XIX até os anos 1970 recebeu milhares de imigrantes do mundo todo. O lugar histórico continua cumprindo o papel de acolher quem está de passagem.
A bandeira da paz: na Itália, a Fraternidade da Esperança transformou um arsenal de guerra numa casa a serviço da paz. Em São Paulo, os mesmos símbolos da primeira casa, em Turim
Divulgação
Como funciona o Arsenal da Esperança
Ernesto Olivero e Maria Cerrato, fundadores do Arsenal da Esperança
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De acordo com o último censo, quase 15 mil pessoas vivem nas ruas de São Paulo. Desse total, mais de 80% são homens. O Arsenal da Esperança acolhe essas pessoas, ouve as suas histórias e dá chances de uma nova vida. A casa acolhe apenas homens: 1.200. São mil e duzentas histórias diferentes que entram ali. Cada morador tem direito a uma cama, roupa limpa, um armário, banho, jantar e café da manhã. “Isso ajuda a pessoa a entender que tem alguém que a está respeitando; tem alguém nesta cidade imensa que se preocupa com ela”, dizem os coordenadores. Durante a semana, eles entram às 16h30. Sábados, domingos e feriados, um pouco mais cedo, às 14h. Cada um tem a sua cama nos três grandes alojamentos que abrigaram os imigrantes. De manhã, quem não trabalha na casa tem que deixar o local às 7h. Por isso, o café da manhã começa a ser servido por volta das 4h30. Quem é acolhido tem que respeitar as regras, horários, não beber, não usar drogas e nem brigar. Essas regras básicas de convivência podem parecer óbvias, mas são essenciais para manter um ambiente de paz com tanta gente desconhecida junto. Apesar do histórico de muito sofrimento e violência que cada um carrega, dentro da casa não há grandes brigas. “Só temos pequenas discussões”, conta a assistente social Celeste Vieira, que há 18 anos trabalha no Arsenal. Quando saem de manhã, cada um entrega a chave do armário onde ficam os pertences.
Jornal Chave de São Pedro
Uma profissão e dignidade
FRATERNIDADE DA ESPERANÇA Coordena o Arsenal. São consagrados, consagradas, casais e jovens que se dedicam ao serviço dos pobres e dos jovens, com o desejo de viver o Evangelho e de ser sinal de esperança. O Arsenal da Esperança foi fundado pelo missionário italiano Gianfranco Mellino, que deixou a família na Itália para se dedicar a esta causa. Cinco jovens italianos da Fraternidade da Esperança também vivem no abrigo. Eles rezam juntos várias vezes por dia, trabalham com os acolhidos e jovens da vizinhança.
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Valdeci Alves da Silva, ex-morador de rua que virou padeiro do abrigo
Eles também ajudam Por meio do projeto Planta que Cresce, os moradores de rua acolhidos no Arsenal da Esperança também participam de ações solidárias. Ajudam a limpar uma praça, uma creche... Divulgação
Quem procura o Arsenal da Esperança recebe ferramentas para começar de novo. Além de moradia e alimentação, a instituição oferece cursos profissionalizantes – panificação e confeitaria; construção civil; informática; encadernação; restauração... Os cursos de panificação e construção civil são ministrados pelo Senai e pelo Senac. Além da chance de aprender uma profissão, os acolhidos que precisam também podem frequentar cursos de alfabetização, à noite. Como em toda a cidade, no Arsenal também tem aumentado o número de estrangeiros. “São os novos imigrantes, principalmente do Haiti e de países africanos.” Desde a fundação, há 19 anos, mais de 48 mil homens em situação de rua já passaram pelo Arsenal. Milhares deles retornaram várias vezes. Muitos acolhidos acabam atuando na casa como voluntários ou funcionários temporários, enquanto buscam um emprego aqui fora. Durante a nossa visita ao Arsenal, encontramos homens varrendo, limpando banheiros, separando material reciclável, cavando valas... “Muitos chegam aqui procurando um trabalho, porque não têm condição de voltar para o lugar de origem. Contratamos por um mês. Eles ficam morando aqui e recebem o dinheiro líquido no fim do contrato”, conta a assistente social Celeste Vieira. Alguns acolhidos também participam do coral, que anima as celebrações e faz apresentações fora da instituição ou na igreja de Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, que fica nas proximidades. Para sustentar uma estrutura tão grande, o Arsenal da Esperança utiliza o espaço cedido pelo Estado e recebe uma verba da Prefeitura de São Paulo. Mas o dinheiro é insuficiente. Tanto que a instituição não tem nenhum médico e nem dentista. Por isso mesmo, pessoas da comunidade também atuam como voluntárias, organizando o bazar, que vende uma vez por mês os produtos doados. Há 18 anos atuando como assistente social no Arsenal da Esperança, Celeste Vieira se sente realizada por ver tantas pessoas mudarem de vida. “Às vezes, recebemos pessoas desiludidas, achando que tudo está perdido. E, graças ao acolhimento, respeito, eles recuperam a vida. Isso é muito gratificante”.
