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Bimestral • Julho/Agosto • n.º 39 • Distribuição gratuita
Mais de 418mil metros quadrados de centros comerciais poderão ser alvo de renovação
As Notícias do Mercado Electro
Consumidores séniores O filão grisalho
Pode a Best Buy ter sucesso na Europa?
Produto em análise
• Smartphones
www.rmelectro.com • www.rmdeco.com
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Ficha Técnica
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Editorial
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N.º 39 - Julho/Agosto 2010 www.rmelectro.com www.rmdeco.com
Propriedade: Revismarket - Edição de Publicações, Lda. Rua das Giestas N.º 6- 2º Dto 2770-075 Paço de Arcos Tel.: +351 214 413 277 Fax: +351 214 413 478
Editor: Jorge Conde admin@revismarket.com
Direcção: Cidália Ribeiro
Carta
aos leitores A equipa da Rm deseja a todos os seus leitores umas merecidas e descansadas férias. Aos que ficam a trabalhar, apenas podemos desejar que façam bons negócios. Da nossa parte, prometemos não pensar em trabalho até Setembro.
cirib@revismarket.com
Redacção: Carina Rodrigues redaccao@revismarket.com
Departamento Comercial: Maria João Garcia pub@revismarket.com
Paginação: AMM outsourcingdesigners@gmail.com
Impressão: Mulembeira Rua Vasco da Gama, nº. 36 2685-244 Portela de Loures
Distribuição gratuita e por assinatura Tiragem: 3.000 exemplares
Depósito Legal n.º 236.204/05 Publicação registada no Instituto da Comunicação Social com o n.º 124843
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Índice
] Tema de capa O consumidor sénior: O filão grisalho
Distribuição ainda tem espaço para crescer em Portugal mas deve colocar os olhos lá fora
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Mercado Aberturas
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Quem são?
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Notícias
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Distribuição ainda tem espaço para crescer em Portugal mas deve colocar os olhos lá fora
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Pode a Best Buy
Portugueses estão mais moderados e conscientes no consumo Mercado mundial de electrónica de consumo com arranque de ano positivo, mas a crise está longe de ultrapassada 4
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ter sucesso na Europa?
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Portugueses estão mais moderados e conscientes no consumo
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Mais de 418 mil metros quadrados de centros comerciais poderão ser alvo de renovação
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Tempo de pausa
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Electrodomésticos Mercado mundial de electrónica de consumo com arranque de ano positivo, mas a crise está longe de ultrapassada
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Novidades
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Produto em análise: Smartphones
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Destaque
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O consumidor sénior Há apenas uma década atrás, os seniores eram efectivamente um grupo subconsumidor. No entanto, com o aumento da qualidade e esperança média de vida, o progresso tecnológico e científico e o acréscimo do poder de compra, a proporção inverteu-se completamente. Os seniores de hoje já não guardam o dinheiro debaixo do colchão, nem se reúnem nos jardins para jogar às cartas ou fazer crochet na sombrinha de uma árvore. De acordo com os dados do Observador Cetelem, este grupo populacional é hoje um sobreconsumidor, numa média de sete por cento. A geração com 50 ou mais anos foi a primeira criada em pleno
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Destaque
] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR
O filão grisalho na idade do consumo de massas, foi com ela que o emprego feminino se generalizou, pelo que grande parte destes casais beneficia de duas fontes de rendimento. Os seniores possuem um poder de compra 30 por cento superior à média, mas poderão vir a concentrar 60 por cento dos rendimentos até 2020. São por isso um mercado a explorar, não só pelo seu potencial de consumo, mas também pela própria evolução demográfica que tem caminhado no sentido de uma população mais envelhecida. Qualquer empresa que queira assegurar o seu crescimento no futuro tem de rapidamente começar a responder às necessidades deste segmento da população, não tanto adaptando as suas soluções, mas antes criando e desenvolvendo propostas especificamente pensadas para estes consumidores. E, sobretudo, tendo em conta que os seniores de hoje em dia consomem de forma completamente distinta que os de antigamente.
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e acordo com os dados das Nações Unidas, 33 por cento da população dos países industrializados terá mais de 60 anos em 2050. Os países europeus, nomeadamente os da Europa Ocidental, têm uma elevada proporção de população idosa. O ano de 1980 marcou um ponto de viragem na estrutura da população que, até 2009, cresceu 17,5 por cento. Contudo, nesse mesmo período de 29 anos, o número de pessoas com mais de 65 anos aumentou 47,1 por cento, prevendo-se que, dentro de apenas cinco anos, existam na Europa Ocidental mais pessoas acima dos 65 anos do que abaixo dos 15. Tendências como o adiamento do casamento e da constituição de família, assim como a maior esperança de vida e o emprego feminino, estão a contribuir para este desenvolvimento. E Portugal está bem dentro da tendência. É o oitavo país mais envelhecido do mundo e onde, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, a esperança mé-
A demografia envelhecida cria sérios desafios às empresas e governos mas, ao mesmo tempo, representa uma oportunidade de mercado. Os consumidores com 50 ou mais anos são a primeira geração criada em pleno na dita idade do “mass market” e, como tal, estão habituados a ver as suas expectativas cumpridas. Exigem serviço e variedade de escolha, desafiando a indústria e os profissionais do marketing a desenvolver produtos à sua medida.
dia de vida está fixada nos 78,88 anos. Em contrapartida, a fertilidade não ultrapassa 1,32 filhos por casal. Dizem os sociólogos que, mantendo-se as tendências, Portugal deverá perder até dois milhões de pessoas até 2050. Esta demografia envelhecida cria sérios desafios às empresas e governos mas, ao mesmo tempo, representa uma oportunidade de mercado. Os consumidores com 50 ou mais anos são a primeira geração criada em pleno na dita idade do “mass market” e, como tal, estão habituados a ver as suas expectativas cumpridas. Exigem serviço e variedade de escolha, desafiando a indústria e os profissionais do marketing a desenvolver produtos à sua medida. Ao mesmo tempo, com as dificuldades com que se deparam os sistemas de Segurança Social, nomeadamente nos países da União Europeia, a tendência será para o adiamento da idade da reforma durante os próximos dez anos. Isto signiRm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Destaque
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fica mais seniores activos, com poder de compra acrescido e necessidades de consumo reais. A Verdict Research antevê que o poder de compra do grupo etário entre os 65 e os 74 anos seja de mais 40 por cento em 2017. Uma vez reformados, os seniores são na sua maioria os donos das suas próprias casas, não tendo, simultaneamente, filhos a seu cargo. O que lhes deixa um maior rendimento disponível, até para gastarem em produtos que não são considerados essenciais. Do que é que os seniores gostam? Todas as indicações dadas pelos estudos de mercado são de que as pessoas mais velhas não querem deixar os seus hábitos de quando eram mais jovens. Assim, se gostavam de rock ‘n’ roll, continuam a ouvir as mesmas bandas; se apreciavam arte, continuam a visitar galerias. Os chamados seniores têm, contudo, alguns traços em comum. Em primeiro lugar, têm dificuldade em aceitar o termo sénior. Vários estudos têm evidenciado que consideram que o termo se aplica apenas aos outros, não a si mesmos, principalmente se ainda pertencem à população activa. De acordo com um estudo Novadir/Grupo Marktest, mais de 70 por cento dos seniores portugueses entre os 55 e os 59 anos são activos, percentagem essa que vai diminuindo com a idade. Estes seniores vêem-se como tendo ainda muitas coisas por fazer. Por um lado, gostam de viajar, por outro, e por razões óbvias, a saúde e o bem-estar são também um dos seus principais interesses. Da jardinagem ao yoga, os estilos de vida
Com a sua consola Wii, a Nintendo teve um enorme sucesso no alargamento do apelo dos vídeojogos a outros consumidores que não lhe eram tradicionais, nomeadamente os seniores. Imagem da campanha “Momentos Wii”, a primeira produzida pela Nintendo em Portugal
alternativos e saudáveis estão a atrair cada vez mais pessoas. Em Itália, por exemplo, o governo oferece aulas de desporto gratuitas sob a iniciativa “nonni in movimento” (“avós em movimento”). Os seniores
Dada a sua dimensão, qualquer empresa deverá ter em conta este segmento da população nas suas campanhas de marketing. Os números, de resto, falam por si. Não nos esqueçamos que, segundo a Nielsen, são os seniores quem decide as compras de 42 por cento dos lares portugueses e que, de acordo com a Millward Brown, controlam 70 por cento da economia mundial. A Brandkey revela ainda que o segmento acima dos 50 anos representa 25 por cento dos consumidores de jogos novos, 41 por cento da compra de automóveis, 56 por cento do entretenimento. 8
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“sofrem” também do que a Euromonitor caracteriza como o “síndroma Peter Pan” e tanto as mulheres como os homens desejam manter um look jovem, interessandose por moda e pela sua aparência. Os portugueses não são excepção e 71 por cento preocupam-se com a sua aparência física e bem-estar, nomeadamente através da prática de exercício físico (68%), da utilização de produtos de cosmética (52%) e da frequência de termas e SPA’s (9%). Cada vez mais pessoas pintam o cabelo e cuidam da sua higiene dentária. A indústria da cosmética tem sido uma das que mais tem sabido reagir, desenvolvendo produtos para este segmento, apercebendo-se de que a sensualidade é tanto um dos factores na compra como o é a conveniência e o conforto. Em alta estão também todas as actividades ligadas à cultura e educação. Por exemplo,
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Destaque
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Quem são os seniores portugueses? • Mais de 70% dos seniores entre os 55 e os 59 anos são activos • Cerca de 47% não prepararam nem estão a preparar a reforma. Dos que preferiram preparar, 47% limitaram-se aos descontos para a segurança social
Calcula-se que, nos próximos 15 anos, se as marcas se focarem no público-alvo dos 15 aos 34 anos, não irão assistir a qualquer crescimento. Em contrapartida, se a aposta recair na faixa etária dos 50 aos 69 anos, poderão aumentar o seu volume de negócios em 20 por cento, sem ter de crescer na quota de mercado. na Alemanha, o número de estudantes universitários com mais de 60 anos cresceu 57 por cento na última década. A Internet não é estranha à população sénior, constituída por internautas activos, que pesquisam as suas compras nos catálogos online antes de as efectivarem. Os seniores gostam de consumir e de investir em produtos que desejam, pelo que a indústria terá assim, no entender da Euromonitor,
de lhes oferecer propostas adequadas às suas necessidades, mas que não sejam etiquetadas de “produtos para velhos”. São milhões de pessoas que acreditam poder viver com qualidade muito mais tempo e que ganharam competências em áreas como as tecnologias. “O ‘target’ sénior está cada vez mais entrosado com as novas tecnologias, procurando e adquirindo cada vez mais produtos ‘high end’ que
• 49% sofrem de uma doença crónica ou aguda, originando a toma regular de medicamentos por 89%, com um gasto que, para 76%, vai até aos 150 euros • 35% já utilizam o sistema privado de saúde, nomeadamente através de um seguro ou cartão de saúde • Apenas 26% dos seniores entre os 55 e os 74 anos admitem vir a recorrer a um lar/residência sénior e 17% a um centro de dia • 71% preocupam-se com a sua aparência física e bem-estar. 52% usam produtos de cosmética • 38% realizam viagens de lazer e turismo • São grandes consumidores de televisão. Vêem em média 5h30 em suas casas diariamente Fonte: Novadir/Marktest
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há uns tempos atrás associávamos apenas aos mais jovens”, concorda Fernanda Catarino, sales account manager da Dell Portugal. “Deve por isso ser cada vez mais tido em conta, não só pelo poder de compra associado, mas também pelo facto de ser um público-alvo que tem interesse em estar cada vez mais na vanguarda da tecnologia”, continua. Por esta mesma razão, a Dell direcciona a este público produtos de utilização fácil e intuitiva, design atractivo e com os recursos necessários para o dia-a-dia, por valores muito competitivos, como os “laptops” Inspirion 15. Neste sentido, dos smartphones às consolas de jogos, o digital transcende os tradicionais grupos de utilizadores. As categorias baseadas na demografia estão a revelar-se desadequadas e até mesmo enganadoras e estas tendências já não podem mais ser segmentadas em termos de idade. Tanto mais que, como sublinha a Nielsen, a identificação com um determinado grupo é determinada cada vez mais pelo estado mental em detrimento da idade física. Por exemplo, com a sua consola Wii, a Nintendo teve um enorme sucesso no alargamento do apelo dos vídeojogos a outros consumidores que não lhe eram tradicionais, particularmente os mais velhos e as mulheres, ao adoptar métodos de controlo mais intuitivos, que utilizam os movimentos do corpo, assim como ao desenvolver títulos que agradam a outro tipo de consumidores, como o Wii Fit e o Wii Sports. Um dos melhores argumentos de venda da Wii é que pode ser utilizada para combater as elevadas taxas de obesidade e o sedentarismo. Não é por isso de estranhar as várias iniciativas surgidas em torno desta plataforma, como os programas promovidos pelas autoridades de saúde britânicas de utilização da Wii para
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Os seniores são internautas activos, que pesquisam as suas compras nos catálogos online antes de as efectivarem. Os seniores gostam de consumir e de investir em produtos que desejam, pelo que a indústria terá assim, no entender da Euromonitor, de lhes oferecer propostas adequadas às suas necessidades, mas que não sejam etiquetadas de “produtos para velhos”. São milhões de pessoas que acreditam poder viver com qualidade muito mais tempo e que ganharam competências em áreas como as tecnologias. incentivar as pessoas mais velhas a continuar a praticar desporto. Quais as áreas de negócio com potencial de crescimento? Deste modo, os seniores representam um segmento de elevado potencial e que se vê a si próprio como indispensável para continuar a apoiar a evolução da sociedade contemporânea. Das viagens ao lazer, passando pelos serviços financeiros e de saúde, pela cosmética e tecnologia, são vários os mercados que poderão beneficiar com este segmento. Até porque, dada a sua dimensão, qualquer em-
A comunicação entre os seniores influencia em muito a decisão de compra dos produtos e serviços, dado que estes consumidores são importantes fontes de informação para os seus pares. Cerca de seis em cada dez admitiram ser consultados pelo menos duas vezes por semana e, destes, 89 por cento já aconselharam os seus amigos.
