ARTIGO TÉCNICO 12
revista técnico-profissional
o electricista
Fernando J. T. Estêvão Ferreira, Instituto de Sistemas e Robótica - UC, Dep.to de Eng.ª Electrotécnica - ISEC Jorge M. L. Rodrigues de Almeida, Instituto de Sistemas e Robótica - Universidade de Coimbra
variadores electrónicos de velocidade
{ANÁLISE TÉCNICO-ECONÓMICA}
Os variadores electrónicos de velocidade com inversor por fonte de tensão e modulação por largura de impulso (VEV) têm vindo a revelar-se como dispositivos de eleição para o controlo de velocidade em motores de indução (MI). Neste artigo, analisa-se o impacto dos VEV na rede e a variação do desempenho do sistema MI+VEV em função da carga, e de que forma estes factores influem na avaliação das poupanças energéticas associadas a determinadas cargas, tais como bombas e ventiladores centrífugos.
SUMÁRIO
Variador Electrónico de Velocidade, Inversor, Motor de Indução, Distorção Harmónica, Rendimento, Factor de Potência. PALAVRAS CHAVE
1› INTRODUÇÃO O controlo da velocidade em motores de indução tem-se manifestado muito vantajoso na maioria das aplicações de força motriz na indústria. Ventiladores, compressores, bombas, moinhos, gruas, elevadores, transportadores e serras, são alguns exemplos de aplicações para as quais a variação da velocidade toma uma importância considerável ao nível técnico e energético [1]. Actualmente, a competitividade das empresas industriais esta fortemente dependente da sua eficiência energética global. Em cargas como ventiladores e bombas centrifugas, em que a potencia consumida e sensivelmente proporcional ao cubo da velocidade de rotação, os potenciais de poupança energética associados assumem valores bastante significativos [1]. Nestes casos, a alteração do controlo de caudal por estrangulamento para controlo de caudal por variação de velocidade pode traduzir-se numa substancial redução do consumo energético. E também frequente encontrarem-se ventiladores a trabalhar desnecessariamente a plena carga durante longos períodos do dia. Se for possível efectuar um ajuste contínuo do caudal de ar em função das necessidades efectivas do local, as poupanças energéticas que dai advém atingirão certamente valores muito significativos. No caso das bombas centrífugas para enchimento de depósitos de armazenamento de líquidos, podem-se obter poupanças se for possível reduzir o caudal (sem tornar incompatível a capacidade de elevação) e dilatar o período de funcionamento.
De entre os vários métodos de variação de velocidade, os variadores electrónicos de velocidade são dos que mais se tem evidenciado pelo rigor e precisão de que geralmente são dotados. Possuem uma forma de controlo bastante eficaz, actuando tipicamente sobre a frequência (f) e tensão de alimentação do motor M. O variador electrónico de velocidade com inversor por fonte de tensão e modulação por largura de impulso (VEV) e 0 que mais se utiliza para motores de indução trifásicos. 0 seu modo de funcionamento assenta na comutação de uma tensão continua a frequências da ordem dos kHz, resultando a saída três formas de onda (sistema trifásico) compostas por vários impulsos de diferentes larguras. Apresenta um rendimento bastante satisfatório (95% - 98%), uma distorção harmónica a saída relativamente reduzida e um bom factor de potência, quando comparado com outro tipo de inversores [2]. Para alem do controlo de velocidade, os VEV podem permitir, entre outras funcionalidades, arranques e paragens suaves, protecção térmica do motor e travagens regenerativas.
2› ENSAIOS LABORATORIAIS 2.1› BANCO DE ENSAIOS Com o intuito de determinar o impacto que os VEVs podem produzir nos motores de indução trifásicos com rotor em gaiola de esquilo (MIs), foram realizados vários ensaios laboratoriais. Para a realização dos ensaios foram utilizados dez MIs, com potências nominais com-