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Boletim Informativo CIESP Leste Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

Distrital Leste

Edição 09 Agosto 2015

livre-se do fantasma da inadimplência Pesquisa Qual o impacto do fim da desoneração da Folha de Pagamentos? Pág. 4

Aconteceu Palestra “Crise, somente os melhores sobreviverão” Pág. 5

Nossa História Inplasf, 36 anos no setor de plásticos Pág. 4

Agenda Curso: Técnicas de Chefia e Liderança Pág. 6


Editorial

Gestão

livrai-nos do mal!

dicas para a gestão da inadimplência Neste momento de crise econômica, muitos empresários estão dilapidando seu patrimônio para pagar dívidas. Não é o ideal. Se o endividamento da sua empresa está igual ou superior a três faturamentos, chegou a hora de você lidar com a inadimplência de forma estratégica para manter a saúde financeira de seus negócios.

Por que dilapidar o patrimônio de seu negócio, construído a duras penas, se é possível gerir o endividamento de maneira estratégica, negociando prazos, juros e taxas sem deixar sua operação paralisar? Em nossa matéria de capa, especialistas indicam caminhos que o empresariado pode seguir para sair do vermelho e driblar a inadimplência. No Informe Jurídico deste mês, o coordenador adjunto do NJUR, Eduardo Correa e Silva, apresenta a decisão do STJ, que beneficia empresas em recuperação. Em Aconteceu, apresentamos o lançamento do coaching empresarial em grupo, que será promovido pelo CIESP Leste em parceria com Patricia Atui, que nos agraciou com a palestra “Crise, somente os melhores sobreviverão”. Em Nossa História, Fábio Rafael Fiorini, diretor da Inplasf, empresa de plásticos, estabelecida há 36 anos na Vila Prudente, mostra as vantagens de manter o quadro de funcionários enxuto e de ser fornecedor exclusivo neste momento crítico para a indústria nacional. Nossa Agenda traz o curso Técnicas de Chefia e Liderança, que discute questões relacionadas ao perfil e às novas atribui-

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evantamento da Serasa Experian demonstra que mais da metade das 7 milhões de empresas brasileiras estão endividadas, ou seja, você não é o único. Cerca de 3,8 milhões de empreendimentos estão com dívidas em atraso, o que representa 54,3%. Desse total, 9% são indústrias.

ções do líder moderno; liderança participativa como forma de sedimentar a fidelização dos clientes internos e externos; e como desenvolver a sinergia no ambiente de trabalho. Trazemos também na seção Pesquisa, o estudo do Decomtec, realizado com 339 indústrias, intitulado “Pesquisa de Opinião sobre a Desoneração da Folha de Pagamentos” a respeito dos impactos do fim do benefício. Outro dia, ouvimos de um dos associados a expressão “Empresário não quebra, empresário trinca”. Como empreendedores que somos, está em nosso DNA a vontade de vencer, de superar desafios, de crescer, de trabalhar pelo melhor. O CIESP Leste tem um compromisso com seus associados, de se fazer presente ao lado deles para fazer o sonho acontecer! Boa leitura! Ricardo Martins Diretor titular do CIESP Leste

A dificuldade em manter em dia os compromissos financeiros, evidentemente, está relacionada à atual estagnação da economia, queda na produção industrial, inflação alta e sucessivas elevações das taxas de juros. “O resultado reflete o cenário econômico adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas”, analisa Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Resolver as pendências financeiras requer planejamento e determinação. Se nada for feito para eliminar as dívidas, o crédito da sua empresa poderá ser cortado e isto tornará mais complicado o caminho para a estabilidade futura. Contabilize os débitos O primeiro passo para eliminar débitos é saber quanto e para quem se deve. Elabore planilhas de contas a pagar e a receber, comissões sobre vendas, estoques, fluxo de caixa e capital de giro. Anote todas as dívidas da empresa e verifique de quanto dispõe para pagar as obrigações. Separe-as por categoria: bancária, trabalhista, tributária, fornecedores, prestadores de serviços. Priorize as dívidas mais antigas, as que ofereçam risco ao negócio, as mais caras e aquelas que envolvam a perda de crédito junto às instituições financeiras. Considere juros, taxas e multas.


