Seven Magazine #4

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COMPLE7AMENTE NÚMERO QUATRO JUL | SET 2008 R$ 10

POR FIO

OUTROS OLHARES. LOOKS DIFERENTES. VISÕES DO PASSADO. CONCEITOS FUTUROS.

ZERO Karine Alexandrino UM Victor/Victoria DOIS Reclames TRÊS Da Água ao Vinho QUATRO Faça Você Mesmo CINCO Cabelo, Cabeleira SEIS Cansei de Viajar! SETE Preguiça










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EDITORIAL

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omo sugere o ditado cresça e apareça, a Seven chega em sua 4ª edição ampliada e mais conhecida. A edição 3 circulou bem, de Norte a Sul, passou por mãos de quem acreditamos se identificar com nossa linha editorial. Cobrimos eventos importantes, credenciados para o SPFW, Fashion Rio, Dragão Fashion Brasil e Casar 2008 e, neles, nossa revista aterrissou. O rastro que a Seven deixa é gradativamente positivo, trazendo comentários que nos enchem de orgulho, como das jornalistas Érika Palomino (Key) e Iêsa Rodrigues (JB), Silvana Holzmeister (L’Officiel) e muitos mais: listamos mais alguns em nossa sessão de cartas. Neste universo hepta-editorial, esta edição reserva muitos destaques, como um bate-papo com Karine Alexandrino, que conta sua trajetória, seus projetos e confirma sua personalidade sem igual, do tipo me ame ou me largue.Buscamos também Aila Maria, musa-cantora-eterna das grandes festas cearenses, ilustre nome que nunca seria esquecido por uma revista que valoriza quem marca seu território. Viajar é um prazer até que momento? Em Viagem, depoimentos opostos: quem se programa e não relaxa até chegar em terras alheias; e quem abandona empregos para não ser esquecido pela família. Na Terra do Sol, vinho está virando caju. A nova onda é degustar novas safras, criar receitas adequadas ao deus Baco e harmonizar pratos. Pode soltar a rolha, que apresentamos uma sugestão da expert Natalie Pinheiro para um jantar – com direito à sobremesa – para afinar paladares. Há muito o que folhear por aqui. Tem entrevista com Gilmar de Carvalho, nome atrelado ao nascimento da propaganda no CE e, por que não, das grandes campanhas brasileiras. Do mesmo naipe, destaque no mobiliário nacional, falar de Sérgio Rodrigues é traçar a vida de um carioca oitentão que sabe viver com vigor, soube se transformar em grife e referência pelo mundo com seu design inovador, sem esquecer as cores de nossa bandeira. E quem não gosta de cuidar das madeixas? Cabelos com estilo pelas mãos de quem sabe idealizar um look, uma época ou até prestar uma homenagem ao seu ídolo. Tudo clicado com a arte de Nicolas Gondim. Agora é com você, sem outras dicas para outras surpresas, que irá descobrir e degustar em nosso conteúdo. ™ T: ROGILTON CONDE ®

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EXPEDIENTE ™ DIREÇÃO GERAL

™ DEPARTAMENTO DE MARKETING

Rogilton Conde

E COMERCIAL Coordenação: Gal Kury Executivos de contas: (85) 8889 7777 (85) 8897 2000 publicidade@sevenmagazine.com.br

™ EDIÇÃO Ana Naddaf, Mônica Lucas e Rogilton Conde

™ REDAÇÃO Ana Naddaf, Laécio Ricardo, Mônica Lucas, Rogilton Conde e Teresa Monteiro

™ IMPRESSÃO

™ COLUNISTAS

™ TIRAGEM

Gal Kury e Heloísa Helena Rodrigues

10 mil exemplares

Halley S.A. Gráfica e Editora

™ PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE Chico Neto

™ EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Chico Neto

™ ARTE-FINAL Luiz Junior

™ FOTOGRAFIA Nicolas Gondim

™ PRODUÇÃO DE MODA

SEVEN MAGAZINE É UMA PUBLICAÇÃO DE RC Assessoria de Imprensa e Comunicação Ltda Rua Walter Studart, 56 - Dionísio Torres CEP 60125-140 Fortaleza CE Brasil www.sevenmagazine.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVEL Rogilton Conde MTB CE 01057 JP FALE COM A GENTE 55 85 3264 0221 / 3224 4154 cartas@sevenmagazine.com.br

Marcos Marla

™ REVISÃO Eleuda de Carvalho

™ DEPARTAMENTO FINANCEIRO Rafaela Conde e Rob C. Carneiro

™ COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Texto: Clarisse Ilgenfritz Imagem: André Batista, Márcio Madeira, Patrícia Paes, Roberta Braga e Roberto Machado Imagem artística: Bruno Dellani, Bruno Diniz, Erik Égon, Giovanni Moratori e Otávio Rodrigues.

™ AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Daniel Peixoto, Juarez Souza e Juliana Gadelha

A imagem que ilustra nosso expediente e índice foi enviada pelo fotógrafo André Batista, convidado da página Pra Começar 012

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Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização dos editores.

A SEVEN é um espaço aberto para novas idéias. Agradecemos colaborações, mas não nos responsabilizamos por materiais não solicitados. Mande suas sugestões: pautas@sevenmagazine.com.br A partir desta edição, a SEVEN passa a circular trimestralmente.


PÁGINA DE BUSCA

CAPA HAIRSPRAY FOTO NICOLAS GONDIM, 2008 CRÉDITOS Cabelo: Rony (Salão Marquinhos) / Maquiagem: Marilia Araújo / Modelo: Patrícia Araújo / Look: Gerbera

zero ® start 010 | 014 | 018 | 026 |

EDITORIAL • ROGILTON CONDE . PRA COMEÇAR • RIO 40 ENTREVISTA • KARINE ALEXANDRINO OUTRO OLHAR • AILA MARIA

três ® gastronomia 092 | 096 | 098 | 100 |

A MULTIPLICAÇÃO DO VINHO TOP • SEVEN VINHOS MADE IN • TAPAS RECEITUÁRIO • PATO POMEROL

UM ® MODA

QUATRO ® DECORAÇÃO&DESIGN

EDITORIAL • VICTOR/VICTORIA 038 | EDITORIAL • OOH LA LA! 044 | EDITORIAL • BOHO 050 | REAL STYLE • DUO DESIGN 054 | CLOSE UP • SPFW 058 | CLOSE UP • FASHION RIO 061 | CURTA • LOUNGE PARA POUCOS 062 | CLOSE UP • DRAGÃO FASHION 066 | CLOSE UP • MODA ÍNTIMA CE 070 | CURTA • FFW 072 | CURTA • MALHARIA KALIMO 074 | CURTA • COLETIVO 076 | CURTA • CENA DE CINEMA 078 | CURTA • Caiu na rede

104 |

028 |

108 | 110 | 112 | 116 |

O SENHOR DOS MÓVEIS FAÇA VOCÊ MESMO CURTA • A REINVENÇÃO DA CAIXA TOP SEVEN • TV'S CURTA • KOKESHI

cinco ® vida 118 | 124 | 126 | 128 | 130 | 132 |

LA LAQUE TOP SEVEN • DA CABEÇA AOS PÉS CURTA • VAIDADE: PROBLEMA curTA • SUPERMEMÓRIAS CURTA • HOSPEDAGEM VERDE GENTE NOSSA • GAL KURY

SEIS ® VIAGEM 134 | 139 | 140 |

VIAJAR É PRECISO MADE IN • MEMENTO CURTA • BON VOYAGE

DOIS ® CULTURA

sete ® social clube

é de endoidar 084 | top seven • estantes 086 | rock cabeça-chata 088 | intevalo 090 | curta • assinatura de luxo

142 |

080 |

144 | 153 | 154 |

heloísa helena rodrigues coberturas fotográficas 7 PECADOS • PREGUIÇA TE PEGUEI + SELF SERVICE


PRA COMEรงAR

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Purgatório da beleza e do caos, a cidade maravilha é revelada pelas lentes do fotógrafo André Batista1. Paradoxos e contrastes que vão além das cores e refletem todos os mundos que o Rio de Janeiro abriga. A beleza do Pão de Açúcar é captada dentro do ônibus mais simples, mas o carnaval nem sempre abre alas para todos. Capital do sangue quente, mutante: rápida, efêmera, ÚNICA.2

1

Para conhecer melhor o trabalho de André Batista, acesse www.flickr.com/photos/ andre-batista

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Alguns trechos foram retirados da letra de Rio 40º, gravada por Fernanda Abreu, em 1992. A música, ainda atual, é uma parceria dela com Fausto Fawcett e Laufer.


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O primeiro interesse de André Batista foi pela pintura. Formado em Belas Artes pela UFRJ, concluiu seus estudos na França, no CIA (Cité Internationale des Arts). Chegou a participar de exposições no Rio e São Paulo, mas depois de tirar algumas fotos com uma máquina antiga do pai, jornalista e fotógrafo da extinta revista Manchete, acabou mudando de rumo. Expôs na Casa França-Brasil e hoje tem trabalhos publicados no Jornal do Brasil, O Globo, sites e revistas.


ENTRE OLHARES

Hable con ella (ou sobre ela)

T: ANA NADDAF E ROGILTON CONDE ® | I: NICOLAS GONDIM ® E ACERVO PESSOAL

la poderia ser facilmente confundida com uma personagem de Pedro Almodóvar, o diretor espanhol e suas mulheres sempre em crise, de personalidades fortes e um quê de sempre renovar a si mesmas. No entanto, ela prefere se encaixar em algum musical ou em um filme a la Elia Kazan, bem estilo Broadway dos anos 40. Ou ainda, confessa, em algum título mudo. Mas isso seria quase impossível para Karine Alexandrino. Tudo nela é colorido e em alto e bom som.

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Com sua inconfundível presença de palco e seu caráter ímpar, Karine já teve muitas facetas de “pobre-star”, como ela mesma define sua carreira. Já se auto-intitulou divaantidiva neotropicalista e encarou interpretar desde o punk até mesmo versões em estilo “cabaré-brechó“ de músicas como Babydoll de Nylon. “A música é meio e não um fim. Comecei com liberdade, não me prendo aos rótulos. Há gente que não entende. Azar“, comenta, em meio a risos. Se suas letras têm claras influências cinematográficas, a televisão e outras artes visuais têm sido um dos seus meios de comunicação mais potentes. Um lado de atriz meio latente que a faz criar diferentes Karines, como a persona

Producta (sua irônica e sexual personagem) e sua Mulher Tombada - conceito que ela criou porque acredita que as mulheres deveriam se sentir mesmo um patrimônio. “Gosto de viver mudando o tempo todo, de ser camaleoa”, explica. O que não é difícil acompanhar se você tem Internet. Karine foi uma das pioneiras (pelo menos, na cena cearense) em utilizar-se deste recurso como promoção do seu trabalho. Seu diário eletrônico traz passo-a-passo sua carreira, suas tiradas a la Dorothy Parker e uma vasta coleção iconográfica de self-portraits ou como musa de fotógrafos e estilistas. A la Cindy Sherman, a cantora-apresentadora-colunista-atriz-fotógrafa-e-personagem, que já teve como companheiros de palco de Maria Alcina aos belgas do Vive La Fête, está mais na ativa do que nunca. Ainda em projeto, um média-metragem (“Como Me Tornei Uma Adúltera”) e uma HQ com sua personagem Producta. Agora, Karine está entre a experiência da maternidade (sim, ela está grávida) e parir seu terceiro disco, que irá ganhar exatamente o nome de “Mulher Tombada”. Mas ela avisa: “Nada me derruba. Nem eu mesma”.


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œ Ser versátil é normal. Não tenho culpa se há gente que não sabe fazer nada. Coitada... Œ

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Afinal, quem é a Karine Alexandrino no meio de todos os personagens que já passaram por sua vida? Conte um pouco de você.

De onde surgiu a história de diva-antidiva neotropicalista, como você se define na cena musical?

Ah, muito fácil responder, ainda mais hoje em dia, em que estou nota dez no quesito auto-conhecimento (risos). Sou uma pessoa que gosta de transitar em várias mídias, gosto de trabalhar com comunicação, artes visuais, música, teatro, TV, adoro me expressar e aumentar minhas formas de agir no mundo. Sou curiosa, ética, e adoro muito mesmo ver o mundo e perceber o trabalho do outro. Nasci aqui em Fortaleza, mas me considero sem lugar e ao mesmo tempo do mundo todo. Não sou marginal, me sinto inclusa, mas de uma forma diferente. Gosto de viver mudando o tempo todo, de ser camaleoa.Tive uma infância incrível, na fazenda de meu pai, onde aprendi a desenvolver a liberdade que hoje não abro mão.

Odeio artistas bem comportados. Gosto de abrir-me às mudanças, às diversas fases conflitantes do aprendizado. Gosto de quebrar, de me quebrar, de mudar, me jogo nos desafios, mesmo que esteja frágil e com algum medo. Me cai muito bem a pecha de anti-diva. Às vezes, me destruo, pra começar do zero, mil vezes melhor. Estou no meio de uma morte, pra renascer depois, mais anti-diva que nunca. Também sou anti-dívida (risos). Não devo nada a ninguém. A não ser meus amigos. Tudo o que tenho, algum prestígio, consegui com o meu esforço pessoal.

Bons momentos aqueles em que você era “a esperada” num bar muito saudoso chamado Aldeia In (em Fortaleza). Subia no palco e era a vocalista da Intocáveis Putz Band. O que mudou nesta cantora? Acho que continuo sabendo me fazer esperar. Continuo buscando oferecer surpresas às pessoas que gostam do meu trabalho. Odeio rotina. Estou no meio de um turbilhão criativo, entre a experiência da maternidade e parir meu terceiro disco.

Que fim levou a Intocáveis? Se foi no tempo das lembranças descartáveis.

Há mais de 15 anos você se dedica a ser uma “pop-star”. Está chegando lá? Acho que me dediquei mais a aprender a me desenvolver. Hoje sou uma super competente pobre-star (risos). Sou feliz e grandes oportunidades estão no meu caminho.

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Você já cantou do mais punk ao mais calminho. Qual seu verdadeiro estilo musical? Sou uma intérprete. A música é meio e não um fim. Comecei com liberdade, não me prendo aos rótulos. Há gente que não entende. Azar... O dela. (risos)

Seus discos sempre têm uma temática e claras influências cinematográficas. A televisão e outras artes visuais têm sido um dos seus meios de comunicação mais potentes. É um lado de atriz que ainda é latente? Sim. Adoro exercer isto. Adoraria um dia poder me dedicar a ser atriz, apesar de ser isso mesmo. Uma atriz. Gosto de passear calma e um pouco zombeteira, pelos meios diversos. Artes visuais complementam minha visão de mundo. Pretendo me dedicar mais seriamente a minha persona Mulher Tombada e invadir os museus e áreas democráticas do mundo. É o que quero. É o que vou fazer. Cinema é o meu realismo pessoal. Um outro sonho que pretendo materializar. TV é uma forma básica de viver, minha respiração. Adoro fazer isto. Adoro contribuir para o trabalho do outro. Descobrir, fazer parte da imensa rede que é o desafio de realizar um trabalho.


œ Sou uma intérprete. A música é meio e não um fim. Œ


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œ Meu corpo é meio e a moda é ferramenta de informação e fantasia, que é meu instrumento maior. Œ

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Então, tem este projeto. Pretendo fazer um média metragem - o que acho bem pretensioso. Mas sei que, se me dedicar, vou conseguir. Sempre consigo. Mas por enquanto, minha meta de vida é meu terceiro CD, o “Mulher Tombada”.

Em que estilo cinematográfico você se encaixa? Musicais, cinema a la Elia Kazan... E os mudos...(risos)

Por falar nisso, se você não fosse Producta (sua irônica e sexual personagem), qual personagem saída da telona você seria? Ou você sairia das páginas de algum livro de Scott Fitzgerald ou, ainda melhor, da imaginação literária da esposa dele, Zelda? Ah! Seria uma divertida neurótica dada à coqueteria, a la Dorothy Parker.

A literatura também é algo que parece muito influente em suas letras. Ainda mais que você também flutua pelo jornalismo (a coluna semanal no jornal O Povo) e por seus diários eletrônicos, cheios de ótimas frases. Um livro seria a máxima escrita de suas letras? Ou já pensou em transformar a coluna ou suas tiradas na internet em livro? Penso, sim, em escrever algo como uma autobiografia. Sem parecer egocêntrica, penso em algo como um “Ecce Homo”. Um “como cheguei a ser o que sou” às avessas, com humor e tragicomédia. Minhas experiências fora do comum, da minha infância até a maternidade - a chegada do meu primeiro filho, o meu épico-particular de ser mãe solteira, por opção. Acho que seria divertido. Um projeto que adoraria fazer. Cheio de aforismos, contos curtos. Acho que até tenho história pra contar...

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Esta ligação com o cinema é o que podemos esperar do filme “Como Me Tornei Uma Adúltera”, que você está preparando?

Ainda pelo mundo virtual, uma vez você soltou a máxima “Me procure no Google”. Procuramos e não paramos de contar as inúmeras referências ao seu nome. E você foi uma das pioneiras (pelo menos, na cena cearense) em utilizar-se deste recurso como promoção do seu trabalho. Hoje, a internet ainda é sua principal ferramenta? Sim, sempre. Meus shows costumam ser comentados, minhas aparições costumam causar comoção (risos). Também adoro disseminar meus aforismos autobiográficos. A rede mundial é indispensável pra mim. Mas não gosto de banalizar, nem de mentir. Acho anti-ético essa história de divulgar pseudo-notícias - muitos artistas recorrem a isso e colhem falta de credibilidade. Me concentro na qualidade “das aparições”.

Por falar em imagem, a moda é algo muito presente em todos os trabalhos que você faz. Figurino é um outro personagem? Ou trabalhar com este universo dá vida a estes personagens que você cria? Meu corpo é meio e a moda é ferramenta de informação e fantasia, que é meu instrumento maior. A vestimenta do personagem é tão importante quanto seu próprio olhar. É o ciclo da comunicação. Tudo deve ser pesado e gerenciado. Tudo deve transmitir uma idéia. Nada é aleatório. Vivo isso. Me importo com isso. Isso sou.

Você já teve os mais diversos companheiros de palco – de Maria Alcina aos belgas do Vive La Fête. Como é viver estas diferentes realidades e trabalhos artísticos? Essa salada de tipos é minha matéria-prima. Posso percorrer toda essa diferença e continuar tendo personalidade. Tenho essa qualidade e sei que nem todos têm. É o meu “peixe”, digamos assim. Meu ouro.

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Falando em trabalho, como surgiu a “Mulher Tombada”? Você já conseguiu algum retorno da sua campanha para ser tombada como patrimônio imaterial da humanidade? Ainda nada oficialmente. Mulher Tombada tem a ver com a queda, no sentido de dar uma trégua ao inimigo, deixá-lo pensar que perdi, pra depois levantar e atacar. Tem a ver também com a possibilidade de ser patrimônio, apesar de minha juventude primordial. A Mulher Tombada é hoje meu mais acabado produto. E entrará para o circuito das artes visuais.

Como anda o terceiro disco que irá ganhar exatamente o nome de “Mulher Tombada”? Estou no meio do processo. Com uma barriga de sete meses, cantando e compondo. Também sou Mãe Tombada.

Alguns escorregões, colisões e hematomas (em forma de críticas) em ser tantas mulheres em uma? Acho que sim e considero saudável. Adoro o exercício de me defender de gente obtusa que não entende como uma pessoa possa ser tão corajosa quanto eu. Eu me jogo, realizo e sei argumentar pra me defender. Chega de obtusidade. Ser versátil é normal. Não tenho culpa se há gente que não sabe fazer nada. Coitada... De escoriação em escoriação, faço o meu prórpio mapa pra percorrer. O importante é não parar nunca. Me jogo, pago o preço porque sei fazer. Do meu jeito, eu avanço.

Por falar deste lado “hardcore”, você já ficou pelada no palco e também já posou nua para o amigo e fotógrafo Nicolas Gondim. Como você encara este seu lado erótico? É isto que podemos esperar da HQ que você está preparando? O corpo é meio. Não erotizo o corpo. Me revelo por achar que é essa a máxima de ser humano, demasiado humano. Ter vergonha é uma moral que não é a minha. Tenho a minha própria moral. Minha HQ é além do erótico, ela traz uma persona, Producta, bem humana. Um pouco dissimulada, cínica, mas verdadeira. Ela ama os homens...

Não está satisfeito? Existe um “mundo Karine” na internet. Algumas dicas? www.tramavirtual.com.br/ karine_alexandrino www.myspace.com/ karinealexandrino www.fotolog.net/ solteiraproducta www.fotolog.net/karinetv 024

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Com tantas facetas e diferentes self-portraits, podemos dizer que você seja uma Cindy Sherman da música? Adoro a Sherman. Acho-a brilhante. Acho que faço algo do meu jeito. Fico até lisonjeada de ser comparada a uma gênia. Mas tenho o meu lado genial também. O importante é continuar evoluindo. E trabalhando.

E, no espelho, quem é Karine? Idade, beleza, como você encara você mesma de frente? Eu me sinto atemporal. Estou muito longe dos 40. Não tenho medo de envelhecer. Minha cabeça está à toda. Não sou uma mulher comum. Não tenho os desejos e medos de uma típica senhorita católica de classe média. Sou de argila. Existem percalços, acabo de sair de uma enlouquecedora depressão e, mal saí, já vou ser mãe! Tudo acontece tão rápido. Já sou outra. Mudo todo dia. Agora sei a medida do abismo. Cheguei lá e saí pra ser a Mulher Tombada. Mais que nunca. Nada me derruba. Nem eu mesma.

