MEMÓRIA ANUAL 2018
VII ASSEMBLEIA GERAL DE CLAC
A VII Assembleia Geral de CLAC foi celebrada em Lima, Peru, nos dias 8 e 9 de novembro de 2018. Nela compareceram ao redor de 180 delegados(as) provenientes de 18 países da América Latina e do Caribe; assim como cerca de 50 observadores(as) de produtores(as) destes países e observadores(as) externos provenientes da Alemanha, Suíça, Canadá, entre outros.
Conteúdo 05 07 09 11 13 31 36 37 Editorial
Retrospectiva que reforça o nosso horizonte
Conselho Diretivo
Rede de trabalhadores(as)
Desde as Coordenadoras
Fortalecendo Comissão de nossos membros Estândares
Programas e Projetos
40 43 45 47 49 50 51 53
Crescimento e vinculação com mercados
Incidência
Gênero e inclusão juvenil
Cumprimento Social
Mudança Climática
Soberania Alimentar
Avaliação, Monitoramento e Aprendizagem (MEL)
Execução Financeira
Glossário
CLAC Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos(as) Produtores(as) e Trabalhadores(as) de Comércio Justo. CN Coordenadora Nacional CNCJ Coordenadora Nacional de Comércio Justo OPP Organização de Pequenos(as) Produtores(as)
NFO´s Organizações Nacionais de Fairtrade (National Fairtrade Organizations) FI Fairtrade International WFTO World Fair Trade Organization SCAA Specialty Coffee Association of America SCAE Specialty Coffee Association of Europe SCAJ Specialty Coffee Association of Japan CC Mudança Climática, por suas siglas em espanhol IICA Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento OIT Organização Internacional de Trabalho INTA Instituto Nacional de Tecnologia Agrária (Argentina) ECOSUR O Colégio da Fronteira Sul (México)
TRINTA ANOS DE COMÉRCIO JUSTO, ROMPENDO BARREIRAS E CONSTRUINDO DIGNIDADE L
amentamos que fatores como a concentração de poder nas cadeias de valor, as leis da livre competência e a mesma crise econômica nos países consumidores limitem o crescimento do Comércio Justo. Além disso, a mudança climática reduz ainda mais o seu impacto. Por exemplo, os desastres naturais afetaram até um 90% das rendas das populações mais vulneráveis e são responsáveis pela fome que sofrem mais de 45 milhões de pessoas, com tendência de chegar a umas 75 milhões de pessoas na próxima década.
Marike de Peña Presidenta Conselho Diretivo, CLAC 2016-2018
CLAC, com muita alegria, comemorou no ano 2018 os trinta anos do Comércio Justo na América Latina e no Caribe, como iniciativa liderada pelos(as) pequenos(as) produtores(as) em busca de mudanças e uma maior justiça no comércio local e global. Celebramos nossos êxitos, como também refletimos sobre os obstáculos que impedem um maior crescimento do Comércio Justo para garantir uma vida digna aos bilhões de pequenos(as) produtores(as) e trabalhadores(as) que dependem da agricultura para sobreviver.
De acordo com um relatório publicado por Oxfam, em 2018, só 10 cadeias de supermercados na Europa controlavam 50% das vendas de alimentos, e mesmo que a agricultura de pequena escala alimente o 70% da população mundial, 65% da terra agrícola está em mãos de unicamente 1% das explorações. A concentração de poder nas cadeias de valor tem consequências para os 2.5 bilhões de produtores(as) e trabalhadores(as) que produzem os alimentos, como também para os 7 bilhões de consumidores. Mais do 80% do valor de um produto como cacau, açúcar e café fica nos supermercados e processadores de alimentos, enquanto que os produtores(as) recebem menos do 8% do preço final que o consumidor paga por um produto.
EDITORIAL Em um mundo onde o livre comércio impulsionou a destruição de recursos naturais e afetou a dignidade de pessoas e comunidades, a força e missão do Comércio Justo está em mudar o comércio. De maneira que este sirva para os interesses das pessoas e o planeta, convertendo-se em ferramenta de desenvolvimento, progresso e bem-estar. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, apoiados pela comunidade internacional, buscam pôr fim à fome, à pobreza, à desigualdade entre países e regiões, estabelecer uma produção e consumo responsável, empoderar mulheres e jovens, além de mitigar os efeitos negativos da mudança climática. Os 10 princípios do Comércio Justo, nossos estândares e ações respondem cada um aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nossas experiências vividas e contribuições são fundamentais para alcançar os mesmos e não chegar ao ano 2030 só com promessas e boas intenções. Incidir e ser parte da mudança requer uma reflexão sobre o poder coletivo atual e sobre o futuro de nossas redes e CLAC para enfrentar unidos e unidas uma única voz as injustiças sociais, ambientais e comerciais que os nossos povos sofrem. É hora de agir, convidamos vocês a serem líderes de um futuro diferente e participantes ativos(as) para realizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 5
EDITORIAL Em 2018, CLAC seguiu fortalecendo suas estruturas operativas e políticas. A unidade de Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem (MEL) foi reforçada para a coleta de informação, a medição de impacto, para compartilhar as boas experiências e informar sobre o impacto do Comércio Justo a entes comerciais e ao sistema Fairtrade; assim como também a Unidade de Comunicações e Informática. A unidade de Programas e Projetos tem trabalhado com muito sucesso na gestão de recursos com projetos de grande relevância para a adaptação e mitigação da mudança climática e o cumprimento dos diretos humanos. A unidade de Estândares, junto com o Comitê de Estândares de CLAC (CECLAC) e as Coordenadoras Nacionais, liderou a consulta de estândares para organizações de pequenos(as) produtores(as) com a finalidade de obter mudanças fatíveis, incentivar as boas práticas e prevenir o uso incorreto das mesmas. A equipe de CLAC tem trabalhado com muito compromisso, dedicação e perseverança para oferecer serviços a uma crescente quantidade de organizações membros, como também ao sistema Fairtrade, realizando consultas e recebendo visitas de comerciantes e meios de comunicação. As Redes de Produto e a Rede de Trabalhadores(as) avançaram na elaboração de regulamentos internos e em desenvolver suas estratégias, integrandoas ao Plano Estratégico CLAC 2019-2021. As estratégias coincidem com a necessidade de uma maior participação de CLAC no desenvolvimento e crescimento de mercados, tanto no norte como 6 no sul.
CLAC, em resposta a esta necessidade, forçou a sua participação em feiras e viagens comerciais, realizou estudos de mercados em diferentes países da América Latina e está desenvolvendo com Fairtrade África e com a rede de produtores(as) da Ásia uma estratégia de crescimento de mercados de Comércio Justo no sul. Em junho de 2018, CLAC teve a honra de ser continente anfitrião da Assembleia Geral de Fairtrade International, celebrada em San José, Costa Rica, evento que, graças ao apoio da Coordenadora Nacional da Costa Rica-Panamá, foi um sucesso, realizando-se ademais visitas de campo, uma feira de produtos, reconhecimentos a organizações e pessoas líderes de Comércio Justo, assim como oficinas informativas sobre o trabalho de CLAC. Na Assembleia de Fairtrade International foram eleitos, como representantes de CLAC, diante do Conselho Diretivo, Miguel Munguía e Merling Preza, pelo período 2018-2021, ratificado a cada ano. CLAC segue tendo presença em diferentes comitês e grupos de trabalho no Sistema Fairtrade, assim como em corpos de tomada de decisão de alguns dos membros do Sistema.
Em novembro, CLAC comemorou a sua sétima Assembleia Geral em Lima, Peru, onde participaram 160 delegados(as) em representação de 85% das organizações membros de CLAC, assim como 36 observadores(as) representantes maiormente de organizações de pequenos(as) produtores(as). No marco da Assembleia se realizaram várias atividades, entre elas, a oficina de inclusão de gênero e jovens, as reuniões das Redes de Produtos e a Rede de Trabalhadores, uma noite cultural e visitas ao campo, todas organizadas com o incansável apoio da Coordenadora Nacional de Comércio Justo do Peru. A Assembleia contou com a presença da Federação Nacional de Café da Colômbia e a CEPAL para as palestras sobre a crise do café e o desenvolvimento de Iniciativas de mercados e carimbos sustentáveis, também com um painel de representantes de Fairtrade da Suíça, Alemanha e Canadá. A Assembleia recebeu e aprovou os relatórios operativos, financeiros e de gestão, além de aprovar melhorias na Política de Afiliação de CLAC e os Estatutos, sob a recomendação do Comitê de Vigilância de CLAC. A Assembleia fechou com as eleições democráticas do novo Conselho de Diretores e o Comitê de Vigilância de CLAC para o período 2019-2021, agradecendo ao Conselho de Diretores saliente e as boas-vindas aos que assumem esta grande responsabilidade com um tradicional brinde de pisco sour peruano. O Conselho de Diretores de CLAC espera seguir fortalecendo a nossa união e influência para mudar o comércio, baseado em nossos valores e princípios de justiça, solidariedade, equidade, transparência, respeito e responsabilidade.
RETROSPECTIVA QUE REFORÇA O NOSSO HORIZONTE FORTALECIMENTO ORGANIZACIONAL E OPERATIVO DE CLAC É a primeira linha desta estratégia trienal, procurou fortalecer as suas estruturas operativas, como as Coordenadoras Nacionais em cada país, as Redes de Produto e a Rede de Trabalhadores(as); bem como contar com uma estrutura operativa mínima, mas eficiente, que permita executar esta estratégia.
Xiomara Paredes Diretora Executiva
2018 marcou o encerramento da Estratégia Trienal de CLAC, mais um ano onde conseguimos colher do trabalho coletivo que com muita determinação os nossos membros lideraram.
Por outro lado, um alto esforço foi concentrado para melhorar a comunicação interna e externa, avançar na sustentabilidade financeira e otimizar processos.
PROMOÇÃO DO COMÉRCIO JUSTO, OS SEUS VALORES E PRINCÍPIOS Tem sido a nossa segunda linha estratégica, e teve o objetivo de expandir os conhecimentos sobre um comércio que coloca o ser humano no centro, e se baseia nos pilares da sustentabilidade: sociais, ambientais e econômicos. Um comércio que não se baseia na exploração do mais frágil, nem na lei da oferta e da demanda, senão em preços sustentáveis que gerem rendas e salários dignos. Um comércio que não só beneficie uns(umas) poucos(as), senão todas as pessoas dentro da cadeia de valor, finalizando com os(as) consumidores(as).
FORTALECIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES DE PEQUENOS(AS) PRODUTORES(AS) E TRABALHADORES(AS) Esta é a terceira linha, refere-se a quem são a razão de ser desta rede continental, e os donos desta estrutura que levou mais de 20 anos para se desenvolver pouco a pouco, mas com passo firme e sem esquecer as suas raízes. O esforço da parte operativa esteve maiormente centrado em conseguir o seu empoderamento e autogestão, também em contribuir a que se convertam cada vez mais em organizações com uma maior competitividade.
CRESCIMENTO E VINCULAÇÃO COM MERCADOS NOVOS E EXISTENTES É a quarta linha e tem sido o calcanhar de Aquiles, o ponto que mais dói nos produtores(as), e onde apesar do esforço coletivo, segue sendo ainda um desafio gigante. CLAC focou esforços para alcançar maiores vendas de Comércio Justo, tanto fortalecendo capacidades na parte produtiva e de qualidade, no aspecto comercial, como promovendo e dando a conhecer o impacto do Comércio Justo para atrair novos mercados, e não podemos negar de que há frutos, porque existem; porém, ainda há muitos degraus por subir. 7
INCIDÊNCIA É a quinta linha da estratégia de CLAC, está desde o início da organização desta rede. CLAC tem se caracterizado por buscar influenciar sempre a favor de ações em pró de sua afiliação, baseado em um tema de justiça social e econômica. Este triênio, e especialmente 2018, caracterizou-se por ir afinando planos nacionais de incidência em diferentes países. Finalmente, em nossa estratégia, presentes os eixos transversais:
estiveram
Gênero, Mudança Climática, Soberania Alimentar, Proteção Infantil, Inclusão de Jovens, Sustentabilidade Ambiental e Boas práticas Trabalhistas. Cada um deles representando necessidades inerentes à agricultura e apicultura, quer dizer, aos afazeres de nossa afiliação. Em finais de 2018 podemos ver como demos grandes passos na transversabilidade de cada um deles, bem como reafirmado um compromisso de seguir trabalhando-os em cada ação que CLAC adotar. Esperamos que nas próximas páginas possam encontrar como na prática estas linhas têm sido a bússola de nossa operação, e como pequenas ações vão tecendo um tear que nos propusemos como continente. Em termos operacionais, sentimo-nos satisfeitos de que entre os principais resultados conseguimos atender um maior número de organizações membro; 8
medimos, comparamos e ligeiramente aumentamos a satisfação de nossos membros, ampliamos nossa estrutura de talento humano; incrementamos a execução de projetos, tanto como nosso orçamento; melhoramos processos e conseguimos trabalhando em um maior número de alianças. Tudo isto sabendo que ainda nos falta muito por alcançar, e que estamos em um processo de melhoria contínua, fazendo mudanças e tendo crescimentos que não vão na velocidade que desejaríamos, mas com a firmeza e vontade de seguir sempre pa’ delante! (pra frente!) – como dizem os nossos(as) irmãos(as) caribenhos(as). As linhas estratégicas que narramos têm sido neste 2018 analisadas em cada país, em consultas para a construção de nossa nova estratégia 2019-2021; e como resultado temos uma nova estratégia similar à do passado triênio, mas incluindo lições aprendidas, com novas e concretas metas, que serão novamente nossa bússola durante os próximos três anos. É emocionante trabalhar com heróis e heroínas, que veem na produção agrícola e no trabalho com pequenos(as) produtores(as) e trabalhadores(as) não uma forma de ganhar a vida simplesmente, senão que também e, especialmente, uma forma de ser melhores pessoas, pensar no bem-estar coletivo, ajudar outras e contribuir para ter um mundo melhor. Isto é Comércio Justo!
A
CONSELHO DIRETIVO
primeira sessão foi realizada no início de 2018 nos dias 24 e 25 de janeiro em El Salvador, sede de CLAC. Nesta ocasião, o conselho analisou a situação do mercado, particularmente o estado da relação com grandes clientes de Comércio Justo em banana e café, iniciou o planejamento da celebração da Assembleia da Fairtrade International, que aconteceria em junho desse mesmo ano em San José, Costa Rica, e foram tocados temas relacionados com o sistema Fairtrade e seus membros.
Conselho Diretivo CLAC 2016-2018
2018 foi um ano de transição, mas ao mesmo tempo, de grandes desafios e muito trabalho para o Conselho de Diretores. Durante este período, o Conselho de Diretores se reuniu durante cinco ocasiões, duas de maneira virtual e três de maneira física, uma destas, dentro do marco da VII Assembleia Ordinária de CLAC, celebrada em Lima, Peru.