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Negocie com os credores Agende reuniões com os credores e prepare-se para as negociações. Se não puder pagar a dívida inteira de uma só vez, negocie com o credor o pagamento a prazo, com redução de juros e condições facilitadoras. “A credora não pode simplesmente massacrar o devedor, e com isto eliminar qualquer possibilidade de recuperar seus ativos e valores a receber. Deve buscar alternativa e construir caminhos estratégicos, e muitas vezes, estar ao lado da empresa devedora como forma de fomentar a sua sobrevivência e potencializar os seus resultados favoráveis, reduzindo consequentemente sua inadimplência, sem majorar os seus riscos”, ensina a advogada empresarial Luciana Kishino. Honre seus compromissos com bancos Pense bem antes de recorrer a empréstimos bancários. Só assuma compromissos com bancos e financeiras, se puder cumpri-los. Se a empresa já está endividada com outras instituições, será difícil obter novos financiamentos. “É fundamental levar dados confiáveis para a mesa de negociação. Os bancos consideram a falta de informações um dos principais entraves para o financiamento”, informa Dariane Castanheira, professora e consultora do ProCed-FIA.

Não comprometa a operação Um dos perigos para o devedor empresarial é a possibilidade de travar as atividades do negócio. O empresário deve procurar os fornecedores antes de atrasar os pagamentos. “Oito entre dez fornecedores aceitam renegociar para manter o cliente”, revela João Carlos Natal, consultor do Sebrae-SP. Já Ricardo Cintra, professor de pós-graduação da Trevisan Escola de Negócios entende que “se os fornecedores forem adequadamente sensibilizados para a nova situação e se o devedor tiver um bom histórico, as possibilidades de sucesso são boas”. Reduza o prazo do seu estoque Com uma previsão melhor de demanda é possível determinar volumes mais adequados para a produção e reduzir o nível de estoque. Ao otimizar os processos de compras e produção, escoando o que foi produzido just in time, estende-se os prazos de pagamentos dos fornecedores e o fluxo de recebimentos se antecipa.

Consulte novos credores Sua empresa pode estar pagando um preço muito alto pelos juros bancários e o endividamento pode se tornar impagável. Se a sua dívida tem juros robustos, troque por um credor com prazos maiores e taxas menores. Verifique a capacidade de pagamento real da empresa Postergar a quitação do débito ou não cumprir com o combinado pode ser pior do que acumular contas sem tentar um acordo. Só negocie se estiver certo de que poderá pagar a dívida, sem prejudicar a produtividade da empresa.

Fusões Considere estabelecer parcerias, até mesmo com concorrentes, seja para a terceirização de etapas produtivas, processos operacionais, logística ou distribuição. Procure fazer compras conjuntas de insumos, matérias-primas e serviços. Compras coletivas têm maior poder de barganha na hora de negociar preços e prazos. “Com crédito escasso, aumento de custos internos, mercado recessivo, câmbio favorável aos estrangeiros, somar forças revela-se uma solução, pois ao unir-se a um concorrente, pode-se verticalizar os negócios com um fornecedor estratégico, fazer aquisições para ampliar mercados rapidamente, aproveitar ativos e negócios que estão mais baratos e outros movimentos”, indica Ricardo Becker, especialista em Direito Empresarial.


Pesquisa

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pesquisa avalia impactos do fim da desoneração da folha de pagamentos O Decomtec acaba de lançar a “Pesquisa de Opinião sobre a Desoneração da Folha de Pagamentos: Avaliação da Medida e das Alterações do Projeto de Lei nº 863/2015”. O estudo foi realizado com 339 empresas da indústria de transformação do Estado de São Paulo, no mês de junho. Em abril, o Departamento de Competitividade e Tecnologia divulgou uma primeira análise, intitulada “Desoneração da Folha de Pagamentos: Resultados e impactos das alterações propostas”, que previa que as mudanças elevariam a carga tributária anual do setor de R$ 9,3 bilhões a R$ 12,2 bilhões. O objetivo dos estudos foi mostrar como as empresas da indústria de transformação, que apresentaram produtos submetidos à desoneração da Folha de Pagamentos, avaliam os impactos e benefícios da medida e quais as consequências no emprego, nos preços, nos investimentos e nas vendas com o fim da medida.

