UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JORDANA PAULA SCHULKA
RE-DESIGN DO JORNAL DIÁRIO DO PLANALTO
Florianópolis 2008
JORDANA PAULA SCHULKA
RE-DESIGN DO JORNAL DIÁRIO DO PLANALTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Design.
Orientadora: Prof. Karla Coelho Grillo, Msc.
Florianópolis 2008
JORDANA PAULA SCHULKA
RE-DESIGN DO JORNAL DIÁRIO DO PLANALTO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Florianópolis, 27 de novembro de 2008. ______________________________________________________ Professora e orientadora Karla Coelho Grillo, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Cláudia Batista, Dr. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Renata Krusser, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico esse trabalho a todos que fazem parte da minha vida e a fazem valer à pena. Aos sempre presentes mesmo distantes. E à pessoa que tornou tudo isso possível, mesmo que não mais de corpo, mas sim de alma. Mãe!
AGRADECIMENTOS
À minha família, que sempre foi e será a minha maior riqueza. Ao meu pai por ter possibilitado a minha formação profissional, e à minha irmã por ser alguém que sinto orgulho. Um agradecimento especial à minha mãe, por todos os valores que me ensinou em vida, e pela pessoa maravilhosa que sempre foi. Por ser meu exemplo de força e perseverança. Por amar sua família com tamanho amor incondicional, e sempre me esperar com um sorriso na porta de casa. Por me fazer não desistir e me fazer ser alguém melhor. Por acreditar que eu sou capaz e ter me feito agüentar os anos da faculdade longe de casa. Por ela estar orgulhosa de mim, sem nem mesmo me poder falar isso pessoalmente. Por eu acordar todos os dias e saber que ela está sempre comigo. Por eu conseguir chegar ao fim por ela. À minha orientadora Karla, agradeço a paciência, ajuda, elogios e compreensão das minhas inseguranças. Aos amigos e amigas, mesmo de longe, sempre preocupados e dispostos a dizer uma palavra de conforto. Ao Pedro, Lívia, João, Nicole, Maia, Piruka, Thaís, Mancha, Silmara, Miranda e Gringo, por todos os momentos que passamos juntos nesses quatro anos. À Nicole pelo companheirismo e pela maior prova de amizade que alguém poderia receber de um amigo num momento crítico. À Raquel, pela preocupação, incentivo e ajuda com normas da ABNT. E principalmente ao Fábio, por me ajudar em tudo o que fosse possível, e dividir comigo os problemas de um ano difícil. Por estar sempre disponível. Por ouvir, ser paciente, por me abraçar com carinho e dizer: Tenha calma! Eu estou ao seu lado.
RESUMO
O seguinte projeto apresenta as etapas de desenvolvimento do re-design do projeto gráfico e identidade visual do jornal “Diário do Planalto”, produzido na cidade de Canoinhas, com área de circulação no planalto norte de Santa Catarina. Atualmente, o jornal apresenta uma série de problemas, como a falta de harmonia e organização visual, percebidas tanto na marca, como no layout das páginas, além de má diagramação e composição, que acarretam em desconforto, desorientando o leitor em meio ao acúmulo de informações. O objetivo do projeto é estabelecer um padrão de estilos e aplicações, que irão contribuir para uma leitura agradável, mantendo um caráter identitário de acordo com a região e público-alvo a que o jornal se destina. Apresenta, inicialmente, as etapas de definição da problemática, objetivos e, metodologia de projeto. Em seguida, o referencial teórico, levantamento de dados, pesquisas, etapas de desenvolvimento do projeto, e diretrizes para uma possível implementação. Palavras-chave: projeto gráfico, identidade visual, jornal.
ABSTRACT
The project presents the following stages of the graphic re-design development and visual identity of the newspaper "Diario do Planalto". The newspaper is produced in the city of Canoinhas, but is also commercialized in other cities of the north Santa Catarina plateau. Currently, the paper presents a series of problems such as lack of visual harmony and organization, perceived not only in the brand, but also in the pages layout. In addition to poor design and composition, which results in discomfort to the reader, who gets disoriented regarding the amount of information put together. The project goal is to establish a pattern of styles and applications, which will contribute to a pleasant reading and, keeping an identity in accordance to the region and to the customer which the newspaper is designed for. Initially presents the steps of defining the problem, objectives and project methodology. Then, the theoretical framework, data collecting, research, project development stages, and guidelines for a possible deployment. Key words: graphic design, visual identity, newspaper.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Tipos de comunicação............................................................................................. 24 Figura 2 – Tipos de filtros. ....................................................................................................... 25 Figura 3 – Partes do tipo........................................................................................................... 45 Figura 4 – Variação estrutural quanto o tamanho. ................................................................... 46 Figura 5 – Variação estrutural quanto à forma. ........................................................................ 46 Figura 6 – Variação estrutural quanto o peso. .......................................................................... 46 Figura 7 – Variação estrutural quanto à inclinação. .................................................................46 Figura 8 – Variação estrutural quanto à estrutura..................................................................... 47 Figura 9 – Variação estrutural quanto à largura do tipo. ..........................................................47 Figura 10 – Classificação tipográfica. ...................................................................................... 47 Figura 11 – Classificação dos tipos segundo sua base. ............................................................ 48 Figura 12 – Classificação tipográfica da Associação Internacional de Tipografia (ATypI). ...48 Figura 13 – Exemplos de legibilidade. ..................................................................................... 49 Figura 14 – Exemplos de leiturabilidade.................................................................................. 49 Figura 15 – Mancha gráfica com indicação de colunas, aparação e separação das páginas. ...50 Figura 16 – Cores pigmento. ....................................................................................................52 Figura 17 – Sistema de leitura ocidental. .................................................................................62 Figura 18 – Sistema de mapeamentos das respostas ópticas. ...................................................63 Figura 19 – Zonas de visualização do impresso. ......................................................................64 Figura 20 – Seqüência leitura. .................................................................................................. 65 Figura 21 – Promo boxes.......................................................................................................... 65 Figura 22 – Pontos de entrada em página preto-e-branco. ....................................................... 66 Figura 23 – Pontos de entrada em página colorida................................................................... 66 Figura 24 – Movimento da direita para a esquerda em página lado a lado. .............................67 Figura 25 – Duas imagens coloridas dominantes. ....................................................................67 Figura 26 – Duas imagens na esquerda chamam mais atenção que isolada na direita.............68 Figura 27 – Anúncios não são o ponto de atenção, mesmo coloridos......................................68 Figura 28 – Princípios de hierarquia.........................................................................................69 Figura 29 – Etapas de um processo gráfico.............................................................................. 70 Figura 30 – Grade de diagramação baseada em módulos e anúncios em forma de pirâmide. . 72 Figura 31 – Pirâmide de matérias. ............................................................................................72 Figura 32 – Montagem e preparação da chapa metálica do jornal diário do planalto.............. 74 Figura 33 – Montagem do fotolito na chapa metálica do jornal diário do planalto. ................74 Figura 34 – Chapa já montada sendo preparada para queima. .................................................74 Figura 35 – Exposição da chapa a raios ultravioletas no processo de queima. ........................ 75 Figura 36 – Chapa do diário do planalto sendo revelada. ........................................................ 75 Figura 37 – Entrada da chapa na máquina plana off-set da gráfica do diário do planalto........ 75 Figura 38 – Retícula e meio-tom. ............................................................................................. 78 Figura 39 – Imagem a traço e a meio-tom................................................................................ 78 Figura 40 – Redação jornal Diário do Planalto. ....................................................................... 84 Figura 41 – Marca Diário do Planalto. ..................................................................................... 89 Figura 42 – Capa. ..................................................................................................................... 90 Figura 43 – Fólio e editoria ...................................................................................................... 91 Figura 44 – Inutilidade do fio e texto corrente sem serifa........................................................ 91 Figura 45 – Exemplos de colunas do jornal. ............................................................................92
Figura 46 – Coluna de esporte..................................................................................................93 Figura 47 – Coluna do Jacson. ................................................................................................. 94 Figura 48 – Exemplo de página do jornal. ...............................................................................95 Figura 49 – Produto no ponto-de-venda. .................................................................................. 97 Figura 50 – Produto no ponto-de-venda. .................................................................................. 97 Figura 51 – Produto no ponto-de-venda. .................................................................................. 98 Figura 52 – Capa do Jornal Correio do Norte .......................................................................... 99 Figura 53 – Capa do Jornal O Planalto................................................................................... 100 Figura 54 – Capa do Jornal Ótimo.......................................................................................... 101 Figura 55 – Mapa das regiões de Santa Catarina.................................................................... 103 Figura 56 – Cidades do Planalto Norte................................................................................... 103 Figura 57 – Reflorestamento. ................................................................................................. 104 Figura 58 – Colheita de plantação. ......................................................................................... 104 Figura 59 – Plantação de feijão. ............................................................................................. 105 Figura 60 – Campos de araucária cobertos de geada.............................................................. 105 Figura 61 – Paisagem rural.....................................................................................................106 Figura 62 – Por sol nas araucárias..........................................................................................106 Figura 63 – Campos de araucárias.......................................................................................... 107 Figura 64 – Topo em formato de cálice da araucária. ............................................................107 Figura 65 – Pinha e pinhões. .................................................................................................. 108 Figura 66 – Chimarrão............................................................................................................ 109 Figura 67 – Erva. .................................................................................................................... 109 Figura 68 – Painel de destaques regionais.............................................................................. 111 Figura 69 – Alternativas do re-design da marca..................................................................... 128 Figura 70 – Alternativa escolhida........................................................................................... 128 Figura 71 – Padrão cromático da marca. ................................................................................129 Figura 72 – Tipografia da marca. ........................................................................................... 129 Figura 73 – Paleta cromática projeto gráfico colorido. .......................................................... 132 Figura 74 – Tipografia do projeto gráfico. ............................................................................. 132 Figura 75 – Principais estilos do projeto gráfico....................................................................133 Figura 76 – Capa novo projeto gráfico colorido..................................................................... 134 Figura 77 – Página 2 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 135 Figura 78 – Página 3 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 136 Figura 79 – Página 4 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 137 Figura 80 – Página 5 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 138 Figura 81 – Página 6 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 139 Figura 82 – Página 7 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 140 Figura 83 – Página 8 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 141 Figura 84 – Página 9 do novo projeto gráfico colorido.......................................................... 142 Figura 85 – Página 10 do novo projeto gráfico colorido........................................................ 143 Figura 86 – Página 11 do novo projeto gráfico colorido........................................................ 144 Figura 87 – Página 12 do novo projeto gráfico colorido........................................................ 145 Figura 88 – Página 13 do novo projeto gráfico colorido........................................................ 146 Figura 89 – Última página do novo projeto gráfico colorido. ................................................ 147 Figura 90 – Paleta cromática projeto gráfico em PB.............................................................. 148 Figura 91 – Capa novo projeto gráfico PB. ............................................................................ 148 Figura 92 – Página 2 e 3 do novo projeto gráfico PB. ........................................................... 149 Figura 93 – Página 4 e 5 do novo projeto gráfico PB. ........................................................... 149 Figura 94 – Página 6 e 7 do novo projeto gráfico PB. ........................................................... 150 Figura 95 – Página 8 e 9 do novo projeto gráfico PB. ........................................................... 150
Figura 96 – Página 10 e 11 do novo projeto gráfico PB......................................................... 151 Figura 97 – Página 12 e 13 do novo projeto gráfico PB......................................................... 151
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Cores e significados................................................................................................55 Tabela 2 – Características das cidades do planalto norte catarinense. ................................... 110 Tabela 3 – Perfil de vendas dos jornais diários por ano (%) .................................................. 112 Tabela 4 – Estrutura de leitura dos jornais diários ................................................................. 113 Tabela 5 – Perfil dos Leitores de 18 e mais anos ................................................................... 113 Tabela 6 – Penetração semanal dos jornais diários em porcentagem (%).............................. 113 Tabela 7 – Matriz semântica da identidade visual.................................................................. 126 Tabela 8 – Matriz semântica das formas e elementos ............................................................127 Tabela 9 – Matriz semântica das cores................................................................................... 127
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................................14 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................................................15 1.2 OBJETIVOS .....................................................................................................................................16 1.2.1 Objetivo geral...........................................................................................................................16 1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................................16 1.3 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................................17 1.4 PLANO METODOLÓGICO PREMILIMAR ...........................................................................................18 2 COMUNICAÇÃO..........................................................................................................................20 2.1 A LINGUAGEM E OS SIGNOS ...........................................................................................................21 2.2 COMUNICAÇÃO VISUAL .................................................................................................................23 2.3 COMPREENSÃO E DECODIFICAÇÃO DA MENSAGEM VISUAL ..........................................................24 2.4 DESIGN ...........................................................................................................................................26 2.4.1 O que é design gráfico..............................................................................................................26 2.4.2 Atuação do design e o seu papel na comunicação .................................................................27 2.5 COMUNICAÇÃO IMPRESSA .............................................................................................................29 2.5.1 História da mídia impressa e da comunicação de massa......................................................29 2.5.2 Design de jornais: história.......................................................................................................31 2.5.3 Design de notícias.....................................................................................................................32 3 PROJETO GRÁFICO...................................................................................................................34 3.1 CONCEITOS DE PROJETO GRÁFICO E PROJETO EDITORIAL .............................................................34 3.2 DIAGRAMAÇÃO..............................................................................................................................36 3.2.1 Processo de diagramação ........................................................................................................37 3.3 ELEMENTOS TEXTUAIS, NÃO-TEXTUAIS E GRAFISMOS ..................................................................39 3.3.1 Elementos textuais ...................................................................................................................39 3.3.2 Elementos não-textuais............................................................................................................40 3.3.3 Grafismos..................................................................................................................................40 3.4 CONSIDERAÇÕES PROJETUAIS .......................................................................................................40 3.4.1 Identidade .................................................................................................................................41 3.4.1.1 Identidade visual .....................................................................................................................41 3.4.1.2 Identidade do projeto ..............................................................................................................43 3.4.2 Tipografia .................................................................................................................................44 3.4.3 Templates..................................................................................................................................50 3.4.4 Cores .........................................................................................................................................51 3.4.4.1 As cores e a comunicação .......................................................................................................54 3.4.5 Fotografia .................................................................................................................................56 3.5 COMPOSIÇÃO VISUAL ....................................................................................................................57 3.5.1 Elementos para composição ....................................................................................................58 3.5.2 Gestalt........................................................................................................................................59 3.5.2.1 Fatores para composição: categorias conceituais....................................................................60 3.5.3 Caminhos da visão ...................................................................................................................61 3.6 PRODUÇÃO GRÁFICA PARA JORNAIS..............................................................................................69 3.6.1 Tendências e conceitos da produção gráfica para jornais....................................................70 3.6.2 Tipos de impressão...................................................................................................................73 3.6.3 Formatos, tipos de papel e acabamento .................................................................................76 3.6.4 Regras básicas ..........................................................................................................................77 4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO .....................................................................................83 4.1 PROPOSTA DE TRABALHO ..............................................................................................................83
4.2 COLETA E ANÁLISE DE INFORMAÇÕES...........................................................................................84 4.2.1 Cliente .......................................................................................................................................84 4.2.2 Análise das informações do cliente .........................................................................................87 4.2.3 Produto .....................................................................................................................................88 4.2.4 Ponto-de-venda.........................................................................................................................96 4.2.5 Concorrentes ............................................................................................................................98 4.2.5.1 Jornal “Correio do Norte”.......................................................................................................99 4.2.5.2 Jornal “O Planalto” ...............................................................................................................100 4.2.5.3 Jornal “Ótimo” ......................................................................................................................101 4.2.6 Público.....................................................................................................................................102 4.2.6.1 Região do Planalto Norte Catarinense ..................................................................................102 4.2.6.1.1 Objetivos da pesquisa ........................................................................................................102 4.2.6.1.2 Aspectos regionais .............................................................................................................103 4.2.6.1.3 Ícones regionais .................................................................................................................106 4.2.6.1.4 Cidades do Planalto...........................................................................................................110 4.2.6.2 Leitores .................................................................................................................................112 4.2.6.2.1 Objetivos da pesquisa ........................................................................................................114 4.2.6.2.2 Resultado da pesquisa........................................................................................................115 4.2.7 Análise do Público..................................................................................................................119 4.3 OBJETIVOS E ESPECIFICAÇÕES .....................................................................................................121 4.3.1 Determinação do canal ..........................................................................................................121 4.3.2 Estudo do âmbito de aplicação, contexto e mensagem .......................................................122 4.3.3 Análise de prioridades e hierarquias e especificações para visualização..........................123 4.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................................................125 4.4.1 Conceituação ..........................................................................................................................125 4.4.1.1.1 Identidade visual................................................................................................................125 4.4.1.1.2 Projeto gráfico ...................................................................................................................126 4.5 EXECUÇÃO...................................................................................................................................128 4.5.1 Arte final e especificações......................................................................................................128 4.5.1.1.1 Identidade visual................................................................................................................128 4.5.1.1.2 Projeto gráfico ...................................................................................................................130 4.6 AVALIAÇÃO E VERIFICAÇÃO .......................................................................................................152 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................153
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................154 APÊNDICES.......................................................................................................................................158 APÊNDICE A – ENTREVISTA COM DIRETOR GERAL DO JORNAL .................................159 APÊNDICE B – PESQUISA QUALITATIVA COM LEITORES................................................160 ANEXOS .............................................................................................................................................161 ANEXO A – PÁGINAS DO JORNAL “DIÁRIO DO PLANALTO” ...........................................162
14 1
INTRODUÇÃO
No contexto da revolução informacional em que vivemos, com a profusão de signos, excesso de informação e elementos visuais, o design gráfico ganha cada vez mais importância no mercado da comunicação, uma vez que a organização estética da informação é fundamental para a transmissão da mensagem. Num cenário visual pós-moderno, com habitual surgimento de layouts e composições gráficas confusas e sem clareza para a percepção do leitor, o design de jornais – como um ramo inserido na área da comunicação visual – têm como objetivo, realçar a informação e conduzir o olho humano de uma melhor forma, em meio ao acúmulo da informação. No decorrer de todo levantamento teórico e informacional da pesquisa, serão apresentados conceitos e fundamentos que servirão para compreender a necessidade do tema do projeto, no caso, o re-design do jornal diário do planalto. De modo preliminar, serão explanadas algumas considerações acerca da comunicação, e a importância da comunicação visual no processo de decodificação de uma mensagem. Em continuidade, uma breve abordagem sobre conceitos de design, design gráfico, aplicação, o papel que o design exerce no processo comunicativo verbal e visual. Serão ainda levantados dados referentes ao surgimento das mídias impressas, com enfoque para o design de jornais e design de notícias. Logo após, apresentados alguns conceitos de projeto gráfico e diagramação, como também noções básicas dos elementos que o compõe. No capítulo seguinte, serão tratados importantes regras de produção gráfica e planejamento, que exerceram fundamental papel na posterior etapa de projeção. Por fim, serão iniciadas as etapas metodológicas para o desenvolvimento do projeto, até a chegada da solução, trazendo consigo, as conclusões alcançadas em decorrência da pesquisa científica efetivada, e da aplicação do método projetual.
15 1.1
PROBLEMATIZAÇÃO
O “Diário do Planalto” é um jornal com edições diárias produzido na cidade de Canoinhas, no mesmo local da sede de sua redação. Sua área de circulação abrange o planalto norte de Santa Catarina, nas seguintes cidades: Bela Vista do Toldo, Canoinhas, Irineópolis, Itaiópolis, Mafra, Major Vieira, Monte Castelo, Papanduva, Timbó Grande e Três Barras. A impressão acontece na própria gráfica do jornal, não havendo terceirização deste tipo de serviço. São impressos 2.500 jornais por edição, sendo que a venda em banca gira em torno de 20% da tiragem, as assinaturas em torno de 65% e 15% distribuição gratuita, como estratégia para atingir novos assinantes. Para o desenvolvimento do jornal, não há nenhum tipo de pesquisa de mercado e de consumidor. Segundo Ângelo Marcelo Schulka, empresário responsável pela produção do jornal, o perfil deste público-alvo abrange as classes A e B, na faixa etária superior aos 20 anos, considerando leitores fiéis e esporádicos deste tipo de mídia. Atualmente, o jornal apresenta demasiadas carências quanto ao projeto gráfico e diagramação. Percebe-se com facilidade a falta de coerência visual, desde a identidade da marca ao layout da página. O jornal é construído em formato tablóide – metade do tamanho padrão; comum em jornais populares que utilizam profusão de recursos gráficos, pouco texto e muitas fotos – e, devido o planejamento precário e informações mal dispostas, provoca um desconforto visual ainda maior. Conforme o empresário, a dificuldade na produção de conteúdo gráfico se dá pela carência de mão-de-obra especializada. Apesar de não identificar com clareza os problemas visuais de seu produto, o mesmo tem a consciência da necessidade de um novo projeto gráfico, como forma de diferenciar o jornal dos concorrentes e proporcionar maior qualidade aos leitores. O projeto gráfico atual não segue nenhuma regra de composição gráfica, como por exemplo, os princípios e leis da Gestalt. Não há equilíbrio e harmonia visual, com ausência de uma padronização adequada de títulos, tipografia, alinhamentos, entre outros, contrariando a importância do design e a comunicação visual no desenvolvimento de um produto com maior qualidade.
16 A importância do veículo para os leitores se dá por esse ser o único jornal com peridiocidade diária da região, diferentemente dos concorrentes, trazendo com maior freqüência informações a nível local e estadual à população.
1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Desenvolver o re-design do projeto gráfico e a identidade visual para o jornal “Diário do Planalto”.
1.2.2
Objetivos específicos
- Analisar o projeto gráfico atual. - Estabelecer formas para tornar a leitura agradável e organização do conteúdo. - Propor diagramação que padronize seções, título, colunas, cores, caixas de destaque e atenção. - Adequar cores, tipografia e formatos de acordo com o público. - Sugerir padronização de áreas do jornal, e melhorias para montagem das edições, de acordo com a viabilidade de implementação.
17 1.3
JUSTIFICATIVA
A opção por tematizar a elaboração de um projeto gráfico de um jornal, se deve por este ser um veículo de comunicação com fluxo de informação muito intenso. É um produto com bastante espaço para estudos na área de design gráfico, devido a carências no mercado e por ser um segmento do design pouco discutido e muito presente em nosso cotidiano. No contexto da revolução informacional em que se vive, com a profusão de signos, e excesso de informação, o design gráfico ganha cada vez mais importância no mercado da comunicação, uma vez que a organização estética da informação é fundamental para a transmissão da mensagem. Uma mensagem é enviada pelo emissor ao receptor, que através da sua bagagem e repertório, as decodifica. As experiências do leitor são responsáveis por essa interpretação – como no caso de uma página impressa – pelo destaque de texto, palavras, cores, formas e imagens. Com isso, torna-se mais do que essencial estabelecer uma leitura agradável para compreensão da mensagem. A informação jornalística, quando traduzida por imagens, tem por objetivo interferir na informação de forma a torná-la mais próxima do universo subjetivo do receptor. Assim, a principal finalidade do discurso visual da mensagem é guiar ou interpretar a informação, de acordo com os critérios editoriais, político-ideológicos e mercadológicos do provedor da informação (VILLAS-BOAS; MARCELI, 2002, apud MARCELI, 2006, p.11).
De acordo com Marceli (2006), autora da obra “Design de jornais” o design tem a função de otimizar a compreensão da mensagem, através de fatores como legibilidade, leiturabilidade, organização visual, hierarquização dos elementos, pregnância das imagens, estabelecendo o nível de relação entre o veículo e seus leitores. Como isto, a importância de um projeto gráfico justifica-se na necessidade de uma padronização dos elementos e prática de um planejamento visual, atribuindo identidade através de conceituação e a elaboração da marca. Uma diagramação voltada para as demandas de seu público-alvo, de acordo com o seu universo simbólico. Padronização de tipografia, garantindo legibilidade, aplicado a títulos e à diagramação. Padronização de cores e formas, caracterizando e fortalecendo a identidade do jornal, como também, a padronização de áreas do layout, e diagramação, para organização e conforto visual.