O conselho também se aproximou do planejamento da presença de CLAC na feira de café SCAA, o programa de Cidades e Povos pelo Comércio Justo, bem como da análise de temas tão importantes como o de trabalhadores(as) em organizações de pequenos(as) produtores(as), renda e salário digno. A segunda sessão do Conselho de Diretores de 2018 foi realizada de maneira virtual no dia 9 de março desse ano. Desta vez, o conselho analisou os resultados da reunião de membros do sistema de Comércio Justo Internacional, celebrada em Dublin do dia 26 a 28 de fevereiro, estudou-se e contribuiu ao documento da CAN (Aliança das três redes: CLAC, Fairtrade África e NAPP) para fortalecer o poder das redes de produtores(as) no Comércio Justo e se conformou o Comitê de Premiações para a Assembleia da Fairtrade International. Nesta sessão, o conselho deu seguimento à consulta de estândares, ao tema de competência desleal, renda digna, salário digno para trabalhadores(as) em plantações e introdução de salário base. O conselho também deu seguimento ao avanço da implementação da estratégia do sistema de Comércio
Justo, à coordenação da CAN e aos serviços do sistema Fairtrade (rastreabilidade, manejo de riscos e impacto) entre outros pontos. O Conselho de Diretores se reuniu novamente de maneira física nos dias 19 e 20 de setembro de 2018. Nesta sessão foram temas de análise os resultados da Assembleia da Fairtrade International, que se celebrou durante o mês de junho de 2018, o relatório de atualização da CECLAC sobre a consulta de estândares OPP realizada pela Fairtrade International, tanto como o tema de salário e renda digna. O conselho deu particular atenção à proposta de sugestões e soluções à problemática de competência desleal. Igualmente, foram analisadas propostas para incrementar as vendas de banana produzida por pequenos(as) produtores(as). O Conselho de Diretores também recebeu os relatórios dos novos representantes em instâncias de Comércio Justo, Miguel Ángel Munguía e Merling Preza, como membros da Junta da Fairtrade International, e Marike de Peña como membro da Junta Diretiva da Fairtrade Foundation.
Miguel Ángel Munguía e Merling Preza, membros do Conselho de Administração Fairtrade International
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Como em todas as sessões do conselho, recebeu-se a atualização das diferentes redes de produtos. Além disso, foram vistos os avanços no planejamento para a realização da VII Assembleia de CLAC que aconteceria em novembro de 2018 em Lima, Peru. Neste sentido, foi discutida e aprovada a agenda da Assembleia e foi revisada a Guia de Governança. Dentro da documentação de importância para a informação da VII Assembleia de CLAC, foi revisado o Plano Estratégico CLAC 2019 – 2021.
De igual forma, o conselho recebeu o relatório e recomendações do Comitê de Vigilância, os quais foram compartilhados no foro da VII Assembleia.
Assembléia Fairtrade International Costa Rica Reunião Conselho diretivo entrada e saída
Em palavras de Marike de Peña, presidenta do Conselho de Diretores 2015 – 2018, a gestão do conselho se resume da seguinte maneira: VII Assembleia Geral de CLAC Novembro de 2018
Feria de impacto Costa Rica
O Conselho de Diretores também prestou bastante atenção nos estudos de mercado do sul, na aprovação da estratégia de inclusão de jovens, bem como na atualização operativa de CLAC e a projeção do ano 2019.
Conselho diretivo eleito CLAC 2019-2021
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A última sessão ordinária do Conselho de Diretores aconteceu no dia 7 de novembro de 2018, no marco da VII Assembleia de CLAC. Para sua sessão de encerramento, o conselho deu seguimento aos temas de competência desleal, mercado de café, coordenação CAN, foram analisados os acordos e resultados do CEO Fórum e a reunião de membros de Utrecht, Holanda.
As conquistas do conselho vão além dos acordos tomados em reuniões. Nossa liderança e participação ativa em temas como a competência desleal, salário e renda digna, a consulta de estândares de OPP e o extraordinário trabalho dos membros do conselho e equipe operativa em eixos transversais como a inclusão de jovens e gênero, direitos humanos e mudança climática, são na realidade a maior conquista deste conselho.
REDE DE TRABALHADORES(AS)
REDE DE TRABALHADORES(AS) DA AMÉRICA LATINA, UM ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO PERMANENTE
da América Latina e do Caribe a inter-relação e construção de estratégias de fortalecimento organizacional e sobre tudo de coesão social em cada uma das regiões onde se encontram localizados as plantações certificadas Fairtrade.
Os comitês nacionais da rede de trabalhadores(as) possuem as suas próprias dinâmicas. Na República A Rede de Trabalhadores(as) da América Dominicana o comitê nacional tem se reunido Latina de CLAC desde os seus inícios regularmente e organiza diferentes eventos por meio em 2015 tem promovido de maneira de espaços lúdicos e recreativos a nível nacional permanente e constante o fortalecimento para fomentar o intercâmbio sobre diferentes temas de processos democráticos e inclusão em entre trabalhadores e trabalhadoras de diferentes cada uma das plantações certificadas. plantações. Tem se trabalhado muito na formação de liderança da rede e em direitos e deveres de urante 2018 e com o apoio do projeto trabalhadores(as). “Fortalecendo a rede de trabalhadores(as) da América Latina e do Caribe” se desenvolveram várias Na Colômbia, o comitê nacional organizou diferentes atividades encaminhadas a cimentar as bases de oficinas de formação em temas de uso de prêmio processos democráticos e de inclusão. Uma dessas Fairtrade, reuniões de coordenação e deram insumos atividades se desenvolveu na cidade de Latacunga, ao Plano Operativo de CLAC. Ambos comitês na Equador, onde foram definidos os objetivos do projeto República Dominicana e na Colômbia também ao comitê técnico da rede de trabalhadores(as) e se organizaram atividades para o Dia Internacional de iniciou de maneira formal a execução deste com o Comércio Justo. No Brasil o comitê nacional investiu fim de contribuir a melhorar os meios de vida dos(as) tempo em desenvolver o seu próprio regulamento trabalhadores(as) de plantações certificadas em interno a nível nacional, tomando como ponto de Comércio Justo. partida o avanço do regulamento interno da rede a Comitê da Rede de Trabalhadores(as)
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nível continental. Desde esse arranque foram alcançadas importantes metas. Uma delas, fortalecer os diferentes canais de Os comitês nacionais da rede de trabalhadores(as) comunicação que facilitem aos(as) trabalhadores(as) são ativos principalmente nesses países, onde há um número maior de plantações certificadas.
Existem vários países, onde só há um ou um par de plantações certificadas e aí não existe um comitê nacional. Por outro lado, nos inícios de novembro e no marco da VII Assembleia Geral de CLAC se desenvolveu o terceiro encontro de trabalhadores(as) da América Latina e do Caribe. Este encontro teve a participação de 22 trabalhadores(as) representando países tais como: Argentina, Brasil, Colômbia, México, Nicarágua, República Dominicana, Panamá, Chile e Equador. Neste encontro foram apresentadas todas as atividades que o comité técnico da rede vem desenvolvendo. De igual forma e no mesmo contexto, cada um dos comitês nacionais expôs as múltiplas ações que se desenvolveram no ano e o impacto na vida dos trabalhadores(as) das diferentes plantações certificadas na América Latina. Neste espaço se discutiram temas relacionados com a representatividade e governança tanto da rede de trabalhadores(as) como de seu comitê técnico. Finalmente, mas não menos importante, vale a pena mencionar o trabalho contínuo que tem se desenvolvido na República Dominicana, onde o comitê local de trabalhadores(as) alcançou importantes conquistas nas áreas laboral, social e ambiental. A rede de trabalhadores(as) da América Latina e do Caribe tem uma grande oportunidade de mostrar ao mundo do Comércio Justo os benefícios de construir sob os conceitos de solidariedade e justiça social, um mundo mais inclusivo, mais justo e imparcial. 11
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DESDE AS COORDENADORAS México
Haití
Belice Honduras
Guatemala El Salvador
Rep. Dominicana
Nicaragua
Costa Rica
Colombia
Ecuador
Perú
Brasil Bolivia
As Coordenadoras Nacionais são entidades muito importantes dentro de CLAC, já que desempenham um papel fundamental em todos os processos de diálogo, análise, discussão e consulta; além disso, apoiam e dão seguimento aos serviços que CLAC proporciona a seus membros.
Paraguay
Argentina
Uruguay
As Coordenadoras Nacionais são plataformas de Comércio Justo criadas pelas mesmas organizações de pequenos produtores, independentemente do rubro produtivo ao que pertencem. É importante salientar que as Coordenadoras Nacionais têm os seus próprios processos e estruturas de tomada de decisões. 13
Coordenadora Mexicana de Pequenos Produtores de Comércio Justo, CMCJ
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Coordenadora Mexicana articulou ações sob as linhas estratégicas de cumprimento de estândares, incidência, produtos e mercados, MEL (Monitoramento, Avaliação e Aprendizado), comunicações e eixos transversais (gênero, inclusão, cumprimento social). Foram realizadas 148 ações buscando fortalecer e desenvolver os(as) pequenos(as) produtores(as) das OPPs de Comércio Justo: 25 oficinas de capacitação, 46 assistências técnicas presenciais e a distância, 67 atividades de outros produtos e mercados, 10 convocatórias a reuniões de trabalho e assembleias. Nos eixos de gênero, inclusão de jovens e cumprimento social, foram empreendidas atividades como a aprovação da política de proteção infantil da CMCJ, a realização de diagnósticos participativos sobre trabalho infantil, com crianças e adultos na organização Procafem. Também, conseguiram-se acordos com OPPs para o processo de sensibilização em temas de trabalho infantil, foram conduzidas oficinas sobre “novas masculinidades” em organizações cafeeiras e de agave e se participou no encontro de jovens organizado por CLAC, bem como se teve presença de delegadas mulheres e jovens na Assembleia Geral de CLAC. Também se destaca o progressivo fortalecimento da Comissão de Inclusão da CMCJ.
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Quanto a produtos, em café, desenvolveu-se o estudo sobre o potencial do mercado de café de Comércio Justo no México. Adicionalmente, foram elaborados estudos, enquetes e consultas para o sistema Fairtrade, CLAC e a Coordenadora Mexicana, bem como atividades para a melhoria produtiva e manejo de riscos no cultivo. Em mel, deu-se assistência para levantar perfis e foram oferecidas capacitações no manejo de colmeias orgânicas. Além disso, realizou-se um diagnóstico de pragas e doenças do abacate Hass. Por outro lado, iniciaram oficinas de capacitação em estândares para trabalhadores(as) em agave. Quanto à soberania alimentar, implementou-se uma sistematização da experiência de Unión Majomut e se produziu material audiovisual. No âmbito de incidência, deu-se seguimento à campanha Universidades Latino-americanas pelo Comércio Justo (ULCJ), através da “Universidad Autónoma de Chapingo (UACh)” e “El Colegio de la Frontera Sur (ECOSUR)”. Além disso, foram celebrados três eventos relacionados com o Dia Internacional do Comércio Justo, os quais foram coordenados com as ULCJ do país.
Também se participou no seminário “cooperação internacional e cooperação transnacional para o desenvolvimento e preservação de direitos na fronteira México-Guatemala”, com o tema cadeias de valor. Entre os desafios que a coordenadora enfrenta estão desenvolver e operar um plano estratégico com indicadores, bem como elaborar os procedimentos para iniciar a política de proteção infantil da Coordenadora Mexicana. Da mesma forma, está pendente a introdução dos novos critérios do sistema de Comércio Justo Fairtrade com as OPPs do México, além do desenvolvimento do mercado Sul – Sul no país. Finalmente, continua o desafio de impulsionar a melhoria de qualidade do café mexicano de Comércio Justo.
Fórum de mulheres em café
Destaca além disso a conferência de agricultura em UACh e “el Colegio de Postgraduado en Agricultura” titulada O Comércio Justo no México: realidades e perspectivas.
Treinamento em produção de café
Coordenadora Guatemalteca de Pequenos Produtores de Comércio Justo, CGCJ
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m 2018, com a participação da Junta Diretiva, formulou-se o Plano Estratégico da Coordenadora Guatemalteca de Comércio Justo (CGCJ) para o quinquênio 2018-2022. Por outro lado, deu-se seguimento a consultas sobre critérios Fairtrade e foram dadas apreciações sobre o Plano Estratégico de CLAC 2019-2021. Além disso, a CGCJ participou da VII Assembleia Geral de CLAC. Do mesmo modo, participou em diferentes espaços de incidência da Guatemala, como ANACAFE, o Congresso Nacional do Café, a Convenção Nacional de Agricultura Orgânica e o Conselho Nacional de Agricultura. Também, a CGCJ celebrou em 12 de maio o Dia Internacional do Comércio Justo. A gestão foi apoiada pelo consórcio formado por Confartigianato, CISP e Coopermondo para a aplicação do projeto “Fortalecendo capacidades da Coordenadora Guatemalteca para o acesso a mercados e promover um crescimento econômico inclusivo diante da União Europeia na Guatemala”, que será executado a partir de 2019. Por outro lado, houve apoio a ACODIHUE para apresentar diante de Expertise-França um projeto sobre bosques, biodiversidade e ecossistemas na Guatemala e no sul do México. Esse projeto está em lista de reserva até maio de 2019. Em gestão conjunta com o coordenador regional de CLAC para a América Central e México, Luis Álvarez, e a Coordenadora Mexicana de Comércio Justo, participou-se em diferentes atividades e apresentação de projetos transnacionais Guatemala-México diante de INNOVACT-UE.
No mesmo contexto, acudiu-se a outras instâncias governamentais mexicanas e guatemaltecas e do ECOSUR do México. Adicionalmente participou-se em diferentes reuniões e em uma turnê pela Europa.
Com o apoio de CLAC e com o financiamento da Fairtrade Finlândia, iniciaram os projetos Mel para o Futuro e INTERCÂMBIO, onde participam 7 organizações membros da coordenadora. É importante destacar que, em ambos projetos, a CGCJ participou no processo de planejamento. No âmbito de proteção infantil, a CGCJ se comprometeu a formular uma política nacional, bem como também deu seguimento a um projeto piloto desenvolvido por uma organização integrante.
Concurso de degustação
Por outro lado, com o apoio de CLAC, realizou-se a oficina de assuntos fiscais na comercialização de café. É também importante ressaltar as Escolas de Liderança, implementadas em 6 organizações, de acordo com o convênio CLAC-TRIAS. Graças a estas, 107 mulheres integrantes das diferentes organizações associadas formaram-se.
Comissão de líderes
Finalmente, com o apoio da Rede Café de CLAC, realizouse o primeiro concurso nacional de degustação de café, contando com a participação das organizações dentro da CGCJ. As amostras ganhadoras foram enviadas a feiras especializadas como SCAA, SCAE e SCAJ. De igual forma, desenvolveu-se uma oficina de técnicos em qualidade post colheita avançado e sobre boas práticas agronômicas, beneficiamento e secagem. Também, deu-se seguimento às oficinas de riscos de preços no mercado de café e recebeu-se uma visita de técnicos de café da América Latina.
Reunião cidade do México INNOVACT UE
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Coordenadora de El Salvador de Pequenos Produtores Organizados, CESPPO
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ara 2018, a Associação Salvadorenha de Pequenos(as) Produtores(as) Organizados(as) (CESPPO) apoiou as suas organizações membros para fortalecer suas áreas produtivas e comerciais, dando como resultado a participação em eventos de qualidade de café, desenvolvidos na Guatemala, e oficinas com especialistas de café em El Salvador. Também, houve capacitação no manejo de riscos em mercados, houve participação em visitas internacionais e em eventos de técnicos de café para manejo de cultivos no Brasil. Por outro lado, realizou-se a construção do plano de incidência da coordenadora. Quanto ao eixo transversal de mudança climática, deu-se partida no projeto “INTERCÂMBIO”. Adicionalmente, continuouse com o fortalecimento organizacional com programas como TRIAS, ampliando dessa maneira o alcance às organizações através de oficinas, intercâmbios e assessorias especializadas em áreas gerenciais, administrativas e de serviço ao cliente. Através do fundo da iniciativa empresarial em pequena escala para mulheres e jovens, em 2018, CESPPO apoiou a organização APRAINORES para a abertura de uma despensa familiar, atendida por um grupo de mulheres. Nesse mesmo ano, foi aprovado um segundo fundo para outra organização membro.