Alojamento onde dormem 300 abrigados
O abrigo em números
1.500 refeições por dia: 220 kg de arroz
70 kg
de feijão
150 kg
de carne
50 kg
de verduras
140 kg
de legumes
35 kg
de açúcar 5
Educação
Por que tivemos tantas notas zero no Enem?
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omo todos sabem, é na base que tudo começa, é na base que a formação intelectual do ser humano toma corpo. Nossa cultura ainda engatinha no quesito “estimular a criança a ser um leitor por excelência”. É desde pequeno, dentro do seio familiar, que a criança deve ser despertada para o gosto da leitura. E esse exercício deve ser praticado para sempre em suas vidas. Mas como falar em estimular os filhos se nem os pais lêem? E nas escolas? As coisas não são diferentes, pois os professores se deparam com uma grande dificuldade nas técnicas que levam os alunos a tornarem a leitura um prazer. Precisamos de mais alunos criativos, reflexivos e questionadores para, sempre, buscar novos desafios. Aí, quando esse aluno surgir, a argumenta-
ção começará a fluir naturalmente, sem padrões “decorebas” e pré-estabelecidos por estruturas pouco interessantes. A maioria dos nossos alunos não tem hábito de ler. Os professores, em geral, também não são leitores, por falta de tempo em suas jornadas extenuantes de trabalho ou mesmo por falta de investimento próprio na compra de livros. Quem não é leitor efetivo não pode estimular a que outros sejam. O brasileiro está lendo pouco demais, os estudantes estão lendo pouco. O tema leitura não é tão popular nos dias de hoje em que nos deparamos com pessoas que digitam em segundos palavras em seus celulares, mas não conseguem estruturar uma frase simples e colocar no papel. Tudo isso dificulta. O ensino brasileiro está muito aquém do desejado.
Talvez seja por isso que, quando esses jovens são avaliados, surgem tantas notas baixíssimas no Enem. Elis Carvalho Ferreira da Silva Plauska - Pós graduada em Psicopedagogia pela UGF
Dos 6,2 milhões de estudantes que fizeram o último Enem, 529 mil tiraram nota zero na prova de redação. Apenas 250 candidatos, ou 0,004% tiraram 1.000, a nota máxima. O tema proposto na prova foi “Publicidade Infantil no Brasil”.
Saúde
O calor e a hidratação
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crescim e
o bairro od d nt
75
mo co
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Apoio Pedagógico Cursos Extracurriculares
vezes não têm o reflexo da sede. Para evitar o câncer de pele, a recomendação dos médicos é o uso de protetor solar, principalmente durante exposição prolongada ao sol em horários inapropriados, entre as nove da manhã e quatro da tarde. A Secretaria de Saúde de São Paulo alerta ainda para o crescimento do número de pacientes com pedras nos rins durante o verão. O índice de casos pode subir até 30%. Para evitar o cálculo renal, médicos recomendam aumentar a ingestão de água e diminuir o consumo de sal, carnes e frituras.
remembé. eT
MATRÍCULAS ABERTAS AGENDE UMA VISITA!
dos com atitudes básicas, como a hidratação com água, sucos e chás. Ele também orienta a evitar alimentos em forma de cremes e molhos, que têm fácil contaminação. Apenas em 2013, o último com dados consolidados, foram nove mil e 43 internações por desidratação, sendo que 37% delas foram de crianças ou adolescentes com até 14 anos. Naquele ano, houve quase mil e quinhentas internações de crianças entre um e quatro anos. Junto com os idosos, essa faixa etária é a mais afetada. Os médicos alertam que esses dois grupos são os mais desprotegidos e às
Anos
laborando Co
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ste verão tem sido um dos mais intensos em São Paulo. Muita gente não consegue nem dormir direito com tanto calor. Com temperaturas tão altas, é preciso redobrar os cuidados com a hidratação. O calor intenso nos faz perder líquido com o suor em excesso e doenças que provocam vômito e diarreia. Desde o início do ano, cerca de 25 pessoas são internadas por dia em hospitais públicos do Estado de São por causa do calor. O diretor de Nutrição do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Daniel Magnoni, explica que muitos problemas provocados pelo calor podem ser evita-
Santa Gema
Rua Antônio Pestana, 155 Tel.: (11) 2203-1544 www.passionista.com.br
Jornal Chave de São Pedro
Agenda Dia 02
19h30
Missa de Cura e Libertação (unção dos enfermos)
Dia 03
19h30
Missa de São Brás - Bênção da Garganta
Dia 08
18h30
Celebração da Iniciação à Vida Cristã (Crisma) para jovens e adultos. Missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges – Igreja de São Pedro
Dia 11
19h30
Missa de Nossa Senhora de Lourdes
Quarta-Feira de Cinzas Dia 18
18h 19h30 20h
Adoração ao Santíssimo Bênção do Santíssimo Missa de abertura da Campanha da Fraternidade
Pe. Edimilson visita as famílias No mês de fevereiro, Pe. Edimilson começará a visitar as famílias da comunidade para abençoá-las. Se você tem alguém idoso ou enfermo em casa e quer receber a unção, deixe na secretaria da Paróquia o nome e o telefone para agendar a visita.
