dossier datacenters e UPS
a energia crĂtica (UPS) em centros de dados Eng.Âş Pedro MagalhĂŁes Enterprise System Engineer IT da Schneider Electric Portugal
Procuramos neste artigo demonstrar a importância dos diferentes conceitos de redundância de sistemas de UPS nos centros de dados. Em primeiro lugar, na sua disponibilidade e posteriormente, numa altura em que as organizaçþes jå racionalizaram quase tudo, desde as pessoas atÊ aos próprios sistemas informåticos, na única vertente que ainda falta dinamizar: a da eficiência energÊtica. Esperamos assim contribuir para decisþes mais racionais e eficientes.
Num ambiente de centro de dados, a UPS ĂŠ, sem dĂşvida, o mais crĂtico de todos os componentes, uma vez que ĂŠ dele que depende, a sua continuidade de serviço. A falha do sistema UPS provoca de imediato um tempo de paragem, sem qualquer hipĂłtese de promover paragens controladas ou encerramentos ordeiros de sistemas, como a falha de qualquer um dos outros componentes, apesar de tudo permite. Quando analisamos as falhas de outros componentes, facilmente compreendemos que a sua ocorrĂŞncia permite, ainda assim, algum tempo de intervenção atĂŠ que provoque um tempo de paragem. Uma falha de rede que ocorre com alguma frequĂŞncia tem como backup, em primeira instância, as UPS e depois os grupos
eletrogĂŠneos, nĂŁo induzindo um tempo de paragem. Mesmo a falha de arranque dos geradores permite que no tempo disponibilizado pela autonomia das UPS, se intervenha no sentido do tempo de paragem ser induzido de forma organizada e ordeira, inclusive, automaticamente. Mesmo uma falha do ar-condicionado, provavelmente o componente que a seguir Ă s UPS maior impacto pode ter ao nĂvel do tempo de paragem nos centros de dados, permite alguma margem de intervenção de modo a resolver o problema. A questĂŁo de uma paragem ser organizada ou intempestiva ĂŠ crucial na abordagem da disponibilidade de um centro de dados. Efetivamente, o termo disponibilidade encerra, em si prĂłprio, o conceito de tempo de recuperação. Quer isto dizer que a disponibilidade de um centro de dados ĂŠ diretamente afetada pelo tempo de paragem mas, acima de tudo, pelo tempo que levamos a recuperar a sua funcionalidade. Uma paragem controlada de sistemas peração que se mede na ordem dos minutos, uma vez que apenas ĂŠ necessĂĄrio arrancar de novo com todos os equipamentos. Pelo contrĂĄrio, uma paragem intempestiva pode medir-se na ordem de horas ou mesmo dias, dependendo da gravidade das consequĂŞncias da paragem na integridade das bases de dados. Um sistema UPS ĂŠ o suporte direto ao funcionamento dos sistemas de TI e a sua falha provoca um tempo de paragem imediato e sem qualquer tipo de possibilidade de controlar o encerramento dos sistemas. Tendo percecionado a criticidade dos sistemas UPS, vamos em seguida analisar os diferentes problemas que com esta podem ocorrer. Reparem que falamos sempre em sistema de UPS e nĂŁo em UPS. Esta questĂŁo nĂŁo ĂŠ um simples pormenor. Efetivamente, num centro de dados importa olhar para o sistema e nĂŁo para o equipamento em si, uma vez que a falha pode ocorrer na UPS ou em qualquer
componente do sistema que a suporta. A avaria de uma UPS, tanto provoca uma paragem imediata, como o disparo de um disjuntor ou diferencial na saĂda da UPS. Pelas questĂľes acima apontadas ĂŠ comum considerar, ao nĂvel dos centros de dados, que o sistema UPS ĂŠ redundante, confundindo, por vezes, redundância de equipamento com redundância de sistemas. Esta questĂŁo ĂŠ particularmente importante se considerarmos que a maior parte das vezes, o nĂvel de redundância considerado para o sistema UPS ĂŠ idĂŞntico ao considerado para os restantes componentes, ou seja, redundância do tipo N+1. Este tipo de redundância, conforme o nome indica, signi
necessårio para a prossecução de um determinado propósito. Importa pois compreender as diferentes falhas que podem ocorrer num sistema UPS. Para isso, convÊm efetuar uma anålise prÊvia dos diferentes sistemas de redundância que podemos aplicar a sistemas de UPS e vålidos para aplicaçþes em Centros de Dados. Vamos detalhar agora o sistema de redundância do tipo N+1, muito utilizado, e o sistema de redundância duplicada, 2N/2 (N+1). O sistema N+1 passa por assegurar redundância nas UPS, o sistema 2N/2 (N+1) assegura redundância no sistema UPS e a sua importância na anålise de disponibilidade de um Centro de Dados. Conforme se pode observar pela Figura 1, um sistema em redundância N+1, compreende criar redundância na UPS. No entanto, este tipo de redundância endereça apenas a UPS no sistema e não o sistema em si próprio. Na redundância duplicada ou 2N/2 (N+1) na Figura 2, a redundância Ê dos sistemas UPS podendo, no caso do sistema 2 (N+1), existir redundância de sistemas e de UPS. De referir que Ê mais importante assegurar a redundância dos sistemas UPS do que apenas redundância das UPS. O ideal Ê assegurå-los em simultâneo. www.oelectricista.pt o electricista 44
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