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Em 2018, continuou o seguimento desde CESPPO ao desenvolvimento produtivo, com o projeto PDI – SUNZA, a compra de equipamento de monitoramento de pragas e doenças, além de drones. Também houve apoio para ATAISI no processo de certificação do seu café, organização que já conta com açúcar de cana Fairtrade.
Fundo rotativo APRAINORES
Projeto PDI, El Sunza
Aliança com a Fundação FIAT
Açúcar certificado em ATAISI
Também se realizaram relações de intercâmbio e alianças com entidades como a fundação FIAT, a Fundação Interamericana, UPADI e TRIAS. Por outro lado, a coordenadora recebeu a visita do presidente da Junta Diretiva da Fairtrade, Jean Paul Rigaudeau, acompanhado pela presidenta de CLAC, Marike de Peña, e de sua diretora executiva, Xiomara J. Paredes, para conhecer em primeira mão o trabalho que as organizações estão realizando em El Salvador. Por outro lado, houve a visita da delegação Mary SPEN dos Estados Unidos, como parte do acesso a fundos de iniciativas de mulheres.
Construção do plano de incidência
Coordenadora Hondurenha de Pequenos Produtores, CHPP
A
produção de café em Honduras, tanto a nível nacional como em organizações Fairtrade, tem ido adquirindo uma maior relevância, conseguindo Honduras em 2018, a quinta posição a nível mundial (3ª na América Latina, depois do Brasil e da Colômbia) e com um incremento progressivo em certificações de organizações de café. Com o crescimento em volumes, Coordenadora Hondurenha de Pequenos Produtores – CHPP, assim como CLAC focaram os seus esforços para que este crescimento esteja respaldado por uma qualidade sustentável. Com o apoio do Projeto Construindo Capacidades Empresariais e Produtivas nas Organizações Comércio Justo, executado pela Coordenadora Hondurenha se conseguiu o desenvolvido do evento Exposição de Cafés Comércio Justo de Honduras (ECOJUSTOH) 2018, que é uma competição dos melhores cafés disponíveis das organizações Fairtrade de Honduras. Complementarmente, desde o ponto de vista comercial, CLAC em coordenação com CHPP facilitou 1 oficina e assessorias em manejo de riscos, com o fim de compartilhar e atualizar as situações financeiras e comerciais existentes. O projeto FT-Finlândia-Alemanha, gerenciado pela CHPP e financiado pela maior cadeia de supermercados da Finlândia, Aldi Sud e Transfer Alemanha, tem gerado benefícios em 18 organizações em um amplo leque de temas, agrupados em 4 resultados:
Fortalecer as capacidades de gestão das organizações. Melhorar a produtividade nas propriedades agrícolas dos produtores. Aumentar a participação das mulheres e jovens.
Marcala, cidade pelo comércio justo
Aumentar a qualidade e comercialização do café. Sustentabilidade implica também uma dimensão social e proteção da infância. Com esse espírito foi lançado um projeto de cooperação chamado “Tchibo Join Forces”, conformado pela torradeira alemã Tchibo junto com 3 cooperativas hondurenhas, CLAC e CHPP, e o exportador Caffex. O projeto tem como propósito geral contribuir a melhorar as condições socioeconômicas de pequenos(as) produtores(as) hondurenhos(as) de café de comércio justo e os trabalhadores(as) que aí trabalham. Entre as ações implementadas, destaca o programa de creches infantis para que filhos(as) de sócios(as) estejam todas as manhãs ao cuidado de educadores, dentro de um cuidadoso plano educativo e alimentício, enquanto os seus pais e mães vão trabalhar no cafezal.
Projeto TCHIBO
Manejo de riscos, org. de café
CLAC e CHPP têm o desafio comum de poder contribuir para o desenvolvimento sustentável das organizações de base em Honduras. Trabalhando de maneira coordenada e complementar, as organizações terão mais oportunidades de fortalecer-se e de ser agentes de mudança comunitária.
ECOJUSTOH - 2018
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Coordenadora Nicaraguense de Organizações de Pequenos Produtores de Comércio Justo, CNCJ
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CNCJ-Nic, em 2018 avançou em seu processo de consolidação. As organizações se mantêm ativas, funcionando apesar das dificuldades sociopolíticas e do mercado no caso do café, com preços mais baixos que na bolsa de Nova Iorque. O contexto político gerou uma imagem distorcida do país a nível internacional, afetando-o economicamente, com maior prejuízo no setor turismo, espaço onde algumas organizações de produtores(as) incursionaram para diversificar as rendas de suas famílias. Dentro das conquistas de 2018, encontra-se o trabalho realizado para a inclusão da juventude. Por exemplo, no mês de abril, foi realizado o primeiro encontro de jovens a nível nacional, onde se criou a Comissão de Inclusão, conformada por um grupo de jovens que dará seguimento ao processo de trabalho de inclusão. Dita comissão está gerando motivação para a integração paulatina dos(as) jovens nas cooperativas. No curto tempo de funcionamento da Comissão de Inclusão, tem se conseguido a participação em feiras locais, foram abertos processos de solicitude de afiliação para jovens nas cooperativas, bem como tem se alcançado uma comunicação interna fluída, apoiada pelas redes sociais. Quanto ao produto cacau, em 2018, pôde-se organizar uma reunião da Rede Cacau no país. A Associação Povos em Ação Comunitária, APAC, foi a eleita para assumir a coordenação da rede no país.
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Um dos desafios assumidos pelas organizações deste produto é a promoção do desenho de uma estratégia país para conseguir o posicionamento do cacau nicaraguense no mercado internacional, tomando em conta a melhoria dos mecanismos de comunicação que ajude a superar a dispersão territorial. Além disso, as organizações se comprometeram a aproveitar as redes sociais e a trabalhar prioritariamente no fortalecimento de capacidades focadas na sustentabilidade das organizações. Também, deverão articular esforços entre as plataformas atuais, conseguindo uma linguagem comum e o estabelecimento de alianças em temas compartilhados que permitam potenciar o crescimento, a agregação de valor e promover intercâmbios entre organizações para a aprendizagem e a retroalimentação constante. Quanto ao café, deu-se seguimento ao processo que CLAC facilita e acompanha no país para alcançar maiores níveis de qualidade de café produzido por pequenos(as) produtores(as) nicaraguenses organizados(as) e certificados(as) de Comércio Justo. Com o fim de melhorar a resposta aos mercados internacionais cada vez mais exigentes, bem como incursionar em nichos de mercados para micro lotes de especialidade, realizou-se um concurso de qualidade, o primeiro das organizações certificadas Comércio Justo, para determinar aqueles cafés que têm melhor perfil de xícara e melhor qualidade. Os melhores foram selecionados para representar o país na feira internacional SCAA.
As amostras selecionadas foram: Cooperativa Multisetorial de Produtores de Café Orgânico de Matagalpa R.L. (COOMPROCOM), FLO ID 2680, que alcançou uma xícara de 84 pontos. Cooperativa Agropecuária Reina del Café de San Juan R.L, FLO ID 3164, que alcançou uma xícara de 83.75 pontos. Central de Cooperativas de Servicios Múltiples (PRODECOOP, R.L.), com FLO ID 832, que conseguiu uma xícara de 83 pontos. Outro esforço importante foi a capacitação do pessoal técnico e produtores de 12 organizações sobre novos processos de beneficiamento do café, o semi-lavado, denominado honey e o natural. A CNCJ-Nic mantém a liderança com as organizações certificadas de Comércio Justo ao ser reconhecida como a instância que os representa no país diante de CLAC e FI. Finalmente, há desafios muito fortes aos que a CNCJNic se enfrenta em representação das organizações diante do Estado Nicaraguense, diante do mercado internacional e internamente no fortalecimento organizativo, socioeconômico das organizações para assegurar a luta contra a pobreza e a desigualdade existente no mundo.
Comissão de inclusão
Coordenadora Nacional de Comércio Justo Costa Rica-Panamá, CNCJCR-P
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m 2018, no mês de junho, celebrou-se a Assembleia Geral da Fairtrade International, em San José, Costa Rica, com o propósito de discutir, tomar acordos, pôr sobre a mesa temas de importância comum, como também eleger os novos membros da Junta Diretiva. Neste evento participaram cerca de 100 representantes das diferentes organizações que fazem parte do sistema Fairtrade, provenientes de 56 países. Esta foi a primeira vez em que esta assembleia aconteceu em um país do sul global. É assim como CLAC e a Coordenadora de Pequenos(as) Produtores(as) da Costa Rica-Panamá (CNCJCRP) foram anfitriões deste importante evento. Outro acontecimento muito importante para a Costa Rica foi a implementação, durante três anos consecutivos (de 2016 a 2018), do projeto “Promoção dos Cafés da Fairtrade da Costa Rica nos Mercados Internacionais de Alta Qualidade”. Esta estratégia promove a exibição e degustação de uma seleção de amostras dos melhores cafés de 8 organizações certificadas Fairtrade da Costa Rica. Os canais mais aproveitados para o desenvolvimento deste projeto são as duas feiras de café mais importantes do mundo: SCAA e SCAE. O projeto se desenvolve através da parceria entre CLAC, a Associação de Cafés Finos da Costa Rica, Fairtrade International e a CNCJCRP.
O objetivo central deste projeto é posicionar os cafés certificados Comércio Justo, dentro do setor de cafés de alta qualidade ou de especialidade. Em 2019 se implementará uma competição de degustação a qual foi denominada “Fairtrade Best / o melhor do Comércio Justo”. No Panamá, graças ao convênio entre IICA, CLAC e a CNCJCRP, dá-se seguimento ao circuito de oficinas de capacitação como parte da gestão de fortalecimento e desenvolvimento organizacional dirigida às cooperativas de Comércio Justo do Panamá COOBANA R.L. e COCABO R.L., ambas integrantes da CNCJCRP. As três oficinas realizadas foram:
Outro acontecimento importante foi a realização do fórum e apresentação do livro “Situação dos Seguros Agrícolas na América Latina”, organizado pela Universidade Nacional e CLAC. Esta investigação pretende descrever o estado dos seguros agrícolas em alguns países da América Latina, identificando o desenvolvimento atual de cada um, sua estrutura geral e os principais instrumentos de política pública que poderiam potenciar a adoção dos instrumentos de proteção patrimonial dos(as) pequenos(as) e medianos(as) produtores(as) que operam sob o esquema de associação. O estudo tem sido realizado por Oscar Roberto Sanabria Garro, economista agrícola costarriquense.
1- “Fortalecimento dos Valores Organizativos e Desenvolvimento de Capacidades para membros de uma Organização de Produtores”. 2- “Cadeias Agroalimentares e Comércio Justo para Organizações de Pequenos Produtores 3- “Fortalecimento Organizacional e Formação de Lideranças”.
Promoção de cafés Fairtrade da Costa Rica
Apresentação do livro situação de seguros agrícolas
Assembleia Fairtrade Internacional
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A Iniciativa Colombiana de Pequenos Produtores de Comércio Justo, Solidário e Sustentável
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m 2018, a Iniciativa Colombiana de Comércio Justo, Solidário e Sustentável da Colômbia continuo sua aposta política como eixo central, realizando ações nos aspectos organizacionais e financeiros. Neste último enfoque, empreendeu-se a busca de préfinanciamento internacional para impulsionar as suas organizações, resultando na subscrição de um convênio com a Fundação Progreso. Para efeitos do fortalecimento do Comércio Justo, CLAC tem um papel principal dentro da Iniciativa colombiana. Como se evidencia está a assinatura de 4 convênios, os quais permitiram à Iniciativa robustecer a sua formação e interação com diversas organizações, bem como melhorar a sua estrutura administrativa e de representação organizacional. Dentro desta cooperação, foram realizadas oficinas para a segunda ronda de consulta sobre o estândar para as organizações de pequenos(as) produtores(as) na Colômbia. Também, foram implementadas jornadas exploratórias para tocar o tema do trabalho infantil. Neste sentido, o árduo trabalho das organizações Comércio Justo, em conjunto com a equipe de CLAC, resultou na flexibilização da política pública, através da resolução 1796 do dia 27 de abril de 2018 do Ministério do Trabalho. Por outro lado, também se participou em espaços de formação e construção organizacional para jovens, com o objetivo de que se transformem em participantes fundamentais das organizações de pequenos(as) produtores(as) do país.
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No entanto, na busca de um trabalho como país, foram realizadas aproximações com a Coordenadora Colombiana de Comércio Justo, avançando em uma aposta conjunta para marketing. Além disso, preparou-se uma proposta para participar ativamente em CLAC, já que atualmente há dois representantes no Conselho Diretivo de CLAC. Também, continua o relacionamento para o bemestar e intercâmbio com nossas organizações. Com isto o leque de ação cresceu aproximadamente 20%. A Iniciativa expõe um grande desafio, não só na busca de mercado sob condições de Comércio Justo a nível internacional, senão que também em como chegar com força na promoção e difusão do Comércio Justo no nível da Colômbia.
Reunião com CLAC
Visita ASOPEP, Tolima
VII Assembleia Geral de CLAC
Coordenadora Colombiana de Comércio Justo, CCCJ
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coordenadora focou-se, como um de seus principais objetivos, no fortalecimento de suas organizações membro. Para isto, foi reforçado o acompanhamento dos(as) associados(as) atuais e procurou-se atrair novas organizações. É importante notar que, em 2018, as 31 organizações certificadas de Comércio Justo pertencentes à coordenadora somaram 59,335 cafeicultores(as) e vendas de café Fairtrade da ordem de 411,250 sacos de 60 kg, o que lhes permitiu receber importantes entradas em prêmio social. Esta conjuntura potenciou o investimento de US$6,445,000 em diferentes aspectos. Por exemplo, no tema de qualidade e produtividade, foram executados programas de análise de solos, renovação e fertilizantes para o melhoramento, tanto da qualidade do grão, como da produtividade. Nesta área foram executados 44.83% do total dos recursos. Também, apoiou-se as organizações na área de certificação, controle interno e fortalecimento organizacional. Em proteção meio-ambiental, executou-se 10.26% do investimento total. Por outro lado, houve apoio aos cafeicultores(as) em temas de saúde, segurança no trabalho e igualdade de gênero. Além disso, ofereceu-se contribuições para a melhoria educativa do cafeicultor e para a sua família, bem como o componente de assistência técnica.
Quanto à infraestrutura, foram realizadas obras em conjunto com os cafeicultores, como por exemplo secadouros, beneficiamentos, marquise, bem como atividades para a melhoria do serviço ao cafeicultor, postos de compra e armazenagem de café e melhoria de debulhadoras. Finalmente, destaca-se o apoio aos(as) produtores(as), através de sobrepreço e contribuições para a melhoria da renda do cafeicultor.
Encontro de jovens, desenvolvimento de liderança
Reunião com Flocert e CLAC
Seminário oficina com jovens
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Coordenadora Equatoriana de Comércio Justo, CECJ
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Coordenadora Equatoriana de Comércio Justo (CECJ) realizou vários eventos de grande magnitude em 2018. Com relação ao tema de incidência, em maio, celebrou-se o mês de Comércio Justo em todo o Equador, sendo as atividades mais importantes: feiras com produtos de Comércio Justo e economia popular e solidária, bem como foros acadêmicos a nível nacional e local organizados pela CECJ, o consórcio de Comércio Justo WFTO, a academia (Espoch e UTE) e a Fundação Maquita. Além disso, fomentou-se o esporte com a carreira pedestre 5km - segunda edição - pelo Comércio Justo, com a liderança da Espoch. Também se desenvolveu o campeonato de “futbolito” (jogo de futebol) de integração da família de Comércio Justo, onde participaram 14 times de homens e 7 times de mulheres. Por outro lado, conformou-se o Comitê Técnico para a Normativa Nacional de Comércio Justo, que busca fortalecer o marco normativo e institucional do Comércio Justo no Equador, o mesmo que está conformado por: CECJ, WFTO, sociedade civil (Ninakay e consumidores), ministérios (MAG, MIPRO, MCE), a academia (ESPE e UTE) e ONG´s de apoio, como AVSF e RICOLTO. No ano anterior, a CECJ executou projetos muito importantes para o seu fortalecimento, como o projeto TRIAS, onde se enfatiza a participação de mulheres e jovens em temas de capacitação como são o SIC (Sistema Interno de Controle).
