A independência do Brasil na Bahia - Guia do Educador

Page 1

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Guia do Educador, Referências e Glossário CIPÓ - Comunicação Interativa Oi Kabum! Salvador


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO

O ÍNDIO NA CULTURA BRASILEIRA

CARTA AOS EDUCADORES

PESQUISA E ANÁLISE CRÍTICA DE FONTES HISTÓRICAS

COMO UTILIZAR OS MATERIAIS E CONTEÚDOS DO SITE E DVD - ROM

LINHAS DO TEMPO E O CONHECIMENTO HISTÓRICO

A METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO PELA COMUNICAÇÃO

HISTÓRIA E MEMÓRIA

UMA METODOLOGIA PARA LEITURA CRÍTICA DE IMAGENS

REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS: OS MAPAS

TRABALHANDO COM A LINGUAGEM AUDIOVISUAL EM PROJETOS EDUCATIVOS

OUTRAS CARTOGRAFIAS

FOTOGRAFIA, MEMÓRIA E NARRATIVAS

GLOSSÁRIO

HISTÓRIA E IDENTIDADE: A PARTICIPAÇÃO POPULAR

REFERÊNCIAS


APRESENTAÇÃO projeto Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia tem como objetivo contribuir para o registro e disseminação de uma das mais importantes festas da cultura da Bahia, o Dois de Julho, ampliando o compartilhamento dos múltiplos significados desta manifestação político-cultural. Foi criado um conjunto de materiais: textos, fotografias, vídeos, ilustrações e animações, reunidos em um Site e em DVD-ROM, a serem disponibilizados ao público em geral, mas especialmente para utilização nas escolas e projetos socioeducativos. O site preza pela hipertextualidade, através de links internos e externos, se colocando como um espaço de construção e disseminação colaborativas. Todo o material está disponível para download e para livre utilização em processos educativos, desde que citada a fonte. O trabalho foi desenvolvido pelo Núcleo de Produção da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia de Salvador, através de uma equipe formada por 25 jovens e 10 profissionais. Durante seis meses, foram desenvolvidas investigações, filmagens, fotografias e entrevistas com historiadores e especialistas nos temas abordados. As pesquisas foram realizadas em Salvador e cidades do Recôncavo baiano. Integrando os campos da cultura e da educação, o projeto pretende contribuir com a Lei 11.645/08, que inseriu os conteúdos de História e Culturas Afro-Brasileira e Indígena no currículo das escolas brasileiras, ao disponibilizar materiais multimídias sobre o Dois de Julho, que foram elaborados com linguagem adequada aos jovens. A festa é reconhecida pelo IPAC Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural - como um patrimônio imaterial da cultura baiana. O projeto foi contemplado pelo Edital Demanda Espontânea - 2011, do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, e foi desenvolvido pela ONG CIPÓ - Comunicação Interativa, que realiza o Programa Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia em parceria com o Oi Futuro.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

1


CARTA AOS EDUCADORES aro Educador e Cara Educadora, Este guia, parte do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, foi criado para todos que desejem transitar pela História do Brasil e da Bahia, especialmente educadores, através de um olhar pedagógico. Nele, são apresentadas sugestões de atividades, acompanhadas de textos complementares, referenciais conceituais, bibliográficos, visuais e audiovisuais, para fundamentar as práticas sugeridas, permitir que os limites do que é oferecido possam ser ampliados e seja possível aprofundar as pesquisas sobre o tema. As sugestões de atividades podem ser trabalhadas tanto em processos educacionais do ensino formal nas escolas e em articulação com os conteúdos curriculares -, como não formal - em programas educativos desenvolvidos por projetos sociais. Podem ser adaptadas para crianças, adolescentes e jovens. A temática do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia tem uma abrangência em relação à História Baiana e Brasileira e contempla as relações entre as três principais matrizes da formação do povo brasileiro: a africana, a indígena e a europeia. Assim, as possibilidades de utilização dos conteúdos, materiais e temáticas disponibilizados são amplas e permitem trilhar muitos caminhos. Ao mesmo tempo, estão em consonância com as demandas estabelecidas pela Lei 11.654/08 para o estudo e o ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e da História e Cultura Indígena. Encontramos, neste conjunto de materiais, o resultado de uma pesquisa que mapeou eventos e manifestações com fortes laços com a cultura popular e, nesta dimensão, vincula-se a determinados setores da sociedade brasileira e baiana com raízes

2

fundadas na cultura afro-brasileira e indígena. A proposta do Guia é promover o diálogo entre o conhecimento da História e as diversas linguagens e estratégias de percepção e interpretação do mundo. Assim, a História enquanto uma modalidade de leitura de mundo, das mais relevantes, se coloca como um catalisador para observações, análises e reflexões acerca de temas como Identidade, Cultura, Arte, Sociedade, Comunicação, Espaço, Tempo e Memória e diversos outros ramos do conhecimento humano. Afinado com a compreensão da História como agente catalisador da leitura de mundo, o educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997) acreditava que o entendimento histórico nos insere na História; por meio da compreensão do mundo somos sujeitos dos processos, com poder de interferir e não apenas nos adaptar aos acontecimentos. Freire propunha uma perspectiva de ação transformadora, ao conceber a História não apenas como um relato do passado, mas como referencial para realizações que podem repercutir no futuro. Assim é a proposta deste guia para educadores: sugerir ideias e ações, enquanto busca estimular a reflexão e o diálogo, a partir da concepção da História como uma passagem para o conhecimento crítico e contextualizado do mundo. Olhar para o passado, refletir sobre o presente e projetar para o futuro. Esperamos que vocês, educadores e educadoras, sintam-se estimulados a colocar em prática as sugestões apresentadas no Guia do Educador em suas salas de aula e que, neste encontro, possamos contribuir para uma formação crítica e reflexiva, desenvolvendo o sentido de cidadania e de participação social de crianças, adolescentes e jovens.

Bom trabalho a todos e todas!

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


Como utilizar os materiais e conteúdos do site e DVD - ROM: NO SITE e no DVD- ROM DOIS DE JULHO: A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NA BAHIA VOCÊ VAI ENCONTRAR Textos temáticos ilustrados. Vídeos: depoimentos, registros de eventos, festejos e manifestações culturais relacionados ao Dois de Julho. Fotografias e ilustrações: a iconografia do Dois de Julho. Animações: Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho e panorâmica do cortejo. Guia do Educador: textos complementares, sugestões de atividades, referências e glossário.

Ao utilizar o conjunto de materiais disponibilizado, é importante buscar relacionar os conteúdos e as atividades sugeridas com o contexto educativo onde se atua. Ao articular as propostas do Guia do Educador e dos demais materiais desta coletânea, aos currículos e às ações desenvolvidas na escola ou no projeto educativo, o educador pode potencializar a reflexão e a discussão e ampliar os desdobramentos criativos dos dois contextos.

algumas SUGESTÕES para utilizar estes materiais de maneira significativa: Antes de realizar as atividades, procure conhecer o site (ou DVD ROM). Navegue em suas páginas, leia os textos temáticos, assista aos vídeos e observe as fotografias. Reflita sobre seus conteúdos. Tente relacionar estes conteúdos aos planejamentos, assuntos e atividades abordados em suas aulas. Faça uma análise crítica e procure a melhor maneira de utilizar o material, de acordo com as suas necessidades e as dos educandos. Com base nas referências apresentadas, busque aprofundar suas pesquisas acerca dos temas relacionados ao Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia. Busque também

novas referências! Observe que as sugestões do Guia do Educador são propostas abertas, que podem ser ampliadas e conectadas a outras propostas, de forma colaborativa e interdisciplinar. As atividades do Guia apresentam algumas possibilidades de interdisciplinaridade, mas é possível buscar novas maneiras de articular áreas do conhecimento ou disciplinas e também de criar novas atividades a partir das sugestões. São muitas opções: pesquisar e tratar da História da cidade e, ao mesmo tempo, discutir a problemática do meio ambiente, estudar conteúdos de Geografia e

elaborar diversos gêneros de textos em Língua Portuguesa. Ao trabalhar com os educandos, construam o percurso do conhecimento conjuntamente. Estimule o diálogo, provoque os educandos. Problematizem as propostas e conteúdos abordados. Explorem o material e descubram juntos os múltiplos caminhos possíveis para aproveitar os conteúdos. Uma estratégia bastante interessante para atrair o interesse dos educandos e envolvê-los nas propostas, consiste em levantar os conhecimentos prévios da turma antes de apresentar as ideias de atividades e projetos. Proponha trabalhos e

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

projetos em grupo. Convide outros educadores e, em parceria com os educandos, elaborem projetos multidisciplinares, que envolvam vários setores de conhecimento e estimulem diversas habilidades. As sugestões de atividades não estão direcionadas explicitamente para determinadas séries escolares ou faixas etárias dos educandos, mas são descritas de forma a permitir sua aplicação em diferentes contextos, oferecendo várias opções para seu desenvolvimento. Cabe a você, educador, analisar o grau de profundidade que será conferido à atividade, de acordo com o público com o qual está trabalhando.

Oi Kabum! Salvador

3


A Metodologia da Educação pela Comunicação organização não-governamental CIPÓ – Comunicação Interativa desenvolve em seus projetos uma metodologia de ensino-aprendizagem em que os envolvidos participam ativamente da produção de peças de comunicação que, uma vez disseminadas, geram novos processos de educação e de mobilização social. O objetivo é promover o desenvolvimento do educando, de forma a contribuir para que ele se realize no âmbito pessoal, social e profissional, pautado na co-responsabilização e em valores éticos e humanitários. Um dos objetivos da Metodologia da Educação pela Comunicação é promover a Comunicação para o Desenvolvimento, que acontece quando uma determinada comunidade ou território coloca todo o seu potencial comunicativo a serviço da promoção do desenvolvimento pessoal, social, político, econômico, cultural e ambiental de seus integrantes e de seu entorno. Fazer este tipo de comunicação é produzir mídias e utilizar tecnologias e espaços de informação para educar, informar, reunir, trocar experiências e empoderar pessoas. Neste sentido, a comunicação atua como potencializadora de ações voltadas para a promoção do desenvolvimento. A Educação pela Comunicação fundamentase nos seguintes princípios pedagógicos e metodológicos: O reconhecimento e fortalecimento da identidade dos educandos. O estímulo à expressão de visões de mundo, saberes, experiências conhecimentos, ideias, valores e sentimentos, reconhecendo a diversidade. O acesso aos conhecimentos elaborados pela humanidade, aos bens culturais, às informações e outras experiências, de forma crítica e contextualizada. O acesso aos meios de produção e disseminação da comunicação e da cultura, como estratégias educativas, articuladas com a participação social e política. As sugestões de atividades e ações propostas pelo material educativo do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia possuem esses princípios como bases para sua realização.