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presa deverá tê-lo em conta nas suas campanhas de marketing. Os números, de resto, falam por si. Não nos esqueçamos que, segundo a Nielsen, são os seniores quem decide as compras de 42 por cento dos lares portugueses e que, de acordo com a Millward Brown, controlam 70 por cento da economia mundial. A Brandkey revela ainda que o segmento acima dos 50 anos representa 25 por cento dos consumidores de jogos novos, 41 por cento da compra de automóveis, 56 por cento do entretenimento, 60 por cento dos cuidados de saúde e 80 por cento das viagens de luxo. Em tempo de crise, até podem fazer poupanças, mas não dispensam a beleza e a higiene pessoal (76%) ou a TV Cabo (74%). Calcula-se que, nos próximos 15 anos, se as marcas se focarem no público-alvo dos 15 aos 34 anos, não irão assistir a qualquer crescimento. Em contrapartida, se a aposta recair na faixa etária dos 50 aos 69 anos, poderão aumentar o seu volume de negócios em 20 por cento, sem ter de crescer na quota de mercado. Uma das marcas que já está particularmente atenta para estas
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Alguns bons exemplos em Portugal • A Agência Abreu tem vindo a desenvolver pacotes especiais para este segmento • A iniciativa Turismo Sénior da Fundação INATEL • Os condomínios do Grupo Mello • A iniciativa “Desconto igual à idade” da Multiópticas • A Loja do Avô, um espaço privilegiado para a população sénior, que nasceu com o objectivo de melhorar o conforto e a qualidade de vida das pessoas idosas • O Longevity Wellness Resort, o primeiro hotel português dedicado ao turismo sénior, para hóspedes entre os 45 e os 70 anos, na Serra de Monchique • O protocolo entre a Caixa Geral de Depósitos e a home instead, que dá descontos na contratação de serviços de apoio domiciliário a seniores • O canal experimental Super Seniores TV, em emissão diária entre as 14h30 e as 16 horas, na posição 88 da grelha da Zon • O projecto 50+ ExpoSénior 2010, um evento dedicado exclusivamente a este mercado, que juntou em Março passado, no Pavilhão Atlântico, várias marcas e instituições oportunidades de negócio é a Junkers. “Na fase sénior, estando já satisfeitos os bens de primeira necessidade, há uma maior preocupação em aproveitar a vida e isso implica necessariamente aumentar o conforto”, sublinha Teresa Vicente, responsável de marketing da Junkers. “Se este conforto for acompanhado, em simultâneo, por uma boa eficiência energética, para além de pouparmos nos custos da energia, estamos também a ser mais amigos do ambiente e a garantir a sustentabilidade da vida na Terra. Esta é a mensagem de toda a comunicação da Junkers”, argumentos para os quais os consumidores seniores estão particularmente sensibilizados. Também a António Meireles encontra no
segmento sénior uma boa proporção dos seus consumidores. Nesse sentido, tem investido em diversas componentes de comunicação relacionadas com o mesmo. A iniciativa mais destacada por Nuno Costa, director de marketing da empresa, é a adesão à campanha “Compro o que é nosso”, promovida pela Associação Empresarial de Portugal, que divulga e incentiva o consumo de produtos nacionais, como é o caso dos electrodomésticos fabricados na unidade que a António Meireles detém no distrito do Porto. “Os estudos demonstram que o segmento sénior é o mais sensível quanto à origem dos produtos nacionais face a produtos de concorrentes estrangeiros”, sublinha
• Os seguros de saúde Europamut, que não colocam limites de idade nem excluem doenças graves • A Caderneta 65+, um boletim de saúde com informação médica do seu titular e conselhos gerais para a qualidade de vida dos seniores, lançado pelo Continente, em parceria com o Alto Comissariado da Saúde • O Activo PC Sénior, uma iniciativa da Caixa Geral de Depósitos, Microsoft, RUTIS e Inforlândia, com vista a facilitar o processo de inclusão digital da população sénior.
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Nuno Costa. Simultaneamente, em termos de desenvolvimento do produto, a Meireles incorporou na sua gama linhas com soluções particularmente vocacionadas para estes consumidores, nomeadamente os fogões Maxi. “Estes fogões estão equipados com fornos de 90 centímetros, a maior capacidade do mercado doméstico, que permitem a elaboração de cozinhados para um elevado número de pessoas. Como é sabido, é essencialmente nas habitações seniores que se elaboram as grandes refeições para toda a família”, explica Nuno Costa. Outra empresa que também já começou a “piscar o olho” aos seniores é a NAVIGON, apelando, sobretudo, ao seu interesse pelas viagens. “A função Sightseeing inspirada no MERIAN scout possibilita aos condutores conhecerem informações turísticas adicionais e pontos de interesse ao longo da rota”, destaca Cláudio Ribeiro, country manager em Portugal da empresa de sistemas de navegação. “A pensar no consumidor sénior que decida usufruir do seu tempo livre com o maior conforto e comodidade nas suas viagens, sem que perca nenhuma atracção turística de relevo, os nossos equipamentos tornam-se no guia turístico pessoal”. Um segmento negligenciado? No entanto, várias sondagens têm destacado que os seniores sentem que as empresas não estão ainda sensibilizadas para as suas necessidades, apresentando apenas produtos adaptados. Algumas, contudo, já concebem produtos exclusivos para este segmento. É o caso da Haeger e da sua linha de telefones. A nova gama resulta de uma profunda análise e preocupação do reconhecimento das principais necessidades da população com idade mais avançada, pelo que a empresa apostou na funcionalidade e simplicidade, como as teclas e dígitos de grandes dimensões, o tom de toque mais alto, o amplificador de audição e as teclas de marcação directa. Outro dos motivos de queixa dos seniores prende-se com o muito que ainda há por fazer no domínio da ergonomia, da embalagem e da informação do produto. A NAVIGON pensou também a este respeito, tendo sido, segundo Cláudio Ribeiro, 12
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A própria distribuição tem de começar a questionar-se se os seus pontos de venda são ou não “amigáveis” para estes consumidores. Para Patrick Dixon, ainda há algum caminho para percorrer. “Roupa para senhoras de 50 anos exibida num manequim de 18? Não faz sentido. Lojas em centros comerciais sem uma única cadeira? Pensem em quanto tempo demora, por exemplo, a comprar um telemóvel. Pelo menos meia hora para o registo, identificação e assinatura do contrato. Para um sénior de 75 anos, isto é um problema. Para evitar esta situação, se calhar prefere ficar em casa”.
a primeira empresa do mercado dos sistemas de navegação a introduzir nomes de produto que reflectem, sobretudo, o ponto de vista do cliente, apoiando-os inclusivamente no processo de compra. “A segmentação dos produtos em ‘Easy’, ‘Plus’ e ‘Premium’ torna a escolha do produto uma tarefa muito mais simples. Por exemplo, os nossos equipamentos da gama ‘Easy’ são totalmente adequados para as pessoas que querem simplesmente navegar de um local para outro, dispondo também de todas as funçõeschave básicas para um planeamento da rota bastante fiável. Ao mesmo tempo, os produtos NAVIGON têm, em primeiro lu-
gar, uma interface bastante intuitiva e de fácil utilização”. Do lado da Scyse, uma empresa especializada na distribuição de produtos de saúde, bem-estar e cuidados pessoais, a ergonomia a todos os níveis é também a palavra de ordem. Para além da sua gama incluir produtos que, pelas suas características, são muito focados no consumidor sénior, de que são um bom exemplo as balanças com numeração de grandes dimensões, as embalagens que os acompanham e a informação apresentada são visualmente claras. Mas os seniores têm outras queixas. Outra delas é que a comunicação é, geralmente, dirigida aos jovens, pelo que não se iden-
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Patrick Dixon nota que a maioria das pessoas que está no marketing tem menos de 50 anos e, muitas vezes, até menos de 30, pelo que são cometidos muitos erros pelo simples facto de não se compreender o segmento da população que se pretende atingir. “As pessoas mais velhas pensam mais antes de efectuar uma compra, dão mais importância à qualidade e menos ao preço, no que diz respeito às marcas de renome. De um simples chocolate a um automóvel, as coisas duram mais tempo quando somos mais velhos. As experiências são mais relevantes do que os próprios produtos, sobretudo quando se trata da partilha de memórias”.
cento dos consumidores com mais de 50 anos consideram a publicidade de hoje irrelevante. Como destacava Patrick Dixon, por ocasião do 1.º Seminário de Marketing Sénior 50+, realizado em 2008, “se quisermos atrair pessoas de idade a um hotel ou loja, não podemos, por exemplo, usar imagens de pessoas jovens e solteiras ou de crianças”.
tificam com as mensagens. Campanhas como as da Dove pela Beleza Real ou “Os rapazes vão ter de esperar” do perfume Baldessarini souberam captar o interesse deste “target”. Da parte da António Meireles, também a comunicação procura estar próxima deste segmento, sendo que nos últimos dois anos foram desenvolvidas vá-
rias campanhas com a presença do actor e apresentador Fernando Mendes, “uma celebridade muito acarinhada pelo público sénior”, destaca Nuno Costa. Mas estes são apenas alguns poucos bons exemplos. Segundo um estudo realizado no Reino Unido por uma agência especializada em publicidade para o mercado sénior, 86 por
O que os marketeers e as empresas podem fazer para atingir este público-alvo? Em primeiro lugar, destaca o especialista, não se pode pensar nas pessoas mais velhas como um novo e único mercado. Dos 50 anos para cima, existem diversos mercados, culturas, valores e estilos de vida. Não se pode propor a um sénior de 60 anos o que se propõe a um de 90. Seria o mesmo que coRm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Não se pode pensar nas pessoas mais velhas como um novo e único mercado. Dos 50 anos para cima, existem diversos mercados, culturas, valores e estilos de vida. Não se pode propor a um sénior de 60 anos o que se propõe a um de 90. Seria o mesmo que colocar Harrison Ford ou Madonna no mesmo plano que a nossa bisavó...
locar Harrison Ford ou Madonna no mesmo plano que a nossa bisavó... Por outro lado, a mensagem tem de ser relevante. Patrick Dixon nota que a maioria das pessoas que está no marketing tem menos de 50 anos e, muitas vezes, até menos de 30, pelo que são cometidos muitos erros pelo simples facto de não se compreender o segmento da população que se pretende atingir. “As pessoas mais velhas pensam mais antes de efectuar uma compra, dão mais importância à qualidade e menos ao preço, no que diz respeito às marcas de renome. De um simples chocolate a um automóvel, as coisas duram mais tempo quando somos mais velhos. As experiências são mais relevantes do que os próprios produtos, sobretudo quando se trata da partilha de memórias”. Em Maio de 2007, a Weber Shandwick lançou um estudo que alertava para a possibilidade das empresas ganharem algumas vantagens usando as redes de influência dos seniores. A sondagem concluiu que a comunicação entre os seniores influencia em muito a decisão de compra dos produtos e serviços, dado que estes consumidores são importantes fontes de informação para os seus pares. Cerca de seis em cada dez admitiram ser consultados pelo menos duas vezes por semana e, destes, 89 por cento já aconselharam os seus amigos. Esta tendência ganha uma nova relevância se atentarmos às diferenças na forma como os seniores raciocinam, comparativamente com as pessoas mais novas. As pesquisas têm mostrado que, à medida que as pessoas envelhecem, as mudanças na actividade cerebral começam a afectar o processo de tomada de decisão, particularmente porque se tornam menos adeptas do processamento de informação numérica ou de recordaremse de detalhes apresentados de forma pouco familiar. Do lado da proposta de produtos, as necessidades dos consumidores seniores poderão ser consideradas incorporando mais o feedback destes consumidores, convidando-os a participar no seu desenvolvimento. Esta 14
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A Memup, apercebendo-se que muitos dos seus utilizadores já têm mais de 50 anos, começou a convidar alguns consumidores seleccionados a participar na fase de pré-desenvolvimento de produtos dando o seu feedback sobre a sua utilização. “Os seus comentários têm levado a algumas alterações a fim de adaptar os produtos ao seu perfil de utilizadores”, conta João Carvalho, director geral da Memup Ibéria. é, de resto, a estratégia seguida pela Memup que, apercebendo-se que muitos dos seus utilizadores já têm mais de 50 anos, começou a convidar alguns consumidores seleccionados a participar na fase de prédesenvolvimento de produtos dando o seu feedback sobre a sua utilização. “Os seus comentários têm levado a algumas alterações a fim de adaptar os produtos ao seu perfil de utilizadores”, conta João Carvalho, director geral da Memup Ibéria. Entre as principais alterações feitas pela Memup no seguimento dos comentários dos seus utilizadores contam-se as embalagens de cor, para melhor distinguir as características fundamentais, nomeadamente os logótipos e pictogramas, a visualização da parte traseira dos dispositivos na própria
do contrato. Para um sénior de 75 anos, isto é um problema. Para evitar esta situação, se calhar prefere ficar em casa”. Não nos podemos esquecer da função social desempenhada pelo comércio, sobretudo o de proximidade, no abastecimento a uma população cada vez mais envelhecida. Este especialista alerta que é importante perceber o que os seniores preferem ou pretendem da distribuição. E os estudos de mercado mais recentes dão mesmo algumas pistas. Dados da McKinsey mostram que 88 por cento dos seniores preferem as grandes superfícies porque têm os melhores preços, no entanto, 83 por cento sentem-se frustrados com a dificuldade em encontrar os produtos que querem. Simultaneamente, 66 por cento estão descontentes com a incapacidade de encontrar alguém que os ajude no acto de compra. Números que ganham uma outra dimensão se se atentar no facto de que os seniores foram a primeira geração da idade do consumo. Por isso, enquanto clientes, continuam a não aceitar que o produto que pretendem não exista em stock ou que na loja não está ninguém disponível para responder às suas questões. Não é por isso de estranhar que este “target” tenha um peso bastante elevado nos serviços da JCA Electrodomésticos, de forma a melhorar a sua experiência de compra. “Sabemos que o segmento dos consumidores seniores
O caminho para o “coração” dos seniores está num serviço ao cliente de excelência e aqui a insígnias podem e devem aproveitar as soluções de serviços oferecidas pelos fabricantes. Porque caso as suas expectativas não sejam cumpridas, são um cliente tão ou mais “desleal” do que os outros.
embalagem, a disponibilização dos manuais em papel e a cores, a gestão das legendas, particularmente do seu tamanho, posição no ecrã e cor, a descrição em áudio, pensando nos utilizadores com dificuldades visuais, e a disponibilização de vídeos online apresentando e explicando os produtos. Por outro lado, a própria distribuição tem de começar a questionar-se se os seus pontos de venda são ou não “amigáveis” para estes consumidores. Para Patrick Dixon, ainda há algum caminho para percorrer. “Roupa para senhoras de 50 anos exibida num manequim de 18? Não faz sentido. Lojas em centros comerciais sem uma única cadeira? Pensem em quanto tempo demora, por exemplo, a comprar um telemóvel. Pelo menos meia hora para o registo, identificação e assinatura
tende a aumentar e costuma ser fiel às insígnias que o acompanharam no seu percurso de vida, pelo que temos uma grande preocupação em identificar os seus hábitos de consumo e necessidades”, detalha Vitor Tomé, marketing manager do Grupo JCA. O caminho para o “coração” dos seniores está assim num serviço ao cliente de excelência e aqui a insígnias podem e devem aproveitar as soluções de serviços oferecidas pelos fabricantes. Porque caso as suas expectativas não sejam cumpridas, são um cliente tão ou mais “desleal” do que os outros. Desenganem-se, assim, os que julgam que as suas escolhas foram cristalizadas ao longo dos anos. 52 por cento dos consumidores seniores mudariam para uma outra marca, a mesma percentagem das restantes faixas etárias. Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Destaque Opinião
João Alberto Catalão Presidente do Conselho de Administração do Grupo BusinessUp www.joaocatalao.com
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Eu já vi, senti e pensei o Futuro!
Ainda poucos dias tinham decorrido deste século XXI estava eu numa viagem fantástica pelo País de Gales, quando vivi uma experiência comercial que aqui vou partilhar. Tinha deixado a Ana Penim numa Business School em Cheltenham, onde ela iria fazer uma palestra, quando decidi ir visitar um supermercado. O primeiro que encontrei pertencia a uma importante insígnia inglesa. Estranhei o facto do parque de estacionamento contornar todo o supermercado! Mais estranhei o facto do mesmo possuir mais do que uma entrada! Aparentemente, parecia um supermercado em tudo igual aos outros supermercados dessa insígnia que eu estava habituado a visitar. No entanto, esses dois detalhes começaram a despertar a minha curiosidade….