Toda esta produção, todos estes personagens... Tudo está em “standby” por conta da notícia de um bebê a caminho? Ou esta será uma nova faceta da cantora-apresentadora-colunistaatriz-fotógrafa-e-personagem? Uma peça que meu destino de anti-diva me pregou. Como disse anteriormente, nem tive tempo de sair de minha depressão, agora estou às voltas com a compra do enxoval do meu filho. Algo que não programei. Serei uma supermãe solteira. Acho que tinha de ser assim mesmo. Minha vida nunca foi normal. Mas continuarei independente de homens. Não achei nenhum capaz de me acompanhar. Não posso dizer quem é o pai, para não destruir os lares católicos brasileiros. Você sabe o quanto certos casamentos são “perfeitos”. Serei uma senhorita plena, incansável, mãe de um menininho sortudo. ™


œ Não tenho os desejos e medos de uma típica senhorita católica de classe média. Sou de argila. Œ


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OUTRO OLHAR

Diva à moda antiga T: LAÉCIO RICARDO ® | I: ARQUIVO PESSOAL 1

Voz imponente e repertório que concilia o canto lírico a pérolas do romantismo, Ayla Maria é, há décadas, referência no cenário musical cearense

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s novas gerações podem até torcer o nariz. Mas, para o público que passa dos 50, certamente a cantora Ayla Maria personifica a fase de ouro da música cearense. Período em que as grandes divas ainda se apresentavam no rádio, embalando corações de todas as idades, com um repertório abertamente romântico, e arrebatando um cortejo devoto de fãs. Natural de Monsenhor Tabosa (CE), Maria Aila da Silva Vasconcelos, nome de batismo, desde cedo demonstrou notável vocação musical. De início, cantarolava pelos corredores de casa, para entusiasmo da mãe e da irmã mais velha. Os ensaios domésticos, porém, lhe serviram de prévia para as competições infantis de calouro: após driblar a hesitação paterna, estreou na Ceará Rádio Clube, no programa Clube Papai Noel, em início dos anos 1950. Eduardo Campos, então locutor, a apresentou como a “garota que canta como gente grande”. Não deu outra, a menina venceu a disputa. Além do apoio familiar unânime, o 1º lugar lhe abriu também as portas da fama. 1

A foto que ilustra a matéria pertence ao arquivo pessoal de Célio Cury, amigo de Ayla Maria e fã incondicional da cantora. Foi da diva a sugestão de usá-la na Seven.

“Fui para a Rádio Iracema, gigante da época, e, ainda jovem, participei dos programas adultos. E não é que venci também?!”, relembra a hoje veterana cantora. Na nova casa, recebeu o nome artístico definitivo e permaneceu no cast principal por quase 20 anos. Seu repertório reunia sucessos de Ângela Maria, Dalva de Oliveira e Elizeth Cardoso, até

hoje suas maiores referências. “Babalu, por exemplo, também marcou minha vida. Tanto que os fãs sempre me pedem para cantá-la”, destaca. A despedida do rádio se deu com a migração natural para a TV Ceará, ainda na década de 1960, onde comandou o programa Quando Canta uma Estrela. Com o êxito televisivo, veio o convite para estrear no teatro. Ao lado do maestro Orlando Leite, Ayla protagonizou a opereta A Valsa Proibida, montagem de 1964 da Comédia Cearense, até hoje relembrada pelo êxito popular. Vinte anos depois, o espetáculo seria reencenado, com a participação do tenor Raimundo Arrais, que, posteriormente, se tornaria seu esposo, dando início a uma prolífica parceria musical. Sozinha ou acompanhada de Arrais, Ayla gravou mais de 15 álbuns, entre discos de cera, vinis e CDs. Seus últimos trabalhos foram tributos ao Fortaleza Esporte Clube, time dileto do casal. Versada no canto lírico, a dupla é constantemente solicitada a se apresentar em eventos. “Hoje, porém, procuramos descansar mais e diminuir a agenda de compromissos. Houve uma época em que nos deslocávamos de uma igreja a outra, de um bufê a outro, sem pausas”, diz. “Rainha dos românticos incuráveis”, como reconhecem os fãs, Ayla não esconde a predileção pelas canções de apelo sentimental. Sigilo mesmo só na hora de revelar a idade: “Nasci em 9 de setembro. Isto basta! Gosto de me divertir com toda essa especulação”, brinca a diva. ™


UM ® MODA

SER MÚLTIPLO DANIEL PEIXOTO ENCARNANDO PERSONAGENS ENTRE O FEMININOMASCULINO. UMA VIAGEM AOS 70 COM CARA DE PRESENTE. E OOH LA LA! Convidamos o vocalista do duo Montage para encarnar de Victor/Victoria ao personagem imaginário de “Orlando”, de Virgínia Woolf, mostrando o duo masculino-feminino na moda. Uma visão do passado com conceitos futuros em um revival dos anos 70, rebatizado de bohemian look. E a dualidade do mostrar-velar das novas lingeries. Mais: a cobertura das principais passarelas pelo Brasil.s.

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UM Ž MODA vestido de onça em seda (Marcelo Quadros) + bolero tipo ombreira de retalhos (Ayres Jr. para Coletivo) 028

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T: ANA NADDAF ® | f: NICOLAS GONDIM ®

“Is he a she? Is she a he? If you ask me, it’s hard to see...”

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já dizia uma das canções de um clássico entre os musicais. Victor/Victoria - escrito e dirigido por Blake Edwards, recordista de bilheteria nos palcos da Broadway - lançou um olhar inovador e divertido sobre a eterna “guerra” entre os sexos. Passados mais de 70 anos da estréia do espetáculo, é a vez de a moda mostrar de novo que esta batalha, na verdade, ganhou uma trégua. Desfiles como os de John Galliano (para Dior), em Paris, ou Alexandre Herchcovitch, por aqui, mostraram que a dupla masculino-feminino é a proposta que se encaixa perfeitamente para a moda da vida real. Mas você não precisa recorrer ao velho clichê de terninhos para dar um ar de “peça de menino” no seu guarda-roupa. Pequenos – mas essenciais! – detalhes podem fazer a diferença. Como, simplesmente, uma gravata borboleta. Ou ainda: suspensórios. Mais radical? Adote de sapatos tipo oxford (a la “O Grande Gatsby”) a botas pesadas. Mas “hay que endurecer pero sin perder la ternura”. Jamais. A solução é um clima meio Coco Chanel - que foi pioneira não só em adotar peças do universo masculino, mas soube valorizar o caimento das roupas para homens em suas criações femininas (ou serão feministas?). Um quê de soltinho e confortável aparece em vestidos com toda pinta feminina. Ou se revitaliza na interpretação de um vestido super-feminino com um ar de smoking (uma homenagem moderna a Yves Saint Laurent, que também se utilizou da dupla masculino-feminino). Para encarnar o personagem a la Victoria Grant/Conde Victor Grezhinski,convidamos o cantor Daniel Peixoto – do duo Montage. O resultado, na verdade, ficou mais para o romance “Orlando”, de Virgínia Woolf, que biografa um personagem imaginário que é alternadamente homem e mulher. E que nos lança (assim como a moda) um desejo vanguardista de ser, num único corpo, múltiplos indivíduos.

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UM 速 MODA

vestido em musseline de seda com pala-colar em canutilhos (Single)


blusa em tule com aplicação metálica (Lino Villaventura) + microssaia de franjas em couro (Talie NK) + legging em tule nervurado (Lino Villaventura) + bota militar em couro (acervo pessoal)

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caftan estampado em seda (Neon)


vestido em jersey com alรงas em canutilhos metรกlicos (Jefferson Kulig) + camisa de seda (Y ves Saint laurent) + gravata borboleta (Cabeto)

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UM 速 MODA

top em nylon high-tech (CaveNdish) + legging de tule nervurado (Lino Villaventura)


Top em cetim e tachas (Lino Villaventura) + kimono (Cabeto) + legging em tule nervurado (Lino Villaventura) + escarpim metรกlico (Schutz)

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Styling Marcos Marla Modelo Daniel Peixoto (Montage) Cabelo e Maquiagem Juarez Souza Assistente de Produção Juliana Gadelha

Para ver outras versões de Daniel Peixoto: www.fotolog.com/ danielpeixoto ou www.fotolog.com/ montage_br 036

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aça bico e pronuncie “lingerie”. O termo francês que se aplica a todas as roupas de baixo. Desde que estas íntimas peças do guarda-roupa feminino ainda eram feitas de linho. Antes mesmo da introdução do algodão. O conceito se tornou mais específico somente na primeira metade do século XX, quando as roupas interiores começaram a ficar visualmente atraentes. Época em que a lingerie saía da função utilitária de proteção e higiene e passava a seduzir e alterar a forma do corpo feminino - como os espartilhos e alguns tipos de sutiãs. Mesmo período em que estas miúdas vestimentas ganham novos materiais como lycra, nylon, cetim e seda na sua fabricação. O século XXI, por fim, traz a glamurização do apelo sexual da lingerie. E, quando os estilistas começam a dedicar-se a este segmento da indumentária, os franceses inventam um novo termo: “dessous-dessus”, que significa “roupa interior como roupa exterior”. Esta filosofia de que a roupa íntima não deve ser tão íntima assim ganhou as passarelas e até as ruas por um bom tempo. Mas as últimas coleções resolveram explorar uma sedução mais velada, mais voltada para as formas do corpo do que para a pele à mostra. Bojos estruturados remodelam seios, brilhos ressaltam volumes, rendas revelam com sutileza... Um revival vintage, inspirando em peças exploradas pela Hollywood dos anos 60, apresenta peças mais sofisticadas e um certo ar romântico com laços, tules e rendas. Por isso, faça bico de novo, e diga “fraire frou frou”, que é um velho ditado francês para “se mostre!”. Mas aos poucos. Estilo e Maquiagem: Nicolas Gondim Modelo: Debora Cezar Assistente: Victor Pickman

Conjunto de sutiã com bojo estruturado e calcinha rendada (Robia)


Ooh la la! T: ANA NADDAF 速 | I: NICOLAS GONDIM 速

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Camisete e short em segunda pele rendada (Robia)

Babydoll e calcinha em tule estampado (Tentacion)

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Suti達 com bojo estruturado e calcinha de renda e tule (Vi Lingerie)

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Suti達 rendado com textura e calcinha estampada (Forum)

Short e suti達 em renda (Linhas e Cores)

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70 ´ s Show T: MÔNICA LUCAS ® | I: NICOLAS GONDIM ®

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ão adianta, a brasileira adora os anos 70. Vai moda, vem moda e a plataforma por pouco não sai do pé. Tanto que a tendência nem foi das mais fortes nas passarelas internacionais, mas aqui chegou com tudo, tanto nos desfiles da São Paulo Fashion Week e Fashion Rio, como nas vitrines. O melhor do estilo é que ele permite misturar várias influências em uma só composição. Herança daqueles hippies que, num mundo tão cheio de conflitos, achavam que havia mais com que se preocupar do que separar roupas de homem e roupas de mulher. Um pessoal ansioso por liberdade, interessado em outras culturas, em tantas viagens... Rebatizado de bohemian look ou simplesmente boho, bebe dessa fonte Woodstock paz&amor, mas não com tanta sede. Sem literalidades, a intenção aqui é ser menos hippie e mais cigano, numa mescla do boêmio, do étnico a la Yves Saint Laurent e do folk. Ficou a liberdade e, imbuída desse espírito, dá para fugir do óbvio. Que delícia! Difundido lá fora por celebrities como Kate Moss, as irmãs Olsen e Sienna Miller, o nosso boho tem jeito próprio. Sim, aqui estão os hits como pantalonas, saias largas e vestidões. Mas tem também cores fortes dominando sobre os terrosos, babadinhos, barriga de fora... O que dizer do vestidinho floral em algodão, soltíssimo e bem curtinho? So brazilian girl...

Vestido em jérsei e renda (Amarelô) + brinco em prata, madrepérolas e esmeraldas (S.Pinheiro) JUL|SET

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vestido em seda pura e franjas (Neon) + colares (Sabine Cavalcanti)

top em cetim e paetês (Jo-Iôla) + saia longa em algodão e seda (FRUTY'S BRAZIL) + cintos (Sabine Cavalcanti) + anel em ágata e prata filigranada (S.Pinheiro)


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v estido em algodão (Alix Pinho) + camisa flor al e colete bordado (FRUT Y 'S BRAZIL) + top em malha (Talie NK)

vestido em malha e paetês (Kokid) + lenço (Kokid) + sandália (Guapa Loca)

Saia, transformada em vestido, em algodão (Piorski) + lenço em seda (acervo)

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vestido em viscose Antix (Lugage) + jaqueta (Diesel) + len莽o em seda (acervo) + flat (Schutz) + rel贸gio com pendentes (Roberto Cavalli para Cleide J贸ias) + pulseira em prata de lei e tartagura (S.Pinheiro)

Salopete jeans (Forum) + blusa em voil e renda (Miss Mano) + top floral (Miss Mano) + cinto em couro (Forum) + bota (Santa Lola) + brinco (Aspectho) 048

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REAL STYLE

A festa vai começar T: MÔNICA LUCAS ® | f: NICOLAS GONDIM ®

Entre tintas e pincéis, convidamos as irmãs Joana Salle e Bianca Meneleu para fazerem do ateliê da Duo Design um estúdio de fotografia. Em vez de tendências da moda, o estilo próprio que a dupla esbanja no vestir e nos convites que produz.

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ma boa festa tem início bem antes da comemoração em si. Ela começa nos preparativos, nos detalhes, na ansiedade que provoca... Para o convidado, o estopim é o convite. E em tempos de produção em série, nada melhor do que se diferenciar oferecendo algo único e original. Este é o mote da Duo Design, empresa dedicada à criação de convites personalizados, tocada pelas irmãs Joana Salle e Bianca Meneleu. A história da Duo está ligada à experiência das sócias. Artista plástica e estudante de Arquitetura, Joana fazia convites para os amigos, sempre com um toque artístico. “Começou como brincadeira, mas o número de pedidos foi aumentando”, conta a irmã, Bianca. Ela, formada em Administração de Empresas e especializada em Marketing, viu que o trabalho poderia ser mais do que diversão, mas também um nicho de mercado. As diferenças entre as duas é uma das bases da Duo. Os convites nascem da síntese entre a viagem artística por grandes metrópoles de Joana e os pés no chão de Bianca. “Isso é o equilíbrio. Você não deve se rotular moderninho demais, nem clássico demais”, diz Joana. Deste modo, o trabalho da dupla vai agradando a vários tipos de público, do arrojado ao clássico. Essas características saltam aos olhos logo que se conhece as irmãs. Assim como no trabalho, elas também não são escravas de tendências no vestir. Executiva, Bianca é mais clássica e romântica, com um armário lotado de rendas, babados, cores suaves e saltos finos. Preparada para pesquisas de campo em fábricas e ateliês, Joana prefere peças básicas, de formas mais espontâneas, mas com um toque de excentricidade. Para provar que costume de casa vai à rua, Joana faz das próprias roupas uma tela virgem. “Sempre pinto de branco e faço da roupa uma obra de arte. Adoro isso! E depois saio na rua com as roupas pintadas e todo mundo comenta!” ™


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œ Gosto de peças boas, de design diferenciado e moderno, principalmente nos acessórios, como um bom relógio, um chapéu legal... Adoro óculos, tenho vários, e brincos grandes – acho que faz um contraste legal com meus cabelos curtos. Já para a noite, mesmo com um estilo ainda moderninho, mas sempre confortável, gosto de prestigiar os estilistas locais, brincar com suas peças maravilhosas, como as da minha amiga Ruth Aragão Œ Joana Salle

œ Sou uma pessoa muito tranquila e romântica, e acho que isso se reflete na minha maneira de vestir. No dia-a-dia, gosto de combinar calça jeans com batinhas, vestidos frouxos e detalhes bem femininos, como babados, rendas. Tudo pra mim tem que ser delicado: jóias discretas, maquiagem suave, cores pastéis... e salto fino. Amo escarpins, que já são um acessório em si Œ Bianca Meneleu


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SPFW como uma ponte ao Japão T: ROGILTON CONDE ® | I: Roberta Braga - Agência KFK

s japoneses nunca foram tão bajulados em uma semana de moda no Brasil como o 2009 SPFW. Logo pelos corredores, com cenografia assinada pelo estilista Vitor Santos, pelo designer Rogério Hideki e ainda interferências de Daniela Thomas, já se previa – atravessando o corredor sob o teto de flores de cerejeiras na entrada da Bienal – que esta edição era deles. A surpreendente exposição de vestimentas orientais, simetricamente arrumadas, mais imagens nas paredes retratando campos nipônicos, bem como a instalação de vestidos assinados por nomes como Kenzo e Yamamoto confirmaram o clima desta Bienal.

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De novidades, Maria Garcia, Blue Man, Rosa Chá, Colcci e Reserva desembarcaram no evento. Algumas outras retornaram nesta passarela e outra, atravessando o dead-line, fechou o backstage poucos dias antes do desfile: Zoomp. Ainda tem o caso do Fause Haten que vendeu a marca que leva seu nome e lançou, independente, o bom desfile FH. Em meio a estas novidades e após uma maratona de 48 desfiles, conversinhas na sala de imprensa, nos lounges e papos sobre os desfiles entre um café e outro, algumas passarelas foram eleitas melhores; outras, colocadas de lado na preferência dos jornalistas. No geral, o verão será assim, bem a cara do Brasil: com chinelinhas de arrastar, cores fortes que passeiam pelo amarelo, rosa, azul-calcinha, mais a presença dos beges, terrosos e brancos que dão o toque primavera. Se o Japão estampava os corredores, alguns destaques, em passarela, exploraram o Nordeste. O desfile de Ronaldo Fraga foi assim, surpreendente, com cores e composições que lembravam peixes, movimento das águas do rio São Francisco, imagens de aves na vegetação; uma brincadeira com maestria de quem sabe brincar com cores sem formar um circo. Os Lençóis Maranhenses foram retratados por Tufi Duek para sua Forum. Na passarela, o branco reinou em longos com decote meio fetichista. Ainda os tons de areia das dunas do Nordeste vieram em composé com azuis em estampas de ondas, traduzindo uma atmosfera chic. Detalhe para os largos cintos e a presença forte do dourado nos aviamentos. O desfile da Animale confirma o talento de sua equipe de criação. As formas, muito estruturadas, mostram um verdadeiro exercício de põe-braço-por-aqui-e-agora-veste-assim. Moulage é pouco para esta coleção, que se esmera numa alquimia de tratamento de tecidos, aplicações, pregas, tingimentos e coatings que devem ser conferidos bem de perto até para saber qual é o tecido em questão. 054

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ANIMALE


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Samuel Cirnansck

œ A Guapa Loca também deu seu start ao plano de expansão nacional, concebendo todos os sapatos desta passarela. Œ

Samuel Cirnansck foi um dos poucos desfiles aplaudidos de pé, em concorridíssima passarela. Rococó francês, rendas, bordados, organzas, sedas, jardins do Louvre, cenografia belle époque e mais a boa dose de hautecouture do estilista, que utiliza até 80 metros de tecido para fazer um vestido. Bege em sua concepção de cor, transparente na passarela, o desfile mostrou-se chic, de prender a respiração do começo ao fim. A marca Guapa Loca também deu seu start ao plano de expansão nacional, concebendo todos os sapatos desta passarela. Glória Coelho foi impecável. Sem muito excesso, seu desfile foi um dos mais belos destaques da SPFW. Sem volumes e linkando com maestria organzas, cetins e outros tecidos leves da Picasso Têxtil, ela conquistou uma passarela com vestidos ora curtos e limpos ora longos com babados, além de casaquinhos, alfaiataria, sobreposições. Tudo sem erro. Magnífico! JUL|SET

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GlÓRIA COELHO

RONALDO FRAGA

Em se falando de moda praia, o destaque foi mesmo a Blue Man. Sem os cítricos afetados marcantes do beach-verão, a coleção veio em tamanho ainda mais sexy - pp, cores mais fechadas, mas sem esquecer o poir, borboletas e carrinhos, que deram charme e cara de felicidade à coleção. Sem muitos frufrus, o casting veio à passarela mostrando o biquíni, o maiô e a sunga de forma direta, sem papagaio, correntes, sobreposições e cangas. A coleção mostrou-se em sua identidade, com a cara do verão brasileiro. E com as grifes mais desejadas do momento foi assim o lançamento do verão por aqui. O camuflado-exército, graças a tudo o que for de bom, dá a pausa esperada e, ao invés das botas, chegam os chinelinhos, os tamanquinhos de madeira, os tecidos com fios de bambu, os cottons amaciados e os jeans bem clarinhos. Tudo naquela perspectiva de leveza, de informalidade no dia, e charme decotado com transparências para os vampiros e vampiras da noite. ™ 056

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BLUE MAN


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O Rio no verão que todos Querem T: ROGILTON CONDE ® | I: MÁRCIO MADEIRA

WALTER RODRIGUES

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O Rio nasceu para um eterno verão. Com o cenário da bela Marina da Glória, cores abertas e nada de muitos volumes pesados, o Fashion Rio pôde brindar sua melhor estação.

oi o desfile de retorno de Walter Rodrigues à passarela carioca um dos mais celebrados. Estruturados, decotados, tomara-que-caia e marcantes pretos com tons rosa cru evidenciaram os looks, concebidos com tecidos leves da Têxtil Picasso e com base da haute-couture. A visão (e a paixão) dele por Audrey Hepburn e sua viagem recente ao Oriente impactaram numa coleção que tinha a marca própria do estilista, que não devia ter se ausentado, jamais, dos desfiles em Paris.

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KYLZA RIBAS

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CLOSE UP CHOLET

O mar foi à passarela de Kylza Ribas. Por lá, as ondas, peixinhos, águas-marinhas e um universo tranquilo de cores e transparências: outro ponto alto do Fashion Rio. Vestidos amplos, macacões leves, sobreposições, gomos estampados transformados em longos, decotes em V nas costas. Tudo na atmosfera da leveza. E o Fashion Rio prosseguiu assim, com algumas boas propostas ao lado de algumas marcas que ainda precisam convencer. “Enquanto isso, na Sala de Justiça”, o Fashion Business (encurtado em sua programação) buscava as cifras dos investidores. Três enormes corredores concentravam lounges de marcas que se lançam e outras que querem um pouco mais. Uma agenda de desfiles paralela também foi bem prestigiada e teve como destaques Cláudia Simões, prata da casa, e Cholet, de Fortaleza. Com coleção Rivière Lady e boa musique française à la C’est Si Bon, a Cholet mostrou 20 looks e brindou a sexta participação consecutiva no evento. “Só no primeiro dia, 060

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MELCA JANEBRO

ClÁUDIA SIMÕES

foram mais de 3 mil peças vendidas e a consolidação do mercado de Portugal”, comemorou Denise Pires. Na passarela, um ar belle époque e náutico, sem aquelas listras navy. Tecidos fluidos, cascatas, babados em cores cinza, prata, pérola, vermelho, off-white e estampas maximizadas. Parfait! Na passarela do Rio Moda Hype, as 10 sugestões apresentadas pelas estilistas Melca Janebro (CE) e Fernanda Yamamoto (SP) foram, de longe, as mais marcantes. A cearense mesmo disse: “Voltei a ser a Melca que todos conheciam”. E fez bem, pois o estilo inconfundível e marcante quando se apresentava no Dragão Fashion Brasil, em Fortaleza, e que faltou na última passarela do Rio, veio agora com sua melhor coleção. Buscou inspiração nos prazeres das guloseimas e no dolce far niente da estação mais quente do ano. As candy-girls propostas pela estilista recebem influências da década de 50, com as presenças de pin-ups e rebeldia do jeans (Loco Denim/Santana Textiles), mixados com o romantismo dos vestidos, tules e rendas, ultra-femininos. ™


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Lounge para poucos T: ROGILTON CONDE ® | I: DIVULGAÇÃO 1

tudo é contato. Pulseirinhas disputadas, credenciais conferidas, entrar nos estandes do Fashion Rio não é para todos. Neles, comidinhas, brindes, serviços como massagens nos pés, bolhas de espumantes, DJ, banda e até talk shows. Tudo no mesmo espaço, anônimos misturados a celebrities.