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Neste último se incluem oficinas de georreferenciamento para apoiar no levantamento de informação e cumprir com as certificações requeridas. Por outra parte, realizou-se o IV Encontro Nacional de Gênero e Geracional, com o objetivo de avaliar as ações empreendidas pelo Comitê Nacional de Gênero e Geracional em 2018, bem como para priorizar as ações que deverão ser trabalhadas em 2019. Também, tal encontro serviu para elaborar as diretrizes para o funcionamento do comitê e atualizar a sua folha de rota para a inclusão de jovens e mulheres nas organizações e na dinâmica organizativa de CECJ, através de metodologias participativas. Outra atividade importante foi a execução do projeto “inovações de pequenos produtores de Comércio Justo para os consumidores orgânicos da Europa”, financiado por CORPEI e pelas organizações beneficiárias, com o objetivo de melhorar as rendas dos(as) pequenos(as) produtores(as) associados(as) em 5 cooperativas sócias da CECJ (FAPECAFES, UROCAL, JAMBI KIWA, COPROBICH E ASOPROCAM), por meio do acesso ao mercado orgânico e do Comércio Justo da Europa. O convênio correspondente a este projeto foi assinado no dia 14 de março de 2018 e se espera que seja executado em um prazo de 18 meses.
Campeonato de “futbolito”
Oficina de Sistema de Controle Interno
Projeto para mulheres e jovens TRIAS
Coordenadora Boliviana de Comércio Justo, CNCJ-Bolívia
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gestão 2018 da Coordenadora Nacional de Comércio Justo da Bolívia (CNCJ-Bolívia) tem se concentrado em atividades para fortalecer e incluir a juventude produtora. Por exemplo, foi realizada uma oficina sobre liderança e habilidades de comunicação, onde participaram mais de 60 jovens provenientes das redes por produto de café, cacau e quinoa. No último trimestre de 2018, realizou-se o 2° Encontro de Jovens de Comércio Justo, onde participaram jovens das 5 redes de produto: café, cacau, quinoa, castanha e artesanatos. Como parte deste encontro, a juventude conseguiu conhecer as dificuldades e acertos de El Ceibo, uma das mais bemsucedidas organizações de Comércio Justo na Bolívia, bem como conhecer as experiências inovadoras de produtores(as) jovens. Entre as conquistas mais importantes da coordenadora na gestão 2018, destacam-se atividades como a IV Assembleia Geral da CNCJ-Bolívia, com participação de 20 das 27 organizações de Comércio Justo deste país. Além disso, desenvolveu-se a oficina sobre requisitos e atualização de procedimentos para a exportação de produtos de Comércio Justo, onde mais do 60% foram jovens entre 25 e 37 anos, os mesmos que serão capazes de envolver-se em temas comerciais em suas respectivas organizações. Além do mais, as organizações cafeeiras de Comércio Justo receberam uma capacitação sobre o manejo de riscos comerciais, com o objetivo de melhorar as suas relações comerciais e reduzir os riscos de incumprimentos de contratos.
Destaca também a primeira reunião da Rede Quinoa CLAC, realizada na cidade de Puno, Peru. Quanto ao fortalecimento da CNCJ-Bolívia, conseguiram-se avanços importantes mediante a revisão e atualização da Estratégia de Incidência Política, elaborada em 2015. Na qual pôde-se evidenciar o cumprimento de quase 65% das atividades programadas na estratégia inicial. Para tal processo, houve o apoio da coordenadora de incidência de CLAC.
Reunião Rede de Quinoa
Por outra parte, já está disponível o documento da proposta para a atualização da Estratégia de Comércio Justo e Economia Solidária do Estado Plurinacional da Bolívia. Entre os desafios mais importantes da CNCJ-Bolívia para a seguinte gestão está a organização de eventos a nível nacional e internacional, que fortaleçam a visibilidade e representatividade da coordenadora. Entre mencionados eventos se destacam o primeiro encontro de jovens de Comércio Justo da região andina, o fórum de organizações cafeeiras de Comércio Justo na Bolívia, bem como o primeiro encontro de jovens artesãos de Comércio Justo.
Oficina de jornada empresarial com jovens
Avaliação projeto LIDL com jovens
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Coordenadora Nacional de Comércio Justo - Peru, CNCJ-Peru
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raças à coordenação com as organizações de pequenos(as) produtores(as) membros da coordenadora e ao apoio de instituições aliadas, 2018 tem sido um ano muito produtivo para a juventude e para mulheres que fazem parte das organizações, com muitas atividades de capacitação e seguimento da execução de alguns projetos. Por exemplo, desenvolveu-se com êxito o curso de exportações com certificação de Comércio Justo orgânica e sustentável, onde foram capacitados 24 jovens líderes pertencentes a 6 regiões do país e representando 24 organizações de café, cacau, banana, entre outros produtos. Este curso desenvolveu-se com a aliança da Universidade Nacional de Piura, CLAC, TRIAS e com o apoio de especialistas das diferentes certificadoras sustentáveis. Na Selva Central, comemorou-se a Semana Internacional do Comércio Justo, por meio dos convênios interinstitucionais assinados com a municipalidade provincial de Chanchamayo e com as universidades Daniel Alcides Carrión e dos Andes. Graças às facilidades oferecidas pela municipalidade, pôde-se fazer uma marcha e uma feira de produtos de organizações de pequenos(as) produtores(as) de Comércio Justo, palestras informativas e oficinas para universitários.
Outra atividade focada na juventude de Cusco foi o Estágio de Jaén, realizado em outubro. Neste, 20 jovens de 6 organizações interagiram com produtores(as) das cooperativas CENFROCAFE, La 24 Prosperidad y Sol e Café, da região Cajamarca.
Os(as) jovens foram capacitados em técnicas de produção de café, centros de excelência, avanços nos sistemas administrativos e comerciais, investimentos e desenvolvimento social, empreendimentos, além da coleta de informação. Em Piura, celebrou-se a Assembleia da Mesa de Diálogo. Esta teve a participação de 40 delegados(as) e sindicalizados(as) de 10 organizações bananeiras subscritoras do convênio marco de diálogo de trabalho. Além do mais, foram realizadas atividades lúdicas de reflexão e fraternidade, estimulando a interação, orientada a reforçar os relacionamentos no trabalho. A partir da subscrição do Convênio da Mesa de Diálogo, o processo de harmonização dos relacionamentos no trabalho nas organizações de banana tornou-se exitoso e reconhecido pelos diretivos das organizações de pequenos(as) produtores(as), bem como pelos trabalhadores(as) sindicalizados(as). No marco do projeto incremento de produtividade e qualidade de banana, financiado pela Fairtrade Alemanha, realizou-se um estágio nas organizações bananeiras na Colômbia, onde se conseguiu a aprendizagem para logo aplicar bio fermentos nos lotes demonstrativos de 6 organizações de Piura, com excelentes resultados, em termos de qualidade e produtividade. Na parte representativa e política, a coordenadora assumiu, com o apoio de CLAC, a organização da VII Assembleia Geral de CLAC, que se realizou nos dias 8 e 9 de novembro em Lima. Durante a Assembleia, foi aprovado o Plano Estratégico de CLAC 2019-2021 e foi eleito ao novo Conselho Diretivo de CLAC para o mesmo período.
Assembleia Mesa de Diálogo em OPPs de Banana
Curso de exportações
Assembleia Geral de CLAC
Estágio em Jaén
Coordenadora Paraguaia de Produtores de Comércio Justo, CPPCJ
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ara a Coordenadora Paraguaia de Produtores de Comércio Justo (CPPCJ), 2018 tem sido um ano de muitas conquistas e avanços, graças ao compromisso assumido pelos membros desta entidade que representa 10 organizações de pequenos(as) produtores(as) de cana-de-açúcar. De 2018 se ressalta o posicionamento das organizações através da CPPCJ, a articulação que possibilita a incidência política, bem como a promoção da participação de mulheres e jovens das áreas de intervenções. Também é bom ressaltar que a coordenadora trabalha sempre seguindo o plano estratégico, o qual marca a linha de trabalho desde 2017 até 2021, de maneira que se possa otimizar o trabalho sem descuidar o dia a dia de cada organização membro. Como política própria, a coordenadora segue fortalecendo as alianças estratégicas e o trabalho conjunto com organismos, tanto governamentais como não governamentais. O apoio oferecido por estas instituições permite que a CPPCJ possa seguir o rumo traçado. Entre as atividades mais ressaltantes do ano podem citar-se o reconhecimento Internacional a Arroyos y Esteros como primeira cidade de Comércio Justo do país. Por outro lado, em junho passado, realizou-se o II Encontro Latino-americano de Jovens no Comércio Justo no Paraguai, denominado “Jovens, agentes de mudança na agricultura familiar”.
O objetivo principal foi identificar estratégias e elementos inovadores para fortalecer a participação de jovens nas organizações e obter elementos chaves que nos permitam transversalizar a inclusão de jovens no Plano Estratégico de CLAC. Os participantes do encontro foram jovens produtores(as) de Comércio Justo de 16 países da América Latina e do Caribe que tinham entre 19 e 35 anos de idade. Os países representados pelos participantes foram a Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Peru e República Dominicana. Além do país anfitrião, Paraguai. Além disso, a CPPCJ atualizou o seu plano nacional de Incidência e participa ativamente na definição e execução do Plano Nacional de Cana- de-Açúcar, uma iniciativa que o governo nacional promove através do Ministério da Agricultura e Pecuária. Com relação ao eixo comercial, conseguiu-se melhorar os relacionamentos entre 5 organizações e o engenho açucareiro AZPA (Açucareira Paraguaia S.A.). No aspecto administrativo, conseguiu-se contratar uma secretária executiva da CPPCJ. Além disso, a CPPCJ já conta com um plano de comunicação que facilita o desenvolvimento de estratégias segundo atividades, para uma maior visibilidade das conquistas.
Equipe da coordenadora
Elaboração Plano Nacional de Açúcar
Finalmente, o compromisso da coordenadora é seguir crescendo e ser referentes a nível regional.
II Encontro de Jovens
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Coordenadora Nacional de Comércio Justo, Chile
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m 2018, a Coordenadora Nacional de Comércio Justo Chile (CNCJ-Chile) realizou ações para o desenvolvimento e crescimento do Comércio Justo no Chile e a região, executando atividades como desenvolvimento organizacional e fomento para as exportações. As principais atividades que tendem à incidência do Comércio Justo na sociedade civil e acadêmica estão dadas por atividades como a comemoração do Dia Internacional do Comércio Justo. Nesta data foi realizado um Seminário Internacional de Comércio Justo, com a participação de convidados internacionais, os quais expuseram sobre o comportamento de seus mercados, para logo visitar as organizações membros em seus lugares de origem. Com o anterior, promove-se o encadeamento comercial e a articulação entre empresas do setor. Nesta comemoração também houve a importante participação de Linda Vera, coordenadora de incidência de CLAC, quem expôs sobre o trabalho de CLAC a nível internacional e fortaleceu com a sua presença os vínculos com as universidades através da campanha de Universidades Latino-americanas pelo Comércio Justo. Por outra parte, por meio do trabalho em conjunto com a gestora de fortalecimento de CLAC, Ingrid Allende, realizou-se a oficina para a revisão de estândares. Além disso, celebrou-se a Assembleia Geral 2018, onde se elegeu o novo diretório da coordenadora, cujo período de vigência será 2018-2020.
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Com relação à instalação de capacidades e competências que fortaleçam as organizações de pequenos(as) produtores(as) sócios da CNCJ-Chile, foram realizadas diversas capacitações, oficinas e mesas de trabalho, que promoveram a inclusão de ferramentas orientadas ao aumento de capacidades de gestão em cada uma das empresas sócias. As oficinas e capacitações se enquadraram em projetos de fomento produtivo, apoiados por entidades como SERCOTEC (Serviço de Cooperação Técnica), DAES (Divisão de Associatividade e Economia Social do Ministério da Economia), PROCHILE (Fomento Exportações de Direção de Assuntos Internacionais), CORFO (Nodo Competitividade para empresas Comércio Justo), INDAP (Instituto Desenvolvimento Agropecuário que promove o crescimento dos pequenos(as) produtores(as) do Chile), entre outros. As áreas tratadas na instalação de capacidades foram áreas comercial e econômica, desenvolvimento social e agrícola. As oficinas mais relevantes foram: oficina de marketing e negócio, oficina Comércio Justo, liderado por Ingrid Allende, oficina comercial e trader internacional, oficina de fornecedores insumos e logística internacional, mulheres pelo Comércio Justo, mesas de trabalho de alimentos e vinhos, missões comerciais à Europa, visitas a feiras internacionais como SIAL Paris 2018, entre outros.
prováveis importadores de rubros de alimentos e vinhos, o apoio oferecido para a promoção internacional de produtos Comércio Justo Chile, OPPs dos escritórios de Fairtrade no mundo como de CLAC via ao seu desenvolvimento de mercados e GF. Além do mais, ressalta a gestão de difusão e o encadeamento com outras organizações a nível nacional, insertas no circuito de fomento à economia circular e colaborativa com desenvolvimento de material promocional, aparição em meios de comunicação local e nacional, bem como desenvolvimento de web associativa da CNCJ-Chile. Para a área de articulação e incidência com a sociedade civil como acadêmica, destacam-se reuniões de trabalho para a promoção do Comércio Justo no Chile, como política pública, apoiados pelo setor público nacional e em ministérios como os da Economia, Agricultura, Mulher e Equidade de Gênero e Desenvolvimento Social. Para as universidades, conseguiram-se grandes avanços em articulação com o meio e benefícios de projetos participativos com a Universidade Católica del Maule e a Universidade de Santiago, com as quais foi assinado o Convênio de “Voluntades” antes de finalizar 2018.
No que diz respeito à promoção e difusão dos produtos ofertados pela CNCJ-Chile e seu encadeamento com novas organizações, destaca-se o contato direto com
Universidade Católica del Maule
Coordenadora de Comércio Justo do Brasil – BRFAIR
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m 2018, o trabalho da Coordenadora Nacional de Comércio Justo do Brasil (BRFAIR) focou-se em apoiar e representar as organizações de pequenos(as) produtores(as) de Comércio Justo brasileiras, promovendo o fortalecimento e o desenvolvimento de seus membros, observando os princípios e valores do Comércio Justo. Desta forma, BRFAIR fez ênfase na difusão do Comércio Justo no Brasil, com eventos como a comemoração do Dia Internacional do Comércio Justo no município de Boa Esperança, em Minas Gerais, reconhecida como a cidade do Comércio Justo, e através da celebração da Semana de Cafés Fairtrade, na Universidade Federal de Lavras, que atualmente está em processo de ser reconhecida como Universidade pelo Comércio Justo. Outras duas atividades que merecem ser destacadas foram, primeiro, as consultas e revisões dos estândares e critérios para as organizações de pequenos(as) produtores(as), também realizada na Universidade Federal de Lavras, que ofereceu um espaço de diálogo e participação para esta atividade. E segundo, a construção participativa do planejamento estratégico da coordenadora, incluindo as demandas e sugestões das organizações, direção da BRFAIR e CLAC.
