Relação entre a intercambiabilidade das peças e a definição de toleranciamento dimensional e geométrico
Todos os processos de fabrico, usados na indústria metalomecânica, sobretudo os de arranque de apara, estão sujeitos a diferentes tipos de imprecisões e de limitações que impossibilita o fabrico de qualquer peça de forma exata de acordo com as cotas nominais estabelecidas.
na indústria metalomecânica, deveria ser equiparada a uma mera montagem de peças de peças lego, mas na realidade não é isso que acontece, assiste-se vulgarmente a ajustes constantes para que as diferentes montagens possam ser executadas com sucesso, levando ao aumento dos custos consideráveis de fabrico e de montagem.
Para resolver ou reduzir esta insuficiência crónica dos processos, precisamos urgentemente de começar a abordar algumas das questões enumeradas abaixo:
1) GRANDEZAS DAS IMPRECISÕES DOS DIFERENTES PROCESSOS DE FABRICO
Estas imprecisões, maiores ou menores consoante os processos de fabrico escolhidos, leva a que as dimensões finais de fabrico, para serem validadas, necessitem somente de ficar dentro de um intervalo, definido por uma dimensão máxima e mínima ou por desvios máximo e mínimo em relação à dimensão nominal. Qualquer dimensão de uma peça não precisa de corresponder a um único valor, mas sim estar dentro de um intervalo de valores que não compromete a sua funcionalidade pretendida na montagem. Estes intervalos, perfeitamente padronizados e criteriosamente definidos por diferentes normas, podem e devem ser selecionados pelos desenhadores/projetistas para que peças semelhantes possam ser substituídas entre si, sem que haja necessidade de
ajustes. A prática demonstra que as medidas das peças podem variar, dentro de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade ou a sua funcionalidade. Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caraterizam o que chamamos de tolerância dimensional.
Os processos de fabrico, nomeadamente os processos por arranque de para, são servidos atualmente por equipamentos e ferramentas com extraordinária precisão e de com erros de repetibilidade muito inferiores aos requisitos de tolerância especificados nas peças. Tomando em consideração esta realidade torna-se um pouco incompreensível as diferentes operações de ajuste que é necessário executar na montagem de diferentes peças. A montagem de peças,
Quando especificamos as tolerâncias dimensionais e geométricas nas diferentes peças precisamos de saber o que podemos exigir dos diferentes processos de fabrico. O sucesso da montagem das diferentes peças não se resume a uma mera definição do toleranciamento geral e individual das diferentes peças.
Aos desenhadores/projetistas exige-se que sejam capazes de identificar em relação aos diferentes e processos fabrico que tolerâncias mínimas poderemos exigir sem tornar os processos demasiados onerosos. Tolerâncias exigidas abaixo de 0,02 mm começam a tornar-se demasiadas caras. Para evitar isto, temos que estabelecer a zona conforto dos nossos processos de fabrico, e que não comprometa a montagem e as diferentes funcionalidades pretendidas para os diferentes componentes. Como desenhadores/ projetista não podemos ter uma atitude autista em relação ao fabrico, temos que forçosamente de ir de encontro da sua zona de conforto e exigir somente o que é exequível.