projetar as casas sustentáveis do futuro

Patrícia Pimenta VP Home & Distribution Iberia Schneider Electric

A tecnologia de casas inteligentes (Smart Homes) é também valiosa, pois permite que os proprietários tornem realidade os seus sonhos de design residencial, como dispor da conveniência e controlo proporcionados pela automação residencial inteligente. Os efeitos das mudanças ambientais e dos aumentos nos preços da energia tornaram a instalação de tecnologia de Smart Home mais atrativa do que nunca. As casas inteligentes apresentam um grande potencial para economizar nas faturas de energia, reduzir a pegada doméstica de carbono e otimizar o conforto e a segurança. Desta forma, são também casas sustentáveis mais bem equipadas para o futuro.

BEM-ESTAR

Neste momento regista-se um aumento sem precedentes do custo da energia em todo o mundo, e as estatísticas mostram que o trabalho remoto e híbrido aumenta a utilização de energia e leva a faturas mais altas em cada mês.

Alguns exemplos? Nos EUA, o preço do óleo combustível aumentou 40% desde 2019. Na Nova Zelândia, prevê-se que as famílias vão assistir a um aumento de mil dólares nas suas contas de energia nos próximos anos. É sabido, também, que o consumo doméstico representa 29% da utilização global de energia e contribui para 21% das emissões de CO2 . Assim, as casas sustentáveis podem ser a solução para reduzir estes números preocupantes.

No contexto atual de crise energética, metas de redução de carbono e alterações climáticas, muitas pessoas já estão cientes de que mudar o seu modo de viver é vital – mas nem todas percebem que essa mudança pode começar em casa. Este é o momento ideal para explorarmos ainda mais os projetos de casas

inteligentes e sustentáveis; ou seja, casas que não têm um design adequado apenas do ponto de vista estético, mas que conseguem também equilibrar sustentabilidade, bem-estar e inovação. Estes 3 aspetos são fundamentais para desbloquear todo o potencial e benefícios deste tipo de habitações.

SUSTENTABILIDADE

A sustentabilidade engloba um conjunto de ideias e aplicações que podem ser implementadas numa casa. A eficiência energética é fundamental para combater as alterações climáticas, podendo reduzir significativamente as emissões de GEE, as emissões diretas derivadas do consumo de combustíveis fósseis e ainda as emissões indiretas da geração de eletricidade.

A eficiência energética pode começar na estrutura da casa, permitindo reduzir e otimizar o consumo de energia. Tal é alcançado por métodos passivos, como isolamento e soluções específicas. Alguns exemplos de soluções energeticamente eficientes são: incorporar equipamento para monitorizar a energia doméstica; instalar um sistema inteligente; e utilizar eletrodomésticos de baixo consumo energético.

Projetar uma casa inteligente envolve pensar mais profundamente sobre o que uma vida inteligente e sustentável implica. Não se trata apenas de economizar energia, mas também de cuidar do bem-estar e da qualidade de vida dos seus habitantes.

Sendo que os poluentes interiores são tipicamente duas a cinco vezes mais elevados do que os exteriores, é evidente que é necessário tomar medidas para garantir que a melhoria da qualidade do ar é considerada quando projetamos casas. Capacitar os ocupantes para que entendam mais sobre a qualidade do ar interior ajudá-los-á a descobrir as causas de uma possível má qualidade. Tal pode ser resolvido com a instalação de equipamentos para monitorizar a qualidade do ar, sensores de humidade, sistemas de monitorização e alarmes de monóxido de carbono.

A perda de calor é outro problema substancial; e não só em termos de eficiência energética, mas também de saúde e bem-estar. Pode ser combatida através de formas mais ativas de abordar o conforto térmico, recorrendo a soluções domésticas inteligentes. Por exemplo, a instalação de termóstatos ambientes inteligentes, por exemplo, pode facilitar o conforto térmico multizona, e o seu controlo em casa ou de forma remota.

Por outro lado, importa referir que a visão é o nosso sentido mais dominante. Demasiada luz, ou luz insuficiente, numa divisão podem criar desconforto visual, levando a