Cortejo do Dois de Julho: Fachada decorada com motivos patrióticos e manifestação popular

4

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


Uma Metodologia para Leitura Crítica de Imagens s imagens são parte integrante do conteúdo do site e do DVD – ROM Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia. Os textos estão em articulação com as fotografias, os vídeos, animações e ilustrações. Tanto imagens como textos se combinam para contar a História do Dois de Julho, localizada em diversos momentos da linha do tempo. Algumas atividades utilizam os produtos visuais e audiovisuais (fotografias, vídeos, ilustrações e animações) como referenciais para sua realização. Para apoiar a utilização destes materiais, sugerimos um breve roteiro didático: Preparar O educador deve assistir aos vídeos e às animações e observar as fotografias com atenção antes e durante a realização das atividades. Assistir também aos filmes complementares sugeridos, antes de exibi-los. Procurar anotar pontos relevantes do que for assistido e orientar os educandos para que façam o mesmo, posteriormente,

durante as atividades. O educador pode dar aos educandos orientações prévias acerca dos objetivos da atividade para direcionar a observação ou deixar a observação livre e fazer as contextualizações depois. Antes de levar os textos para as turmas, lê-los e selecioná-los, de acordo com a série escolar e/ou faixa etária dos educandos. Perceber e analisar Ao observarem as imagens, analisá-las a partir de diferentes pontos de vista: os elementos, a composição, as texturas, a iluminação, as cores, o que está em primeiro plano e o que não está. Atentar também para outros aspectos como: época representada, personagens, contexto social e histórico. Ao mesmo tempo, permitir que os espectadores deem vazão às manifestações mais sensoriais, expressando o que as imagens lhes transmitem em relação a sensações, emoções e pensamentos. Provocar, refletir e mediar Propor uma discussão sobre que foi observado. Provocar com questionamentos. Relacionar com os conhecimentos pré-

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

vios e situações vividas pelos participantes e procurar estabelecer uma conexão com os temas discutidos. É importante permitir que os educandos tenham livre expressão e possam manifestar pensamentos, reflexões, opiniões e emoções. É interessante que, durante estas primeiras discussões, as principais ideias sejam sistematizadas: o educador pode, ao mediar as discussões, ir fazendo um inventário das colocações dos educandos, escrevendo no quadro ou em um flip chart. Contextualizar Após estas discussões e reflexões mais livres, procurar embasar e contextualizar o que foi levantado: ler os textos sobre os temas abordados constantes do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia e pesquisar em publicações e sites, além de acessar os filmes e leituras sugeridos (ver referências). Aprofundar e produzir Para tornar o processo mais consistente, a turma pode eleger algum dos temas discutidos para que seja mais intensamente pesquisado

Oi Kabum! Salvador

5


ALGUNS REFERENCIAIS PARA A LEITURA E ANÁLISE CRÍTICA DE IMAGENS

e gerar um novo projeto em diversas áreas do conhecimento. Pode ser um projeto artístico, integrando várias linguagens (dança, música, artes visuais, teatro); um projeto interdisciplinar; um projeto de leitura e expressão oral e escrita e mesmo uma ação envolvendo a comunidade. As possibilidades são inúmeras! Observação: A ordem das ações pode ser alterada, a depender dos planejamentos dos educadores e dos projetos desenvolvidos com os educandos. Por exemplo: é possível começar pelas leituras e pesquisas e, depois, assistir aos vídeos e observar as fotos.

6

Embora existam muitas correntes que fundamentam a leitura e análise de imagens, o conhecimento básico de algumas abordagens é essencial para realizar estes procedimentos em processos educativos: A abordagem sociológica, antropológica ou histórica: que analisa as imagens do ponto de vista do documento de uma época, de um povo ou de

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

um contexto social. A abordagem estética: que se apoia em uma apreciação mais formal das imagens e que estimula a exteriorização mais livre das emoções, sensações e ideias do espectador. A abordagem semiótica: que busca analisar os aspectos formais (observação denotativa) associados às representações simbólicas (ob-

servação conotativa). Para saber Mais: DONDIS, D. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991. HERNANDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000. JOLY, M. Introdução à análise da imagem. São Paulo: Papirus, 1996. KELLNER, D. Lendo imagens criticamente: em direção a uma pedagogia pós-moderna.

Oi Kabum! Salvador


TRABALHANDO COM A LINGUAGEM AUDIOVISUAL EM PROJETOS EDUCATIvOS odemos pensar que para trabalhar com tecnologia é necessário ter um grande aparato técnico e profundos conhecimentos acerca do assunto. Na verdade, com o acesso que atualmente existe a câmeras portáteis e celulares que filmam, é possível trabalhar

com a linguagem audiovisual e explorar os mais diversos temas e conteúdos de maneira lúdica e interessante. É certo que precisamos nos apropriar de algumas diretrizes e metodologias para conceber um projeto educativo em audiovisual e realizá-lo. Vamos, então, apresentar um passo a passo básico para um projeto educativo na área.

ATIVIDADE Produzindo um audiovisual Primeiramente, sensibilize os educandos para a linguagem de vídeo. Apresente alguns gêneros: documentário, ficção, reportagem, vídeo-clip. Mostre como são diferentes entre si, como cada um tem uma forma de tratar os temas. Mostre, também, que os filmes podem ter durações diferentes: são longas-metragens ou curtas-metragens. Faça a exibição de um ou mais vídeos do site (ou DVD - ROM) Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia. Os vídeos do Dois de Julho são documentários de curta metragem. Apresente aos educandos uma introdução à técnica do audiovisual: perspectiva, ângulos, planos de enquadramento, fontes de iluminação (ver Box - Técnicas Básicas do Audiovisual).

Façam algumas experimentações. É possível utilizar o celular ou câmeras fotográficas que filmam, com um cartão de memória, mas a captação do som geralmente não é muito boa. As câmeras de filmagem tipo handycam – câmeras pequenas, amadoras ou semi-profissionais, que podem ser digitais ou utilizar fitas para gravação -, também podem ser usadas e, às vezes, possuem uma captação de som melhor. Se usarem celulares ou câmeras fotográficas portáteis, planejar para que o som seja colocado depois, na edição. Defina com os educandos que tema será abordado. Pode ser, por exemplo, um míni-documentário sobre um personagem ou evento da História. Pode ser sobre um determinado lugar, abordando suas características, sua história, seu povo e sua cultura.

Realizem pesquisas: nas bibliotecas da cidade, na internet, nos arquivos públicos. Procurem documentos, gravuras, fotos e notícias de jornal. Pode-se dividir a turma em grupos e cada grupo pode realizar um pequeno vídeo com subtemas com base no tema principal. Após definirem o tema (chamado de argumento na linguagem de vídeo), é hora de partir para a elaboração do roteiro. Se for um documentário, ver quem será entrevistado, se vai haver narração, elaborar as perguntas para a entrevista. Se for ficção, criar a histórias, personagens, cenários e as falas. Após o roteiro ficar pronto, é hora de gravar as cenas. É importante que cada um tenha uma função no processo de

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

gravação. Para isso, dividem-se as tarefas: Quem vai produzir: quem vai trabalhar com a produção precisa marcar as entrevistas para o documentário; organizar os objetos que vão ser usados em cena; ver se é preciso providenciar transporte, água e alimentação para os participantes; se os equipamentos estão em ordem (tudo isto com o apoio do educador). Quem vai gravar: verificar as câmeras - ver se há fitas (caso utilizem) ou cartão de memória; verificar as baterias ou pilhas das câmeras; verificar a iluminação do local. Se for um vídeo de ficção, definir quem serão os “atores”. É preciso, neste caso, fazer os ensaios antes de gravar, organizar figurinos, cenários, maquiagem. Observação: se decidirem fazer um filme de ficção, procurem pesquisar e conhecer as características do gênero.

Oi Kabum! Salvador

7


TÉCNICAS BÁSICAS DO AUDIOVISUAL Quando todo o material estiver gravado, realizem a edição das cenas. Um elemento importante é a trilha sonora, que deve ser escolhida de acordo com o que foi gravado. Um programa de edição de vídeo simples e fácil de trabalhar é o Movie Maker, no qual é possível manipular as imagens e os sons.

Link para tutorial ensinando como utilizar o Movie Maker: http://www.youtube. com/watch?v=UYt24cLRBLo

Para marcar a culminância do projeto, organizem a exibição do vídeo ou vídeos para a comunidade escolar, quando podem acontecer debates sobre o tema. Pode-se, também, para aprofundar as reflexões, convidar especialistas para falar sobre o assunto dos vídeos. Sugestão para pesquisa: é possível acessar e exibir uma série de filmes em curta-metragem no site Porta Curtas da Petrobras: http://portacurtas.org.br/. Há ainda o site http:// www.curtanaescola.org. br/, um projeto do Porta Curtas Petrobras que mobiliza uma rede nacional colaborativa para o uso de curtas-metragens brasileiros em sala de aula.

8

PRINCIPAIS PLANOS OU TOMADAS DE CENA

Plano geral

Primeiro Plano

Plano Americano

Plano Médio

Plano Conjunto

Plano Detalhe

PRINCIPAIS POSIções de câmera Câmera alta: olhando com a câmera de cima para baixo.

Câmera baixa: olhando com a câmera de baixo para cima.

Câmera subjetiva: como se a imagem do filme estivesse sendo vista pelos olhos do personagem.

A câmera pode, ainda, focalizar um personagem por sobre os ombros de outro personagem.

fontes de luz Luz principal: que pode ser frontal ou lateral. Quando frontal, acentua as sombras do objeto ou pessoa. A luz lateral suaviza os contornos.

Luz secundária: pode ser usada para compensar uma iluminação frontal e diminuir as sombras.

Contraluz: também utilizada para suavizar a iluminação, sobretudo frontal, ou para criar silhuetas.

Para saber mais: ALMEIDA, Candido José Mendes de. O que é vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1984 (Coleção Primeiros Passos, 137. MOLETTA, Alex. Criação de curta-metragem em vídeo digital: uma proposta para produções de baixo custo. São Paulo: Summus editorial, 2009. (Biblioteca fundamental de cinema; 3). Site onde são encontradas diversas informações sobre vídeo e cinema http://www.roteirodecinema.com.br Blog com dicas de como fazer filmes, destinado a amadores: http://cineastassemdiploma.blogspot.com.br/

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


FOTOGRAFIA, MEMÓRIA E NARRATIVAS “O poder de síntese da fotografia é fabuloso. Ou seja, sintetiza tantas coisas ao mesmo tempo: a cultura da pessoa que está fotografando, a ideologia, o momento histórico que a pessoa que está fotografando está vivendo, porque ela está sendo influenciada por ontem e agora” Sebastião Salgado s fotografias são um meio de expressão artística e também um excelente testemunho de épocas. Desde que foi criada, no século XIX, a fotografia vem registrando pessoas, eventos, objetos, a natureza, paisagens, contribuindo para uma documentação da humanidade e de sua ação sobre o planeta. Através do ato de fotografar, é possível compor narrativas diversas, que contam histórias e representam pontos de vista. A fotografia pode ter a função de dar suporte a análises da realidade e ser um agente provocador de reflexões e debates acerca de temas de várias naturezas, desde as mudanças ocorridas no seio de uma família até as alterações que sofrem as paisagens, naturais ou urbanas, fruto da ação da humanidade. Dentre estas possibilidades de abordagem, tanto para quem faz a fotografia, como para quem a observa, encontramos nestas imagens mais do que apenas o registro físico. Há também, na captação da imagem física, uma apreensão

que se situa no campo da cultura: o registro de um tempo, de um local e de pessoas traz consigo uma bagagem simbólica. Lucia Santaella e Winfried Nöth afirmam sobre a fotografia em seu livro Imagem: cognição, semiótica, mídia: Embora seja fruto de uma conexão física, real, com o referente, sendo, portanto, um registro mais ou menos fiel de sua existência, a fotografia não é apenas física, mas também simbólica e mesmo convencional. A câmera não é uma simples máquina indiferente e neutra, mas sim dotada de uma certa inteligência, sendo resultado da aplicação de séculos de conhecimentos óticos, assim como físicos e químicos. Desse modo, embora o fotógrafo possa aparentemente registrar qualquer coisa, ele, na realidade, só pode fotografar dentro dos limites daquilo que o aparelho permite. Dependendo, por exemplo, do tipo de objetiva escolhida, normal, grande angular, teleobjetiva ou uma panorâmica em olho-de-peixe, em cada uma delas tem-se um modo de transcrição do espaço radicalmente diferente. Enfim, aquilo que é registrado pela foto necessariamente obedece às leis de codificação da visu alidade que estão inscritas na câmera. Isso sem mencionarmos os pontos de vista do fotógrafo, que são sempre histórica e culturalmente convencionados (1999).