Clipping
Conversão de São Paulo
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milagrosa conversão de Saulo, celebrada no dia 25 de janeiro, teve profunda repercussão na história da Igreja. Um de seus mais ativos perseguidores tornou-se o mais zeloso e incansável missionário. Numa viagem entre Jerusalém e Damasco, em mais uma missão para prender discípulos de Cristo, ele teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz e, ofiscado, caiu do cavalo que montava. Aquela luz intensa que o deixou momentaneamente cego abriu-lhe os olhos para a obra redentora de Cristo. Escreveu treze epístolas e foi um dos principais responsáveis pela propagação do Evangelho.
“Sou o menor dos apóstolos. Nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. Mas pela graça de Deus sou o que sou: e sua graça a mim dispensada não foi estéril.” (I Cor 15)
Fotos: Vânia de Blasiis e Telma Feleto
Momentos da celebração da Conversão de São Paulo na Igreja de São Pedro
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CUCA Jovens da Paróquia de São Pedro no Acamp’s (Acampamento de Jovens Shalom), em Itapecerica da Serra, entre os dias 22 e 25 de janeiro.
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Religiosidade
Abrigo vai receber imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima No primeiro sábado de fevereiro, dia 7, a imagem de Nossa Senhora de Fátima Peregrina, que desde Portugal percorre o mundo todo, vai visitar a capela de Nossa Senhora da Divina Providência, no Abrigo Frederico Ozanam. A imagem será recebida às 9h com a celebração da missa. Durante toda a semana, será rezado o terço com as vovós e a comunidade, sempre às 15h30. Enquanto a imagem estiver no abrigo, a capela ficará aberta à comunidade para visita, das 8h às 17h. A despedida da imagem de Nossa Senhora de Fá-
tima Peregrina será no domingo, dia 15 de fevereiro, após a missa das 10h30. Seguindo as indicações da Irmã Lúcia, a primeira imagem da Virgem Peregrina de Fátima foi coroada solenemente no dia 13 de maio de 1947. “A fim de dar resposta ao grande número de pedidos, foram, entretanto, feitas várias réplicas da primeira imagem peregrina”, informa o Santuário de Fátima na sua página na internet. O Abrigo Frederico Ozanam fica na Rua Vilarinhos, 95 – Tremembé.
Dicas culturais
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inda sob o impacto do ataque à revista francesa Charlie Hebdo, este passeio é uma boa oportunidade para refletir sobre a importância da charge. O Museu da Língua Portuguesa, no bairro da Luz, realiza mais uma edição da mostra “Esta Sala é uma Piada”, que entra em seu 4º ano consecutivo de exibição. A exposição conta com mais de 200 obras entre charges, caricaturas e histórias em quadrinhos, selecionados do 41º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, o evento mais importante do gênero no mundo. A mostra começou no dia 20 de dezembro e ficará em exibição até dia 1º de março. A exposição tem como linha temática a “Indignação” e uma área exclusivamente dedicada ao Golpe Militar de 64. Logo na entrada, é possível
ver as charges que foram publicadas em um dos jornais mais importantes do País em um dos períodos de maior repressão, o AI-5. Ao todo são mais de 200 obras, entre cartoons, charges, caricaturas e histórias em quadrinhos. O visitante também pode ouvir uma trilha sonora que traz músicas da época, como a canção Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, um dos hinos contra a ditadura. Além dos trabalhos brasileiros, a exposição tem obras de artistas do México, Cuba, Espanha, Polônia, Romênia, Montenegro, Irã, Indonésia e do artista iraniano Afshin Nazari, vencedor da categoria cartum e do Troféu Zélio de Ouro de 2014.
Fotos: Museu da Língua Portuguesa/ Rafael Lumazini
Mostra de humor no Museu da Língua Portuguesa
Museu da Língua Portuguesa Exposição “Esta Sala é Uma Piada” Até 1º de março de 2015 Endereço: Praça da Luz, s/nº - Luz - São Paulo - SP Metrô e CPTM Luz Tel.: (11) 3322-0080 Funcionamento: de terça a domingo das 10h às 18h. Aberto até 22h toda última terça-feira do mês (bilheteria fecha às 21h).
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