Na avaliação mais recente, para compensar o aumento dos custos com o fim da desoneração da Folha de Pagamentos, as empresas terão de aumentar os preços ou reduzir as margens de lucro. Dados indicam que 54% das empresas terão de demitir e 40% deverão repassar a elevação dos custos aos preços. Além de causar impactos inflacionários, haverá redução dos investimentos, uma vez que 63% das inversões industriais provêm de recursos próprios. Com o fim do benefício, 35% das empresas contribuirão pela folha de salários e 24% pela receita bruta. Quarenta e um por cento ainda não avaliaram ou não souberam responder. Para ter acesso ao estudo completo, entre no site da FIESP e acesse: Índices e Pesquisas - Relações trabalhistas e sindicais - Pesquisa de Opinião sobre a Desoneração da Folha de Pagamentos.

Nossa História

Foto: Divulgação

Fábio Rafael Fiorini, gerente administrativo da Inplasf, em uma das linhas de produção.

inplasf: exclusividade e quadro enxuto

A Indústria de Plásticos Fiorini (Inplasf) completou 36 anos no mês de julho. Conversamos com Fábio Rafael Fiorini, gerente administrativo da empresa, que nos contou as vantagens de manter o quadro de funcionários enxuto e de ser fornecedor exclusivo para clientes em diversas áreas. Quais são suas linhas de produção e quanto elas representam em seu faturamento atualmente? Inplasf – Temos linhas de transporte pesado e divisórias, que representam juntas 80% de nosso faturamento; vidro temperado e hospitalar, que somam cerca de 17,5% e, os setores têxtil e gráfica, que já foram nossos carros-chefes, hoje não passam de 2,5%. Existe algum novo segmento nos planos da empresa? Inplasf – Nossa intenção é dedicar linhas para a produção de moldes plásticos voltados à indústria automobilística leve e ao mercado de reposição de peças, mas nosso catálogo de produtos tem mais de mil opções disponíveis.

Como é ser fornecedor exclusivo? Inplasf – Por exemplo, em parceria com a Neocom, líder no mercado de divisórias para ambientes sanitários de uso coletivo em empreendimentos comerciais e industriais, como shopping centers, estádios, aeroportos, cinemas, escolas entre outros, desenvolvemos soluções criativas e práticas para as mais variadas situações de projeto, facilitando a execução das obras. A qualidade de nosso trabalho e a agilidade no prazo garantiram nossa exclusividade. Qual é o tamanho de seu quadro de pessoal e de sua infraestrutura? Inplasf – Estamos situados na Vila Prudente, em um parque fabril próprio de 700 m2. Contamos atualmente com um quadro de funcionários enxuto, com apenas 13 profissionais. Isto nos dá maior agilidade e velocidade nas tomadas de decisões para lidar com os desafios dos clientes, além de certa liberdade criativa. Estamos atentos às inovações tecnológicas e equipados com maquinários modernos, sempre preparados para reinvestir no negócio.


Informe Jurídico

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decisão do stj beneficia empresas em recuperação judicial Colaboração: Núcleo Jurídico do CIESP Leste

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om o número maior de empresas endividadas, face à crise econômica, com base na lei 11.101/2005, de recuperação de empresas e falência, os pedidos judiciais de recuperação estão aumentando cada vez mais. A lei busca a solução dos conflitos privados e resguarda as empresas para a manutenção de empregos, sustentabilidade econômica e geração de riquezas. A recuperação judicial é o tempo necessário para a reabilitação do empreendimento, por isso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou que deve ser extinta a ação de cobrança ou execução individual contra quem teve pedido de recuperação judicial concedido. Para os ministros do STJ, a homologação do plano de recuperação judicial opera novação sui generis dos créditos e as execuções contra a devedora devem ser extintas, e não apenas suspensas. Segundo o STJ, mesmo que a cobrança tenha ocorrido antes do período de recuperação, o pagamento deverá se submeter às regras do plano aprovado em assembleia-geral. Caso a recuperanda, após dois anos, não cumpra os pagamentos, o credor deverá pedir a execução ou a falência, dentro do valor previsto no plano de recuperação.