Finalmente, podemos destacar outras atividades realizadas em 2018:
Apoio a Terceira Visita de Técnicos de Café – Rede Café CLAC – Brasil.
Eleição e posse da nova direção da coordenadora nacional.
Projeto de monitoramento do impacto da certificação Fairtrade/aliança com UFV/CLAC 2018.
Participação da BRFAIR na reunião entre as coordenadoras nacionais de CLAC.
Participação no II Encontro Latino-americano de Jovens CLAC no Paraguai, em junho de 2018.
Participação da BRFAIR e associados no Primero e Segundo Fórum de Discussão sobre Comércio Justo e ético entre a União Europeia e o Brasil.
Participação dos delegados do Brasil na Assembleia Geral de CLAC e na reunião da Rede Café CLAC em Lima, de 7 a 9 de novembro de 2018.
Cooperação entre CLAC, BRFAIR e Fundação Hans Neumann. Realização de 3 oficinas sobre “Café & Clima” nas regiões do Sul de Minas, São Paulo e Matas de Minas. Participação de sócios da BRFAIR na Feira Coffe Expo, em Seattle, EUA de 19 a 22 de abril de 2018. Participação da BRFAIR e associados na Semana Internacional do Café em Belo Horizonte, MG.
Feira de Café
Realização do IV Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil. Premiação das organizações ganhadoras do IV Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil na Semana Internacional do Café 2018.
Torneio do melhor café Fairtrade
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Coordenadora Dominicana de Pequenos Produtores e Trabalhadores de Comércio Justo, COORDOM
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ano de 2018 foi cheio de desafios e oportunidades onde a Coordenadora de Comércio Justo da República Dominica (COORDOM) tirou o máximo proveito. Esta entidade conseguiu, por segundo ano consecutivo, realizar o encontro da rede de trabalhadores, onde participaram mais de duzentas pessoas que trabalham em uma vintena de plantações de banana. A rede apresentou suas contribuições para o bemestar social e os projetos desenvolvidos em suas comunidades através do uso do prêmio Fairtrade, entro os quais se destacam a construção de campos para a recreação saudável de crianças e adolescentes, construção e remodelação de moradias para sócios de escassos recursos, mutirões médicos e apadrinhamento a centros educacionais. Além disso, no meio do ano, realizou-se a assinatura que deu origem a declaração de “Mao, Cidade pelo Comércio Justo”. Neste evento, os cidadãos participaram com muita empatia, estiveram presentes tanto a prefeitura como também os centros de mães, clubes, associações e associações de moradores. Todos juntos promovendo a iniciativa como benéfica para a cidade por considerar que impulsionará de forma eficiente o comércio local. Esta atividade coincidiu com a comemoração do Dia Internacional do Comércio Justo, que aproveitou para promover os princípios em diferentes meios de comunicação, tanto radiais como televisivos.
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Um dos pontos em que mais houve interesse foi o relacionado com temas migratórios e regulamentação do estatuto dos trabalhadores(as) estrangeiros(as) no país. Por outra parte, como resultado de novas alianças, os trabalhadores(as) das associações e plantações certificadas Fairtrade, receberam formação em temas de finanças pessoais e gestão do orçamento familiar através da entidade bancária BHD León. As oficinas desenvolvidas durante o ano também abarcaram a capacitação de trabalhadoras em políticas de gênero, reforçando em temas como a igualdade e equidade, o respeito pela dignidade humana e a não violência contra a mulher. Desde a Coordenadora Nacional é um orgulho destacar os sucessos alcançados. No entanto, seguem presentes muitos desafios no setor agrícola, sendo a mudança climática um dos principais fatores que joga um papel contra devido à localização geográfica vulnerável do país. Isso afeta não só o bem-estar do meio ambiente de nossas comunidades, como também o aspecto produtivo e econômico das organizações e seus trabalhadores(as). Fazendo um balanço entre desafios e adversidades, conclui-se que COORDOM conta com as ferramentas necessárias para enfrentar as responsabilidades que lhe compete e com a suficiente disposição de seguir levantando a bandeira do Comércio Justo, perseguindo a intercâmbios comerciais mais equitativos, onde a dignidade humana não seja negociada e os direitos de todos(as) sejam respeitados.
Início do projeto cacau
Aliança com o banco BHD León
Rede Nacional de Trabalhadores(as)
Processo da Cidade de Mao
Coordenadora Haitiana de Pequenos Produtores de Comércio Justo - KOSEA
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ma das atividades mais destacadas no país foi a troca de experiências na feira agroecológica realizada na cidade de Belladere. No evento participaram representantes de organismos de cooperação internacional, organizações não governamentais e alguns atores do governo local. O objetivo foi promover o Comércio Justo, e os(as) produtores(as) dessa região em geral. Ao mesmo tempo, buscou-se identificar algumas organizações que pudessem ser parte da Coordenadora Haitiana de Pequenos(as) Produtores(as) de Comércio Justo (KOSEA). Além de dar promoção ao Comércio Justo, nessa feira, também foi possível observar os grandes desafios que KOSEA enfrenta a cada ano. Estes desafios estão intimamente vinculados com às condições de vida da maior parte da população. Dentro dos desafios que enfrentaram este ano os(as) produtores(as) tiveram a carência de sementes e plântulas de qualidade, assim como a necessidade de empoderar aqueles que se dedicam ao cultivo da terra e a comercialização de frutos para que comecem a dar valor agregado ao seu trabalho. No entanto, existe a esperança de gerenciar mudanças que promovam melhores cenários socioeconômicos. Portanto, o sistema de Comércio Justo considera-se uma importante contribuição para o país, através da implementação de novas estratégias para fazer um comércio mais sustentável, que promova e fortaleça novos sistemas de intercâmbio comercial, centrados no ser humano e no meio ambiente, melhorando as atuais condições de vida.
É por isso que, no final da feira, foi acordado manter a comunicação e, na medida do possível, gerenciar apoio para o plantio e renovação de terrenos agrícolas, assistência técnica para uma maior produtividade e para a diversificação e, sobretudo, impulsionar processos que contribuam a melhorar a qualidade de vida da população.
Portanto, considera-se que o Comércio Justo, nesta bela ilha do Caribe, tem grandes desafios para superar, no entanto, pode ajudar a conseguir e alcançar o sonho de muitas das organizações, centrado em uma soberania alimentar socialmente sustentável.
Por outro lado, no encerramento do ano, KOSEA convocou todas as organizações do país para, em conjunto, fazer um diagnóstico da situação atual das organizações e assim contribuir um roteiro para 2019, o qual poderá ser realizado com o apoio de CLAC. Um dos principais pontos que se destacaram foi a necessidade de aumentar e melhorar a produtividade, com um enfoque centralizado no bom manejo de práticas agrícolas que protejam o meio ambiente e contribuam para a melhoria da qualidade de vida de nossos(as) produtores(as). Também foi priorizado a formalização das associações e cooperativas no sistema, assim como a necessidade de legalizar KOSEA no país, prioridade para o ano 2019. Até o momento, isso não foi possível ser concretizado por diversos problemas burocráticos e políticos no país. O Haiti é um país com muito potencial. Isso é refletido em seu povo, que tem o desejo de desenvolver sua terra com uma ótima capacidade produtiva.
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FORTALECENDO NOSSOS MEMBROS
D
urante 2018, o fio condutor no trabalho de acompanhamento para as organizações membros de CLAC foram a co-criação do novo Plano Estratégico para CLAC, em preparação para a Assembleia Geral que foi realizada em novembro em Lima, Peru. A intenção foi de envolver o maior número de organizações para ter uma ampla base de referência no momento de receber os insumos para o desenvolvimento do novo Plano Estratégico que entra em vigor em 2019.
Anneke Theunissen Diretora de Operações
Em 2018, CLAC com sua equipe operativa conseguiu acompanhar 76% das organizações de Comércio Justo. Terminamos o ano de 2018 com um total de 905 organizações certificadas, das quais 87.5% são organizações de pequenos(as) produtores(as) e o 12.5% são organizações de trabalho contratado.
Isto segue uma tendência observada durante os últimos 3 anos e se explica devido a que muitos dos esforços em acompanhamento se concentram em fortalecimento organizacional, comercial e produtivo. Em primeiro lugar, com a intenção de criar e manter uma base sólida nas organizações para que elas depois possam também assumir desde suas próprias capacidades e estruturas.
Por meio de 20 oficinas em 15 países diferentes, com a participação de 333 organizações, foi facilitado uma primeira ronda de insumo na primeira metade do ano. No segundo semestre, o trabalho de consulta seguiu com as redes de produto e com as Coordenadoras Nacionais, para receber seus insumos sobre a primeira proposta desenvolvida, para chegar finalmente a aprovação do Plano Estratégico na Assembleia Geral. Naturalmente, estas não foram as únicas atividades realizadas. Muitas outras foram realizadas, conforme ilustrado abaixo com alguns exemplos destacados por região. Em geral, pode-se medir que o número de oficinas dadas, como também as visitas de assistência técnica e o número de reuniões de trabalho desse ano aumentaram. Visualiza-se um crescimento na participação ativa da juventude e das mulheres em nossas oficinas. A grande maioria das atividades de CLAC concentrouse na área de Fortalecimento Organizacional como nos eixos transversais e cumprimento de estândares, seguido por atividades em fortalecimento comercial, produtivo e, em menor medida, na área de fortalecimento financeiro.
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REGIÃO CONE SUL
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essa região podemos destacar no Brasil o trabalho com a Coordenadora Nacional do Brasil – BRFAIR – com uma participação ativa na Semana Internacional do Café, onde foram premiados os melhores cafés Fairtrade do Brasil, fizeram rondas de negócios, degustações e participaram de foros e reuniões com aliados estratégicos, como IWCA, a Associação Internacional de Mulheres de Café e a Plataforma Global de Café.
REGIÃO CONE SUL
Na região do Cone Sul, com os países do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, houve uma média de 90 organizações de Comércio Justo em 2018, principalmente produtores(as) de café (Brasil), frutas para sucos (Brasil, Argentina, Chile), uvas para vinho (Argentina e Chile), mel (Argentina, Uruguai, Brasil e Chile) e açúcar (Paraguai).
PAÍSES PRODUTOS Brasil Argentina Uruguai Paraguai Chile
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No Paraguai, destaca-se o trabalho em diagnósticos participativos com algumas organizações de base, como também a excelente organização do II Encontro Internacional de Jovens no Comércio Justo. Na Argentina e no Uruguai a Coordenadora binacional foi acompanhada em seu processo de criação e conseguiu organizar uma oficina interessante de caracterização do mel, onde participaram apicultores certificados da Argentina, Chile e Uruguai, dado por especialistas do INTA (Argentina) e Ecosur (México). No Chile, a Coordenadora Nacional foi apoiada em sua colaboração com o Governo para promover o Comércio Justo no país.
Café (Brasil) Frutas para suco (Brasil, Argentina e Chile) Uvas para vinho (Argentina e Chile) Mel (Argentina, Uruguai, Brasil e Chile) Açúcar (Paraguai)
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4º Competição do Melhor Café Fairtrade, Brasil
II Encontro de Jovens no Comércio Justo, Paraguai
Oficina de caracterização do mel, Argentina – Uruguai
ORGANIZAÇÕES
Coordenadora Chilena em evento com o Governo Chileno
REGIÃO ANDINA
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os dois maiores países, Colômbia e Peru, neste ano foi aplicada uma estratégia de regionalização, atendendo as organizações via oficinas regionais em 3 pontos diferentes por país (Norte, Centro e Sul). Nesses eventos, foram retomadas temáticas como a teoria da mudança climática da Fairtrade e o impacto dos projetos de investimento do prêmio Fairtrade.
REGIÃO ANDINA
A região Andina com os quatro países: Colômbia, Equador, Bolívia e Peru, representa a região com o maior número de organizações de Comércio Justo com uma média de 535 em 2018. Os principais produtos são café e cacau em toda a região, banana na Colômbia, Equador e Peru, quinoa na Bolívia, Equador e Peru, e outros produtos como ervas, nozes, frutas e verduras.
PAÍSES PRODUTOS Colômbia Equador Bolívia Peru
Café e Cacau (em toda a região) Banana (Colômbia, Equador e Peru) Quinoa (Bolívia, Equador e Peru) Ervas, nozes, frutas e legumes
Na Colômbia, junto com as organizações de trabalhadores, organizou-se o primeiro Fórum Acadêmico “Rumo à Sustentabilidade da Banana de Comércio Justo na Colômbia”, onde participaram 247 pessoas, entre pequenos produtores(as), trabalhadores(as), empresários e atores do sistema Fairtrade. A Rede Quinoa realizou na Bolívia uma reunião bem-sucedida com 64 representantes de 12 organizações de quinoa da Bolívia, Peru e Equador. Há alguns anos, no Equador, vem se destacando uma grande articulação do Comércio Justo por parte das organizações de base com o Governo.
535
I Foro académico “Rumo à Sustentabilidade da Banana na Colômbia”
I Foro académico “Rumo à Sustentabilidade da Banana na Colômbia”
Reunião Rede Quinoa, Bolívia
ORGANIZAÇÕES
Fórum acadêmico com autoridades de Riobamba, Equador
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REGIÃO CARIBE
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ais da metade das organizações do Caribe se encontram na República Dominicana, que é onde concentram-se também a maioria das atividades de apoio de CLAC.
REGIÃO CARIBE
O Caribe representa um total de 81 organizações distribuídas em diferentes ilhas e produzindo principalmente banana na República Dominicana e nas Ilhas de Barlavento; açúcar em Belize, Cuba e Jamaica; cacau e café na República Dominicana e Haiti.
No ano 2018 podemos destacar a assinatura do acordo por dois anos com o Banco BHD León e o Cento MiPymes da Universidade Pedro Henríquez Ureña, para sustentabilidade financeira das organizações de pequenos(as) produtores(as) – banana e cacau – e plantações de banana e da Mesa de Trabalho para a incidência na política migratória dominicana conformada por CLAC, o PNUD, a OIT, ADOBANANO e representantes de organizações de produtores(as) de pequena escala e organizações de trabalhadores(as). O Haiti viveu este 2018 um ano difícil a nível políticosocial, complicando o trabalho de acompanhamento às organizações neste país, enquanto que em Cuba foi possível apoiar com assistência técnica e com a comemoração do Dia Internacional do Comércio Justo. Com as organizações de cana-de-açúcar em Belize, pudemos seguir oferecendo a assistência técnica a nível produtivo, como também dentro do tema de bem-estar infantil.
Assinatura do acordo com o banco BHD León, República Dominicana
Assistência técnica, Cuba
Comemoração do dia do Comércio Justo, Cuba
PAÍSES 34
República Dominicana Haiti Cuba Jamaica Ilhas Windward
PRODUTOS
Banana (República Dominicana e Ilhas W.) Açúcar (Belize, Cuba e Jamaica) Cacau e café (República Dominicana e Haiti)
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ORGANIZAÇÕES
Oficina de indução ao projeto, República Dominicana e Haiti
REGIÃO AMÉRICA CENTRAL E MÉXICO P
ara essa região destaca-se o trabalho para fomentar o valor do café por meio de um circuito de oficinas de melhores práticas no campo em todos os países como oficinas em manejo de risco; estudo de mercados local na Costa Rica e México, e concursos de xícara de excelência na Costa Rica, Nicarágua e Guatemala.