Sant’Amaro, Benjamim Mulock, 1861.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

9


ATIVIDADE O PASSADO E O PRESENTE ATRAVÉS DA LEITURA DE IMAGENS: PRODUÇÃO DE SENTIDOS Realize com a turma a observação e análise das fotografias do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia. Escolham um tema relacionado ao material para servir de base às reflexões sobre mudanças que ocorreram ao longo do tempo, por exemplo: as fotografias que mostram o Cortejo do Dois de Julho e as fotografias que mostram os Caboclos podem servir de provocação para discutir a trajetória e a questão indígena ao longo do tempo. Busquem outras fotografias sobre o tema abordado e desenvolvam a observação e a análise das imagens. A partir das fotografias, é possível discutir vários assuntos - por exemplo: como, ao longo dos tempos, a população indígena foi afetada, primeiramente pela colonização e, posteriormente, pela industrialização, urbanização e expansão da pecuária e da agricultura em larga escala? Outros temas relevantes para enriquecer as reflexões são: a polêmica relativa à propriedade de terras em territórios tradicionalmente indígenas e a problemática ambiental, que pode ser contextualizada por meio da discussão sobre questão indígena.

10

Dividam as etapas do projeto: Escrevam a apresentação, justificando a escolha do tema e a importância da pesquisa. Apontem os principais objetivos. Definam qual será o resultado final: uma exposição fotográfica, um seminário, um fórum de debates ou uma coletânea de textos? Definam o passo a passo das ações e montem um cronograma: fazer contato com pessoas que serão entrevistadas; realizar as entrevistas e pesquisas; produzir textos sobre o assunto, fazer ou coletar as fotografias e/ou gravuras; montar a exposição; organizar atividades complementares, como seminários e fórum de debates. Partam para a ação:

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

pesquisem os temas em diversas fontes: textos em revistas e livros; fotografias, gravuras e vídeos. Leiam os textos do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, especialmente os textos sobre o Cortejo do Dois de Julho, sobre o Caboclo e a Participação Popular. Realizem as entrevistas com os especialistas, historiadores, e, se possível, sujeitos que estejam relacionados às problemáticas pesquisadas. Produzam textos originais. Dependendo do tema, realizem fotografias e produzam a exposição do resultado. As entrevistas devem ser orientadas pelo educador. O ideal é que sejam gravadas. Ao montarem a exposição, realizem uma refle-

xão sobre todo o processo, avaliando os resultados e se os objetivos foram alcançados. Na exposição, além das fotografias e ilustrações, apresentem os relatos dos entrevistados e os textos produzidos pelos educandos sobre o tema pesquisado. Um seminário com a participação dos sujeitos entrevistados para a pesquisa e dos especialistas sobre o tema pode ajudar a disseminar e a aprofundar questões importantes. Convidem a comunidade para a mostra fotográfica e para participar dos seminários e discussões. Para saber mais: COSTA, Cristina. Educação, imagem e mídias. São Paulo: Cortez, 2005. Aprender e Ensinar com Textos, v. 12.

Carro do Caboclo pronto para o cortejo

Oi Kabum! Salvador


HISTÓRIA E IDENTIDADE: A PARTICIPAÇÃO POPULAR material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia oferece um rico material que apresenta um recorte da História relacionado a um importante evento da História do Brasil. Se observamos com atenção, veremos que este recorte é como um resgate de uma narrativa que não entendemos profundamente e sobre a qual não nos sentimos devidamente apropriados, embora tenhamos ouvido falar durante nossos anos de estudo na escola. Talvez tenhamos até, em algum momento da vida, participado dos festejos dedicados anualmente ao Dois de Julho. Não obstante os fatos históricos narrados nos livros remetam a heróis, os chamados “vultos da História” e a grandes feitos, os eventos do Dois de Julho na Bahia possuem componentes que estão conectados, também, com a participação popular. Os textos sobre Participação Popular e sobre os Personagens, partes do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, apresentam, com destaque, figuras do povo que influenciaram nas lutas e nos rumos que tomou a nossa Histó-

ria. Entre estes personagens, pessoas comuns, moradoras de localidades atacadas por portugueses, além de religiosos, mulheres, soldados recrutados entre negros escravos e libertos, índios, pescadores, marisqueiros, marisqueiras e outras participações populares, tanto contra como ao lado dos portugueses. Esta abordagem, que tem na participação popular uma das bases para a compreensão da história de um povo e de uma nação, reconhece a figura do herói, mas se articula a uma perspectiva que busca estabelecer a importância da participação de sujeitos comuns e de grupos sociais e de suas lutas por transformações: Mesmo sabendo que o Brasil não existiria sem seus heróis, a reflexão sobre a forma como são construídos mitos e símbolos nacionais nos ajuda a repensar o papel dos indivíduos na História. As tramas históricas não podem ser entendidas como dependentes do destino de poucos, de façanhas ou vontades individuais, em que quase não se destaca a dimensão coletiva das lutas por mudanças ou a resistência exercida por grupos em defesa de seus direitos. (Heróis de Ocasião. Renilson Rosa Ribeiro, Revista de História, 2008 In http://www.revistadehistoria.com.br/secao/ educacao/herois-de-ocasiao)

Óleo sobre tela: “Entrada do Exército Libertador em Salvador”, do pintor Presciliano Silva, s/data.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

11


ATIVIDADE PERSONAGENS: PARTICIPAÇÃO POPULAR, OS HERÓIS E A HISTÓRIA Após lerem os textos sobre Participação Popular e Personagens do material do Dois de Julho, ressaltem as personalidades descritas por meio de uma reflexão crítica, envolvendo alguns referenciais. Por exemplo, destaquem quais dos personagens apresentados no material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia estão mais identificados com o tratamento que é dado aos heróis e “vultos” da História pelos livros didáticos. Destaquem também, no material do Dois de Julho, os personagens que normalmente não recebem uma maior atenção nos textos e livros didáticos, como os personagens do povo, mulheres, soldados recrutados entre negros escravos e libertos, índios. Façam uma reflexão sobre a questão: por que algumas personalidades aparecem como importantes e outras não? Quais as relações que se estabelecem entre estas escolhas e visões de mundo e ideologias de determinados grupos sociais e contextos políticos? Pesquisem outros eventos históricos relevantes da História do Brasil, tentando identificar os personagens

12

importantes e também realizar a reflexão sobre o ponto de vista que é apresentado nas publicações sobre a História. Se possível, o educador pode trazer livros didáticos de História de diferentes épocas e de diferentes autores para que sejam traçados paralelos. Criem quadros comparativos de cada publi-

cação estudada, a partir do evento ou eventos escolhidos, organizando: os personagens pesquisados, a publicação analisada (de qual época), qual a abordagem dos textos destas publicações e uma resenha crítica contextualizando as pesquisas e análises. Para ajudar a contextualizar criticamente o conteúdo analisado, estudar

o panorama histórico da época da publicação. Para Saber Mais: CABRINI, Conceição; Roberto Catelli JUNIOR, Andrea MONTELLATO. Diversidade cultural e conflito. Coleção História Temática, 2007. MALERBA, Jurandir (org.). A independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. MICELI, Paulo Celso. O mito do herói nacional. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2007.

Participação popular no desfile do Dois de Julho

SUGESTÃO DE LEITURA Viva o povo brasileiro (1984), de João Ubaldo Ribeiro. Romance histórico que conta a saga do povo brasileiro, com foco nas figuras populares, ao longo de quatro séculos, desde a chegada dos holandeses na Bahia até a década de 1970.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


O ÍNDIO NA CULTURA BRASILEIRA o lermos os textos Caboclo e Cabocla e Cortejo e ao assistirmos aos vídeos sobre os Caboclos do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, podemos notar como a figura do Caboclo, representado pela imagem de um indígena, é o ponto central das comemorações do evento histórico abordado. Esta relevância dada a este caboclo mítico demanda uma análise mais aprofundada do tema e de suas ramificações culturais, pois remetem a questões importantes da nossa História e da configuração social, política e mesmo econômica da sociedade brasileira. Desde os primórdios do período colonial brasileiro, o índio tem sido foco de curiosidade, fascinação, análises e estudos. A Carta de Pero Vaz de Caminha a Dom Manuel, escrita em 1500, considerada o primeiro documento e obra literária sobre a recém-descoberta terra, que viria a se chamar Brasil, já alardeava, com deslumbramento, as características do povo encontrado aqui. Caminha enaltecia qualidades como a ingenuidade, a simplicidade e a beleza dos indígenas:

No século XIX, quando no Brasil já existia uma literatura com certa relevância, o índio passou a representar os ideais que eram buscados para definir o povo brasileiro. A literatura romântica tentava retratar o índio como herói nacional. Em romances, contos e poesias, o índio passou a ser descrito como possuidor de qualidades como a pureza, a coragem e a nobreza. São idealizações que remetem ao ideário iluminista de Jean-Jacques Rousseau, que defendia que o homem é bom em sua essência, mas a sociedade o corrompe. Desse modo, o índio seria o ser perfeito para caracterizar esta teoria, já que não mantinha relações, em sua condição original, com a cultural europeia considerada “civilizada”. Além disso, colocar a figura do índio como herói nacional atendia a uma demanda de uma sociedade ainda escravocrata, após a independência de Portugal, que buscava se inserir no mercado internacional. Com este artifício, fazia esquecer a condição servil do negro, que com seus braços alavancou a produção econômica do país. Segundo Alessandra da Silva Carneiro, em seu artigo Figurações do Índio Romântico em Sousândrade e Gonçalves Dias:

Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E portanto se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade (Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha).

O índio se tornou figura central na literatura porque o escravo representava o último escalão da sociedade, portanto não poderia ser tema e muito menos herói. Tocar no problema da escravidão era vergonhoso, como expressou Joaquim Nabuco em crítica às referidas peças pseudo-abolicionistas de Alencar. (CARNEIRO, Alessandra da Silva. Figurações do índio romântico em Sousândrade e Gonçalves Dias In http://www.revistaeutomia.com.br/volumes/Ano2-Volume2/literaturaartigos/Figuracoes_do_indio_romantico_ em_Sousandrade_e_Goncalves_Dias.pdf)

O Caboclo: o termo possui várias acepções: nome dado ao mestiço do branco com o índio; termo que designa o caipira, não necessariamente mestiço, morador do interior do Brasil; na simbologia das comemorações do Dois de Julho, o caboclo significa tanto o mestiço de índio com branco, como, no decorrer do tempo, se relacionou à representação da entidade indígena que incorpora no Candomblé de Caboclo, na Umbanda e em manifestações religiosas como o Batuque, o Catimbó e a Macumba. FONTE: CÂMARA CASCUDO, Luís da. Antologia do Folclore Brasileiro. São Paulo: Global, 2002.