18 Além destes, um fator que motiva o desenvolvimento do projeto, é a ausência de qualquer tipo de pesquisa com consumidor. O jornal é desenvolvido para um público sobre o qual o próprio cliente não tem conhecimento. Os dados existentes são subjetivos e baseados em percepções pessoais do diretor. Considerando ainda, que o mesmo apresenta dificuldade de compreensão das carências do jornal. No projeto gráfico, pretende-se promover harmonia desses elementos, localizando o leitor, através do realce e condução do olho em meio ao conteúdo. Características que se tornam um diferencial para o jornal, agregando valor e maior competitividade como a concorrência. Uma pesquisa citada por Garcia (1991, apud MARCELLI, 2002, p. 12) realizada pelo Poynter Institute sobre como o olhar do leitor se desloca sobre uma página de jornal, conclui que: [...] a sua atenção não está voltada para nenhuma posição predeterminada e sim ao elemento visual dominante, que o deslocará aos demais elementos da página. Em outra pesquisa, na mesma publicação, esta sobre o processamento dos elementos da página, ilustrações e infográficos são percebidos por 80% dos leitores, seguido pelas fotografias [75%] e títulos [56%]. O texto aparece em sétimo lugar [25%]. A construção do discurso visual, tal como pressuposto pelo design de notícias, uma atividade de design gráfico.
O pressuposto básico deste trabalho de pesquisa, portanto, é avaliar o projeto gráfiico atual do jornal, executar o re-design e conseqüentemente fazer uma comparação do novo projeto gráfico proposto ao anterior existente. Isso contribuirá para uma maior compreensão do cliente perante as necessidades do jornal, e a percepção do quanto o design pode agregar valor ao seu produto.
1.4
PLANO METODOLÓGICO PREMILIMAR
Através desta pesquisa procura-se estruturar um caminho a ser seguido durante o andamento do projeto. Isto é, a partir de levantamento bibliográfico, pesquisas de campo, aplicação de questionários/entrevistas e referência metodológica, indicar um ponto de partida para uma solução da problemática.
19 Será realizada uma pesquisa bibliográfica em livros e publicações pertinentes à área de abordagem do tema do projeto, o que possibilitará o desenvolvimento da fundamentação teórica do TCC e embasamento de todo o projeto. Os dados coletados através de pesquisa qualitativa na aplicação de questionários/entrevistas, pesquisas de campo e observações, permitiram identificar e fornecer informações sobre o cliente, produto, concorrentes e o público, considerando interesses, categoria sócio-cultural, atitudes, opiniões, destacando assim, prioridades para o projeto. A metodologia de projeto utilizada será a de Jorge Frascara (2000), abordada na obra “Design Gráfico e Comunicação”. Este modelo, que tem suas bases voltadas à área de comunicação, apropriada a um projeto de design gráfico, será adaptado para melhor se adequar à aplicação do projeto. A metodologia está organizada nas seguintes etapas: 1. Proposta de trabalho 2. Coleta e análise de informações sobre o cliente, produto, concorrência, público 3. Objetivos e especificações - Determinação do canal - Estudo do âmbito de aplicação, contexto e mensagem - Análise de prioridades e hierarquias e especificações para visualização 4. Desenvolvimento do projeto - Conceituação - Identidade visual - Projeto gráfico 5. Execução - Arte final e especificações 6. Avaliação e verificação
20 2
COMUNICAÇÃO
Etimologicamente o termo “Comunicação” se origina do latim communicatione: communis, ou seja, comum. De imediato, podemos classificar a comunicação conforme propõem Alvarez; Barraca (1997), como ato de tornar comum, repartir com alguém, trocar permanentemente, transmitir. Entende-se como um intercâmbio de informação entre sujeitos ou objetos, sendo a comunicação humana, um processo que envolve a troca de informações, e utiliza sistemas simbólicos como suporte para esse fim. Definida como uma interação social através da mensagem, a comunicação demonstra que não pode haver comunicação sem sociedade, e nem sociedade sem comunicação. A todo o momento, estamos participando da produção e interpretação de mensagens, com as quais nos entendemos e interagimos. A comunicação contribui para a socialização do homem. E como a comunicação é um processo pelo qual as pessoas interagem nas mensagens trocadas, nas informações intercambiadas, todo ato comunicacional passa a ser muito importante para a socialização. (ALVAREZ; BARRACA, 1997, p. 54)
O ser humano, desde os primórdios, apresentou a necessidade da comunicação, sendo que as primeiras formas comunicativas foram mediante elementos visuais, precedentes até mesmo da fala. Essa capacidade de se comunicar permitiu ao homem se diferenciar das demais espécies. Como nos diz Ribeiro (2007, p. 285), “o homem primitivo já usava signos (sinais) e é possível que com a natureza à sua volta, tornou-se necessário – por desejos práticos ou místicos – representá-la primariamente”. Não é apenas o conhecimento e a informação que orientam o comportamento humano, mas as imagens que este possui. O sentido da visão é considerado um dos mais absolutos sentidos, sendo fundamental para a comunicação entre os humanos e suas culturas. Conforme afirma Bronowski (1997), em sua obra “As origens do conhecimento e da imaginação”, não se pode ter uma visão do mundo sem a intervenção dos sentidos físicos. O homem, como um “animal especial”, tem a capacidade de emitir sentenças cognitivas, de exercitar o conhecimento e a imaginação. Habilidade esta, que nenhum outro animal possui.
21 Através dessa habilidade, ocorre o processo de criação de mensagens na mente, de modo que o mundo é percebido através dos sentidos e comunicado ao cérebro. Já as capacidades humanas, quanto à forma de memória e de imaginação, estão condicionadas ao sentido da visão. Inúmeras são as formas de transmissão do conhecimento e comunicação, sendo através da linguagem escrita ou falada, sendo através de sinais, signos ou símbolos. Apesar da linguagem visual, ser um meio de troca de informação mais limitada que a falada, é certamente mais direta, e sempre teve um importante peso nas relações comunicativas. Para Dondis (1997, p. 7), “a experiência visual humana é fundamental no aprendizado para que possamos compreender o meio ambiente e reagir a ele; a informação visual é o mais antigo registro da história da humanidade”. Sendo assim, a linguagem visual, como forma de expressão e representação, tornou a capacidade humana da percepção cada vez mais aguçada, transformando-se em um modo de comunicação. Não há uma conclusão definida sobre como surgiu e iniciou a comunicação entre os homens. De qualquer modo, o homem chegou à associação dos sons e gestos para designar um objeto, dando origem ao signo. E de posse do repertório desses signos, e de regras para combiná-los, o homem criou a linguagem. (BORDENAVE, 1982).
2.1
A LINGUAGEM E OS SIGNOS
Os seres humanos comunicam-se por meio de linguagens 1, que segundo Alvarez; Barraca (1997), nascem das relações dos homens uns com os outros. Para Dondis (1997, p. 2), “a linguagem é um recurso de comunicação próprio do homem, que evoluiu desde a sua forma auditiva, pura e primitiva, até a capacidade de ler e escrever”. De acordo com Alvarez; Barraca (1997), é pelo domínio da linguagem – capacidade de estabelecer relações – que o homem pode se expressar através de símbolos e, portanto, manter uma forma de comunicação com o mundo, diferente daquela que é estabelecida pelos animais.
22 O que determina essa capacidade de estabelecer uma relação e associação, é a bagagem e o repertório cultural. Para Dondis (2007), podemos chamar isso de “alfabetismo visual”. A capacidade de percepção humana está intrinsecamente ligada ao conhecimento e à experiência, de forma que cada um vê somente o que conhece. Cada um tem um depósito de imagens que fazem parte do seu mundo, depósito que se foi formando durante toda a vida do indivíduo e que este acumulou; imagens conscientes e inconscientes; imagens distantes, da primeira infância, e imagens próximas; e juntamente com as imagens, estreitamente ligadas a elas, as emoções. (MUNARI, 1997, p. 10)
Conhecer as imagens que nos circundam significa alargar as possibilidade de contato com a realidade. Ver mais e perceber mais. De acordo com Dondis (1997, p.14), “visualizar é ser capaz de formar imagens mentais”. Quando um sujeito se depara com uma informação desconhecida, e que para ele não há um significado relevante, é porque no seu mundo pessoal de imagens não existem pontos de conexão com essa informação. Como no caso de uma página impressa, conforme Marcelli (2006, p. 11), “as experiências do leitor, ou seja, seu repertório será o maior responsável por destacar frases, palavras, cores e formas”. Como nos fala Alvarez; Barraca (1997), quando se pensa em um tipo de linguagem, deve-se ter em mente a sua forma de transmissão (veículo), o seu porte (material), e a maneira como seus elementos são combinados no momento em que a mensagem é exprimida. A linguagem pode ser resumida, então, como uma soma entre o que e como se diz determinada coisa. Justamente por ser um sistema de signos, toda linguagem possui um repertório, um conjunto de signos relacionados entre si. Sobrepondo a interpretação e a percepção, a linguagem pode ser compreendida como palavras, imagens, objetos, usos e costumes, que ao fazer parte do processo de comunicação, contribuem para o entendimento do significado histórico e cultural que integra a mensagem. Conforme Pignatari (1983), a semiótica, como a ciência que estuda o sistema dos signos, explica o seu significado como o que representa algo (ou comunica algo). Em relação ao referente, a coisa à que se refere ou designa pode ser classificada em: 1
Linguagem: conjunto de signos estruturados segundo um código.
23 - ícone: quando há uma semelhança ou analogia ao seu referente (exemplo um pictograma); - índex ou índice: quando há uma relação direta com o referente (exemplo de causa e efeito, como chão molhado indicando que choveu); - símbolo: quando a relação com o referente é convencional e arbitrária (um exemplo são as palavras escritas ou faladas.
2.2
COMUNICAÇÃO VISUAL
Segundo Munari (1997, p. 66) “praticamente tudo o que nossos olhos vêem é comunicação visual. Imagens que como todas as outras têm um valor diferente segundo o contexto em que estão inseridas, dando informações diferentes”. A comunicação visual, vista como um sinônimo do design gráfico se processa por meio de emissão de sinais, estímulos visuais, os quais constituem as mensagens visuais. Para Hurlburt (1986, p. 146), “nada é mais essencial para a comunicação visual, e, portanto para a produção gráfica, do que a percepção e a resposta”. A tendência comum de imaginar o olho como a lente de uma câmara que produz uma imagem no nosso cérebro é enganosa, pois a percepção não é um processo fotográfico. Ao contrário, é uma sistemática operação que reúne, ajusta as informações visuais e comparaas com o vasto mosaico de nossas imagens mentais – como uma busca nos arquivos imaginários dos objetos que vimos anteriormente e já foram conceituadas. (IDEM) Vivemos em uma época marcada pela comunicação visual e a chamada sociedade da informação. A nossa cultura pós-moderna é extremamente visual, e valoriza a os aspectos visuais, como a imagem, muito mais do que as palavras. De modo que uma foto, uma ilustração ou um gráfico pode chamar mais nossa atenção do que o texto numa página. Para Munari (1997), comunicação visual é o processo que envolve o planejamento, apresentação e emissão da mensagem visual. Podemos dividi-la em:
24
Figura 1 – Tipos de comunicação. Fonte: Munari (1997) adaptado por Schulka.
Toda comunicação visual inclui uma fonte, um transmissor, um meio, um código, uma forma, um tema e um receptor. Toda comunicação inclui processos cognitivos e emotivos, assim como informação a nível denotativo e conotativo (FRASCARA 2000). Dessa forma, podemos afirmar que não existe comunicação se não houver algum conteúdo, algo a ser transmitido. E não há como haver uma troca de mensagens sem um meio, ou canal suporte. E essa emissão da mensagem pode ser bem ou mal-sucedida, considerando que alguns obstáculos possam dificultar a recepção da mensagem.
2.3
COMPREENSÃO E DECODIFICAÇÃO DA MENSAGEM VISUAL
Devido à profusão de informações visuais e signos que nos assediam de todas as partes e meios, de modo desordenado, a comunicação visual procura definir uma relação entre informação e suporte, afim de que a mensagem chegue de forma correta ao seu alvo receptor. Como nos diz Munari (1997, p. 56), “[...] um exemplo disso, é uma informação de trânsito transmitida com um suporte no qual se deve considerar o valor óptico-cromático e o efeito figura-fundo, tanto em relação ao próprio sinal quanto ao sinal inserido no ambiente”. Uma relação estabelecida por Marcelli (2006, p. 11) entre emissor e receptor: “a mensagem é enviada pelo emissor e necessariamente interpretada por todo o universo do receptor a fim de ser decodificada”.
25 Porém, este receptor está imerso num ambiente cheio de perturbações que podem alterar ou anular mensagens. É preciso, ter em mente o tipo de receptor e as suas condições fisiológicas e sensoriais que, funcionam como filtros, deixando ou não passar a informação. A esses filtros, podemos atribuir três tipos estabelecidos por Munari (1997).
Figura 2 – Tipos de filtros. Fonte: Adaptado de Munari (1997) adaptado por Schulka.
A representação gráfica da mensagem deverá se apresentar com clareza e impacto visual. Sendo que muitas vezes, a simplicidade é a palavra-chave para o bom desempenho dessa representação. A facilidade de reprodução, de se retirar o supérfluo sem perder as características de legibilidade e entendimento. Frascara (2000, p.63-64), descreve alguns princípios sobre a mensagem visual: 1. Todo elemento visual tem seu significado. 2. Todo ornamento visual tem significado. 3. Todo significado pressupõe uma ordem. 4. Toda ordem está baseada em princípios visuais de integração e segregação. 5. Os princípios visuais de integração e segregação se baseiam em semelhança, proximidade e fechamento (a continuidade, também chamada de boa forma). 6. Toda mensagem visual está constituída por dois níveis: forma e significação. 7. A significação de uma mensagem se realiza mediante um processo de interpretação.
Após o processo de decodificação, e compreensão, entende-se como a etapa posterior, a resposta do receptor. Ver, perceber, reagir e responder.
26 2.4
DESIGN
2.4.1
O que é design gráfico
A atividade do design gráfico ao longo de sua história, como uma área multidisciplinar, agregou ao redor de si uma série de práticas e informações, que permitiram relacionar a criatividade, a técnica, a tecnologia, o significado e a linguagem. A palavra design é um termo que não tem uma tradução exata para a língua portuguesa. Segundo Azevedo (2001, p. 09), “a palavra design vem do inglês e quer dizer projetar, compor visualmente ou colocar em prática um plano intencional”. Já para Villas-Boas (2003): Design gráfico é um conjunto de elementos visuais - textuais e/ou não-textuais – reunidos numa determinada área preponderantemente bidimensional e que resulta exatamente da relação entre estes elementos, compondo peças gráficas destinadas à reprodução, objetivando a comunicação. Estas peças têm como suporte geralmente o papel e como processo de produção a impressão.
De acordo com a Associação dos Designers Gráficos do Brasil (ADG, 2008): o design gráfico é um processo técnico e criativo que utiliza imagens e textos para comunicar mensagens, idéias e conceitos, com objetivos comerciais ou de fundo social. O design é uma das formas de expressão mais criativas e de grande eficácia para a promoção de conforto na divulgação de informações. A comunicação visual, através do design, apresenta as palavras e imagens atuando como um conjunto. A palavra, nos seus mais diversos tamanhos, formatos, pesos e fontes, sendo interligada a imagem, que traduz em mensagens, diversas sensações. De acordo com Hollis (2001), a mensagem do designer atende uma lógica de mercado e numa linguagem que seja entendida pelo público-alvo. Segundo Meyer (2006), esse termo, que teve origem na revolução industrial, como uma área que visava à projeção de produtos e objetos em série, na sua complexidade, pode-ser entendido como uma área que transita entre as artes, as engenharias, a comunicação, a arquitetura, de modo a reunir qualidades técnicas e criativas comuns às tais profissões. O que explica tal complexidade do design, é que esse não oferece respostas pontuais ou irrevogáveis, diferentemente de outras áreas onde um problema apresenta uma única solução.
27 2.4.2
Atuação do design e o seu papel na comunicação
A necessidade percebida como uma carência é o que conta para a prática do design. Estando em contato direto com a comunicação, envolvendo o designer consolida-se como quem está constantemente recebendo a informação, e percebendo as necessidades visuais dos meios comunicativos, principalmente nas peças gráficas de suporte impresso. O designer deve estar preparado não apenas para diagramar uma página, mas também atribuir um sentido visual à informação, sem modificá-la, ajudando a solucionar problemas e falhas perceptíveis de comunicação. Falhas estas que ocorrem pela profusão de informação, que geram confusão má interpretação de significados. A programação visual destina-se a projetos de objetos bidimensionais, ocupando-se da concepção, da representação gráfica e da organização de sistemas e mensagens veiculadas através de canais visuais (sistemas de sinalização, identidade visual de empresas, planejamento gráfico-editorial, multimídias, etc.). (ALVAREZ; BARRACA, 1997, p. 33)
A função desse profissional, além de dar forma aos signos lingüísticos do texto e combiná-los com os signos gráficos, é experimentar composições que melhor se adéqüem e expressem um conteúdo, visando sempre a legibilidade e seu valor informativo. Sendo o designer, um profissional que busca a melhor forma de transmitir a informação, torna-se indispensável ter vastos conhecimentos de composição, harmonia, equilíbrio de cores e formas, que são princípios essenciais à formação de um comunicador. Segundo Hulburt (2002, p. 91), “[...] hoje em dia, o designer gráfico está envolvido num complexo processo de estudo e avaliação de múltiplos elementos, antes que seja capaz de reunir texto e a imagem na arte-final”. A mensagem do designer atende às necessidades do cliente que está pagando por ela. Embora essa forma possa ser determinada ou modificada pelas preferências estéticas do designer, a mensagem precisa ser colocada numa linguagem que o público-alvo reconheça e entenda. Este é o primeiro aspecto significativo que distingue o design gráfico de uma obra de arte. (HOLLIS, 2001, p. 02)
Na execução da sua tarefa, o designer deve por pressuposto, seguir alguma metodologia específica, para poder ter o controle das variáveis do projeto. A partir dessa metodologia, terá uma base para levantamentos de problematização, concepção e especificações do problema. Além da etapa essencial de conceituação, que é umas das características fundamentais para se chegar a uma solução.
28 Comunicar visualmente não é somente dar seqüência a componentes gráficos, ou sequer arranjar os elementos em uma superfície qualquer. Mas sim desempenhar um papel importante no processo de comunicação. Em relação a um produto impresso, a função do design gráfico é promover o discurso visual da mensagem otimizando a comunicação com o leitor público-alvo, podendo interferir na ordem de leitura ou percepção dos elementos do layout. Segundo Hollis (2001), a principal função do design gráfico é identificar: dizer o que é determinada coisa, ou de onde ela veio. Posteriormente, é informar e instruir, indicando a relação de uma coisa com outra quanto à direção, posição e escala. Diferentemente das outras, a terceira função é apresentar e promover, com o objetivo de aprender a atenção e tornar sua mensagem inesquecível. Como já vimos anteriormente, a palavra ao se tornar impressa, perde a sua capacidade direta da fala, de modo que impossibilita a sua percepção de expressões. A fim de solucionar tal problema, o design gráfico tem como compromisso romper essa limitação, e dar voz ao texto, transmitindo a mensagem como uma expressão única. Como nos afirma Okida (2002), a busca pela excelência da comunicação gráfica deve ser o objetivo dos novos profissionais da área. Uma vez que também fazem parte dessa busca a comunicação subliminar e sinestésica, que podem ser transmitidas através de cores, tipos, formas gráficas e estilos. É o design invisível transmitindo informações que favorecem uma perfeita comunicação editorial. O designer é o profissional que busca a melhor forma de transmitir informações, de modo a realizar uma mediação entre o tipo da mídia e o seu público. Considerando que o conteúdo é que impulsiona a programação visual e que esta reflete a identidade das pessoas para as quais o jornal destina-se, o design gráfico pretende conquistar a atenção do público e expressar a mensagem veiculada através do meio. Sendo assim, o agente facilitador dessa comunicação, no caso, o designer, pode ser responsável pelo sucesso ou mesmo o fracasso de uma publicação. A mensagem tanto pode ser transmitida de forma correta, como causar ruídos, cansaço, má compreensão e condução da leitura. O modo como uma página é composta, deve estar em sincronia com diversos fatores editoriais como: a facilidade de percepção do conteúdo explícito na página, rapidez na transmissão da informação; facilidade de compreensão e localização.
29 2.5
COMUNICAÇÃO IMPRESSA
2.5.1 História da mídia impressa e da comunicação de massa
De acordo com Alvarez e Barraca (1997, p. 48), “quando a comunicação é dirigida a uma ampla faixa de público, é considerada comunicação de massa”. Podemos dizer que a imprensa foi o começo do que hoje chamamos de comunicação de massa. Esse tipo de comunicação é o resultado de um longo processo tecnológico, que teve como principal motivo, uma maior facilidade de reprodução e a propagação da mensagem ao longo dos séculos. Segundo Bacelar (1999), a invenção da imprensa de caracteres móveis é considerada a origem da comunicação de massas, por constituir o primeiro método viável de disseminação de idéias a partir de uma única fonte para um auditório numeroso. A cultura da palavra impressa e a tecnologia tipográfica atravessaram séculos de mudança até concretizarem a massificação. Uma vez que a história da impressão é muito extensa, fazendo breves apontamentos sobre o seu desenvolvimento, pode-se considerar que a invenção da imprensa só foi possível pela invenção e refinamento das técnicas de fabricação de papel na China ao longo dos séculos. Técnicas essas que foram sendo reveladas transcorrendo séculos até a introdução na Europa nos séculos XII e XIII. Os chineses já tinham técnicas muito apuradas de impressão, tintas, que contribuíram muito para a divulgação da palavra impressa (IDEM). As rápidas mudanças culturais que se faziam sentir na Europa desde o início do século XV estimularam uma crescente procura de documentos escritos mais baratos. Desde a sua introdução na Europa, o papel foi-se afirmando como alternativa viável ao velhum e ao pergaminho, que constituíam à época os meios convencionais de para o registro e transporte da informação escrita”. (IBIDEM, 1999, p. 2)
A necessidade de documentação aumentava com o desenvolvimento do comércio, assim como com o aumento dos processos de governo e administração política religiosa. Era necessária a disponibilidade de material escrito. Como nos diz Bacelar (1999), foi ai que Johann Gensfleish Gutenberg, pressentiu como um potencial de lucro uma tecnologia que pudesse solucionar os problemas da época,
30 desenvolvendo assim a técnica de prensa tipográfica, que não somente possibilitou a produção de livros em grande escala, como propiciou o surgimento do jornal. Passadas as resistências iniciais, o clero começou a perceber vantagens no poder da impressão. A produção e distribuição de textos se tornaram incontrolável, de forma que cópias eram rapidamente divulgadas e distribuídas. De acordo com Cheida (2000), os primeiros impressos surgiram em meados do século XV, eram almanaques com informações diversas. Mais tarde, apareceram as primeiras folhas periódicas contendo notícias variadas sobre o dia-a-dia das regiões. Para Briggs; Burke (2004), os livros eram muitos dispendiosos e técnicos, surgindo, portanto, materiais impressos mais baratos e simples, sob forma de “brochuras”, que eram comercializados por “vendedores ambulantes” no início da Europa moderna. Outro grande motivo de repercussão dos impressos na época foi a revolução científica, que está diretamente ligada à tecnologia da impressão graças à rápida e ampla disseminação, pela imprensa, de reflexos e descobertas científicas. As inovações no acesso ao conhecimento científico caracterizaram o Renascimento, influenciando as artes, a literatura, a filosofia e a política. A tecnologia da impressão desencadeou uma revolução nas comunicações que viria a mudar os modos de pensar e as interações sociais. Até o século XIX, a tecnologia estabelecida por Gutenberg foi se aperfeiçoando, mas no essencial mantinha as características dos primitivos do século XV. A máquina a vapor e a alimentação de papel em bobina contribuíram para o aumento da eficiência da imprensa. Um grande número de inovações tecnológicas acrescentou para o caráter e o papel da imprensa na cultura. A monotipia e litografia foram métodos mecânicos de fundição e composição de tipos móveis, alternativos à composição manual, que marcaram um salto importante na velocidade de produção (BACELAR, 1999). De acordo com Hoeltz (2001), em uma revisão do processo da tecnologia gráfica, podemos afirmar que: Gutenberg implantou a prensa tipográfica. Quatro séculos depois, no final do século XIX, a composição mecânica passou a ser utilizada em escala industrial. Depois dessa época as técnicas evoluíram de forma acelerada encurtando as distâncias no aperfeiçoamento das artes gráficas. Durante o século XX o avanço tecnológico nas artes gráficas se acelera na descoberta de novos sistemas, reduzindo o tempo na produção industrial e viabilizando economicamente o resultado final de uma publicação. Até se chegar na segunda metade do século XX, quando entramos numa etapa de produção gráfica através da composição eletrônica.