E
ntrei e a “coisa” começou a confundir-me ainda mais! diversificado e rico! O homem era decerto um “expert”, pois tinha A entrada da loja estava cheia de informação qualitativa muitas e boas referências acerca da sua já longa carreira. Também já (nada de promoções)! Informações sobre novos produdevia estar reformado! Não de atitude! Este profissional encontravatos, informações nutricionais, informações sobre serse do lado de fora do balcão, evidenciando um ar super disponível viços, etc. Curioso: tudo estava escrito num tipo de letra bastante e simpático. Esperei para ver o que aconteceria quando um cliente grande e perceptível! Mais uma novidade: as pessoas que estavam a surgisse:.. trabalhar nas caixas estavam muito “arreadas” e eram todas de idade Não esperei muito! Uma senhora, sénior claro, dirigiu-se ao sr. Taavançada. Reformados? Talvez! Qual é o meu espanto quando vejo lhante cumprimentando-o com deferência. Espantem-se: tratando-o que os lineares não possuíam mais de 1, 50 metros! pelo nome, perguntou-lhe o que recomendava para o jantar, refeImaginem a minha cara quando percebi o porquê! Estava num surindo que iria ter a visita da filha e dos dois netos. O nosso amigo permercado onde os clientes podiam talhante sorriu, meteu a mão no bolso percorrer a loja sentados nuns carda bata, impecavelmente passada e limrinhos que incluíam cadeiras com pa, que se sobrepunha a um igualmente rodas, os quais permitiam fazer as impecável fato e gravata. Escreveu umas compras sentado! Tudo estava prepanotas. Decorridos alguns segundos, rado para uma população de clientes como se de um médico se tratasse, e deseniores. Agora já percebia o estaciopois de efectuado o respectivo diagnóstinamento todo à volta da loja e com co, “prescreveu a receita”, referindo algo acesso a partir de vários sítios. Desdo género “procure estes ingredientes e ta forma, a loja permitia que os seus estes acompanhamentos, porque eu vou clientes-alvo não precisassem de perpreparar um rolo de carne fantástico para correr grandes distâncias para entrar. o seu jantar de família”. Agora já percebia porque havia mais Meus caros, eu avisei. Eu já vi, eu já senti Consumidor sénior numa Apple Store em Nova Iorque do que uma entrada na loja. Agora já e eu já pensei o futuro! Quem souber e percebia a razão pela qual toda a informação (incluindo os preços) conseguir pensar como os seus clientes é, decerto, um talento coestava escrita num tamanho de letra bem grande e legível. Agora já mercial. Essa insígnia, dez anos depois da minha experiência no País percebia porque os funcionários das caixas eram mais velhos do que de Gales, continua a investir nessa procura de pensar e agir em funo habitual! De facto, estes colaboradores eram mesmo reformados e ção daquilo que o mercado procura, estando sempre em progressão estavam ali já num segundo emprego! Cumprimentavam os clientes avançada, conquistando novos clientes, quota de mercado e, claro, como se fossem da sua família! Estavam “arreados” porque esta obtendo lucros. Merecem… era uma segunda actividade que lhes servia não só de complemenComo alguém disse, “se não sabe o que se passa no Futuro, crie-o”. to de reforma mas também de um “vital” espaço de socialização. Os dados estão aí: o nicho de mercado, provavelmente mais qualiEstavam no activo! Estavam felizes! Agora percebia a baixa altura ficado para o seu negócio, será, ou já é, o dos seniores! O que está dos lineares! Agora percebia o motivo pelo qual os lineares estavam fazer para os perceber, “mimar”, surpreender? arrumados de forma a facilitar a colocação dos produtos maiores ou Para se ser empresário com futuro, é necessário ser-se capaz de mais pesados nos carrinhos, sem necessidade do cliente idoso se pensar e tentar antecipar o futuro. Possuir espaços comerciais capaesticar ou baixar! Agora já percebia porque existia uma iluminação zes de responder eficazmente a esta realidade é, simplesmente, um que facilitava a leitura dos rótulos e dos preços! acto de inteligência. A mim o futuro interessa-me, particularmente, Mas o melhor ainda me estava reservado: o talho! Ao aproximarporque vou lá viver… me do talho, reparei num quadro, tipo diploma, com uma fotogra“As oportunidades são como o nascer do sol. Se esperar demais, fia. Afinal tratava-se do currículo do talhante! Um currículo muito vai perdê-las”. 16
Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Vasco de Mello Presidente da União das Associações de Comércio e Serviços (UACS)
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Destaque Opinião
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A dimensão social do comércio de proximidade
s últimos 30 anos foram marcados por inúmeras e granresidem. Por outro lado, os idosos são pessoas que têm necessides transformações da sociedade portuguesa a diversos dades de serviços específicos e próprios para a sua idade. Neste níveis, as quais conduziram a uma relevante melhoria do contexto, o comércio de proximidade poderá vir a desempenhar um nível de vida da população. Durante este período, assispapel que sempre teve, ou seja, o de ser um grande canal de distritiu-se a um substancial crescimento dos rendimentos da população, buição dos diversos tipos de bens, junto deste tipo de populações. em geral, o que permitiu que um grande número de portugueses Assim, no futuro, em bairros que sejam, maioritariamente, habitados pudesse proceder à aquisição de casas próprias e de automóveis. por idosos, ir-se-á constatar uma revitalização do comércio local, o Neste período de tempo, assistimos, igualmente, a uma enorme qual voltará a ser procurado e acarinhado pela população, bem como transformação no sector comercial, uma vez que, um pouco por toda iremos verificar o aparecimento de uma série de estabelecimentos a parte, testemunhámos o “nascimento” de novas e grandes superde comércio e serviços especificamente vocacionados para o apoio fícies comerciais e de novas formas de distribuição, nomeadamente ao idoso. no sector alimentar, localizadas em locais distantes das residências Por outro lado, conforme já hoje acontece, não se poderá esquedos consumidores, o que implica que escer que o comércio tradicional tem, desde tes se tenham que deslocar através dos sempre, uma dimensão social que os ouNo futuro, em bairros que diversos meios de transporte para fazer as tros canais de distribuição não possuem suas compras. e que se traduz numa relação de familiasejam, maioritariamente, habiTudo isto teve como consequência uma ridade e proximidade e, em alguns casos, tados por idosos, ir-se-á consalteração substancial do perfil do consude amizade, existente entre consumidores tatar uma revitalização do midor português, o qual passou a ter um e comerciantes, o que é explicado em vircomércio local, o qual voltará acesso generalizado à maior parte dos tude dos mesmos ocuparem o mesmo a ser procurado e acarinhado modernos bens de consumo. No entanto, espaço geográfico. No caso dos idosos, ter-se-á que dizer que esta “revolução” foi esta relação de proximidade ganha impela população, bem como irefeita com o sacrifício do pequeno comérmos verificar o aparecimento de portância acrescida, uma vez que, por cio situado, na sua maioria, no interior vezes, os únicos contactos humanos que uma série de estabelecimentos das cidades. estabelecem ao longo do dia são aqueles de comércio e serviços especiUma das mais profundas transformaque mantém com os lojistas dos estabeficamente vocacionados para o ções sofridas no últimos 30 anos, e que é lecimentos comerciais que, diariamente, aquela que é menos falada, mas a que terá frequentam. apoio ao idoso. maior influência no futuro, foi o crescente Porém, para que comércio de proximidaenvelhecimento da população portuguesa de possa desempenhar este papel, é neoriginado, por um lado, num aumento da esperança de vida dos porcessário que lhe sejam dadas as condições básicas que permitam a tugueses e, por outro, numa baixa taxa de natalidade. Este último sua sobrevivência, o que passa por uma radical alteração das menaspecto poderá vir a conduzir, no futuro, a uma profunda alteração talidades dos poderes públicos em relação a uma série de matérias, do perfil do consumidor português. nomeadamente, no que diz respeito, a mobilidade, ordenamento do O idoso é um consumidor que carece de maiores necessidades de território e controle das condições de concorrência. Caso isto não apoio que a generalidade dos consumidores. São indivíduos que, venha a acontecer, com o desaparecimento galopante do comércio com a idade, começam a ter dificuldades na sua locomoção, razão de bairro e a sua substituição por grandes superfícies, inúmeros pela qual passam a efectuar deslocações cada vez mais curtas e para consumidores mais idosos conhecerão enormes dificuldades no locais que lhes sejam próximos e não muito distantes dos de onde seu abastecimento.
O comércio tradicional tem, desde sempre, uma dimensão social que os outros canais de distribuição não possuem e que se traduz numa relação de familiaridade e proximidade e, em alguns casos, de amizade, existente entre consumidores e comerciantes, o que é explicado em virtude dos mesmos ocuparem o mesmo espaço geográfico. No caso dos idosos, esta relação de proximidade ganha importância acrescida, uma vez que, por vezes, os únicos contactos humanos que estabelecem ao longo do dia são aqueles que mantém com os lojistas dos estabelecimentos comerciais que, diariamente, frequentam. Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Montra de produtos Com o envelhecimento da população e o aumento da esperança média de vida, o mercado dos seniores está a ganhar uma importância crescente. Do ponto de vista económico, este grupo populacional tem também mais rendimentos disponíveis, proporcionando uma interessante oportunidade de mercado que algumas empresas já começaram a aproveitar desenvolvendo produtos especificamente para este “target”. Aqui ficam algumas propostas de soluções que, pelas suas características, são especialmente indicadas para os seniores.
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Destaque
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Picadora Pikatti 1705FL da Flama
A picadora Pikatti 1705 FL é o produto mais vendido de sempre da Flama e, segundo a marca, maioritariamente usado pelos consumidores seniores. O facto de ser muito rápida e extremamente fácil de usar, funcionando por pressão na tampa, torna esta picadora num produto direccionado para estes consumidores que valorizam a vantagem de confeccionar com facilidade as suas refeições. Com uma potência de 700 watts e capacidade para picar até 200 gramas, a Pikatti 1705FL vem equipada com um novo sistema de lâminas de alto rendimento e aço inoxidável. Para potenciar o conforto da sua utilização, a Flama dotou-a de um sistema de segurança e o copo de um sistema anti-gota. Ao mesmo tempo, a base é anti-derrapante e, para facilitar a limpeza, o produto é desmontável. PVP recomendado: 40,99 euros.
Linha de telefones Sénior da Haeger
A linha Sénior de telefones é a mais recente aposta da Haeger para o mercado sénior. A nova gama é o resultado de uma profunda análise e preocupação do reconhecimento das principais necessidades da população com idade mais avançada. A Haeger aposta na funcionalidade e simplicidade da linha de telefones e apresenta cinco modelos, o telemóvel Long Life, o telefone rede fixa portátil Galaxy e Galaxy Plus e o telefone rede fixa com cabo BigTel 40+ e BigTel48+. Com um conjunto de características comuns, como as teclas e dígitos de grandes dimensões, tom de toque mais alto, amplificador de audição e teclas de marcação directa, os novos telefones da Haeger evidenciam-se, sobretudo, pelas especificações individuais. O Galaxy e o Galaxy Plus estão dotados de visor LCD retro iluminado, Caller ID Tipo I e Tipo II (mostra o número da segunda chamada), alta-voz e uma lista telefónica até 50 contactos. O Galaxy Plus está ainda equipado com uma base com dez memórias de marcação directa com fotografias. Preço sob consulta.
Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
Ar condicionado Junkers
Dentro da sua gama de produtos, a Junkers sugere a gama de ar condicionado que, segundo a marca, entra quer dentro do seu slogan “Conforto para a Vida” como dentro do conceito de vida de uma pessoa sénior, onde o que é de facto importante é o conforto. De acordo com a marca, à medida que a idade avança, evolui também o conceito de “viver” e passa-se a valorizar factores tão básicos como o “conforto”, uma vez que os bens de “primeira necessidade” estão satisfeitos. Num país como Portugal, com quatro meses de temperaturas acima dos 30ºC, a Junkers destaca que há dois “targets” particularmente afectados, quer com o calor quer com as temperaturas demasiado baixas, as crianças e os seniores. O ar condicionado, não sendo um bem de primeira necessidade, é um bem que permite viver com mais conforto dentro da habitação e corresponde à tal sabedoria sénior de “saber viver”. É um produto útil que provavelmente a maioria deste “target” não pensou em introduzir em casa, mas que contribui para aumentar o seu bem-estar físico. Os equipamentos de ar condicionado Junkers, com classificação energética A, garantem a temperatura perfeita, frio ou calor, com poupança de energia. A nova gama doméstica é constituída por uma variedade que engloba Mono Splits (unidades de 1x1 desde 9.000 Btu/h até 18.000 Btu/h) e Multi Splits (unidades exteriores de 2x1 até 4x1 com capacidades que vão desde os 18.000Btu/h até aos 28.000Btu/h). Nestes, para combinação com as unidades exteriores, a Junkers dispõe de uma ampla gama de unidades interiores em versões murais, tecto/ chão, cassete e condutas. Todos os aparelhos de ar condicionado Junkers possuem tecnologia Inverter DC. Têm um baixo nível sonoro e uma dupla saída de ar para garantir uma melhor distribuição do ar pelo espaço a climatizar, o que melhora o nível de conforto. Preço sob consulta.
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Destaque
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Frigorífico Quadrio da Hotpoint-Ariston
Tensímetro BPM ARM 5500 XLD da Topcom
A Topcom apresenta o seu novo medidor da tensão arterial BPM ARM 5500 XLD. Este equipamento caracteriza-se por um ecrã LCD de grande dimensão, que facilita a leitura dos dados, tanto da tensão como do ritmo cardíaco, e que foi concebido de acordo com o padrão WHO, definido pela Organização Mundial de Saúde. O novo tensímetro de braço lançado pela Topcom incorpora um conjunto de funções que o destacam relativamente a outros equipamentos semelhantes, incluindo a tecnologia “Smart Sense”, que proporciona uma grande precisão na medição da tensão arterial, bem como a sua adaptação a cada pessoa, evitando assim que se encha demasiado e seja desagradável para o braço do utilizador. Por sua vez, a tecnologia “Regular Health Rate” é capaz de detectar possíveis arritmias e anomalias no ritmo cardíaco. Este medidor da tensão arterial permite ainda o encher e esvaziar automático com um só toque, o que simplifica ao máximo a sua utilização, e inclui um adaptador de corrente, o que não é frequente em modelos com estas características, mas também pode funcionar com pilhas AA. O novo tensímetro da Topcom tem ainda um interruptor automático que permite poupar energia e três memórias com espaço para 30 registos cada. PVP recomendado: 49,95 euros.
Com o avanço da idade, a mobilidade para ir muitas vezes ao supermercado é menor, as compras pesam e fazer essas viagens várias vezes por mês pode custar muito. Por isso, a pensar nas necessidades do seu consumidor sénior, a Hotpoint-Ariston sugere o frigorífico Quadrio que, além de uma grande capacidade para arrumar os alimentos, garante sempre baixos consumos. Desta forma, não só se poupa nas idas ao supermercado como na energia. As quatro portas do Quadrio garantem a perfeita conservação dos alimentos e a poupança de energia. O seu conceito permite economias acima dos 50 por cento e, consequentemente, menos tempo na recuperação da temperatura interna, quando comparado com um frigorífico normal. PVP recomendado: a partir de 899 euros.
Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Destaque
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Climatizador de ar frio e quente AC-60A da Jocel
Frigorífico Trilogic da Indesit
Com o objectivo de facilitar a vida ao consumidor sénior que, segundo a Indesit, responde cada vez mais às tendências de compra de frigoríficos sempre maiores, a marca propõe o novo frigorífico Trilogic, funcional e ao mesmo tempo simples de utilizar. Muito flexível, este modelo apresenta três compartimentos distintos com espaços adaptáveis para conservar cada alimento o melhor possível. Muito prático e cómodo na utilização, o Trilogic torna mais fácil a arrumação e identificação dos alimentos no seu interior. Apresenta um design refinado e polido em inox, com uma porta de dois gavetões congeladores que asseguram a melhor gestão do espaço interior. Com classe A+, o Trilogic apresenta também o sistema de regulação de humidade, que permite gerir a circulação de ar no interior da verdureira e seleccionar o grau de humidade mais adaptado para conservar o melhor possível os alimentos mais delicados, como a fruta e as verduras. Estas soluções são ainda acompanhadas da função Advance Frost Free, através da qual é capaz de preservar a qualidade e o sabor dos alimentos e impede a formação de gelo no interior dos compartimentos, não sendo assim necessária a aborrecida operação de descongelação e respectiva limpeza. PVP recomendado: a partir de 849 euros.