Cortejo do Dois de Julho em Salvador: Carro do Caboclo

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

13


Ao longo dos séculos, chegando ao século XXI, que visão temos dos povos indígenas? Em alguns aspectos, continuamos com uma concepção fundada no olhar colonizador, que considera o índio como o ser inocente, ou mesmo ignorante, uma “tábula rasa”, destituído de saber e cultura onde podem ser inscritas as referências trazidas por aqueles que detêm o “conhecimento elaborado”. Ao mesmo tempo, vigora também uma imagem do índio bastante distante da figura do herói nacional. Na verdade, podemos considerar que há um desinteresse sobre os povos indígenas e suas questões, sejam tradicionais ou contemporâneas. São concepções que denotam, ainda hoje, após séculos, o profundo desconhecimento que temos acerca dos povos e da cultura indígena e do valor de suas contribuições para o povo brasileiro e para a espécie humana. Para saber mais: acesso à Carta de Pero Vaz de Caminha http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000292.pdf História da literatura brasileira: seus fundamentos econômicos, de Nelson Werneck Sodré. 5ª Ed. Civilização Brasileira: RJ, 1969. Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778) é um filósofo suíço, pertencente à escola do Iluminismo, e que é considerado um dos precursores do Romantismo do século XIX. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

14

A LITERATURA DO SÉCULO XIX E A ESCRAVIDÃO – O POETA BAIANO CASTRO ALVES Ao discutirmos a figura do índio na literatura romântica brasileira, é importante estabelecer uma articulação com a figura dos negros trazidos da África para serem escravizados no Brasil. É uma reflexão que remete à condição do povo negro e à sua representação no contexto da nação emergente. A literatura é uma das fontes para referenciais sobre a cultura e as concepções de uma época. O Romantismo tinha o idealismo como umas das suas características. Esse idealismo tanto provocou o surgimento do imaginário do índio como representante nacional,

como também, estimulou a que algumas vozes se erguessem contra a escravidão, e alguns autores se manifestassem através de suas obras. Como Antônio Frederico de Castro Alves (1847 – 1971), que nasceu na Fazenda Cabaceira, pertencente ao distrito de Curralinho, na freguesia de Muritiba, comarca de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Castro Alves se tornou um dos grandes poetas do Romantismo brasileiro. Sua obra foi um marco para a nossa literatura, pois enfatizou a dimensão das problemáticas sociais do Brasil do século XIX, sobretudo a questão da escra-

vidão sofrida pelos povos africanos que foram trazidos para cá. Ficou conhecido, principalmente, por seus poemas abolicionistas, dentre eles, Os Escravos e o célebre O Navio Negreiro, motivo pelo qual recebeu o título de “Poeta dos Escravos”. O poeta Castro Alves escreveu algumas obras em homenagem à Independência do Brasil na Bahia: “Ode ao Dois de Julho”, o poema “Ao Dois de Julho” e o soneto “Ao Dois de Julho”. Fonte: PEIXOTO, Afrânio. Obras completas de Castro Alves: publicações póstumas e poesia inédita. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1931.

SUGESTÕES de leitura Literatura indianista do Século XIX Romances: Iracema, O Guarani e Ubirajara, de José de Alencar Poema: I -Juca Pirama, de Gonçalves Dias Buscar as obras em: http:// www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/bv000292.pdf Obras do século XX e XXI, de autores não indígenas, sobre índios e a cultura indígena Quarup, de Antônio Callado.

São Paulo: Civilização Brasileira, 1967. Romance ambientado no Brasil do Regime Militar e que tem parte de sua narrativa acontecida no Xingu, entre os índios brasileiros. O livro foi adaptado para o cinema por Ruy Guerra (1989), com a grafia Kuarup no título. Couro dos Espíritos, de Betty Mindlin. São Paulo: Senac, 2001. Livro que reúne histórias contadas pelos índios Gavião sobre suas tradições. Literatura indígena contemporânea – literatura produ-

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

zida por indígenas, que vem ganhando espaço nas editoras brasileiras, sobretudo a partir da Lei que torna obrigatórios os conteúdos indígenas nas escolas. Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara. São Paulo: Global Editora, 2004. Obra infanto-juvenil que narra histórias de ancestralidade e identidade indígena. Todas as coisas são pequenas, de Daniel Munduruku. São Paulo: Arx, 2008. Literatura indígena que conta a jornada de um homem em busca de novos valores.

Oi Kabum! Salvador


ATIVIDADE A REPRESENTAÇÃO DO ÍNDIO NA LITERATURA E NA CULTURA BRASILEIRA Estudem o contexto histórico do período Romântico, abordando os aspectos sociais, culturais, históricos, artísticos e literários. Façam uma pesquisa sobre a literatura brasileira relacionada aos índios, procurem referências de diferentes períodos. É possível trabalhar com a produção de várias épocas: a literatura produzida no século XIX e nos séculos XX e XXI (procurem conhecer a literatura contemporânea produzida por indígenas). Debatam

sobre

as

produções literárias das épocas estudadas. Considerem as diferenças entre elas: como é a abordagem dos temas? Qual a ênfase em determinadas características? Que problemáticas podem ser levantadas acerca das diferentes abordagens literárias em cada época? Quais as relações com o contexto histórico de cada produção? Outros referenciais são os filmes, de ficção e documentários, sobre a história dos índios e sua cultura (ver sugestões no Guia do Educador), que podem ser assisti-

dos, analisados e debatidos em grupo. Procurem, também, pesquisar e analisar como o índio é representado pela mídia contemporânea, em jornais, revistas e nos programas de TV. Após os estudos e as pesquisas, organizem um seminário em que cada grupo vai apresentar e contextualizar cada um dos aspectos pesquisados, por exemplo: o índio na literatura romântica brasileira (contexto histórico e político); a literatura indianista por não indígenas; a literatura indígena contemporânea (temáticas e

formas de abordagem); o índio e as questões indígenas na mídia contemporânea e outros temas. Outra atividade interessante é organizar uma mostra multimídia com fotos, publicações – livros, revistas -, apresentações musicais e um festival de filmes sobre o tema, envolvendo toda a escola ou projeto social. Os filmes podem ser exibidos e, a cada exibição, ser promovido um debate entre os espectadores e organizadores. Na ocasião, convidar historiadores e pesquisadores da cultura indígena para que participem.

Cortejo do Dois de Julho em Salvador: Afoxé “Os Guaranis”

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

15


O NACIONALISMO E A LITERATURA MODERNISTA

O livro Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, escrito por Mário de Andrade em 1928, no clima do movimento modernista, conta a história de um personagem identificado como a síntese do brasileiro – um índio. A obra coloca em cheque as concepções nacionalistas que foram moldadas a partir dos ideais românticos do sé-

culo XIX. Imprime outra noção de nacionalismo, ao desconstruir estereótipos estabelecidos em relação ao indígena como representante nacional: um ser ingênuo, nobre, corajoso. Ao mesmo tempo, Mário de Andrade busca, nas raízes da cultura nacional, elementos como mitos indígenas e africanos, provérbios e ditos popu-

lares e lendas do folclore para compor um painel que tenta se aproxima de uma visão multicultural do Brasil. Ver também o filme Macunaíma, de 1969, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade e tendo Grande Otelo no papel-título. Para saber mais: da série Folha Explica, o livro Macunaíma, de Noemi Jaffe. São Paulo: Publifolha, 2010.

SUGESTÕES de filmes Xingu (2012). Direção: Cao Hambúrguer. Nacionalidade: brasileira. Duração: 1h e 42nin. Classificação: 12 anos. O longametragem conta a história dos três irmãos Villas-Bôas, Cláudio, Orlando e Leonardo, que se alistam na Expedição Roncador-Xingu e seguem em uma missão para desbravar o Brasil Central. O filme narra a luta dos irmãos para salvar tribos inteiras do extermínio e pela criação de um parque de preservação dos povos indígenas. Terra dos índios (1979). Diretor: Zelito Vianna. Nacionalidade: brasileira. Documentário que narra a saga dos cinco milhões de índios que ocupavam as ter-

ras colonizadas pelos portugueses antes de sua ocupação. A missão (1986). Diretor: Roland Joffé. Nacionalidade: inglesa. Duração: 125 min. Classificação: Longa-metragem que conta a história de um padre jesuíta espanhol que, ao chegar à América do Sul, no século XVIII, tenta resgatar os indígenas do assédio dos portugueses, através da implantação do cristianismo e da conversão dos nativos. Para saber mais: Análises sobre a imagem do índio no cinema brasileiro, pelo antropólogo Edgar Teodoro da Cunha, no site: http://www.mnemocine.com.br/

osbrasisindigenas/edgar.htm Site do Projeto VNA com produções audiovisuais realizadas por indígenas: http://www. videonasaldeias.org.br/2009/ index.php Segundo a apresentação do projeto no site Vídeo nas Aldeias: “Criado em 1986, Vídeo nas Aldeias (VNA) é um projeto precursor na área da produção audiovisual indígena no Brasil. O objetivo do projeto foi, desde o início, apoiar as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais, por meio de recursos audiovisuais e de uma produção compartilhada com os povos indígenas com os quais o VNA trabalha.”

SUGESTÃO de leitura O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, de Darcy Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

A Cabocla em seu carro durante o cortejo

16

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


PESQUISA E ANÁLISE CRÍTICA DE FONTES HISTÓRICAS estudo da História tem no texto um de seus maiores e mais importantes referenciais. Nas pesquisas e estudos históricos são utilizados textos dissertativos e analíticos, textos literários e documentos diversos como fontes. Mas não basta apenas ler estes testemunhos da História. É preciso também saber analisar e confrontar criticamente as informações e dados. Um dos grandes problemas ao trabalharmos com textos sobre História, sobretudo os textos dos livros didáticos, é querer considerá-los como verdades absolutas, que não podem ser discutidas e confrontadas com outras fontes e posicionamentos. Uma das maneiras de realizar a leitura crítica é estabelecer o

confronto de fontes, buscando diferentes autores que falam sobre o tema. Não só tentar localizar documentos, como pesquisar notícias de jornais e textos literários (romances, contos, crônicas) que contextualizam a época. Também temos como fontes preciosas as imagens – o texto não verbal, como, por exemplo: as pinturas nas cavernas pré-históricas; os murais das Antiguidades egípcia, romana, grega e outras; os afrescos da Idade Média e do Renascimento; os quadros e fotografias. É importante ter contato com diferentes pontos de vista e perceber que a História muitas vezes é contada sob determinados olhares, de acordo com os valores e convicções daquele que conta. Portanto, podemos encontrar contradições e várias versões do mesmo fato.