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No lounge da Oi, um dos mais movimentados e que mais bem recebe seus convidados de press (que o espaço da Nivea aprenda com eles!), patrocinadora master do evento há quatro anos, trazer algo de novo a cada ano é um desafio. Para isto, duas rodadas de talk show diário com Betty Lago foi a sensação. A atriz recebeu

convidados ilustres e aborda tendências, estilos, mercado e beleza. O espaço também teve exibição de vídeos com dicas de beleza para serem assistidos durante uma massagem relaxante. Foi montado um spa dentro do lounge, com uma área zen e massagistas profissionais à disposição dos convidados. Adriana Mattar deu o toque com suas gostosuras. Outros espaços presentes com destaque foram os da Revista Estilo, da Glória Kalil, da L’Officiel, que, em parceria com a Natan, disponibilizou um par de retratistas, como André Brown, para desenhar os convidados do espaço, e Instituto Zuzu Angel. ™

1 Beth Lago fez dois talk shows diários com conhecidos, como Silvia Pfeifer, Chris Prado e Sérgio Mattos

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Sob o signo do Dragão T: MÔNICA LUCAS ® | I: DIVULGAÇÃO

Em sua nona edição, o Dragão Fashion Brasil se consolida como o Terceiro maior evento de moda do País. Tarefa árdua para quem monta sua passarela fora do eixo fashion nacional e procura manter um line-up que reúne pratas da casa com desfiles de grandes marcas.

PELO SEGUNDA VEZ, MARK GREINER ABRIU OS DESFILES DO DRAGÃO. 062

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Bordados preciosos, vindos da obra de Nice Firmeza, compõem coleção romântica e nostálgica de Gilvânia Monique.

Sempre lúdica, Adriana Piorski encontra a inspiração ideal em Tim Burton, para o DFB.

e uns tempos pra cá, virou lugar comum dizer que o Brasil está na moda. Mais ainda, que a moda do Brasil está na moda. Em tempos de Gisele, Zimmermann e Trentini, parece que o pessoal resolveu acreditar. E em cada capital do país pipoca uma fashion week. Algumas dignas de nota, outras nem tanto...

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E nessa onda, o Dragão Fashion Brasil chegou à sua nona edição em 2008. Nascido antes desse “boom”, nada de braçada em mares nordestinos e vai se firmando para o restante do País. Convenhamos, tarefa árdua em meio à preguiça generalizada de olhar para fora do próprio eixo. Para quem precisa de números para validar algo, é considerado o terceiro maior evento de moda do País. Foram 25 desfiles concentrados em quatro dias no Centro de Convenções de Fortaleza, fora a abertura oficial com Mark Greiner, o encerramento com desfile-show, no Centro Dragão do Mar, e a programação paralela. É preciso destacar o trabalho incansável do dragão por trás do Dragão. O idealizador e organizador Cláudio Silveira conseguiu agregar, pelo segundo ano consecutivo, o patrocínio máster da C&A ao da Santana Textiles, parceira desde a primeira edição do evento. Os menores também cresceram em número e volume. E com dinheiro, a criatividade fica ainda melhor – ou pelo menos mais visível. JUL|SET

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Sopro de criatividade no litor al cearense, com a moda pr aia de Mar del Castro.

Esforço no styling de Mario Queiroz em dar cara diferente aos looks já vistos na SPFW.

Amir Slama não veio, mas apresentou em primeira mão a coleção inverno da Rosa Chá em terras cearenses, mostrando atenção para o mercado da região. Mario Queiroz também se esforçou, com o stylist Daniel Ueda, em mostrar um desfile diferente do que vimos na São Paulo Fashion Week, embora a coleção fosse a mesma. Trista (México) e Andrés Baño (Argentina) estreitaram relações com a moda feita na nossa América Latina. Olhos espertos também para as pratas da casa. Os irmãos André e Rapha Castro exibiram uma coleção luxuosa, inspirada na popular farinhada. Fizeram bonito, destacando-se em uma seara onde o Brasil tradicionalmente dita moda de verdade, o beach wear. Sopro de alívio nesse nosso litoral tão extenso, mas que ainda oferece mais modinha do que moda, salvo raras e já bem conhecidas exceções. 064

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Estampas mega-coloridas criadas por Théo Carias se destacaram na passarela da Jô-Iola.

A visível timidez de Adriana Piorski não a impediu de mostrar que tem fôlego para além da internet, onde iniciou suas vendas. Coleção alegre, bem juvenil e que tem o mérito de tirar as adolescentes da malharia fácil e jogá-las em tecidos planos, como tricolines e cambraias. Mesmo caminho seguido por Gilvânia Monique, em coleção mais romântica e madura, mas também sem viscolycra. Vale ainda citar o tom cosmopolita e mega-colorido das estampas de Theo Carias para a Jô-Iola e o impecável trabalho em jeans de Lindebergue Fernandes, em nova faceta menos regional e mais atual, em dois desfiles. Além do line up oficial, esteve no Cine São Luiz, em evento paralelo, o Coletivo, grupo que reúne várias crias do Dragão, como Cândida Lopes e Ayres Júnior. Pois é, esse Dragão é do bom: cresce, multiplica e faz barulho. ™


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De volta ao romance T: MÔNICA LUCAS ® | I: DIVULGAÇÃO

Menos óbvia e mais sugestiva, a lingerie recorre ao romantismo para seduzir. Coleções apresentadas no Moda Íntima Ceará trazem laços, babados e patchworks, mostrando sincronia do segmento com a moda feminina. Lingerie juvenil, romântica e inocente, como na coleção da Linhas & Cores.

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Laços, presilhas, bordados... A pedraria da Sensuality, entre os detalhes que podem ser exibidos.

á vai longe o tempo que a lingerie se resumia a branco, preto, bege e vermelho. O que se vê hoje é uma indústria bem articulada que corre atrás de adaptar as tendências de moda também para a chamada roupa de baixo. Um bom panorama desse mercado pôde ser conferido na segunda edição do Moda Íntima Ceará, realizado no Centro de Convenções, em Fortaleza.

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O evento, promovido pela Amic (Associação da Moda Íntima do Ceará), reuniu 47 expositores, entre fabricantes e fornecedores de produtos, além de apresentar desfiles de doze marcas regionais. A intenção era mostrar as apostas do segmento para o verão 2008/2009. No que depender da maioria deles, teremos menos ousadia e mais romantismo nas roupas íntimas – exatamente como vimos, de modo geral, nas coleções de moda feminina.

Muitos poás, com ou sem composé, como na versão da Vi lingerie.

Então espere uma moda íntima menos redundante. Essas peças, que já trazem em si uma forte carga simbólica de erotismo, estarão menos decotadas, menos transparentes, menos cavadas. A sensualidade vem em cores

delicadas, com nuances de rosa, lilás e tons pastéis. As mais fortes, como o eterno vermelho, são suavizadas por padrões de poás e estampas de coração, por exemplo, às vezes mixadas em patchworks, além de laços e babadinhos. Mas não se pode esquecer que as brasileiras costumam ser fãs do estilo Victoria’s Secret de ser e seduzir, e elas não precisam se preocupar. Ainda que mais sutis, o brilho do cetim, estampas de bichos e bojos super estruturados ainda aparecem nas coleções. Um recurso que abranda o hiper-sexy com mais sofisticação é um certo toque vintage, como os plissados que foram evidenciados na passarela. Uma das novidades que mostra que o segmento segue as tendências gerais é o tecido feito com bambu, considerado ecológico e econômico. O setor também está atento para o fato de que a lingerie há muito tempo não está restrita a quatro paredes. Desde o finzinho dos anos 70, ela já dava as caras também nas ruas. Visível, a roupa íntima movimenta também a indústria de aviamentos, cada vez mais bem acabados e detalhados para serem exibidos. JUL|SET

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CLOSE UP O preto em versão mais clássica e elegante, da Róbia, com shape vintage.

Ceará é referência no mercado O Ceará é considerado, atualmente, o segundo maior pólo de moda íntima do País, atrás somente de Nova Friburgo (RJ). Segundo dados da Amic, o Estado reúne cerca de 2 mil indústrias formais e informais, com uma produção que chega a 500 milhões de peças por ano. Sabendo disso, fica fácil entender a expectativa de que o Moda Íntima Ceará gere negócios da ordem de R$ 10 milhões após o evento. Somente a organização conseguiu viabilizar a vinda de 50 compradores de todas as regiões do Brasil. De olho nesse nicho, a Aviamentos.Com chegou a criar dentro da empresa um segmento direcionado para a moda íntima, com fivelas, bojos e abotoamentos, entre outros. “A intenção é preencher lacunas, pois o mercado cresceu de forma desproporcional ao número de empresas que fornecem esse tipo de material”, explica o estilista Francisco Matias, responsável pela criação da marca. Segundo ele, um evento como Moda Íntima Ceará acaba sendo uma grande vitrine mão apenas para quem desfila, mas para todos os envolvidos. “Sempre apoiamos estilistas e eventos. Com isso, divulgamos a moda do Ceará, fechamos parcerias e construímos nossa marca”, diz. O evento conta com a expertise de Cláudio Silveira, idealizador e organizador do Dragão Fashion Brasil, evento que há quase uma década marca o calendário de moda no País. No Moda Íntima Ceará, Cláudio foi responsável pela direção artística, fazendo a produção e montagem dos espaços e estandes. Visibilidade extra foi garantida pela presença de atores na passarela, como Rafael Calomeni e Júlio Rocha. ™

Animal prints evidenciam o lado mais sexy. Esta é da Fina Paixão.

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Residência Oficial recebe Fortaleza Fashion Week T: ROGILTON CONDE ® | I: ROBERTA BRAGA

m outras edições foi no hangar da Base Aérea; desta vez, na Residência Oficial do Governador. Em meio a um belo projeto de paisagismo, na época inspirado em Burle Marx e assinado por Laccy Silva, entre outros arquitetos, para a edição 2004 da Casa Cor Ceará, o Fortaleza Fashion Week se instalou muito bem no renovado cenário. Aproveitou um grande galpão para montar passarela de 50m e apresentou as coleções da Forum, Cantão, Jef, Maria Chic, Folic, Westfall, Cláudia Simões e Lenita Negrão em três noites de passarela para convidados. Lineup essencialmente composto por grifes não nascidas em Fortaleza, mesmo assim o FFW deu novamente o ar de sua graça na cidade, atraindo fashionistas, que se revezavam nas cadeiras da sala de desfile, dos quiosques e restaurante instalados pelos jardins. ™

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CláUDIA SIMÕES 070



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A César o que é de César T: ROGILTON CONDE ® | I: ROBERTA BRAGA

A primeira edição do evento DA KALIMO rolou no Mucuripe Club, em Fortaleza, e reuniu grifes locais. Cara do verão: branco com volumes, franjinhas E mangas bufantes (Anne)

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Amy Winehouse traduzidA no look urbano (Kokid)

ais do que se esperava. Foi um evento curtinho, de apenas uma noite, reunindo marcas cearenses para mostrar, em passarela, criações especiais com tecidos da malharia Kalimo. Nas mãos de Cláudio Silveira, o evento cresceu, teve estrutura bem montada e recebeu mais de 500 convidados.

No camarim, momentos antes do corredor branco, 27 modelos. Lá, já se viam as apostas para o alto-verão 2009: tons ácidos e frescos nos verdes, azuis turquesa, lilases e roxos, cores neutras e cáqui, a família dos corais e cerejas, amarelo e vermelho tomate faziam parte das coleções em hype modal, skincotton, viscocrepes, sedas e outros da linha dos tecidos leves, fluidos. Amarelô, Anne, Cholet, Colméia, D’Metal, Famel, Fruty’s Brazil, Kokid e Miss Clara exibiram 10 looks, cada, e destacaram um verão sólido, com propostas urbanas, composés de estampas em patch, vestidos longos, shortinhos com volume e leves sobreposições. Os cabelos e maquiagens foram um capítulo à parte, reinando um estilo Amy Winehouse em, pelo menos, duas passarelas. O DJ confirmou a música. Coisas de globalização. Fortaleza confirma sua expressão no mercado da moda, quando falamos na época mais quente do ano. Na terra do eterno sol – interrompido apenas pela “estação das chuvas” – trabalhar verão é o mesmo que perguntar se macaco quer banana.™ 072

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Coletivo de casa nova T: MÔNICA LUCAS ® | I: CHICO NETO ®

Em tempos de individualidade exacerbada, o grupo de estilistas cearenses não apenas fortalece a união em novo (e maior) espaço, como agrega novas parcerias na ColetivoPosh.

niciativa bacana e bem sucedida, o Coletivo está de casa nova. Menos de um ano após abrir as portas no bairro de Fátima, o grupo de estilistas se muda para um espaço maior e, com isso, toma mais fôlego para seguir adiante. Desde meados de julho, a loja funciona em parceria com a Poshdoll, no Dionísio Torres. Além das roupas do Coletivo, uma série de outros projetos foi agregada.

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O objetivo agora é se firmar como multi-marcas, acessível e com apelo de moda. Além disso, funcionará no local o Coletivo Lab, voltado para a divulgação do potencial criativo de estilistas iniciantes do Ceará. Para garantir presença, é preciso ter produto, acabamento, coerência e, principalmente, capacidade de produção. O pacote se completa com a assessoria de beleza da BackStage e um mini sex-shop. “O início foi despretensioso, mas nossa história deu certo e em pouco tempo o espaço físico estava pequeno”, conta Francisco Matias, o primeiro coletivo. Com vários estilistas egressos do Dragão Fashion, o grupo foi ganhando visibilidade e realizou eventos por Fortaleza, como o desfile nos jardins do Theatro José de Alencar, em outubro do ano passado, e a apresentação no Cine São Luiz, em paralelo ao Dragão deste ano. Do Coletivo original, alguns resolveram seguir independentes, mas o projeto continua atraindo novos designers, caso de Conceição Barros (com a marca Sei...). Outra novidade é o fato de que as peças não serão mais separadas por araras para cada estilista. Agora, tudo estará sob a etiqueta Coletivo. Cândida Lopes, integrante do grupo desde o início, explica: “A gente já trabalha muito junto, então isso vai reforçar essa característica, embora cada um mantenha sua identidade”. ™ 074

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Look de Lindebergue Fernandes para Coletivo em desfile, com inspiração na obra de Nelson Rodrigues, no Cine São Luiz, durante o Dragão Fashion Brasil.


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Cena de cinema T: MÔNICA LUCAS ® | I: REPRODUÇÃO

Elemento essencial da narrativa cinematográfica, o figurino ganha atenção especial em Fortaleza. A Sessão Dener de Cinema promete trazer, uma vez por mês, um exemplo de uso bem sucedido da moda nas telas. Gratuitamente, sempre na primeira quinta-feira.

o cinema, uma roupa é muito mais do que uma roupa. É uma forma de representar visualmente a psique de um personagem. Em alguns casos, porém, a relação extrapola as telas e toma outras dimensões no mundo real. Caso do figurino de Bonequinha de Luxo, marco não apenas do cinema, mas da década de 60 e de um novo tipo de glamour, minimalista e sexy.

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Não por acaso o clássico de Blake Edward, estrelado por Audrey Hepburn, foi o escolhido para inaugurar a Sessão Dener de Cinema. Na época de seu lançamento, 1961, quando o cinema ditava moda como ninguém mais, todas queriam ser como Holly Golightly. Aliás, ainda hoje, quem não quer? O responsável pelo fenômeno foi o francês Hubert de Givenchy, eterno parceiro de Audrey em seu estilo inconfundível. Givenchy foi o mais bem sucedido estilista na empreitada, mas não o único. Desde a década de 30, as poderosas indústrias da moda e do cinema uniram forças para criar looks inesquecíveis e, acima de tudo, desejáveis. Entre tantos outros, imprimiram sua marca nas telas Coco Chanel, Giorgio Armani e Yves Saint Laurent. Esse último é o responsável pelo figurino de Catherine Deneuve em A Bela da Tarde (1967), de Luis Buñuel, cartaz da sessão de 7 de agosto.

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Mais informações em www.meuqueridoacaro. blogspot.com 076

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Com essa matéria-prima, as amigas Isadora Galas, Júlia Braga, Lia Damasceno, Tarsila Furtado, Thaís Alberto e Themis Memória estão tocando a Sessão Dener de Cinema, no Centro Cultural Sesc Luiz Severiano Ribeiro, em projeto contemplado pelo Edital das Artes da Prefeitura. “O objetivo é reunir pessoas que gostem de moda e de cinema e criar um grupo que venha acrescentar à sessão. Adoramos gente que leva a moda pra além da aparência”, explica Lia Damasceno.

Apesar de prejudicado pelo atraso na primeira noite – em razão da sessão comercial anterior – o projeto segue firme e forte no nosso Cine São Luiz. “É difícil desistir de um cinema lindo como aquele. Puro luxo. Resolvemos lutar pela sessão e, aos poucos e com o apoio do público, podemos ir ganhando respeito”, conta Lia. As sessões serão sempre na primeira quintafeira do mês, às 20h30, e funcionarão como um cine clube, com carteirinhas e carimbos. Dez presenças marcadas valem uma camiseta da sessão. E não vai ficar nisso. Como a Sessão Dener é realizada pelo acervo do Meu Querido Ácaro, outras ações serão divulgadas posteriormente. Lia antecipa que os planos são de fazer pelo menos um desfile e conversas após o filme. Ela acrescenta: “A gente quer também que o blog seja utilizado como um espaço de discussão e opiniões, tanto sobre os filmes como sobre a própria sessão”. ™

O MUNDO DE DENER

As criações de Dener Pamplona de Abreu são consideradas o marco inicial da roupa brasileira com estilo próprio. Até então, modistas copiavam a alta costura francesa. Vestiu atrizes, primeiras-damas e a boa parte da high-society nos anos 50 e 60. O mundo mudou, e o capital também: surgiram os novos-ricos, outros valores e Dener morreu com apenas 42 anos, empobrecido e triste com os novos tempos. É dele o primeiro figurino assinado no cinema nacional: Moral em Concordata (1959), de Fernando de Barros. Suas saias volumosas e acinturadas vestiram Maria Della Costa.


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Caiu na rede T: MÔNICA LUCAS ® | I: CHICO NETO ® E BRUNO DINIZ

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Antes considerada vitrine de designers em início de carreira e com poucos recursos para mostrar seu talento, a blogsfera agora vem ganhando a presença de pesos-pesados da moda brasileira. Alexandre Herchcovitch, Jum Nakao, Thaís Losso e Rita Wainer são alguns dos nomes que, mesmo deitados no berço esplêndido da fama, recorreram ao brainstorm internético dos blogs.

conteúdo varia, tratando desde a vida do estilista a novidades sobre a marca, além de generalidades. Em seu blog, Marciana conta como foi seu carnaval no Rio de Janeiro, enquanto no da marca Antes de Paris são anunciadas liquidações, inclusive com fotos e preços. Ficamos sabendo de um chá com Tomie Ohtake e Yoko Ono na agenda do estilista Jum Nakao e acompanhamos, através de auto-retratos, viagens para Bangkok e uma fase clown de Alexandre Herchcovitch. Inspirações para uma futura coleção?

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Para quem se interessa pelo processo de produção de moda em si, a mão na massa, o mais interessante é o blog de Melk Zda, com croquis e detalhes das próximas coleções e making-of de catálogos. Fotos mostram trabalhos peça por peça. E tem o melhor nome: Melk Azedo. Os estudantes também podem encontrar dicas no blog da Thaís Losso: como montar uma marca própria e como trilhar o caminho do jornalismo de moda.

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Para conhecer mais trabalhos do jovem ilustrador Bruno Diniz: http://bruno-sensei. deviantart.com 078

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http://blog.antesdeparis.com.br www.marciana-online.blogspot.com www.melkzda.blogspot.com http://mundodetheodora.blogspot.com www.thaislosso.blig.ig.com.br www.alexandreherchcovitch.wordpress.com

E quem pensa em blogs cheios de recursos, se engana. Com exceção de Thaís Losso, hospedada no iG, esse pessoal parece gente como a gente – pelo menos no mundo dos blogs. O layout mais bonito e bem cuidado é o da Theodora, de Rita Wainer, mas assim como os outros é um template padrão customizado, de serviços gratuitos, como Wordpress e Blogger. Quem será o próximo? ™


DOIS ® CULTURA

VIRANDO A PÁGINA ENTRE E O EQUILÍBRIO DO “LOCALISMO” E DO “COSMOPOLITISMO” DA PROPAGANDA. E COMO “EQUILIBRAR” LIVROS NA PAREDE. Desde a primeira página, você vai encontrar os bordões mais lembrados da história publicitária cearense, no mais recente livro de Gilmar de Carvalho. Os ensaios sobre o metiê ainda ganham links com a propaganda nacional e com a MPB, artes plásticas e política. Para reunir estes ensaios e seus outros livros preferidos, dicas de estantes e prateleiras.

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egando carona num dos bordões talvez mais lembrados da história publicitária cearense, no qual um certo gerente enlouquecia e barateava os preços de uma loja, o jornalista, publicitário, pesquisador de cultura popular e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Gilmar de Carvalho aproveitou sua experiência na área e, ao longo de 25 anos, debruçou-se sobre o assunto para, somente agora, lançar mais um livro. Após Publicidade em Cordel (1994), chega às livrarias O Gerente Endoidou - Ensaios Sobre Publicidade e Propaganda. A demora tem sua explicação. “Quando me dei conta, vinha fazendo esse livro há muito tempo. Talvez ele tenha tido início quando, por sugestão da (curadora de arte) Dodora Guimarães, fui contratado pela Scala Publicidade, em 1978. Fazia assessoria de comunicação.