Aconteceu

Foto: Divulgação

um drible na crise

A business coach Patricia Atui começou sua palestra “Crise, somente os melhores sobreviverão!”, no dia 02 de julho, traçando perfil do empresário de sucesso: “O ideal é que ele se dedique 10% à parte técnica, 20% à gerência do negócio e 70% ao empreendedorismo com foco nos resultados. Mas a maioria faz exatamente o contrário, daí passa a ser um autoempregado”, sentenciou. Segundo a palestrante, o empresário precisa ter domínio pleno do negócio, ver a empresa de cima, enxergar o mercado, a concorrência e os funcionários. Para ela, seis itens são necessários para crescer com sustentabilidade – domínio, nicho, alavancagem,

Palestra com Palestra com Patricia Patricia Atui. Atui.

equipe, sinergia e resultado. “Crise é a oportunidade de olhar para o negócio e melhorar, buscar o melhor! Procure fazer diferente da concorrência. Pergunte-se: o que me faz único no meu segmento?”, recomendou. Outros fatores relevantes para Atui são mensuração, técnicas de vendas e equipe comprometida e produtiva. De acordo com a coach, uma equipe de alto desempenho deve ter uma liderança forte, objetivos comuns e 100% de envolvimento. Para quem se interessou, Patricia Atui, em parceria com o CIESP Leste, vai oferecer um programa de coaching empresarial em grupo, em 12 sessões a partir de 19 de agosto. O investimento é de seis parcelas de R$ 490,00.


Agenda

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aprenda técnicas de chefia e liderança

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iderança é a capacidade de um indivíduo de comandar e dirigir um grupo, por isso, quando executada corretamente, gera resultados positivos às empresas. O atributo é inerente a todos os seres humanos e as técnicas para exercê-lo podem ser ensinadas e aprendidas. Para conquistar a excelência nas atividades diárias, o líder deve ser capaz de integrar as equipes e promover a sinergia no ambiente de trabalho. O CIESP Leste realiza o curso “Técnicas de Chefia e Liderança”, nos dias 17 a 21 de agosto, das 18 às 22 horas, em sua sede na Mooca. Destinado a profissionais que trabalham com liderança, como gerentes, supervisores, coordenadores, chefes de equipe, multiplicadores e integrantes da CIPA, o treinamento será ministrado pela psicóloga Fátima Rizzo, MBA em Gestão de Pessoas pela FGV. Rizzo abordará questões como o perfil e as novas atribuições do líder moderno; liderança participativa como forma de sedimentar a fidelização dos clientes internos e externos; como desenvolver a sinergia no ambiente de trabalho, entre outros assuntos relacionados. Segundo Antonio Regolin, coordenador de Recursos Humanos do CIESP Leste, “nossa intenção é preparar líderes para o sucesso profissional de cada empresa de nossa região. Também abordaremos temas como: empregabilidade e empreendedorismo; envolvimento e comprometimento”, finaliza. O investimento é de R$ 400,00 para associados ao CIESP, SESCON, SICETEL, SIAMFESP, AMPLAST ou estudantes e de R$ 590,00 para não associados. Inscrições pelo site do CIESP Leste (www.ciespleste.com.br).

expediente

O Boletim Informativo do CIESP Distrital Leste é uma publicação dirigida aos associados do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Endereço: Rua Natal, 285 - Mooca– São Paulo (SP), CEP: 03186-030. Fone/Fax: (11) 2601-6565 – Site: www.ciespleste.org.br – e-mail: coordenacao@ciespleste.org.br – Diretor titular: Ricardo Martins. Coordenadora: Débora Nápoli Ribeiro Paes. Jornalista responsável: Clarice Pereira (MTb: 15.778). Arte e diagramação: Felipe Burman. Assessoria de Imprensa: LINK Portal da Comunicação F. (11) 3034-1155. Impressão: Agns Gráfica F. (11) 2966-0322.Tiragem: 2.200 exemplares.


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