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A pensar nos consumidores seniores, que acima de tudo valorizam o seu conforto e bem-estar, a Jocel propõe o seu climatizador de ar frio e quente AC-60A. Seja de Verão ou de Inverno, o produto da Jocel permite ter sempre um ambiente confortável e saudável, com os níveis de humidade adequados. Este climatizador humidifica o ar automaticamente e purifica-o, graças à função ionizadora. A ergonomia também não foi esquecida, dado que a cortina de água é removível e fácil de limpar e as rodas do produto permitem a sua deslocação sem qualquer tipo de esforço. O conforto de utilização vai mais além com a inclusão de um temporizador, que permite programar o funcionamento do produto, e de um comando à distância. Preço sob consulta.
Telemóvel Sp60 da ZTC
O novo telemóvel ZTC Sp60 foi concebido para a população sénior. Este equipamento permite colmatar algumas dificuldades características da idade, como problemas de visão, audição e alguma mobilidade. O equipamento possui um visor amplo que torna os textos bem visíveis, teclas grandes para facilitar o seu uso, tecla SOS para efectuar chamadas de emergência, que permite aos utilizadores fazer uma chamada de emergência para o número que estiver configurado. Esta tecla é uma mais-valia em situações de perigo. O telemóvel também possui rádio FM, que permite ao utilizador ouvir rádio em qualquer lugar. Tem também uma prática lanterna, que é facilmente activada com um botão lateral. PVP recomendado: 74,90 euros.
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Mercado Aberturas
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SPAR abre novo supermercado em Ílhavo
A SPAR inaugurou em Ílhavo o seu mais recente supermercado em Portugal. O novo ponto de venda, com cerca de 550 metros quadrados, é uma renovação de uma antiga loja e representa já a terceira loja SPAR do mesmo aderente, que possui as SPAR de Aveiro e Gafanha da Nazaré, estando já prevista uma quarta loja para o final do Verão. O supermercado cria oito novos postos de trabalho.
Sonae cria mais 156 postos de trabalho
A Sonae abriu ao público o novo Modelo de Pombal, um projecto que inclui uma galeria comercial e representa a criação de 156 novos postos de trabalho directos nas cinco novas lojas que abrem neste espaço, Modelo, Bom Bocado, Worten, Modalfa, Óptica e Área Saúde. As cinco insígnias representam uma área total de venda de 3.112 metros quadrados.
Worten chegou a Pombal
A Worten abriu dia 15 de Julho uma nova loja em Pombal. Para assinalar esta abertura, a marca voltou a promover a acção “Vão Nascer Prémios na Worten”, na qual seis clientes levaram para casa uma PSP 3000 com o jogo Gran Turismo. A mecânica da acção era muito simples. Quem encontrasse a “cegonha” Worten escondida na loja em menos de três minutos vencia. A loja Worten de Pombal possui cerca de 499 metros quadrados de área de venda e conta com o apoio de cerca de dez colaboradores.
“O que pensa o consumidor sobre...” Quais as diferenças entre uma placa de indução e uma placa vitrocerâmica convencional?
• 63% não fazem ideia • 31% pensam que diferem no modo de produção de calor, tempo de aquecimento e consumo de energia • 6% acreditam que a indução é mais cara e a vitrocerâmica mais barata (Questão lançada na página do Portal do Electrodoméstico no Facebook no dia 16 de Junho de 2010)
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Mercado Quem são
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Filipa Teixeira da Silva é a nova directora comercial da Frigicoll Portugal Filipa Teixeira da Silva é a nova directora comercial da Frigicoll Portugal, assumindo a responsabilidade de todas as marcas representadas pela empresa no mercado nacional, nomeadamente a Liebherr, a General Electric, a Thermo King, a Kaysun Air Conditioning e várias marcas de equipamento de hotelaria. Licenciada em Economia, Filipa Teixeira da Silva passou por várias empresas do sector, na sua trajectória profissional, incluindo a Robert Bosch, o Grupo Gillette e a General Electric International, ocupando cargos de Marketing, Channel Manager e direcção comercial.
José Cortez integra a equipa da expert José Cortez reforçou a equipa da expert como responsável da área de tecnologias de informação. Com uma reconhecida experiência no mercado, em especial pelo seu desempenho enquanto responsável desta área de negócios na Samsung, durante vários anos, o novo reforço da equipa da expert terá como missão o incremento desta importante área de negócios ao nível da distribuição e nas lojas expert.
Amador López é o novo country manager da Electrolux em Portugal e Espanha Amador López foi nomeado novo country manager do Grupo Electrolux para Portugal e Espanha. Tendo assumindo oficialmente funções no dia 12 de Julho, Amador López reporta a Marcelo Palmeiro, responsável para a região Sul da Europa. Amador López ingressa no Grupo Electrolux depois da passagem pela Philips onde, nos últimos 24 anos, desempenhou vários cargos de direcção nas áreas industrial, marketing e vendas, tanto na divisão Profissional como de Consumo. As suas últimas responsabilidades no grupo holandês foram as de country manager para Espanha na divisão de Pequenos Domésticos e Cuidados Pessoais e de country manager para Portugal da divisão de Consumer Lifestyle.
João Ricardo Nené assume a direcção da SAP Portugal João Ricardo Nené é o novo country manager interino da SAP para Portugal, com reporte directo ao director geral da Unidade de Mercado Ibérica, José Velázquez. Após um ano no comando da empresa, Edenize Maron decidiu explorar novas oportunidades no universo SAP, tendo deixado o cargo de country manager no país. João Ricardo Nené acumula este novo cargo com a sua função anterior de Field Services Director para Portugal e Espanha, desde que integrou a SAP, em Outubro de 2007. Com nacionalidade portuguesa, João Ricardo Nené, de 44 anos, tem o curso de Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa e em Gestão pelo Insead (França).
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Mercado Quem são
Cetelem reforça Comité Executivo Rodrigo Ascensão, de 38 anos, assumiu o cargo de Chief Marketing & Sales Officer fazendo parte integrante do Comité Executivo do Banco BNP Paribas Personal Finance, nova designação social do Banco Cetelem após a recente fusão com a Credifin. Enquanto Chief Marketing & Sales Officer, Rodrigo Ascensão ficará responsável pelas direcções Automóvel, Distribuição e Directo & Comunicação. Licenciado em Gestão de Empresas na Universidade Católica Portuguesa, Rodrigo Ascensão foi colaborador do BPI e do BES onde desempenhou funções em diversas áreas (gestão de activos, private banking e marketing estratégico). Esteve ainda ligado às áreas de crédito a particulares como director de cartões e, mais recentemente, de crédito pessoal.
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Philips nomeia Frans van Houten como novo presidente e CEO A Philips anunciou o nome do sucessor de Gerard Kleisterlee como seu presidente e CEO. Frans van Houten é o senhor que se segue, assumindo oficialmente funções a 1 de Abril de 2011. O novo presidente e CEO foi já membro do Conselho de Administração da Philips até Setembro de 2006, sendo responsável pelo sucesso da operação de retirada do negócio de semicondutores da empresa e pela criação da NXP Semiconductors como uma empresa global independente. Frans van Houten vai regressar à Philips no dia 1 de Outubro e assumir a função de director executivo a 1 de Janeiro do próximo ano, trabalhando de perto com Gerard Kleisterlee para assegurar a tranquilidade da transição. A Philips pretende apontar Frans van Houten como presidente e CEO na sua Assembleia Geral de Accionistas Anual, a 24 de Março do próximo ano.
Steven Fund é o novo vice-presidente de marketing global da Staples Steven Fund foi nomeado novo vice-presidente de marketing global da Staples, função que assumiu dia 12 de Julho. Reportando a Mike Miles, presidente e chief operating officer da Staples, Steven Fund traz mais de 20 anos de experiência em funções de gestão de marca, marketing e publicidade. Anteriormente, foi director de marketing global na unidade de negócio Gillette da Procter & Gamble e vice-presidente de gestão da marca da Lycos, tendo ainda assumido vários cargos de liderança na Pepsi-Cola Company e trabalhado como consultor na McKinsey & Company.
Rm-Revismarket - Março/Abril 2010
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Mercado Notícias
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Orima comemora 40 anos
A Orima comemorou no passado dia 27 de Junho, com um piquenique com mais de 1.200 convidados na Quinta da Couceira, no Zambujal, o seu 40.º aniversário. O momento foi assinalado pela presença de Jorge Lacão, Ministro dos Assuntos Parlamentares. Durante a cerimónia, foram homenageados os colaboradores com mais de 15 anos na empresa e foi ainda entregue o diploma emitido pelo Bureau Veritas Certification referente à certificação da Orima na norma ISO 9001, que a torna na primeira empresa do sector grossista da distribuição de electrodomésticos a receber tal distinção. Em dia de comemoração, Mário Miranda de Almeida, fundador da empresa, aproveitou a presença de todos os parceiros para avançar que a Orima pretende este ano aumentar as suas vendas em 20 por cento. O volume de negócios do grupo rondou os 21 milhões de euros em 2009, estando previsto um investimento em iniciativas comerciais e promocionais na ordem dos 559.200 euros que, segundo a empresa, se converterão num aumento acentuado do volume de negócios no final deste ano. Em comparação homóloga, a Orima conseguiu já um aumento de 36,5 por cento no primeiro quadrimestre. O canal do retalho tradicional cresceu neste período 43,02 por cento, as exportações aumentaram 24,12 por cento e todos os outros canais registaram também aumentos muito acima do mercado. O ano 2010 está a ser preparado “com grande determinação”, tendo como objectivos a sua devida representação nacional, a promoção da marca Orima, o aumento substancial da exportação, conjugada com a entrada em novos mercados, a apresentação de novos produtos e a desejada fidelização dos clientes à empresa e dos consumidores finais à marca Orima. Em termos de quotas de mercado, a marca Orima está já entre as primeiras cinco marcas mais vendidas em Portugal nas famílias de congeladores e fogões. Mário Miranda de Almeida aproveitou a ocasião para anunciar que, após um acordo com a empresa Águas de Penacova, a Orima vai começar a exportar a sua própria marca de águas para os mercados de Marrocos e de alguns PALOP. Além disso, prepara-se para aumentar de 89 para 100 a sua rede de lojas e-shop.
Electrocunha é o novo associado da Euronics
Mediante protocolo formalizado dia 7 de Julho, a empresa Pereira Cunha & Filho, Unipessoal, Lda. (Electrocunha), com sede em Paredes de Coura, tornou-se na 52.ª empresa associada da AAA, passando a integrar o Grupo Euronics. A Electrocunha tem duas lojas de electrodomésticos em Paredes de Coura e Valença num total de 550 metros quadrados. No final de 2010, está prevista a abertura do seu terceiro ponto de venda com 250 metros quadrados. Gerida por João Paulo Cunha, o novo associado Euronics tem projectos de crescimento e expansão regional que incluirão a insígnia Euronics e o aproveitamento das diversas sinergias. 24
Montiléctrica participa nas Festas da Cidade de Odivelas 2010
A Montiléctrica marcou presença na edição de 2010 das Festas da Cidade de Odivelas, integrando o Pavilhão das Actividades Económicas. Durante o evento, a empresa teve em permanência seis stands, onde os visitantes puderam encontrar e comprar a preços de feira as últimas novidades das marcas Bosch, Hotpoint-Ariston, Indesit, LG, Krups, Tefal e Rowenta. Esta foi a segunda vez que a Montiléctrica se associou às Festas da Cidade de Odivelas. O certame recebeu a visita de cerca de 40 mil pessoas, permitindo à insígnia reforçar a sua notoriedade junto dos consumidores do concelho.
Sonae exporta Worten para as Canárias e abre lojas no Médio Oriente A Sonae vai reforçar a sua presença internacional com a abertura de lojas de retalho especializado nas lhas Canárias, no seguimento de um acordo celebrado com o Grupo Numero 1. Esta expansão, que envolve a Worten, SportZone e Zippy, enquadra-se no plano estratégico da Sonae de acelerar a sua internacionalização. O acordo celebrado com o Grupo Numero 1 prevê a criação de duas joint-ventures, uma para a Worten e outra para a SportZone, com a Sonae SR a deter 51 por cento dessas companhias e a aproveitar o conhecimento do retalho local e o “networking” do seu parceiro. O plano de expansão contempla a abertura de 14 lojas Worten e 14 lojas SportZone nas Ilhas Canárias até 2014, com a inauguração da primeira loja de cada formato prevista para o quarto trimestre deste ano. O investimento necessário deverá ascender 45 milhões de euros e está alinhado com a implementação de uma abordagem “capital light” para a expansão, sendo os imóveis detidos por terceiros. Esta abordagem ao mercado espanhol segue-se ao anúncio da entrada em nove países do Médio Oriente, estando a inauguração das primeiras lojas prevista para a época de Outono/Inverno. A expansão será efectuada seguindo também uma estratégia de “capital light”, tendo a Sonae celebrado um acordo de franchising da marca Zipy com o Fawaz Alhokair Group que, através da sua divisão Alhokair Fashion Retail, se assume como o maior grupo de retalho de moda naquela região.
Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Mercado Notícias
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Tech Data adquire activos da DLI
Bosch faz lançamento oficial do projecto Tassimo em Portugal
A Bosch reuniu, dia 12 de Julho, os seus principais parceiros de negócio no Belém Bar Café (BBC), em Lisboa, para o lançamento oficial do projecto Tassimo em Portugal. Mais de uma centena de pessoas assistiram, em primeira mão, à apresentação desta máquina multi-bebidas, fruto da parceria entre a Bosch e a Kraft Foods. Este evento exclusivo para o sector contou ainda com a presença de Kurt-Ludwig Gutberlet, presidente do Grupo BSH. Mais pormenores sobre o projecto Tassimo serão divulgados oportunamente.
Memup cria região ibérica dirigida por João Carvalho e assina acordos de distribuição com a CPC DI e a Esprinet A Memup reforçou a sua posição no Sul da Europa com a criação da região Memup Ibéria, dirigida por João Carvalho, director da Memup Portugal desde o lançamento internacional da marca em 2007. Por seu lado, Josep Rodríguez ingressa na Memup Ibéria como Sales Manager em Espanha, depois de ter ocupado a mesma posição na Corel e diversos outros cargos de responsabilidade comercial na área de software, em empresas como a McAfee, Symantec, Microsoft e Ingram Micro. A nova estratégia ibérica já deu os seus primeiros frutos com a assinatura de dois acordos de distribuição com a Esprinet e com a CPC DI, dois dos maiores distribuidores de produtos electrónicos que operam na região. Segundo a Memup , a forte implantação de ambos no mercado aumentou a presença da marca em cadeias de primeira linha como o Carrefour, El Corte Inglés, Miró e Worten, entre outras.
A Computer 2000, a subsidiária da Tech Data em Portugal, celebrou um acordo para a aquisição de alguns activos da DLI - Distribuição e Logística para Informática, incluindo o inventário, certas contas a receber, alguns profissionais-chave e a sua carteira de clientes. A aquisição destes activos marca um passo significativo na execução da estratégia da Tech Data de alargar a base do negócio, quer organicamente, quer através de aquisições seleccionadas. Com esta transacção, a Tech Data reforça o seu portfólio de fornecedores, aumenta a sua base de clientes e acrescenta uma equipa de profissionais formados e experientes. No seguimento deste negócio, a DLI optou estrategicamente por reforçar e investir em actividades na área dos serviços e logística no mercado nacional e na manutenção em Angola e Moçambique das operações de distribuição.