ATIVIDADE Pesquisa e análise crítica de fontes históricas Iniciem uma pesquisa sobre a História do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, utilizando os textos disponibilizados no site/DVD – ROM. Leiam os textos sobre a História, sobre o Caboclo, sobre a Participação Popular e sobre os Persona-

gens Históricos. Utilizem, também, o Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho e assistam aos vídeos temáticos sobre a História e sobre o Recôncavo baiano e a Ilha de Itaparica. Procurem outras fontes sobre as personalidades e os eventos

históricos. Utilizem as referências sugeridas neste material e outras. Pesquisem documentos, relatos históricos e imagens. Referenciais relevantes para a pesquisa histórica são também as produções artísticas: pinturas, murais, objetos, fotografias em museus e exposições.

Comparem as informações encontradas nas diferentes fontes. Localizem o autor e a época do texto, documento ou imagem. Observem semelhanças e diferenças. Produzam textos relacionando e discutindo os diferentes pontos de vista encontrados. Ao final, realizem um debate envolvendo toda a turma. Questionamentos: por que encontrarmos diferenças entre alguns textos, relatos e documentos? O que significam os pontos de vista diversos encontrados, relacionados a um mesmo evento histórico? Mural em azulejos de Udo Knoff, a partir do quadro “O Soldado Tambor”, de Antonio Parreiras, 1931.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

17


ATIVIDADE Viagem no tempo - recriação cronológica dos eventos do dois de julho Com base no Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho, recrie com os educandos os eventos apresentados, montando um ambiente onde os visitantes possam transitar pela “História”. Além do educador de História, esta atividade pode contar com a participação dos educadores de Artes Visuais, para elaboração de réplicas de edificações, cenários e figurinos; educadores de Teatro, para ensaiar os modelos vivos e os educandos que farão a narração ao vivo; e de educadores da área de Matemática, que podem trabalhar conteúdos relacionados a escalas e siste-

mas métricos. Educadores de Língua Portuguesa podem apoiar a elaboração dos textos e roteiros da atividade. Estudem no Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho os eventos representados. Para aprofundar as pesquisas, leiam os textos História: a Independência do Brasil na Bahia e O Recôncavo na Independência da Bahia. Assistam aos vídeos, sobretudo à Videoaula do professor e historiador Ubiratan Castro. Façam esboços para a recriação dos principais eventos. Podem ser pro-

jetados vários elementos: painéis ilustrados, cenários, modelos das embarcações, das edificações (como os fortes e os quartéis) e mesmo personagens (que podem ser desenhados nos painéis ou podem ser representados por pessoas caracterizadas, durante as apresentações). Utilizem papel metro, tintas, fitas adesivas, cartolinas, papéis coloridos, além de aproveitar caixas de papelão, plástico, embalagens diversas, garrafas PET e outros materiais recicláveis para desenvolver e montar os cenários.

Organizem um espaço, uma sala ou, se houver, um auditório, montando cronologicamente as representações dos eventos históricos do Dois de Julho. Podem ser montados vários cenários, ordenados por datas, representando cada evento. Em cada um deles, um texto explicativo e também um dos educandos, que falará sobre a cena apresentada para os visitantes. A ideia é que os visitantes possam caminhar pela exposição e sintamse envolvidos por cada situação mostrada, assim como os educandos.

SUGESTÕES de filmes O corneteiro Lopes (2003). Nacionalidade: brasileira. Direção: Lázaro Farias. Duração: 21 min. Filme que narra a Independência do Brasil na Bahia, através da história do Corneteiro Lopes que, segundo contam, teve participação decisiva para o desfecho da Bata-

lha de Pirajá, em 8 e 9 de novembro de 1822. Hino ao 2 de julho (2010). Nacionalidade: brasileira. Duração: 10 mim. Documentário sobre o Dois de Julho, realizado a partir da apresentação do Hino ao 2 de Julho pela Orquestra do

Núcleo de Orquestras Jovens da Bahia (NEOJIBA), no Teatro Castro Alves, através do projeto Direito à Cultura – Simbologias e Musicalidades: um concerto para a juventude estudantil. Participação do historiador Ubiratan Castro.

Detalhe do quadro “O Soldado Tambor”, de Antonio Parreiras, 1931 (à esquerda). Maria Quitéria, detalhe da capa de História da Bahia, de Luis Henrique Tavares, 1979 (à direita).

18

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


ATIVIDADE ESCREVA O SEU LIVRO DE HISTÓRIA: PRODUZINDO UM FANZINE Ao pesquisar um tema, proponha aos educandos a criação do livro, ou livros, de História da turma. Vocês podem fazer um livro com textos escritos pelos educandos em forma de resenhas críticas, reportagens, tirinhas e histórias em quadrinhos (ver BOX). Podem incluir entrevistas com especialistas, pesquisadores e professores. Podem, também, criar uma “revista” com textos sobre um tema da História em comparação com notícias da atualidade, realizando um estudo sobre eventos passados da História e as repercussões de

determinados eventos no presente. Esta atividade permite trabalhar com a pesquisa e com diversos gêneros textuais. A profundidade da abordagem vai depender da série e da idade dos educandos. Ilustrem com fotografias, desenhos e colagens. Segue o roteiro da atividade:

tas e os textos.

O primeiro passo é determinar com a turma sobre qual tema será feita a pesquisa. De acordo com um tema geral, podem definir os subtemas e os conteúdos que comporão as seções do fanzine: a apresentação ou editorial, as entrevis-

Ao reunir os conteúdos do fanzine, façam um primeiro esboço, definindo o tamanho dos textos e das imagens nas páginas. Vejam quantas páginas serão necessárias para compor a publicação e planejem os elementos pré e pós-

Em seguida, serão divididos os grupos e as tarefas: quem vai escrever, quem vai ilustrar, quem fará a história em quadrinhos, como será realizada a pesquisa, quem vai fazer as entrevistas.

-textuais: capa, sumário, nomes dos participantes e outras informações relevantes sobre a publicação. Quando o original ficar pronto, é possível fazer cópias diretamente se estiver em arquivo de computador - ou, se for feito à mão, digitalizar, passando para um computador em um scanner. Em seguida, fazer cópias e distribuir. Materiais: papéis - ofício e coloridos; lápis preto e de cor; canetas coloridas; revistas para recortar; cola; grampeador. Os textos podem ser escritos à mão ou digitados.

O QUE É UM FANZINE? Um fanzine é uma publicação alternativa e artesanal, que utiliza textos, desenho e colagens e pode ser copiada para distribuição. O

Para saber mais: Fanzine, Edgard Guimarães. Série Quiosque nº 2, 2ª ed. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005. Adquira o livro com a Marca de Fantasia ou consulte no acervo da Fanzinoteca Mutação no site: http://fanzinotecamutacao.blogspot.com.br/2010/02/ livro-fanzine-autor-edgar-guimaraes.html

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

termo surgiu do encontro das palavras fanatic e magazine (respectivamente fanático e revista em inglês). A expressão foi cunhada nos Estados

Unidos para designar as publicações artesanais, sobre os mais diversos temas, que começaram a aparecer nos anos 1940.

A Fanzinoteca Mutação é um projeto que integra o Prêmio de Interações Estéticas 2009 - residências artísticas em pontos de cultura - Funarte. O artista proponente foi Law Tissot - Ponto de Cultura Artestação - Rio Grande do Sul. Projeto premiado: Resgate das múltiplas linguagens do fanzine e suas relações com as poéticas visuais da arte-xerox.

Oi Kabum! Salvador

19


Como fazer histórias em quadrinhos Criem um roteiro da história: é o primeiro passo para fazer sua história em quadrinho. Escrevam toda a história, definindo personagens, cenários e as situações da história. Planejem a quantidade de quadrinhos. Tentem definir quantas páginas haverá para os quadrinhos, por exemplo: 12 quadrinhos: 2 páginas, 6 quadrinhos em cada uma. Para isso, pensem na disposição e no formato dos quadrinhos e, a partir disso, calculem a quantidade de páginas. A este planejamento se dá o nome de diagramação. Diagramar é decidir a forma e o tamanho dos quadrinhos, lembrando que podem ter formatos

20

e tamanhos diferentes. É importante começar a desenhar os quadrinhos pelo texto dos personagens (que são os balões das falas). Os desenhos devem ser feitos depois. Isto evitará que as falas, se deixadas para o final, fiquem apertadas e ilegíveis nos balões. Escrevam primeiro as letras antes de fazer o balão em torno das falas. As letras não devem ser cursivas; usem sempre as letras maiúsculas, que devem ficar mais ou menos com o mesmo tamanho. Destaquem palavras importantes ou gritos com cores mais fortes, assim como usamos o NEGRITO (N) no computador.

Pesquisem com atenção em revistas em quadrinhos como são desenhados os balões para pensamentos, gritos e falas. Outro elemento importante são as onomatopeias, que aparecem nos quadrinhos representando os mais variados sons.

Adaptado do site: http:// www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html Para saber mais, consulte os sites: http://www.divertudo. com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html h t t p : // w w w . e d u c a d o r. brasilescola.com/sugestoes -pais-professores/como-construir-historia-quadrinhos-com -os-alunos.html http://pt.wikihow.com/fazer -historia-em-quadrinhos http://pan.nied.unicamp. br/~hagaque/

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


ATIVIDADE Revista de Cultura e Arte – a Bahia do século XIX A partir da proposta do fanzine, é possível desenvolver publicações de conteúdos e temas variados. Proponha aos educandos a criação de uma Revista Cultural sobre a Bahia. Com textos, matérias, artigos e ilustrações com base em uma pesquisa sobre outras épocas como, por exemplo, o século XIX, período da Independência do Brasil e da Bahia. Pesquisem como as revistas atuais são organizadas, principalmente revistas sobre cultura e arte. Observem como são os gêneros textuais: notícias, artigos, entrevistas, crônicas, charges, resenhas literárias, dicas de cultura, sinopses e críticas de filmes, livros, shows, peças e exposições. Pesquisem

revistas

(ou jornais) da época escolhida, neste caso, publicações do século XIX. A estética e os temas de cada época variam bastante. Comparem as publicações. Publicações antigas podem ser encontradas em bibliotecas, arquivos públicos e em sites especializados (ver sugestões de pesquisa). Pesquisem acontecimentos relevantes da época em relação à cultura, à sociedade e às artes no século XIX na Bahia: pintores, escritores, músicas da época, eventos e notícias. Analisem o ambiente e o contexto cultural, buscando perceber, através das notícias e opiniões expressas por jornalistas e articulistas da época, como era a mentalidade, quais eram

os conflitos, como era o lazer, como eram os costumes. Pesquisem se já existiam publicações especializadas em cultura e arte no século XIX. Façam o projeto editorial da revista: quantas páginas haverá na publicação? Quais serão os textos e as ilustrações, que podem ser desenhos, fotografias ou colagens? É interessante se a revista tiver a “cara” da época: reproduzir a estética das fotografias, das ilustrações e da tipografia (letras) usada nos textos. Não se esqueçam do texto de apresentação, do sumário e da ficha técnica, com o nome dos participantes. Se for possível, façam cópias e distribuam os exemplares. Caso não seja possível copiar, a revista pode ser exibida

em forma de mural, em lugar bem visível - uma revista-mural. Pode também ser criado outro projeto de revista que tenha as matérias, os textos, as entrevistas, as reportagens, crônicas e resenhas sobre cultura e arte situados em nosso tempo e tratando de temas atuais e relacionados ao universo dos jovens. Sugestões para pesquisa sobre revistas e jornais do século XIX: Arquivo Público do Estado de São Paulo, http://www. arquivoestado.sp.gov.br/memoriaimprensa/ onde podem ser encontradas diversas publicações digitalizadas. Site da Biblioteca Nacional, http://hemerotecadigital.bn.br/ com publicações digitalizadas de várias épocas.

