DOSSIER
revista técnico-profissional
o electricista
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o mercado das canalizações eléctricas em Espanha Depois de conhecermos a evolução do mercado de cabos em Portugal, é altura de perceber como se comporta o mercado das canalizações eléctricas em Espanha. Para o efeito, a revista “o electricista” convidou a AFME, a PEMSA e a AEMSA para uma entrevista.
Qual é a importância da indústria de produção de cabos eléctricos (energia, comunicações, transmissão de dados, etc..) e restantes equipamentos para canalizações eléctricas, relativamente à totalidade das indústrias eléctricas em Espanha? O subsector de cabos e canalizações representa cerca de 25% do sector de material eléctrico e reúne em Espanha aproximadamente meia centena de empresas fabricantes. Qual é o volume de negócio deste sector em Espanha? No ano de 2002, este sector girava em torno dos 850 milhões de euros. Não obstante, tem que se levar em conta que grande parte do negócio se desenvolve com base em projectos pontuais e a evolução do sector é por conseguinte, bastante irregular. Que mercados absorvem as exportações das indústrias espanholas ligadas às canalizações? Os mercados de destino são os mesmos que para outro tipo de produtos do sector eléc-
trico, se bem que se verifica uma diversificação geográfica um pouco maior. Cerca de 62% das exportacões destinam-se à União Europeia, o nosso mercado interior; o segundo mercado é a América Latina, com 11,7%, ainda que nos últimos anos tenha perdido importância; segue-se, com uma cota de 7,8%, a zona do Norte de África e, com 7,4%, a zona que engloba a Europa Ocidental não-comunitária. De qualquer modo, as empresas espanholas do sector exportam os seus produtos para todos os cantos do mundo, e zonas como a antiga Europa de Leste ou o Norte de África vão ganhando importância como destino das exportações espanholas do sector. Qual a estratégia definida para combater a concorrência dos países menos desenvolvidos que produzem este tipo de equipamentos? Se falarmos de produtos que incorporam tecnologia básica e oferecem grandes economias de escala, devo dizer que hoje em dia é difícil competir em preços, com a produção realizada em países da Europa de Leste e na Ásia, uma vez que estes possuem mão-de-obra mais barata. Na opinião de
Francisco Guerricabeitia, Director de Exportação da empresa AEMSA, um dos principais fabricantes de canalização em Espanha, “a melhor política para combater este tipo de concorrência é a consciencialização Francisco Guerricabeitia da importância da qualidade, tanto no produto final como na gama que se oferece, assim como do serviço, procurando oferecer ao cliente a solução mais completa possível.” Na mesma linha, diz-nos Miguel Ángel Bolaños, Director de Marketing da PEMSA, empresa espanhola com filial em Portugal e fabricante de canalizações para cabos: “a estratégia é não tratar de competir exclusivamente no Miguel Ángel Bolaños preço ou qualidade, mas sim conseguir criar organizações orientadas ao cliente, que tragam valor acrescentado, que se dis-