REGIÃO AMÉRICA CENTRAL E MÉXICO
Na América Central e no México há aproximadamente umas 200 organizações. A maioria são organizações de café (México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica), seguido por mel (México, Guatemala e Nicarágua). Mas também há organizações que produzem banana (Costa Rica, Panamá e México), outras de frutas frescas (Costa Rica, México), verduras (Guatemala e México), cacau (Panamá, Costa Rica e Nicarágua) e açúcar (Costa Rica e El Salvador) na região.
PAÍSES PRODUTOS México Guatemala El salvador Honduras Nicarágua Costa Rica Panamá
Em todas as atividades dessa região, o enfoque de transversalidade também esteve muito presente. Realizaram-se duas Escolas de liderança na Guatemala e El Salvador, um piloto de Cumprimento Social na Guatemala. Em todos os países existem comitês de inclusão nas Coordenadoras Nacionais estabelecidas e foi realizado um estudo de Soberania Alimentar no México. Finalmente, visualizando os planos para 2019, a Estratégia de Fortalecimento e Desenvolvimento encontra-se em processo de revisão para poder apresentar na próxima Memória Anual de CLAC.
Café (México, GT, ES, HN, NIC e Costa Rica) Mel (México, Guatemala e Nicarágua) Banana (Costa Rica, Panamá e México) Legumes (Guatemala e México) Cacau (Costa Rica, Panamá, Nicarágua) Açúcar (Costa Rica e El Salvador)
200
Treinamentos em qualidade do café, México
Treinamentos em qualidade do café, Nicaragua
Escola de liderança feminina, Guatemala
ORGANIZAÇÕES
Horta em Majomut, soberania alimentar, México
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COMISSÃO DE ESTÂNDARES É
responsável por atender tudo o que estiver relacionado com estândares, para melhorar e ampliar a participação dos(as) pequenos(as) produtores(as) e trabalhadores(as), na conformação de estândares de acordo com suas realidades e apoiar o trabalho do representante de CLAC diante do Comitê de Estândares da FI.
COMISSÃO DE ESTÂNDARES
CLAC organizou o trabalho de estândares a nível operativo desde a coordenação de estândares e a nível político na Comissão de Estândares (CECLAC). Desta forma, conseguiu dar seguimento a todos os processos de revisão, desenvolvimento e implementação dos estândares da Fairtrade International (FI). CECLAC é uma comissão técnica de trabalho permanente, com membros do Conselho de Diretores de CLAC, criada em março de 2015 e composta por Luis Martínez (México), Sonia Murillo (Costa Rica), João Gasperini (Brasil), Milton Gonzaga (Peru) e Miguel Mateo (Guatemala e membro do Comitê de Estândares na Fairtrade International). 36
Durante 2018, os membros da CECLAC reuniram-se em 23 ocasiões. Houve, também, duas importantes reuniões virtuais e uma oficina presencial com as Coordenadoras Nacionais, para discutir a metodologia de consulta, o relatório de resultados da revisão do estândar de OPP e para explicar o trabalho da CECLAC, procurando maior apoio por parte das Coordenadoras Nacionais. Entre os projetos de revisão de estândares nos que participou, destacam-se: a revisão do estândar de organizações de pequenos(as) produtores(as) e a revisão de preços e modelos de preços de cacau, em ambos com uma forte incidência, tanto no processo como nos resultados. Este ano, buscaram-se soluções a dificuldades na implementação de novos requisitos relacionados com frutas frescas, redução do prêmio para mamão, redução dos preços do abacaxi e luta pela inclusão da revisão do preço de suco de laranja.
RESULTADOS 2018 EM BREVE: Participação em todos os processos de revisão de estandâres da Unidade de Estândares dE FT e que aplicavam para América Latina e o Caribe (11 no total).
Realização da segunda ronda de consulta na revisão do estândar das organizações de pequenos(as) produtores(as) e cacau (fazendo contribuições para a metodologia, documentos de consulta, coordenação de oficinas, tempos, qualidade da informação, etc.) Avanços na coordenação interna (Coordenadoras Nacionais, Redes de produtos, Equipe Operativa) e externa (Redes de produtores(as) e seus representantes no SC). Maior retroalimentação oferecida para o representante de CLAC no Comitê de Estândares, o que permite uma maior representação neste comitê global. Contribuições de CLAC ao sistema Fairtrade através de estândares. Alguns exemplos são: aprovação pelo Comitê/Unidade de Estândares da proposta de preço mínimo, prêmio e prima orgânica para cacau. Em relação ao tema de OPP, foram aprovadas 37 propostas (de 47) enviadas e/ou com as que CLAC estava de acordo. De igual maneira, foram aprovadas, a exceção de 30 hectares para frutas frescas no Brasil e Argentina para laranja para sucos e uvas para vinhos. Estes resultados, foram possíveis graças ao árduo trabalho que realizam as CNs, as redes de produtos e a equipe operativa.
PROGRAMAS E PROJETOS
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COLABORAR PARA AMPLIAR NOSSO IMPACTO
018 permitiu vislumbrar os primeiros frutos deste modelo. Em um entorno que constantemente empurra a competir, é demonstrado que colaborar é possível e que permite a obtenção de metas ambiciosas.
COLABORAR ENTRE IGUAIS
Equipe de Programas e Projetos
Quando em 2016 CLAC decide implementar a Unidade de Gestão de Programas e Projetos, o desafio era que o trabalho desta unidade fosse articulado com outras ações de CLAC para desenvolver um modelo de trabalho que respondesse à natureza, princípios, valores e missão que CLAC tem como instituição.
2017, com apoio da Fairtrade Alemanha e coexecutado com a CNCJ-Peru, começou o projeto “Melhora da competitividade da banana orgânica de organizações de pequenos produtores”. Este ano durante seu encerramento, Jim Pol, filho de produtores e técnico da organização APBOSMAN, expressou: “uma das coisas que resgato deste projeto é que unificou as 6 organizações, e me deu muito prazer porque antes o trabalho era individual, agora as 6 estamos trabalhando de forma sincronizada, quebrando barreiras, fazendo laços de amizade e coordenando ativamente. O que me motivou muito é que quase todas as organizações têm problemas similares e agora os resolvemos em conjunto”.
SER ESPELHO PARA OUTROS 2016, com apoio da Fairtrade Alemanha, Supermercado Lidl e em co-execução com CNCJ-Bolívia, deu início o projeto “Jovens liderando a adaptação à mudança climática no café de Comércio Justo na Bolívia”. Para avaliar o avanço deste projeto, realizam anualmente avaliações participativas.
Como resultado dessas avaliações, detectou-se que durante 2018 jovens que foram preparados(as) como promotores(as) no projeto, atualmente oferecem apoio ao Programa Nacional de Café. Este programa do governo boliviano é um espaço onde os(as) jovens estão influindo para a adoção de práticas agroecológicas que permitam o incremento da produção e resiliência à mudança climática de famílias produtoras de outras organizações. O efeito multiplicador também ocorre em outras comunidades. Por exemplo, sr. Esteban Bohóquez, presidente da organização COAINE, explica como “os produtores em cada comunidade são como um espelho, viram o que existe e mostraram para outros produtores(as) que começaram a fazer o mesmo. Fico feliz pela iniciativa porque sei que em 3 ou 4 anos da organização vai voltar a ser o que era”. Os membros estão influindo nos orçamentos participativos de seus municípios para que sejam financiadas novos lotes demonstrativos e mais famílias possam olhar-se nesse espelho. Desta maneira, famílias fora do sistema Fairtrade estão aprendendo da experiência e melhorando sua produção e renda. Num cenário em que há recursos limitados, os membros demonstram que se aliar com outras organizações pode aumentar o impacto. Esse é o espírito que, como parte do movimento por um Comércio Justo, CLAC promove. 37
COLABORAR COM OUTROS ATORES DO SISTEMA
Isto com o apoio de 8 sócios estratégicos que estão co-financiando estas ações. Além disso, foram elaboradas 11 propostas de projetos.
Durante estes anos, o apoio de outros atores do sistema como as National Fairtrade Organisations (NFO´s) e sócios e sócias e em conjunto começam a A seguir, estão as conquistas mais relevantes: empreender novos desafios. No final de 2018 iniciou- Melhora da competitividade da banana orgânica se o segundo Programa Finlândia, que é co-financiado das organizações de pequenos(as) produtores(as) pelo Governo e Povo da Finlândia e outros aliados peruanos(as) do sistema Fairtrade. Diferencia-se do primeiro por seu forte enfoque pelos direitos humanos, o qual Com o objetivo de contribuir com a melhora da tem impulsionado a abordagem de novas áreas de qualidade vida dos pequenos(as) produtores(as) e intervenção. das famílias envolvidas na exportação de banana orgânica Fairtrade do Peru, em conjunto com a O programa está comporto por 4 projetos: projetos CNCJ implementou-se este projeto que finalizou INTERCÂMBIO que busca incrementar as capacidades em 2018 com as seguintes conquistas: de incidência diante da mudança climática, projeto Chanjman nan clima que busca diminuir a 37 técnicos(as) foram capacitados(as) em vulnerabilidade diante da mudança climática nas manejo e controle populacional e replicam o famílias produtoras do Haiti (no entanto, este iniciará aprendido nos lotes demonstrativos de suas em 2019), projeto Mel para o Futuro na Guatemala e organizações. o projeto de Tabalhadores(as) Construindo Sinergias que contribuirá o empoderamento dos e das 122 produtores(as) capacitados(as) através trabalhadores(as). das réplicas de suas equipes técnicas. Além disso, foi aprovado o projeto Tchibo Join Forces 100% das organizações de pequenos(as) em Honduras. Neste projeto estamos colaborando produtores(as) contam com um departamento com 3 OPPS cafeeiras do país, um sócio comercial e de produção encarregado do controle de um exportador de café. É o primeiro projeto onde qualidade e certificações em funcionamento. CLAC colabora diretamente com tantos atores da cadeia de valor e esperamos poder aprender muito 175% de aumento na participação das desta experiência. organizações de pequenos(as) produtores(as) de banana nos espaços gremiais (Junta Em 2018 finalizou com 14 projetos ativos em 7 países, Nacional de Banana) e nos processos de 4 regiões, 7 produtos e 7 eixos transversais que fazem tomada de decisões depois da participação na parte da estratégia de CLAC. escola de liderança.
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90% das pessoas capacitadas informam que melhoraram suas capacidades para liderar equipes, falar em público e participar nos espaços de sua organização.
Empoderamento de mulheres e Segurança Alimentar nas famílias cafeeiras da Associação de Produtores de Origen Frutos Bosque del Inca Este projeto busca melhorar a segurança alimentar das mulheres e famílias de produtores de café, mediante a produção agrícola ecológica, diversificação da dieta dos lares, a identificação dos cultivos demandados pelos mercados locais para diversificar e aumentar as rendas familiares. Em 2018 conseguiu-se:
20 membros de OPP diversificaram a dieta dos lares, identificando os cultivos que são demandados pelos mercados locais e feiras comerciais, aumentando a renda dos lares e produzem, pelo menos 5 variedades de hortaliças em suas hortas. 10 membros incrementaram produtividade a 20 QQ/ha e cada sócia entrega 10 QQ de cafés especiais com 83.5 pontos na xícara. 10 membros implementaram infraestruturas de secagem do café.
Jovens liderando a adaptação à mudança climática no café de Comércio Justo em Caranavi (Bolívia) O projeto tem como objetivo de impacto contribuir o fortalecimento organizacional das OPPs para ser mais resilientes diante da mudança climática; melhorando os sistemas produtivos de café orgânico e desenvolvendo as capacidades de jovens líderes. Para consegui-lo, CLAC propôs trabalhar com as organizações para aumentar as capacidades de adaptação à mudança climática, através da formação de jovens líderes em aspectos produtivos, de qualidade, mercados e liderança e replicar estas formações em suas organizações para mais de 300 produtores(as).
PROJETO MELHORIA DA COMPETITIVIDADE DA BANANA
Adicionalmente se está trabalhando na renovação de cafezais com variedades resistentes ao ferrugem do café e de boa qualidade na xícara. Até agora as conquistas do projeto são: 95% dos produtores(as) participantes do projeto de OPPs percebem que os usos de práticas da agricultura sustentável têm um impacto positivo na produtividade e/ou qualidade de cultivos e resiliência à mudança climática, até 2018, superando a meta planejada para o início do projeto.
AVALIAÇÃO DO PROJETO LIDL
89.13% dos produtores(as) participantes do projeto de OPPs reduzem o ano e a perda de área cultivável pelas principais pragas do café (ferrugem, broca e olho de galo) nos sistemas produtivos de café. 90% de OPPs com equipe técnica, promotores e/ou diretiva capacitados em mudança climática e replicam capacitações em suas bases, até 2018, superando a meta planejada para o início do projeto.
INÍCIO DO PROJETO BOSQUES DEL INCA
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CRESCIMENTO E VINCULAÇÃO COM MERCADOS FORTALECIMENTO DAS REDES DE PRODUTO Todas as redes de produto desenvolvem suas reuniões de trabalho para compartilhar informação e definir suas estratégias para os próximos anos. É de destacar o trabalho ativo das redes de café, cacau, banana e mel, as quais conseguiram definir de maneira conjunta seus planos estratégicos para os próximos 3 anos, contribuindo assim para a estratégia global de CLAC de fortalecimento produtivo e comercial de seus membros. Equipe de Produtos e Mercado
2018 foi um ano de muito trabalho para as diferentes redes de produto, as quais agrupam os representantes das organizações de produtores(as) dos principais produtos de Comércio Justo da América Latina e do Caribe (café, cacau, banana, açúcar, mel, sucos e frutas, quinoa).
Durante 2018, todas as redes de produto desenvolveram suas assembleias no marco da Assembleia Geral de CLAC, nas quais escolheram seus comitês técnicos e seus representantes no Conselho de Diretores de CLAC.
ESTUDOS SOBRE CUSTOS E RENDAS DE PRODUTORES DE CAFÉ E BANANA Em coordenação com Fairtrade International, CLAC empreendeu diferentes estudos para ajudar a determinar o que seria uma renda digna para produtores(as) de café e banana em diferentes países da América Latina e do Caribe. Em 2018, iniciaram os estudos da linha base na Guatemala, Nicarágua e Colômbia para café e no Peru, Equador, Colômbia e República Dominicana para banana. Os estudos consistem no levantamento de informação sobre custos de produção e renda a nível de produtores(as), com a implementação de cadernos de campo e sobre custos a nível de
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organizações dos mesmos produtores(as), para determinar as rendas atuais dos produtores(as) em diferentes contextos e dessa maneira medir a brecha com a renda digna. Estes estudos devem fornecer informação de primeira mão e se realizará em um período mínimo de dois anos para assegurar maior consistência da informação. Este trabalho continuará em 2019.
TREINAMENTOS PARA MELHORAR A PRODUÇÃO E QUALIDADE DO CAFÉ Durante 2018, CLAC realizou uma série de atividades em conjunto com as organizações de pequenos(as) produtores(as) de café com o objetivo de melhorar a produção e qualidade de seu produto. Como parte desse processo, realizaram-se duas viagens por América Latina para técnicos de café na Guatemala e no Brasil. As viagens com 29 participantes de 10 países, consistiram em capacitações, apresentações e intercâmbios com um enfoque em temas como boas práticas agrícolas, processos alternativos para cafés especiais e a transferência de tecnologia, entre outros. Além das viagens, a equipe de café de CLAC desenvolveu treinamentos de qualidade na Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua e Peru. O objetivo dessas oficinas era fomentar a produção e oferta de cafés especiais nas organizações de café de Comércio Justo, assim como melhorar a qualidade do café em geral.