31 2.5.2 Design de jornais: história
Desde o seu início no Brasil, o jornalismo impresso sofreu diversas mudanças. Freire (2007) as classifica em três etapas: - período tipográfico (1808 - 1970): evolução dos processos de impressão, com o abandono dos métodos artesanais; - período litográfico (1970 - 1980): transição marcada pela adoção do processo de impressão offset, e início da informatização da produção gráfica, com a implantação do computador na redação, na diagramação, tratamento de imagens e arte-finalização das páginas dos jornais; - período digital ou do design (1990 até hoje): computador passa a ser uma ferramenta indispensável à produção jornalística, assim com o maior destaque do design no âmbito jornalístico. Conforme afirma Hulburt (2002), na década de 30, quando o movimento do design moderno tomava seus primeiros impulsos e a comunicação na imprensa popular começava a tomar forma, o design passou a ocupar posição dominante na página impressa. Já na década de 40, houve uma concentração maior sobre o conteúdo visual. Nesse período as páginas editoriais e de propaganda passam a ser dominadas por grandes ilustradores. Ao final da Segunda Guerra mundial, a fotografia começou a desviar o interesse até então focado na ilustração, sendo que na década de 70, a atenção já se concentrava nas palavras e no que elas representavam como idéias ou como imagens. A busca de novo tratamento verbal e de títulos ou “manchetes” levou à formação de equipes de arte e texto, na busca de idéias criativas, confirmando que o elemento mais constante no design é a mudança, independentemente das tendências (IDEM). Marcelli (2006), descreve em sua obra um breve histórico de design de jornais. De acordo com a autora, a história do design gráfico aplicado em jornais diários iniciou-se ainda no século 19: - O Daily Mail surgiu em 04 de maio de 1896 sendo considerado pelos historiografia inglesa um macro do jornalismo contemporâneo. - No Brasil, a aplicação do design em páginas de jornais, foi sinalizada na década de 1950 com a reforma gráfica do jornal do Brasil – projeto de Amílcar de Castro. O diferencial deste projeto gráfico era a utilização dos claros (áreas não impressas) como
32 suporte para melhor compreensão da notícia textual, e extinção de fios e fotos grandes, que era padrão gráfico na época. - A década de 1960, nos países centrais, foi marcada pela sistematização de normas de organização visual dos jornais. No Brasil, a influência do movimento concretista marca a linguagem visual dos jornais diários (blocos retangulares de massa de texto e claros, imagens e poucos elementos não-textuais); - Na década de 1970, no Brasil, a imprensa nanica (ou alternativa) apresenta projetos gráficos claramente diferenciados entre si, considerando a identidade e perfil de cada publicação. Em, 1979, é fundada a primeira organização de profissionais da área, a SND – Society of Newspaper Designers, atual Society of news Design. - O avanço da tecnologia e surgimento da editoração eletrônica, foi o fato destaque da década de 1980, época em que o jornal americano USA TODay consolidou o design como ferramenta estratégica. Seu modelo foi amplamente exportado: diminuição do texto-corrente, grandes imagens textuais e muitas imagens não-textuais. Enquanto isso no Brasil, as redações eram compostas por jornalistas e diagramadores que eram os responsáveis pela montagem das páginas. - No início da década de 1990, no Brasil, a construção da notícia organizada visualmente se dava numa grade de diagramação (modularização), juntamente a fotos, ilustrações e tabelas. Neste período, o design de notícias surge no Brasil, através da infografia. Os pioneiros na prática foram os jornais O Estado de São Paulo, O Dia e Zero Hora.
2.5.3 Design de notícias
Design de notícias, é a área do design gráfico e editorial que lida com os problemas relacionados ao jornal, desde a diagramação ao projeto gráfico. A utilização deste termo teve início na década de 1980, e foi adotada no meio profissional para designar o segmento de design editorial que trata do projeto gráfico em jornais. De acordo com Marcelli (2006) o design de notícias é uma atividade projetual da concepção gráfica da notícia, que considera sua aplicação visual, como também o discurso visual da mensagem. A sua prática se dá a partir de templates, e a partir do projeto gráfico do
33 jornal, cria parâmetros para sua aplicação e construção do layout das páginas. Desta forma, o impacto da notícia está ligado ao projeto gráfico que a veicula. O projeto de design de jornais, baseado em normas e elementos visuais, tem como objetivo, potencializar a organização dos conteúdos, otimizar o espaço, tornar a leitura mais atrativa ao leitor. Atua como ferramenta estratégica na relação entre o jornal e seu públicoalvo, sendo assim, elemento decisivo na prática comunicativa desta relação, e na manutenção do caráter identitário. Um jornal impresso é fruto de um projeto gráfico-editorial exclusivo, projetado com fins específicos em sua linguagem visual e verbal. Sua função objetiva é comunicar. É um produto industrializado, projetado para ser manuseado, lido, guardado ou jogado fora. Desta forma, o jornal é tido como objeto de design gráfico. (MARCELLI, 2006, p. 8)
Percebe-se uma grande mudança desde o início dessa prática no Brasil. Inicialmente, cada jornal adotava um formato de acordo com o que melhor se adaptasse ao tamanho das bobinas de papel para impressão. Como isso resultava em um custo operacional muito grande, surgiu no Brasil, a partir de 1998, a padronização do formato das páginas e colunas. Foram definidos novos formatos standard (540x297mm) e tablóide (250x297mm), sendo que alguns jornais também optam pelo tamanho berliner (470x315mm), muito utilizado em jornais europeus. Outra mudança ocorrida foi no maior destaque para o design, que não era peça fundamental para o sucesso do jornal, sendo que hoje, não só participa da criação do projeto gráfico, como também das projetações diárias das páginas. Até os anos 90, o discurso gráfico do jornal era tratado como “projeto gráfico” e referia se aos elementos desse discurso – fotos, ilustrações, textos, cores e formatos – e sua articulação com o conteúdo da página, diagramação. Em meados da década, diante do advento da nova mídia, da economia do entretenimento, das novas tecnologias de comunicação, editoração e impressão, e, principalmente, do público que se formou nesse contexto, o termo tornou-se impreciso e inadequado para o jornalismo que pretendia se fazer presente nesse período de transição de uma tradição impressa para outra, digital. Assim, design de notícias passou a designar não só a atividade de dar forma sensível e compreensível à notícia nos meios predominantemente visuais, mas também de pensá-la, planejá-la, assim como a todo esforço de produção dentro do contexto atual. (MORAES, 2002; apud SANTOS, 2005, p. 3)
Jornais diários se viram obrigados a rever seus conceitos de qualidade, passando a unir a forma visual com a notícia. Esse fato caracterizou uma renovação da linguagem. Sendo assim, o design gráfico é uma das mais importantes linguagens de comunicação existentes em uma página de jornal.
34 3
3.1
PROJETO GRÁFICO
CONCEITOS DE PROJETO GRÁFICO E PROJETO EDITORIAL
Um projeto gráfico consiste na prática do planejamento gráfico e visual, na combinação do conjunto de elementos que formam e dão características a um meio de informação. No caso de uma comunicação impressa como o jornal, é um dos fatores que irá determinar a velocidade com que a comunicação é decodificada pelo leitor, considerando seu repertório, no destaque do conteúdo, e dos elementos textuais e visuais. A diagramação, as imagens, o formato do papel, a posição de títulos o tamanho das fontes tipográficas, enfim, todos os elementos visuais podem ser pensados e utilizados de modo a aliar conforto, qualidade e apreciação à leitura, pela percepção humana. O processo de entendimento da informação aplicado à página do jornal, e nela podemos observar que o leitor – a partir de aspectos simbólicos, funcionais, objetivos, metodológicos e formais próprios, realiza um desmonte dos elementos da página construída editorialmente, reordenando os fragmentos da informação de forma a melhor compreendê-los. (MARCELLI, 2006, p. 12)
Fundamentado em princípios da comunicação visual, o projeto deve ser estruturado de acordo com a sua finalidade. Como no caso de um jornal, envolve os efeitos visuais que iram realçar a informação, os produtos ou os outros serviços. Para Marcelli (2006, p. 8), “o projeto gráfico de jornais submete-se à hierarquia das informações, aos costumes de leitura do seu público, que podemos chamar de perfil sociocultural, que está diretamente relacionado ao seu poder econômico”. No caso de um projeto gráfico de um jornal, há de se levar em conta a sua segmentação, pois os jornais fazem parte de uma identidade social, e quando segmentados assumem mais claramente esse papel. O jornal segmentado atua como um gerenciador de informações relacionadas a determinado grupo. Toda publicação, independente da natureza, necessita de um editor-responsável. Em um jornal, o editor é quem fica responsável por tudo o que é divulgado, além de traçar a linha de linguagem editorial da publicação. A base do jornal é o seu conteúdo, sendo que só a partir deste definido, se parte para a forma. O correto é a partir daí, o designer traçar o perfil do projeto gráfico do jornal.
35 A adequação de uma linguagem visual que se identifique com o consumidor é tão importante quanto a mensagem que está sendo passada. Essa combinação é o que podemos chamar de projeto gráfico editorial, e é aí que o design faz diferença. Conforme Marcelli (2006), o projeto gráfico-editorial, deve considerar não somente o modo como a informação textual será distribuída no papel, mas também, o suporte gráfico, e que tipos de imagens a mensagem poderá dispor para ser decodificada pelo leitor. O designer gráfico, mais do que somente organizar imagens, ilustrações e textos no espaço gráfico, tem a função de trabalhar com a forma do conteúdo. Planejar a página de modo a aliar qualidades artísticas e funcionais, buscando, por exemplo, cores, fontes e posicionamentos que a tornem mais agradável e confortável à leitura e apreciação. Trabalhar com design de jornais exige dedicação multidisciplinar. Além dos muitos conhecimentos de design, um bom planejador, portanto é aquele que equilibra sua expressão própria, aliado a seu conhecimento, e a sua particularidade na geração do layout. Segundo Villas-Boas (2003), no universo editorial, o design gráfico é parte absolutamente fundamental, pois estrutura e dá personalidade a uma publicação. Qualquer elemento que sirva como código visual de identificação tem importância, pois são eles que nos falam quem é o jornal. Um projeto de design gráfico consiste num todo que é formado tanto por um texto diagramado e por elementos tipográficos de maior destaque, quanto por ilustrações, fotos, elementos acessórios com fios e etc. Ou seja: um projeto de design gráfico é um conjunto de elementos visuais – textuais e/ou não-textuais – reunidos numa determinada área preponderantemente bidimensional e que resulta exatamente da relação entre estes elementos. (VILLAS-BOAS, 2003, p. 12)
Conforme nos diz Okida (2002) um bom projeto gráfico editorial é aquele que conduz os olhos dos leitores sem se tornar o elemento principal da página, e sem interferir na qualidade da leitura. As imagens, posição de títulos, tamanho das fontes tipográficas, fios, formas, enfim, todos os elementos visuais devem ser perfeitamente pensados e posicionados em uma mesma linguagem, com o objetivo de atender a uma necessidade editorial. O conjunto gráfico, além do planejamento, deve ser um reflexo do tipo do público para o qual as matérias e o jornal estão sendo feitas. Para conduzir os olhos do leitor pelos caminhos desejados, existem vários elementos de construção gráfica que devem ser observados no momento da criação de um projeto gráfico, como na hora da sua diagramação. Antes de tudo no projeto gráfico, é preciso uma conceituação, afim de que se estabeleça os rumos que se deseja seguir. Depois é necessário um levantamento do volume de informações e a forma como essas se apresentam (texto ou texto + imagem).
36 É através do projeto gráfico que por fim, pode-se estabelecer a ordem de leitura das matérias, a facilidade de percepção do conteúdo explícito na página, a rapidez na transmissão da informação, como a facilidade na localização e entendimento dos assuntos.
3.2
DIAGRAMAÇÃO
Diagramação ou, como também chamada, páginação, é o ato de diagramar e distribuir os elementos gráficos no espaço da página impressa. É uma prática que compete ao designer gráfico, trabalhar dando forma ao texto e a imagem, nas páginas do jornal. Esses designers realizam a composição dos elementos, usando com base fundamental, o projeto gráfico. Isso acontece para que o a identidade da publicação seja mantida, levando sempre em consideração alguns princípos da diagramação, como os cuidados com a tipografia e a legibilidade. De acordo com Ribeiro (2007), ao diagramador ou o programador visual, compete fazer as principais indicação em relação ao projeto, tais como escolha de caracteres, tamanho adequado, entrelinhas, largura e altura da mancha gráfica. Como também o cálculo de quantidade de laudas, tamanho das gravuras e anúncios, quando for o caso de preenchimento de página, ou ainda calcular antecipadamente os espaços para os originais previstos. Para Rocha2 (2007), diagramação é a consciência dos elementos gráficos com a estética, ligação entre a técnica do jornal e a arte de apresentação. Em outras palavras, a diagramação busca dar o padrão de representação gráfica, ligando harmonia e técnica. No caso de um jornal, a diagramação segue os objetivos e as linhas gráficas e editoriais do impresso. As principais linhas editoriais incluem a hierarquização das matérias por ordem de importância. Já as considerações gráficas, como exemplo, incluem a legibilidade e o equilibrio dos anúncios em uma página. A preocupação do diagramador, além de convidar à leitura e manter atenção do leitor, é beneficiar a transmissão da mensagem visual, a fim de que o leitor possa discernir de forma rápida e agradável, aquilo que lhe interesse.
2
José Antonio Meira da Rocha é jornalista e professor mestre em Mídias, especialista em Informática na Educação, e professor de Jornalismo Online, Planejamento Gráfico e Mídias digitais. Possui um blog <http://meiradarocha.jor.br> onde publica artigos relacionados a jornalismo a planejamento gráfico.
37 A decodificação da área impressa se dá em dois momentos. De acordo com Silva (1985), o primeiro momento é quando o leitor observa a massa gráfica como um conjunto, distinguindo as subáreas, ou seja, identificando as ilustrações, os títulos, subtítulos, as áreas em branco (não impressas), o texto etc. A segunda, se retém nos detalhes destas divisões. Uma boa diagramação acontece quando há o equilíbrio entre os brancos e os pretos do impresso. Ou seja, as áreas impressas e as áreas de respiro (sem conteúdo, sem impressão). Uma diagramação muito pesada, na ocorrência de muita área impressa, faz com que a relação leitor e veículo seja desestruturada. O leitor perde o senso de localização. O preto sobre o branco exprime um efeito positivo, e o branco sobre o preto exprime um efeito negativo. Deve-se ter cuidado em suas utilizações, a ponto de que o efeito visual seja satisfatório, e não dificulte o processo de movimentação dos olhos sobre a página. A valorização do branco da página na diagramação representa os caminhos que vão situar o leitor na leitura, dar leveza à pagina, e conseqüentemente funcionar como recurso estético, atribuindo beleza. O equilíbrio proporcional entre os claros do suporte e a mancha gráfica valoriza os elementos integrantes da composição. [...] Não só os brancos das margens como também, os do texto das ilustrações, realçam e valorizam os elementos da composição. (RIBEIRO, 2007, p. 229)
Conforme nos afirma Villas-Boas (2000), qualquer elemento de uma página significa alguma coisa, até mesmo os espaços em branco.
3.2.1
Processo de diagramação
O processo de diagramação ocorre com o auxílio de programas de editoração eletrônica. Nesses programas, pode-se compor e visualizar todos os elementos da página antes da impressão. Uma editoração eletrônica consiste em um conjunto de microomputadores, acoplados a leitura ótica de caracteres, leitora de imagens, com impressora de alta definição, processadores de texto e imagens ou planilhas de cálculo, terminando no programa editor, onde tudo será integrado com a preparação final da página a ser impressa (RIBEIRO, 2007).
38 Antigamente, antes da paginação digital, se utilizava bonecos, para prever o layout, ou seja, a contrução de cada página em tamanho real. Os bonecos são miniaturas das páginas, que funcionam como um falso espelho desenhado em uma lauda com oito traços verticais, marcando as colunas. Ali se configuravam os títulos principais, mas não havia como calcular os espaços. Essa é uma técnica préindustrial que, localizada na história entre a antiga diagramação e o moderno planejamento visual, que considera os elementos estéticos dando maiores possibilidades para inovação e a definição orgânica de estilos. São eles os módulos. De acordo com Rocha (2007), a modulação é a divisão de área do impresso em uma grade modular. Isto é, uma a grade de colunas que servirá de módulo para os tamanhos de anúncios e de matérias editoriais, de modo que facilite o processo produtivo do veículo. Nesse formato de diagramação, os elementos (títulos, fotos, etc.) são integrados de uma forma quadrada ou retangular. Esses módulos são interessantes por vários motivos. Cada página é um módulo formado por outros módulos menores. Diagramar é, literalmente, encaixar elementos dentro de um módulo e relacioná-lo ou separá-lo de outros. Isso remete ao leitor, a sensação dos assuntos estarem encaixados na forma de blocos. Os módulos expõem diferentes unidades relacionadas espacialmente, criando-se um sentido de unidade, a idéia de um todo. Ou seja, um conjunto de fotos, gráfico, matéria, título, dentro de um único tema, submetidos a uma única forma semiótica. Uma vez o texto pronto, e armazenado no computador, o diagramador se encarregará de resgatar os arquivos de textos com medidas e tamanhos exatos em módulos, para criar o layout da página a ser impressa. Cabe ao diagramador utilizar uma série de recursos gráficos aumentando ou diminuindo através de teclas de comando, o tamanho dos corpos programados, alternado os módulos para colunas mais largas ou mais estreitas, ou até mesmo enxertando nesses módulos os artifícios gráficos que desejar, de acordo com a sua criatividade e a disposição do planejamento gráfico que estiver desenvolvendo. (HOELTEZ, 2001, p. 8)
O ideal para o processo, é que o diagramador e editor em um consenso estruturem a página antes de qualquer matéria ser escrita. Com a técnica de pré-diagramação, o editor sabe exatamente quantos caracteres escrever e as proporções das fotos ou desenhos. Não existem regras rígidas e fixas para a diagramação. Há apenas os princípios aos quais se pode fundamentar uma boa composição gráfica, e o modo como o ser humano consegue perceber os arranjos visuais. Esses princípios serão vistos mais adiantes na parte de Gestalt.
39 3.3
ELEMENTOS TEXTUAIS, NÃO-TEXTUAIS E GRAFISMOS
De acordo com Marcelli (2006), o projeto gráfico de um jornal deve considerar os elementos que fazem parte de um projeto editorial, composto basicamente por: elementos textuais, elementos não-textuais e grafismos.
3.3.1
Elementos textuais
Os elementos textuais são conceituados por Marcelli (2006), como todos os elementos que se pode encontrar na página impressa, na forma de texto. Como exemplo títulos, texto-corrente, capitulares, fólio, informações sobre a edição, legendas e etc. Logo abaixo, segue uma lista desses elementos: - assinatura: indicação do autor da matéria ou imagem (crédito); - cabeça: espaço reservado para a publicação com textos mais importantes; - calhau: espaço para anúncios institucionais ou qualquer comentário, preparado para preencher espaço em branco; - capa: apresentada com um sumário da publicação (resumo do conteúdo), editoriais mais importantes. Primeiro contato do leitor com a publicação; - capitular: caractere utilizado em diferente tamanho ou estilo do resto do texto. Iniciação de parágrafos; - chamada: títulos pequenos que representam o sumário da edição; - crédito autoral: identificação do autor, da foto, texto, etc.; - entretítulo: títulos menores que subdividem os textos no meio da publicação; - folio: elementos como data, paginação, número da edição; - legenda: comentário e explicação, como no caso de uma imagem; - manchete: notícia de caráter mais importante da página; - olho: recurso utilizado para destaque de partes do texto (repetição do texto); - paginação: numeração, ordem das páginas; - texto-corrente: toda a informação textual da notícia (massa de texto).
40 3.3.2
Elementos não-textuais
Os elementos não-textuais são caracterizados por Marcelli (2006) como os elementos que não são encontrados na forma de texto. Tem-se como exemplo as tabelas, fundos e tópicos. Veja abaixo lista desses elementos: - fio: traço da linha; - fundo ou box: caixa que delimita uma mensagem; - tabelas: grafismos que apresentam dados; - tópico de início/final: elemento que indica o começo ou término de uma matéria; - vinheta: símbolo ou conjunto de palavras que identificam uma sessão fixa da publicação.
3.3.3
Grafismos
Marcelli (2006) atribui como os grafismos, os elementos que não se encontram em formato de texto ou forma. Segue abaixo os exemplos: - foto; ilustração (charge); - infográficos; - selo (símbolo que destaca determinada editora, caderno, assunto).
3.4
CONSIDERAÇÕES PROJETUAIS
Para a execução de um projeto gráfico de um jornal, é importante ter conhecimento sobre os termos que estão diretamente ligados ao seu planejamento gráfico. Marcelli (2006) estabelece uma lista de considerações projetuais, que estão citadas logo a seguir:
41 - boneca: reprodução do jornal como modelo final; - claros: espaços não impressos em qualquer parte da página, sendo espaço entre coluna, entre letras e etc.; - colunas: subdivisões verticais da publicação, e que variam em número de acordo com o projeto gráfico. As colunas se referem também ao espaço reservado na publicação para algum autor; - editoria: sessão permanente da publicação; - entreletra: medida do espaçamento entre os caracteres; - entrelinha: medida vertical que delimita o espaço em branco entre as linhas; - espelho: grade da publicação em branco para predefinições de aplicação do projeto gráfico; - lauda: configuração de página padronizada na área editorial, com espaço delimitado para a inserção de textos, através de utilização de contagem de caracteres; - mancha gráfica: espaço útil para editoração do texto, aplicação do projeto gráfico, desconsiderando títulos correntes e elementos do projeto como um todo. - margem: área do papel entre a mancha gráfica e o limite da página; - mídia: é o suporte em que a informação será recebida. Se em papel, qual o processo de impressão a ser utilizada, etc.; - paleta cromática: cores utilizadas e tons permitidos; - template: página que serve de modelo e suporte para futura projeção; - tipografia: fonte/tipo a ser utilizada em cada elemento escrito; - tiragem: quantidade de exemplares impressos de uma mesma edição.
3.4.1
Identidade
3.4.1.1 Identidade visual
A identidade visual é o que caracteriza a empresa num primeiro olhar, por esse motivo tem como papel expor a personalidade, a alma, da empresa, de forma que a marca
42 prospere pelo maior tempo possível sem mudanças. Ao mesmo tempo, de forma mais ampla, buscando destacá-la de seus concorrentes e, mais especificamente dentro de suas aplicações. Para Ribeiro (2007, p. 270), “a identidade visual deve ser tratada, portanto, não só como a personalização da imagem, mas também como ferramenta de um processo mercadológico, altamente competitivo e saturado de informações visuais”. A identidade visual é o que singulariza visualmente um dado objeto; é o que diferencia dos demais por seus elementos visuais. A manifestação dessa identidade pode ser mais fraca ou mais forte, mas, no senso comum, qualquer coisa que possa ser identificada visualmente possui uma identidade visual (identificação = reconhecimento de identidade). (PEÓN, 2003, p. 11)
De acordo com Fishel (2003), são muitos os motivos para recriar uma imagem. Como por exemplo o reposicionamento, como forma de melhorar a atividade da empresa; a modernização, que ocorre pela necessidade de atualização da marca; a gestão de mudança, devido às mudanças da empresa; promoção do crescimento, ousar no lançamento de uma nova marca; o recomeço, quando uma imagem se encontra envelhecida, e como principal, o designer ter a certeza de que a mudança é positiva. Os elementos da identidade visual podem ser divididos em três: símbolo, logotipo e marca. O símbolo, também conhecido como signo, é uma ilustração que substitui o nome da empresa. O logotipo é a forma única que o nome da empresa é escrito. E a marca, é a junção do símbolo e do logotipo, com posições e proporções definidas. Ao recriar uma marca gráfica é necessário que o designer realize estudos de variados pontos, que irão influenciar no resultado final. Para identificar esses pontos, Fishel (2003), sugere que sejam feitas algumas perguntas pertinentes à história por trás da marca, analisando o emocional entre cliente/marca. Questões essas como: os empregados e os compradores do cliente poderão ficar desconfiados ou na defensiva quando lhes for apresentada uma tal novidade? Até que ponto o cliente está disposto a correr riscos? Se esses questionamentos não forem estudados de forma correta, todo o projeto poderá ser arruinado, de forma que a marca perderá o significado construído ao longo do tempo. Além dessas perguntas, estudos de tipografia, cores e Gestalt, aspectos que serão abordados a seguir na pesquisa, devem ser bastante explorados. Fazendo com que tanto a logotipia quanto o símbolo possuam clareza no que querem transmitir, com linhas e formas simples, possibilitando uma fácil identificação, não exigindo raciocínio para seu entendimento.
