Lições de electricidade - capítulo II - corrente contínua - 17.ª parte

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Jorge Castilho Cabrita Engenheiro Electrotécnico (IST)/Professor do Ensino Secundário

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LIÇÕES DE ELECTRICIDADE

{CAPITULO II · corrente contínua Jorge Castilho Cabrita, Engenheiro Electrotécnico (IST)/ Professor do Ensino Secundário

17º. PARTE

Resistências - 2ª parte : Resistências bobinadas. Resistências especiais. Resistências variáveis: reóstatos.

Neste artigo continua-se o estudo dos vários tipos de resistências, suas características e aplicações. Conclui-se a análise das resistências fixas e inicia-se o estudo das resistências variáveis.

39› RESISTÊNCIAS BOBINADAS FIXAS Estas resistências consistem num fio de liga metálica resistente enrolado em torno dum suporte isolante. São ligados terminais sob pressão às extremidades do fio. O elemento resistivo é uma liga resistente como nicrómio, ferro-níquel, manganina, constantan, maillechort1. Outra liga é o zeranin (88% Cu - 6% Mn - 6% Ge) cuja resistividade é semelhante à da manganina. Suporte - quanto mais facilmente for dissipada a energia térmica gerada maior é a potência que a resistência pode ter. Para fácil dissipação da potência, o material do suporte deve ter elevada condutividade térmica. Materiais utilizados são cerâmica (esteatite, alumina, óxido de berílio), fibra de vidro, alumínio anodizado. Este último é o isolante com melhor condutividade térmica, seguido do óxido de berílio. Estes suportes podem apresentar formas diversas, como tubo, vareta, ovais, planas ou cilíndricas. A cobertura pode ser cerâmica, de esmalte, cimento, vidro, silicone. Na figura 112 apresenta-se uma classificação das resistências bobinadas.

Figura 112 . Resistências bobinadas: classificação

39.1› RESISTÊNCIAS BOBINADAS DE POTÊNCIA 39.1.1› Resistências bobinadas nuas e em carreto Há resistências bobinadas constituídas por fio nu enrolado sobre um suporte cerâmico ou sobre mica. Em aquecimento são usadas resistências deste tipo, de nicrómio sobre suporte cerâmico. O arrefecimento de resistências nuas pode ser ao ar (natural ou com ventilador) ou por imersão em líquido (óleo mineral ou silicone). Um tipo particular de resistência bobinada consiste num carreto com fio enrolado e destinada a aparelhos de medida. As resistências deste tipo têm valor óhmico inferior a 1 :, grande precisão e potência máxima de alguns W.

39.1.2› Resistências moldadas Há resistências bobinadas sobre um suporte de fibra de vidro. Depois de feita a ligação aos terminais axiais, o conjunto é moldado com resina fenólica grossa. Resistências deste tipo poderão suportar até 220 ºC. Usam-se onde for necessária compactação. É uma resistência adequada para substituir resistências com revestimento vítreo ou cimentado.

39.1.3› Resistências bobinadas esmaltadas ou lacadas Outras resistências de fio são protegidas por corpos de outros materiais. As esmaltadas ou lacadas têm o fio enrolado sobre um suporte cerâmico. Os terminais de cobre estanhado são ligados a dois capacetes metálicos montados nas extremidades. São resistências de potência usadas em aplicações gerais em circuitos eléctricos e electrónicos. A temperatura de funcionamento está limitada a 125 ºC.

39.1.4› Resistências bobinadas cimentadas As resistências cimentadas permitem dissipar elevadas potências em pequenos volumes. O elemento resistivo está bobinado sobre uma vareta cerâmica. Capacetes metálicos são montados sob pressão nas extremidades da vareta. A estes e aos terminais exteriores são ligadas as extremidades do fio resistivo. O conjunto é revestido por cimento não inflamável. Algumas destas resistências têm um corpo cerâmico de esteatite, rectangular ou quadrado, que protege o fio de resistência bobinado sobre um cordão de fio de vidro, com contactação não soldada. São impermeáveis e a temperatura máxima de funcionamento é de 260 ºC. Na figura 113 mostram-se resistências deste tipo com secção rectangular e com terminais axiais.


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