Desta forma, a equipe de CLAC, junto com os(as) produtores(as) e técnicos(as), realizaram práticas de campo, incluindo prognósticos de colheita, caracterização e classificação dos grãos, processos de café (natural e honey), entre outros. Em seguida, a informação coletada no campo foi processada e realizaram avaliações sensoriais no laboratório. As oficinas serviram para que as organizações participantes aprendessem como cultivar e processar cafés de diferentes maneiras e assim poder melhorar sua qualidade. No total, foram realizados 12 oficinas com a participação de 339 pessoas de 79 organizações de pequenos(as) produtores(as), entre elas, 161 técnicos(as) de café, 164 produtores(as) e 14 degustadores(as).
da implementação de uma estratégia integral de fortalecimento. Os resultados esperados abrangem a melhoria dos níveis de produção e qualidade do mel das organizações em um contexto de mudança climática, o aumento das capacidades de comercialização, a negociação e acesso a mercados nacionais e internacionais e o fortalecimento das capacidades de liderança e incidência e dos conhecimentos sobre mudança climática da Rede Mel de CLAC. Por outra parte, com o objetivo de gerar ferramentas que deem resposta para a problemática da mudança climática na apicultura, CLAC desenvolveu um Guia de Boas Práticas em um contexto de Mudança Climática em cooperação com ECOSUR no México e INTA na Argentina. Também foram realizadas capacitações na Guatemala para as organizações desses país e na Argentina para as organizações do Cone Sul. O impacto mais importante deste projeto é que os(as) apicultores(as) de Comércio Justo de LAC agora têm acesso a uma ferramenta que proporciona informação, compartilha conhecimentos e identifica alternativas para que os(as) produtores(as) possam prevenir e combater melhor os efeitos das mudanças climáticas.
DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES DOS PRODUTORES DE MEL Em apoio as organizações apícolas da América Latina, CLAC lançou o projeto “Mel para o futuro” na Guatemala. É um projeto de quatro anos, financiado pelo governo da Finlândia, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das e dos apicultores(as) guatemaltecos(as) de Comércio Justo e a competitividade de suas organizações através
PREVENÇÃO DO FUSARIUM E SAÚDE DOS SOLOS NA BANANA CLAC desenvolveu uma campanha de prevenção da doença da murcha de Fusarium (Foc R4-T) em todos os países de produção de banana Fairtrade da região. América Latina e o Caribe seguem até o momento livres dessa doença responsável pela destruição de numerosos cultivos de banana em vários países da Ásia e da África. CLAC desenvolveu materiais didáticos (banners, cartazes, folhetos) para conscientizar os produtores(as) sobre o alto perigo que essa doença representa para o continente latino-americano e sobre as medidas que devem implementar para evitar a contaminação de seus cultivos. Além desses materiais, que foram distribuídos para os(as) produtores(as) de banana da região, CLAC introduziu o tema do Fusarium R4T em diversas oficinas de capacitação desenvolvidos com os mesmos produtores(as). CLAC colabora também ativamente com outros atores da indústria no grupo de trabalho do Fórum Mundial de Banana sobre o tema do Fusarium. Além disso, CLAC seguiu com a implementação de seu Programa de Incremento de Produtividade (PIP) nos diferentes países da região. Este programa se enfoca na melhoria da saúde dos solos que, além de ajudar a melhorar a produtividade das propriedades, favorece uma maior capacidade de resistência diante a diferentes doenças. 41
GARANTIA DE QUALIDADE E INOCUIDADE PARA OS PRODUTORES DE RAPADURA No rubro da cana-de-açúcar, em 2018 teve um enfoque particular na produção de rapadura. Neste sentido, CLAC realizou um total de seis capacitações técnicas a organizações na Colômbia, Equador, Guatemala e Peru. Estas capacitações tiveram o objetivo de garantir a qualidade e inocuidade na produção da rapadura granulada. Com uma metodologia presencial e participativa, as oficinas permitiram identificar os pontos chaves na produção e implementar processos de controle de qualidade nos mesmos, integrando as equipes de uma maneira mais humana. Também sensibilizou as e os participantes sobre a normativa Fairtrade nos processos de produção.
Na Specialty Coffee Expo, por exemplo, os(as) produtores(as) participantes receberam apoio com sua hospedagem e registro, além de ter a oportunidade de expor seus cafés em degustações especiais. Outros eventos onde participamos foram em: Fruit Logistica, Biofach, World Cocoa Conference e ACORBAT, na edição das feiras de cafés especiais nos Estados Unidos, Europa, Japão e Coreia. Como parte deste trabalho, CLAC realiza visitas a mercados e clientes importantes, fomentando assim relações sustentáveis ao longo prazo. Através da participação em eventos internacionais e viagens comerciais, CLAC continua trabalhando na sensibilização sobre o Comércio Justo e os esforços dos pequenos(as) produtores(as) da América Latina e do Caribe.
No total, participaram 319 pessoas, onde 28% foram mulheres, de seis organizações em quatro países. A partir deste processo, CLAC seguirá trabalhando junto com as organizações para que a produção da rapadura seja sustentável a longo prazo.
COMUNICAÇÃO DE IMPACTO PARA MERCADOS
PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS E EVENTOS
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Para continuar promovendo os produtos de Comércio Justo no mercado internacional, ao longo de 2018, CLAC participou em feiras e conferências em diferentes partes do mundo. Desta maneira, em conjunto conseguiu oferecer apoio comercial para as organizações de pequenos(as) produtores(as).
Com o objetivo de demonstrar o impacto do Comércio Justo na América Latina e no Caribe, em 2018, a Unidade de Produtos e Mercado deu acompanhamento ao desenvolvimento de materiais de comunicação. Desta maneira, foram realizados seis boletins de produto em inglês e espanhol expondo projetos e atividades realizadas no campo graças ao apoio de CLAC. Estes boletins foram compartilhados com as organizações nacionais do sistema Fairtrade, e também a clientes e sócios estratégicos.
Também foram realizados 5 vídeos no Peru, mostrando o impacto do Comércio Justo nas organizações de pequenos produtores(as) de café. No marco da Assembleia Geral da Fairtrade International, CLAC realizou a primeira Feira de Impacto em San José, Costa Rica. Durante a feira, as Redes de Produto de CLAC, a Coordenadora Nacional de Comércio Justo da Costa Rica-Panamá, além das outras redes de produtores(as) Fairtrade África e Fairtrade Ásia – Pacífico, expuseram seus produtos e o trabalho que realizam diante dos atores do sistema Fairtrade assim como público geral. Finalmente, CLAC continuou com o desenvolvimento do projeto de perfis comerciais, coletando e atualizando informação no campo para que cada organização conte com seu perfil.
INCIDÊNCIA CULMINANDO A ESTRATÉGIA DE INCIDÊNCIA CLAC 2015-2018
Linda Vera Coordenadora de Incidência CLAC
En el año 2018 se da por terminada la estrategia de Incidencia de CLAC, marcando así un nuevo comienzo para evaluar el proceso emprendido durante estos tres años. En los cuales, se ha logrado desarrollar capacidades a lo interno de CLAC y las Coordinadoras Nacionales para desarrollar activamente estrategias de incidencia y alianzas estratégicas.
Com base com o que foi aprendido, deu início a uma segunda etapa onde, no marco de uma futura atualização da estratégia de incidência de CLAC, será dado maior ênfase para a participação das organizações de pequenos(as) produtores(as) e trabalhadores(as) de Comércio Justo nas políticas públicas e na promoção do Comércio Justo em aliança com diversos atores. Durante 2018 foram avaliadas e atualizadas as estratégias de incidência das seguintes Coordenadoras Nacionais:
EQUADOR No Equador, destaca-se a ativa participação da Coordenadora Equatoriana de Comércio Justo na criação da estratégia equatoriana de Comércio Justo, impulsionada pelo Ministério de Relações Exteriores e que busca ser uma política pública de referência na região. Além disso, a Coordenadora teve um papel fundamental nas campanhas de Riobamba como Cidade pelo Comércio Justo e a Escola Superior Politécnica de Chimborazo, ESPOCH, como Universidade pelo Comércio Justo. BOLíVIA Na Bolívia, a Coordenadora Boliviana de Comércio Justo avaliou sua estratégia de incidência destacando conquistas no setor de artesanatos e turismo, e um maior conhecimento do Comércio Justo por parte de atores público e programas de governo.
Em suas ações futuras a ênfase está em conseguir uma legislação ou marco regulatório sobre Comércio Justo a nível de país na Bolívia.
EL SALVADOR El Salvador avaliou suas ações de incidência, valorizando principalmente sua participação em instâncias de discussão sobre a problemática do café. A ênfase da coordenadora para os próximos anos estão em incidir para diminuir a vulnerabilidade deste produto que atualmente se vê ameaçado pelo baixos preços e efeitos da mudança climática, aproveitando os espaços ganhos por parte da Coordenadora.
PARAGUAI O Paraguai encontra-se participando da mesa de diálogo e elaboração sobre o Plano Nacional de Cana-de-açúcar. Desde a evolução de sua estratégia de incidência foram valorizados avanços que tiveram em termos de crescimento e reconhecimento da Coordenadora e a projeção está baseada em conseguir que o Plano Nacional de Açúcar contenha um enfoque de Comércio Justo 43 e produção orgânica.
Em 2018 também foi comemorado a reativação do grupo global de incidência dentro do sistema Fairtrade que participam NFOs e redes de produtores(as), e que avança significativamente para articular agendas e ações a favor do Comércio Justo com um enfoque global e uma melhor coordenação.
MARCALA
GRÉCIA
CIDADES PELO COMÉRCIO JUSTO: Durante o ano de 2018 conseguiu-se a declaração de três novas cidades pelo Comércio Justo na região.
ARROYOS Y ESTEROS
Em 6 de abril de 2018, a cidade de Arroyos y Esteros foi declarada como primeira Cidade de Comércio Justo no Paraguai.
Durante a sessão do mês de setembro de 2018 o Comitê Regional da Campanha Cidades e Povos Latinoamericanos pelo Comércio Justo (CLAC, WFTO, SPP) realizou a avaliação do cumprimento dos critérios da campanha por parte do comitê de Grécia, cidade da Costa Rica, que aderiu à campanha desde a promoção COMSA (Café Orgânico Marcala) tem sido a cooperativa de seu produto estrela, o café orgânico. de pequenos(as) produtores(as) que liderou este processo na cidade e impulsionado este importante A organização COOPEVICTORIA foi um ator muito reconhecimento como Cidade pelo Comércio Justo na importante na conquista deste reconhecimento, impulsionando desde os próprios produtores(as) América Latina. a promoção do Comércio Justo na cidade e o Dentro do cumprimento dos critérios por parte de envolvimento de diversos atores para promover a Marcala, destacam-se os pontos de venda de produtos campanha a nível local. A prefeitura de Grécia, em de Comércio Justo, as feiras e atividades culturais de seu acordo municipal N° 14, aprova por unanimidade promoção, assim como a gestão de projeto focados o apoio a campanha como parte da administração em fortalecer a campanha, como concursos para pública e ator fundamental para conseguir incidência difusão do consumo responsável. Outro ponto a nas políticas municipais de promoção do Comércio destacar tem a ver com as irmandades com outras Justo. cidades no mundo que Marcala promoveu durante o desenvolvimento da campanha. Marcala em Honduras é outra das cidades reconhecidas oficialmente durante a sessão de setembro do comitê regional da campanha de Cidades e Povos Latinoamericanos pelo Comércio Justo, a primeira no país da América Central.
O comitê local conformado por 1) A municipalidade de Arroyos y Esteros (autoridades locais); 2) Cooperativa Manduvirá, Cooperativa El Arroyense e Cooperativa Montillo (produtores(as) de Comércio Justo); 3) Escola Nacional Carlos A. López e Green Bike (sociedade civil), continua garantindo o cumprimento dos critérios O café orgânico é o produto estrela desta iniciativa, da campanha, mantendo assim o compromisso da onde se destaca o ativo envolvimento dos e das cidade com o Comércio Justo. produtoras de Comércio Justo. A promoção da campanha de Cidades pelo Comércio Justo tem Arroyos y Esteros tem se destacado pela ativa estado acompanhada por uma forte promoção de promoção do voluntariados e pelas feiras locais de café orgânico de Marcala desde o aspecto produtivo, social e cultural. 44 Comércio Justo durante 2018.
GÊNERO E INCLUSÃO JUVENIL P
rimeiro, a institucionalização destes enfoques em todos os âmbitos de trabalho se orienta para garantir sua aplicação em diferentes ações encaminhadas a fortalecer seus membros. Segundo, focado no empoderamento de mulheres e jovens com estratégias específicas de acordo com suas necessidades e interesses, e um terceiro elemento é a criação de alianças internas e externas.
Equipe de Gênero / Geracional
Em 2018, foram promovidos espaços de encontros e trocas de experiências, assim como oficinas de sensibilização focadas em temas de gênero e masculinidades. Também promoveu reuniões com juntas diretivas e comissões de inclusão das organizações para análise e planejamento de ações.
Entre elas a implementação de Escolas de liderança em 8 OPPs da Guatemala e El Salvador com a participação de 160 mulheres e oficinas de treinamento sobre o uso da caixa de ferramentas para a transversalização do gênero com participação do México, Guatemala, El Salvador, Equador e Colômbia. Nessas ações houve a participação de 1.345 pessoas, onde 47% era mulheres e 53% homens, de 14 países (Costa Rica, República Dominicana, Guatemala, El Salvador, México, Nicarágua, Colômbia, Argentina, Paraguai, Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Cuba).
A inclusão de mulheres e jovens é um elemento chave para a sustentabilidade das famílias agricultoras e das organizações de Comércio Justo. Por esta razão, em CLAC promove-se o enfoque de gênero e geracional como parte dos eixos transversais.
45 ENCERRAMENTO DA ESCOLA DE LIDERANÇA PARA MULHERES – GUATEMALA
A nível de CLAC, foi mantida a presença das mulheres e jovens nas redes sociais, como protagonistas de mudança nas organizações. Da mesma forma, continua impulsionando alguns projetos pilotos para obter aprendizagens para ser replicados em outros países da região, tais como o programa de inclusão de gênero e jovens em aliança com TRIAS CAM implementados em El Salvador, projeto de jovens e mudança climática em café com o apoio de Lidl na Bolívia, entre outros.
ENCONTRO DE JOVENS NO COMÉRCIO JUSTO, PARAGUAI Na inclusão de jovens, um dos grandes desafios foi no mês de setembro, com a aprovação da estratégia de inclusão de jovens por parte do Conselho Diretivo de CLAC, de maneira conjunta com a aprovação de um fundo de crédito para jovens para ser executado em 2019 com a finalidade de impulsionar financeiramente iniciativas produtivas e comerciais de jovens relacionados com organizações de pequenos(as) produtores(as) no Comércio Justo, membros de CLAC. Também foi realizado o II Encontro Latino-americano e do Caribe de Jovens em Comércio Justo, reunindo jovens de 19 países, onde foi evidenciado seus interesses por continuar na agricultura e trabalhar para que seja sustentável. Identificando como desafio, a necessidade de inovar nas técnicas de produção, devido às mudanças que enfrenta a agricultura, assim como a necessidade de resgatar os saberes locais ancestrais, entre outros.