43 3.4.1.2 Identidade do projeto
O conjunto gráfico, além do planejamento, deve ser um reflexo do tipo do público para o qual as matérias e o jornal estão sendo feitas. Uma busca de equilíbrio entre a informação visual e a informação textual. Cito como exemplo o Correio Brasiliense, que colocou uma tarja azul degrade na parte superior da capa. Ela faz a alusão ao céu de Brasília, conhecido como Mar de Brasília. Portanto, uma boa cobertura local proporciona a inclusão de uma identidade visual mais próxima da realidade do leitor. (SALES3, 2005; apud LIMA JUNIOR, 2006, p.9)
Segundo Larequi (1994), por a capa ser o primeiro contato que o leitor tem com o jornal, ela tem importância única, fazendo com que ele fique, ou não, interessado no restante do periódico, podendo, caso não fique satisfeito com a primeira página, não efetuar a compra. Muito mais importante que uma foto, tipografia ou uma ilustração atrativa, é manter
uma identidade de projeto em todas as páginas e em todas as edições do periódico, sendo fundamental para que o leitor se situe de forma que haja continuidade de leitura e padronização no material impresso. O que justifica essa preocupação é o modo como o leitor pode perceber essa identidade ao longo da leitura. Os jornais, pequenos ou grandes, podem apresentar páginas distintas, variando colunas por exemplo, sem perder sua identidade. E isso é possível a partir de um projeto gráfico consistente, amplo, que permita diversas aplicações, embora mantendo itens recorrentes que garantirão sua personalidade. (MARCELLI, 2006, p. 18)
O sistema modular de diagramação é um dos fatores que tornou a padronização e a manutenção da identidade do jornal possível. Com uma preocupação maior com a identidade visual dos jornais, os métodos de estrutura da página de forma casual, foram substituídos pelo esquema modular, em que a estrutura da informação fica organizada.
3
Formado em Desenho Industrial pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com habilitação em Programação Visual. Trabalhou no projeto Ataque, do jornal o Dia (RJ), no O Globo e no Correio Braziliense, quando participou da equipe de Chico Amaral, realizando um inovador projeto gráfico. Entrevista concedida à Walter Teixeira Lima Júnior, na redação do Estado de S. Paulo, no dia 27.07.2005.
44 3.4.2
Tipografia
A palavra tipografia se originou do grego “typos”, que significa “forma” e de “graphein”, que significa “escrita”. Portanto, basicamente, tipografia é a forma de produzir texto em caracteres. A tipografia é a infra-estrutura do design gráfico, a própria base da comunicação visual. Um pôster que comunica sem palavras é uma raridade. Toda propaganda, todo design de informação depende de palavras. E naqueles casos em que símbolos ou pictogramas quebraram a barreira da linguagem, eles dependeram de palavras para uma explicação inicial. Sinais de trânsito, por exemplo, dependem de pictogramas – mas nós temos de aprender primeiro o que eles significam, e aprendemos pelo uso de palavras. (HENRION, 1986 apud OLIVEIRA, 2006)
Ribeiro (2007) e Neimeyer (2003) contam como se deram os processos do surgimento da tipografia, da impressão e seus criadores desde os primórdios até os dias de hoje da seguinte maneira: A expressão escrita ocidental, representada por um alfabeto fenício, passado para Grécia e para Roma, foi, e ainda é, o principal veículo de transmissão do conhecimento humano. Dentre esses três alfabetos (fenício, grego e romano), o último é o que mais se assemelha ao nosso alfabeto atual. Os tipos móveis4 foram inicialmente criados no século XI pelos chineses, de forma rudimentar em cerâmica ou madeira. No século XIII, na China e na Coréia, os tipos foram aperfeiçoados, feitos em metal. Mesmo com as melhorias dos tipos móveis ainda não havia um equipamento satisfatório de prensa, levando muito tempo para a impressão e com os tipos não sendo reaproveitáveis. Somente no século XV, Gutenberg, criou a prensa móvel ajustável, otimizando o processo e imprimindo mais uniformemente os materiais. Rapidamente esse modo de impressão se espalhou pela Europa e logo após pelo resto do mundo (RIBEIRO, 2007). Com a Revolução Industrial no século XIX, novos meios de impressão surgiram. A primeira alternativa foram as impressoras a vapor, que otimizaram o trabalho em 16% do tempo. Logo após começaram as gravações em chapas para impressão por sensibilização.
4
Peça de cerâmica, madeira ou metal, com letras gravadas em relevo. Utilizada antigamente para a impressão do texto no papel.
45 Ottmar Mergenthaler criou a composição a quente, que fundia seqüência de linhas completas em chumbos, esse método trazia uma economia enorme de tempo. Na década de 1950 começou a ser usado efetivamente a fotocomposição, utilizando matrizes vazadas registradas em películas fotográficas. Dessa maneira, eram possíveis ajustes nas lentes, podendo dimensionar os tipos na escala desejada, possibilitando uma maior liberdade na formatação tipográfica. Apenas no inicio da década de 1970 foram surgir os primeiros processos controlados por computadores. No começo esses processos ainda criavam certos problemas, até que em 1980 a Adobe criou um padrão de composição tipográfica digital chamado Adobe Postscript, e também, junto com o computador da Apple, Macintosh, lançou a primeira versão do famoso Adobe PageMaker (atual InDesign), sendo possível fazer inúmeros ajustes em questão de minutos (alinhamento, tamanho das letras, espaçamento, etc.). Esses padrões e softwares vêm sendo utilizado até hoje. Além de avanços na composição, a impressão também obteve melhoras, com as matrizes sendo impressas diretamente do meio digital, dispensando os fotolitos, esse processo é chamado direct-to-plate (direto-para-a-chapa) (RIBEIRO, 2007). Durante séculos e séculos inúmeras famílias 5 tipográficas foram criadas. Entre as fontes mais notáveis na história da tipografia estão: Arial, Baskerville, Bodoni, Frutiger, Futura, Garamond, Gill Sans, Helvetica, Times New Roman e Univers. De acordo com pesquisas feitas por Niemeyer (2003), os tipos possuem diversas partes definidas, sendo que alguns tipos possuem tais partes, e outros não:
Figura 3 – Partes do tipo. Fonte: Niemeyer (2003, p. 30).
5
Conjunto de caracteres que guardam as mesmas características essenciais de seus desenho, independentemente do peso, da inclinação e do corpo (Niemeyer, 2003).
46 Já as variações estruturais do tipo podem ser classificadas da seguinte forma: Tamanho – define o tamanho do tipo;
Figura 4 – Variação estrutural quanto o tamanho. Fonte: Niemeyer (2003) adaptado por Schulka.
Forma – diferencia-se com caixa alta e caixa baixa;
Figura 5 – Variação estrutural quanto à forma. Fonte: Niemeyer (2003) adaptado por Schulka.
Peso – define as variações de espessura dos traços presentes nos tipos (Normal e Negrito);
Figura 6 – Variação estrutural quanto o peso. Fonte: Niemeyer (2003) adaptado por Schulka.
Inclinação – define as variações de inclinação presentes nos tipos (Normal e Itálico);
Figura 7 – Variação estrutural quanto à inclinação. Fonte: Niemeyer (2003) adaptado por Schulka.
47 Estrutura – a escolha da família tipográfica;
Figura 8 – Variação estrutural quanto à estrutura. Fonte: Niemeyer (2003) adaptado por Schulka.
Largura – diferencia-se quanto à largura do tipo.
Figura 9 – Variação estrutural quanto à largura do tipo. Fonte: Niemeyer (2003) adaptado por Schulka.
Muitas são as classificações tipográficas atualmente. Ribeiro (2007) classifica as variadas famílias basicamente em cinco formas: gótica, utilizada hoje em dia como letra de destaque, por possuir muitos detalhes; romana, recomendada para textos longos; cursiva, antigamente usada para economizar espaço e página; bastão, fonte simples e legível, muito usada em peças publicitárias; e escrita, simulando letras manuscritas.
Figura 10 – Classificação tipográfica. Fonte: Ribeiro (2007, p. 56).
Outra classificação é feita pelas fontes com ou sem serifa. A serifa é um acabamento da fonte utilizado para fazer a ligação entre uma e outra letra, dessa forma, já que o ser humano decodifica palavras e não letras individualmente, imprimindo ritmo a leitura. Thibaudeau classificou da seguinte maneira, fontes sem serifa ficou definida como Bastão, enquanto as fontes com serifa se dividem em três: Egipciana, possuindo base retangular,
48 dando aspecto de equilíbrio e estabilidade; Elzeveir, com serifa triangular, fazendo uma transição suave da haste para a serifa, sendo a fonte mais recomendada em livros e publicações clássicos; e Didot, possui um exagero entre os traços finos e grossos, uma serifa simples, utilizada tanto em publicações tradicionais como comuns (RIBEIRO, 2007).
Figura 11 – Classificação dos tipos segundo sua base. Fonte: Ribeiro (2007) adaptado por Schulka.
Já a Associação Internacional de Tipografia (ATypI – Association Typographique Internationale), baseada em Maximilien Vox e abordada por Niemeyer (2003) classifica os tipos em sete classes: romanos, fontes com serifas, possuindo diferentes espessuras de hastes, recomendada para textos longos; lineares, tipo sem serifa, bastante legível e utilizada em publicidade; incisos, letras com semiserifas; manuais, tipo decorativo, utilizado na criação de logotipos, displays, cartazes, etc. não recomendado para texto corrido. manuscritos, imitam a escrita caligráfica; góticos, tipo com muitos adornos, hoje em dia utilizado apenas como destaque; e não-latinos, fontes normalmente advindas do oriente.
Figura 12 – Classificação tipográfica da Associação Internacional de Tipografia (ATypI). Fonte: Niemeyer (2003) adaptado por Schulka.
Na escolha tipográfica de um projeto gráfico devem ser analisados diversos pontos, mas dificilmente as escolhas feitas para um trabalho será utilizada exatamente da mesma forma no outro.
49 É adequada uma pesquisa tipográfica antes de definir qual a família será aplicada ao projeto, a fim de evitar a utilização de famílias já muito exploradas (o que deporia contra o objetivo de criar um diferencial para a publicação). (MARCELLI, 2006, p. 31)
Alguns pontos que devem ser analisados no momento da criação de um novo projeto gráfico são a legibilidade, leiturabilidade, espaçamentos entre palavras, entre linhas, alinhamentos, etc. Analisando todos esses itens de forma efetiva é possível alcançar um design visualmente atrativo. Conforme nos diz Niemeyer (2003), para uma boa legibilidade é necessário a escolha de uma fonte em que o tipo seja bem definido, sendo possível perceber claramente a diferença de uma letra da outra.
Figura 13 – Exemplos de legibilidade. Fonte: Schulka (2008).
Já a leiturabilidade agrega diversas características referentes a espaçamentos entre palavras e espaçamentos entre letras. Quando muito próximos os espaçamentos acabam por embaralhar o texto, já quando muito distantes o leitor fica de certa forma entediado, pelo texto não ter uma boa continuidade. Portanto deve-se estabelecer um meio termo para alcançar um bom resultado. (NIEMEYER, 2003).
Figura 14 – Exemplos de leiturabilidade. Fonte: Schulka (2008).
Como não existe uma receita passo-a-passo, Niemeyer (2003) faz algumas recomendações para que não se cometa erros no momento da escolha tipográfica. Uma boa
50 escolha tipográfica não depende apenas do tipo, e sim de uma série de elementos que formam um conjunto, como, por exemplo, o tamanho e proporções dos caracteres, entrelinha, relação da cor da figura e a cor do fundo, entre outros elementos. Um ponto interessante colocado por Niemeyer (2003) é a adequação do tipo de acordo com a época do material que está sendo produzido, principalmente para jornais e textos literários, que nos trazem muita carga de época. Dessa forma o leitor acaba se identificando ainda mais com o texto.
3.4.3
Templates
É a forma e a estrutura que o designer vai dar ao layout da página. São modelos que servem para otimizar a editoração e a composição do layout. Segundo Marcelli (2006) templates são soluções estandardizadas previstas no projeto gráfico, com o objetivo de aperfeiçoar a editoração do jornal, fixar a identidade do projeto por seu caráter repetitório, e facilitar a navegação. Eles podem agir como êxito, já que no caso de um jornal segmentado, a massa de texto, o foco da matéria, enfim, toda a comunicação é variável e dinâmica. Também chamados de diagramas, como afirma Ribeiro (2007), é um impresso em que o espaço a ser diagramado já aparece em medidas padronizadas, com as colunas para o texto marcadas em medidas tipográficas.
Figura 15 – Mancha gráfica com indicação de colunas, aparação e separação das páginas. Fonte: Ribeiro (1997) adaptado por Schulka.
51 Para projetar a mancha gráfica no gabarito de diagramação, temos que considerar as páginas par e ímpar justapostas, como se apresentam ao leitor, procurando harmonizar e coordenar o conjunto (RIBEIRO, 2007, p. 231). O uso desse recurso permite organizar conteúdos específicos dentro de um espaço representacional. Um bom diagrama permite ao designer uma ampla gama de possibilidades sem fugir da estrutura do impresso, traçando a forma do jornal. Para fazer a forma é preciso informar-se, e conhecer os princípios básicos de design para obter bons resultados no design de layouts, evitando planejamentos gráficos mal revolvidos. Disso depende toda a qualidade final de uma peça gráfica. Planejamentos gráficos ruins são encontrados com muita facilidade. A ação da composição dos elementos exige o conhecimento para o sucesso do arranjo visual. Elementos espalhados, sem uma ordenação, são resultado de um mau aproveitamento do espaço, resultando em um layout desorganizado, onde o leitor não sabe onde iniciar a leitura.
3.4.4
Cores
Na hora de escolher uma cor para realizar um trabalho, seja de design, um anúncio ou qualquer outro tipo de comunicação visual, deve-se ter em mente que se está lidando com um elemento de estímulo imediato, e que a cor escolhida provocará reações que podem ser positivas ou negativas, facilitando ou não o processo de comunicação. As cores exercem influencia psicológica nos seres humanos, e estão diretamente ligadas à emoção, sendo que na maior parte das vezes damos mais destaque à cor do que a forma propriamente dita. De acordo com Farina (1990, p. 27), “a cor é uma linguagem individual. O homem reage a ela subordinado às suas condições físicas e às suas influências culturais”. Segundo Pedrosa (2003), a palavra cor designa tanto a percepção do fenômeno (sensação) como as radiações luminosas diretas ou as refletidas por determinados corpos (matiz ou coloração) que o provocam. A cor não tem existência material, é apenas sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz, ou seja, é a sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão.
52 Ver uma cor é um resultado de reação a um estimulo. De acordo com Farina (1990) o olho humano é o órgão responsável pela recepção da visão. A visão ocorre quando há a presença de luz. Os raios luminosos atingem os objetos e são refletidos. A quantidade luz emitida nessa reflexão, e que penetra em nossos olhos, é o que determina como veremos as coisas mais iluminadas ou escuras, produzindo em nosso cérebro, uma sensação visual colorida. Todas as cores que não percebemos estão presentes na luz branca. Sua dispersão, isto é, a dispersão da luz, origina o fenômeno do cromatismo. A luz branca, o branco que percebemos, é portanto, acromático, isto é, não tem cor. O mesmo diremos do preto, que representa a absorção total de todas as cores, a negação de todas elas. (IDEM, p. 78)
Portanto, a cor depende da natureza das coisas que olhamos, da luz que as ilumina, e ela existe enquanto sensação registrada pelo cérebro. O olho recebe a cor como mensagem e a transmite ao cérebro (IBIDEM). a) Cor pigmento Se tratando de cor para uma comunicação impressa, vamos considerar as corespigmentos (tintas), que são as cores que se pode realizar impressão, ao contrário das cores-luz, que são cores de visualização. Nas artes gráficas, e para todos os que utilizam cor-pigmento transparente, ou por transparência em retículas, as cores primárias são: magenta, amarelo e cian. A mistura, em partes iguais, dessas três cores produz o preto por síntese aditiva. (RIBEIRO, 2007, p. 197). Essas cores fazem parte do sistema CMYK – que falaremos mais tarde na pesquisa –, e são chamadas de cores primárias, de modo que não podem se decompor em outras cores, e de sua mistura se obtém todas as outras cores.
MAGENTA
AMARELO
CIAN
Figura 16 – Cores pigmento. Fonte: Ribeiro (1997) adaptado por Schulka.
53 Sendo as cores primárias o magenta, amarelo e cian, logo, as cores secundárias são o resultado de uma mistura de duas dessas cores primárias. Já as cores terciárias, são as intermediárias entre uma cor secundária e qualquer das duas primárias que lhe dão origem (PEDROSA, 1982). b) Cores e tons De acordo com Ribeiro (2007, p. 198), a aparência da cor se caracteriza por três valores: a tonalidade, a luminosidade e a saturação. A tonalidade é o efeito produzido pelo suavizamento ou escurecimento de uma tinta com adição do branco ou preto. A luminosidade que é a capacidade de reflexão da luz, que depende da quantidade de preto que a cor contém, de modo a se aproximar mais do branco ou do preto. E a saturação é a característica quantitativa de uma cor: considera-se a mais saturada a cor que menos branco ou preto contiver (IDEM). c) Harmonia das cores Chamamos por harmonia cromática a relação entre duas ou mais cores que buscam uma composição tranqüila e agradável (RIBEIRO, 2007). A harmonia pode ser conseguida através de cores análogas (vizinhas no círculo cromático) como também através de contraste, com a utilização de cores opostas no circulo cromático, também chamada de cores complementares (IDEM). d) Contraste Conforme nos diz Ribeiro (2007), o contraste simultâneo se baseia no princípio de que nenhuma cor tem valor por si mesmo, e sim atenuado ou modificado pela influência das cores justapostas. As principais formas de contrastes cromáticos ocorrem por: contraste de tom, contraste de branco ou preto; de saturação, de superfície, e contraste simultâneo. e) Cores frias e quentes Considera-se como quente as cores que se associam, como exemplo a idéia de sol, fogo, etc. Frias aquelas associadas ao verde-azul da água, que dá a sensação de frio. (RIBEIRO, 2007). Exemplos de cores quentes: amarelo, laranja, vermelho. Exemplo de cores frias: verde, azul, violeta.
54 3.4.4.1 As cores e a comunicação
Sendo um elemento de grande importância para a composição visual, a cor deve ser utilizada com a finalidade de possibilitar uma comunicação eficiente entre o sistema e o usuário. Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. É sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem que comunique uma idéia. (FARINA, 1990, p. 27)
Na grande maioria dos impressos atuais, principalmente os jornais diários, as cores são usadas como um elemento facilitador na localização das editorias, mas dificilmente os designers, diagramadores, criadores de projetos gráficos se preocupam, no momento de posicionar uma imagem, com o que as suas tonalidades são capazes de fazer com a seqüência de leitura e, principalmente, com o que aquela cor pode transmitir (IDEM). Para Farina (1990, p. 77), em termos de comunicação, diríamos que a cor, para existir pressupõe: Emissor – objeto cuja superfície reflete a luz; Codificador – condições físicas do objeto para refletir a luz; Canal – raio de luz; Mensagem – cor; Decodificador – aparelho visual do indivíduo; Receptor – cérebro do indivíduo.
Considerando a importância da aplicação da cor, de modo que facilite o processo de comunicação, é importante estar atento à psicologia das cores e seus significados. A aplicação intencional da cor, ou do objeto, possibilitará ao objeto que contém a informação cromática receber a denominação de signo. O autor sugere que ao considerarmos uma aplicação intencional da cor, estaremos trabalhando com a informação “latente”, que será percebida e decifrada pelo sentido da visão, interpretada pela nossa cognição e transformada numa informação atualizada. (GUIMARÃES, 2000, p. 15)
Dentro da publicidade, as empresas devem se utilizar de recursos para despertar a atenção do público. Com base em Farina (1990), o quadro de significados das cores a seguir, levando-se em consideração a cor aplicada à comunicação.
55 Tabela 1 – Cores e significados COR
ASSOCIAÇÃO
Branco
Associação afetiva: sugere ordem, simplicidade, harmonia pureza. Evoca frescor e limpeza. Associação material: neve, nuvens em tempo claro, cisne.
Preto
Associação afetiva: frieza, tristeza, negação, intriga. Cominando a outras cores tem conotação de nobreza, seriedade. É expressivo e angustiante ao mesmo tempo. Na publicidade, deve ser evitado o excesso, pois tende a gerar frustração. Associação material: sujeira, sombra, noite, fumaça, coisas escondidas.
Cinza
Associação afetiva: tédio, seriedade, velhice, sabedoria, discrição. Para atitudes neutras e diplomáticas é muito utilizado em publicidade. Associação material: chuva, neblina, pó.
Vermelho
Associação afetiva: dinamismo, força, movimento, emoção. Aumenta a atenção, é estimulante, motivador. Indicado para uso em anúncios de artigos que indicam calor e energia. Simboliza uma cor de aproximação, de encontro. Associação material: sinal de parada, perigo, sol, fogo, conquista, masculinidade.
Laranja
Associação afetiva: calor, força, energia, alegria, senso de humor, advertência, dureza. Indicado para as mesmas aplicações do vermelho, com resultados um pouco mais moderados. Associação material: laranja, fogo, luz, chama, festa, aurora, raios solares.
Amarelo
Associação afetiva: conforto, adolescência, espontaneidade, expectativa, iluminação. Visível à distância, estimulante. Cor imprecisa. Não é uma cor motivadora por excelência. Combinada com o preto pode ser eficaz e interessante. Geralmente indicada para aplicação em anúncios que indiquem luz, é desaconselhável seu uso em superfícies muito extensas. Associação material: palha, luz, verão, flores grandes.
Verde
Associação afetiva: estimulante, mas com pouca força sugestiva; oferece uma sensação de repouso. Indicado para anúncios que caracterizem o frio, azeites, verduras e semelhantes. Associação material: folhagem, floresta, planície, natureza, umidade, frescor.
Azul
Associação afetiva: espaço, viagem, paz, afeto, infinito. Possui grande poder de atração. É neutralizante nas inquietações do ser humano, acalma o indivíduo. Indicado em anúncios que caracterizem o frio. Azul e preto dão sensação de antipatia. Associação material: montanhas longuíquas, frio, céu, águas tranqüilas
Roxo
Associação afetiva: fantasia, mistério, profundidade, espiritualidade. Acalma o sistema nervoso. Para dar a essa cor mais sensação de calor, deve-se acrescentar vermelho. Para maior luminosidade, deve-se acrescentar o amarelo. Entristece o ser humano, não sendo, portanto, muito bem visto na criação publicitária. Associação material: noite, aurora, igreja, sonho.
Marrom
Associação afetiva: pensar, melancolia, resistência, vigor. Esconde muito a qualidade e o valor e, portanto, pouco recomendável em publicidade. Associação material: terra, outono, sensualidade.
Fonte: Farina (1990) adaptado por Schulka.