Manchetes de Julho/Agosto
- Abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados passa a ser decidida pelas câmaras - Níveis de insolvências judiciais crescem 6,9% no 2.º trimestre mas sector dos electrodomésticos melhora - Grupo Auchan investe 3,1 milhões de euros em plataforma de pescado - Hans Carpel é o novo presidente da Euronics International - Barómetro ACEPI/Netsonda revela resistência do comércio electrónico ao ambiente de recessão económica - Grupo Jerónimo Martins premiado pela transparência e rigor da sua relação com o mercado - Governo apoia modernização do comércio com 20 milhões de euros - Fnac sai da Grécia - Autoridade da Concorrência questiona grandes grupos de distribuição e fornecedores sobre o aumento do IVA - Nespresso amplia a sua Boutique do Chiado - Penetração das insígnias estrangeiras atinge os 31% em Lisboa - Staples compra a Oy Lindell Ab - Sonae Maia Business Center é o 1.º edifício Leed Gold da Península Ibérica - Fabio De’Longhi é o novo presidente do CECED - AGEFE esclarece que as lojas podem continuar a comprar e vender equipamentos de frio de classe inferior a A desde que colocados no mercado europeu antes de 1 de Julho
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Mercado Tendências de mercado
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Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR
Distribuição ainda tem espaço para crescer em Portugal mas deve colocar os olhos lá fora O mercado português ainda apresenta potencial de crescimento na distribuição organizada. No entanto, há que estar atento às oportunidades lá fora. Há já algum tempo que os principais “players” nacionais começaram a adoptar estratégias de expansão, que ultimamente se têm intensificado, muito por culpa da legislação portuguesa, cujas restrições travam a expansão do negócio. Ao mesmo tempo, mais do que desejável, no actual panorama económico, a expansão internacional torna-se uma necessidade. Sobretudo para os mercados emergentes, numa estratégia de assegurar o crescimento futuro.
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potencial de crescimento limitado, é pequeno e tem os “players” perfeitamente consolidados. Os retalhistas olham assim para os mercados emergentes como uma alternativa de crescimento. Sobretudo, como nota Eduardo Lemos, manager da A.T. Kearney, numa altura de crise, onde há maiores limitações
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A
grande lição que os retalhistas portugueses devem tirar da nona edição do estudo da consultora A.T. Kearney sobre o desenvolvimento do sector é que por cá ainda existem oportunidades para expandir o negócio. O país tem 125 mil habitantes por cada hipermercado mas, de acordo com a consultora, ainda há espaço para crescer. Em Portugal, a quota de mercado das cinco maiores empresas do retalho alimentar não ultrapassa os 66 por cento, um valor que compara com os 80 por cento verificados no Norte da Europa. No entanto, as oportunidades estão limitadas pelas questões legais, nomeadamente as associadas ao licenciamento de lojas, que em alguns casos chega a demorar dois anos. Acrescem ainda os limites impostos em matéria de concorrência e a impossibilidade das lojas de maiores dimensões estarem abertas aos domingos e feriados à tarde. Quanto maiores são as superfícies, maiores são as limitações. Ao mesmo tempo, o país tem um
A grande lição que os retalhistas portugueses devem tirar da nona edição do estudo da consultora A.T. Kearney sobre o desenvolvimento do sector é que por cá ainda existem oportunidades para expandir o negócio.
de financiamento por parte da banca. Os dois maiores grupos, Sonae e Jerónimo Martins, são o melhor exemplo disto mesmo. Ambos continuam a apostar no mercado nacional, mas não renegam investimentos noutros mercados. A Jerónimo Martins já é líder no mercado polaco, conseguindo mais de metade das suas vendas no plano internacional. Quanto à Sonae, como explica Vanda Nogueira, principal da A.T. Kearney, constatando que o mercado nacional não é suficientemente atractivo para fazer face ao crescimento de 15 por cento perspectivado, já “assentou arraiais” em Espanha, com as suas insígnias de base não alimentar, nomeadamente a Worten, e prepara-se agora para novas aventuras nas Canárias e no Médio Oriente, exportando formatos de sucesso em Portugal. Na área alimentar, a empresa também permanece atenta às novas oportunidades, o que fica bem expresso pela aquisição dos hipermercados ao Carrefour e pela anunciada expansão do Continente para o mercado angolano.
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Destaque
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As oportunidades de expansão em Portugal estão limitadas pelas questões legais, nomeadamente as associadas ao licenciamento de lojas, que em alguns casos chega a demorar dois anos. Acrescem ainda os limites impostos em matéria de concorrência e a impossibilidade das lojas de maiores dimensões estarem abertas aos domingos e feriados à tarde.
2009
Alteração
1. China
3
+2
2. Kuwait
N/A
N/A
3. Índia
1
-1
4. Arábia Saudita
3
+1
5. Brasil
8
+3
6. Chile
7
+1
7. Em. Árabes Unidos
4
-3
8. Uruguai
N/A
N/A
9. Perú
18
+9
10. Rússia
2
-8
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Fonte: A.T. Kearney
Vale a pena continuar a investir em Portugal? Quem ainda pode lucrar com o potencial de crescimento dentro do mercado português são os operadores de dimensão mais reduzida que já cá estão, como o El Corte Inglés e o E. Leclerc, que apostam em formatos diferentes, mas também novos investidores. A con-
País
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Os 10 destinos mais atractivos para a expansão do retalho
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Os dois maiores grupos, Sonae e Jerónimo Martins continuam a apostar no mercado nacional, mas não renegam investimentos noutros mercados. A Jerónimo Martins já é líder no mercado polaco, conseguindo mais de metade das suas vendas no plano internacional. Quanto à Sonae, como explica Vanda Nogueira, principal da A.T. Kearney, constatando que o mercado nacional não é suficientemente atractivo para fazer face ao crescimento de 15 por cento perspectivado, já “assentou arraiais” em Espanha, com as suas insígnias de base não alimentar, nomeadamente a Worten, e prepara-se agora para novas aventuras nas Canárias e no Médio Oriente, exportando formatos de sucesso em Portugal.
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sultora relembra que os principais retalhistas espanhóis estão interessados em expandirse na região mediterrânica da Europa e que querem seguir as pisadas do El Corte Inglés, destacando a Mercadona. “Seria um movimento natural para a empresa, que já adiou para 2012 a entrada em Portugal”, defende Ignacio Nieto, sócio da A.T. Kearney. A venda das mais de 500 lojas Minipreço, por parte do Grupo Carrefour, também reforça a oportunidade de expansão interna. Mas trata-se de uma operação difícil, dadas as especificidades dos negócios de discount. “A questão para quem compra é saber o que fazer com o Minipreço. Não é necessário apenas dinheiro para investir, é preciso ter conhecimento e experiência para explorar estas lojas. Apesar da vontade em entrar em Portugal, estas lojas não têm interesse para a Mercadona que procura unidades com 1.500 metros e em zonas urbanas”, explica Ignacio Nieto, acrescentando que “o crescimento da distribuição será feito com pequenas aberturas e não com grandes aquisições”. Perante tal cenário, a questão que se levanta é se valerá a pena investir no mercado nacional. Pergunta esta que merece uma resposta afirmativa, por parte da A.T. Kearney, pelo papel que Portugal pode desempenhar
sucesso dos países mais pequenos. Enquanto muitos retalhistas continuam a centrar-se em grandes mercados emergentes, como o Brasil, a Índia e a China, a consultora encontrou várias iniciativas em países mais pequenos, como o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos ou o Uruguai, que representam oportunidades cada vez mais atractivas. Alguns destes países oferecem aos retalhistas grandes oportunidades para o seu estabelecimento em zonas costeiras (Macedónia ou Gatemala), servindo como “mercados de prova” devido às semelhanças com outros países da região (Uruguai) e beneficiando da existência de povoações fortemente urbanizadas e com elevado poder de aquisição (Kuwait). Os dez primeiros países do ranking da A.T. Kearney 2010 são uma mescla diversificada
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Quem ainda pode lucrar com o potencial de crescimento dentro do mercado português são os operadores de dimensão mais reduzida que já cá estão, como o El Corte Inglés e o E. Leclerc, que apostam em formatos diferentes, mas também novos investidores. A consultora relembra que os principais retalhistas espanhóis estão interessados em expandir-se na região mediterrânica da Europa e que querem seguir as pisadas do El Corte Inglés, destacando a Mercadona.
Expansão, um caminho de duas vias Os operadores dos mercados emergentes estão a preparar-se para a entrada dos retalhistas internacionais, fortalecendo as suas operações locais e encerrando lojas pouco rentáveis. Ao mesmo tempo desenham estratégias de expansão internacional. 92 por cento dos retalhistas dos mercados emergentes inquiridos pela A.T. Kearney confirmaram os
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como porta de entrada para o mercado europeu. “Um mercado de teste para países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento internacionalizarem as suas cadeias de retalho”, detalha Vanda Nogueira.
seus planos de se expandirem para fora dos seus mercados domésticos e, destes, 30 por cento elegeram um país desenvolvido entre os seus três principais destinos. Já existem mesmo alguns exemplos, como o da chinesa A.S. Watson que já tem mais de 1.600 lojas em território europeu. De facto, o sector retalhista está cada vez mais orientado para a expansão internacional, como forma de assegurar o crescimento futuro. A recessão global mudou a paisagem dos negócios, com os mercados desenvolvidos a deixarem de ser o motor de crescimento que foram outrora. Uma das grandes tendências detectadas pelo estudo da A.T. Kearney é a do
de grandes e pequenos mercados e a mais variada dos últimos nove anos nos quais o estudo foi realizado. A China volta a ocupar o primeiro lugar, o que já não acontecia desde 2002. Os consumidores chineses estão a habituar-se cada vez mais aos formatos de venda a retalho ao estilo ocidental e a dimensão do seu mercado continua a proporcionar grandes oportunidades. A Índia, o primeiro destino do estudo em 2009, desce para a terceira posição. O crescimento das vendas a retalho irá continuar, no entanto, a introdução de um número elevado de retalhistas estrangeiros, os actuais preços do imobiliário e a escassez de espaços, associaRm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Mercado Tendências de mercado
dos às restrições ao investimento estrangeiro fazem com que este mercado se aproxime da sua maturidade. Tome-se o exemplo da IKEA, a quem só era permitido deter 51 por cento do negócio indiano, o que fez a retalhista sueca optar por abandonar aquele mercado. Actualmente, o Médio Oriente e o Norte de África oferecem as melhores oportunidades de crescimento para o mercado retalhista internacional. Um total de oito países desta região está posicionado entre os primeiros do ranking deste ano, nomeadamente o Kuwait (2.º), Arábia Saudita (4.º), Emirados Árabes Unidos (7.º), Tunísia (11.º), Egipto (13.º), Marrocos (15.º), Turquia (18.º) e Argélia (21.º). Os benefícios fiscais oferecidos por estes mercados e o facto de serem países ricos no fornecimento de petróleo faz com que sejam minimizados os danos causados pela recessão económica. As vendas a retalho estão a aumentar, impulsionadas por rendimentos mais elevados, pelo crescimento da população urbana, pelo fortalecimento da classe média e pelo investimento em infra-estruturas. “Devido ao facto que, tanto as empresas locais como as internacionais se começaram a expandir na região, estão a produzir-se nu30
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A questão que se levanta é se valerá a pena investir no mercado nacional. Pergunta esta que merece uma resposta afirmativa, por parte da A.T. Kearney, pelo papel que Portugal pode desempenhar como porta de entrada para o mercado europeu.
merosas associações através de franchising, em parte fomentadas pelas restrições governamentais. Alguns sócios locais também já iniciaram modelos de negócio de franchising de empresas internacionais em toda a região”, assegura Vanda Nogueira. Veja-se, a título de exemplo, o acordo de franchising firmado entre a Sonae e o Fawaz Alhokair Group para, através de uma estratégia de “capital light”, a entrada em nove mercados. A América Latina, por sua vez, com uma forte capacidade de recuperação face à recessão, posiciona quatro países entre os dez primeiros do ranking. O aumento do rendimento per capita e a melhoria das condições do negócio estão a atrair um maior número de investidores
que, cada vez mais, se regem por formatos de distribuição moderna. As empresas locais também estão a ampliar o seu mercado dentro da região, desafiando desta forma os retalhistas internacionais previamente estabelecidos. Os retalhistas estão à procura de rapidez no êxito das suas estratégias de expansão e a maioria dos inquiridos pela A.T. Kearney espera obter benefícios no prazo de três anos. O que contrasta com os resultados obtidos num inquérito semelhante realizado em 2005 e onde o prazo ia de cinco a sete anos para a obtenção de rentabilidade após a introdução num novo mercado. No entanto, uma outra lição a tirar do estudo da consultora é que correr riscos faz parte do negócio e que nem sempre as coisas correm como inicialmente planeado. O Carrefour, por exemplo, teve de abandonar a Rússia e Portugal.
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Mercado Tendências de mercado
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Texto: Carina Rodrigues Fotos: Best Buy
Pode a Best Buy ter sucesso na Europa? Numa sexta-feira de Abril, mais precisamente a dia 30, abria em Thurrock, na região de Essex, a primeira loja Best Buy do Reino Unido. A entrada do maior retalhista mundial de electrónica de consumo neste mercado tão competitivo enviava as suas ondas de choque aos restantes “players” já estabelecidos na Europa, sendo vista como o primeiro passo no assalto ao Velho Continente. Contudo, nem tudo está garantido. O Planet Retail acredita que a influência e a ambição da Best Buy para a Europa têm sido exacerbadas, notando que os atrasos entre o anúncio dos planos de abertura de lojas e a sua concretização deram aos outros retalhistas tempo para reagir. O Planet Retail sustenta mesmo que o desempenho da gigante norte-americana no mercado britânico durante os próximos anos será crucial e que terá profundas implicações para o sector da electrónica de consumo. Isto porque, por um lado, se a Best Buy conseguir ser bem sucedida no Reino Unido, abre caminho para a expansão a nível europeu. Mas, em contrapartida, se puder ser travada, pode colocar em questão todas as suas ambições internacionais.
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epois de Thurrock, já se seguiram mais aberturas em “terras de Sua Majestade”. No final de Junho, a Best Buy contava com um total de três pontos de venda no Reino Unido e confirmava o objectivo de, em um ano, elevar para oito o número de lojas. A meta final é deter 80 pontos de venda no Reino Unido em 2013, 15 dos quais lojas de grandes dimensões, a rondar os 5.500 metros quadrados. Apesar dos ambiciosos planos de expansão, a experiência internacional da Best Buy não é assim tão rica. Os seus primeiros passos fora do mercado doméstico foram dados em 2001, para o vizinho Canadá, com a aquisição do líder de mercado Future Shop. Os resultados foram foi de tal maneira positivos que, entre 2002 e 2008, a insígnia mais que duplicou a sua quota de mercado, sentindo-se encorajada a aventurar-se mais longe. Foi assim que, em 2006, a Best Buy adquiriu uma participação maioritária na retalhista chinesa Jiangsu Five Star Appliance e, adicionalmente, em 2008, abriu as suas primeiras lojas em Porto 32
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Kam Prajapati, director da loja de Thurrock
Rico e no México. A primeira aproximação ao mercado europeu foi inclusivamente feita em 2009, com a entrada no mercado turco. Remontam já a 2006 as atenções da Best Buy para o mercado europeu. Foi nesse ano
que se estabeleceu uma parceria estratégica com a The Carphone Warehouse, mais tarde confirmada pela compra, em 2007, de uma participação de três por cento nesta empresa. Um ano mais tarde, em 2008, a Best Buy pagava 1,1 biliões de libras à
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Mercado Tendências de mercado
Uma das reacções mais assinaláveis foi a da Dixons Retail (anteriormente conhecida por DSG Internacional), que rapidamente implementou uma estratégia de renovação que, entre outros aspectos, levou à introdução de um novo serviço pós-venda, para combater a maior arma da Best Buy.
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É inegável que, mesmo antes de cá estar, a Best Buy já actuava como um catalisador das insígnias já estabelecidas em solo europeu.
