ENTREVISTA
revista técnico-profissional
62
o electricista Helena Paulino
CERTIEL
{A IMPORTÂNCIA DE “USAR BEM A ENERGIA”}
Carlos Ferreira Botelho, Director-Geral da CERTIEL, em entrevista à revista “o electricista” falou da importância de uma instalação eléctrica de acordo com as normas e explicou a importância do projecto “usar bem a energia é um dever de cidadania”.
revista “o electricista” (oe): Quando e porque surgiu a CERTIEL? Carlos Ferreira Botelho (CFB): A CERTIEL - Associação Certificadora de Instalações Eléctricas foi criada em 1999 para suprir uma necessidade sentida pelo Estado, e traduzida em legislação entretanto publicada, da existência de uma entidade que garantisse a qualidade e a segurança das instalações eléctricas, já que a electricidade, quando mal usada, pode ter consequências muito sérias, para as pessoas e bens. A CERTIEL é uma associação sem fins lucrativos, com autonomia técnica, administrativa, económica e financeira, considerada de utilidade pública e acreditada pelo Instituto Português da Acreditação, que analisa e aprova os projectos de instalações eléctricas de tipo C (Baixa Tensão), e inspecciona e certifica essas instalações eléctricas, novas ou modificadas. A CERTIEL é igualmente responsável pela certificação e inspecção periódica das instalações de micro-produção e mini-produção alimentadas em Baixa Tensão e é gestora da base de dados nacional de elevadores. Em qualquer das áreas referidas, a CERTIEL actua por delegação do Estado, através da Direcção-Geral de Energia e Geologia
(DGEG), tendo sido reconhecida por esta como Associação Nacional Inspectora de Instalações Eléctricas (ANIIE) para todo o território do continente.
riódico das instalações, o que não favorece a sua renovação e adequação às exigências de segurança que a sociedade actual espera ver cumpridas.
oe: Há necessidade de existir em Portugal uma entidade certificadora? CFB: Sim, a intervenção de uma entidade certificadora permite assegurar aos utilizadores das instalações eléctricas o cumprimento uniforme das exigências técnicas aplicáveis, garantindo a qualidade e segurança das instalações eléctricas.
oe: Mas o que devem fazer os portugueses para garantir uma segura e eficiente instalação eléctrica? CFB: Cada caso é um caso. Os utilizadores devem atentar sempre ao ano de construção/entrada em funcionamento da instalação eléctrica, se teve algum tipo de intervenção depois disso, e se experimenta algum “sintoma” de uma instalação eléctrica insegura e ineficiente, como choques eléctricos, falhas de energia, avaria de electrodomésticos, tomadas queimadas, entre outros sintomas. Se a casa é anterior a 2007, a sua instalação eléctrica será à partida menos eficiente do que uma instalação eléctrica executada posteriormente, uma vez que a legislação sofreu aí uma evolução. Mas não terá comparação com uma casa com uma instalação eléctrica com 40 anos (ou mais). Estas sim são o problema, porque além de não serem eficientes, por o número de circuitos não ser o adequado, são inseguras para as pessoas e para os bens, além de poderem estar degradadas pelo uso.
oe: Registam-se no nosso país muitas situações de incumprimento das regras básicas das instalações eléctricas? CFB: Relativamente às instalações recentes, podemos afirmar, com elevado nível de confiança, que as mesmas respeitam as regras técnicas e de segurança em vigor. O mesmo já não será possível assegurar relativamente às instalações antigas as quais, na sua grande maioria, apresentam sérios problemas de segurança, por um lado devido ao facto de à data da sua execução a legislação existente não cobrir muitas das soluções técnicas de protecção actualmente existentes, e por outro lado, devido à inexistência de um sistema de controlo pe-