56 3.4.5
Fotografia
Imagine o que seria das páginas de um jornal, repletas de palavras impressas e letras miúdas, sem a presença de uma imagem. Certamente que o leitor não iria se interessar pelo conteúdo. Fato que seria muito frustrante, uma vez que a função do design é convidar à leitura, despertar e manter a atenção do receptor. A fotografia dá movimento e emoção à página, quebrando monotonia, sendo que sem ela não se produz um jornal atraente. Portanto, a fotografia é um dos componentes gráficos que mais atrai a atenção do leitor. (HARROWER, 1997; apud SANTOS, 2005) A importância da fotografia para o jornalismo, tanto quanto para o design do impresso, está na quantidade de informações nela presente. A fotografia é o que revela dados complementares sobre o fato jornalístico. Esses dados auxiliam o leitor a compreender as notícias, podendo, em muitos casos, sobreporem-se ao texto. Hurlburt (1986), afirma que de todas as disciplinas relacionadas com a comunicação visual, a fotografia é provavelmente a de maior importância para o designer gráfico. A aplicação da fotografia foi integrada às publicações, como ilustração dos mais diferentes fatos, temas e assuntos. Pela amplitude da sua usabilidade, ela não só possui um significado próprio como induz a leitura a partir dos títulos, textos e legendas que a acompanham, logo, ajudando na compreensão da mensagem. Além disso, a fotografia tem uma grande importância no traçado geométrico de uma página. Pelo seu verdadeiro impacto e atenção consumida pelo leitor na página, é um elemento que exige um bom planejamento na hora da composição. Também, pelo fato de que na maioria das vezes a disposição do texto se alinha à imagem fotográfica. Em algumas situações, a foto determina o desenho da página, mas a maior parte dos desenhos do layout é determinada pelo texto. Antes da introdução dos processos modulares, o processo de confecção dos jornais era muito artesanal, sendo que a editorial não levada em consideração o material fotográfico produzido. A fotografia, muitas vezes, era vista como uma forma de tapar buracos. Um dos fatores que ajudaram no processo de elevação da fotografia a outro patamar foi o surgimento da televisão. Outro fator importante foi a introdução da cor nos jornais
57 diários, onde a fotografia adquiriu um espaço como nunca teve anteriormente. A modularização também ajudou na conquista desse espaço. Como já vimos, os sistemas modulares garantem que o projeto gráfico da publicação seja mantido, e que a imagem tenha destaque em relação aos os outros elementos dispostos na página. A fotografia adquiriu o poder de impor o desenho de uma página. Antes, elas eram as últimas a serem vistas na edição, hoje são as primeiras. Quando mais cedo a foto chegar à edição, mais ocupará espaço dentro da página, caso contrário, acabam por resultar na sua aplicação como encaixes nos buracos. Portanto, torna-se desinteressante, o posicionamento da imagem em uma área de extrema importância da matéria. A sua localização no layout, pode contribuir e muito para o sucesso de uma boa leitura, ou mesmo para a leitura dos conteúdos na íntegra. Há de se ter noções de composição e de como o olho humano se desloca em uma página impressa, para não se perder todo o restante da informação.
3.5
COMPOSIÇÃO VISUAL
De acordo com Ribeiro (2007, p. 160), “composição é a combinação ordenada dos elementos”. Já para Dondis (2000), composição é a arte de distribuir e combinar de forma ordenada os elementos integrantes de um projeto gráfico. O processo de composição é um passo crucial na solução dos problemas visuais. É ele que vai determinar o objetivo e o significado da manifestação visual influenciando diretamente o modo como a mensagem será recebida pelo receptor, neste caso, o leitor. Uma boa composição é o que podemos de chamar de uma combinação inteligente dos elementos que a compõe. A seguir, veremos alguns desses componentes estéticos, e seus propósitos.
58 3.5.1
Elementos para composição
Toda composição visual é realizada a partir de um ou mais elementos básicos. Entre eles: ponto, linha e forma. Cada um deles tem características próprias e funções específicas. De acordo com Ribeiro (2007), a combinação de pontos, linhas e massas, de forma convencional ou decorativa, constitui a essência de qualquer impresso. a) Ponto De acordo com Gomes Filho (2004, p. 42), o “ponto é o elemento mais simples da comunicação visual”. “O ponto em sucessão contínua forma a linha”. (RIBEIRO, 2007, p. 152) O ponto é um indicador de espaço na superfície. Ele pode ser considerado uma força perceptiva, de modo que pode provocar a sensação de “estar subindo”, ou “caindo” em uma página. Qualquer ponto tem um grande poder de atração visual sobre o olho. De acordo com Dondis (2000), os pontos quando observados, se ligam, sendo capazes de dirigir o olhar. Para efeito de leitura, considera-se como ponto qualquer elemento que funcione como forte centro de atração visual dentro de um sistema estrutural, seja numa composição seja num objeto. (GOMES FILHO, 2004, p. 42) b) Linha A linha é representada pelo encontro de duas superfícies. E quando estas superfícies são planas, a linha é chamada reta (RIBEIRO, 2007, p. 152). Nas artes visuais, a linha tem por sua própria natureza, uma enorme energia. Nunca é estática; é o elemento visual inquieto e inquiridor do esboço. Onde quer que seja utilizada, é o instrumento fundamental da pré-visualização, o meio de apresentar, em forma palpável, aquilo que ainda não existe, a não ser na imaginação. (DONDIS, 2000, p. 56)
Conforme Gomes Filho (2004), a linha conforma, contorna, e delimita objetos e coisas, sendo que no design, o termo linha também define estilos como “linhas modernas”, linhas “orgânicas”, “linhas geométricas” e etc. De acordo com Ribeiro (2007), existem três tipos de linha: reta, curva, e quebrada.
59 A linha vertical atrai o olhar para o alto, a horizontal provoca impressão de repouso, e a curva dá a sensação de movimento. A linha reta (vertical ou horizontal) produz uma impressão de tranqüilidade, de solidez. Já a linha curva, de instabilidade, graciosidade. c) Forma Para Dondis (2000, p. 57), “a linha descreve uma forma”. Segundo Gomes Filho (2004, p. 41), “a forma pode ser definida como a figura ou a imagem visual do conteúdo. A forma nos informa sobre a natureza da aparência externa do objeto. Tudo o que se vê possui forma”. As formas podem ser regulares ou irregulares, apresentando ou não uniformidade ou assimetria. Uma forma pode ser uma combinação de elementos gráficos. A sucessão de letras resulta numa linha, muitas linhas reunidas constituem uma massa única com forma. Uma massa de texto de um jornal é considerada uma forma, devido o agrupamento de linhas. Conforme Ribeiro (2007) uma forma de agrupamento de texto pode ser aberta ou fechada. Aberta quando está entrelinhada, fechada quando não há entrelinhas. O agrupamento de composição pode ser classificado em: centralizado, alternado, decrescente e crescente; em bloco, escalonado, à direita e à esquerda e ainda composições combinadas. O ritmo, nesse tipo de agrupamento de texto, se deve pela troca de espaço em branco e linha, de claro e escuro, influenciando no processo de leitura e legibilidade da forma.
3.5.2
Gestalt
A Gestalt, como enunciado em 1912 por Max Wertheimer, explica que ao visualizarmos algo, nosso cérebro tende a agrupar os elementos, então, temos a percepção de um todo, e não de unidades. Desse modo, a Gestalt se tornou a base de qualquer processo de design, sendo possível, por exemplo, ao vermos uma página, a entendermos como uma só coisa. (HULBURT, 1986) O postulado da Gestalt, no que se refere a essas relações fisiológicas, pode ser assim definido: todo o processo consciente, toda forma psicologicamente percebida está estreitamente relacionada com as forças integradoras do processo fisiológico cerebral. A hipótese da Gestalt, para explicar a origem dessas forças integradoras, é atribuir ao sistema nervoso central um dinamismo auto-regulador que, à procura de
60 sua própria estabilidade, tende a organizar as formas em todos coerentes e unificados. (GOMES, 2004, p. 19)
Portanto, o estudo da Gestalt sugere explicações para o modo como vemos as coisas. Desde a publicação de Wertheimer, a partir de estudos psicológicos da percepção visual da forma, diversas leis da Gestalt foram criadas, buscando esclarecer os estudos realizados. Gomes (2004) as explica e separa em oito leis: - Unidade: é o grupo de elementos, que configura o todo. Segregando o todo vemos que as unidades são formadas por pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras entre outros elementos, isolados ou combinados entre si. - Segregação: é a capacidade de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades em um todo, ou em partes de um todo. - Unificação: é a organização presente no objeto, constatada quando existe harmonia, equilíbrio, ordenação visual e coerência de estilo formal das partes ou de um todo. A unificação depende de outros dois princípios, as leis da proximidade e semelhança. - Fechamento: é a capacidade de criar uma unidade utilizando-se da continuidade das formas, dessa maneira, tendo-se uma sensação de fechamento visual. - Continuidade: é a capacidade de agrupar elementos de forma que não haja quebras ou interrupções no conjunto, dando uma sensação de fluidez. - Proximidade: é o agrupamento de elementos próximos um ao outro, constituindo um todo. - Semelhança: com elementos semelhantes próximos um ao outro, como na proximidade, é constituído um todo. - Pregnância da forma: é a lei básica da Percepção Visual. Uma boa pregnância ocorre quando há facilidade e rapidez na leitura ou interpretação de uma composição, tendo assim um alto grau de pregnância.
3.5.2.1 Fatores para composição: categorias conceituais
Complementando as leis da Gestalt, Gomes (2004) acrescenta mais duas classes de categorias conceituais, as fundamentais e as técnicas visuais aplicadas.
61 As categorias conceituais fundamentais dão mais consistência e embasamento às leis da Gestalt. Elas se dividem em três: harmonia, equilíbrio e contraste. - Harmonia: trata da boa organização dos elementos e do todo, analisando fatores como o equilíbrio, ordem e regularidade, dessa forma possibilitando uma leitura simples e clara da peça. - Equilíbrio: é a compensação que existe na distribuição de elementos numa peça, equilibrando ou desequilibrando uma composição visual. Pode ser definido por peso e direção e simetria ou assimetria. - Contraste: é uma importante categoria tanto no design como nas artes. Ele intensifica o significado dos elementos desejados numa composição, atraindo a atenção ou tornando-o mais evidente. Alguns exemplos de contraste são por luz e tom (claro e escuro), dando sensação de volume e contraste de cor, transmitindo sensações variadas de acordo com a cor que for inserida. Já as técnicas visuais aplicadas têm a finalidade de auxiliar a criação de um trabalho, independentemente da sua natureza. Entre as principais técnicas apropriadas para o desenvolvimento de layouts estão: - Clareza: são composições visuais harmônicas e ordenadas, facilitando a decodificação dos elementos no todo pelo observador. - Simplicidade: são composições fáceis de serem assimiladas, lidas e compreendidas, eliminando elementos supérfulos. - Coerência: consiste no equilíbrio dos elementos de forma que não existam ruídos entre eles, criando uniformidade a composição. - Redundância: se caracteriza pela repetição de elementos, tendo o objetivo de enfatizar ou chamar atenção de um determinado conteúdo.
3.5.3
Caminhos da visão
Como já vimos no início dessa pesquisa, a visão é um sentido que está
inteiramente ligado à capacidade de perceber e decodificar uma mensagem. Um leitor, quando
62 se depara com essa mensagem, não tem a necessidade de recolher toda a informação visual, pois a leitura é um processo também de escolha e seleção. O olho automaticamente quer encontrar o início e o fim de qualquer mensagem visual. Quer entender o todo e buscar o equilíbrio. Conforme nos diz Hulburt (1986), a página impressa possui uma qualidade especial, que influencia sua forma, seu conteúdo e a reação do leitor. Quando um layout é impresso, produz-se uma importante mudança, que tem lugar quando cada um dos leitores manuseia seu exemplar e volta sua atenção para a página. Portanto, quando um designer concebe um layout de uma página, ele está envolvido num processo de comunicação altamente pessoal, se propondo a um contato direto com o leitor. Logo, este deve atentar para a colação dos elementos para dirigir o olhar do leitor através da peça, de modo que não haja bloqueio na comunicação. Segundo Dondis (2000), desde as primeiras páginas lidas, o homem ocidental aprendeu a mover o olho da esquerda para a direita, de cima para baixo.
Figura 17 – Sistema de leitura ocidental. Fonte: Dondis (2000, p. 81).
Portanto nos referimos a esse modo de leitura comentado, como o método ocidental: uma seqüência de começo, meio e fim, da parte superior esquerda em diagonal à parte inferior oposta (direita), de cima para baixo. De acordo com Hulburt (1986), o procedimento visual ocorre de modo que o olho humano tende a perceber uma página de forma inteiramente casual. Ao invés de fazê-lo de um modo organizado, o olho tende a focalizar em primeiro lugar um centro óptico localizado ligeiramente à direita e ligeiramente acima do centro real da página. O olho também tende a obedecer a um padrão de sair desse ponto em direção ao resto da página, sendo que só não se movimentará quando estiver envolvido na leitura.
63 Na tentativa de trilhar os caminhos realizados pela visão humana no processo de percepção, utilizam-se programas de pesquisa que têm medido e analisado essa resposta dos leitores. A técnica de pesquisa mais comumente utilizada é o exame do “sedimento da leitura”. Esse método determina a profundidade de penetração da página no leitor, ou seja, o que ficou gravado na memória desse observador. (HULBURT, 2002, p. 134) Outro sistema de medição da resposta é o mapeamento das efetivas respostas ópticas aos estímulos de uma página, utilizando-se para isso uma câmara óptica. Esse sistema permite acompanhar os movimentos realizados pelo globo ocular à medida que o indivíduo vai sendo submetido aos estímulos da página (IDEM, 1986, p. 134).
Figura 18 – Sistema de mapeamentos das respostas ópticas. Fonte: Rocha (2007). Disponível em: <http://meiradarocha.jor.br/news/2007/08/10/zonas-de-visualizacao-da-paginaimpressa>. Acessado em: 16 de agosto de 2008.
Por muito tempo, no jornalismo se difundiu a teoria das “zonas de visualização”, como citado por Edmund Arnold no livro “Tipografia y Diagramado para Periódicos”. Mas este era um conhecimento empírico, sendo que tal crença se desfez a partir de pesquisas científicas nos anos 1990 (ROCHA, 2007). Um dos autores que difundiram as idéias de Arnold (1965) foi Rafael Sousa Silva em sua dissertação de mestrado “Diagramação: o planejamento visual gráfico na comunicação impressa” (IDEM, 2007). De acordo com Silva (1985), o esquema proposto por Arnold é de que, “numa página de jornal, facilmente poderemos identificar as seguintes zonas de visualização: 1. principal ou primária; 2. secundária; 3. morta; 4. morta; 5. centro ótico; 6. centro geométrico”.
64
Figura 19 – Zonas de visualização do impresso. Fonte: Silva (1985, p.49).
Sendo assim, a zona primária, portanto, deve conter um elemento forte para atrair a atenção e interesse do leitor. Esse elemento pode ser muitas vezes uma foto, um texto, um grande título. A partir dos anos 1980 e 1990, estudos mais apurados demonstraram que a idéia de zonas de visualização era uma aposta errônea. De acordo com Rocha (2007), um estudo citado por Julio Plaza em “Videografia em Videotexto” demonstra que o olhar do ser humano segue caminhos variáveis, porém fortemente determinados pelos elementos de maior interesse na composição visual. O fato de que a atenção não está voltada a nenhuma posição predeterminada e sim ao elemento visual dominante, foi comprovado por Mario Garcia e Pegie Adams em 1990, pelo estudo “Eyes on the news” (Olho na notícia). Os pesquisadores usaram uma câmara óptica, para o registro das respostas aos estímulos de uma página de jornal. O método confirmou algumas crenças e desmentiu outras. Confirmou, por exemplo, que a primeira página vista por leitores ocidentais é a da direita. Mas desmentiu totalmente a crença nas zonas de visualização propostas por Arnold. Também descobriu que os anúncios em jornal, no estudo, não foram lidos primeiro nem se houvesse ofertas ou se fosse anúncio colorido (ROCHA, 2007). Descobriu-se ainda, que a leitura dos jornais foi feita em duas etapas: primeiro, os leitores faziam uma varredura na página, procurando pontos de interesse. Essa parte durou frações de segundos. Depois, os leitores se fixavam em “pontos de entrada 6” (visualização mais demorada), que eram determinados pelo tamanho das fotos, pelo conteúdo destas, se a foto era coloria ou não (IDEM). 6
Ponto de entrada é o ponto em que os leitores começam a “ler” fotos ou texto na página (ROCHA, 2007).
65 Os pontos que tiveram maior índice de entrada foram os “promo boxes”, chamadas de capa acima dos logotipos dos jornais. A seguir, podemos ver alguns resultados da pesquisa de Garcia e Adams (1991) no estudo “Eyes on the news” realizada pelo Poynter Institute: Independentemente dos sistemas de leitura ocidental, alguns elementos podem alterar o modo como a leitura se processa.
Figura 20 – Seqüência leitura. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
Promo boxes atraem muita atenção. Os de forma mais gráfica e colorida atraem mais atenção em comparação aos que são somente tipográficos (GARCIA; ADAMS, 1991).
Figura 21 – Promo boxes. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
66 Ao que se referem ao “ponto de entrada” na página, podemos ver nas figuras a seguir, as áreas de entrada em páginas preto-e-branco e colorida.
Figura 22 – Pontos de entrada em página preto-e-branco. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
Figura 23 – Pontos de entrada em página colorida. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
67 Segundo a pesquisa, quando deparado às páginas lado a lado no jornal, o movimento mais comum acontece da página direita para a esquerda. Na presença de imagens, o olho tende a visualizar primeiro as coloridas.
Figura 24 – Movimento da direita para a esquerda em página lado a lado. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
Quando há mais de uma imagem colorida dominante, o olho tende a equilibrar a atenção nos dois pontos.
Figura 25 – Duas imagens coloridas dominantes. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
Quando há duas imagens na página esquerda, e uma na página direita, essas tendem a chamar mais atenção do que a imagem isolada. Independentemente se essas imagens foram coloridas ou não.
68
Figura 26 – Duas imagens na esquerda chamam mais atenção que isolada na direita. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
Em termos de atrair atenção, entre anúncios e notícias, os anúncios nunca são o ponto de entrada em uma página, mesmo quando são coloridos. Até quando as fotos da página estão em preto-e-branco, eles não são o ponto de atenção.
Figura 27 – Anúncios não são o ponto de atenção, mesmo coloridos. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
Considerando esses dados, de acordo com Rocha (2007), um diagramador deve: [...] lembrar um simples princípio do design: crie hierarquia. O objeto do bom design de publicação é primeiro atrair o leitor, então guiá-lo através da informação. Muitos jornais abandonam leitores por deixá-los livres para vagar através de campos e florestas do desconhecido. Não admira que tantos leitores fiquem perplexos e eventualmente perdidos. Criando uma hierarquia de movimento através de uma página ou de páginas espelhadas, nós podemos orientá-los e aconselhá-los gentilmente, mas efetivamente, estabelecendo uma harmonia de movimento que resulta em compreensão. Para planejar esta viagem para os outros, nós primeiro necessitamos ver o que o leitor vê – neste caso, duas páginas por vez.
69
Figura 28 – Princípios de hierarquia. Fonte: Garcia; Adams (1991) adaptado por Schulka.
3.6
PRODUÇÃO GRÁFICA PARA JORNAIS
Quando se trabalha com um suporte impresso, o acompanhamento e gerenciamento do processo de produção gráfica, portanto, é essencial para a garantia da qualidade do material que se está projetando. O designer que trabalha com projeto de jornais, assim como quem trabalha com impressos em geral, deve procurar absorver um conhecimento mínimo sobre produção gráfica. A produção gráfica consiste no controle de todo o processo de produção, desde a conferência da resolução das imagens ao acompanhamento da impressão na gráfica e no acabamento. (MARCELLI, 2006, p. 35)
De acordo com OLIVEIRA (2002, p. 9), “a produção de um impresso, envolve de forma geral, quatro etapas, independentemente do processo gráfico utilizado”. São elas a projetação, a pré-impressão, a impressão e o acabamento.
70
. Figura 29 – Etapas de um processo gráfico. Fonte: Oliveira (2002, p. 10).
Nos tópicos da a seguir, levantaremos algumas características destaques, envolvidas nessas etapas, como também regras importantes que estão diretamente relacionadas ao projeto gráfico e produção e impressão de jornais.
3.6.1
Tendências e conceitos da produção gráfica para jornais
Desde o início da editoração eletrônica, o mercado de jornais veio sofrendo consideráveis mudanças, de modo que, foram se desenvolvendo técnicas para apurar o processo de produção. Algumas dessas proposições de mercado poderão ser acompanhadas a seguir. a) Jornal bem desenhando Rocha (2007) elege algumas perguntas que podem ser feitas na hora de reconhecer se o veículo de comunicação foi bem desenhado ou não.
71 Uma das primeiras questões é quanto à tipografia e a personalidade. Se alguém olhar as páginas do jornal, conseguirá reconhecer que jornal é? Outra questão importante é quanto aos títulos. Esse se destaca do texto logo ao primeiro olhar? Os anúncios estão dispostos de forma empilhada, sem ordenação? Existem “joelhos” em matérias? Há preocupação com a qualidade dos anúncios produzidos “em casa”? Investe na qualificação dos seus diagramadores? b) Pré-diagramação Hoje em dia, quase todos os jornais brasileiros usam um esquema amador de diagramação. Esta improvisação pode levar a muitos problemas que podem ser facilmente resolvidos com a pré-diagramação. De acordo com Rocha (2007), pré-diagramação consiste em: 1. Desenhar as páginas antes que os redatores comecem a escrever; 2. Fazer o cálculo preciso de caracteres que cabem no espaço designado; 3. Passar este número para os redatores, para que eles escrevam na medida certa; 4. Colocar o texto pronto no espaço já diagramado.
A contagem de caracteres se torna indispensável, pois se a matéria for escrita antes da definição do espaço onde ele será disposto, podem ocorrer perdas. Por exemplo: Se for escrito menos texto que o espaço definido, o diagramador perderá tempo, para criar mais conteúdo para a matéria. Já, caso em que o redator escreve a mais, o texto sofrerá cortes (ROCHA, 2007). c) Modularização Hoje, no design de jornais, deve-se usar a modulação comercial e editorial, que consiste na divisão de área do impresso em uma grade modular7. A vantagem desse método, como nos diz Rocha (2007), é a redução de custo para anunciantes (devido às medidas padronizadas), e a agilidade na hora da diagramação, pois o veículo pode ter várias páginas pré-diagramadas como modelo. A disposição dos anúncios na modularização é definida em forma de pirâmide, descendo para o centro da página, devendo se comportar da seguinte maneira: anúncios 7
Grade modular: de colunas e fileiras servirá de módulo para os tamanhos de anúncios e, por conseqüência, para diagramação de matérias editoriais (ROCHA, 2007).
72 grandes (1) devem ficar para o lado de fora, em baixo; anúncios médios (2) do lado dos grandes; e anúncios pequenos (3) formando uma escada entre os médios e grandes (Idem, 2007).
Figura 30 – Grade de diagramação baseada em módulos e anúncios em forma de pirâmide. Fonte: Rocha (2007). Disponível em: <http://meiradarocha.jor.br/news/2007/06/04/por-que-fazermodulacao-comercial>. Acessado em: 16 agosto de 2008.
Contudo, nesse método piramidal, deve-se ter cuidado com os “joelhos”. Uma maneira de evitá-los é preencher degraus com pequenas matérias ou então anúncios prédesenhados do próprio jornal, de modo que feche os degraus da escada, conseqüentemente, sobrando espaços retangulares para a diagramação das outras matérias (IBIDEM, 2007).
Figura 31 – Pirâmide de matérias. Fonte: Rocha (2007). Disponível em: <http://meiradarocha.jor.br/news/2007/06/04/por-que-fazermodulacao-comercial>. Acessado em: 16 agosto de 2008.
d) Estilos De acordo com Rocha (2007), a folha de estilos agrega as diversas formatações definidas pelo diagramador, não sendo necessário mudar as configurações de família tipográfica, tamanho do tipo, peso (negrito), inclinação (itálico) ou alinhamento quando for preciso formatar um texto. Ao escolher um estilo, todos os outros textos que possuírem o mesmo estilo também serão modificados.