Escrevia, guardava, juntava anotações, materiais, recortes, reprints, cordéis, jingles. O resultado está aí, não como acumulação, mas como ponto de partida para uma reflexão sobre a publicidade feita no Ceará”. O resultado, devidamente “maturado, revisto e ampliado (ou reduzido)” de acordo com o próprio, parte do presente mas aponta um projeto de futuro. “Não quis fazer um livro nostálgico. Alguns ensaios foram acrescentados, como os que falam da relação da publicidade com a música popular brasileira (incluindo, claro, os cearenses), com as artes plásticas (forte a presença de Aldemir Martins), com a poesia (recuperei, na Gazeta de Notícias, um poema de Francisco Carvalho sobre os preços altos do cemitério Parque da Paz, de 1972). Parti do nosso umbigo cearense e ampliei o foco. Falo de Andy Warhol e Romero Brito, de Drummond e dos shows da Rhodia (Momento 68)”.

“Na Esmeralda, o gerente endoidou e o preço baixou!”. O bordão, utilizado pelo autor no título do livro, é criação do publicitário cearense Tarcísio Tavares, o TT, um dos fundadores da primeira agência local – a Publicinorte – juntamente com Eduardo Brígido, pai (Dudu) e filho (Maninho).

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Mais “urbano” que o anterior na mesma área, cuja preocupação foi discutir a chamada “linguagem cearense de publicidade”, onde recorria-se sobretudo ao humor, O Gerente Endoidou preocupa-se com o que acontece a partir da capital. “Mas o que é Fortaleza, senão a maior das cidades sertanejas? Tenho muito interesse (e isso não está muito no livro) pelo Beco da Poeira, pela Feira da Parangaba, pelo entorno da Praça da Sé. Minha Fortaleza não é apenas a dos shoppings, dos flats, das franquias, das bandeiras dos hotéis estrelados. Meu olhar faz uma varredura menos hipócrita e mais realista de nossa indigência, da concentração de renda, da ostentação das elites e da vergonha que nos causa o fato de sermos pobres e feios, mesmo quando vestimos grifes e ‘nos achamos’ vivendo numa ‘metrópole’”. Avesso aos merchandisings televisivos e apreciador do bom e velho varejo, Gilmar finca o “reclame” local em três alicerces: determinação, espírito aguerrido e irreverência. E confessa: “Fazemos milagres aqui. Temos verbas pequenas. Forte influência ideológica da esfera pública e governamental. Um varejo muito apegado aos pregões de feira e aos gritos. Mas, mesmo assim, ou apesar disso tudo, fazemos uma publicidade criativa, interessante e antecipadora, em muitos casos”.

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œ Fazemos milagres aqui. Temos verbas pequenas. Forte influência ideológica da esfera pública e governamental. Œ E de frustrações... “Digo que uma das minhas grandes foi nunca ter criado uma campanha para a (loja) Esmeralda. Adoraria ter mostrado minha versão para a loucura do gerente. Pensei em vesti-lo de Napoleão, batalhando na frente da loja; de Nero, tocando fogo nas peças; de Arthur Bispo do Rosário, se preparando com seu manto para chegar à presença de Deus; e da Burra Preta (espécie de Madame Satã cearense. Negro e homossexual, tornou-se personagem folclórico na Praça do Ferreira, por sua bunda avantajada e fama de valente), de bustiê e micro-saia, escandalizando uma Fortaleza que ainda conseguia se surpreender com seus excêntricos, nos anos 1970”.


DOIS ® CULTURA

Egresso de uma época em que os publicitários ficavam “à mercê dos caprichos, do ‘achismo’ de muita gente de fora, era caro fazer filme e o rádio era tratado como ‘primo pobre’”, Gilmar de Carvalho até cogitaria a possibilidade de retornar ao metiê, porém “apenas para fazer uns freelancers. A atividade exige uma velocidade que eu ainda tenho, mas não quero me desgastar. Prefiro as salas de aula”. Atualmente, ministra a disciplina “Introdução à Comunicação” para alunos de Publicidade e Propaganda. Com O Gerente Endoidou, no entanto, Gilmar pretende aguçar a curiosidade “não apenas de publicitários, estudantes e professores, mas de todos que se preocupam com essas questões tão sedutoras e cruciais no mundo em que vivemos”. Para ele, o desafio maior com o livro é buscar em nossa publicidade um equilíbrio entre o “localismo” e o “cosmopolitismo”, num contexto de sociedade de consumo. Talvez, antes que outro gerente endoide... De vez! ™

SELF-SERVICE

O Gerente Endoidou - Ensaios Sobre Publicidade e Propaganda, de Gilmar de Carvalho. Omni Editora, 2008. 154 pág. Preço médio: R$ 45. À venda nas livrarias Acadêmica, Oboé, Livro Técnico e Lua Nova.

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TOP SEVEN

Porta-livros

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As peças em tora de pinus do designer Pedro Petry são totens em quatro alturas diferentes. Além de estantes, funcionam como móveis de apoio, mesas laterais ou banco. Possuem rodízios na base para facilitar o deslocamento. Disponível na Dpot. 084

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Para muitos, um dos prazeres inerentes à leitura é catalogar os livros e arrumá-los em uma ordem própria. Algumas estantes e prateleiras podem contribuir para deixar a casa não apenas organizada, mas também mais bonita ou divertida

O porta-livros No Ar, da Imaginarium, passa a impressão de que os livros estão suspensos sem apoio. O segredo está na chapa de aço revestido que é fixada na parede com pequenas presilhas e se esconde dentro do livro que está na base da pilha. Tem capacidade para até 9 quilos – o equivalente a nove livros.

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Na Casa 21, encontramos a dinâmica estante Airumá, com design de Arthur Casas. A estrutura é confeccionada em MDF certificado e folhas de teca, já as portas e prateleiras são em alucobond.


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Inspiradas na obra do pintor homônimo, as caixas Mondrian vêm em 40 variações de tamanho e acabamento, que juntas podem formar móveis diversos em modelos e tamanhos. Em lata ou madeira, as peças dos designers Mauricio Lamosa e Flávio Borsato podem ser encontradas na Ouvidor Interiores.

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Vazado e com iluminação especial para deixar os livros aparentes, o móvel Ouriço pode ser encontrado na Ouvidor Interiores.

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Usada em repetição, a estante Dixon, do designer Flávio Borsato, é ideal para preencher toda uma parede ou dividir ambientes. Seus nichos em diversos tamanhos proporcionam equilíbrio dinâmico na composição. Diversas opções de cores, na Dpot.

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A estante modular empilhável Topo, à venda na Tok Stok, é feita em MDF com acabamento em laminado melamínico de baixa pressão e bordas enceradas. Possui sistema de travamento em perfil de aço com acabamento em pintura epóxi-pó. JUL|SET

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Guitarras à mão e muitas canções na cabeça T: LAÉCIO RICARDO ® | I: DIVULGAÇÃO

Confirmando a boa fase do “rock cabeça-chata”, “O Garfo” e “Red Run” despontam como promessas para expandir as fronteiras musicais cearenses. De um lado, versatilidade instrumental; do outro, uma aposta no binômio punk e new wave

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os poucos, Fortaleza vai se firmando no cenário da música independente tupiniquim. Depois da ascensão de Montage, O Quarto das Cinzas e da “meio-diva” Karine Alexandrino, duas bandas despontam como promessas para expandir nossas fronteiras sonoras: O Garfo e Red Run. Além dos sugestivos nomes, ambas compartilham a paixão pelo rock autoral, de qualidade, sem concessões para os amantes das melodias fáceis. O que não implica em hermetismo, ressalte-se. Com mais tempo de estrada, a Red Run foi formada em julho de 2005, por colegas que há tempos compartilhavam idêntica predileção musical. Uma afinidade cultural que se reflete também no nome adotado pelos integrantes, extraído de influências literárias (John Fante) e cinematográficas. Depois de breves alterações, a corrida vermelha congrega hoje os músicos Thiago Montana (guitarra/vocal); Anderson Bandini (guitarra); Davy Rider (bateria); e Deivy Hell (baixo). Seu estilo é descrito como uma ponte entre o punk e a velha new wave – um coquetel sônico promissor.

ORGULHO DE SER INDEPENDENTE Seguindo à risca o preceito maior do punk (do it yourself), que celebra a autonomia musical em oposição à política excludente das grandes gravadoras, o grupo já lançou dois EPs: o primeiro, Red Book Magazine, no final de 2005; e o mais recente, Acid Minds of a Lost Youth, no começo de 2007. “Ser independente é muito 086

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RED RUN FOTO: DIVULGAÇÃO


O GARFO FOTO: ANALICE DINIZ

complicado. Você toca e é empresário ao mesmo tempo, e um bom marketing pessoal é extremamente necessário. No todo, andar na contramão é apostar no arriscado e se dar para o inusitado, é conseguir enxergar sendo cego e conhecer somente 20% de onde se pisa”, diz o vocalista Thiago Montana. A dedicação à música, contudo, tem gerado bons frutos aos corredores, que já produziram dois clipes de suas canções (“Hard Shine” e “Dead Sound”) e, no início de junho, foram eleitos “banda da semana” na MTV. Participações em festivais também têm sido uma constante, a exemplo dos locais Feira da Música e Ceará Music. Este ano, o grupo, juntamente com O Garfo, foi um dos cinco finalistas, entre mais de 100 bandas do Nordeste, da seletiva do Abril Pro Rock 2008, badalado festival recifense. E as novidades não cessam: segundo Montana, a Red Run está fechando uma parceria com uma produtora de São Paulo para uma série de shows pelo Sul/Sudeste, além de possíveis apresentações no Velho Mundo.

APOSTA NA ORIGINALIDADE No release oficial de O Garfo, a descrição da sonoridade da banda propõe um divertido quebra-cabeça: música transgênica. Stoner-pop, post-eletro e pré-future, solucionado pelos próprios integrantes – “brasileiro, até que provem o contrário”! A idéia não é fugir dos rótulos ou dificultar a vida dos jornalistas, mas ressaltar a aposta do grupo na originalidade instrumental e ratificar a idéia de que ser independente não é, necessariamente, sinônimo de amadorismo.

Em atividade há pouco mais de um ano, O Garfo é formado pelos amigos Felipe Gurgel (baixo); Vitor Colares (guitarra); e João Victor (bateria) – os dois últimos também integram a banda 2Fuzz. Em agosto, será lançado o primeiro EP do trio (A Cria de Frank Einstein), inicialmente na Internet e, a partir de outubro, no formato CD. “Trata-se de um aperitivo extraído de 11 canções do nosso repertório. O título é uma junção do nome de duas músicas e dialoga com o nosso som: algo meio orgânico, meio robótico”, destaca Felipe Gurgel. Apesar da inovação promovida pelas novas mídias de comunicação, que atuam como importante canal de difusão para os independentes, o baixista insiste que o grande desafio para a banda e seus pares é não se acomodar com tais facilidades. “Vivemos num trânsito caótico de informação musical. Então, é preciso dinamizar a carreira, entender a banda como um investimento e superar os anos 80, que sustentou por muito tempo a idéia de que se você tivesse algum talento e caísse nas mãos certas iria estourar”, ironiza o músico.

NA REDE

O Garfo http://www.tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=77637 www.myspace.com/ogarfo www.orkut.com/Community.aspx?cmm=36281616 Red Run www.tramavirtual.com.br/artista/red_run www.myspace.com/redrun www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=7856264 JUL|SET

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MÚSICA

CINEMA

ARTE

™ Ney Matogrosso é mesmo inclassificável. Depois do formato recital do último trabalho, seu mais recente show tem tom perfomático. Ney montou uma banda e reuniu um explosivo repertório de Cazuza a Arnaldo Antunes, de Caetano a Chico, e batizou tudo de “Inclassificáveis”. Quando: 06/09. Onde: Siará Hall (av. Washington Soares, 3199 - Edson Queiroz. Fortaleza/CE). Quanto: a consultar. Info.: (85) 3278 8400.

O Mistério do Samba (Brasil, 2008). Documentário. De Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda. A cantora Marisa Monte conduz personagens e histórias da Velha Guarda da Portela, grupo de veteranos artistas de uma das escolas de samba mais populares do Rio de Janeiro. E ainda com depoimentos de nomes como Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. Estréia: agosto.

™ A Feira da Música em Fortaleza vem construindo uma rede sólida e integrada dentro do mercado da música independente no Brasil. Em sua sétima edição, reúne gravadoras, produtoras e editoras de todo o país. No palco, nomes que estão despontando no cenário nacional e aqueles que já estão na estrada, como o Quarto das Cinzas. Quando: de 20 a 23/08. Onde: vários locais pela cidade. Quanto: grátis. Info.: www.feiramusica.com.br.

™ Ensaio sobre a Cegueira (Blindness. Brasil/ Japão/ Canadá, 2008). Drama. De Fernando Meirelles. Adaptação do premiado livro escrito por José Saramago, que conta sobre uma inexplicável epidemia de cegueira que se alastra rapidamente. No elenco, Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Gael García Bernal, Danny Glover e Sandra Oh. Estréia: setembro.

™ Desde seu mictório assinado, Marcel Duchamp vem provocando controvérsias. A maior exposição brasileira que reúne as peças do artista francês está em cartaz: Marcel Duchamp: Uma obra que não é uma obra de ‘arte’, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Quando: até 21/09. Onde: MAM (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, Parque do Ibirapuera/SP). Quanto: R$ 5,50. Info.: (11) 5085 1300.

As figuras mitológicas e as formas sexuais de Francisco Brennand estão na exposição Um Pedaço da Alma de Brennand. Esculturas, pinturas e desenhos do artista pernambucano chegam a Fortaleza através do Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante. Quando: até 10/08. Onde: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema. Fortaleza/CE). Info.: (85) 3266 7872.


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EVENTOS

TEATRO

DANÇA

™ Numa mesma “maratona literária”, Ana Maria Machado, Lygia Fagundes Telles, Fernando Morais e Guillermo Arriaga. Estes são apenas alguns dos grandes nomes da literatura na 20ª. edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Quando: de 14 a 24/08. Onde: Pavilhão de Exposições do Anhembi. (av. Olavo Fontoura, 1209. São Paulol/SP). Info.: www.bienaldolivrosp.com.br.

™ Apresentações teatrais que têm como fio condutor a solidariedade. Oito espetáculos de companhias de São Paulo, Minas, Bahia e Ceará fazem parte da Mostra Brasileira de Teatro Transcendental. A mostra é realizada anualmente com fins solidários. Quando: de 19 a 24/08. Onde: Theatro José de Alencar e terminais de ônibus da capital. Quanto: doações. Info.: (85) 3260 5140 ou www.teatrotranscendental.com.

™ A montagem Cruel, da Cia. Deborah Colker, traz 17 bailarinos no palco mas, desta vez, Deborah fica apenas no comando. A coreógrafa explica que não é um espetáculo sobre a crueldade, mas um olhar cruel sobre temas como amor e família. Cenário de Gringo Cardia e figurinos de Samuel Cirnansck. Quando: 30/08. Onde: Praça Verde do Dragão do Mar de Arte e Cultura. Quanto: R$ 15 (pista) e R$ 30 (cadeira). Info.: (85) 3488 8600.

O jeito cearense de morar. Este é o tema da Casa Cor Ceará 2008, que irá reunir 42 ambientes na residência de Fernanda e Ruben Furlani. Para comemorar os dez anos do evento, uma volta dos profissionais que participaram da primeira edição. Quando: de 08/10 a 09/11. Onde: rua Augusto Jaime Benevides, nº 1100, Édson Queiroz. Fortaleza/CE. Quanto: R$ 22. Info.: www.casacor.com.br/ceara

Preparações para a 15ª. edição do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga. Como em anos anteriores, a programação traz espetáculos de teatro, cultura popular e música. Quando: de 12 a 20/09. Onde: Teatro Municipal Rachel de Queiroz e outros locais em Guaramiranga. Quanto: preços variados. Info.: (85) 3321 1405 ou www.agua.art.br.

O grupo Corpo faz nova turnê com antigos espetáculos, “contaminados” com raízes brasileiras e trilhas musicais especialmente compostas para suas produções. Caso da volta de Breu (2007), com trilha do pernambucano Lenine, e 21 (1992), que deu início a esta regra musical. A turnê não passa por Fortaleza. Quando: 13 a 24/08. Onde: Teatro Alfa (rua Bento Branco de Andrade, 722. São Paulo/SP). Quanto: R$ 30 a 90. Info.: (11) 5693 4000.

As informações sobre data, horário, local e preço e imagens são divulgadas pelos realizadores de cada evento. A SEVEN não se responsabiliza por eventuais mudanças de programação. Para participar, mande material para: agenda@sevenmagazine.com.br. JUL|SET

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Boneca de boa sorte É difícil resistir, afinal, é cada uma mais linda que a outra. A kokeshi, tradicional bonequinha artesanal japonesa, encanta e vira item de colecionador no Brasil. Em Fortaleza, ela faz parte do acervo da Zou Cultural

onecas, definitivamente, não são mais coisa de criança. Alguns modelos, inclusive, fazem mais sucesso entre adultos. Caso dessas bonequinhas típicas do Japão, chamadas kokeshi. Na verdade, mais do que brinquedos, elas são objetos decorativos e representam desejos de boa sorte quando ofertadas. Portanto, se ganhar uma dessas, esteja certo das boas intenções de quem deu o presente.

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As kokeshi são produzidas em todo o Japão, mas a tradição remonta à região de Tohoku, nordeste do país. É lá que integrantes de uma comunidade que vive nas montanhas como ciganos mantém as técnicas, passadas de geração a geração. Diz-se que estas bonecas foram feitas originalmente em meados do período Edo (entre 1600-1868), para serem vendidas como souvenires aos visitantes das fontes termais do local.

Além da kokeshi tradicional, há o estilo moderno, também conhecido como kokeshi criativo, que são trabalhos de arte torneada, criados para expressar certos temas. O design da versão moderna chama a atenção pelo colorido dos trajes. A coleção completa é composta por 24 modelos, em oito cores. Cada unidade traz um tag, que explica a personalidade de cada boneca. Yoko, Arisa e Lee são algumas delas, que representam sucesso, fortuna e criatividade, respectivamente. Essas bonequinhas fazem tanto sucesso que são apresentadas em exposições de design e vendidas em lojas especializadas. Não é mais preciso ir ao Japão para adquirir uma autêntica kokeshi. Em Fortaleza, por exemplo, a Zou Cultural já atrai vários tipos de colecionadores, graças ao seu arquivo que inclui toy arts e vaquinhas da Cow Parade. Agora, a loja ampliou o estoque e já possui a coleção completa de kokeshi. ™


TRÊS ® GASTRONOMIA

BRINDE A BACO OU A DIONÍSIO, SEU EQUIVALENTE GREGO. O MOTIVO? O VINHO VEM SE TORNANDO A BEBIDA QUE MAIS GANHA ADEPTOS NO BRASIL. Considerado o néctar dos deuses, o vinho sempre representou papel importante na religião e na cultura. E na mesa de muitos países, como na vizinha Argentina ou na França. Como os seguidores de Baco vêm aumentando no Brasil, resolvemos dar um gole nesta nova mania nacional. Fomos da propriedade da uva aos acessórios que tornam ainda melhor um bom vinho.

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ábito até pouco tempo tido como esnobe e reábito até pouco tempo tido como esnobe e reservado a quem tivesse dinheiro sobrando, beber vinho caiu no gosto da classe média brasileira. Não é preciso mais esperar a Páscoa ou o Natal para se deleitar com a bebida. O vinho já faz parte do almoço de domingo, dos encontros com amigos e, para alguns, uma taça diária é sagrada para manter a saúde do coração. O consumo anual no País é de 2 litros per capita. Ainda é pouco se comparado aos 11 litros de cachaça e 47 litros de cerveja que o brasileiro bebe por ano. Mas as perspectivas são positivas. ”À medida que o consumidor se permite conhecer o vinho, busca se aprofundar. Antes os parâmetros do brasileiro eram as outras bebidas, agora ele já faz a comparação entre os próprios vinhos”, afirma Rodrigo Moraes, gerente da Expand Store em Fortaleza. Ainda estamos longe dos quase 30 litros consumidos pelos nossos vizinhos argentinos ou dos mais de 50 litros na França. A diferença é que enquanto o consumo cai em tradicionais mercados da Europa, sobe em países emergentes. O Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) estima que o consumo per capita brasileiro chegará a 9 litros em quinze anos. O crescimento é exponencial. Somente no Pão de Açúcar, segundo Carlos Cabral, consultor de vinhos do grupo, as vendas aumentaram 10% em 2007 e este ano já são 18% maiores. “Hoje o consumo é 50% maior que há cinco anos”, diz. Nenhuma outra bebida cresce nesse ritmo. Um bom indício é a demanda pelos cursos de sommelier profissional, com certificação da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers). Nos dois realizados em Fortaleza, na loja Grand Cru, pelo menos 35 pessoas se formaram. É um número considerável, levando-se em conta a duração de seis meses e o investimento total de mais de R$ 2 mil. Mas há opções mais acessíveis para iniciantes, igualmente bem sucedidas. “São cursos que atraem não apenas interessados em seguir carreira, mas também empresários, médicos, advogados, enfim, pessoas que querem ter um conhecimento maior”, conta Rodrigo Moraes, que é também sommelier na Expand Store.

œ A MEDIDA QUE O CONSUMIDOR SE PERMITE CONHECER O VINHO, BUSCA SE APROFUNDAR. Œ RODRIGO MORAES | GERENTE DA EXPAND STORE

A nossa descoberta do vinho não foi por acaso. Com a abertura do mercado aos importados, ainda na década de 90, ficou mais fácil encontrá-los. A valorização do real nos últimos meses deixou-os mais baratos, ainda que os impostos tenham evitado uma queda mais expressiva. Em contrapartida, a produção nacional teve que melhorar para não perder espaço. Em oito anos, o Miolo Wine Group – líder brasileiro, ao lado da Salton – investiu R$ 90 milhões em tecnologia, mudas importadas, instalações e equipamentos de última geração e expandiu a produção para o Nordeste. Além disso, contratou a consultoria de Michel Rolland, um dos mais prestigiados enólogos da atualidade. A preocupação é justificada: os vinhos brasileiros, que representavam metade do mercado nacional, hoje são apenas 26%. A importação dobrou em seis anos. A maior parte, cerca de 60%, vem do Chile e Argentina, que adotaram uma política de barateamento do produto para o Brasil. Segundo Luciane Vilaça, representante das importadoras Porto a Porto e Casa Flora, “há muita surpresa na relação entre qualidade e preço. No Brasil, com R$ 50 dá para comprar um vinho muito bom”. Mas ela já observa uma nova tendência: os produzidos em Portugal e Espanha são a “bola da vez”. A FTP Wines, braço vinícola do grupo português Tavfer, por exemplo, está instalando representação no Ceará para distribuição no varejo e no atacado. “Percebemos o aumento do consumo da bebida e estamos com uma boa expectativa. Vamos investir no conhecimento e na cultura do vinho para os diversos públicos”, conta a consultora de negócios da vinícola, Dayane Pires. A princípio serão oito rótulos, abrangendo consumidores das classes A, B e C.