A cidade do Salvador da Bahia nas primeiras décadas do séc. XIX (imagem retirada de Uma História da Cidade da Bahia, de Antonio Risério, ano 2000).

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

21


linhas do tempo e o conhecimento histórico desenvolvimento de linhas do tempo é um recurso interessante para se articular eventos mediante perspectivas cronológicas e históricas. As linhas do tempo podem assumir muitas feições e podem ter muitas formas: podem ser horizontais, verticais, em espiral; podem ser ilustradas ou não. O conteúdo deve ser estabelecido de acordo com o grau de conhecimentos e apropriação de quem as elabora, podendo apresentar relações mais ou menos complexas de acordo com a série e a maturidade dos educandos. A partir de uma linha do tempo, podemos situar cronologicamente um acontecimento e contextualizá-lo historicamente por meio dos processos sociais, culturais e políticos que o caracterizam. Por exemplo, ao representarmos os acontecimentos relativos à Independência do Brasil na Bahia, iremos determinar as datas de cada evento, ao mesmo tempo em que es-

tabeleceremos uma relação com o contexto e com a forma como este evento foi influenciado pelo passado e como influenciou os processos históricos que se seguiram. Portanto, é importante aproveitar as linhas do tempo não apenas para localizar os eventos históricos, mas para estimular reflexões e discussões, ao buscar problematizar as situações estudadas por meio da concepção de que cada um de nós é um sujeito histórico. Importantes relações e discussões podem ser provocadas através da criação de linhas do tempo: o que é o tempo? Uma manifestação natural ou produção social e cultural? Quem são os principais personagens da História? São apenas as figuras heroicas e épicas do passado? Que lugar nós ocupamos na História? Qual o centro da civilização ocidental? Onde começa a História de um povo, como o brasileiro, que vive, no ano de 2012, mais de 500 anos de colonização? Começou antes ou depois da colonização portuguesa?

ATIVIDADE Elaborando linhas do tempo Pesquisem e analisem diversos exemplos de linha do tempo. Primeiramente, elaborem linhas do tempo considerando a história pessoal dos educandos. Pesquisem com as famílias momentos da trajetória de vida de cada um: a data e como foi o nascimento, datas de eventos importantes da infância, da juventude. As localizações dos

22

acontecimentos na linha do tempo podem serdeterminados por ano, mês e dia, a depender do evento. Aproveitem para discutir algumas temáticas, como as citadas no texto acima: nosso papel como sujeitos históricos, a relação entre as nossas histórias de vida pessoais e familiares e as histórias sociais e coletivas. Os formatos de linha do tempo podem variar: sejam criativos!

Pensem em outras possibilidades de linhas do tempo: história do bairro, da escola ou projeto social, ou da cidade, pesquisando datas e acontecimentos. Uma ideia estimulante consiste em relacionar acontecimentos da História da cidade, do estado, do país e do mundo a eventos da vida dos educandos: o que aconteceu no país no

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

dia, mês e ano de seu nascimento? Quais os eventos mundiais que marcaram a História no ano em que você nasceu? Quais as personalidades históricas que nasceram nas datas de aniversário de seus pais?

Para saber mais: página que apresenta linhas do tempo sobre a História da Humanidade: www1.uol.com.br/ bibliot/linhadotempo/

Oi Kabum! Salvador


HISTÓRIA E MEMÓRIA istória e memória são duas categorias pertencentes à ação humana que provocam muitas discussões. Embora ambas lidem com matérias relacionadas ao passado, operam em níveis e em condições diferentes. Para alguns autores, a História é fruto de estudos e investigações sistemáticas, de documentos, eventos e de análise crítica de discursos que acontecem a partir do distanciamento do historiador. Já a memória consideraria as vivências, sentimentos e testemunhos subjetivos das pessoas como referenciais para compreensão dos diversos contextos em que a vida social se desenrola. Além disso, a memória seria considerada como um saber que, ao ser transmitido

entre as gerações, preservaria as relações de convívio de grupos humanos, de qualquer natureza, atualizando e tornando presentes as práticas e os modos de ser e viver dos sujeitos. Portanto, embora possam ser, em determinados momentos e contextos, categorias complementares, são formas diferenciadas de relacionamento com os eventos da vida. Para Saber Mais: ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1997. BITTENCOURT, C. (org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997 POLLAK, M. Memória e identidade social. Estudos Históricos, v. 5, n.10, Rio de Janeiro, 1992. Coleção Memória e História. São Paulo: Companhia das Letrinhas - memórias de infância de diversos autores.

ATIVIDADE

Assistam aos vídeos do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, principalmente Cidade Heroica: Cachoeira na Independência do Brasil, Histórias da Independência do

Brasil na Bahia e a Videoaula do professor e historiador Ubiratan Castro. Leiam também os textos sobre a História do Dois de Julho e sobre o Recôncavo na Independência da Bahia.

Analisem os depoimentos dos vídeos e as imagens apresentadas, observando qual o tema ou temas principais dos vídeos, sobre quais aspectos da tradição os depoentes se referem, qual o papel da memória e da

história em relação aos depoimentos dos vídeos. Após as reflexões e discussões, propor aos educandos pesquisas que envolvam a relação de presente/passado, tradição oral e história documental.

Praça da Igreja Matriz de Santo Amaro em dia de festa, segunda metade do séc. XIX. Autor desconhecido (imagem encontrada em Uma viagem à Bahia, Osvaldo Teixeira, 2011).

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

23


ATIVIDADE História oral e história documental Desenvolvam um projeto que pesquise a história do bairro. Busquem com os familiares e moradores mais velhos, impressões sobre como era o bairro em seu tempo. Criem um roteiro para entrevistar as pessoas. Coloquem perguntas sobre como era o bairro, como eram as construções, as condições de vida e também sobre os costumes, as festas, as músicas da época e sobre o que mobilizava a participação dos moradores em torno de algum assunto coletivo, como o saneamento básico ou uma comemoração, por exemplo. Gravem ou anotem os depoimentos.

Façam também um registro fotográfico das pessoas entrevistadas e de imagens do bairro. As fotografias poderão ser usadas nos materiais que serão produzidos após as pesquisas, como um blog, cartazes ou um jornal. Escrevam textos, articulando os depoimentos dos entrevistados e os resultados da pesquisa sobre as modificações que aconteceram na sociedade e na comunidade nos últimos anos. Procurem apontar exemplos. Pesquisem documentos sobre o bairro. Tentem descobrir como foi a ocupação do lu-

gar, de que forma aconteceu esta ocupação; como era a região antes e depois da ocupação. Busquem conhecer as histórias sobre o bairro, tanto aquelas provenientes de documentos como aquelas contadas a partir das memórias dos moradores.

poimentos e textos em cartazes ilustrados com as fotos e imagens atuais em comparação a de outras épocas. Outra opção é utilizar um programa de apresentação no computador e montar uma apresentação eletrônica com um datashow.

Pesquisem fotografias e gravuras sobre o bairro, para ter algum registro visual da época. Fotografias e outras imagens antigas podem ser pesquisadas em bibliotecas, arquivos públicos e na internet. Os moradores e familiares também podem ter fotografias de outras épocas.

Baseando-se nos depoimentos, textos e imagens façam uma análise comparativa entre as imagens mais antigas e as atuais e entre os depoimentos dos entrevistados falando sobre o passado e sobre presente. O que mudou? O que permanece? O que tem de positivo ou negativo no presente e no passado? Quais os motivos dessas mudanças e quais as conseqüências? Qual a importância da memória para as pessoas e para as comunidades? Como vemos a globalização em relação às mudanças nos costumes e modos de viver locais?

Organizem os de-

SUGESTÕES de filmes Narradores de Javé (2003). Direção: Eliane Caffé. Duração: 100 min. Nacionalidade: brasileira. O longa-metragem aborda a questão da chegada do progresso, em forma de uma hidrelétrica que inundará toda a pequena vila de Javé, expulsando seus moradores. Além da temática referente às mudanças do espaço,

24

por meio da interferência do progresso tecnológico, o filme apresenta um drama bem-humorado sobre a preservação da memória de uma comunidade e sobre a história oral. Eu me lembro (2006). Direção: Edgar Navarro. Duração: 108 min. Na-

cionalidade: brasileira. 16 anos. Longa-metragem que conta a história de uma família de classe média baiana, entre os anos 50 e 70, através do olhar e da memória de um dos filhos da família. Ao mesmo tempo, tem como pano de fundo os eventos históricos das décadas que são representadas no filme.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Ao pensarem sobre o projeto, pensem também em formas de desdobrar as pesquisas e as reflexões: um blog, um jornal ou um seminário na escola, envolvendo toda a comunidade escolar e com a presença das pessoas que foram entrevistadas durante a pesquisa.

Oi Kabum! Salvador


REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS: OS MAPAS epresentar visualmente o espaço sempre fez parte das produções da humanidade. Os mapas podem ser encontrados na história dos povos desde os mais antigos tempos. Os estudiosos do tema consideram que os registros encontrados nas cavernas já seriam tentativas do ser humano em localizar-se no espaço e no tempo. Registram-se mapas encontrados na Roma Antiga, na Grécia, na Mesopotâmia e em civilizações pré-coloniais na América, como a Asteca, na região do México. Um dos achados mais antigos remonta à ancestral Babilônia: um mapa datado de 2.500 A.C, o mapa de Ga-Sur, esculpido em uma placa de argila. Os mapas antigos eram desenhados em murais, esculpidos na madeira, na argila e na pedra e pintados em peles de animais. Os mapas representam de forma bidimensional o espaço real tridimensional, utilizando escalas. Uma derivação dos mapas tradicionais são as maquetes, que saem da representação plana e tentam reproduzir, também em escala, os relevos da paisagem. A escala cria uma relação de proporção entre os componentes reais e a representação que está circunscrita no mapa. Por exemplo: para se desenhar um mapa, convenciona-se que 1cm vai corresponder a 1Km. Atualmente, utilizando-se programas de computador, é possível criar mapas bidimensionais, tridimensionais e, ainda, animados, ou seja, com movi-

mento. Para a leitura dos mapas, é preciso estabelecer convenções que, através de legendas, permitam entender o que cada símbolo do mapa significa. Os mapas que nos são mais familiares são aqueles que representam o relevo, a hidrografia, o clima, a vegetação, as divisões políticas de cidades, estados e países, os mapas históricos, econômicos e demográficos. Porém, no mundo contemporâneo, os mapas não apenas representam espaços geográficos, dados econômicos e acontecimentos históricos localizados em determinadas regiões do globo terrestre. Podemos conceber mapas sobre os mais diversos ramos do conhecimento e criar cartografias a partir do imaginário, das subjetividades e das elaborações conceituais da experiência humana. Para Saber Mais: ALMEIDA, Rosângela Doin (org.). Novos Rumos da Cartografia Escolar: currículo, linguagem e tecnologia. Contexto: São Paulo, 2011. Atlas Escolar Geográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponível em http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/index.shtm Cartografia Escolar - Ano XXI Boletim 13 - Outubro 2011 In Série Salto para o futuro/TV Escola (MEC): http://tvbrasil.org.br/ fotos/salto/series/17463213-Cartografia.pdf Programas da TV Escola (MEC) sobre Cartografia Escolar acesse o site: http://cartografiaescolar.blogspot.com.br/

SUGESTÕES de filmes Rondon e a cartografia (2011), de Cacá de Souza. Documentário, 32 min. O filme conta a história do Marechal Cândido Rondon e sua contribuição para a cartografia brasileira e para a delimitação das fronteiras nacionais.