Os grandes pontos de venda, os chamados “flagships” servirão para gerar publicidade e dar visibilidade à marca Best Buy, mas o foco principal estará nos mais pequenos, numa estratégia similar à implementada nos Estados Unidos. The Carphone Warehouse para deter 50 por cento de uma nova empresa, para gerir e expandir a rede de retalho desta e introduzir as lojas de grandes dimensões da Best Buy na Europa. Com este anúncio, claramente se confirmava o compromisso da empresa norte-
-americana em se expandir a nível global. Contudo, nota o Planet Retail, à excepção do Canadá, a Best Buy ainda não provou conseguir ser bem sucedida noutro mercado internacional. Na China, por exemplo, tem-se debatido para encontrar boas localizações e um formato vencedor
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para as suas lojas de grandes dimensões. “De facto, em Junho de 2008, a Best Buy anunciou que estava a reavaliar os seus planos de abertura na China, reduzindo o número de lojas, numa resposta ao clima económico e dificuldades em encontrar localizações e aprovações para os pontos de venda”, acrescenta Bob Gregory, analista do Planet Retail. Nesta medida, a questão que se coloca é mesmo se a Best Buy pode vir a ter sucesso na Europa e que implicações isso terá? A resposta, já a deu a consultora, depende do que a insígnia conseguir fazer no mercado britânico nos próximos anos, não esquecendo, no entanto, que o mercado mudou muito nos últimos dois anos. Concorrência antecipa-se à chegada Efectivamente, o facto da data de abertura inicial não se ter chegado a concretizar, e recorde-se que as previsões apontavam para a implantação das primeiras lojas no Verão de 2009, deu à concorrência tempo para reagir.
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Mercado Tendências de mercado
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A retalhista não esconde que considera a sua entrada no Reino Unido marca o primeiro passo na expansão europeia. Espanha é apontada como o segundo mercado para onde “virar as baterias”.
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A gigante norte-americana também já avançou estar a considerar a possibilidade de estar com uma presença online nos mercados onde a sua marca ainda não está fisicamente.
Uma das reacções mais assinaláveis foi a da Dixons Retail (anteriormente conhecida por DSG Internacional), que rapidamente implementou uma estratégia de renovação que, entre outros aspectos, levou à introdução de um novo serviço pós-venda, para combater a maior arma da Best Buy, e à criação de um novo formato de megastore. No dia 1 de Julho, abriu um novo conceito de loja focado no discount, intitulado Electrical Clearance Store, curiosamente localizado junto a uma renovada loja 2-em-1 Currys/PC World e à terceira loja britânica da Best Buy. Outras reacções foram observadas do lado dos não especialistas, nomeadamente da Tesco e da Asda. O Planet Retail destaca o Tesco Tech Support, criado no início de 2009, mais uma vez para combater o principal argumento da Best Buy, o serviço. Qual é, então, o impacto da Best Buy? A questão, para já, fica sem uma resposta mais abrangente, no entanto, é inegável que, mesmo antes de cá estar, a Best Buy já actuava como 34
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um catalisador das insígnias já estabelecidas em solo europeu. A Best Buy Europe defende ter um plano de expansão de longo prazo, com o objectivo último de ter também uma rede de 80 lojas no Reino Unido em 2013, combinando diferentes formatos. A insígnia acredita que esta abordagem em duas frentes lhe dá uma maior flexibilidade em termos de oportunidades de expansão futuras. O Planet Retail defende porém, pela análise das várias experiências internacionais da Best Buy até ao momento, que estes objectivos de abertura não serão atingidos. Traçando um cenário mais realista, Bob Gregory prevê, no máximo, dez lojas de grandes dimensões
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Mercado Tendências de mercado
e outras 20 mais pequenas em 2013. Os grandes pontos de venda, os chamados “flagships” servirão para gerar publicidade e dar visibilidade à marca Best Buy, mas o foco principal estará nos mais pequenos, numa estratégia similar à implementada nos Estados Unidos. A retalhista não esconde que considera que a sua entrada no Reino Unido marca o primeiro passo na expansão europeia. Espanha é apontada como o segundo mercado para onde “virar as baterias”, contudo muito dependerá do sucesso do formato Best Buy no Reino Unido. A gigante norte-americana também já avançou estar a considerar a
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O Planet Retail considera que, para ser bem sucedida na Europa, a Best Buy terá de adquirir um “player” já existente. Recente especulação dá conta do seu interesse na Dixons Retail e na Kesa Electricals, mas o Planet Retail não escusa também a PIXmania como uma estratégia lógica.
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possibilidade de estar com uma presença online nos mercados onde a sua marca ainda não está fisicamente. O Planet Retail considera, no entanto, que, para ser bem sucedida na Europa, a Best Buy terá de adquirir um “player” já existente. Recente especulação dá conta do seu interesse na Dixons Retail e na Kesa Electricals, mas o Planet Retail não escusa também a PIXmania como uma estratégia lógica. Os próximos anos no Reino Unido serão assim cruciais para toda a estratégia global da Best Buy. Caso venha a ser bem sucedida, terá um profundo impacto no futuro do retalho electro europeu. O Planet Retail nota todo o poder de mobilização que esta insígnia consegue ter sempre que abre uma loja, conseguindo que os media e os consumidores se sintam impressionados pelas suas lojas e pelos seus níveis de serviço. Deixa, por isso, um recado aos retalhistas europeus, para se prepararem e investirem nos seus formatos de loja e de serviço, porque, como diz o ditado, “mais vale prevenir do que remediar”.
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Mercado Tendências de Mercado
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Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR
Portugueses estão mais moderados e conscientes no consumo A crise económica está a alterar o perfil dos consumidores. Os portugueses estão menos consumistas e revelam ser hoje bem mais moderados e conscientes quando compram um LCD, um computador ou uma máquina de lavar a roupa. Um estudo da GfK concluiu que a inovação, a funcionalidade e a facilidade de utilização são aspectos que pesam muito na hora da compra, mas que preço é o factor mais importante.
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este estudo a, GfK revela que, embora a marca, principalmente, e o design sejam importantes, os consumidores valorizam cada vez mais benefícios tangíveis, com destaque para a funcionalidade deste tipo de produtos e equipamentos e a convergência. As grandes tendências indicam três dimensões de comportamento, por um lado, os consumidores que valorizam o preço mais reduzido, por outro, os que compram o melhor e mais avançado equipamento, mesmo que o preço seja superior, e ainda os consumidores que dão mais importância à funcionalidade.
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No que toca ao local de compra, o estudo da GfK aponta para a supremacia das superfícies da distribuição moderna (64%), seguindo-se as lojas especializadas em electrodomésticos (30%). Por outro lado, as próprias lojas são a principal fonte de conhecimento da existência de novos produtos para cuidado do lar (55%), seguindo-se os folhetos promocionais (24%), as recomendações de familiares e amigos (21%) e finalmente a Internet, com ainda apenas cinco por cento.
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Com base nesta análise de comportamentos, foram identificados quatro grupos consumidores portugueses. Os Convergentes, que representam 42 por cento do universo, valorizam o número de funcionalidades e as características técnicas do produto, pois gostam de explorar as suas potencialidades. Já os Brand driven funcionais (31%) dão importância aos produtos com funcionalidades adequadas às suas necessidades, fáceis de utilizar e com algum avanço tecnológico, dando importância à marca e não valorizando o preço. Este é, no entanto, o factor mais apreciado pelos Price driven, 25 por cento
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do universo, que compram produtos ao preço mais reduzido que conseguem. Finalmente, os consumidores que compõe o segmento High tech, de baixa expressão (3%) mas existente, são totalmente orientados e adeptos da mais alta tecnologia e produtos inovadores, não dando importância nem ao preço nem à marca. Os Convergentes procuram informação actualizada sobre o que se passa no mundo, utilizam a Internet, o telemóvel e o portátil como ferramenta e compram aparelhos multifunções. Preocupam-se, também, em modificar as marcas e os produtos para os adequar às suas necessidades, preferem produtos individualiza-
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Apesar do consumo mais moderado, mais de um quarto dos consumidores (31%) afirmam ter adquirido equipamentos de média duração no último ano e 14 por cento demonstraram a vontade de os comprar em 2010. Com 58 por cento e no topo das preferências está a electrónica de consumo, seguindo-se os produtos/equipamentos relacionados com cuidado pessoal (30%), o cuidado do lar (27%) e finalmente a cozinha (20%).
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40 por cento dos consumidores adquirem produtos relacionados com o cuidado do lar para substituírem um idêntico que se danificou, 24 por cento compram produtos relacionados com electrónica de consumo por serem mais eficazes dos ou de edição limitada, pagam mais por algo que lhes permita a satisfação total, estão constantemente em busca de conhecimento e têm ainda tendência para o auto-mimo para compensação dos sacrifícios do dia-a-dia. Os Brand driven, por seu turno, procuram produtos com propriedades relaxantes/calmantes, aproveitam o tempo e o seu próprio sossego e têm cuidado com a alimentação/prática de exercício físico. Compram produtos tradicionais, do tipo minimalista, e consideram que as pessoas devem ter apenas o que precisam. Os Price driven verificam os prazos de validade, quem e onde se produz e tentam evitar produtos potencialmente prejudiciais para a saúde. Utilizam electrodomésticos que facilitam a vida, têm por hábito fazer compras em períodos em que há menos gente e através da Internet. Ainda verificam a composição dos produtos, valorizam anúncios mais “reais”, pesquisam informação pré-venda e valorizam opiniões sobre produtos. Neo-frugalismo como tendência de consumo Este estudo analisou também as motivações que levam à compra e também nesta dimensão está presente uma maior consciência de consumo. Quem não possui este tipo de equipamentos e não os pretende comprar, o principal motivo (67%) é o facto de não serem um bem essencial e, como tal, não necessitarem dele. No entanto, apesar do consumo mais moderado, mais de um quarto dos consumidores (31%) afirma ter adquirido equipa-
mentos de média duração no último ano e 14 por cento demonstraram a vontade de os comprar em 2010. Com 58 por cento e no topo das preferências está a electrónica de consumo, seguindo-se os produtos/ equipamentos relacionados com cuidado pessoal (30%), o cuidado do lar (27%) e finalmente a cozinha (20%). Quanto aos motivos para a compra, 40 por cento dos consumidores adquirem produtos relacionados com o cuidado do lar para substituírem um idêntico que se danificou, 24 por cento compram produtos relacionados com electrónica de consumo por serem mais eficazes e 14 por cento por considerarem que estes são evoluídos tecnologicamente. No que diz respeito à área de cuidado pessoal, 12 por cento dos consumidores adquirem
produtos práticos e de fácil utilização, enquanto seis por cento destacam como principal razão o facto dos amigos também terem ou recomendarem. Por fim, oito por cento dos consumidores fazem compras de produtos para cozinha por não terem este produto. No que toca ao local de compra, o estudo da GfK aponta para a supremacia das superfícies da distribuição moderna (64%), seguindo-se as lojas especializadas em electrodomésticos (30%). Por outro lado, as próprias lojas são a principal fonte de conhecimento da existência de novos produtos para cuidado do lar (55%), seguindo-se os folhetos promocionais (24%), as recomendações de familiares e amigos (21%) e finalmente a Internet, com ainda apenas cinco por cento.
4 perfis de consumo Convergentes (42%): valorizam o número de funcionalidades e as características técnicas do produto Brand driven (31%): dão importância aos produtos com funcionalidades adequadas às suas necessidades, fáceis de utilizar e com algum avanço tecnológico, dando importância à marca e não valorizando o preço Price driven (25%): compram produtos ao preço mais reduzido que conseguem High tech (3%): totalmente orientados e adeptos da mais alta tecnologia e de produtos inovadores, não dando importância nem ao preço nem à marca “High-tech 3%” “Price driven 25%” “Brand driven 31%” “Convergentes 42%” Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Mercado Tendências
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Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR
Mais de 418mil metros quadrados de centros comerciais poderão ser alvo de renovação Mais de 418 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) de centros comerciais em funcionamento, ou seja o equivalente a 16 por cento do stock actual, têm potencial para ser alvo de uma intervenção de renovação, incluindo remodelações, ampliações ou reposicionamentos do tenant mix, revela o estudo “Lift ou mudança completa? – Um retrato dos centros comerciais em Portugal” da Jones Lang LaSalle.
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para as necessidades do seu público-alvo. “Face a um mercado onde a construção nova tende a abrandar, a intervenção em projectos existentes é a resposta. Estes são requisitos quer para a captação de consumidores, quer para atrair operadores e começam já a traduzir uma realidade no mercado nacional, no qual o espaço para o nascimento de novos projectos se revela algo preenchido”. Do total de 418 mil metros quadrados de centros comerciais em actividade identificados pela Jones Lang LaSalle como passíveis de serem intervencionados a médio prazo, no sentido de renovar a sua oferta e espaços, a maior fatia localiza-se no Grande Porto. Nesta região, existem cerca de 177 mil metros quadrados
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de equipamentos comerciais que a consultora imobiliária identificou com potencial para receber uma intervenção de reposicionamento comercial ou remodelação total, seguida da região da Grande Lisboa, com 68 mil metros quadrados. Em termos de dimensão, 61 por cento dos centros comerciais identificados são equipamentos de pequena dimensão e 29 por cento de média dimensão, essencialmente caracterizados por uma oferta escassa e desadequada, uma imagem pouco atractiva e muitas vezes ultrapassada, design arquitectónico pouco apelativo e com entraves à circulação ideal de visitantes. No seu relatório, a Jones Lang LaSalle avança
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e acordo com a consultora, dado o actual momento do mercado de centros comerciais, a chave do sucesso deste segmento passa pela inovação e melhoramento da oferta existente, o que poderá acontecer com intervenções ao nível do design, da ampliação do espaço de compras, do reposicionamento do centro, da reestruturação do tenant mix, da renovação dos espaços interiores ou até a nível da gestão do equipamento. “Com uma rápida expansão nas décadas de 80 e 90, os centros comerciais vivem agora a necessidade de se reinventarem a si próprios. A maturidade alcançada pelo mercado assim obriga e apenas aqueles que estiverem abertos à mudança conseguirão oferecer ao consumidor uma oferta apelativa e diferenciadora. Num mercado cada vez mais competitivo, é importante anteciparmos tendências e dar um passo em frente em direcção a uma nova era”, sublinha Manuel Puig, director geral da Jones Lang LaSalle. Esta visão é partilhada por Cristina Cristóvão, directora do departamento de Consultoria e Research, que alerta para a necessidade de espaços apelativos e agradáveis, com um cunho de originalidade, e totalmente direccionados
“Com uma rápida expansão nas décadas de 80 e 90, os centros comerciais vivem agora a necessidade de se reinventarem a si próprios. A maturidade alcançada pelo mercado assim obriga e apenas aqueles que estiverem abertos à mudança conseguirão oferecer ao consumidor uma oferta apelativa e diferenciadora. Num mercado cada vez mais competitivo, é importante anteciparmos tendências e dar um passo em frente em direcção a uma nova era”
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Mercado Tendências
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Do total de 418 mil metros quadrados de centros comerciais em actividade identificados pela Jones Lang LaSalle como passíveis de serem intervencionados a médio prazo, no sentido de renovar a sua oferta e espaços, a maior fatia localiza-se no Grande Porto. Nesta região, existem cerca de 177 mil metros quadrados de equipamentos comerciais que a consultora imobiliária identificou com potencial para receber uma intervenção de reposicionamento comercial ou remodelação total, seguida da região da Grande Lisboa, com 68 mil metros quadrados.