TRÊS ® GASTRONOMIA

Não se sabe precisamente onde e quando ele surgiu, mas na Bíblia o vinho já aparece no primeiro milagre de Jesus Cristo. Algumas interpretações, porém, dão conta de que esse vinho não seria fermentado, portanto, nãoalcóolico. Controvérsias religiosas a parte, o fato é que o vinho novamente protagoniza um “milagre”, dessa vez, de mercado. Não é a bebida mais consumida no Brasil mas é a que ganha adeptos com mais rapidez.


FIM DOS MITOS

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Alguns cuidados devem ser tomados na hora da aquisição. O ambiente da loja deve ser arejado, livre de odores, refrigerado entre 14° C e 16° C e protegido de iluminação direta. A umidade também deve ser controlada, para que a rolha não resseque e permita a entrada do ar ou saída do líquido.

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Engana-se quem pensa que os vinhos dividem-se apenas em tintos e brancos. Além desses mais populares, há, entre outros, o rosé, os diversos tipos de portos (cuja fermentação é interrompida com adição de conhaque) e o vinho verde, muito comum em Portugal, cuja colheita antecipada provoca o característico gostinho mais ácido. Sem falar nos espumantes, essa categoria toda especial. 094

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Além da economia favorável, outro fator contribui para que o vinho esteja caindo no gosto nacional: o fim dos mitos. Se a fama de inacessível caiu por terra, outras crenças vão pelo mesmo caminho. Hoje, se sabe que não se trata de uma bebida exclusiva de clima frio. Os vinhos brancos, por exemplo, são leves, aromáticos e servidos gelados – entre 10° e 12° C – podendo ir até à praia 1. Os tintos também estão liberados, basta escolher as safras mais jovens de uvas como Carmenère, Merlot e Cabernet. Eles têm menos tanino, que é um polifenol responsável pelo amargor e adstringência nos vinhos mais velhos. Ou seja, aquela história de que quanto mais velho, melhor o vinho, também não é 100% verdade. “Os envelhecidos são mais encorpados, melhor processados, mas nem sempre são os mais indicados”, explica Carmen Quixadá, uma apreciadora da bebida, que resolveu aprofundar seus conhecimentos. O Boujolais, por exemplo, é um vinho jovem e de excelente qualidade. Carmen lembra inclusive que, quando começou o consumo no Nordeste, muitas pessoas passavam mal ao beberem esses vinhos fortes sem resfriá-los. A “temperatura ambiente” indicada nos rótulos é a da Europa.

œ NO BRASIL, COM R$ 50 DA PARA COMPRAR UM VINHO MUITO BOM. Œ LUCIANE VILAÇA | REpRESENTANTE DE IMPORTADORAS DE VINHOS

Os rituais do vinho, antes considerados exibicionismos, passaram a ser mais compreendidos, ao mesmo tempo em que deixaram de ser rigorosamente obrigatórios. Para os que desejam se iniciar no mundo da enofilia, a degustação compreende quatro passos básicos. A verificação visual confere se o vinho é limpo. Ao girar a taça, liberam-se os aromas. O cheiro antecipa o “terroir”, que é a relação mais íntima entre o solo e o micro-clima particular, que concebe o nascimento da uva. Por fim, o ato de bochechar permite que todos os sabores do vinho sejam sentidos plenamente. Embora facilite, a famosa harmonização das cores também não é regra fixa. Um bacalhau, por exemplo, combina mais com um vinho tinto do que com um branco. 2 O segredo não é tão complexo, conta a chefe e sommelier Natalie Pinheiro, à frente do restaurante e loja de vinhos Grand Cru em Fortaleza: “Não buscar harmonizar matérias-primas, mas temperos, o que pode ser feito por similaridade ou contraste”. ™

APAIXONADOS POR VINHOS Gostar, ele já gostava há algum tempo. Mas foram as conversas com Djalma Júnior, proprietário da loja Queijos & Vinhos, que levaram o advogado Mário Freire a se aprofundar no conhecimento sobre o mundo dos vinhos. “Comecei a me interessar não apenas pelo produto, mas pela história e cultura que o envolve”, conta. Para ele, o vinho é a bebida ideal para qualquer ocasião, seja para confraternizar com a família e os amigos, comemorar um bom negócio ou até mesmo em momentos introspectivos. Sua preferência recai sobre os tintos e não dispensa um vinho do porto como aperitivo.


TRÊS ® GASTRONOMIA

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TOP SEVEN

Um brinde Um bom vinho pode se tornar ainda melhor com os acessórios certos. Eles facilitam o uso, preservam propriedades da bebida, evitam o desperdício e ainda garantem prestígio junto a Baco.

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Mini adega da marca Black & Decker, bivolt, com painel e controle de temperatura digitais. Possui três prateleiras removíveis em aramado cromado e luz interna. Disponível na Tok Stok, nas cores preto e cinza.

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Mais um exemplo de saca-rolha prático é o Trulever, da Trudeau, que possui deslaminador com quatro cortadores de aço inoxidável para cápsulas em plástico ou metálicas. Vem ainda com apoiador para sacarolhas e cortadores. Também na Emporium Vinum.

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De inox, com visor de cristal líquido, o termômetro da linha Full-Fit envolve a garrafa e indica a temperatura ideal de cada vinho. Produto disponível na Emporium Vinum.

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A taça para vinho da Tok Stok é confeccionada artesanalmente em vidro incolor e colorido soprado com detalhe em relevo.

O saca-rolha Houdini, da Metrokane, oferece uso simples e sem esforço. Basta fechar os cabos, desenhados ergonomicamente, sobre o pescoço da garrafa e empurrar a alavanca para remover a rolha. À venda na Emporium Vinum.

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A tampa de inox para lacrar vinhos da Metaltex permite a passagem do líquido sem interrupções e evita desperdício. Pode ser encontrada na Multicoisas.

O kit Epivac Dual Function Wine & Champagne, da Swissmar, vendido na Emporium Vinum, tem dupla função. Nas garrafas de vinho, remove o ar, prevenindo a fermentação e preservando o líquido por dias. Já para o champagne, injeta ar, conservando as bolhas.


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MADE IN

PARA PICAR T: ANA NADDAF ® | I: SXC.HU

Ir de tapas”. Calma! Nada de brigas ou desentendimentos. A expressão aqui refere-se ao ato de sair de bar em bar consumindo um petisco (ou uma “tapa”, em castelhano), acompanhado de uma bebida. Antes, na Espanha e em muitos lugares onde o boteco era camarada, o petisco - ou a chamada “porção” - geralmente não tinha custo adicional na conta. Mas com as mudanças na economia e, principalmente, com a sofisticação das opções, o que antes era um simples acompanhamento ganhou até status de “prato principal” em muitos menus com direito a preço proporcional. Hoje, é comum encontrar uma boa variedade de estabelecimentos que oferecem um conjunto de entradas que valem mais do que um jantar. A este hábito de comer pequenas porções (mas fartar-se

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PETISCOS

No Brasil, torresmo, linguiça, macaxeira frita e o frango a passarinho são os primeiros da lista.

Um bom livro para começar a “picar”: Las 50 nuevas tapas de Ferran Adrià. Editora Formentera. 098

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como em um banquete) deu-se o nome de “picar” ou “picoteo” entre os espanhóis – os experts em “tapas” – e ganhou o mundo. Estas pequenas porções, que se come em uma ou duas mordidas, viraram verdadeiro fenômeno gastronômico, e grandes chefs, como Ferran Adriá e Martín Berasategui, criaram sofisticadas versões. Vale lembrar que este costume de “picar” é algo tradicional em muitas outras cozinhas, principalmente as mediterrâneas. Um bom exemplo é o chamado “mezze”, que apresenta em pequenas quantias os mais variados pratos da culinária árabe. Este tipo de degustação – que compreende uma roda de amigos, uma boa seleção de petiscos e bebidas para acompanhar – tornouse mais do que apenas uma maneira de começar (ou pular) uma refeição, virou um estilo culinário social. ™

O “mezze” geralmente recebe uma boa variedade de pratos tipicamente árabes, como o “humus” (purê de grão-de-bico) e o “tzatziki” (iogurte com pepino), tudo acompanhado com pão sírio (chamado também de “pita”).

Na Espanha, uma das mais tradicionais “tapas”, criada na Cataluña, é o “pan tomaca” (pão com tomate), que nada mais é que uma fatia de torrada passada no alho cru, com azeite, sal e que leva uma camada de tomate fresco. Uma versão mais sofisticada destas torradas, mas com tudo o que você possa imaginar no topo, são os chamados “pintxos”, originários do norte do país.


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RECEITUÁRIO

Confit de pato pomerol T: MÔNICA LUCAS ® | f: NICOLAS GONDIM ®

chef Natalie Pinheiro, do restaurante Grand Cru, aceitou o convite da Seven para mostrar o uso do vinho também na culinária. Segundo ela, a bebida pode ser usada para flambar, amaciar carnes ou simplesmente conferir um sabor diferenciado à comida. É o caso do confit de pato com molho de manga e cuscuz marroquino, receita que reúne em um só prato três países: a alta culinária francesa, acompanhada de um brasileiríssimo molho tropical e uma das mais tradicionais comidas do mundo árabe. Para acompanhar, Natalie sugere um vinho branco encorpado, como um chardonnay ou viognier, ou ainda um tinto pinot noir. E quem disse que a bebida não combina com doce? Para provar o contrário, uma receita de sobremesa para ser saborosamente degustada ao lado de um vinho do porto tawny.

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Ingredientes

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1 Cox a de pato confitada 2 colheres de azeite 50 ml de creme de leite fresco 30 g de manga cortada 30 g de cebol a picada 10 g de alho amassado 160 g de cuscuz marroquino 1 tablete de caldo de vegetais 200 ml de água 10 g de salsinha picada Pimenta do reino moída Sal e açúcar a gosto

MODO DE PREPARO

Unte a frigideira com azeite e coloque a coxa pra selar (principalmente a pele) e, em seguida, leve ao forno pré-aquecido a 200 graus por 10 minutos. Coloque 10 gramas de cebola, 5 gramas de alho e um pouco de azeite numa frigideira e deixa dourar. Em seguida, coloque a manga e o creme de leite fresco. Tempere com uma pitada de sal e açúcar mais pimenta-do-reino moída, depois bata no liquidificador. Em outra panela coloque a água e o caldo de legumes e deixe aquecer. Separe uma frigideira e coloque o restante de cebola e alho com azeite até dourar, coloque em seguida o cuscuz marroquino e o caldo de vegetais, tampe a frigideira até o cuscuz absorver o líquido. Coloque num prato o molho de manga como base, a coxa de pato em cima e o cuscuz acompanhando. Decore com a salsinha picada.

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RECEITUÁRIO

Globe du Chocolat MODO DE PREPARO DO BOLO Bata numa batedeira os ovos com o açúcar. Em seguida, coloque a manteiga, farinha e chocolate em pó. Unte uma forma pequena com manteiga e farinha de trigo e coloque a mistura no forno por 10 minutos numa temperatura de 200 graus.

Ingredientes PARA O BOLO ™ 1 xícar a de farinha de trigo ™ 1 xícar a de açúcar ™ 2 colheres de manteiga sem sal ™ 3 colheres de chocol ate em pó ™ 2 ovos

MODO DE PREPARO DO GLOBO DE CHOCOLATE

Ingredientes PARA O GLOBO

Derreta o chocolate em banho-maria, e coloque 70 gramas do chocolate numa forma em formato de globo. Prepare a calda, com o chocolate em pó e o restante de chocolate meio amargo com o creme de leite fresco e aqueça no fogo.

™ 100 gr amas de chocol ate meio amargo

MONTAGEM Coloque o bolo com uma bola de sorvete de creme em cima, a casca de chocolate no topo e, em seguida, despeje a calda quente de chocolate meio amargo.

™ 40 ml de creme de leite fresco ™ 50 gr amas de chocol ate em pó ™ 20 gr amas de açúcar confeiteiro


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SINTA-SE EM CASA SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA. SENTE NA “POLTRONA MOLE” DO DESIGNER SÉRGIO RODRIGUES OU NO SOFÁ QUE VOCÊ MESMO MONTOU. Toda casa tem uma história. Pela arquitetura, por suas peças assinadas ou porque o dono está em cada detalhe. Como o designer Sérgio Rodrigues, que faz parte da história da casa brasileira, ao inovar no uso de matéria-prima tropical em seus móveis. Aproveitamos também para conversar com aqueles que adotaram o princípio do “faça você mesmo” no “lar, doce lar”.

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QUATRO ® DECORAÇÃO&DESIGN

dos

O senhor

móveis

T: LAÉCIO RICARDO ® | I: Nicolas Gondim ® e divulgação

Inspirado na cultura tupiniquim e na rica matéria-prima das florestas tropicais, o designer carioca Sérgio Rodrigues promoveu uma revolução no mobiliário autoral brasileiro, que elevou a pátria verde e amarela à condição de referência internacional

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No Brasil, porém, a revolução promovida pelo design tardou a se consolidar e deve muito de seu êxito à obra do carioca Sérgio Rodrigues, hoje com 80 anos, mas ainda em franca atividade. Qual o seu legado nesta seara? Fácil de responder. O triunfo do Movimento Modernista das décadas de 1920/1930 decretou uma renovação das artes, a partir de um distanciamento do academicismo e da mentalidade colonizadora, proclamando uma revalorização da cultura

QUATRO ® DECORAÇÃO&DESIGN

oi-se o tempo em que os móveis eram planejados apenas pelo caráter utilitário e o design considerado um exercício de criatividade dispensável. A efervescência das escolas neste segmento e a ascensão de profissionais de renome internacional provam que funcionalidade, originalidade, estética e inventividade são características apreciadas, sempre, em todos os continentes.

brasileira. Se a arquitetura e o urbanismo encontraram nas figuras de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer os expoentes desta renovação, o design de mobiliário brasileiro, contudo, tardou a experimentar idêntico progresso e evolução. Só no desfecho dos anos 1940, o segmento demonstrou sinais de vitalidade e originalidade, adquirindo características próprias. Na trilha desbravada por Joaquim Tenreiro (artista plástico e mestre marceneiro), surgiram revolucionários como José Zanine Caldas, Geraldo de Barros e, claro, Sérgio Rodrigues. Em oposição às normas internacionais ditadas principalmente pela Bauhaus, que decretara o aço como matéria-prima fundamental, os inovadores do móvel moderno brasileiro se voltaram para suas origens e a riqueza ímpar dos insumos tropicais.

POLTRONA MOLE

EXCLUSIVIDADE NO CEARÁ Para os interessados em se aventurar pela arte renovadora de Sérgio Rodrigues, a Ouvidor Interiores revende com exclusividade no Ceará as criações do famoso designer. Além da badalada “Poltrona Mole” (R$ 5.568,90, sem tecido ou puff), a loja comercializa outras peças de sua autoria, tais como a “Poltrona Quilin”, a “Poltrona Cantun”, o “Banco Mocho”, o “Banco Sônia” e a “Poltrona Diz”. Em atividade no mercado de decoração há 78 anos, a Ouvidor revende móveis e tecidos que conciliam luxo e sofisticação. Localizada na avenida Santos Dumont, a loja ocupa uma área de 650m². Além das peças de Sérgio Rodrigues, seu acervo reúne criações de outros renomados designers, como os brasileiros Sérgio Fahres, Pedro Petry, André Bastos e Guilherme Leite. O catálogo também inclui peças de grifes internacionais como Kartell, Moroso, Dríade e Magis, assinadas por profissionais consagrados, como o francês Philippe Starck, o israelita Ron Arad e a espanhola Patrícia Urquiola. Também especializada em artes, interiores e paisagismo, a loja Zou Cultural, localizada no Shopping Del Paseo, decidiu homenagear Sérgio Rodrigues e sua mais celebrada criação com uma exclusiva camisa assinada pelo designer Marco D. Julio. Nas compras acima de R$ 250, os clientes receberão um exemplar do mimo, cuja estampa comemora os 50 anos da festejada “Poltrona Mole”. A promoção é válida enquanto durar o estoque 1.

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Ouvidor Interiores: Av. Santos Dumont, 3621, Aldeota. www.lojaouvidor.com.br Zou Cultural: Av. Santos Dumont, 3131, Aldeota, loja 245 (Shopping Del Paseo). www.zoucultural.com.br JUL|SET

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POLTRONA VOLTAIRE

Exercício de brasilidade Este grupo pioneiro transformou a linguagem do design de interiores. Generoso no traço e no emprego das madeiras nativas, Sérgio, em especial, defendia uma renovação nas formas, inspirada exclusivamente em referências brasileiras, num exercício criativo que se recusava a macaquear as tendências externas. Lúcio Costa foi um dos primeiros a perceber o impacto de seu trabalho. Para ele, algumas peças de Sérgio resgatavam o espírito da mobília tradicional e importantes aspectos do Brasil indígena – um portfólio que transbordava nossa identidade tupiniquim. Uma lição que até hoje o designer insiste em reafirmar: “O produto, para ser considerado autenticamente brasileiro, além de ser confeccionado com matérias-primas nativas, deve ter como inspiração nossos valores culturais”. Para dar visibilidade ao segmento, em 1955, Sérgio fundou a “Oca”, na capital carioca, uma loja que impulsionou a arquitetura de interiores brasileira, além de funcionar também como galeria de arte. Refletindo o espírito de simplicidade da habitação indígena, em sintonia com sua proposta de incensar a cultura nacional, o estúdio se tornou referência para profissionais de várias gerações. É deste período, precisamente de 1957, uma das mais veneradas criações de Sérgio – a célebre “Poltrona Mole”. 106

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Trata-se de um móvel com pés robustos de jacarandá, estofado molengo de couro, cintas rústicas e encaixes à mostra que, além de extremamente confortável, acentua o espírito de brasilidade de sua arte. Enfim, um triunfo do design, premiado internacionalmente, e que hoje celebra 50 anos de existência. A consagração da peça se deu em 1961, quando arrebatou o prêmio principal da IV Bienal do Móvel, realizada em Cantu, na Itália, após concorrer com 400 candidatos de 35 países. Rebatizada de “Sheriff Chair”, passou a ser cobiçada pelo mercado internacional. Com o feito, o designer carioca acredita que o Brasil passou da condição de “seguidor” para a de “exportador” de tendências. Presente no acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), a peça teve admiradores ilustres. Da rainha Elizabeth II ao presidente americano John Kennedy, do Papa Pio XII ao ex-líder soviético Nikita Kruschev. É sua principal criação, mas nem de longe a única. Sérgio estima que, de sua prancheta, já tenham saído quase dois mil projetos. Hoje, peças do designer constituem o mobiliário de muitos espaços nobres, a exemplo da Embaixada do Brasil em Roma e do Teatro Nacional de Brasília.


CADEIRA KILIN

Novas gerações Criador de sucesso, Sérgio também é um observador atento das produções contemporâneas. Diante de uma peça, interessa-se sobretudo pela estética e o acabamento, a inovação e funcionalidade. Ao consumidor menos experiente, sugere algumas indicações antes de finalizar a compra:“É importante conhecer a origem do móvel e verificar sua autenticidade para evitar cópias que, além de desrespeitar o criador, deturpam o desenho original. Uma criação digna de elogios deve ser atraente, confortável, apresentar bom acabamento e, se possível, referências culturais marcantes”, diz. A repercussão em torno do seu trabalho atraiu novos olhares para os designers brasileiros – hoje, nomes como o dos Irmãos Campana já desfrutam de considerável projeção internacional. Nossa vocação criativa, segundo ele, é ratificada pela expansão das escolas de design em muitas capitais. Porém, para assegurar a qualidade do mercado interno, e sua visibilidade no exterior, Sérgio cobra destes centros uma avaliação mais rigorosa da aptidão dos alunos. “No meu tempo, nos baseávamos na intuição e na experiência. As novas gerações, com o surgimento das escolas especializadas, possuem maiores subsídios para desenvolver seu talento. Estes cursos são importantes, na medida em que acrescentam técnicas para o desenvolvimento de projetos, mas o essencial ainda é a vocação de cada um”, assegura. Sérgio se diverte quando muitos atribuem à sua genealogia um ímpeto congênito para as artes, como se a ascendência genética, neste campo, fosse fator imprescindível para o triunfo individual. A afirmativa, porém, não é de todo absurda. Explica-se: o tio, Nelson Rodrigues, foi jornalista e cronista brilhante, além de principal referência na dramaturgia nacional; e, embora tenha falecido prematuramente, o pai, Roberto Rodrigues, foi notável pintor e ilustrador – para o colega Cândido Portinari, por exemplo, “teria sido um dos maiores artistas plásticos do Brasil”. Uma notável herança familiar, honrada e perpetuada pelas inovadoras criações do designer carioca 2.

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Para conhecer mais do trabalho de Sérgio Rodrigues, visite o site: www.sergiorodrigues.com.br JUL|SET

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Lar, doce lar... e fui eu que fiz! T: MÔNICA LUCAS ® | I: Giovanni Muratori 1

O “faça você mesmo” que marcou o movimento punk continua fazendo adeptos, nem sempre com intenções políticas. Sem tantas contestações, o pessoal está colocando a mão na massa e deixando o lar cada vez mais com a sua cara, de maneira econômica e prazerosa. Prova de tudo isso é que lojas especializadas aproveitam o momento para ampliar o auto-serviço, melhorar o atendimento e vender mais. o it yourself. Hoje é opção, mas já foi palavra de ordem. No fim dos anos 70, o conceito era parte da cultura punk e não dizia respeito apenas à música e suas bandas de garagem. Roupas e informação, por exemplo, também estavam no pacote. Rejeitava-se a idéia de que o indivíduo deve sempre comprar de outras pessoas o que deseja ou precisa, questionando o suposto monopólio das técnicas por especialistas.

œ Às vezes acerto e fica bom, outras vezes não; mas não tem problema, o que vale é o fazer. Œ

O tempo passou e o faça você mesmo ganhou contornos de prazer e economia, bem mais do que princípios éticos. Hoje, pode-se dizer que é a prática de produzir ou fazer reparos por conta própria. Vai desde um blog (versão século 21 dos antigos zines punks) à customização de roupas, que teve seu boom há alguns anos. No design de interiores, há quem faça a festa com tintas, pincéis, serras e uma série de apetrechos.