1492: A Conquista do Paraíso (1992), Dirigido por Ridley Scott, ficção, 150 min. O filme conta a história de Cristóvão Colombo, durante o período em que, com a convicção que a Terra era redonda, descobriu, casualmente, em suas

navegações, o continente americano. Disponível para download (uso pedagógico) no Portal Dia-a-Dia Educação em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ modules/debaser/singlefile. php?id=20144

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

25


ATIVIDADE Cartografia: sugestões para leitura crítica de mapas Observem os Mapas Históricos apresentados no material do site/DVD -ROM Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia e o Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho.

dáticos, em bibliotecas e arquivos públicos e em sites. Façam comparações entre eles. Observem como é a representação gráfica de cada mapa e como são apresentadas as informações.

Procurem outros mapas históricos da Bahia no século XIX e também de diversas outras épocas e temáticas, em livros di-

Identifiquem e analisem: o tipo de mapa (quais as informações que está mapeando), o título, a data e qual a

região mapeada, a fonte, a escala utilizada, as legendas, os símbolos e seus significados. Observem as informações que estão registradas nos mapas e discutam sobre a época e contexto histórico onde estão inseridos. É possível abordar vários temas a partir da análise comparativa e crítica

dos mapas: ocupação de território, migrações, desenvolvimento econômico, eventos políticos e sociais. Ao final, criem um painel comparativo entre os diferentes mapas trabalhados, com colunas contendo cada item analisado, sistematizando as informações e contextualizações realizadas pela turma.

outras cartografias ma maneira de trabalhar com mapas consiste em pesquisar eventos históricos, localizados em um determinado período e local, e representá-los graficamente em um mapa especialmente desenvolvido para dar destaque visual a cada evento. São os mapas ilustrados das trajetórias de personagens, individuais e coletivas, dos artefatos envolvidos (embarcações, veículos e construções) e das relações existentes entre os fatos destacados, o que pode ser feito por meio de diversas estratégias e recursos (como referência, ver Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho). Uma outra forma bastante criativa de trabalhar

com cartografia, se refere à criação de mapas que tenham como conteúdo outros gêneros de informação, como mapeamentos literários, artísticos ou mesmo de outras categorias, mais subjetivas, como conceitos filosóficos ou sociológicos. Para essa abordagem, existe a possibilidade de se escolher uma obra literária, ou mesmo obras de um autor específico, e elaborar mapas que busquem representar graficamente (com imagens) as principais temáticas e conceitos da obra ou obras. Para cada conceito, tema ou ideia, criar relações com acidentes e referenciais geográficos, como rios, planícies, montanhas, vales, florestas, desertos, e elaborar mapas com estas representações visuais.

MAPAS CONCEITUAIS ATRAVÉS DE TEXTOS ESQUEMÁTICOS Outra abordagem acerca de processos de mapeamento são os mapas conceituais, que estabelecem visualmente, por meio de esquemas textuais, relações entre conteúdos e informações sobre qualquer tema estudado, auxiliando em uma compreensão mais ampla e articulada

26

(ver link para Portal Klick Educação, logo abaixo). Para Saber Mais: sobre mapas conceituais - Portal Klick Educação: atividades sugeridas – construa mapas conceituais: http://www.klickeducacao.com.br/conteudo/pagina/ 0,6313,POR-648-,00.html

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


ATIVIDADE Outras Cartografias Após realizarem a pesquisa sobre o tema escolhido, aprofundem as reflexões em grupo para decidir que pontos ou conceitos serão destacados no mapa ou mapas. Se decidirem por mapear a obra literária de determinado autor, destacar trechos que se refiram aos principais conceitos abordados e desenvolvidos por ele e fazer uma leitura cuidadosa e crítica, observando os sentidos e referenciais. Em seguida, pensem

em como representar visualmente os conceitos destacados. Por exemplo, se a obra está situada em período histórico-literário correspondente ao Romantismo, podem ser observadas as características deste estilo literário, como o nacionalismo, o pessimismo, a valorização das tradições populares, o egocentrismo e o individualismo. É possível, então, elaborar mapas ilustrados com figuras que representem os conceitos, mas também, em um trabalho mais complexo, em séries mais adiantadas, criar territórios imaginá-

rios, por meio de uma cartografia que relacione os conceitos a acidentes naturais: o pessimismo pode ser um vale e o individualismo ser representado por uma ilha. Ou acidentes artificiais como cidades, vilas ou pontes. É importante que, ao estudar o estilo literário de determinado autor e época, além da escolha do trecho da obra que inspirou e fundamentou as análises para o destaque de conceitos e características, que o educando faça também uma análise

crítica sobre o trecho e os conceitos mapeados. Portanto, os mapas conceituais podem ser enriquecidos por resenhas críticas produzidas pelos educandos, apresentando as descobertas e relações que estabeleceu para criar seus mapas. Para a elaboração destas resenhas, estimular a busca por outros referenciais para fundamentar os conceitos, como livros e textos sobre filosofia, sociologia e outras áreas do conhecimento.

SUGESTÕES de leitura Atlas da Experiência Humana: cartografia do mundo interior. São Paulo: Publifolha, 2004. Produzido por dois cartógrafos holandeses, Jean Klare e Louise van Swaaij, o Atlas da Experiência Humana é composto por mapas que buscam traduzir, atra-

vés de referenciais geográficos, as vivências e experiências dos seres humanos. Dicionário de lugares imaginários. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. Dicionário criado por Gianni Guadalupi e Alberto Manguel, que

descreve, com textos e ilustrações, lugares pertencentes a histórias ficcionais. Além da descrição detalhada destes lugares, contendo várias informações, são apresentados mapas com acidentes geográficos e outros elementos existentes nos locais.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador

27


GLOSSÁRIO Afoxé Grupo animado pelo ritmo do ijexá, acompanhado de músicos que tocam instrumentos afro-baianos, principalmente de percussão. Os afoxés do cortejo do Dois de Julho são formados, principalmente por figurações indígenas, ou de caboclos. Algazarra Barulho provocado por várias vozes ao mesmo tempo; gritaria. Arrabaldes Arredores de uma cidade. Baioneta Arma que tem uma parte de metal perfurante presa a uma espingarda. Batalhão dos Periquitos É também conhecido por Batalhão dos Voluntários do Príncipe. Tem esse nome por causa dos punhos e da gola verde, em seu uniforme, lembrando periquitos. Batalhão Quebra-Ferro Grupo que, durante o Cortejo do Dois de Julho, puxa o carro da Cabocla e do Caboclo. Caboclo O termo possui várias acepções: nome dado ao mestiço do branco com o índio; termo que designa o caipira, não necessariamente mestiço, morador do interior do Brasil; na simbologia das comemo-

28

rações do Dois de Julho, o caboclo significa tanto o mestiço de índio com branco, como, no decorrer do tempo, se relacionou à representação da entidade indígena que incorpora no Candomblé de Caboclo, na Umbanda e em manifestações religiosas como o Batuque, o Catimbó e a Macumba. Câmara Municipal Ou câmara legislativa, é o órgão legislativo da administração dos municípios. Canhoneira Navio de pequeno porte, que leva canhões de guerra. Carta Régia Documento oficial assinado por reis. Charanga Grupo de músicos que tocam principalmente instrumentos de sopro. cortejo de músicos que fazem barulho. Encourados de Pedrão Grupo de combatentes brasileiros formado por vaqueiros, criado por José Maria do Sacramento Brayner, um frei Pernambucano, que veio para Salvador em junho de 1817, após a participar da Revolução Pernambucana. Estandarte Bandeiras que representam os batalhões de infan-

taria ou artilharia, agremiações religiosas ou figuras de santos em procissões. Estrada das Boiadas Estrada que dava acesso a Salvador, atualmente a Avenida Lima e Silva, no bairro da Liberdade. Fanfarras Bandas de música, formadas por instrumentos de sopro e percussão. Flotilha Pequena frota de navios. Herma Monumento feito a partir de um pilar de pedra quadrangular onde se colocar uma cabeça esculpida, um busto ou uma representação da figura do homenageado (um retrato ou fotografia). Irmandades Associação de devotos a um santo ou santa. Jugo Domínio, repressão. Junta provisória Governo exercido por um grupo de pessoas. Liras Grupos musicais ou literários. Mata-cabras Chamava-se a perseguição dos portugueses aos negros que encontravam pelas ruas. Mata-marotos Negros que faziam em-

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

boscadas para surrar os portugueses. Mercenário Indivíduos que se alistam em exércitos e se aliam a lutas por meio de pagamento, sem estabelecer vínculos éticos, ideológicos ou se submeter às regras militares. Mito Narrativa de conteúdo simbólico, que dá ênfase fantástica a personagens e eventos, sejam reais ou imaginários. Mocambos Habitações dos escravos fugitivos nos quilombos. Pessoas de santo Aqueles que professam as religiões afro-brasileiras. Quilombos Na época da escravidão, os quilombos eram locais onde os escravos fugitivos se escondiam. Atualmente, ainda sobrevivem comunidades quilombolas remanescente destes grupamentos. Recôncavo Baiano Região geográfica localizada em torno da Baía de Todos os Santos, que comporta o litoral e também regiões do interior. Te Deum Hino litúrgico católico que dá graças e enaltece a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

Oi Kabum! Salvador


REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Wlamyra Ribeiro de. Santos, deuses e heróis nas ruas da Bahia:identidade cultural na Primeira República, Revista Afro-Ásia. Salvador: CEAO, 1996, no 18,PP.103-124. . Algazarra nas ruas: comemorações da Independência na Bahia (1889-1923). Campinas, SP: Editora da Unicamp –Centro de Pesquisa em História Social da Cultura, 1999. ALMEIDA, Candido José Mendes de. O que é vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1984 (Coleção Primeiros Passos, 137). ALMEIDA, Rosângela Doin (org.). Novos Rumos da Cartografia Escolar: currículo, linguagem e tecnologia. Contexto: São Paulo, 2011. AMARAL, Braz do. História da Independência na Bahia. Salvador: Progresso, 1957. ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1997. Atlas Escolar Geográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponível em http://www. ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/index.shtm AZEVEDO, T. Pesquisas sobre a Independência na Bahia In Aspectos do 2 de Julho – 150 anos da independência na Bahia. Salvador: Publicação da Secretaria de Educação e Cultura de Salvador, 1973,PP. 12-26. BAHIA. Centenário da Independência da Bahia, ál-

bum comemorativo do 4º centenário. Salvador, Revista Fiscal da Bahia, 1949. BAHIA. Quatro séculos de História da Bahia, álbum comemorativo da Independência da Bahia. Salvador: 1923. BITTENCOURT, C. (org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997 CABRINI, Conceição; Roberto Catelli JUNIOR, Andrea MONTELLATO.Diversidade cultural e conflito. Coleção História Temática, 2007. CALLADO, Antônio.Quarup. São Paulo: Civilização Brasileira, 1967. CÂMARA CASCUDO, Luís da. Antologia do Folclore Brasileiro. São Paulo: Global, 2002. CANDIDO, Antonio e CASTELLO, J. Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira – História e Antologia: das origens ao realismo. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1987. CARNEIRO, Alessandra da Silva. Figurações do índio romântico em Sousândrade e Gonçalves Dias In http://www.revistaeutomia. com.br/volumes/Ano2-Volume2/literaturaartigos/ Figuracoes_do_indio_romantico_em_Sousandrade_e_Goncalves_Dias.pdf Carta de Pero Vaz de Caminha http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000292.pdf Cartografia Escolar - Ano XXI Boletim 13 - Outubro 2011