73 No software, uma lista de estilos é exibida, mostrando, de acordo com o definido pelo diagramador, as diversas formatações utilizadas, “Título”, “Subtítulo”, “Primeiro parágrafo”, etc. Clicando em um desses nomes as formatações são aplicadas ao texto selecionado. Algumas vantagens da aplicação desse método se devem pela rapidez na diagramação, a padronização de formatos conforme o projeto gráfico. e) Fotos Como já foi abordado anteriormente, as fotos a serem impressas deverão ser todas reticuladas. Além disso, Rocha (2007) recomenda não usar fotos do mesmo tamanho na mesma página. Essa regra deve ser obedecida para que haja um contraste entre os elementos visuais. Somente devem ser utilizadas fotos da mesma dimensão, nos casos em que o grau de importância das imagens é o mesmo.
3.6.2
Tipos de impressão
O tipo da impressão é uma das primeiras e principais escolhas a se fazer para o início de qualquer processo de produção gráfica. Principalmente no processo offset, muito utilizado na impressão de jornais. Este tipo de impressão segundo Oliveira (2002), é um processo planográfico, que faz uma impressão indireta: há um elemento intermediário entre a matriz e o papel, que é chamado blanqueta. A imagem que está na matriz (que é metálica e é simplesmente chamada de chapa) é transferida para um cilindro coberto com borracha (a blanqueta) e, daí, para o papel. Em resumo: a matriz é a repulsão entre a água e a gordura (tinta), que não se misturam. De acordo com Ribeiro (2007), a chapa metálica é feita de alumínio granulado, o qual sofrerá um processo de anodização. A preparação dessa matriz se dá através de um processo fotográfico onde a chapa recoberta de fotopolímero (sensível á luz) é exposta a uma fonte de luz ultravioleta, juntamente com o fotolito8, e em seguida processada por reveladores 8
Fotolito: é uma mascara colocada sobre a superfície que servirá como matriz. Essa máscara determina na matriz as áreas que receberão tinta e assim reproduzirão os elementos gráficos da impressão. As áreas pretas, que são os impressos, impedirão ao máximo a passagem de luz, e a áreas vazadas e transparentes, para permitir a passagem da luz (OLIVEIRA, 2002).
74 químicos que retiram esta camada onde não há imagem. Na chapa, as partes que imprimem, apresentam-se com a superfície gordurosa, de modo que as que não imprimem se mantêm encharcadas de água.
Figura 32 – Montagem e preparação da chapa metálica do jornal diário do planalto. Fonte: Schulka (2008).
Uma vantagem desse tipo de processo é que as matrizes off-set são bem mais rápidas de serem preparadas, como também a distribuição de tinta é muito mais eficaz (IDEM, 2007). Essas matrizes, geralmente são fabricadas na própria gráfica onde será feito o trabalho, como é o caso do cliente que se está trabalhando.
Figura 33 – Montagem do fotolito na chapa metálica do jornal diário do planalto. Fonte: Schulka (2008).
Figura 34 – Chapa já montada sendo preparada para queima. Fonte: Schulka (2008).
75
Figura 35 – Exposição da chapa a raios ultravioletas no processo de queima. Fonte: Schulka (2008).
Figura 36 – Chapa do diário do planalto sendo revelada. Fonte: Schulka (2008).
As impressoras off-set podem ser planas e rotativas. Na máquina plana, o papel entra já cortado em folhas soltas, enquanto na rotativa ele entra de forma contínua, em bobinas. A diferença entre os dois processos pode ser analisada na velocidade da impressão, qualidade do resultado e custos (OLIVEIRA, 2002).
Figura 37 – Entrada da chapa na máquina plana off-set da gráfica do diário do planalto. Fonte: Schulka (2008).
As impressoras rotativas off-set são encontradas apenas em grandes gráficas ou em gráficas próprias de jornais. Conforme Oliveira (2002), essas máquinas são ideais para grandes tiragens, devido à alta velocidade de impressão, que contribuem para a entrada
76 contínua do papel (graças às bobinas), e a impressão simultânea em ambos os lados do papel (reversão). A maioria das impressoras rotativas realizam in line e em alta velocidade as etapas básicas de acabamento, como a montagem e dobra dos cadernos. Por essas vantagens, a impressão rotativa é a mais indicada para grandes tiragens, e curtos prazos. Além de ser mais barata. (MARCELLI, 2006, p. 33)
Na hora de optar por um processo, deve-se ter em mente, a tiragem e o custo x benefício do processo. O número de cores, tipo de papel e de acabamento são pontos cruciais para o valor do jornal impresso. De acordo com a demanda e a qualidade que se pretende atingir, a escolha pelo processo ideal pode ser determinante para que essas características se combinem de forma benéfica ao produtor do impresso.
3.6.3
Formatos, tipos de papel e acabamento
De acordo com Ribeiro (2007, p.15), “a escolha do papel é de suma importância para a boa execução de trabalhos gráficos. Dela depende, em grande parte, o bom aspecto final de todo impresso”. No caso de um jornal, o tipo de papel utilizado é o papel jornal. Esse papel apresenta superfície áspera, e além de ser empregado em tiragens de jornais, serve também para a impressão de folhetos e avulsos baratos. É fabricado em bobinas para prensas rotativas, ou em folha (resma) para a impressão em prensas planas. É um papel fabricado através de fibras de “pinus”, classificado como de fibras longas (IDEM,). Para a definição do formato de um impresso, devemos considerar o custo, a estética e a usabilidade. O custo está diretamente ligado ao aproveitamento do papel. Por diferença de milímetros você pode aumentar em até 60% o custo do seu projeto (MARCELLI, 2006). Para a escolha do papel, deve-se levar em consideração os formatos padronizados (formatos de fábrica). O formato do papel (padrão) utilizado na impressão do jornal “Diário do Planalto” é o A (56x76 cm). Desse formato, com o corte ao meio, se originam 2 folhas, que posteriormente serão utilizadas na máquina plana, já no formato da impressão.
77 Para impressão em máquina rotativa, deve-se considerar a largura da bobina e a área da mancha gráfica (área útil da impressão). Hoje, no Brasil, os jornais segmentados são, em sua maioria, impressos em tamanho tablóide (250x290mm). Mas esta medida pode ser alterada com refiles no acabamento ou com a utilização de bobinas com maior largura. (MARCELLI, 2006, p. 32)
Após a impressão, existe o processo que podemos chamar de acabamento. Como nos diz Oliveira (2002), o acabamento possui algumas operações básicas (refile, dobraduras, encadernações) e outras específicas. No caso de um jornal, os acabamentos comuns são refile 9, dobradura, montagem dos cadernos e empacotamento. Muitas vezes não há refile algum, pois é comum que a impressão ocorra com o papel já cortado no formato final (máquinas planas). O embalo do jornal ocorre de acordo com a preferência e os recursos da empresa. Como veremos mais adiante, o “Diário do Planalto” só é embalado em dias de chuva. Na parte de acabamento, além dos cortes que um jornal apresenta (impressão rotativa), pode-se dar uma atenção maior à sua apresentação. De acordo com Marcelli (2006), uma publicação pode se apresentar de diversas formas. Não necessariamente, o jornal precisa ser uma série de folhas contínuas. Pode haver uma solução como dobras, sem cortes, com atribuição de maior personalidade à publicação, de modo que não desmereça a viabilidade do projeto.
3.6.4
Regras básicas
a) Boneco Envie sempre um boneco do jornal. Conforme Oliveira (2002), o boneco é o modelo que reproduz o mais fielmente possível o produto final. Através dele, há como se desfazer dúvidas quanto ao cortes, superexposição de elementos gráficos, paginação, e etc. b) Meio-tom e retícula De acordo com Oliveira (2002, p. 12), percebemos as imagens ao nosso redor não através de cores e traços, mas sim através de meios-tons. São eles que nos dão a percepção das luzes e das sombras, das texturas, da profundidade, etc. 9
Chama-se refile, aos cortes no papel necessários para a finalização do impresso (OLIVEIRA, 2002, p. 107).
78 No entanto, em um impresso eles não são tão fáceis de reproduzir. Para que isso seja possível, é necessário decompor estes meios-tons em pequenos pontos que, irão variar de tamanho, e cor, misturam-se em nossa visão. Esses pequenos pontos são organizados em uma rede, chamada de retícula. Sendo assim, os meios-tons são obtidos na impressão através do uso de retículas (IDEM).
Figura 38 – Retícula e meio-tom. Fonte: Oliveira (2002, p. 22).
Nas impressões em preto-branco, os meios-tons são formados somente com a presença da tinta preta. Nos impressos coloridos, são usadas outras tintas, que na nossa visão, parecem se misturar através das retículas. Quando não utilizamos meio-tom, temos uma impressão a traço. O traço é a propriedade de todo elemento impresso que é formado por uma única tinta, e, portanto, por uma única cor física: não há meio-tom algum. Por exemplo dos jornais, que são impressos no processo off-set, utilizam traço para a impressão dos textos (com tinta preta) e meios-tons para as fotos. (OLIVEIRA, 2002, p. 13)
Figura 39 – Imagem a traço e a meio-tom. Fonte: Oliveira (2002, p. 12).
c) Cores Como foi visto anteriormente, é através da retícula que se geram os diversos tons de cinza nas impressões em preto-e-branco. Um impresso em P&B é produzido através de uma única tinta.
79 Mas além de produzir meios-tons de uma mesma tinta, a retícula é utilizada para simular misturas de tintas, produzindo então outras cores além daquelas das próprias tintas utilizadas (RIBEIRO, 2007). Para esse processo, damos o nome de policromia, onde para cada uma das cores básicas, haverá de ser realizada uma impressão (IDEM, 2007). Segundo Oliveira (2002), utilizam-se quatro tintas para produzir todas as demais, e essas outras são apenas simuladas pela retícula, ou seja, pela sobreposição dos pequenos pontos. Essas tintas básicas são denominadas de “cores de seleção”, e a mistura dessas cores na retícula, formam uma gama de cores que é chamada de “escala”. Escala: o conjunto de todas as diversas cores formadas por cores básicas. Cor de seleção: as cores básicas que foram a escala. Cor de escala: as cores geradas pelas cores de seleção, e que juntas, formam a escala. (IDEM, 2002, p. 25)
Conforme Marcelli (2006, p. 35), “é na cor que se encontra a maior dificuldade em se obter o resultado esperado. É preciso conhecer o processo de impressão e saber como utilizar o computador para conseguir o resultado projetado”. Quando um designer selecionar uma cor, na verdade o que ele estará indicando são as retículas que serão utilizadas por cada tinta para simular a cor escolhida. Esta indicação é realizada através de porcentagem, que é a medida utilizada para definir a quantidade de pontos de cada cor de seleção para se alcançar aquela cor de escala (OLIVEIRA, 2002). É importante observar que os programas são configurados para atender à visualização das cores na tela do monitor. Por isso, utiliza-se uma escala denominada RGB. Esta escala é apropriada para a formação das cores por feixes luminosos (como é o caso da tela), mas não para a sua reflexão pelo papel. Ou seja, ela não se adequa ao uso da cor-pigmento (tintas) (OLIVEIRA, 2002). Como nos diz Marcelli (2006), RGB é um sistema formado por três cores (vermelho, verde e azul), e a cor branca é obtida pelo somatório das três cores, por isso, sendo também chamada de aditivo. Esse sistema, no entanto, não pode ser processado (não se pode gerar fotolito a partir dele). Logo, as cores que fazem parte desse sistema têm de ser convertidas para o sistema CMYK. Já as cores CMYK, é um sistema formado por quatro cores (cian, magenta, amarelo e preto) e a cor branca é obtida pela ausência de cores, por isso, também chamado de substrativo. Ele é utilizado na impressão a cores sobre várias bases, principalmente o papel. É importante, sempre antes do fechamento do arquivo, verificar se as imagens e cores criadas
80 estão configuradas nesse sistema, para que não ocorram erros na hora de gerar o fotolito (IDEM). Conforme citado por Marcelli (2006), também podem ser utilizadas as cores em tons de cinza (grayscale), são que usadas para imagens em preto e branco e não precisam ser convertidas. Como também, as cores Pantone (Spot Color), que são cores especiais, e podem ou não ser convertidas para CMYK. E ainda, a sobreposição de cores (overprint). d) Resolução de imagens Para se realizar um bom trabalho, é primordial ter conhecimentos técnicos sobre a resolução de uma imagem. Assim, como todo elemento do projeto gráfico, essa necessita ser avaliada e planejada. Conforme nos afirma Marcelli (2006, p.36), o tratamento das imagens deve atentar para que o resultado final não gere imagens pixeladas (baixa resolução), e, no entanto, com a intenção de obter uma imagem em alta resolução, não gere um arquivo muito grande sem necessidade. Sendo assim, sendo Oliveira (2002), a resolução mínina das imagens deve ser de 300 DPI, sempre o dobro do LPI, cujo significado veremos mais adiante. e) Mancha gráfica Como já vimos anteriormente, de acordo com Marcelli (2006, p. 37), mancha gráfica é a área da página de jornal que é efetivamente impressa. As manchas correspondentes aos formatos de jornal considerados padrão são: - tablóide: 250x297 mm; - standard: 297x540 mm; - berliner: 470x315 mm. Esta mancha gráfica é válida para impressão em rotativa off-set, já que, se impresso em máquina plana, pode-se considerar toda a área do formato do papel projetado. f) Ganho de ponto Ganho de ponto é uma variável de extrema importância que deve ser controlada no processo de impressão. Segundo Rocha (2007),é o aumento na dimensão do ponto de retícula, inerente ao processo mecânico de impressão. A medição desse ganho determina como os pontos estão
81 sendo reproduzidos. Essa informação é preciosa para a pré-impressão, pois é a partir dela que se pode compensar na geração das chapas, o ganho de ponto da máquina impressora. O ganho de ponto é medido pela variação do tamanho do ponto original. Como no processo off-set o ganho de ponto é uma característica do sistema, ele deve ser sempre levado em conta, caso contrário as imagens sairão bem mais escuras do que o previsto. (MARCELLI, 2006, p. 37)
Muitos são os fatores que podem interferir nesse ganho de ponto. De acordo com Rocha (2007), são exemplos desses fatores: carga de tinta excessiva, balanço de água/tinta, chapas, condições da impressora, tipo de tinta e de papel. O ganho de ponto deve ser medido em área de retículas e meios tons nos meios tons (retículas) e nos chapados (ROCHA, 2007). g) Lineatura É a quantidade de linhas, que na prática, estabelece o tamanho do ponto da retícula. A resolução de uma imagem no computador é definida pela unidade DPI (pontos por polegadas). Todavia, nos fotolitos, a resolução depende do LPI (linhas por polegada). Ela se refere à freqüência dos pontos que formam as retículas: quanto maior a lineatura, menores os pontos e mais bem simulados serão os meios-tons (OLIVEIRA, 2002). Conforme Marcelli (2006), para as máquinas gráficas planas, as linhagens são de 133 ou 150 linhas. Para rotativas, a linhagem é de 90 linhas. Nos casos de papel jornal, em máquina rotativa, 80 a 90 LPI. Em máquinas planas, papel jornal 90 LPI. No caso de arquivos abertos10, cabê ao birô (gráfica) defini-la. No caso de arquivos fechados 11, cabe ao designer defini-la, sendo que a lineatura apropriada para jornal, não deve ultrapassar 100 LPI (Oliveira, 2002). h) Montagem dos cadernos Segundo Marcelli (2006), entregar os arquivos fechados com os cadernos já montados, é interessante para agilizar a produção do fotolito. A montagem do caderno deve seguir a ordem: a primeira página é casada com a última; a segunda com a ante-penúltima e assim por diante. A página ímpar tem que se manter sempre à direita (IDEM). 10
Arquivo aberto é o próprio arquivo gerado pelo programa utilizado, com sua extensão própria (ind, p65, cdr, etc.) (OLIVEIRA, 2002).
82 i) Sangramento A sangria é uma extrapolação da área impressa. Para Marcelli (2006), chama-se sangria o layout que ultrapassa em tamanho a área do papel sobre o qual será impressa (mancha gráfica). Tem como objetivo criar uma margem de segurança da área onde foi impressa e o corte que será realizado. A sangria deve ser exatamente a continuação do conteúdo da arte, baseado na área de impressão. Essa marcação se faz desnecessária, se o jornal for impresso em uma impressora rotativa, pois neste caso, ele nunca poderá sangrar. A razão para isso é que as áreas em branco são indispensáveis a essa técnica de impressão (IDEM). k) Aprovação do fotolito É total responsabilidade do cliente, verificar os detalhes do projeto, assim como contraste de imagens no fotolito. De acordo com Marcelli (2006), no fechamento do arquivo, um arquivo postscript é gerado com a separação em cores de cada página do jornal. Para cada cor, será emitido um fotolito. Quando for impressão colorida, são gerados 4 fotolitos. A partir de um software específico, é possível visualizar em tela aquilo que será impresso no filme. l) Obrigatoriedade do crédito De acordo com Marcelli (2006, p. 39), a Lei da Imprensa, no 1º e 2º parágrafo, artigo 7º, prevê a obrigatoriedade do crédito. 1º: Todo jornal ou periódico é obrigado a estampar, no seu cabeçalho (ou expediente), o nome do diretor ou redator-chefe, que deve estar no gozo de seus direitos civis e políticos, bem como indicar a sede da administração e do estabelecimento gráfico onde é impresso, sob a pena de multa diária de, no máximo, um salário mínimo da região, nos termos do art.10º. 2º: Ficará sujeito á apreensão pela autoridade policial todo impresso que, por qualquer meio, circular ou for exibido em público sem estampar o nome do autor e editor, bem como a indicação da oficina onde foi impresso, sede da mesma e data da impressão.
Nas fotografias também deve constar a autoria do fotógrafo.
11
Arquivo fechado é quando o próprio designer gera um arquivo em seu sistema, com todo o conteúdo e instruções para a impressão e envia para a gráfica (OLIVEIRA, 2002).
83 4
4.1
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
PROPOSTA DE TRABALHO
A proposta de trabalho surge a partir da oportunidade percebida pela designer autora do projeto, em realizar um estudo e proposição de melhorias e padronizações para um jornal de circulação diária, de modo a atingir os objetivos gerais e específicos do projeto. Como citado inicialmente na problematização, o “Diário do Planalto” é um jornal com edições diárias produzido na cidade de Canoinhas, e que apresenta diversas carências de composição visual, projeto gráfico e diagramação. Percebe-se com facilidade a falta de coerência visual, desde a identidade da marca ao layout da página. Considerando que nunca anteriormente houve nenhum tipo de pesquisa de mercado e de consumidor no jornal, têm-se a oportunidade de realizar um projeto de pesquisa objetivando soluções ao veículo, considerando o público alvo a que se destina. A proposta de trabalho foi apresentada ao diretor do Jornal, Ângelo Marcelo Schulka, que autorizou a pesquisa e comprometeu-se a colaborar no fornecimento de dados pertinentes à sua empresa e seu produto. Apesar de o mesmo não identificar com clareza as carências visuais de seu produto, acredita que essa pode ser uma oportunidade de melhorar a qualidade do jornal e destaque entre os concorrentes. Os concorrentes diretos do veículo são os jornais regionais, tais como: “Correio do norte”, “O planalto”, e “Ótimo”. Como concorrentes secundários os jornais maiores e de outras localidades, como o “Diário Catarinense” e “A Notícia”. Devido a sua periodicidade, o jornal apresenta grande vantagem comercial em relação aos concorrentes diretos, pois é o único jornal diário regional, competindo com os demais de periodicidade semanal. O projeto, em todo seu desenvolver, irá considerar a viabilidade e a realidade da empresa, objetivando uma aprovação pelo cliente e após o término do projeto, uma possível implementação. Os problemas e dificuldades do jornal serão identificados e especificados nas etapas de coleta e análise de dados a seguir.
84 4.2
COLETA E ANÁLISE DE INFORMAÇÕES
Os dados a seguir, foram coletados através de pesquisa qualitativa na aplicação de questionários/entrevistas, pesquisas de campo e observações, que permitiram identificar e fornecer informações sobre o cliente, produto, concorrentes e o público, considerando interesses, categoria sócio-cultural, atitudes, opiniões, destacando assim, prioridades para o projeto.
4.2.1
Cliente
Para o levantamento das informações do cliente, foi realizada uma entrevista em formato de briefing com o Diretor Geral do jornal. As perguntas podem ser encontradas vide apêndice A – Entrevista com diretor geral do jornal. O jornal “Diário do Planalto” foi iniciado em quatro de janeiro de 2005, pelo proprietário e Diretor Geral, Ângelo Marcelo Schulka. O mesmo já havia sido dono de outro jornal semanal da região, por um período de quinze anos, onde adquiriu experiência profissional e técnica na área.
Figura 40 – Redação jornal Diário do Planalto. Fonte: Schulka (2008).
85 O proprietário, que é formado em Gestão Pública e Administração de Empresas, pela Universidade do Contestado (UNC), teve grande iniciativa e autoconfiança para lançar um jornal diário em uma região com quantidade reduzida de número de habitantes, e pouca demanda de notícias. Ângelo acreditou que a sua idéia poderia dar certo, e apostava no crescimento da região. Devido o crescente acesso de pessoas à internet e a capacidade de renovação da informação, o diretor sentia que era mais do que necessário, um jornal com tal periodicidade. E o mesmo o concretizou, antes que o alguém o fizesse. A equipe de redação do jornal é formada por dois jornalistas-fotógrafos, três empregados – sem formação na área – responsáveis pela diagramação e criações, dois repórteres, cinco colunistas, um chargista, duas secretárias, um vendedor e um diretor geral. Os produtos oferecidos pela empresa vão desde a redação do jornal, impressão e serviços gráficos em geral, sendo que a maior parte dos anúncios e propagandas são desenvolvidos pelos responsáveis de criação. Em relação ao posicionamento da empresa, o jornal tem como objetivo informar o leitor de todos os acontecimentos, de forma rápida, coerente e mais ética possível, juntamente com a qualidade da informação. Tem como missão ser uma empresa de comunicação que defenda os interesses da comunidade local e regional em todos os seus segmentos, com imparcialidade, independência e pluralidade, primando pela qualidade editorial e gráfica em todas as edições. E como visão, manter-se na liderança no segmento editorial impresso, sendo a mais importante fonte de informação e formação de opinião do vale da microrregião de Canoinhas. O projeto gráfico foi criado inicialmente por um dos jornalistas da empresa, e ao passar dos anos sofreu inúmeras alterações. A diagramação ocorre sempre de acordo com a quantidade de informação desenvolvida para tal área do jornal, para determinada edição, sendo que não há nenhuma regra pré-estabelecida. Na página dividida em seis colunas, é responsabilidade do diagramador encaixar as informações, realizando o maior aproveitamento de espaço possível. O software utilizado na configuração das páginas e diagramação do impresso, é o Adobe InDesign. 12 12
Adobe InDesign: é um software da Adobe Systems desenvolvido para diagramação e organização de páginas, criado para substituir o Adobe PageMaker, apresentando uma variedade de aprimoramentos, resultando em mais produtividade. O programa cria documentos em formato próprio, editável, que posteriormente pode ser exportado para PDF ou outros formatos específicos de impressão. FONTE: WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Adobe_InDesign>. Acessado em: 01 de agosto de 2008.