Nos Estados Unidos, o paraíso desse pessoal é a Home Depot, fundada em 1978 por Bernie Marcus e Arthur Blank. Também presente no Canadá, México e China, as lojas da maior varejista americana de produtos para a melhoria do lar têm um estoque de mais de 40 mil tipos de material para construção e decoração, aparelhos e produtos para casa e jardim, além de 250 mil itens para encomenda.

A desenhista gráfica Yone Saraiva é uma dessas pessoas. “Gosto de fazer de tudo, desde uma toalhinha de fuxico a piso de cimento queimado, como fiz na minha sala, com ajuda de um amigo. Às vezes acerto e fica bom, outras vezes não; mas não tem problema, o que vale é o fazer”, conta. Assim, a casa vai ganhando um toque pessoal: a releitura de uma obra de Paul Klee no balcão da cozinha, com sobras de uma reforma, um painel com ilustração de borboletas no quarto, mosaicos, jarros pintados a mão, pinturas texturizadas nas paredes ...

Aqui também temos nossos representantes do faça você mesmo. As mais famosas, provavelmente, são a TendTudo e Multicoisas. A primeira surgiu em 1987 e hoje está presente em Fortaleza, Recife, Salvador, Goiânia, Brasília e São José do Rio Preto. Três anos antes, em Campo Grande, foi fundada a Multicoisas, também baseada no conceito de auto-serviço. Mas foi somente na década de 90, com o sistema de franquias, que a marca realmente se expandiu, contando agora com 64 lojas. Em Fortaleza, a Mil Idéias e a Mormaço também oferecem material para artesanato.

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Para conhecer mais trabalhos do ilustrador Giovanni Muratori: http://giovannimuratori. blogspot.com 108

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YONE SARAIVA | DESENHISTA GRÁFICA


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Ready Made na arte Enquanto a pioneira norte-americana amargou uma queda de mais de 60% em seu lucro líquido no começo deste ano, conseqüência da crise do setor imobiliário nos Estados Unidos, no Brasil a situação é oposta. Um levantamento da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção) com a consultoria Latin Panel constatou que o brasileiro está gastando 19% mais com sua casa. Com a ampliação da oferta de crédito para a habitação, o mercado de construção, reforma e melhorias para o lar segue no mesmo caminho, tentando melhorar o atendimento. “O setor está crescendo, a mão de obra está mais cara e as lojas estão mais preparadas para atender quem quer fazer o serviço sozinho, ao passar instrução de como fazer e ao oferecer produtos em embalagens específicas para este público”, afirma o diretor de marketing e expansão da rede Multicoisas, Luis Henrique Stockler. Publicações sobre o tema ensinando passo a passo algumas técnicas simples também estão por aí, seja em papel ou no meio virtual. No site www.casa.com.br, por exemplo, há inclusive uma sessão para que os internautas mostrem o quão prendados são. Entre as revistas, a mais famosa é a norte-americana ReadyMade, como esse tipo de trabalho é conhecido em inglês.

ReadyMade. A contestação ao monopólio das técnicas é bem anterior ao movimento punk. O primeiro ready made de que se tem notícia é uma roda de bicicleta aparafusada sobre um banquinho de cozinha, em 1913. Mas quatro anos depois é que viria o mais famoso, um urinol de louça, daqueles usados em sanitários masculinos, invertido e com o sugestivo título “Fonte”. Obra de um tal de R. Mutt, foi enviado para o Salão da Associação de Artistas Independentes, em Nova York. E o destino das artes plásticas jamais seria o mesmo. Era a primeira vez que alguém se apropriava de um objeto produzido industrialmente e o tratava como obra de arte. O autor: Marcel Duchamp, o verdadeiro nome por trás de R. Mutt. Mais citado do que realmente conhecido, o artista não queria fazer graça, mas questionar a condição da obra de arte. Teria ela a ver com a técnica? Com a habilidade? Ou simplesmente levar uma assinatura e ganhar espaço em exposições? Declarando-se um “anti-artista”, dizia que “aqueles que olham é que fazem os quadros”. Essa era a base do Dadaísmo, ou simplesmente Dadá. Segundo o credo dadaísta, a arte não passa de mera falsificação imposta pela sociedade burguesa, uma espécie de válvula de segurança moral, tal e qual o trabalho. Duchamp morreu em outubro de 1968 e, quarenta anos depois, faz muita lógica dizer que foi um punk antes do punk. ™ JUL|SET

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A reinvenção da caixa T: MÔNICA LUCAS ® | I: OTÁVIO RODRIGUES

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Em 1946, Darryl Zanuck, executivo da 20th Century Fox, decretou o tempo de vida da televisão: seis meses. “As pessoas vão se cansar de ficar olhando para uma caixa de madeira todas as noites”, justificou. Quase 60 anos depois, foi a vez de o economista Bruce Owen prever a migração da audiência para a internet. Mas a TV continua firme, forte e gerando novos desejos de consumo

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xercícios de futurologia e discussões de conteúdo à parte, o sonho de consumo do brasileiro ainda, e mais do que nunca, é ela mesma: a TV – grande e esbelta – pendurada na parede. No ano passado, uma pesquisa da consultoria IT Data apontou que notebooks e automóveis foram superados por televisores de LCD e plasma como objeto de desejo das classes A, B e C. A dúvida, quase existencial, é: qual dessas duas tecnologias seria a melhor? O problema é que não existe resposta definitiva, pois cada uma tem seus prós e contras. Um dos atrativos dessas televisões é sua espessura, entre 5 e 8 centímetros. Ideais para pendurar na parede e contemplar como obras de arte do nosso tempo. A princípio, os aparelhos de LCD se prestam mais a esse propósito. São mais práticos, fininhos, leves e portáteis. Qualquer um pode instalá-los, ao contrário das TVs de plasma, que são frágeis e pesadas, devendo ser instaladas por profissionais e penduradas em paredes resistentes. Já no quesito preço, por ser uma tecnologia mais nova, o LCD costuma ser mais caro. Por outro lado, está associado a um baixo consumo de energia, ainda que haja o “backlight”, uma gulosa fonte de energia, com custo de troca bem alto. Principalmente quando confrontado com a meia-vida de até 60 mil horas do plasma. Para efeito de comparação, os tradicionais televisores CRT possuem meias-vidas de aproximadamente 25 mil horas.

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Para entrar em contato com o criativo Otávio Rodrigues: otavio.filho@gmail.com 112

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Quando falamos em qualidade da imagem, o plasma ganha valiosos pontos, apesar do conhecido efeito “burn-in” – que pode “queimar” na tela imagens


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estáticas exibidas por muito tempo, como as marcas das emissoras. Brilhos e contrastes costumam ser mais precisos no plasma, que, porém, deixa a desejar na resolução, pois o LCD é capaz de exibir mais pixels e com maior precisão. Os gamers também têm suas críticas. No plasma, a conversão de formato padrão 4:3 para 16:9 ou 16:10 deixa a imagem esticada na tela, gerando uma distorção perceptível. O LCD não passa imune. Se não há “burn-in”, pode ocorrer o efeito de “stuck pixels”, similar ao de “dead pixels”, mostrando continuamente uma das cores RGB (vermelho, verde ou azul), que formam as imagens na tela. Resumindo: nenhuma delas é perfeita, e a compra mais adequada vai depender do perfil do consumidor. Na opinião do consultor de telecomunicações do Cefet-CE, Glaucionor Lima de Oliveira, o diferencial de preço e tamanho é que leva o consumidor a optar realmente na hora da aquisição. “As duas tecnologias se equiparam e as diferenças são sutis. O peso, brilho e disponibilidade de gravação dos programas também são levados em consideração, mas por um público mais exigente”, diz. Em alguns anos, estas serão as únicas opções de compra, mas o consumidor deve atentar e dar preferência à de plasma ou LCD já preparada para a televisão digital. “O preço vai cair muito nos próximos meses e o público cearense vai ter a vantagem de poder comprar seus aparelhos set top box para a TVD com preços abaixo das capitais que começaram primeiro o processo de digitalização. Não há como escapar do futuro digital”, afirma Glaucionor. ™ JUL|SET

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TOP SEVEN

BEM LONGE DO TUBO Decidido mesmo a trocar de TV? O mercado oferece várias opções, tanto em plasma quanto em LCD, todas com telas bem grandes E espessura mínima.

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A série 7800 de televisões LCD Full HD da Philips possui conversor digital integrado para a tela de 42 polegadas, recurso Ambilight e oferece o potente áudio Philips’ Invisible Sound System, com subwoofers wOOx, que melhoram a performance do som recebido.

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Para quem deseja qualidade de cinema em casa, o modelo plasma TH-50PV80 da Panasonic, com 50 polegadas, traz a tecnologia V-Real3, um processador de imagem capaz de remasterizar o sinal de TV, melhorando a qualidade de imagem do sinal analógico.

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A LG lança no Brasil a Linha de TVs Scarlet, composta por três modelos LCD – de 32, 42 e 47 polegadas. Com estrutura slim (apenas 8 cm de espessura), têm base giratória, cromada e trazem acabamento brilhante “glossy” nas cores vermelho e preto.


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A linha de televisores LCD Full HD Bravia, de 52 polegadas, da Sony já está preparada para recepção digital em alta resolução. Com o recurso x.v.Color, é possível obter uma maior gama de cores quando as imagens são capturadas, gravadas, editadas e projetadas na tela.

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A segunda geração da linha Time Machine da LG traz entrada USB, além da memória interna (HD) de 80Gb. Os novos modelos LCD, com 32 e 42 polegadas, têm acabamento em black piano e quatro opções de rings, nas cores azul, prata, vinho e preto. Com ela, é possível gravar a programação ao vivo.

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O modelo L37W431, de 37 polegadas, da AOC possui conexão HDMI e entrada PC, fazendo com que essa LCD possa ser usada também como monitor para computador (VGA), compatível com Windows Vista.

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A TV de plasma de 50 polegadas Full HD, pertencente à Série 6 da Samsung, conta com o novo design “Touch of Color”, cujo gabinete muda sutilmente de tonalidade conforme a iluminação do ambiente. É possível conectá-la simultaneamente a outros equipamentos de alta definição, como tocadores de DVD e Blu-Ray.


QUATRO ® DECORAÇÃO&DESIGN

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AssinatuRA de luxo

T: MÔNICA LUCAS ® | I: DIVULGAÇÃO

Dois ícones alemães reunidos em uma única peça. Escolha natural de quem tem muito dinheiro, noção de luxo e algo precioso a assinar, a Montblanc homenageia a diva Marlene Dietrich, em edição especial comemorativa.

pós o sucesso da primeira edição especial, dedicada a Greta Garbo, a Montblanc homenageia outra diva do cinema, Marlene Dietrich. Feita de resina negra e pedras preciosas, sua forma foi inspirada na elegância atemporal da atriz e cantora alemã, que influenciou o vestuário e o comportamento de gerações de mulheres.

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Assim como a atriz, a peça é marcante, luxuosa e cobiçada. Completamente redonda no meio e afilada no final da tampa, com incrustação de madrepérola e outras preciosidades, o design exclusivo foi inspirado nas pantalonas características de Marlene Dietrich, com as quais ela revolucionou o mundo da moda feminino.

Gostou? É possível encontrar o modelo em Fortaleza, na Cleide Design, mas vale lembrar: a edição é limitada a 1.901 peças, como referência ao ano de nascimento da diva. 116

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Os detalhes mostram porque, há mais de um século, a Montblanc é sinônimo de sofisticação: a tampa da caneta-tinteiro e da esferográfica é decorada com a assinatura da atriz, o clipe banhado a platina remete a uma gravata e finaliza com uma safira na cor dos famosos olhos de Dietrich. A pena de ouro 18 quilates, feita a mão, inova com o coração da pena em elegante design. Marlene Dietrich 1901 Commemoration Edition é feita em prata de lei 925, tendo o corpo da caneta-tinteiro coberto de fino guilhochê com as formas do arenque que ela tanto apreciava. Possui ainda 16 diamantes na qualidade Top Wesselton, dispostos no anel da tampa.™


CINCO ® VIDA

FORÇA NA PERUCA PARA ASSUMIR A CABELEIRA E TUDO MAIS: DA CABEÇA AOS PÉS. PORQUE VAIDADE AGORA É ASSUNTO DE SAÚDE PÚBLICA. A moda levantou a primeira mecha e se inspirou na história, na música e no cinema para dar forma à cabeça de muita gente. E vamos até a ponta do pé com produtos que protegem a sua pele. Principalmente agora que vaidade a qualquer preço virou assunto de saúde pública. E a nossa colunista Gal Kury comenta como é preciso se reiventar todos os dias para fazer negócios na web.

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À la Antoinette Cabelo_ Eduardo Ferreira Maquiagem_ Eduardo Ferreira (com produtos Lancôme) Modelo_ Erica Montezuma Look_ Lugage 118

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CINCO 速 VIDA

La Laque T: ANA NADDAF 速 | f: NICOLAS GONDIM 速


CINCO ® VIDA

ssuma a cabeleira. Porque parece que o spray de cabelo vai ter que funcionar. A primeira mecha a ser levantada pelo mundo da moda talvez veio com inspiração na versão moderninha de Marie Antoinette, na visão cinematográfica de Soffia Coppola. Se a própria rainha da França levantou a cabeleira a vários palmos antes de perder a cabeça por completo, seu peruqueiro Leonard ganhou vários seguidores, inspirando a beleza de desfiles e editoriais de revistas. A idéia do “pouf” (aumento) veio da consultora de moda (uma das pioneiras nesta área) Rose Bertin. Este extremo criado por Bertin e seguido à risca por Antoinette criou moda na época. E o cabelo estilizado e enorme, uma marca registrada.

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A força na “peruca”, assim como a moda, vem e volta. Os anos 60 que não nos deixam mentir. Qual é a mulher desta época que não usou o velho truque do “bombril” para criar um volumão básico? O estilo saiu do gosto popular, mas ainda manteve admiradores, principalmente no mundo artístico. Como as vocais Kate Pierson e Cindy Wilson do grupo B-52´s e até mesmo nossa entrevistada desta edição, a cantora Karine Alexandrino, que usou o look em seu segundo CD “Querem Acabar Comigo, Roberto”. Mas o comeback definitivo veio mesmo com a londrina Amy Winehouse. A cantora colocou as madeixas para o alto e virou musa de poderosos da moda como o estilista Karl Lagerfeld, que colocou modelos caracterizadas como a cantora para o desfile de pré-inverno 2009 da marca Chanel. O cabelón da musa também se repetiu em ensaios para a Vogue Paris (com a brasileira Isabeli Fontava vivendo Amy). E até transformou-se em uma exposição chamada “Save Amy”, da fotógrafa Hanna Jatobá, tendo a atriz Giselle Itié interpretado a diva do cabelo de colméia. Se você não sabe se consegue levantar as madeixas à la Antoinette ou se não está segura em fazer a linha Amy, pedimos a cinco profissionais para adaptar o look cabelón. Com menos volume, mas seguindo a idéia de usar a dobradinha cera + spray.

The B-52´s Cabelo_ Tom sobre Tom Maquiagem_ Corcina Leite Modelo_ Kaline Souza Look_ IÓDICE aCESSÓRIOS_ SPinheiro 120

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“Save Amy” Cabelo_ Salão Linda Mulher Maquiagem_ Corcina Leite Modelo_ Karen Palhano Look_ Forum JUN|AGO

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Hairspray Cabelo_ Rony (Salão Marquinhos) Maquiagem_ Marilia Araújo Modelo_ Patrícia Araújo Look_ Gerbera


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Le Leonard Cabelo_ Selma Maquiagem_ Corcina Leite e Nicol as Gondim Modelo_ Graziele Look _ ZION JUN|AGO

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TOP SEVEN

Da cabeça aos pés Vital à sobrevivência, a pele é o maior órgão do corpo humano. Responsável pela proteção do nosso organismo, requer cuidados especiais. Alguns produtos melhoram a qualidade da cútis e retardam o envelhecimento. F: NICOLAS GONDIM ® E DIVULGAÇÃO

1

Tônico da linha Amande Pomme, da L’Occitane. Sua fórmula suave, com vinagre de cidra orgânico, contrai os poros reduzindo sua aparência. A proteína de amêndoa, com propriedades tonificantes, permite manter a pele macia.

2

Creme Siliconado para as Mãos Vitis cria uma película protetora e hidratante graças a sua formulação, que contém silicone e óleo de semente de uvas vitis viníferas, um ingrediente natural que combate os radicais livres.

3

Natura Chronos Politensor de Soja. Anti-sinais com combinação de Politensor Vegetal com Proteína da Soja e Dermo Glicídio que atua nos principais mecanismos de firmeza da pele, proporcionando 25% a mais de colágeno com uso contínuo. 124

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Karité Creme para os Pés, da L’Occitane. Com 20% de manteiga de karité, contém também o calmante óleo essencial de lavanda e o extrato de arnica,ambos com propriedades anti-inflamatórias. Amacia e suaviza a pele, enquanto alivia pés cansados e doloridos. Na Zou Cultural.

5

Vitactive Sistema Protetor Avançado FPS45, do O Boticário. Foi criado para ser utilizado diariamente, por pessoas que precisam de alta proteção contra as agressões ambientais. Promete pele mais luminosa e redução de manchas.

6

Gel de limpeza facial com óleo de amarula Clarins. Um gel que se transforma em poucos segundos em um óleo suave e emulsão cremosa, removendo qualquer resquício de maquiagem e impurezas e revitalizando a pele.

7

Golden Care Corporal Adcos. Creme revitalizante e hidratante para o corpo, com uréia e green tea, que associados a fito-hormônios hidratam profundamente, aumentando o tônus e elasticidade da pele. JUL|SET

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Vaidade: problema de saúde pública? Cada vez mais, meninas e mulheres se submetem a tratamentos diversos paraemagrecer,alisaroscabeloseperder“pneuzinhos”.Nabuscaincessante pela beleza ideal, vale qualquer sacrifício. No livro A beleza impossível – Mulher, mídia e consumo, a psicóloga Rachel Moreno analisa a questão

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mídia mexe diariamente com a auto-estima feminina. As beldades que posam para revistas e desfilam na TV formam um grupo seleto mas, mesmo assim, esse padrão estético é cobiçado e desejado. Quem não se encaixa nele – a maioria das mulheres – sente-se excluída e humilhada e tende a aceitar qualquer sacrifício em nome da “beleza ideal”. Este é o ponto de partida para a psicóloga Rachel Moreno, em seu livro A beleza impossível – Mulher, mídia e consumo. Na obra, a autora trata da possibilidade de o excesso de vaidade se tornar um problema de saúde pública, dada a interferência da mídia, da publicidade e dos interesses do mercado na formação das crianças e adolescentes.

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“O ideal de beleza cria um desejo de perfeição, introjetado e imperativo. Ansiedade, inadequação e baixa auto-estima são os primeiros efeitos colaterais desse mecanismo. Os mais complexos podem ser a bulimia e a anorexia”, afirma Rachel, lembrando que mesmo as mulheres adultas podem ter sua estabilidade emocional afetada. Com depoimentos, reprodução de casos e dados históricos e culturais sobre moda e beleza, o livro reúne argumentos para combater o massacre diário e midiático. Rachel propõe uma mudança de consciência que beneficie as futuras gerações, com mulheres mais autoconfiantes e jovens menos vulneráveis. “É preciso garantir, para além das condições de saúde e bem-estar de todos, a beleza da diversidade e a diversidade da beleza”, conclui. ™


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No tempo da delicadeza T: MÔNICA LUCAS ® | I: DIVULGAÇÃO

Imagens de infância, casamentos, festas de debutantes... Registros pessoais em super-8 servem de matéria-prima ao cineasta Danilo Carvalho para seu primeiro curta-metragem, Supermemórias. O intuito é formar uma memória coletiva de Fortaleza, a partir das lembranças individuais.

o mesmo tempo um singelo suvenir e sinal de afeição, o cartão-postal resiste à tecnologia e, há mais de um século, cumpre sua função de retratar o espírito do tempo de um lugar. Portanto, o cineasta Danilo Carvalho não poderia ter melhor meio de divulgar seu primeiro curta-metragem para cinema, Supermemórias, que pretende construir uma memória coletiva da cidade de Fortaleza, a partir de pequenos registros caseiros em super-8.

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Para ter mais informações sobre o filme, conhecer melhor o diretor e colaborar com suas memórias, você tem à disposição o site www. filmesupermemorias.com.br 128

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Com frames extraídos desses filmes, os postais funcionam como convites, explicando brevemente o projeto. Também apresentam o site e divulgam os contatos do diretor. Um desses postais chegou à redação da Seven e, embora não tivéssemos como colaborar com filmes em oito milímetros, não resistimos a fazer um outro tipo de registro, o jornalístico. Entre um trabalho e outro – Danilo também é técnico de som para cinema – conversamos com o cineasta. Contemplado pelo Edital das Artes da Funcet, Supermemórias nasceu do interesse antigo de Danilo pelo super-8. Ele pesquisa, coleciona e exibe filmes nesse formato:

“A história dos amigos, suas famílias e das pessoas que viveram a cidade nas últimas décadas, através de pequenos filmes amadores, sempre me foi fascinante”, revela. “Estou realizando um sonho de trazer à tona pequenosgrandes momentos, captados pelos mais diversos olhares, e torná-los uma só família”, explica o diretor. Há um ano, Danilo vem coletando “a vida alheia em oito milímetros”. Agora, com mais de trinta colaboradores, o filme deve ser finalizado. Para ele, o resultado da experimentação do passado, em que não havia pretensão, apenas o intuito de preservar momentos queridos, simboliza toda uma época, através das suas cores, texturas e ritmo de filmagem. “Além da estética, a carga emocional inerente a essas imagens também contribui para a noção de história que esses registros evocam”, diz. Uma história cada dia mais distante da nossa memória e que corre o risco de ser completamente esquecida. “O restinho do senso de preservação da maioria das pessoas, especialmente em Fortaleza, foi substituído pelo imediatismo capitalista. Alguns são capazes de transformar a ‘histórica’ casa dos avós num árido estacionamento que pinga um real por hora”, critica. “Fortaleza está se escondendo... que pena”. ™


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HOSPEDAGEM VERDE I: Nathalie Kraeg E Carla de Carvalho

Após 10 anos de pesquisas, o hotel Vila Naiá teve concluída sua construção e tornou-se um dos primeiros hotéis totalmente adequados à sustentabilidade. Situado em Corumbau, na Bahia, foi todo feito a partir de uma vila de pescadores, procurando manter intacta sua estrutura

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projeto do hotel foi elaborado de forma a minimizar potenciais interferências no ecossistema e na paisagem local. Os quartos e os espaços construídos incorporaram conceitos e técnicas utilizados pela comunidade local, permitindo o reuso de materiais para cobertura dos quartos e bangalôs, pisos e passarelas. O paisagismo dos jardins e espaços abertos se utiliza essencialmente de espécies nativas, reduzindo impactos sobre a paisagem natural da região e sobre os ecossistemas naturais. As novas instalações e as atividades de manutenção têm priorizado a utilização de materiais não tóxicos, como as tintas à base de água, e de equipamentos eficientes no consumo de água e energia. 130

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Atualmente listado entre os melhores hotéis do mundo no livro Great Escapes Around the World, o Vila Naiá contribuiu de forma significativa para a ampliação das Unidades de Conservação de Fauna e Flora no local, com a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). O hotel possui ainda um Centro de Educação Ambiental, integrado por espaço dedicado a atividades com alunos e visitantes, um viveiro de mudas com essências nativas e uma trilha ecológica, que possibilitam trabalhos com escolas da região, além de manter nos arredores 17 tribos indígenas que vendem artesanato aos hóspedes. ™


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GENTE NOSSA

WWW.QUASEZERO OUGRÁTIS.COM.BR T: GAL KURY ® | I: ERIK ÉGON 1

Em um mundo no qual as respostas são construídas ao mesmo tempo em que as perguntas, a vedete parece ser a economia do grátis. Estamos falando do mundo do mercado digital onde se pode cobrar quase zero. Ou zero. A indústria fonográfica é o perfeito exemplo de como é preciso se reiventar todos os dias para fazer negócios na web.