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Foi promovida a participação de jovens em trocas de experiências, capacitações sobre liderança, empreendimento, análise de contexto e identificação de oportunidades e comitês em 13 países (Brasil, Costa Rica, RD, Guatemala, El Salvador, México, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Paraguai, Nicarágua, Argentina). Da mesma forma, impulsionaram reuniões para incidir nas agendas das organizações em favor da participação de jovens e coordenação com outras instâncias, contando com um total de 1.100 participantes, 28% mulheres e 72% homens. No marco da VII Assembleia Geral Ordinária de CLAC realizou-se um Encontro de Mulheres e Jovens, com 52 participantes, 67% mulheres, das quais 44% eram jovens, e 33% homens, de 13 países, com representação das 4 regiões onde CLAC trabalha. Neste espaço foi socializado a política de gênero, estratégia de jovens, troca de experiências e socialização de ferramentas de trabalho.
Cabe mencionar que para obter estes resultados foram vitais a participação da Comissão de Inclusão de gênero e jovens do conselho diretivo de CLAC.
ENCONTRO DE JOVENS E MULHERES VII ASSEMBLEIA GERAL DE CLAC
PARTICIPANTES PROJETO LIDL, BOLÍVIA
CUMPRIMENTO SOCIAL Com um enfoque preventivo e de conscientização, buscando alianças com ONGs e Governos em favor do bem-estar infantil e dos adultos vulneráveis.
F
oi dada capacitação e assistência dos planos de ação das 4 Coordenadoras Nacionais e Organizações de 11 países.
Konstantina Geroulakou Coordenadora Cumprimento Social
Em 2018, buscou-se continuar com o desenvolvimento de capacidades para compreender e prevenir o trabalho infantil tanto internamente entre o pessoal de CLAC, como com Coordenadoras Nacionais e organizações de pequenos(as) produtores(as).
Como parte deste desenvolvimento de capacidades, foi posto à disposição das organizações pequenos(as) produtores(as) materiais didáticos e comunicacionais: um manual com os passos e estratégias de abordagem do trabalho infantil, assim como cartazes e folhetos. Além da capacitação e conscientização, deu-se seguimento as organizações em países como Colômbia, República Dominicana e México na realização de seu próprio diagnóstico de situação sobre trabalho infantil, como base para implementar certas ações de melhoria e medidas de mitigação de riscos. Em 3 das 9 organizações de pequenos(as) produtores(as) que fizeram este exercício, conseguiu-se que esta análise inclua e reflita as vozes das crianças e adolescentes consultados.
Através do acompanhamento de CLAC e Save the Children Colômbia foi possível fazer um diagnóstico sobre trabalho infantil. Este trabalho nos possibilitará entender o que está passando com os menores de idade que estão em nossas propriedades que são filhos e filhas de nossos associados(as) e nos possibilitará estabelecer políticas para prevenir o trabalho de menores. Rubén Papamija, Coordenador Técnico de COSURa, Colômbia.
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Como parte da diferenciação entre trabalho infantil e formas de trabalho permitidas, é fundamental entender o conceito do trabalho infantil perigoso em cada produto e cada contexto nacional. Nesse sentido, organizações de pequenos(as) produtores(as) de sete rubros produtivos, principalmente café, tem sido acompanhadas para diferenciar que tarefas dentro de seu processo produtivo são consideradas trabalho infantil perigoso e que tarefas seriam leves e, portanto, permitidas para certas idades.
Também foi dado acompanhamento para organizações de pequenos(as) produtores(as) na construção de suas políticas de proteção infantil. Da mesma forma, as Coordenadoras Nacionais do México e da Costa Rica aprovaram este ano suas próprias políticas. Na área de alianças, este ano foram vividos vários momentos de intercâmbio com as NFO´s com o objetivo de comunicar o enfoque e estratégias com a proteção infantil de CLAC e com a perspectiva de explorar oportunidades de alianças com compradores interessados em apoiar o trabalho que se está realizando. Alguns projetos conjuntos com atores da cadeia de valor e orientados à mitigação de riscos de trabalho infantil estão em fase de planejamento em organizações de café em Honduras e organizações de açúcar em Belize.
A participação nessa oficina foi muito importante para mim. Nos permite repassar os lineamentos da norma de Comércio Justo. Também nos permite conhecer tendências de mercado e sobre a existência de clientes que têm preferência por organizações com altos níveis de trabalho em inclusão de jovens, igualdade de gênero e proteção contra o trabalho infantil. Além disso, conhecer as ferramentas para a implementação deste tipo de políticas nos permite fortalecer o que a organização vem realizando. María Angela Zamora COOPEVICTORIA, Costa Rica
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Da mesma forma, foi dada continuidade a outras alianças e foi desenvolvido ações conjuntas orientadas à capacitação, ao intercâmbio e a incidência sobre legislação e/ou políticas nacionais de trabalho infantil com atores do Estado e da sociedade civil no Paraguai, Costa Rica, Colômbia, Guatemala, Belize e México. A conquista mais destacada foi a contribuição das organizações de pequenos(as) produtores(as) de café e de banana para a mudança da legislação sobre trabalho infantil perigoso na Colômbia, conseguindo retirar o setor da agricultura da lista de trabalhos proibidos. No âmbito dos adultos vulneráveis, foi iniciado um processo de capacitação e análise situacional sobre práticas trabalhistas com ênfase no trabalho forçado em 2 organizações do Brasil.
As metodologias aplicadas foram sistematizadas em um manual didático, incluindo os passos e ferramentas para a abordagem preventiva do trabalho forçado a nível de OPP.
MUDANÇA CLIMÁTICA
Este ano conseguiu-se avançar na transversalização do eixo da seguinte maneira:
Foram iniciados os estudos de impactos e efeitos da mudança climática em 3 países da região da América Central e 2 países da região andina. Iniciou o estudo de impactos e efeitos da mudança climática em pequenos(as) produtores(as) de cacau. Trabalhou em coordenação com a área de incidência na publicação do posicionamento de CLAC e na atualização dos planos de incidência das coordenadoras nacionais da Bolívia, El Salvador e Equador para que contem com ações de incidência em mudança climática. CLAC foi convidada para participar na Exposição Regional sobre Planos Nacionais de Adaptação para América Latina organizada por ONUAMBIENTE. No evento houve uma mesa de trabalho onde foi apresentado o trabalho de CLAC e foram discutidas as possibilidades de utilizar o sistema do Comércio Justo como um catalisador que possa gerar sinergias com outras ações de adaptação à mudança climática.
Por primeira vez, CLAC participou no evento anual do Global Landscapes Forum (GLF) que é uma plataforma de múltiplos atores financiada pelo Governo Alemão. Como parte de seu trabalho para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Declaração de Nova Iorque sobre os bosques (NYDF por suas siglas em inglês), as Metas de Aichi, o Acordo de Paris e os esforços regionais como a Agenda Africana 2063, o Global Landscapes Forum (GLF) 2018 de Bonn buscou “reacender a chama” para acelerar e mobilizar a ação coletiva no terreno. O GLF reuniu líderes políticos, profissionais de finanças, da sociedade civil, atores do campo do uso da terra e científicos, para discutir em conjunto e compartilhar conhecimentos e lições aprendidas sobre como passar dos compromissos a ações e desenvolver estratégias de implementação inovadoras para conseguir paisagens sustentáveis. A participação neste tipo de espaços é muito importante para CLAC, porque permite obter informação sobre as principais iniciativas e tendências em adaptação à Mudança Climática, apresentar o trabalho que CLAC realiza e estabelecer conexões para colaborar com outros atores. André Reis da direção de CLAC e o Coordenador do Projeto Intercâmbio participaram do evento representando CLAC.
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SOBERANIA ALIMENTAR Este ano foi conformado o grupo de trabalho sobre soberania alimentar em CLAC, conformado por 9 pessoas entre gestores(as), coordenadores(as) de unidade e equipe administrativa. O propósito deste grupo de trabalho é aprender mais sobre o tema e gerar alianças e materiais que permitam transversalizar o eixo em nosso trabalho diário. É por isso que foi fundamental contar com gestores e gestoras das 4 regiões e coordenações de unidades que terão como responsabilidade difundir a informação entre suas equipes de trabalho. Em 2018 foi elaborado uma sistematização da experiência de Majomut, que serviu de base para desenhar material didático que servirá para que nossos membros conheçam os 10 elementos chaves da soberania alimentar e como este tema está vinculado com o Comércio Justo. Com a sistematização e materiais, espera-se replicar a experiência das mulheres de Majomut em outras áreas.
Organización Majomut, México 50
AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E APRENDIZAGEM (MEL) O sistema MEL responde às necessidades e capacidades das partes interessadas, habilita os processos de aprendizagem, gera evidência e apoia na tomada de decisões.” Esta visão é fundamental na direção e evolução que toma MEL a partir de 2018 para os próximos 3 anos.
Equipe MEL
Para CLAC, 2018 significou um período de abordagens, propostas e construção de bases em temas de Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem. O ano iniciou com a construção da Estratégia MEL, como resultado de uma análise da situação, necessidades e brecha. Na estratégia se articula a visão: “CLAC adota um sistema MEL- talento, processos e tecnologia – consolidado com um marco conceitual que inclui indicadores unificados.
MEL desenvolveu o Estudo de Monitoramento Participativo sobre a cadeia de fornecimento de KEURIG DR PEPPER, através de um exercício de auto avaliação com 20 organizações de pequenos(as) produtores(as) em 8 países da Mesoamérica e da América Latina. O enfoque participativo da avaliação incluiu o desenvolvimento de ferramentas e indicadores com as organizações. No relatório estão incluídos os resultados, lições relacionadas com a metodologia e ferramentas aplicadas no estudo. A Fairtrade International em coordenação com MEL executou por terceiro ano consecutivo o processo de Monitoramento do Impacto, este processo busca conhecer os efeitos gerados através do sistema Fairtrade nas organizações. Em 2018, o processo foi executado em seis organizações da Colômbia e México. O Programa AAA Farmer Future (FFP) uma aliança de cooperativas de cafeicultores, Fairtrade International e Nespresso, que busca alcançar meios de vida sustentáveis para os produtores(as). Durante 2018 realizou-se o estudo em três organizações, o objetivo foi avaliar os resultados do sistema de Comércio Justo a nível de produtores(as). Os resultados do estudo serão apresentados em 2019.
Para conhecer a preparação e fortaleza do sistema MEL em processos de recolecção de informação a nível de organizações de pequenos(as) produtores(as), foi executado o Piloto CODimpact entre agosto e dezembro. CODimpact é uma ferramenta de monitoramento gerenciada desde Fairtrade International, onde é gerado grande parte da informação global do sistema. As lições e recomendações geradas deste piloto indicam que através do melhoria de ferramentas, metodologias e capacidades é possível desenvolver processos de coleta a nível de organizações que contribuam a construir o sistema MEL em CLAC. Da mesma forma, durante 2018, realizou-se uma análise sobre as ferramentas existentes que capturam informação de organizações de pequenos(as) produtores(as). Esta análise foi complementada por um processo de identificação de informação. Estes processos junto com as lições geradas pelo Piloto CODimpact, habilitaram o desenvolvimento de uma solução para a informação de organizações que serão implementadas em 2019 de maneira progressiva. Como parte da construção do Sistema de Desempenho Institucional, foram revisados os processos e ferramentas de Planejamento Estratégico e Planejamento Operativo. A primeira fase incluiu uma revisão no início do ano, posteriormente no mês de dezembro de 2018 realizou-se uma atualização, que foi documentada na Guia de Planejamento CLAC e que será socializada em 2019. 51
MEL iniciou a construção da Agenda de Aprendizagem, projeto principal estabelecido na Estratégia MEL e pedra angular para o desenvolvimento do sistema MEL. A Agenda de Aprendizagem estabelece as áreas de investigação, avaliação e monitoramento que contribuem em maior valor para a instituição. Da mesma forma, permitirá o desenvolvimento de uma sinergia de aprendizagem intencionado para toda a organização. Contar com a agenda, permite identificar, priorizar e alinhar os processos de geração de informação e gestão de aprendizagem para orientar as ações de CLAC.
MEL trabalhou em colaboração com a Unidade de Programas e Projetos proporcionando suporte para o desenvolvimento das linhas base dos projetos: PDI, Mel para o futuro, Incidência e Rede de Trabalhadores(as).
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EXECUÇÃO FINANCEIRA ENTRADAS - Fundos Fairtrade Internacional - Projeto Mudança Climática-Mel/ Fundos Transfair e.v. Alemanha - Projeto fase preparatória da rede de trabalhadores na República Dominicana / FT Suécia /FT Finlândia - Projeto Trias VZW - Iniciativa para o desenvolvimento-PDI/ Fundos Ben & Jerry’s - Projeto Mudança Climática-Bolívia/ Fundos Lidl/Transfair Alemanha - Plano de Desenvolvimento do Café-CDP/ Fundos Fairtrade Internacional - Projeto Mesas de Diálogo/ Fundos Fairtrade Internacional - Projeto Cacau Haiti na República Dominicana / Fundos Transfair e.v. Alemanha - Projeto Ouro Peru/ Fundos Max Haavelar Suiça - Projetos Finlândia - Materiais audiovisuais - impacto Fairtrade em produtoras/Café-Peru e Brasil / Fairtrade Internacional - Assembleia Geral Fairtrade Internacional - Projeto enquetes de lares / Fundos Fairtrade Internacional - Projeto GPM - Café / Fundos Fairtrade Internacional - Consulta Banana/Fairtrade Internacional - Projeto Renda Digna / Fundos Fairtrade Internacional - Projeto Tchibo Honduras/Tchibo GMBH e Transfair Alemanha - Projeto eficiência salários em produtores bananeiros na República Dominicana / Fundos COOP FT Foundation - Projeto PIP na República Dominicana / Fundos COOP FT Foundation - Projeto Estudo Medição e Rendimento SPO/ Fundos Fairtrade América - Projeto Vida e Cacau / Fundos BTC - Fundos vários - Juros produzidos TOTAL DESPESAS
QUANTIDADE $3,543,625.89 $3,501.49 $23,000.00
PERCENTUAL 70% 0.1% 0.5%
$131,012.38 $220,089.00 $58,230.00 $100,253.92 $11,425.00 $47,810.40
3% 4% 1% 2% 0.2% 1%
$60,000.00 $487,219.44 $44,384.94
1% 10% 1%
$44,000.00 $29,913.53 $38,878.00 $11,541.51 $22,000.00 $49,665.07 $32,016.83
1% 1% 1% 0.2% 0.4% 1% 1%
$46,104.24 $5,000.00 $39,938.96 $17,452.26 $6,197.06
1% 0.1% 1% 0.3% 0.1%
$5,073,259.92
100%
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EXECUÇÃO FINANCEIRA DESPESAS - Pessoal de campo, gastos de viagem e atividades de campo (oficinas, treinamentos, trocas de experiências, participação em feiras, acompanhamento técnico, etc) - Incidência - Atividades MEL - Comunicações e promoção do Comércio Justo - Governança (participação em consultas de estândares, reuniões do Conselho de Diretores e outros comitês, reuniões dentro do sistema FI) - Gastos administrativos e pessoal administrativo - Fortalecimento e operatividade das Coordenadoras Nacionais - Compra Edifício Escritório CLAC (El Salvador)
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QUANTIDADE $3,303,021.83
PERCENTUAL 68%
$56,836.22 $303,746.34 $168,154.99 $199,389.27
1% 6% 3% 4% 7% 3% 6%
Subtotal Executado Fundos pendentes de executar
$356,159.65 $153,733.75 $290,097.87 $4,831,139.92 $242,120.00
TOTAL DESPESAS
$5,073.259.92
100%
Nota: Todos os demonstrativos financeiros do CLAC auditados desde 2008 podem ser encontrados na guia comunicações - documentos públicos do site:www.clac-comerciojusto.org
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Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos(as) Produtores(as) e Trabalhadores(as) de ComĂŠrcio Justo www.clac-comerciojusto.org info@clac-comerciojusto.org 56