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Alcochete é o concelho com maior área per capita de centros comerciais
que existem 103 centros comerciais em funcionamento no mercado nacional, dos quais 31 por cento foram já intervencionados nos anos mais recentes, incluindo ampliação e remodelação de projectos ou o reposicionamento do tenant mix. Em média, um equipamento comercial tem uma antiguidade de 11 anos até ser alvo de uma intervenção. O ano de 2009 foi espelho destas novas tendências e palco de duas ampliações e uma remodelação total, respectivamente, do Shopping Braga Parque e do Guimarães Shopping, alvos de processos de ampliação que permitiram o aumento de ABL disponível e um alargamento do leque de oferta comercial, e do Olivais Shopping, totalmente transformado e agora denominado Spacio Shopping, apresentando uma imagem renovada e a alteração de layout. Os Dolce Vita Miraflores e Monumental, o Centro Colombo, o Alegro Alfragide, o Palácio do Gelo ou o Arrábida Shopping são outros exemplos apontados no relatório. “Os centros comerciais que são verdadeiras referências nacionais e que são igualmente marcantes no âmbito europeu estão a ser alvo de transformações, seja em pequena ou larga escala, tudo em nome da
Os dados da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) disponíveis no sistema de geomarketing Sales Index da Marktest mostram que o concelho de Alcochete é aquele que possui maior área de centros comerciais por habitante. A APCC contabiliza 105 centros comerciais em Portugal, com uma área de cerca de 2,6 milhões de metros quadrados. Estes números equivalem a uma dimensão média de 24.752 metros quadrados por centro. Os centros comerciais estão presentes em 49 dos 308 concelhos do país, o que significa que, nos concelhos onde estão presentes, existe uma média de dois por concelho. O concelho de Lisboa é aquele com maior número destas superfícies. Os 12 centros aqui localizados correspondem a 11,4 por cento do total. Oeiras e Porto possuem cinco centros comerciais cada, o que, conjuntamente com Lisboa, equivale a 21 por cento do total. Lisboa é também o concelho onde mais área comercial desta tipologia está concentrada, com 11,4 por cento do total, seguido de Matosinhos (6,7%) e Vila Nova de Gaia (5,5%). Em termos de densidade de centros comerciais, um índice que relaciona a área destas superfícies com a superfície total do concelho, é a Amadora aquele que possui um valor mais elevado, seguido de São João da Madeira e Lisboa. Já quanto à densidade per capita, é o concelho de Alcochete aquele que apresenta maior dimensão destas unidades comerciais face à população residente no concelho, pois possui 4.192 metros quadrados em centros comerciais por mil habitantes. Os dados disponíveis evidenciam ainda que os centros comerciais localizados em Matosinhos, Alcochete e Amadora são os que possuem maior dimensão, três vezes acima da média nacional. modernização e dos bons resultados. E se os grandes o fazem, os pequenos e médios equipamentos deverão seguir-lhes as pisadas. Os resultados são de facto surpreendentes e os casos apresentados provam-no. Aumento do número de visitantes, aumento do volume de
receitas, utilização mais racional e rentável dos recursos do próprio equipamento e aumento da notoriedade são algumas das vantagens de um equipamento que é um organismo vivo, mutável e atento à modernidade dos tempos”, conclui Manuel Puig. Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Tempo de pausa Sugestões
]
Nesta rubrica destacam-se algumas sugestões das editoras sobre lançamentos de livros úteis para a informação e também descontracção dos nossos leitores. Apresentamos também as escolhas de um profissional do sector no que toca a momentos de pausa.
Um Coelho Cheio de Sorte Ivo Dias de Sousa Lua de Papel A primeira fábula de negócios escrita por um português para portugueses, fala sobre os reveses da fortuna e o modo de os superar. Inspirado no trabalho de Richard Wiseman, para quem “as pessoas não nascem azarentas, criam muita da sua própria sorte ou azar por intermédio dos seus pensamentos e acções”, o autor apresenta, numa linguagem acessível e imaginativa, o coelho João Sortudo, que nada faz pela sorte, até ao dia em que é despedido e se vê obrigado a desenvolver uma nova postura perante a vida. Ao acompanhar o seu percurso, o leitor aprenderá a pôr em prática os Quatro Princípios da Sorte e de que, para entrar no “clube dos sortudos”, basta cultivar a atitude e os pensamentos certos. 112 pp – 12,00 €
Capital Intelectual e Desempenho Organizacional Maria do Rosário Cabrita Lidel Num mundo em constante mudança, este livro mostra como transformar o conhecimento em crescimento económico e construir vantagens competitivas sustentáveis. A obra alerta para o reconhecimento do capital intelectual e a compreender o papel dos indivíduos nas organizações e destas nos territórios e contextos de governação. Para os gestores de topo, profissionais de recursos humanos, chefias de primeira linha e outros gestores da mudança, o livro confere uma visão pragmática do que está na essência da mudança em termos de gestão, que elementos alteram a “ordem mundial” e ajuda a projectar no futuro organizações mais competitivas e humanas. 224 pp – 19,95 € 40
Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
O Jogo da Contabilidade – Iniciação à Contabilidade Darrel Mullis e Judith Orloff – Centro Atlântico Destinado a todos os que odeiam a contabilidade ou têm dificuldade em percebê-la, o livro apresenta a informação financeira de uma forma tão simples que o leitor até se pode esquecer que está a adquirir competências essenciais. Ensinando os princípios básicos da gestão financeira através do universo de uma criança que vende limonada numa banca de rua, ensina a usar conceitos como activos, passivos, resultados, inventários, fornecedores, amortizações, etc. 240 pp – 17,21 €
As escolhas de ... Fernando Pontes country manager da Casio em Portugal
Os meus livros de eleição Visão Periférica de George Day e P. Shoemaker. “Este livro marcou-me porque ensina e alerta para os factores de percepção do sucesso ou fracasso de uma empresa. A excessiva atenção dos gestores ao foco no targeting e segmentação de mercados, bem como o posicionamento, esquecendo o ambiente periférico, leva a incorrer por vezes em graves erros de gestão”.
Os álbuns que mais me marcaram “Dentro desta categoria tenho várias opções”. Os preferidos: Simply Red, Bee Gess Live in Las Vegas, Whitney Houston.
Os meus restaurantes favoritos Adega do Saloio, em Sinta. “Pela excelente comida e ambiente, simpatia dos donos e preço acessível”.
Local de sonho Ilha Cayo Largo em Cuba. “Local de sonho e paraíso na Terra”.
Buy.ology – A Ciência do Neuromarketing Martin Lindstrom – Gestão Plus Edições O autor, Martin Lindstrom, foi considerado pela revista TIME uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. O livro revela toda a verdade sobre o que realmente estimula o nosso interesse e nos leva a comprar um produto. Segundo o autor, as estatísticas e os estudos de mercado mentem. Para saber a verdade sobre o que nos leva a comprar, tem de se ir directamente à fonte, ou seja, ao cérebro do consumidor. O maior estudo de neuromarketing alguma vez realizado, que durou mais de três anos e contou com mais de dois mil participantes de todo o mundo, fez descobertas surpreendentes que refutaram muitos dos mitos, suposições e crenças acerca do que estimula o nosso interesse e nos leva a comprar um produto. Será que o sexo vende? Porque é que avisos como “fumar mata” dão ainda mais vontade de fumar? Porque é que o cheiro a melões ajuda a vender produtos electrónicos? Porque é que o Papa Bento XVI é semelhante a um Rolex? O product placement é uma perda de dinheiro? As respostas a estas e outras questões são reveladas nesta viagem pelo cérebro do consumidor, enriquecida com anedotas e casos reais de reacções inesperadas a estratégias de marketing. 176 pp – 17,00 €
Rm-Revismarket - Março/Abril 2010
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Electro Dados de mercado
]
Texto: Carina Rodrigues Foto: DR
Mercado mundial da electrónica de consumo com arranque de ano positivo, mas a crise está longe de ultrapassada Os resultados relativos ao primeiro trimestre de 2010 revelam que o mercado da electrónica de consumo (electrónica de consumo, tecnologias da informação, fotografia e telecomunicações) teve uma significativa recuperação na maioria das regiões do mundo. Um dos desenvolvimentos mais assinaláveis, segundo a GfK, foi o facto de oito dos dez produtos mais importantes terem crescido comparativamente com o mesmo período de 2009. A situação é promissora, mas não pode dar uma sensação de falsa segurança dado que a crise está longe de ultrapassada. Os mercados mais desenvolvidos, como a Europa Ocidental, continuam com dificuldades, devendo-se o crescimento às regiões emergentes, que beneficiaram do facto de muitos consumidores estarem a fazer as suas primeiras compras de alguns equipamentos.
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catastrófico que a perda de 24 por cento no mesmo período do ano anterior, mas mesmo assim decepcionante. Em termos da performance dos produtos, observando-se as dez categorias mais importantes, que representam 85 por cento do mercado, a GfK constata que a situação melhorou consideravelmente. Entre 2008 e 2009, durante o mesmo trimestre, apenas
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Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
quatro categorias exibiam um comportamento positivo, nomeadamente os LCD’s (+12%), os portáteis (+3%), as consolas de jogos (+7%) e os smartphones (+127%). Neste primeiro trimestre, são oito as categorias com crescimento e mesmo outros produtos menos importantes seguem esta tendência, incluindo os leitores portáteis (+1%) e os sistemas de áudio doméstico (+6%).
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urante os primeiros três meses do ano, a região da Ásia-Pacífico cresceu, em valor, contabilizado em euros, cerca de 13 por cento comparativamente a 2009, depois de um decréscimo de um por cento entre 2008 e 2009. De uma maneira similar, na América Latina, depois de um declínio de 19 por cento, o mercado recuperou 38 por cento no primeiro trimestre. Outras regiões, como África e o Médio Oriente, também beneficiaram de crescimentos na ordem dos 15 por cento, um cenário que contrasta com o do mercado europeu. Na Europa Ocidental, os valores de crescimento não ultrapassaram os quatro por cento, enquanto a Europa de Leste, mercado que se esperava exibir um crescimento positivo, continuou em queda, desta vez de 12 por cento. Este resultado foi até menos
O trimestre francamente positivo não nos pode iludir numa sensação de falsa segurança
Mercados desenvolvidos, como o da Europa Ocidental, por exemplo, estão a deparar-se com dificuldades para reproduzir uma tendência positiva e, de acordo com a CEA, a situação é idêntica na América do Norte
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Electro Dados de mercado
]
Evolução das 10 principais categorias de produto a nível mundial (valor) 1T09 vs 1T08 Smartphones:
+127%
LCD’s:
+12%
Máquinas fotográficas:
-10%
Computação móvel:
+3%
Leitores de DVD:
-10%
Desktops:
-17%
Consolas de jogos:
+7%
Monitores:
-29%
Plasmas:
-7%
Telemóveis:
-18%
1T10 vs 1T09 Smartphones:
+173%
LCD’s:
+31%
Máquinas fotográficas:
+12%
Computação móvel:
+11%
Leitores de DVD:
+6%
Desktops:
+3%
Consolas de jogos:
+3%
Monitores:
+1%
Plasmas:
-3%
Telemóveis:
-9%
Fonte: GfK Digital World
Esta tendência positiva prolongou-se no mês de Abril. No seu conjunto, o mercado da electrónica de consumo cresceu 14 por cento, em termos homólogos, situação que pode projectar um futuro mais risonho para os próximos meses. Contudo, alerta a GfK, algumas questões permanecem por responder, desde logo se este crescimento observado no início do ano será consistente. “O trimestre francamente positivo não nos pode iludir numa sensação de falsa segurança”, alerta Claude Terrier, analista sénior do GfK Digital World. “Se
não considerarmos o período da crise e compararmos os mercados entre 2008 e 2010, apenas quatro dos dez produtos mais importantes ainda estão a crescer ao ritmo entre 2009 e 2008”. Mercados desenvolvidos, como o da Europa Ocidental, por exemplo, estão a depararse com dificuldades para reproduzir uma tendência positiva e, de acordo com a CEA, a situação é idêntica na América do Norte. O crescimento está a ser claramente sustentado pelas regiões emergentes, que capitalizaram o facto de alguns consumidores terem
efectuado as suas primeiras aquisições de determinados produtos. Foi o caso dos mercados indiano (+11%), chinês (16%) e brasileiro (+42%). Neste sentido, uma segunda questão é levantada pela GfK. O que vai acontecer quando o número de lares equipados, nestes países se aproximar da saturação? O conselho da consultora é de que, se o mercado espera reforçar o crescimento, os fabricantes terão de criar não apenas novas tecnologias mas acima de tudo novos usos para os produtos. Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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Electro-Novidades
]
Airlux lança novo catálogo de fogões Glem A Airlux acaba de lançar o novo catálogo de fogões Glem, numa aposta clara do grupo no mercado português e de posicionamento da marca. O catálogo reúne uma oferta exclusiva de fogões, com uma amostragem das gamas actualmente produzidas pelo grupo, contendo soluções transversais às actuais necessidades do mercado. “Esta é uma oportunidade única e representa o início de um novo ciclo para a marca Glem e para a empresa Airlux Portugal no mercado. As quatro linhas de fogões que compõem este catálogo estão na base da actual liderança do mercado de fogões em Itália, obviamente os nossos objectivos são mais contidos nesta fase, até porque os mercados são distintos”, refere a Airlux em comunicado. As soluções apresentadas neste catálogo abrangem vários segmentos. A gama MONOLITH (na foto) destina-se ao segmento médio-alto, a gama MATRIX ao segmento médio, a gama ÚNICA ao segmento médio-baixo e a gama ALPHA ao segmento baixo. De acordo com a Airlux, esta nova colecção de fogões apresenta características únicas no mercado, como a porta fria com vidro triplo, classe A, porta interior full glass e despenseiro vertical. Toda a gama é encastrável, seguindo a norma internacional.
Electrolux oferece um tratamento SPA à roupa
As novas máquinas de lavar roupa SteamSystem 3 em 1 da Electrolux refrescam e revitalizam as roupas mais delicadas. Tudo isso é possível graças à força orgânica do vapor. O programa Refrescar, presente em todos os modelos da gama SteamSystem, oferece uma nova vida à roupa ao desodorizar e reidratar as suas fibras. Através deste programa, os tecidos delicados recebem um tratamento que elimina, simultaneamente, o risco de os danificar ao utilizar um ciclo de lavagem standard. O vapor é uma forma natural para retirar rugas e vincos da roupa sem a necessidade de a molhar totalmente. O tratamento da roupa através do vapor relaxa as fibras no vestuário, proporcionando flexibilidade e volume na remoção dos vincos e rugas. Assim, o tempo que se passaria a engomar reduz significativamente, uma vez que a máquina retira suavemente praticamente todos os vincos. As novas máquinas de lavar roupa SteamSystem 3 em 1 oferecem diferentes programas, incluindo um para as roupas que já foram usadas, mas que não necessitam ou não devem ser lavadas com água. Em vez disso, o vapor absorve os odores, tal como quando se estende a roupa, mas mais rapidamente e com maior eficiência, deixando-a fresca e rejuvenescida. Para além disso, a nova gama de máquinas de lavar roupa apresenta ainda programas específicos para aqueles que precisam de soluções rápidas, sendo que o consumo de energia classe A garante benefícios para o ambiente.
Orbegozo lança máquina de cachorros quentes Fazer um verdadeiro cachorro quente em casa é mais fácil e divertido com a máquina de cachorros PR-3800 da Orbegozo. Este modelo permite fazer, de uma só vez, até quatro cachorros. Com cinco elementos de calor giratórios, o aquecimento das salsichas é uniforme, graças ao sistema de rodízios giratórios. Possui também duas pinças verticais em inox onde se podem aquecer os pãezinhos. A máquina da Orbegozo permite ainda programar a confecção dos cachorros, através do temporizador de 30 minutos com sinal acústico de final do programa. Na hora de limpar, a tarefa é facilitada, graças à superfície anti-aderente e à bandeja para recolha de gorduras. PVP recomendado: 49,90 euros.
Canon enriquece série de câmaras de vídeo Full HD com nova LEGRIA HF M32 de 64 GB
A Canon ampliou a série LEGRIA HF M com o lançamento da nova LEGRIA HF M32, uma câmara de vídeo Full HD compacta e de fácil utilização com maior espaço de armazenamento. O novo modelo aumenta o alinhamento da série LEGRIA HF M para quatro modelos, proporcionando memória flash interna de 64 gigabytes e suporte para cartões de memória SDXC para aqueles que pretendem filmar durante mais tempo. A LEGRIA HFM32 vem equipada com as mesmas tecnologias premium da Canon de outros modelos da série, incluindo um ecrã LCD táctil altamente intuitivo que oferece ao utilizador um maior controlo sobre o conteúdo. A nova câmara de vídeo permite captar ainda mais conteúdo em HD, oferecendo capacidade suficiente para filmar 24 horas de conteúdo. É também o primeiro modelo LEGRIA a suportar cartões de memória SDXC, proporcionando um significativo aumento no tempo de gravação já que tem uma capacidade de armazenamento até dois terabytes. A LEGRIA HF M32 inclui um sensor CMOS Full HD de 3,3 megapixels, zoom avançado de 18x, objectiva de vídeo HD da Canon e processador DIGIC.