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stamos todos vivendo uma era de interação com o mundo digital que a cada dia vai adquirindo um novo formato. Parece uma versão experimental “beta” da vida, pois usuários, consumidores e empresas estão ao mesmo tempo testando como fazer, comprar e trocar produtos, serviços e experiências.

1

Para conhecer mais trabalhos do designer gráfico e ilustrador Erik Égon, acesse: www.erikegon.com.br

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Para saber mais sobre estas novas teorias, boas referências são os escritores norteamericanos Seth Godin (http://sethgodin.typepad. com) e Chris Anderson (seu mais recente livro, A Cauda Longa, foi editado no Brasil pela Campus/Elsevier) 132

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A primeira grande questão que se desenha é em relação ao tempo de duração e de obtenção de resultados. O tempo de absorção de mensagens comerciais na web tem uma maturação diferente do que nos meios de comunicação tradicionais. O consumidor aqui tem que permitir a abordagem e as marcas precisam construir passo a passo esta intimidade com ele. A propaganda convencional, dentro desta nova ótica, de certa forma desrespeita a liberdade de ação das pessoas. O chamado marketing de intromissão atropela nossos sentidos em uma profusão de informações visuais e sonoras e nos obriga a receber de todo jeito uma mensagem. Já o denominado marketing de permissão busca construir relações de confiança a longo prazo com os clientes, que consentem o recebimento e troca de mensagens e informações. Esta estratégia pode ser utilizada na prospecção, venda e pós-venda. Outra grande vedete do mundo do mercado digital é a economia do grátis, apelidada de Freeconomics. Como as empresas podem oferecer tantos serviços de graça através da internet? Na teoria da “Cauda Longa”, apresentada no livro homônimo de Chris Anderson2, fica claro que o número de hits (produtos que vendem muito no grande mercado)

está aos poucos abrindo espaço para nichos específicos. E o principal fator para isto é a redução do custo de produção e distribuição de produtos digitais e transações online. Na web, não existe problema de espaço em prateleiras ou na distribuição para o outro lado do planeta. A um custo quase zero, se pode cobrar quase zero. Ou zero. E sempre vai ter um grupo de clientes que pagam um serviço Premium que, na verdade, sustenta os serviços grátis. O mercado fonográfico é um excelente exemplo de uma indústria que tem que se reinventar todos os dias para fazer negócios na web diante de um cenário cada vez mais dominado pela permissão do consumidor e pela gratuidade. As estratégias são inúmeras: existem bandas que liberam todo um novo álbum em seu site e convidam as pessoas a pagarem o quanto acharem justo. Ou outras que simplesmente dão de graça, encontrando aí um instrumento de divulgação viral e que se reflete no aumento do número de ingressos vendidos para seus shows. E que tal investir na sua própria banda, ajudar na divulgação e ainda receber dividendos? Receber de graça o novo disco de um superastro gratuitamente em seu jornal preferido? Tudo é possível. Em um mercado no qual as respostas são construídas ao mesmo tempo em que as perguntas, não deixe sua empresa ficar apenas perguntado por quê. Que tal introduzir um por que não? ™ GAL KURY é consultora de Comunicação Integrada de Marketing e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e UNIFOR. Contatos: galkury@sevenmagazine.com.br


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MALA PRONTA PARA “VIAJANTES PROFISSIONAIS” OU PARA “MARINHEIROS-DE-PRIMEIRA VIAGEM”. VIAJAR É PRECISO. Não importa se o passaporte vai ser carimbado ou não. Ou ainda se o destino é marcado por razões profissionais ou para dar um tempo no trabalho. Conversamos com aqueles que vivem com o pé na estrada ou que adorariam ser um deles. E para facilitar a vida de todo tipo de viajante, uma parada em lojas especializadas em itens essenciais para se colocar dentro da mala.

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Viajar é preciso, viver não é preciso... T: LAÉCIO RICARDO ® | I: ACERVOS PESSOAIS

A passeio ou a trabalho, de carro, de ônibus, por via aérea ou marítima, sozinho ou ladeado de amigos, a ordem é viajar! Não importam os destinos, as limitações na bagagem e as restrições financeiras. O essencial é expandir os horizontes e desbravar novos cenários, sempre

CLARISSA MACHADO NAS praias no mar do Caribe, no Parque Morrocoy (Venezuela).


ouco importam as filas e atrasos nos aeroportos, o congestionamento nas estradas e o preço elevado dos hotéis, sobretudo no badalado período de alta estação. Para aqueles que conjugam o verbo viajar com entusiasmo, não existem datas impossíveis ou dificuldades insuperáveis que justifiquem o cancelamento de um vôo ou reserva de hospedagem. Todo dia é propício para transitar por novos céus e mares.

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Hobby permanentemente cultivado por alguns, atividade restrita às férias para outros, viajar implica em se desprender de si e de seu espaço para desbravar universos e culturas inéditos. É preciso, pois, disposição, mas também humildade, para entender o outro em seu contexto, sem risco de prejulgamentos. Para conhecer um pouco do prazer que mobiliza milhões de turistas anualmente, Seven entrevistou um grupo que, por exigências profissionais ou ímpeto pessoal, se entrega deliberadamente ao ato de viajar. Bem-vindos a bordo!

vista aérea de Capri (ITÁLIA)

PLANEJAMENTO PRÉVIO A paixão pelas viagens na vida de Ângela Maria Batista, 51 anos, despontou de forma intensa em meados de 2002. Com os quatro filhos já adultos, decidiu que era hora de interromper a rotina profissional e doméstica para descobrir outras atividades e conferir novas responsabilidades ao cotidiano. “Como gostava muito de ler e de ir ao cinema, nesta época ingressei num curso de História da Arte. Com a afinidade entre a turma, começamos a realizar algumas viagens. Primeiro, pelo Brasil; depois, para o exterior”, diz Ângela. A escolha dos destinos, explica, dialogava com os ensinamentos em sala de aula. Para tanto, o grupo planejava roteiros que, obviamente, incluíam atrativos culturais – museus, sítios históricos, palácios e monumentos eram pontos de peregrinação obrigatória. Concluído o curso, Ângela não interrompeu o ritmo das viagens – anualmente, visita dois destinos internacionais e três localidades brasileiras. Recentemente, por exemplo, embarcou para uma temporada de um mês pelo Velho Mundo, num roteiro que envolve a Finlândia e um retorno à Rússia. “Sou do tipo que sempre prefere a segunda viagem, porque se pode aproveitar tudo melhor”, brinca. Das muitas viagens realizadas, aponta Budapeste, Praga e Viena como cenários encantadores. Para os que amam conciliar turismo e boa mesa, Ângela é enfática em ressaltar a primazia da França e da Itália, tradicionais celeiros gastronômicos da Europa. Dos destinos exóticos, cita com saudades uma viagem a Dubai, importante cidade dos Emirados Árabes Unidos: “Um lugar que mescla tendências futuristas com um passado fascinante”, diz. No Brasil, elegeu Gramado (RS) e os municípios históricos de Minas Gerais como principais cartões-postais.

ÂNGELA MARIA NA CATEDRAL DE MILÃO (ITÁLIA)

œ Sou do tipo que sempre prefere a segunda viagem, porque se pode aproveitar tudo melhor. Œ ÂNGELA MARIA BATISTA

Para os turistas inexperientes, Ângela sugere que seja feito um planejamento prévio antes de qualquer viagem (o que inclui uma pesquisa sobre a cultura do local a ser visitado). “Também recomendo que a vaidade seja posta de lado e que se leve apenas o imprescindível na bagagem, sobretudo um par de tênis ou de sapatos leves. Particularmente, eu também prefiro ter mais tempo para ver poucas coisas intensamente do que o contrário. Também não sou adepta de compras – devemos nos desprender dos valores banais e aproveitar lá o que não temos aqui”, complementa. JUL|SET

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RAÍZES LATINAS Muitas vezes, o melhor roteiro pode ser aquele mais próximo, nem sempre valorizado pelo turista que sonha com a pujança do Primeiro Mundo. Quem assegura é a jornalista cearense Clarissa Tavares, que vislumbrou nos países hermanos da América Latina a possibilidade de concretizar um antigo sonho. “A vontade de viajar – seja pra onde for – é algo que sempre andou comigo... Esta viagem surgiu do desejo de conhecer outras culturas, diferentes da nossa, e que me fossem acessíveis em termos financeiros. Eu também queria fugir do esquema pacotes, excursões... Preferi sair de mochila nas costas, descobrindo as coisas por conta própria, sem obrigações com grupos de turistas”. Durante o primeiro trimestre de 2007, e acompanhada de dois amigos, Clarissa percorreu um extenso roteiro, que incluiu um mergulho pelo Norte e o Nordeste, seguido de um denso contato com as paisagens/populações da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. “Antes de conhecer outros continentes, queria descobrir as minhas raízes, as semelhanças e diferenças da herança espanhola, aprender a história da América Latina não por meio de livros ou filmes, mas pelo contato com as pessoas e o meu próprio olhar”, ressalta. Ao observar o trajeto do grupo, é nítida a substituição dos tradicionais destinos do continente (Argentina, Chile e Uruguai), em benefício de um roteiro mais inovador. Tamanha aventura, claro, exigiu planejamento e muita economia. Para seguir na viagem, por exemplo, Clarissa não hesitou em vender o carro e deixar o emprego. Contratempos também existiram, como a venda de dinheiro falso para o trio, no Peru, e problemas de saúde decorrentes da pouca higiene com alguns alimentos bolivianos. Mas o balanço final é positivo. “Tudo foi muito marcante: os lugares, as pessoas, as histórias que ouvimos, as realidades que observamos, as comidas... Mas o que fica de mais forte é a mudança no olhar que se tem do outro, que antes parecia tão distante. Mesmo com tantas diferenças, me via o tempo todo nas pessoas que encontrava”, destaca. Na Colômbia, Clarissa foi surpreendida pelos encantos da capital, com suas praças e construções históricas. “Ali, tivemos como guia um mendigo, que se dizia chamar Don Carlos. Ele nos contou a história do país e relembrou os romances do lendário Simón Bolívar”. Dentre as paisagens inesquecíveis, também cita a Bolívia como exemplo de descoberta – “um país muito rico culturalmente e cheio de belezas naturais, como o Salar de Uyuni, um deserto de sal que forma um espelho em dias de chuva”, acrescenta.

CLARISSA MACHADO NA Praça no centro de Quito (EQUADOR) 136

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œ Preferi sair de mochila nas costas, descobrindo as coisas por conta própria, sem obrigações com grupos de turistas. Œ CLARISSA TAVARES | JORNALISTA

A experiência marcante frutificou: hoje, Clarissa é estudante de mestrado num centro de estudos sobre as Américas, na Universidade de Brasília (UnB). E programa para breve a continuação da jornada – uma viagem com destino à faixa central do continente (Panamá, Guatemala, México...). Em atividade no Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão vinculado à CNBB, tem a oportunidade de expandir suas fronteiras culturais através do contato com populações indígenas de todo o Brasil – “descobri um país que conhecemos muito pouco e do qual só nos chegam as versões estereotipadas, cheias de preconceito”, diz. Para os interessados em mapear este “outro Brasil”, é enfática: “Há muitas aldeias acessíveis, próximas ou até mesmo dentro de grandes centros urbanos. Para visitar outros povos, mais isolados, é necessária autorização para entrar na área e um contato com quem já tenha acesso, já que muitos indígenas não falam o português”.


QUANDO VIAJAR É UMA OBRIGAÇÃO Nem sempre viajar é sinônimo de lazer e ociosidade. Para muitos profissionais, aeroportos e hotéis são uma rotina constante, algumas vezes prazerosa, outras não. Formado em Administração de Empresas, Rodrigo de Freitas Barbosa é funcionário da IBM há 12 anos. Em toda a sua trajetória pela multinacional, os deslocamentos aéreos têm sido uma constante. Começaram com vôos sucessivos pelas capitais do Norte e Nordeste, quando Rodrigo ainda ocupava um cargo técnico. Com a mudança para o setor de vendas, em 1999, as viagens se intensificaram e incluíam idas freqüentes a São Paulo para reuniões e treinamentos. “Durante dois anos e meio, viajei semana sim, semana não para estas cidades. Precisei montar uma agenda para organizar tudo”, diz.

O ADMINISTRADOR DE EMPRESAS, RODRIGO DE FREITAS.

Promovido a executivo, Rodrigo viu os honorários se ampliarem com o número de viagens e a obrigação de ter que deixar Fortaleza, onde residia, para morar em Brasília, além de igualmente prorrogar o prazo do curso de graduação. “Passei a ter uma rotina de viagem semanal no trecho BrasíliaSão Paulo. Certa vez, estava na capital paulista e tive que viajar apenas com a roupa do corpo para uma reunião à tarde em Brasília. Foi uma experiência estranha fazer uma visita relâmpago à cidade em que eu morava à época”, ironiza. Em 2005, Rodrigo se depara com novo deslocamento para assumir uma gerência no Nordeste e incorporar novos destinos à agenda. Para compatibilizar horários e guarda-roupa, manteve apartamento mobiliado em duas capitais da Região. Hoje, reside em São Paulo e conseguiu finalizar a graduação, mas o cronograma de viagens permanece, tendo se expandido também para o exterior. Porém, apesar dos transtornos e ao contrário do que muita gente possa imaginar, Rodrigo se adaptou bem à rotina aérea. “Adoro conhecer pessoas e lugares diferentes, e, por incrível que pareça, gosto de aeroportos e de hotéis. A única coisa que me irrita é fazer as malas. Além disso, não consigo me imaginar num emprego com hora para entrar e hora para sair, preso todos os dias no mesmo escritório”, brinca. Para otimizar o tempo e agilizar os deslocamentos, Rodrigo adota as seguintes medidas: sempre que possível, leva somente bagagem de mão e prefere viajar à noite ou no horário do almoço. A esta altura, uma pergunta se torna inevitável: ainda existe prazer em viajar para alguém sempre em trânsito? Rodrigo não hesita: “O meu maior desejo de consumo continua sendo viajar... Se pudesse, escolheria um emprego onde pudesse conhecer todo o mundo”.

RODRIGO DE FREITAS NA FAMOSA TORRE EIFFEL JUL|SET

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O cearense Gilson Gomes Filho já foi adepto desta opinião. De 1993 a 2004, experimentou uma rotina de até três viagens internacionais mensais para representar sua antiga empresa. Os destinos mais recorrentes: EUA, Europa e Mercosul. Hoje, prefere uma vida mais regular, com horários e compromissos fixos. “No começo, tudo era uma maravilha, tudo era bemvindo. Mas depois vira obrigação, os deslocamentos se repetem. Nos anos finais, só gostava de viajar para os lugares ainda inéditos”, diz. As vantagens, segundo Gilson, são sedutoras: conhecer novos povos e culturas, expandir sua visão de mundo, ganhar experiência profissional... Os “anos de chumbo” também lhe renderam imagens inesquecíveis, como a visita a Istambul, ao sítio arqueológico de Teotihuacan (México) e às cidades históricas italianas. Mas as desvantagens, assinala ele, são igualmente grandes – o cansaço físico, a distância familiar, interrupções de atividades físicas ou de tratamentos médicos e as limitações de agenda para quem deseja cursar pós-graduação. Esportista convicto, Gilson muitas vezes tentou conciliar as viagens com os treinamentos – “uma forma de não me acomodar”. Hoje, “aposentou” o passaporte e aderiu ao tênis em definitivo – desde 2005, concilia os compromissos como gerente de suprimentos do grupo Carbomil com a rotina de triatleta. ™

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GILSON GOMES, EM 2007, DURANTE O Ironman de Brasília


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MADE IN

MEMENTO T: ANA NADDAF ® | I: REPRODUÇÃO

e for na França, peça por souvenirs 1. No Japão, procure um omiyage. E, no Brasil, é a famosa “lembrancinha”. Daquela do tipo: “Estive em Pindamonhangaba e me lembrei de você”. As formas podem ser das mais variadas. Camisetas e bonés estão no topo. Mas a lista é grande: canetas, chaveiros, canecas, cinzeiros. Só para ficar na letra “c”. Marcadores-de-tempo, marcadores-de-temperatura, marcadores-de-livro, no quesito “marcar” algo (ou presença). Miniaturas de grandes monumentos também se encaixam na lista. E por aí segue. Não importa o quê, o importante é o famoso escrito: “Lembrança de... (agora é a sua vez de escolher uma cidade)...”. Mesmo que, em uma pequena etiqueta, escondida em alguma parte do souvenir, venha a verdadeira origem “made in China”.

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A graça também não está na utilidade “real” de determinado memento (mesmo porque a reputação de todo souvenir, na verdade, é não servir para nada mesmo) e, sim, na idéia de que alguém se lembrou de você e quer dividir as experiências de uma viagem. Para os japoneses, no entanto, souvenir é coisa séria. É quase uma ofensa viajar e não trazer algo para repartir com familiares, companheiros de trabalho e até vizinhos. Muitas vezes é necessário uma mala inteira só para as recordações. Para tal, a saída encontrada por viajantes japoneses está nos meibutsu, doces ou algum produto comestível de uma determinada região. Nos Estados Unidos, , souvenir também é um grande negócio. Não há um museu ou atração turística que não tenha a sua “gift shop” com várias memorabilias para levar para casa um pouco do que se viu. Há também o quesito “souvenir pessoal” – que, geralmente, não tem nada a ver com aquelas lembrancinhas baratinhas. “Não há uma viagem que eu faça que não leve algo de valor para mim mesma. De valor sentimental, pela lembrança do momento, e de valor mesmo, porque eu sempre termino arruinando meu orçamento de viagem com algo que eu vi, gostei, e acabei colocando na mala”, comenta ao risos a arquiteta Juliana Araújo – que já percorreu boa parte do planeta e coleciona mimos de viagem que vão desde pequenos animais de cristal comprados na Áustria até matriuscas (bonecas russas) originais com filetes de ouro. “Mas, por incrível que pareça, a lembrancinha que eu mais gosto é um ‘Pequeno Príncipe’ de plástico que eu comprei de um camelô à beira do rio Sena”, confessa Juliana. ™ 1

Souvenir vem do latim “subvenire” que significa “lembrar”. Daí a idéia de um item de valor sentimental que lembre um evento ou um lugar. JUL|SET

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CURTA

Na mala e bon voyage! T: ANA NADDAF ® | I: REPRODUÇÃO

Para facilitar a vida do “viajante profissional” ou do “marinheiro-deprimeira-viagem”, lojas especializadas oferecem desde itens essenciais para se colocar dentro da mala e na bagagem de mão – inclusive, seguindo as determinações de segurança dos aeroportos – a kits para serem usados dentro do avião. Existe até mesmo a chamada “Aeroterapia”, com produtos que garantem um maior conforto desde a hora da decolagem ao pouso.

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assagem comprada. Dá-se início a uma pequena odisséia antes mesmo da viagem propriamente dita. A começar pela mala. “Toda vez que eu viajava era uma maratona, antes mesmo de eu colocar o pé no avião”, comenta a empresária Cláudia Freitas que, pelo menos uma vez a cada dois meses, viaja a trabalho. A solução encontrada foi montar um kit para viajar com embalagens para tudo o que se possa imaginar. Dos sapatos às roupas íntimas, deixando ainda uma embalagem destinada às roupas sujas. “Comprei até uma pequena caixa com divisões onde coloco meus remédios”, detalha. Lojas especializadas1 em viagem já pensaram neste dilema e oferecem desde itens essenciais para se colocar dentro da mala e na bagagem de mão – inclusive, seguindo as determinações de segurança dos aeroportos – a kits para serem usados dentro do avião. Existe até mesmo a chamada “Aeroterapia”, com produtos que garantem um maior conforto desde a hora da decolagem ao pouso. Praticidade é o ponto chave na montagem da bagagem. Por isso, não hesite em lançar mão de práticas embalagens que guardam quase tudo. Sapatos, roupas íntimas, acessórios, peças delicadas de roupas, produtos de higiene pessoal e jóias são os itens que devem ganhar proteção e acoplagem separada na mala. Ternos e paletós possuem especial atenção na hora de serem “embalados para viagem”. Documentos, principalmente o passaporte, também ganham capas de proteção.