86 Juntamente com a iniciação do projeto gráfico, desenvolveu-se a marca, que foi criada por um antigo funcionário da empresa, através da manipulação de um software de criação, segundo orientações e requisitos do diretor geral. Conforme Schulka, a forma do pinheiro araucária junto à marca, como um ícone, teve o intuito de não limitar a circulação do jornal na cidade de Canoinhas, e sim sugerir a região inserida, no caso o planalto norte catarinense. O proprietário, não identifica deficiências significativas no projeto gráfico do produto. Afirma que a impressão é de ótima qualidade, a melhor em comparação à concorrência, como também as fotos, e tamanho de letras. Intitula como um ponto negativo, os indícios do projeto gráfico estar maçante. Acredita que trabalhar melhor as formas gráficas do jornal, seria um diferencial para atrair a leitura. De acordo com diretor, os concorrentes não o incomodam comercialmente, de modo que todos são jornais semanais, circulam no mesmo dia, sendo repetições das matérias já publicadas na semana pelo Diário do Planalto. A vantagem perante a concorrência se deve à sua circulação diária. Estatisticamente, não existem dados sobre o público e perfil dos leitores. Há somente a percepção de como a repercussão das matérias atinge a comunidade. Principalmente nos formadores de opinião, sendo as classes A e B, com mínimo na C. São emitidos por dia 2.500 jornais, sendo que em Canoinhas circulam 1.900 mil jornais, em Três Barras 200, Major Vieira 100, Bela Vista do Toldo 100, Papanduva 100 e Monte Castelo 100. O jornal não segue nenhuma linguagem voltada a um assunto em específico. Apresenta todos os temas e informações à nível local e estadual. Geralmente, as colunas dos acontecimentos políticos, são as mais comentadas pelos leitores. Como também, as grandes manchetes e destaques, em casos de acidentes e crimes. Nessas ocasiões, o jornal chega ao limite de vendas nas bancas, levando a compra de leitores da classe C e D. As áreas de publicidade do jornal vão de acordo com o interesse do cliente anunciante. O preço de capa é três vezes maior que o interno, mesmo assim, sendo preferido pelos clientes. O limite ideal por página é de 30 a 35% da página vendida, segundo Ângelo. O mesmo avalia que o jornal esteja abaixo dessa média na maioria das páginas, pois as vendas maiores são de páginas inteiras ou meia-página.
87 4.2.2
Análise das informações do cliente
O jornal é feito a partir de um processo extremamente amador. Sem a qualificação de mão de obra especializada. Não há regras para diagramação, contagem de espaço e caracteres, modularização, pré-diagramação, com contato direto do editor e diagramador. Como comentado anteriormente, o diagramador tem uma tarefa crucial de aglomerar os conteúdos nos módulos. Pode-se, então encontrar soluções para o projeto a partir da utilização de alguns métodos pesquisados, e com a sugestão de contratações de profissionais adequados. A marca da empresa apesar de ser conceituada na iconografia local, foi desenvolvida sem qualquer embasamento e estudo, de forma que as pesquisas com os leitores demonstraram que não há apelo à marca. Como veremos adiante, para os leitores, a marca não era um fator determinante para a compra, e os mesmos não tinham nenhuma opinião formada à respeito da imagem da empresa. Conforme, um dos objetivos da pesquisa, a marca deverá ser redesenhada a fim de sanar esses problemas. Na parte de gestão, não há um plano de negócios, que direcione de melhor forma a empresa. E o que há de mais problemático é falta de pesquisa de mercado e consumidor. Pode haver uma sugestão da designer, perante o cliente, de a empresa desenvolver um planejamento estratégico para um melhor posicionamento. Questionado quanto à opção por não realizar uma pesquisa, o proprietário informou que acreditava que o público não teria capacidade e conhecimento específico sobre a área, para informar dados que fossem contribuir para o jornal. Logo, têm-se a oportunidade de quebrar esse pensamento a partir das análises que se obteve, mesmo com uma breve pesquisa com leitores realizada pela designer. Anúncios e publicidade não são apresentados de forma adequada. Como são necessários financeiramente para a empresa, dificilmente sua quantidade será reduzida. Porém, pode-se trabalhar melhor esses elementos, seguindo de acordo com as pesquisas, uma regra de modularização em pirâmide. Mesmo com tantas precariedades, o jornal se apresenta de forma positiva no mercado, e com fidelidade de clientes, caso contrário, o jornal não estaria se desenvolvendo. Portanto, um re-design do projeto gráfico, pode contribuir ainda mais para alavancar o negócio.
88 Com o crescimento da empresa na parte de serviços gráficos, o jornal tende a se desenvolver cada vez mais. Sendo que novos maquinários estão sendo adquiridos e há previsão para uma alteração do processo de impressão do modo plano pra o rotativo. Isso permitirá uma impressão mais rápida, pois esse processo permite a impressão das 4 cores juntas e dos dois lados da página, sendo que é um processo mais barato que a off-set plana.
4.2.3
Produto
Conforme citado na problematização, o jornal Diário do Planalto apresenta uma série de carências visuais as quais serão apresentadas a seguir. Todas as páginas de uma edição do jornal podem ser encontradas no anexo para uma melhor visualização e compreensão dos problemas. O projeto gráfico atual não segue nenhuma regra de composição gráfica. Não há equilíbrio e harmonia visual, com ausência de uma padronização adequada de títulos, tipografia, alinhamentos, entre outros, contrariando a importância do design e a comunicação visual no desenvolvimento de um produto com maior qualidade. A quantidade de páginas do jornal varia de acordo com sua edição. O fechamento ocorre de segunda-feira a sexta-feira, contendo doze páginas as edições de terça a sexta, e dezesseis páginas para a edição de fim de semana (sábado, domingo e segunda-feira). A circulação das edições acontece, portanto, de terça a sábado. a) Existência no mercado: 3 anos. b) Tiragem: 2.500. c) Periodicidade: diário. d) Circulação: terça a sábado. e) Quantidade de páginas: 16. f) Preço: R$ 1,00. g) Número de Colunas: 6. h) Página: formato tablóide adaptado -
largura 28,00 cm,
-
altura 37,00 cm.
89 i) Mancha gráfica: -
largura 26,00 cm,
-
altura 35,00 cm.
j) Formato: tablóide. k) Local circulação: Bela Vista do Toldo, Canoinhas, Irineópolis, Itaiópolis, Mafra, Major Vieira, Monte Castelo, Papanduva, Timbó Grande, Três Barras. l) População de abrangência: 63.150 m) Site: http://www.adjorisc.com.br/jornais/diariodoplanalto a) Marca
Figura 41 – Marca Diário do Planalto. Fonte: Diário do Planalto (2008).
A marca do diário do planalto é composta pelo logotipo (texto escrito) e a forma em ilustração (composição do sol, junto à letra “o” e a araucária). Como se pode perceber, a forma do pinheiro extrapola a área do “o”, acarretando em um ruído visual para a marca. Além de a composição ser demasiadamente carregada, são utilizados dois degradês nas cores azul e laranja, contorno branco interno das letras, e um contorno externo, que acaba carregando ainda mais o texto. São utilizados dois estilos tipográficos diferentes. Os próprios elementos da marca dão a sensação de estarem brigando por uma atenção. Ao invés da marca traduzir a imagem da empresa, ela tenta expor de uma forma explicita uma caracterização da região do planalto, sendo que não comunica nada além da forma do pinheiro. De acordo com o diretor do jornal, as cores da marca não seguem nenhuma lógica aparente.
90 b) Capa
Figura 42 – Capa. Fonte: Diário do Planalto (2008).
Na capa, a marca se encontra alinhada à direita, brigando visualmente com os anúncios também coloridos dispostos em seu entorno. Se considerarmos o sistema de leitura ocidental, o primeiro elemento de entrada de leitura são os anúncios. A profusão de cores é facilmente perceptível. O destaque da capa se volta para a manchete principal, sendo que nem mesmo apresenta uma indicação do local onde a notícia será encontrada no jornal. As manchetes secundárias não oferecem o destaque devido, sendo que há texto posicionado sobreposto à fotografia, dificultando a leitura. Há presença de títulos de mesma hierarquia em diferentes tamanhos.
91 A pouca quantidade do texto, se apresenta quase que de modo imperceptível, aglomerado entre as propagandas e má disposição dos anúncios. c) Páginas internas Na parte superior do jornal, se encontra o fólio, com os elementos de paginação, data edição e a editoria, que são as seções permanentes do jornal. A redução da marca está disposta em todas as páginas, de forma ilegível.
Figura 43 – Fólio e editoria Fonte: Diário do Planalto (2008).
Ao contrário dos concorrentes, o jornal faz uso de poucas famílias tipográficas. Porém a escolha tipográfica não é adequada, principalmente nos textos-correntes. A fonte utilizada é a da família Futura, e como visto anteriormente na pesquisa, não apresenta serifa. Esse tipo de fonte é ideal somente para a utilização em títulos, destaques, chamadas e ocasiões que exigem maior visibilidade. No caso de textos longos, acarreta em cansaço visual. No jornal, são utilizados fios que delimitam e acompanham algumas matérias. Porém esses fios não chegam a contornar todo o texto, perdendo logo sua função de separação, tornando-se mais um elemento desnecessário no layout da página.
Figura 44 – Inutilidade do fio e texto corrente sem serifa. Fonte: Diário do Planalto (2008).
92 Há a mistura de alinhamentos entre títulos centralizados e textos justificados. O mau aproveitamento dos espaços e a ausência de áreas de respiro (brancos) em determinadas páginas dão a sensação de sufoco e desordem visual. Um dos principais problemas do jornal está na falta de diferenciação e padronização das colunas e seções do jornal. Como é possível visualizar na figura abaixo, o leitor tem que realizar um grande esforço para compreender as informações e a que assunto, autor ou parte do jornal estas informações pertencem.
Figura 45 – Exemplos de colunas do jornal. Fonte: Diário do Planalto (2008).
93 Não há um elemento identificador do início ou término da notícia. Para cada coluna do jornal é utilizado algum tipo de ilustração, fonte, e informação diferente. Como no caso da coluna de esporte, a ilustração utilizada é incoerente com o público alvo e a linguagem da informação. Uma ilustração de caráter infantil caracteriza uma seção importante do jornal principalmente para o público masculino.
Figura 46 – Coluna de esporte Fonte: Diário do Planalto (2008).
Já na coluna demonstrada a seguir (Coluna do Jacson), é possível confundir a informação com um anúncio. Para um leitor que está realizando a leitura do jornal pela primeira vez, se torna quase impossível decodificar tal informação. A própria página já dispõe de tantos elementos, sem uma ordenação e hierarquia, que o leitor não sabe por onde iniciar a leitura, ou mesmo sobre que assunto está lendo.
94
Figura 47 – Coluna do Jacson. Fonte: Diário do Planalto (2008).
A má qualidade dos anúncios também é um fator que contribui para a pobreza estética do jornal. Os anúncios não são colocados na página em forma de pirâmide. O mau posicionamento acarreta em joelhos, desalinhamentos, e desvio de atenção, uma vez que são colocados em áreas importantes que deveriam ser destinada à notícia e à leitura.
95
Figura 48 – Exemplo de página do jornal. Fonte: Diário do Planalto (2008).
Impressão A impressão das edições é feita na própria gráfica da empresa. O diagramador, após fechamento do arquivo, realiza uma impressão a laser em formato A3, em um poliéster chamado laser film. Após a impressão, essas folhas são encaminhadas à gráfica, para montagem das chapas metálicas. Já na gráfica, ocorre a montagem dessas chapas, com a união de duas das folhas, já com as marcas de cortes, que irão compor a página impressa por inteiro. Essas folhas são presas à chapa, que passa por um processo de queima, e após de revelação. A chapa já gravada, será utilizada na máquina plana monocromática de impressão off-set, onde serão realizadas as impressões.
96 A entrada do papel na máquina já é no formato original da impressão. Após os jornais impressos e montados ocorre a distribuição, dividida em assinaturas, venda em bancas e distribuição gratuita. A distribuição é feita através de entregadores a partir das 4 horas da manhã, onde o jornal segue sem nenhuma embalagem. Somente em dias de chuva, é acompanhado por uma embalagem plástica. Os jornais que não são vendidos nas bancas são recolhidos e encaminhados para reciclagem.
4.2.4
Ponto-de-venda
De acordo com a pesquisa em pontos de venda do jornal da cidade, que vão desde bancas, papelarias, postos de gasolina, o jornal regional mais vendido é o Diário do Planalto. O motivo se deve à periodicidade. A exposição do produto varia de acordo com o ponto de venda. Em sua maior parte, o jornal é exposto de forma integral, proporcionando uma visualização total da capa. O próprio formato tablóide facilita o manuseio, a disposição, e as notícias ao alcance dos olhos. Nesses aspectos, leva vantagem em comparação ao formato standard, que pelo maior tamanho, normalmente é encontrado para venda já dobrado ao meio, exigindo conseqüentemente, um interesse maior do leitor sob o produto, realizando a pega e posteriormente a abertura para conhecimento. A disposição dos jornais nos displays de venda encontrados foram: - compartimentos plásticos, onde o jornal se apresenta inserido verticalmente; - jornais empilhados e dobrados; - suportes de metal, também apresentando o produto na vertical; - suporte de metal com prateleiras, dispondo de maior quantidade de jornais, de forma aleatória.
97
Figura 49 â&#x20AC;&#x201C; Produto no ponto-de-venda. Fonte: Schulka (2008).
Figura 50 â&#x20AC;&#x201C; Produto no ponto-de-venda. Fonte: Schulka (2008).
98
Figura 51 – Produto no ponto-de-venda. Fonte: Schulka (2008).
Aparentemente, o jornal diário do planalto, não se encontra disposto de forma privilegiada aos demais concorrentes, exceto nos dias em que não ocorre circulação dos demais jornais locais. Observando os consumidores em um dos pontos de venda, identificou-se que em sua maior parte, o leitor já chega ao local de venda, com uma intenção de compra definida. Não há grande dificuldade ou escolha entre os jornais existentes, e sim uma preferência pessoal do comprador.
4.2.5
Concorrentes
Tem como concorrentes diretos os jornais regionais: “Correio do norte”, “O planalto”, e “Ótimo”. Os mesmos abrangem a mesma área de circulação do Diário do Planalto, porém nenhum compete em periodicidade com o jornal, pois são todos semanais. Todos os concorrentes, assim como o próprio Diário do Planalto, estão integrados à associação dos Jornais do interior de Santa Catarina - Adjori/SC.
99 4.2.5.1 Jornal “Correio do Norte”
É o mais antigo e tradicional entre os concorrentes. É o jornal com maior quantidade de páginas e que apresenta uma melhor diagramação comparada aos demais jornais. a) Existência no mercado: 61 anos. b) Periodicidade: semanal. c) Circulação: sexta-feira. d) Quantidade de páginas: 24. e) Preço: R$ 1,50. f) Formato: tablóide. g) Local circulação: Bela Vista do Toldo, Canoinhas, Irineópolis, Major Vieira, Papanduva, Três Barras. h) População de abrangência: 54.818.
Figura 52 – Capa do Jornal Correio do Norte Fonte: Correio do Norte (2008).
100 4.2.5.2 Jornal “O Planalto”
É o segundo jornal com maior população de abrangência, depois do diário do planalto. a) Existência no mercado: 13 anos. b) Periodicidade: semanal. c) Circulação: sexta-feira. d) Quantidade de páginas: 24. e) Preço: R$ 1,60. f) Formato: tablóide. g) Local circulação: Bela Vista do Toldo, Canoinhas, Irineópolis, Mafra, Major Vieira, Papanduva, Três Barras. h) População de abrangência: 59.766.
Figura 53 – Capa do Jornal O Planalto Fonte: O Planalto (2008).
101 4.2.5.3 Jornal “Ótimo”
É o jornal com maiores carências visual, e equivocadamente com o maior preço entre os concorrentes. a) Existência no mercado: 21 anos b) Periodicidade: semanal. c) Circulação: sexta-feira. d) Quantidade de páginas: 14. e) Preço: R$ 1,75. f) Local circulação: Antônio Olinto, Bela Vista do Toldo, Caçador, Canoinhas, Irineópolis, Major Vieira, Monte Castelo, Papanduva, Porto União, Santa Cecília, São Mateus do Sul, Três Barras, Videira.
Figura 54 – Capa do Jornal Ótimo Fonte: Ótimo (2008).
102 4.2.6
Público
Na definição do público e levantamento de aspectos culturais da região, em que a mídia impressa se insere, subdividem-se as pesquisas em pesquisa de campo e bibliográfica da região do planalto e qualitativa com os leitores.
4.2.6.1 Região do Planalto Norte Catarinense
Considerando que o jornal é regional, torna-se procedente e indispensável, o levantamento de dados específicos da região e da cultura do planalto. Uma vez que um dos objetivos do projeto é caracterização por elementos de acordo com o público a que a mídia se destina.
4.2.6.1.1 Objetivos da pesquisa
a) Objetivo geral: Identificar e fornecer informações sobre os aspectos sócioculturais e econômicos da região. Traduzir a linguagem do planalto. b) Objetivos específicos: - Destacar aspectos sócio-culturais da região; - Investigar sobre economia, e tipo renda da região; - Ressaltar o estilo de vida dos leitores; - Identificar aspectos do ambiente natural (vegetação, clima, e entre outros); - Identificar características que podem influenciar no desenvolvimento do projeto (conceito, marca, cores, formas e etc.). c) Metodologia: A forma de pesquisa utilizada será através de pesquisa bibliográfica sobre a região e a cultura, registro fotográfico e análises por observação.
103 4.2.6.1.2 Aspectos regionais
De acordo com a Ampla Norte (2008), a região do planalto norte está localizada ao norte do estado de Santa Catarina, compreendendo as cidades, onde há a circulação do jornal: Bela Vista do Toldo, Canoinhas, Irineópolis, Itaiópolis, Mafra, Major Vieira, Monte Castelo, Papanduva, Timbó Grande e Três Barras.
Figura 55 – Mapa das regiões de Santa Catarina. Fonte: Google imagens. Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/include/ biblioteca_virtual/medico_e_seu_trabalho/regiao_sul/imagens/mapa04.jpg>. Acessado em: 02 de agosto de 2008.
Figura 56 – Cidades do Planalto Norte. Fonte: Ampla Norte (2008). Disponível em: <http://www.ampla.org.br/municipios/mapazoom.php?>. Acessado em> 02 de agosto de 2008.
Segundo a consulta ao novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa Folha Aurélio (1994, p. 510), o signicado de planalto é: “grande extensão de terreno plano ou pouco ondulado, elevado, cortado por vales nele encaixados”.
104 A região do planalto é marcada por longas superfícies planas, onduladas e montanhosas. De acordo com Bela Santa Catarina (2008), a vegetação predominante da região é a das araucárias, embora grande parte dessa espécie tenha sido dizimada pelo extrativismo. Rica em florestas nativas e provenientes de reflorestamento, concentra o pólo florestal catarinense - o mais expressivo da América Latina - abrangendo indústrias madeireiras, moveleiras, de papel e papelão.
Figura 57 – Reflorestamento. Fonte: Schulka (2008).
Suas cidades tem como maior atividade a agricultura, como também a erva-mate historicamente responsável por uma das maiores riquezas da região. O tradicional chimarrão, além de um hábito e tradição, faz parte da economia local (AMPLA NORTE, 2008).
Figura 58 – Colheita de plantação. Fonte: Schulka (2008).
105
Figura 59 – Plantação de feijão. Fonte: Schulka (2008).
Juntamente com o planalto serrano, é umas das regiões mais frias do Brasil, devido a elevada altitude acima do nível do mar. Na presença de baixas temperaturas, a região amanhece envolta em névoa e com seus campos cobertos de geada.
Figura 60 – Campos de araucária cobertos de geada. Fonte: Google imagens. Disponível em:<http://www.museumin.ufrgs.br/GemAraucarias 2.jpg>. Acessado em: 02 de agosto de 2008.
Com o clima de serra, apresenta magníficas belezas naturais, por ser uma região de campos de altitude, florestas, áreas rurais, onde predomina e a paisagem verde-amarelada de araucárias, e coxilhas (campos ondulados) (BELA SANTA CATARINA, 2008).
106
Figura 61 – Paisagem rural. Fonte: Schulka (2008).
Figura 62 – Por sol nas araucárias. Fonte: Google imagens. Disponível em: <http://walfridoneto.files.wordpress.com/2007/05/ araucaria.jpg>. Acessado em: 03 de agosto de 2008.
As araucárias brindam a região com os frutos de inverno. O povo simples, alegre e trabalhador, inicia a rotina diária com uma cuia de chimarrão, contando histórias sobre sua terra e sua gente, acompanhados de pinhão na chapa, ao calor de um fogão a lenha.
4.2.6.1.3 Ícones regionais
a) Araucária A araucária é uma árvore cuja ocorrência nomeou extensa formação nos estados do sul do Brasil, e está hoje ameaçada de extinção. De acordo com a Araucária Ambiental (2008), atualmente a mata nativa da espécie é protegida por lei, sendo que só pode haver
107 extração da planta em caso de reflorestamento. Esse tipo de controle é realizado pelo IBAMA, e a extração irregular está sujeita à multa. Geralmente, localizada junto às terras altas dos planaltos e serras, a planta só se desenvolve em regiões de altitudes elevadas e em climas com temperaturas moderadas durante o ano. Trata-se de uma árvore alta que apresenta características como: tronco largo, folhas duras, pontiagudas, e copa em formato de cálice. Os ramos desenvolvem-se horizontalmente, de modo que as pontas são curvadas para cima; superpostos uns aos outros, formando vários andares (JARDIM DE FLORES, 2008).
Figura 63 – Campos de araucárias. Fonte: Schulka (2008).
Figura 64 – Topo em formato de cálice da araucária. Fonte: Schulka (2008).
A araucária se destaca por sua forma original que dá às paisagens do sul uma característica toda especial. É uma espécie altamente resistente e que se dissemina facilmente em campo aberto. É uma árvore extremamente útil. Da sua madeira obtém-se a pasta de celulose que, após uma série de operações industriais, é aplicada na fabricação de papel.
108 Seu fruto é a pinha e sua semente, o pinhão, sendo que somente o pinheiro-fêmea possui pinhas. A pinha atinge proporções razoáveis constituindo-se de uma esfera compacta com diâmetro entre 15 e 20 centímetros. O pinhão se forma dentro dessas pinhas fechadas, que com o tempo vão se abrindo, e libertando o pinhão. Quando madura, com o auxílio do sol, devido a um reflexo da dilatação decorrente do frio, as pinhas estouram e na presença do vento, espalha os pinhões, iniciando um processo de formação de novas araucárias (JARDIM DE FLORES, 2008).
Figura 65 – Pinha e pinhões. Fonte: Google imagens. Disponível em: <http://www.museumin.ufrgs.br/GemPinhao 2.jpg>. Acessado em: 03 de agosto de 2008.
Os animais também funcionam como agentes disseminadores da planta, como é o caso das aves serelepe, e a gralha-azul. Estas costumam conduzir as sementes e armazená-las, de forma que as enterram no solo, gerando novas árvores. Os pinhões, além de servir de alimento a aves, animais selvagens, podem ser consumidos pelo homem. A época do pinhão costuma ser de abril até o início de agosto. b) Chimarrão A tradição do chimarrão é antiga e remete a tradição à história da colonização espanhola. A origem do nome mate vem do povo espanhol, que preferiu usar a palavra ‘mati’ (cuia), da língua quíchua. No entanto, logo foi substituída por uma palavra guarany – caiguá – nome composto por caá (erva), i (água) e guá (recipiente) (VIVER NO CAMPO, 2008). É uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul, sendo um forte hábito nas regiões sul do país. Composto por uma cuia, uma bomba, a erva-mate e a água, o chimarrão é montado com a erva-mate na cuia. A bomba tem a função de fazer a sucção do líquido, que
109 tem gosto amargo, dependendo muito da qualidade da erva. Pode ser servido com água quente ou fria (CHIMARRÃO, 2008). A erva-mate é um composto de folhas e ramos secos e triturados, passados em peneira. Há uma variedade de tipos, uns mais finos, outros mais incorporados.
Figura 66 – Chimarrão. Fonte: Disponível em:<http://www.flickr.com/photos/marcus_santos/ 201802110/sizes/l/>. Acessado em: 03 de agosto de 2008.
Figura 67 – Erva. Fonte: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/marceloprais/2436998706/sizes/o/>. Acessado em: 03 de agosto de 2008.
110 4.2.6.1.4 Cidades do Planalto
Tabela 2 – Características das cidades do planalto norte catarinense. NOME
PRINCIPAIS ATIVIDADES
Bela Vista do Toldo
Vive da agricultura e tem como principal produto o fumo.
POPULAÇÂO
COLONIZAÇÃO
5.909 (Fonte: IBGE/2008)
Italiana, alemã, polonesa, ucraniana e japonesa
Canoinhas
A erva-mate, Agricultura, indústria e comércio
52.677 (Fonte: IBGE/2008)
Alemães, ucranianos, italianos, poloneses e japoneses
Irineópolis
Agricultura e extrativismos vegetal.
10.287 (Fonte: IBGE/2008)
Espanhola, italiana, alemã e ucraniana
Itaiópolis
Agricultura
19.752 (Fonte: IBGE/2008)
Inglesa, polonesa, russa e alemã.
