Dossier: eficiência energética
Normalização sobre eficiência energética em ascensores Miguel Leichsenring Franco
Baixo consumo
Eng.o Eletrotécnico,
A
Administrador da Schmitt-Elevadores, Lda
B
A
C D
1. INTRODUÇÃO A segurança, o conforto e o aproveitamen-
E
to do espaço são os temas centrais com que
F
a indústria de ascensores normalmente se
G
preocupa. A eficiência energética não era
Alto consumo
discutida até há alguns anos. Contudo, o auFigura 1a.
Figura 1b.
conduziu ao rápido aumento de importân-
Europeia emanou várias Diretivas que se
posta parcialmente para o direito nacional
cia da temática da eficiência energética em
relacionam direta ou indiretamente com a
pelo Decreto-Lei n.º 78/2006 de 04 de abril,
ascensores. Assim, quer para novos ascen-
temática da utilização de energia. As mais
e a Diretiva 2005/32/CE de 06 de julho de
sores quer para ascensores já instalados,
importantes são entre outras, a Diretiva
2005 – “EuP – Energy Using Products” (Requi-
são necessários métodos e procedimentos
2002/91/CE de 16 de dezembro de 2002 -
sitos de conceção ecológica dos produtos
que permitam a determinação e avaliação
“EPB - Energy Performance of Buildings” (De-
que consomem energia)3.
mento substancial do custo da energia elétrica associado à relevância da temática das alterações climáticas e à sustentabilidade,
da necessidade energética de ascensores e
2
sempenho Energético de Edifícios) , trans-
que possibilitem uma comparabilidade das diferentes soluções oferecidas pelos fabri-
mente para a ordem jurídica nacional esta O objetivo desta Diretiva passa pela promo-
Diretiva Comunitária, tendo como finalidade
cantes através de uma identificação fácil,
ção da melhoria do desempenho energético
assegurar a aplicação regulamentar, nome-
uniforme e normalizada da classe de efici-
dos edifícios na Comunidade, tendo em conta
adamente no que respeita às condições de
ência energética.
as condições climáticas externas e as condi-
eficiência energética, à utilização de sistemas
ções locais, bem como as exigências em ma-
de energias renováveis e, ainda, às condições
Este artigo apresentará um breve resumo
téria de clima interior e a rentabilidade eco-
de garantia da qualidade do ar interior, de
de algumas das normas atualmente exis-
nómica. Esta Diretiva estabelece requisitos
acordo com as exigências e disposições con-
tentes ou em fase de elaboração sobre a
em termos de:
eficiência energética em ascensores.
2
a)
enquadramento geral para uma metodologia
tidas em: a)
tamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) – De-
de cálculo do desempenho energético inte-
creto-Lei 80/2006 de 04 de abril, e
grado dos edifícios; b)
2. AS NORMAS EXISTENTES 1
Segundo um estudo da União Europeia , o setor dos edifícios será responsável por
c)
aplicação de requisitos mínimos para o de-
Regulamento das Caraterísticas de Compor-
b)
Regulamento dos Sistemas Energéticos e de
sempenho energético de novos edifícios;
Climatização dos Edifícios (RSECE) – Decreto-
aplicação de requisitos mínimos para o de-
Lei 79/2006 de 04 de abril.
cerca de 40% do consumo total de energia
sempenho energético de grandes edifícios
neste espaço geográfico. Cerca de 70% do
existentes que sejam sujeitos a importantes
consumo de energia deste setor verificar-
obras de renovação;
requisitos comunitários de concepção ecoló-
3
Esta Diretiva cria um quadro de definição dos
-se-á nos edifícios residenciais. Em Portu-
d)
certificação energética dos edifícios;
gica dos produtos consumidores de energia
gal, mais de 28% da energia final e 60% da
e)
inspeção regular de caldeiras e instalações
com o objetivo de garantir a livre circulação
de ar-condicionado nos edifícios e, comple-
destes produtos no mercado interno.
mentarmente, avaliação da instalação de
Prevê ainda a definição de requisitos a obser-
Por forma a dar cumprimento ao Protocolo
aquecimento quando as caldeiras tenham
var pelos produtos consumidores de energia
de Kyoto, no qual se definiu uma drástica
mais de 15 anos.
abrangidos por medidas de execução, com
redução da emissão de CO2, a Comunidade
O Decreto-Lei n.º 78/2006 de 04 de abril –
vista à sua colocação no mercado e/ou co-
Sistema Nacional de Certificação Energética
locação em serviço. Contribui para o desen-
e da Qualidade do Ar (SCE), transpõe parcial-
volvimento sustentável, na medida em que
energia elétrica é consumida em edifícios.
1
34
Ver Diretiva 2002/91/CE de 16.12.2002.
elevare
Dossier: eficiência energética lores de consumo de energia em standby e em manobra, projetando a potência em standby
3.6. Certificado
e a necessidade energética em manobra com os tempos médios de standby e viagem para
Os valores caraterísticos poderão ser final-
a obtenção do consumo diário, de acordo com a Tabela 3 e dividindo o valor obtido pelo
mente apresentados num certificado ener-
número de metros percorridos e pela carga nominal. Obtém-se assim a energia necessária
gético. Apresenta-se um exemplo de um
total específica para o ascensor.
certificado energético para um ascensor já existente.
Para a atribuição das necessidades específicas de energia a classes de eficiência energética, os valores limite para a manobra e para as necessidades de standby pertencentes a uma mesma classe são combinados de acordo com as Tabelas 4 e 5, utilizando-se a seguinte
4. CONCLUSÃO
equação:
Apesar do ascensor ser responsável por
EAscensor, max = Emanobra, max +
uma parte reduzida do consumo global
Pstand-by, max × tstand-by × 1000
[Eq. 2]
Q × vnominal × tmanobra × 3600
anual de energia elétrica de um edifício, o consumo global de todos os ascensores instalados num país ou em todo o espaço
Pstandby deverá ser indicado em mW e tmanobra em h.
geográfico da comunidade europeia, aumenta substancialmente a sua relevância. A eficiência energética de ascensores é um
Tabela 4. Classes de necessidades energéticas – standby.
dos maiores desafios que se coloca à indústria de ascensores, procurando-se atu-
Classes de necessidades energéticas - standby Potência / Output (W)
≤ 50
≤ 100
≤ 200
≤ 400
≤ 800
≤ 1600
> 1600
almente propor métodos de medição, ava-
Classe
A
B
C
D
E
F
G
liação e classificação, bem como medidas de ação para reduzir o consumo energético
Tabela 5. Classes de eficiência energética - manobra
numa base normalizada e por todos aceite. Os ascensores deviam ser incluídos nas
Classes de eficiência energética - Manobra
avaliações indicadas na Diretiva Comuni-
Consumo energético específico
tária EPB. Dessa forma, o tema eficiência ≤ 0,56
≤ 0,84
≤ 1,26
≤ 1,89
≤ 2,80
≤ 4,20
> 4,20
A
B
C
D
E
F
G
(mWh/(kg.m) Classe
de uma Norma harmonizada (como é o caso
Figura 2. Certificado energético para um ascensor.
38
elevare
energética conduziria à rápida introdução das Normas da família EN81).