In Série Salto para o futuro/TV Escola (MEC): http:// tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/17463213-Cartografia.pdf CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 13 ed. São Paulo: Vozes, 2007. Coleção Memória e História. São Paulo: Companhia das Letrinhas - memórias de infância de diversos autores. COLETÂNEA FESTAS POPULARES DE SALVADOR. Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia de Salvador, 2010. COSTA, Cristina. Educação, imagem e mídias. São Paulo: Cortez, 2005. Aprender e Ensinar com Textos, v. 12. DONDIS, D. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991. GUADALUPI, Gianni e MANGUEL, Alberto. Dicionário de lugares imaginários. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. GUIMARÃES, Edgard. Fanzine. 2ª ed. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005. Série Quiosque nº 2. HERNANDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000. JOLY, M. Introdução à análise da imagem. São Paulo: Papirus, 1996. KELLNER, D. Lendo imagens criticamente: em direção a uma pedagogia pós-moderna.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

KLARE, Jean e SWAAIJ, Louise van. Atlas da Experiência Humana: cartografia do mundo interior. São Paulo: Publifolha, 2004. MALERBA, Jurandir (org.). A independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. MICELI, Paulo Celso. O mito do herói nacional. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2007. MINDLIN, Betty. Couro dos Espíritos. São Paulo: Senac, 2001. MOLETTA, Alex. Criação de curta-metragem em vídeo digital: uma proposta para produções de baixo custo. São Paulo: Summus editorial, 2009. (Biblioteca fundamental de cinema; 3). MUNDURUKU, Daniel. Todas as coisas são pequenas. São Paulo: Arx, 2008. NÖTH, Winfried e SANTAELLA, Lucia. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1999. POLLAK, M. Memória e identidade social. Estudos Históricos, v. 5, n.10, Rio de Janeiro, 1992. POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara. São Paulo: Global Editora, 2004. QUERINO, Manoel Raymundo. A Bahia de Outrora. Salvador: Progresso, 1955. REIS, J.J. O jogo duro do Dois de Julho: o partido negro na Independência da Bahia, In REIS, J.J. e SIL-

Oi Kabum! Salvador

29


REFERÊNCIAS VA. E., Negociação e conflito – A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras,1989,PP.79-98. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1984. RIBEIRO, Renilson Rosa. Herois de Ocasião In Revista de História, 2008. http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/herois-de-ocasiao RISÉRIO, Antonio. Uma história da cidade da Bahia. Rio de Janeiro: Versal, 2004. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1978. SANTOS, J.T. O dono da terra – o caboclo nos candomblés da Bahia. Salvador: Sarah Letras. 1995.

ARAUJO, Ubiratan Castro de. A guerra da Bahia. Salvador: CEAO, 2001. SANTOS, José Rufino dos. O dia em que o povo ganhou. São Paulo: Civilização Brasileira, s-d.

SODRÉ, Nelson Werneck. História da literatura brasileira: seus fundamentos econômicos. 5 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. TAVARES, Luis Henrique Dias. A Independência do Brasil na

Bahia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Brasília, Instituto Nacional do Livro, 1977. . História da Bahia. 6 edição. São Paulo: Ática, 1979.

sites http://www.curtanaescola.org.br/ http://portacurtas.org.br/ http://www.youtube.com/watch?v=UYt24cLRBLo http://www.roteirodecinema.com.br http://cineastassemdiploma.blogspot.com.br/ http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000292.pdf http://www.mnemocine.com.br/osbrasisindigenas/edgar.htm http://www.videonasaldeias.org.br/2009/index.php http://fanzinotecamutacao.blogspot.com.br/2010/02/livro-fanzine-autor-edgar-guimaraes.html http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html http://www.educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/como-construir-historia-quadrinhos-com-os-alunos.htm http://pt.wikihow.com/fazer-historia-em-quadrinhos http://pan.nied.unicamp.br/~hagaque/ http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memoriaimprensa/ http://hemerotecadigital.bn.br/ www1.uol.com.br/bibliot/linhadotempo/ http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/herois-de-ocasiao http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/index.shtm http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/17463213-Cartografia.pdf http://cartografiaescolar.blogspot.com.br/ http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=20144 http://www.klickeducacao.com.br/conteudo/pagina/0,6313,POR-648-,00.html http://www.ighb.org.br/ www.bv2dejulho.ba.gov.br

30

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia

Oi Kabum! Salvador


FICHA TÉCNICA PROJETO DOIS DE JULHO - A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NA BAHIA COORDENAÇÃO GERAL

Isabel Gouvêa

Ilustradores:

Coordenação de pesquisa e textos:

Bianca Lessa, Bruno Cerqueira, Leandro Marcondes, Silas Moraes, Tatiane Lima e Tiago Ribeiro

Assistente de pesquisa:

FOTOGRAFIA

PESQUISA

Frede Abreu

Brenda Gomes

Coordenação:

PRODUÇÃO

Fotógrafos:

Coordenação de produção:

Jean Cardoso Produção:

André Luiz Ferreira AUTORAÇÃO E DESIGN DO DVD-ROM

Fernando Krum

COMPUTAÇÃO GRÁFICA

Vinhetas e legendas animadas:

Luciano Rocha

Coordenação de design das vinhetas:

Fernando PJ Animadores:

Luciano Rocha e Renan Moraes Trilha Sonora Cortejo:

“Hino ao 2 de Julho” pela Orquestra Sinfônica Juvenil 2 de Julho (NEOJIBA); arranjo de Fred Dantas; regência de Yuri Azevedo; voz de Tatau ANIMAÇÃO “Batalhas e Lutas do Dois de Julho”

Coordenação:

Maíra Moura Miranda Assistência:

Tatiane Lima Animadores:

Maíra Moura Miranda e Tatiane Lima Trilha Sonora:

Davi Cerqueira e Tilson Santana Roteiro:

Sandra Loureiro Pesquisa iconográfica:

Isabel Gouvêa Narração:

Raiane Vasconcelos DESIGN GRÁFICO

Coordenação etapa 1:

Tiago Ribeiro

Coordenação etapa 2 e Finalização:

Elza Montal Agnaldo Passos, Risonaldo Cruz, Amanda Paim, Elza Montal, Vaguiner Brás Manipulação de imagens:

Agnaldo Passos, Amanda Paim e Elza Montal Fotos antigas:

Acervo da Fundação Gregório de Mattos VÍDEO

Coordenação:

Bruno Saphira Captação de Imagens/Som:

Diego Aguiar, Jean Chagas, Raiane Vasconcelos, Wellington Castro Jr e Zaine Rheinschmitt Edição dos Vídeos:

Mariela Brito

Edição das Videoaulas:

Tenille Bezerra

Assistentes de Edição:

Diego Aguiar, Wellington Castro Jr, Zaine Rheinschmitt Produção:

Laíse Teixeira e Zaine Rheinschmitt Animação:

Luciano Rocha Finalização:

Débora Freire Trilha Sonora:

Baiana System, Bemba Trio e Radiola

PROFISSIONAIS DE EDIÇÃO

AGRADECIMENTOS

Débora Freire Sara Oliveira

Aos que contribuíram com o projeto e disponibilizaram publicações, vídeos e fotografias:

Biblioteca Pública do Estado da Bahia Fundação Gregório de Mattos Fundação Pedro Calmon Hugo Guarilha IGHB – Instituto Geográfico e Histórico da Bahia IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia Milton Moura NEOJIBA e Frede Dantas Neusa Machado de Carvalho Solange Carybé Ubiratan Castro Wlamyra Albuquerque OI KABUM! ESCOLA DE ARTE E TECNOLOGIA DE SALVADOR

Coordenação:

Daniel Cambuí Webdesigner:

Silas Moraes ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDO E REVISÃO

Sandra Loureiro DISSEMINAÇÃO

Designers:

Elaboração do Guia do Educador:

APOIO ADMINISTRATIVO

Cira Santos Manoel Lázaro Sidney Moniz Valdeci Bispo OI FUTURO

DIRETORIA EXECUTIVA

Otávio Marques de Azevedo Pedro Jereissati PRESIDENTE

José Augusto da Gama Figueira Roberto Terziani

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

DIRETORIA

Sandra Loureiro

COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE PRODUÇÃO

Jean Cardoso COORDENAÇÃO DO PELOURINHO DIGITAL

Juliana Machado

ÁREA DE OPORTUNIDADES

André Luiz Ferreira EDUCADORES COMPUTAÇÃO GRÁFICA Fábio

Farani

DESIGN GRÁFICO

Fernando Figueiredo

Rafael Oliva PROJETOS E PROGRAMAS Paola Scampini EDUCAÇÃO OI KABUM! - COORDENAÇÃO

Maria Fernanda Todeschini Henrique Rodrigues EQUIPE EDUCAÇÃO

Carla Branco Fernanda Sarmento Maria Clara Sobreira de Azevedo ESTAGIÁRIAS

Catarina Caminada Vannier Isabella Guimarães Rodriguez ASSESSORIA DE IMPRENSA

Letícia Duque Carla Meneghini Leilah Accioly

CIPÓ COMUNICAÇÃO INTERATIVA FOTOGRAFIA

Elza Montal VÍDEO

Danilo Scaldaferri SER E CONVIVER

Mobilização e Monitoria:

OFICINA DA PALAVRA

Bianca Lessa

Ivânia Tupinambá

VICE-PRESIDENTE

Daiane Silva Karina Rabinovitz

Daiane Silva

SECRETARIA

Isabel Gouvêa

Educador Formador:

Sandra Loureiro

E EQUIPAMENTO

COORDENAÇÃO GERAL

WEBDESIGN

Fernando PJ

Bianca Lessa, Bruno Cerqueira, José Roberto Brito, Ludmila Cunha, Rafaela Santos, Rafael Leal, Silas Moraes

e Brenda Gomes

Lucia Manisco

COORDENAÇÃO EXECUTIVA

Luciano Simões Melina Silveira

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Fernanda Pimenta

ADMINISTRATIVO / FINANCEIRO

Antônio Lima Janusa Santos Mário Argollo Simone Bonfim


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.