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Electro-Novidades
Fagor apresenta vinhoteca Bizone para conservação de cada tipo de vinho A nova vinhoteca Bizone da Fagor, com capacidade para 12 garrafas, caracteriza-se por disponibilizar dois compartimentos completamente independentes, que permitem seleccionar temperaturas diferentes, nomeadamente 12º-18ºC no compartimento superior e 8º-18ºC no compartimento inferior. Assim, a nova vinhoteca da Fagor consegue manter a temperatura e o nível de humidade óptimo para a conservação e degustação de cada tipo de vinho. O seu funcionamento muito silencioso permite a colocação da mesma em qualquer espaço da casa como elemento decorativo. No que se refere ao design, o seu corpo compacto sem vibrações conserva o vinho no estado de repouso necessário. No exterior, o ecrã digital indica a temperatura real e constante do interior da vinhoteca. O controlo electrónico da temperatura consegue-se graças a um sistema de refrigeração termoeléctrico que oscila entre os 8 e 18 ºC. A vinhoteca conta ainda com quatro tabuleiros amovíveis para que as garrafas no interior se mantenham no melhor estado, já que a sua colocação individual faz com que estejam a todo o momento rodeadas de ar frio. Dispõe ainda de uma dupla porta de cristal transparente com luz no interior para maior comodidade. PVP recomendado: 199 euros.
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ZTC lança mais um modelo Dual SIM
O ZTC F280 permite ter dois cartões SIM em simultâneo no mesmo telemóvel. Este equipamento GSM quad band (850/900/1800/1900) dispõe de um ecrã de 256K a cores e possui a capacidade para 300 contactos. Muito compacto e pesando apenas 83 gramas, não dispensa no entanto a câmara VGA e o leitor de MP3 e MP4. As opções de entretenimento são ainda potenciadas pela capacidade de leitura de e-books. Entre as funcionalidades do novo F280, incluem-se ainda os toques polifónicos, a função de relógio e alarme, o suporte para JAVA, Bluetooth e o acesso à rede GPRS/ MMS. Este modelo, que utiliza para armazenamento cartões MicroSD, beneficia ainda de uma autonomia em conversação até três horas e em standby até 96 horas. PVP recomendado: 119,90 euros.
HP lança nova Deskjet que reduz os custos de impressão e o impacto ambiental A HP lançou novas impressoras Deskjet com um novo sistema de impressão que garante impressões de elevada qualidade poupança e reduzido impacto ambiental. A HP Deskjet 2050 All-in-One é uma impressora que permite digitalizar, imprimir e copiar a um preço acessível. A nova impressora é simples de configurar, com software desenvolvido para uma instalação rápida, que também ocupa menos espaço nos discos rígidos dos utilizadores. Esta multifunções é a primeira de uma nova gama de impressoras Deskjet que suportam tinteiros HP 301. A cabeça de impressão foi redesenhada, bem como o tabuleiro de entrada de papel, especialmente adaptado para este novo sistema de impressão. A nova série de impressoras Deskjet será disponibilizada com tinteiros stan-
dards HP 301 a preto e a cores. A série HP 301 inclui um tinteiro standard e o formato XL, ambos disponíveis a preto e a cores. O HP 301 standard proporciona uma experiência de alta qualidade, precisa e fiável, tal como todos os originais HP. Para os clientes que imprimem mais, o Tinteiro HP 301XL de tinta preta proporciona até 2,5 vezes mais impressões do que o modelo standard, enquanto o HP 301XL tricolor imprime duas vezes mais páginas que o standard. Ambos produzem mais páginas a um custo inferior do que os tinteiros das Deskjet anteriores.
Rua Nossa Senhora de Fátima, 177 - 1.º Sala 4 • 4050-427 Porto T. 226 094 717 F. 226 095 782 Email: geral@orbegozo.pt
[ Electro Produto em Análise ] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR
Smartphones conquistam mercado
Multifuncionais e muito versáteis, os smartphones continuam a conquistar mercado. Durante o primeiro trimestre, este segmento foi de todos o mais dinâmico no mercado português de telemóveis, ao crescer 58 por cento face ao período homólogo de 2009. De acordo com os dados da IDC, os smartphones representam já 15 por cento do total das vendas de telemóveis, quando há apenas um ano não ultrapassavam os 11 por cento. Apesar de inicialmente estarem mais direccionados para o mercado empresarial, estes telefones têm vindo a conquistar também os clientes particulares para quem o e-mail e as mensagens são importantes.
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Rm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
te marcado pelo escoamento de stocks do período de Natal, os operadores móveis têm sido bastante cautelosos na gestão dos stocks e mais eficientes no lançamento de novos terminais. O que levou à existência de baixos níveis de stock após o período natalício. Desta forma, as encomendas aos fabricantes tiveram crescimentos pouco normais para esta época do ano”. Efectivamente, se atentarmos, aos valores das vendas ao consumidor final (sell-out) e à respectiva facturação nos primeiros três meses do ano, proporcionados pela
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GfK, os indicadores não são assim tão positivos. O estudo GfK TEMAX mostra que, ao nível do “sell-out”, o sector das telecomunicações apresentou uma tendência negativa, com o volume de vendas a não ultrapassar os 83 milhões de euros, o que representa uma quebra de 6,3 por cento face ao período homólogo. O principal “driver” da quebra foi a variação negativa de dois dígitos dos telemóveis, que constituem mais de dois terços deste mercado, já que os restantes segmentos, incluindo os auriculares e os telefones fixos, apre-
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o total, venderam-se durante o primeiro trimestre cerca de 180 mil smartphones em Portugal. E isto num período onde o mercado português de telemóveis, no seu todo, assinalou uma recuperação das vendas face às quebras verificadas em 2009. Em termos homólogos, o mercado cresceu 21 por cento, alcançando a fasquia de 1,24 milhões de unidades. “Contudo, temos que ser algo cautelosos nas conclusões a retirar destes dados”, alerta Francisco Jerónimo, responsável europeu de Research da área de Telefones Móveis da IDC. “Apesar da evidente recuperação da procura, não podemos esquecer que o primeiro trimestre de 2009 foi dos piores de sempre no sector das telecomunicações. Acresce que, sendo o primeiro trimestre tradicionalmen-
Venderam-se durante o primeiro trimestre cerca de 180 mil smartphones em Portugal.
[ Electro Produto em Análise ]
Principais fabricantes e quotas de mercado em Portugal – telemóveis+smartphones
Fabricante
Vendas 1T10 (milhares)
Quota de Vendas mercado 1T09 1T10 (milhares)
Quota de Variação mercado nas vendas 1T09 1T10 vs 1T09
1. Nokia
448
36%
429
42%
4%
2. Samsung
412
33%
365
36%
13%
3. LG
110
9%
68
7%
62%
4. Vodafone*
101
8%
33
3%
208%
5. Sony Ericsson
61
5%
36
4%
70%
Outros
103
8%
86
8%
20%
Total
1.235
100%
1.017
100%
21%
Fonte: IDC * Os operadores móveis são considerados como fabricantes quando disponibilizam telefones exclusivamente com a sua marca e as vendas desses telefones são estimadas sob a sua marca.
sentaram tendências positivas. Também neste indicador, os smartphones ganharam mercado, registando uma variação positiva de dois dígitos. É inegável que a tendência de substituição dos telefones básicos pelos smartphones se tem intensificado. Tendência esta que é global. De acordo com os dados da Canalys, durante os primeiros três meses do ano, venderam-se em todo o mundo 55,2 milhões de smartphones. Este segmento aguentou bem o embate da crise económica, crescendo 67 por cento numa base anual, que representa, segundo a Canalys, a mais alta taxa de crescimento desde o final de 2007. A análise da Gartner vai no mesmo sentido, sendo que a consultora recua ainda mais no tempo que a Canalys e considera mesRm-Revismarket - Julho/Agosto 2010
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[ Electro Produto em Análise ] Vendas mundiais ao consumidor final – telemóveis+smartphones (em milhares de unidades)
Fabricante
Vendas 1T10 (milhares)
Quota de Vendas mercado 1T09 1T10 (milhares)
Quota de mercado 1T09
1. Nokia
110.105,6
35%
97.398,2
36,2%
2. Samsung
64.897,1
20,6%
51.385,4
19,1%
3. LG
27.190,1
8,6%
26.546,9
9,9%
4. RIM
10.552,5
3,4%
7.233,5
2,7%
5. Sony Ericsson
9.865,6
3,1%
14.470,3
5,4%
6. Motorola
9.574,5
3%
16.587,3
6,2
7. Apple
8.359,7
2,7%
3.938,8
1,5%
8. ZTE
5.375,4
1,7%
3.369,6
1,3%
9. G-Five
4.345
1,4%
10. Huawei
3.970
1,3%
3.217,9
1,2%
Outros
60.418,1
19,2%
44.972,2
16,5%
Total
314.653,5
100%
269.120,1
100%
‘‘ Fonte: Gartner
Uma tendência que se tem observado a nível nacional é que, apesar da transição dos telefones básicos para os smartphones, há por parte dos consumidores uma passagem intermédia para os chamados “feature phones”, ou seja, telefones com algumas funcionalidades dos smartphones, como a capacidade de navegação na Internet, de acesso aos sites das redes sociais e ao e-mail. Tendência esta que tem sido impulsionada pela Samsung e pela LG.
mo que este trimestre representa o maior crescimento, numa base anual, desde 2006. A Gartner contabiliza 54,3 milhões de unidades vendidas aos consumidores finais durante os três primeiros meses de 2010 e
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Vendas de smartphones a nível mundial
– por sistema principal de “input” Sistema
Vendas 1T10 (milhares)
Quota de Vendas mercado 1T09 1T10 (milhares)
Quota de Variação mercado nas vendas 1T09 1T10 vs 1T09
1. Touch screen
32.636.62
59,1%
11.362,41
34,4%
187,7%
2. Teclado
15.085,31
27,3%
9.392,56
28,4%
60,6%
3. Keypad
7.479,35
13,5%
12.311,59
37,2%
-39,2%
Total
55.201,28
100%
33.066,6
100%
66,9%
Fonte: Canalys
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assinala o facto de que, neste período, se assiste à entrada de um fabricante de smartphones “pure player” no top 5, a Research In Motion (RIM). A nível mundial, as vendas da fabricante do Blackberry cresceram 45,9 por cento e alcançaram os 10,6 milhões de unidades. A este respeito, os dados da Gartner e da Canalys tornam a coincidir. Esta última consultora nota que a RIM tem conseguido fazer crescer a sua atractividade em todo o mundo, destacando os crescimentos de 297 por cento na América Latina e de 215 por cento na região Ásia-Pacífico. A facilidade de escrita com um teclado físico é um dos principais argumentos de venda dos terminais Blackberry que também têm vindo a ganhar mercado em Portugal. De acordo com a IDC, face ao primeiro trimestre de 2009, a RIM cresceu no período analisado
[ Electro Produto em Análise ]
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É inegável que a tendência de substituição dos telefones básicos pelos smartphones se tem intensificado. Tendência esta que é global. De acordo com os dados da Canalys, durante os primeiros três meses do ano, venderam-se em todo o mundo 55,2 milhões de smartphones. Este segmento aguentou bem o embate da crise económica, crescendo 67 por cento numa base anual, que representa, segundo a Canalys, a mais alta taxa de crescimento desde o final de 2007.
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1.178 por cento, com a venda de 31 mil terminais. A sua quota de mercado situou-se, neste primeiro trimestre, nos 17 por cento, quando há um ano atrás não passava dos dois por cento. Nokia vê ameaçada liderança do ranking de fabricantes Apesar do desempenho assinalável da RIM, o mercado nacional continua a ser liderado pela Nokia. Mas a fabricante finlandesa começa a ser pressionada pela concorrência, quer considerando o mercado na sua globalidade, quer analisando apenas do ponto de vista dos smartphones. Considerando o mercado no seu todo, a IDC considera mesmo que a Nokia pode este ano perder definitivamente a liderança para a Samsung em Portugal. Apesar do crescimento de quatro por cento nas vendas, a quota de
Principais fabricantes e quotas de mercado em Portugal – smartphones
Fabricante
Vendas 1T10 (milhares)
Quota de Vendas mercado 1T09 1T10 (milhares)
Quota de Variação mercado nas vendas 1T09 1T10 vs 1T09
1. Nokia
93
52%
80
70%
16%
2. RIM
31
17%
2
2%
1.178%
3. TMN*
18
10%
0
0%
n.d.
4. Apple
12
7%
13
11%
-10%
5. HTC
10
6%
6
5%
75%
Outros
16
9%
13
11%
23%
Total
180
100%
114
100%
58%
Fonte: IDC
* Os operadores móveis são considerados como fabricantes quando disponibilizam telefones exclusivamente com a sua marca e as vendas desses telefones são estimadas sob a sua marca.
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[ Electro Produto em Análise ]
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A facilidade de escrita com um teclado físico é um dos principais argumentos de venda dos terminais Blackberry que também têm vindo a ganhar mercado em Portugal. De acordo com a IDC, face ao primeiro trimestre de 2009, a RIM cresceu no período analisado 1.178 por cento, com a venda de 31 mil terminais. mercado da Nokia caiu, em termos homólogos, dos 42 para os 36 por cento, uma descida ainda mais assinalável no segmento dos smartphones, dos 70 para os 52 por cento. A empresa finlandesa continua a ser pressionada nos rankings pela Samsung e LG no segmento dos telefones tradicionais e pela Apple, RIM e HTC no segmento dos smartphones. No entender da consultora, o portfólio da Nokia continua a ter dificuldades em espelhar o que os consumidores valorizam. Uma tendência que se tem observado a nível nacional é que, apesar da transição dos telefones básicos para os smartphones, há por parte dos consumidores uma passagem intermédia para os chamados “feature phones”, ou seja, telefones com algumas funcionalidades dos smartphones, como a capacidade de navegação na Internet, de acesso aos sites das redes sociais e ao e-mail. Tendência esta que tem sido impulsionada pela Samsung e pela LG. Estes terminais são apreciados, sobretu50
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Vendas mundiais de smartphones ao consumidor final – por sistema operativo
Sistema
Vendas 1T10 (milhares)
Quota de Vendas mercado 1T09 1T10 (milhares)
Quota de mercado 1T09
1. Symbian
24.069,8
44,3%
17.825,3
48,8%
2. RIM
10.552,6
19,4%
7.533,6
20,6%
3. iPhone OS
8.359,7
15,4%
3.848,1
10,5%
4. Android
5.214,7
9,6%
575,3
1,6%
Windows Mobile 3.706
6,8%
3.738,7
10,2%
6. Linux
1.993,9
3,7%
2.540,5
7%
Outros
404,8
0,7%
445,9
1,2%
Total
54.301,4
100%
36.507,4
100%
5. Microsoft
Fonte: Gartner
do, pelos mais jovens e têm um enorme potencial, apesar de um estudo da Canalys alertar que a falta de características adicionais pode limitar o seu apelo. A pesquisa levada a cabo pela consultora na região EMEA, junto de 2.400 utilizadores de telemóveis e PC’s, revela que 79 por cento dos inquiridos acedem aos sites das redes sociais em ambas as plataformas. Os resultados relativos ao grupo etário dos 16 aos 25 anos mostram que 90 por cento dos entrevistados acedem às redes sociais e 31 por cento destes fazem-no através de ambas as plataformas, valores que parecem justificar o enfoque de fabricantes e operadores neste “target” focando-se nas redes sociais.
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