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A internet oferece várias lojas online que fornecem produtos e kits para viagem. Boas dicas: www.flight001.com, www.amazon.com e www.ebags.com 140

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Com as novas determinações de segurança nos aeroportos, uma boa opção para a bagagem de mão são os sets de frascos para colocar seus produtos favoritos, feitos nas medidas permitidas para check-in. Outra dica são os kits prontos – muito parecidos com os oferecidos no serviço de primeira classe de grandes companhias aéreas. A marca Flight 001, por exemplo, oferece um kit com todos os “toiletries” para um vôo mais

prolongado e alguns mimos modernos para um possível jet set. Além de produtos para higiene básica, o set possui óleo de aromaterapia para um sono mais tranquilo, mentas, gel para diminuir olheiras, máscara de dormir, um livro de Sudoku, meias relaxantes para os pés e protetores de ouvidos. Algumas marcas de produtos de beleza também possuem uma linha “tamanho viagem” para estadias curtas ou destinadas especialmente para o vôo, caso da Clinique, Lancôme e da brasileira O Boticário. Não esqueça que a restrição de líquidos em aviões é de 100ml por contêiner. E uma necessaire transparente é uma boa opção, caso seja preciso demonstrála para algum agente aéreo. Uma outra solução é usar novos produtos desenvolvidos exatamente para evitar o problema do check-in. São mentas que funcionam para refrescar o hálito (e substituem a pasta de dente). E sabonetes, shampoos e até cremes de barbear em forma de papel. É só acrescentar uma das folhas em água e o produto se dissolve. Na Amazom.com existe uma variedade de marcas e preços. No quesito “aeroterapia” ainda se inclui meias com solas relaxantes, travesseiros para o pescoço com massageador, jogos em tamanho miniatura e até um pequeno reprodutor de sons anti-estresse (no tamanho de um MP3). Estas mesmas lojas especializadas em kits para viagem fornecem pequenos itens que salvam a vida de qualquer turista. Como adaptadores de voltagem e de tomadas, mini alto-falantes para I-Pods, kits práticos para laptops, cadeados sonoros, kits de sobrevivência (caso o destino seja algum lugar remoto no planeta) e tradutores – sejam eles eletrônicos ou o chamado “Point Translator”, um pequeno livro com as mais variadas ilustrações que funcionam como um intérprete instantâneo. Mala fechada e bon voyage! ™


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DA FOLIA À PREGUIÇA TODAS AS FESTAS, PASSARELAS E BASTIDORES DA MODA E DO DESIGN. CANSOU? DÊ ESPAÇO À PREGUIÇA E A DESFRUTE COMO ARTE. Eixo Rio-São Paulo. A Seven passou pelas principais passarelas nacionais. E destaca a moda feita em casa, com os bastidores da nona edição do Dragão Fashion. Fomos pelo movimento das águas e alçamos vôo no antigo aeroporto de Fortaleza. Em terra firme, tentamos espantar a preguiça para falar sobre a própria. Exercite-a no “macunaímico” ensaio de Clarisse Ilgenfritz.

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HELOÍSA HELENA RODRIGUES

TJA aniversaria Uma intensa programação gratuita marcou os 98 anos do Theatro José de Alencar, no dia 17 de junho. Visitas guiadas aos vários ambientes do TJA, inaugurado em 1910, homenagens a Ana Maria Camurça e Mauro Coutinho, pelo secretário da Cultura do Estado, Auto Filho, pela diretora do TJA, Izabel Gurgel, e a administradora da casa, Sileda Franklin, e a leitura de cinco capítulos do ainda inédito livro O Fantasma do Theatro José de Alencar, da jornalista e escritora Socorro Acioli, em momento emocionante no saguão, por Fátima Souza, coordenadora do núcleo de leitura da Funcet, fizeram parte da especialíssima programação de aniversário.

DATA ESPECIAL Na chic comemoração de 80 anos da Haco Etiquetas, o presidente Ricardo Guedes Lowndes recebeu a apresentadora Hebe Camargo e seu sobrinho e empresário Cláudio Pessutti, em jantar realizado no Tabajaras Tênis Clube, na cidade de Blumenau (SC). Líder mundial em etiquetas tecidas, a Haco inaugurou, recentemente, ampla fábrica no Eusébio(CE).

NO LULLA’S O Lulla´s Palace foi o cenário da bela festa da colunista Lêda Maria, no flash com os amigos Maria César e Renato Barroso. Lucília Loureiro e Virgínia Morais prepararam especialíssimo cardápio para a noite onde constaram, entre outras delícias: entradas finas como sardella e pasta defumada com torradinhas, servidas nas mesas. Circulando: ratatouille na abobrinha, cornet misto com passas no sal grosso e tomatinho ao pesto. No buffet com mesa fixa: filé ao molho de vinho com maçãs, salmão au sauce holland, risoto de bacalhau e penne com camarão. Carol Belchior assinou os chocolates que, ao lado da mesa de docinhos, chamavam atenção de todos pela beleza e delícias expostas. Marilza Pessoa grifou o lindo bolo de parabéns e a decoração ficou a cargo de Jacaúna Aguiar. 142

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™ 01 Juliana Capelo circulou na SPFW onde, além de

™ 02 No Rio de Janeiro, Denise Roque, aqui ao lado

acompanhar a montagem do cenário do desfile da marca

de Rogilton Conde, participou do Fashion Business

Água de Coco, participou da badalada festa do Chapéu,

mostrando bela coleção Cholet.

promovida por Alexandre Herchcovitch.

™ 03 Janaína Macedo Gradvohl com o estilista Samuel

™ 04 Hervely, David e Thiago Maia promoveram concorrido

Cirnansck em seu ateliê, momentos antes da apresentação

coquetel na Cleide Design, para apresentação dos

da coleção que contou com a sapatilha especialmente

lançamentos exclusivos em óculos e relógios.

criada pela Guapa Loca para o desfile na SPFW.

DESIGN Arquitetos e decoradores podem encontrar, agora, um mix em produtos de primeira linha para aqueles detalhes que fazem a diferença em acabamentos e acessórios para casa e comércio. Com a abertura da Normatel Design, agendada para final deste julho, a empresa, líder do Ceará no segmento, comemora seus 30 anos e inova, ao lado das unidades Home Center e Engenharia, para atender um mercado mais exigente e que prima pela excelência em produtos. GASTRONOMIA Letícia Vilardo é a nova gerente de Alimentos & Bebidas do Pestana Rio Atlantica, localizado em Copacabana. Formada em Hotelaria e pós-graduanda em História Social, com várias especializações internacionais, Letícia tem ampla experiência na área, tendo passado por grandes redes. O chef Hervé Tassigny assina o menu do Piaf, charmoso bistrô que funciona no endereço do antigo Café Matisse, em Fortaleza, e já se destaca como um espaço aconchegante para encontros descontraídos. A carta de vinhos é 100% Sater distribuidor.

SAVOIR FAIRE

José Carlos Pontes, presidente do grupo Marquise, recebeu em sessão solene na Câmara Municipal de Fortaleza a Medalha Boticário Ferreira. A proposta foi do vereador Carlos Mesquita.

O artista plástico José Guedes inaugurou, no Shopping Del Paseo, a JG Arte Visual com prestigiado coquetel. Em seguida, com a mulher Ivana, fez giro pela Costa Amalfitana, Grécia e Turquia.

O chef Rogério Occhietti, atualmente residindo em Paris, onde assinou um jantar na residência de Paulo Pereira, com as presenças de Karmita Medeiros e Patrick Rosenthal, Rafael Medina e Ricardo Rossini, foi convidado pela modelo internacional Talytha Pugliesi para grifar o cardápio de seu casamento, também na capital francesa.

Francisco Campelo inaugurou a charmosa loja Vintage no Shopping Buganvília, com a proposta de oferecer produtos que trazem exclusividade no design, na marca e no conceito. No acervo, óculos Doc Dog, colônias francesas 1902, peças em Murano com pó de ouro, além de modernas jóias em aço e camisas masculinas assinadas por Lázaro Medeiros.

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Décor com Design nA OUVIDOR INTERIORES T: Rogilton Conde ® | f: Patrícia Paes

Concorrido coquetel apresentou as novidades em mobiliário assinado por designers renomados do Brasil e Exterior

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™ 01 A anfitriã Mariana Oliveira e Paulo Marcelo Santana ™ 02 Alexandre Jereissati e Denise Kacema ™ 03 Bernard Mirande, Rogilton ™ 04 Dudu Vidal e Cecília Nóbrega ™ 05 Inez Villaventura e Suzane Farias ™ 06 Hermínia Lopes e Garcez Filho

Conde e Moraes Costa Jr 144

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™ 08 Marçal Barros e o anfitrião Alexandre Jereissati ™ 10 Rodrigo Maia foi o primeiro a testar a cadeira de Lino

07 Lino Villaventura apresentou sua versão para uma chair de Ron Arad 09 Natália Jereissati aproveitou para conferir nossa magazine 11 Rosalinda Pinheiro e designer convidado, Guilherme Leite

™ 12 Cheyla e Isaac Furtado

13 Stella Rolim e Alexandre Jereissati ™ 14 Isabel Macedo, Alcy Ponce, Celene Gurgel e Júlio Mesquita JUL|SET

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Cliques pelo Dragão Fashion Brasil T: Rogilton CondE ® | f: PATRÍCIA PAES

Todas as tribos da moda em cliques de corredores, primeiras-filas, backstages...

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™ 09 Daniel Vernaglia e Alexandre Albiero ™ 10 Fábio Lage, Wilson Ranieri, Walério Araújo e friend ™ 11 Fátima Claudino brinda com Cláudio Silveira ™ 12 Iorrana Aguiar entre Fran e Lara Sisnando ™ 13 Fred Portela e Denise Bezerra ™ 14 Lilian Porto, Rochele Koepz e Roseane Carneiro ™ 15 Marcela Falcão, Karine Alexandrino e Cláudia Rebouças ™ 16 Marcos Gentil e Rossine Cartaxo

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™ 01 A estilista Adriana Piorski ™ 02 Alexandre Dal'óllio e Marcelo Maia no stand da Loco Denim ™ 03 Alexandre Landim e Mariana Furlani ™ 04 Anastácio Jr e Ayres Jr no espaço Grand Cru ™ 05 Anne Maia entre Helena e Cláudio Silveira ™ 06 Bel Frota, Patrícia Saboya e Gaída Valim ™ 07 Márcia Henz e Germana Fontenelle ™ 08 Cika Kalixto e Inara de Almeida

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™ 17 O casal Márcia e Fernando Travessoni ™ 18 Melca Janebro ™ 19 Neuma Figueiredo e a filha Carol ™ 20 Salete Aguiar e Mariana Araújo ™ 21 Solon Neto e Marcus Vinicius ™ 22 Tânia Macedo com Verônica e Hélio Perdigão ™ 23 Verônica Perdigão (Santana Textiles) com Andréa e Marcus Novais, no desfile JEF

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Movimento Nas Águas T: ROGILTON CONDE ® | f: Patrícia Paes, Talita Rocha e Iratuã Freitas

O Acqua Movement foi a sensação de maio em Fortaleza, com muitos shows e platéia bacana

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™ 01 Adriana Arrais e Camila Rodrigues ™ 02 Amanda Viana, Rafaela Mello e Tatiana Luna ™ 03 As belas e animadas Isadora Capelo e Joana Salle ™ 04 Bianca Cipolla, Danilo Loureiro, Carla Menezes e Carlos Fujita ™ 05 Juliana Knust, Fernanda Paes Leme e Cláudia Leitte rendidas pela performance do bailarino ™ 06 Louise Santos e Beto Santos JUL|SET

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Passarela com arte N’Six T: ROGILTON CONDE ® | f: NICOLAS GONDIM ®

Big evento marcou a apresentação da coleção, que contou com interferência artística de Mano Alencar

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™ 01 Mano Alencar, Milena Lima e Meire Torquato ™ 02 Aparecida Alencar com o filho Ricardo ™ 03 Cláudia Rebouças ™ 04 Maria Torquato, Meire Torquato e Fátima Duarte ™ 05 Lílian Porto e Lázaro Medeiros ™ 06 Mazé Torquato com o marido Weber Araújo ™ 07 Turma animada e unida celebrava o sucesso do evento ™ 08 Um dos looks apresentados no concorrido coquetel 150

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Burnin’House Decola T: ROGILTON CONDE ® | f: NICOLAS GONDIM ®

Mais uma festa da Burnin’House promovida pelos DJ’s Galego e Malloy fez a city voar. Desta vez, no antigo aeroporto de Fortaleza

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™ 05 Paula Couto, Dj Galego e Clarissa Ventorini ™ 06 Posado, as always, Daniel Peixoto, ao lado de Célia Macedo ™ 07 Trieb Live!

01 O antigo aeroporto fez a galera decolar 02 Bruno Goes e Sasha Reeves, felizes na noite 03 Encontro de DJ’s Barbara Boeing e Malloy 04 Krisley posou para as lentes de Nicolas Gondim

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LÊDA MARIA COMEMORA T: ROGILTON CONDE ® | f: DIVULGAÇÃO

A COLUNISTA SOCIAL DO DIÁRIO DO NORDESTE BRINDOU SEU NÍVER COM ESTILO, NO LULLA’S PALACE, AO LADO DE AUTORIDADES E SOCIEDADE CEARENSE

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™ 01 A aniversariante recebeu a ilustre presença de Yolanda Queiroz ™ 02 Alberto e Ana Melo ™ 03 Frota Neto com as amigas Clinete Lacativa (RJ) e Conceição Benevides (BH) ™ 04 Julinha Gurjão e Beatriz Philomeno Gomes ™ 05 Lúcia Wolff e Patrícia Al’Kary ™ 06 Letícia Fialho, Mirian e Vicente Fialho com a colunista ™ 07 Norma e Humberto Bezerra ™ 08 O Governador do CE, Cid Gomes, e a Primeira-Dama, Maria Célia, foram abraçar a amiga no prestigiado evento ™ 09 Sellene e Max Câmara 152

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7 PECADOS

NEM MELANCÓLICO, MUITO MENOS PECAMINOSO T: Clarisse Ilgenfritz | I: BRUNO DELLANI 1

m paradoxo, isso, de espantar a preguiça para escrever sobre a própria. Mas ter sido convidada a escolher um pecado dentre os seven foi estimulante a ponto de me sacar das redes, a de pano e a virtual. Claro que optei pelo último dos. Ele, que é ela. Ela, que chega gloriosa a qualquer hora do dia, mas é fulminante logo após o almoço, na maciez de la siesta. Ela, que substituiu a melancolia na lista original dos pecados nem tanto.

U

Sim, antes de a preguiça virar pecado, o sétimo era a melancolia. Daí a igreja achou que melancolia não era o bicho e resolveu trocar pela preguiça. Eu protesto. (Em possível discurso de defesa, eu ressaltaria a divina criação do bicho-preguiça; alguém já ouviu falar de bicho-gula, bicho-inveja ou bicho-avareza?). A preguiça não merece despontar no rol dos pecados. Ela é necessária e inevitável. A igreja a demonizou com uma das mãos, mas com a outra nos condenou a ganhar o pão com o suor do rosto. Vaise entender? Seja como for considero um pecado, isso que fizeram com a preguiça. Protesto veementemente, mesmo porque sou uma expert no assunto. E posso afirmar categoricamente que a preguiça é um pecado menor, um pecado satélite, nada capital, cuja discussão de importância como quesito para o “arder nas chamas do inferno” deveria sempre ser deixada para amanhã. A preguiça parece – eu disse parece – ser muito fácil de vivenciar. Um exemplo. Fica-se deitado, sem nem ler nem dormir. Fica-se assim durante um tempo – de preferência até a culpa chegar, porque ela invariavelmente estraga tudo. Então, espicha-se uma perna, sente-se o músculo dolorido de estar tanto tempo parado. Encolhe-se essa perna, sentese a gratidão do músculo. Repete-se o mesmo movimento

com a outra. Depois vêm os braços. Um espreguiçar lento e gradual, que deve seguir novamente, em cada membro do corpo, sucessivamente, repetidamente. Exaustivamente, se me permitem a palavra. A vadiagem pura e simples é dada a poucos, mas está virando celebridade. Os livros e estudos e ensaios sobre a preguiça que existem por aí fariam Caymmi se revirar na rede de alegria, vestindo uma larga camiseta com os dizeres: “eu já sabia!”. Pesquisadores alemães teceram teses irrefutáveis sobre o quanto a leseira faz bem à saúde. Escritores americanos construíram vários sucessos editoriais baseando-se nas qualidades da indolência. Enquanto isso, nós, preguiçosos complacentes, exercitamo-la de forma cotidiana e macunaímica, em tons heróicos e belos. Sim, a preguiça é uma arte. Poucos desfrutam do estado contemplativo com o desvelo dos especialistas. A maioria espera os dias de descanso para locupletar-se de atividades “prazerosas”: almoços, reuniões, passeios, filmes, livros, visitas, viagens, exposições, espetáculos, o diabo. Uma canseira. É raro alguém conseguir parar e simplesmente contemplar, sem culpas, pois sempre se tem algo a fazer, seja trabalho ou lazer. De minha parte, tenho a impressão de que, se me fosse dado exercer plena e fortemente a preguiça, atingiria alguma espécie de recorde. Ou de nirvana. Ou ambos. ™ Clarisse Ilgenfritz. Preguiçosa, chameguenta, hedonista e cheia de mungangos. Publicitária em estado de letargia, em entreato que vai dar sabe-se lá onde. Dramaturga de peças raras. Escritora hebefrênica. Poeta que morre de medo de poesia. Estudiosa do vai-e-vem das formigas, a preguiça agitada descrita por Sêneca.

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Para conhecer mais trabalhos do designer gráfico e ilustrador Bruno Dellani, acesse www.dellani-designer. blogger.com.br JUL|SET

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TE PEGUEI A Seven Magazine conseguiu unir estética com conteúdo. Diversifica-

Grande perfil, o da escritora e jornalista Socorro Acióli. Uma das mais sérias,

da, múltipla, plural e absolutamente moderna, a Seven conseguiu sair

competentes e talentosas profissionais da atual geração. É sempre bom lê-

do lugar comum. No sétimo dia, o criador descansou, mas vocês não

la e saber a quantas anda. Socorro é daquelas pessoas que valem a pena

descansam e nem devem. Continuem fazendo a diferença. Eduquem e

acompanhar, porque seu crescimento será sempre firme e constante.

alimentem o nosso olhar. Mostrem um horizonte além do sertão que vira

Parabéns à revista.

mar, um oceano de possibilidades.

Fábio Lau | jornalista TV Globo/Fantástico

Parabéns ao time!!! Raquel Barros | publicitária

A Seven está o máximo! Como fiquei orgulhosa em constar do time de co-

Recebi das mãos de Kati Facó o exemplar de número três da Seven e pre-

amoroso abraço e dizer que estou à disposição, sempre que quiserem!

ciso aplaudir esta revista. A entrevista com Lira Neto foi uma das mais in-

Muito obrigada!

teligentes que já li, com perguntas pontuais e bem informadas. Parabéns

Carol Garcia | jornalista

laboradores! Quero agradecer pela maravilhosa oportunidade, mandar um

pela entrevista, prazer enorme em ler. Um lamento, ou sugestão: o texto “Não adiantou fugir”, sobre a escritora Socorro Acióli, poderia render mais

Parabéns pela terceira edição da Seven, que está linda! Gostei da entre-

texto, foi curto para o muito a dizer. Mesmo assim deu gostinho de quero

vista com o Lira, que é um biógrafo que muito admiro. Também vibrei com

mais. Encanto. Eis a palavra para “Flor das Alagoas”, texto e personagem,

o texto da escritora Tércia Montenegro, que admiro desde a época em que

tudo um encantamento. Por favor, continuem assim e para melhor. Seven

estudei um livro dela, no curso de Letras da UECE. Toda a equipe que faz a

X seven X seven ... a velha conta bíblica do infinito.

Seven está de parabéns por esse sucesso!

Abraços,

Abraços,

Armênio Vitoriano

Aléssia Fernandes | estudante

SELF-SERVICE ZERO ® START

Santa Lolla – www.santalolla.com.br

Philips - 0800 701 02 03

André Batista - 21 2245 8171

Single – www.single.com.br

Samsung - 0800 124 421

S.Pinheiro – 85 3224 0033

Sony - 11 3677 1080

UM ® MODA

Talie NK – www.talienk.com.br

Zou Cultural - 85 3456 3432

Alix Pinho – 85 9177 6620

Tentacion – 85 3461 2742

Amarelô – 85 3272 6848

Vi Lingerie – 85 3482 5879

Aspectho – 85 3224 6548

Adcos – 85 3486 3500

Cabeto - 85 3261 4146

DOIS ® CULTURA

Anamac – (85) 3224 5718

Cavendish - www.cavendish.com.br

Casa 21 – www.casa21.com.br

Clarins – www.clarins.com

Cleide Jóias – 85 3261 7247

Dpot - www.dpot.com.br

Editora Agora – www.editoraagora.com.br

ColetivoPosh – 85 3224 4175

Imaginarium – 85 3241 0111

Eduardo Ferreira - 85 9117 9902

Cosmic - 85 3133 0078

Ouvidor Interiores – 85 3267 6766

Forum – (85) 3458 1233

Diesel – www.diesel.com

Tok Stok – 85 3308 3000

Gerbera – (85) 3261 5271

Duo Design – 85 3249.2260

Omni Editora - 85 3247 6100

Iodice – www.iodice.com.br

Forum – 85 3458 1233

Linda Mulher – 3261 0513

Fruty’s Brazil – 85 3257 5120

TRÊS ® GASTRONOMIA

L’Occitane – www.loccitane.com.br

Guapa Loca – 85 3244 7162

Emporium Vinum - 85 3264 6040

Lugage – 85.3264 9455

Jefferson Kulig – www.jeffersonkulig.com

Expand Store Fortaleza – 85 3456 3377

Natura – www.natura.net

Jo-Iôla – 85 3224 9633

FTP Wine – 85 4011 3900

O Boticário – www.oboticario.com.br

Kokid – 85 3494 2911

Grand Cru – 85 3261 1050

Salão Marquinhos - 85 3267 1179

Linhas e Cores - 85 3472 1600

L. Vilaça Representações – 85 3226 9003

Selma Cabeleireira - 85 3267 2120

Lino Villaventura - 85 3261 2629

Multicoisas - 85 3241 0413

Tom Sobre Tom – 3224 3872

Lisieux - 85 3247 4583

Pão de Açúcar – www.paodeacucar.com.br

Vinotage – www.vinotage.com.br

Lugage – 85 3264 9455

Tok Stok - 85 3308 3000

Zion – (85) 3267 5795

Marcelo Quadros - www.marceloquadros.com

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CINCO ® VIDA

Zou Cultural – 85 3456 3432

Meia Sola - 85 3433 7600

QUATRO ® D&D

Miss Mano – 85 3214 7975

AOC - 0800-10-9539

SEIS ® VIAGEM

Piorski – 85 3433 1801

Cleide Design – 85 3261 7247

Amazon – www.amazon.com

Neon – www.neonbrazil.com.br

LG - 0800 707 5454

Ebags - www.ebags.com

Robia – 85 3219 2399

Ouvidor Interiores - 85 3267 6766

Flight 001 - www.flight001.com

Sabine Cavalcanti – 85 8860 4880

Panasonic - 0800 011 10 33

Hotel Vila Naiá – 73 3573 1006

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