Mafra
Agropecuária e indústria
51.014(Fonte: IBGE/2008)
Alemã, polonesa, tcheca e ucraniana.
Major Vieira
Agricultura
7.337 (Fonte: IBGE/2008)
Alemã, italiana, ucraniana e polonesa.
Monte Castelo
Agricultura
8.113 (Fonte: IBGE/2008)
Polonesa, italiana, alemã e japonesa.
Papanduva
Agropecuária
17.056 (Fonte: IBGE/2008)
Alemã, polonesa e portuguesa.
DESTAQUES Destaca-se pela ruralidade, convívio da vizinhança e as crenças da cura com as ervas indicadas de geração para geração e por benzedeiras. A cidade foi por muito tempo a capital da erva-mate, tendo como sua principal fonte de renda. Atualmente, esse espaço da economia está dividido com a indústria (papel) e a agricultura. Cidade pacata, onde as poucas indústrias são de cerâmica. Belas várzeas e planaltos e os pontos mais elevados da região. Mais da metade da população vive em zona rural. Seus campos de araucárias e paisagens rurais são um belo espetáculo. Destaque para o turismo religioso com a igreja de rito ucraniano mais antiga do Brasil. Cidade-pólo do planalto norte catarinense. Destaque para a produção de mel e cultura da ervamate. Mantém as tradições das etnias em centros culturais e grupos folclóricos. Ponte metálica sobre o Rio negro é o maior monumento histórico da região. Núcleo de colonização polonesa. Produção dos mini e pequenos agricultores. Cultivo de fumo, soja, feijão e milho. Extrativismo de erva-mate. A agricultura é a principal atividade econômica, com destaque para batata-semente, milho, soja, feijão. Indústrias madeireiras, empresas de extração e processamento de erva-mate. Cultivo de batata semente, feijão, milho, fumo e soja. Criação de gado de leite e de corte, suínos e caprinos. Indústrias madeireiras. Ecoturismo, cavernas e construções típicas de etnias.
111
Timbó Grande
Extração de madeira.
6.492 (Fonte: IBGE/2008)
Cabocla
Três Barras
Indústria de papel e agricultura
17.937 (Fonte: IBGE/2008)
Cabocla, alemã, italiana e japonesa.
Extração da madeira é principal fonte econômica, sendo que mais da metade do município é ocupado pelo reflorestamento de pinus. Destaque para a extração da madeira e reflorestamento d e pinus. Na agricultura se destaca pela produção de milho, soja, feijão e batata.
Fonte: Ampla Norte – Associação dos Municípios do Planalto Norte de Santa Catarina (2008). Disponível em: <http://www.ampla.org.br/municipios>. Acessado em: 05 de agosto de 2008.
Figura 68 – Painel de destaques regionais Fonte: Schulka (2008).
112 4.2.6.2 Leitores
Para a pesquisa de público-alvo, foram aplicados questionários de forma qualitativa em leitores esporádicos e assinantes do jornal. O modelo do questionário utilizado pode ser encontrado vide apêndice B – Pesquisa qualitativa com leitores. O método de pesquisa qualitativa foi escolhido por apresentar resultados mais interessantes que uma quantitativa. Na pesquisa quantitativa, as respostas acontecem de forma objetiva, sendo que as opções de preenchimento do próprio questionário podem induzir o leitor a uma resposta, sem muita profundidade ou conhecimento. Além de que a quantidade não é o objetivo principal, com uma amostragem pequena a pesquisa qualitativa já apresenta dados representativos para a pesquisa, pois são as percepções individuais dos leitores as responsáveis por estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do projeto. Sendo dessa forma, mais valoroso, do que dados estatísticos fixos e tabulados. A abordagem realizada foi por intermédio de entrevista individual em profundidade, em pontos-de-venda, estabelecimentos comerciais, casa dos leitores, e pontos de grande circulação de pessoas. À medida que o entrevistador realizava as perguntas, simultaneamente, fazia as anotações das respostas dadas pelos leitores. Durante a aplicação da pesquisa, observou-se que o método qualitativo mostrou ser uma boa escolha, pois após certo número de entrevistas as respostas começaram a se repetir, demonstrando assim, ter atingido um nível adequado de amostras. Para a pesquisa foram utilizados como apoio, dados e perspectivas sobre a leitura de jornais diários no Brasil. Os dados foram retirados do site da Associação Nacional de Jornais – ANJ (2007): a) Perfil de vendas dos jornais diários Tabela 3 – Perfil de vendas dos jornais diários por ano (%) 2002
2003
2004
2005
2006
2007
Venda Avulsa
41,3
39,1
39,1
41,3
44,8
48,5
Assinatura
58,7
60,9
60,9
58,7
55,2
51,5
Fonte: IVC - Instituto de Circulação (2007).
113 b) Idade dos leitores Tabela 4 – Estrutura de leitura dos jornais diários Idade dos leitores
% de leitura
% de alcance dentro do grupo de leitura
10-14
6
32
15-24
24
49
25-34
21
53
35-44
20
50
45-54
14
50
55-64
8
44
65 e +
7
39
Fonte: Ipsos Marplan - Estudos Marplan EGM (2007).
c) Perfil dos leitores de jornais por sexo Tabela 5 – Perfil dos Leitores de 18 e mais anos Perfil (%)
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Homens
52
52
53
52
53
52
51
Mulheres
48
48
47
48
47
48
49
Fonte: Ipsos Marplan
d) Penetração dos jornais diários Tabela 6 – Penetração semanal dos jornais diários em porcentagem (%) Penetração (%)
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Adultos
53
51
49
51
50
49
49
Homens
60
57
56
57
57
56
55
Mulheres
48
45
43
46
44
44
45
Chefes de família
54
51
50
51
50
50
49
Adultos
53
51
49
51
50
49
49
Fonte: Ipsos - Marplan Pesquisas Ltda - Estudos EGM-9 cidades pesquisadas.
Logo, observa-se uma média equilibrada entre assinaturas e vendas avulsas, maior destaque para o público masculino em comparação ao feminino, e maior porcentagem de leitores entre 25 e 55 anos.
114 4.2.6.2.1 Objetivos da pesquisa
a) Objetivo geral: Identificar e capturar informações sobre o cliente, produto, concorrentes e o público, considerando interesses, categoria sócio-cultural, atitudes, opiniões, destacando assim, prioridades para o desenvolvimento do re-design do jornal “diário do planalto”. b) Metodologia: A metodologia utilizada é descritiva, por intermédio da pesquisa qualitativa, haja vista que são feitas perguntas a respeito de um produto de conhecimento do público alvo, com o interesse de compreender as percepções do consumidor sobre o produto e a valorização de determinados atributos. c) Objetivos específicos: - Levantar dados específicos da região e dessa cultura do planalto, de forma que o mesmo seja projetado com elementos de acordo com o público a que se destina; - Investigar a relação dos leitores com a marca. Levantar características que de acordo com os cidadãos, melhor traduzem a linguagem do planalto. - Conhecer as preferências de leitura (cadernos do jornal – política, economia e negócios, esportes, variedades, cultura, etc); - Descrever o perfil/características do público-alvo; - Mensurar a satisfação do jornal; - Investigar a escolha de compra ao invés da concorrência; - Identificar o que mais chama atenção na leitura do jornal. - Verificar as situações que levam os leitores a buscarem o jornal. - Analisar a aceitação do layout do jornal atual; - Identificar quais são as sugestões dos leitores quanto à organização dos cadernos e o projeto gráfico.
115 4.2.6.2.2 Resultado da pesquisa
A pesquisa qualitativa foi aplicada na cidade de Canoinhas, que é local onde há maior circulação do jornal em comparação às outras cidades. Foram entrevistados 15 leitores esporádicos e 15 leitores assinantes, nos quais se obteram os resultados comentados a seguir. Dos 30 entrevistados, 16 foram do sexo masculino e 14 do sexo feminino. A idade dos leitores concentrou-se em uma média de leitores de 30 a 50 anos. QUANTIDADE DE LEITORES 02 05 07 06 05 03 02
IDADE Até 20 anos. 20 a 30 anos 30 a 40 anos 40 a 50 anos 50 a 60 anos 60 70 anos acima de 70
Com relação à profissão, obteve-se destaque para os comerciantes. As demais profissões citadas foram desde profissionais liberais como profissionais de área da saúde, prestadores de serviço, advogados, bem como agricultores e donas de casa. QUANTIDADE DE LEITORES 02 03 02 01 09 02 02 01 01 02 01 02 01 03
PROFISSÃO Advogado Agricultor Cabeleireira Carteiro Comerciante Dona de casa Farmacêutico (a) Enfermeira Esteticista Estudante Massoterapeuta Secretária Topógrafo Vendedor
No grau de instrução dos entrevistados, prevaleceram os de 2º grau completo. QUANTIDADE DE LEITORES 01
GRAU INSTRUÇÃO 1º grau incompleto
116 05 09 06 07 02
1º grau completo 2º grau completo superior incompleto superior completo pós-graduação
Os interesses foram muito de acordo com a profissão dos entrevistados. O hábito de leitura foi levantado por grande parte dos leitores, mas os destaques foram para internet, lazer, esportes, televisão, trabalhos manuais e música. Uma vez que todos os entrevistados são conhecedores do Jornal Diário do Planalto e de seus concorrentes, os motivos e influências de compra do jornal foram: MOTIVOS DE COMPRA/ASSINATURA O principal motivo, sendo destacado por 17 leitores, é a peridiocidade do jornal. É o único jornal regional com edições diárias, sendo que os concorrentes propiciam a mesma informação já emitida pelo jornal, e só sintetizam suas informações. Os concorrentes são todos jornais com edições semanais A abordagem dos assuntos também foi um dos grandes motivos levantados. Segundo alguns leitores, o Diário do Planalto é mais completo que os concorrentes; Por ser o que sai antes dos concorrentes, destaque para o ineditismo das notícias Pelo fato do jornal ser mais casual, ter uma linguagem mais próxima do público, sendo que os outros jornais são mais sérios e formais Por apresentar informações mais regionais e acontecimentos locais Matérias mais interessantes, com enfoque para notícias da cidade Outro fator, apesar ser pouco comentado, foi o preço, que é o mais barato entre os concorrentes Facilidade de acesso e entrega Comentários: De acordo com 3 leitores, o Correio do Norte é o mais amplo em novidade, e o que apresenta a melhor organização. Já o jornal Ótimo, ao contrário do nome, não é visto como um bom jornal.
Dentre os leitores entrevistados, 27 informaram que na compra do jornal, ele é lido por mais pelo menos uma pessoa, entre colegas e familiares. O local onde o jornal é mais lido pelos leitores é no trabalho, totalizando em 18 entrevistados, contra 12 que realizam a leitura em casa. Dos cadernos e colunas mais citados no jornal, se obteve os seguintes resultados: QUANTIDADE DE LEITORES 05 05 03 03 03 03 02 02 02 01 01 Sugestões
PREFERÊNCIA DE LEITURA Leitura integral do jornal sem preferência Notícias regionais Política Policial Coluna do Campeirismo (festas, acontecimentos locais) Esportes Coluna social Classificados Saúde Coluna do Jacson Horóscopo Coluna mais cultural da região, na parte religiosa, e nas tradições e festas locais
117 No modo de leitura realizado, os dados colhidos foram: QUANTIDADE DE LEITORES 09 06 05 04 03 03
MODO DE LEITURA Inicia a leitura pela capa, vendo os assuntos principais, logo após seguindo a ordem de leitura do jornal Começa pela capa, vê as notícias mais interessantes. Se tiver algo que chame a atenção, realiza uma leitura dinâmica Olha primeiro as manchetes, vê o que é mais interessante e vai direto no assunto relacionado, posteriormente folheando o restante Visualiza primeiro as manchetes. Se interessa, vai direto na página do assunto, caso contrário segue a seqüência do jornal Inicia uma leitura pelas fotos, retornando logo após, ao início (capa) e seguindo a ordem Realiza uma leitura aleatória, dando prioridade às fotos e às manchetes
Em termos de facilidade para encontrar determinados assuntos, os resultados foram em sua totalidade positivos. De acordo com os leitores: FACILITADE OU DIFICULDADES Acham com facilidade o que procuram, pois a manchete está na capa indicando a página do assunto; Grande parte acha o jornal organizado e não tem dificuldades; Apenas 4 leitores atribuem como dificuldade a desorganização do jornal, devido as informações e ilustrações estarem espalhadas.
De acordo com o layout das páginas do jornal, a sua forma, estrutura e posição das informações está: QUANTIDADE DE LEITORES 02 17 06 01 04 Comentários
QUALIDADE DO JORNAL Ruim Bom Regular Ótimo Não precisa mudar nada O modo de leitura já está muito automatizado. Não se percebe as mudanças quando elas ocorrem, ou mesmo não se dá muito valor. A quantidade de página está boa, se caso houvessem mais páginas, perderia o interesse pela leitura.
Para os itens mais chamativos no jornal, podemos destacar: QUANTIDADE DE LEITORES 08 07 04 02 02 02
DESTAQUE Fotos Notícias destaque (manchetes) Capa Matérias coloridas Qualidade da impressão Erros de português
118 01 01 03
Marca Ilustrações Nada em específico
Segundo as sugestões de melhorias para o jornal, obteve-se os seguintes resultados: SUGESTÕES DE MELHORIAS Assuntos mais chamativos Notícias mais abrangentes Tamanho das letras Jornal ser mais colorido Fotos todas coloridas Atualização também no fim de semana, uma vez que o fechamento da edição é feita na sexta-feira. Não há nenhum jornal regional que faça esse tipo de cobertura Melhorar o cheiro do jornal que é ruim Jornal que não soltasse tinta
Em relação ao jornal, os leitores posicionaram-se, em sua maioria, de forma satisfatória: QUANTIDADE DE LEITORES 18 03 09 Comentários
SATISFAÇÃO Satisfeito Muito satisfeito Nem satisfeito nem insatisfeito Não houve registro de total insatisfação com o jornal. Alguns leitores comentaram estar bem satisfeitos com a impressão do jornal, que melhorou muito desde o seu início.
E para finalizar, os leitores levantaram algumas características que mais representam a região do planalto, de acordo com seus conhecimentos locais. Na sua ordem de destaque são elas:
CARACTERÍSTICAS REGIONAIS A erva-mate, com ícone de maior destaque, apesar da região não ser mais líder em produção A vegetação típica das araucárias (mais verde da natureza) Reflorestamento Agricultura, forte para a economia local Agroindústria Tradições locais Belas paisagens (planícies e plantações) Clima Uma região em fase de crescimento Lugar bom de viver
119 4.2.7
Análise do Público
Devido às circunstâncias, com a ausência de qualquer tipo de pesquisa, viu-se como uma grande oportunidade a aplicação dos questionários, uma vez que nunca houve anteriormente, um levantamento de dados para a compreensão dos valores do jornal na visão dos leitores. Era fundamental entender o que o consumidor pensava a respeito do jornal. Mesmo com uma abordagem de 30 leitores, já foi possível recolher dados que irão definir diretrizes e posteriores aplicações para o jornal. A reação e recepção dos leitores durante a aplicação do questionário foi bastante positiva, havendo poucas situações de desconforto no momento das respostas. Pode-se perceber um grau de dificuldade maior e de dúvidas em relação às perguntas específicas. Mesmo com a colaboração do entrevistador, e o auxílio da apresentação do jornal, grande parte dos leitores não conseguiu identificar os problemas visuais no produto. A visão de qualidade dos entrevistados limitou-se ao aspecto informacional, ao invés dos aspectos visuais e estéticos. Atribui-se como motivo para essa deficiência, um baixo grau de percepção, e deficiência de repertório visual, fragilizada pelo próprio ambiente em que os leitores vivem. Como se pode perceber com a pesquisa, a realidade dessa região é consideravelmente diferente de uma região urbana. As cidades são pequenas, há não incentivos maiores à cultura, não há turismo, considerando a própria ruralidade e escolaridade dos moradores. Sendo assim, os leitores não são constantemente estimulados visualmente. Para o público jovem, destaca-se a necessidade de maiores informações voltadas ao seu universo, como notícias da cidade, eventos, acontecimentos e atualidades, fofocas, e valorização das fotos. Para o público mais adulto e maduro, ênfase no conhecimento, nas notícias, manchetes, no conteúdo textual do jornal. O grande diferencial do jornal se dá, realmente pela sua periodicidade e ineditismo, caso contrário estaria no mesmo nível, ou talvez inferior de qualidade entre os concorrentes. Muito comentado também, foi a sua linguagem mais próxima ao leitor. Considerando o tipo do público e estilo do jornal, uma linguagem mais casual é mais adequada. O que comprova esse contato é o modo que os leitores apelidam o jornal: diarinho.
120 Por ser um jornal muito lido no trabalho, exige ainda mais a facilidade e rapidez da compreensão da mensagem, contribuindo também como justificativa à pesquisa. No modo de leitura, a capa é certamente uma característica que desperta o desejo de leitura. Conforme a maioria dos leitores, a leitura é iniciada pela capa, por causa das manchetes e os assuntos principais.
Logo, o que procede essa página, deve estar bem
organizado para que a leitura continue a ser atraente, e nos casos em que o leitor vá direto na manchete, a encontre com facilidade, posteriormente seguindo para os demais conteúdos. Pode-se perceber que as fotos são um grande atrativo, sendo que o projeto terá de considerar o local estratégico dessas imagens, para que as mesmas não sejam colocadas em áreas em que tirarão a atenção de outra informação. A fotografia deve acompanhar e não roubar a cena. Há um grande apego ao regionalismo. Como a cidade é pequena, muita gente se conhece, e tem interesse em saber o que acontece com quem, ver fotos, saber das atualidades, dos eventos. A identidade do jornal se quer era lembrada. Mesmo na indução de coletar dados a respeito do que esta representava aos consumidores, os resultados eram frustrantes. Um dado interessante foi a verbalização pelos leitores, do ícone da araucária e da erva-mate, apesar da cidade não ser mais conhecida como capital da erva-mate. Os leitores acreditam que o jornal está organizado e sendo que mais da metade das pessoas entrevistadas estão satisfeitas. Isso acontece, pois a produção do veículo impresso está ocorrendo de modo tão amador, desde o seu início, que os leitores não têm como perceber uma coisa que não existe no jornal. Eles conheceram o jornal assim, e a leitura os disciplinou a isso. Considerações gerais destaque: - valorização da capa; - cuidados as com fotos; - ênfase para títulos e manchetes. - valorização das seções colunas sociais e regionais; - sugestões para a parte cultural, religiosa e tradições e festas locais; - calendários de festas e eventos; - possibilidade de impressão com cor.
121 4.3
OBJETIVOS E ESPECIFICAÇÕES
Retomando informações apresentadas inicialmente no projeto, o objetivo principal é desenvolver o re-design do projeto gráfico e a identidade visual para o jornal “Diário do Planalto”. Considerando que o projeto gráfico atual do jornal já foi analisado, algumas informações e especificações devem ser levantadas para que os objetivos específicos da pesquisa sejam alcançados e o jornal cumpra sua função.
4.3.1
Determinação do canal
Uma vez se tratando de um jornal, o canal de comunicação é por meio de veiculação impressa. Este tipo de canal impõe uma série de limitações técnicas. Como exemplo, pode-se destacar a composição em quadrantes. Como apresentado anteriormente, a composição do jornal por módulos ocorre com montagem da página através de caixas, distribuídas em colunas, como forma de realizar um maior aproveitamento da página possível, além de proporcionar uma linha de leitura mais agradável e a visualização da página como um todo. Os elementos e textos se encaixam apresentando uma boa composição por unidade. Com isso, o uso de formas orgânicas e anguladas é restrito, pois não há tanta oportunidade para inovação de formas e formatos. Ao mesmo tempo em que o modo tradicional de montagem está presente praticamente em todos os jornais, cada publicação possui suas próprias características, e seu caráter identitário.
122 4.3.2
Estudo do âmbito de aplicação, contexto e mensagem
Cada canal tem um tipo de público determinado, definido em perfil, hábitos e expectativas. Um público que lê jornal apresenta gostos e preferências definidos, sendo que cada jornal tem uma destinação própria, faixa de leitores, estilo característico (AMARAL, 1982). Além do interesse pela informação, a leitura do jornal é vista como uma atividade de prazer, um hábito e até mesmo como momento de lazer. Um exemplo disso são os momentos escolhidos pelos leitores para se realizar a leitura, como o café da manhã, o trabalho, no ônibus, momentos de descanso que segue o almoço, a espera do jantar, ou até mesmo no banheiro (IDEM). A leitura do jornal pode ser vista como atividade rotineira, principalmente para assinantes, representada no Diário do Planalto por uma parcela de 65%. A leitura de jornais permite explorar uma dimensão específica da leitura que é ler para manter-se atualizado, para saber a respeito do que acontece no mundo e região. Com o passar dos anos, novas formas de mídia foram surgindo, prevalecendo a rapidez com que a informação chega aos leitores. Seja por site, e-mail, blog, televisão. A mídia impressa passou a ser vista como ultrapassada por leitores. Pois a notícia que para os jornais é fresca, para os leitores já se encontra desatualizada. Os jornais parecem não conseguir acompanhar a rapidez com que o cenário se transforma. Porém, ainda existem muitos leitores que não se renderam às novas mídias. Há sempre que considerar a realidade do público o qual se está lidando, portanto, considerar que a região segmentada do jornal é uma região interiorana, com povo simples, onde o acesso à internet e computador é restrito. O destaque ainda se dá por parte do jornal impresso. Uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos-Marplan, e apresentada no 7º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela ANJ (2008), mostrou que temas como "confiabilidade" e "profundidade" estão no topo das qualidades identificadas pelos leitores de mídia impressa. Do ponto de vista qualitativo, os jornais são identificados com detalhamento e abrangência de informações, algo que, segundo a pesquisa, não é encontrado na internet. A mídia impressa, concorrendo com a comunicação digital, ainda sim é preferível por leitores que prezam o hábito, e a experiência da leitura no papel. Esse é um dos motivos
123 pelo qual o jornal atinge cada vez menos os jovens, e se destina em maior parcela ao público adulto. Um estudo da comScore (2008) apresentado na Revista Info Online (2008), revela uma forte relação entre tipo de mídia mais usada para ler notícias e se informar e faixa etária, e mostra que jovens lêem muita notícia online e raramente lêem jornais impressos. Esta relação se modifica um pouco nas faixas de 25/34 e 35/44 anos, com maior aceitação de jornais impressos, ainda que a internet apareça como um veículo de crescente importância para estes grupos. Já entre idosos (pessoas com 65 anos ou mais), existe maior resistência a consumir informações por meios eletrônicos e maior atração por jornais impressos. O veículo impresso permite um registro real da informação. No papel, a notícia aparenta se tornar mais palpável e próxima ao leitor. Além da portabilidade e possibilidade de armazenamento e levar de um lugar para outro. Já para os leitores que preferem uma busca de informação virtual, uma maior facilidade de busca, atualização, seleção e sintetismo das informações. De acordo com a ANJ (2007) a realidade criada pela internet com a migração de leitores para a mídia digital, indica que a indústria jornalística, no Brasil e no mundo, precisa se preparar para novos tempos. Não só em relação à audiência, mas também diante do mercado publicitário. Essa é a grande preocupação dos jornais brasileiros na atualidade, que trabalham intensamente na valorização de suas marcas, nos meios impresso e digital. Como foi comentado na pesquisa, segundo a média nacional do ANJ (2007), os maiores índices de leitura de periódicos diários sé dá por parte dos leitores de 30 a 50 anos, em maiores porcentagens para o público masculino. De acordo com estudos da Marplan, a penetração do jornal na classe A é de 78%; na B, de 65%; na C, de 46%; na classe D, de 28%; e na E, de 18%.
4.3.3
Análise de prioridades e hierarquias e especificações para visualização
A principal função do veículo é informar o leitor de todos os acontecimentos, de forma rápida, coerente, ética, juntamente com a qualidade da informação e estética. Orientar o leitor de modo que este sinta prazer e conforto ao realizar a leitura.
124 O objetivo do projeto gráfico será linkar a identidade da publicação à nova identidade visual e o conceito adotado. Para o projeto gráfico deve-se considerar que: - as matérias são curtas, com utilização de bastantes imagens; - o projeto editorial já é definido; - há liberdade de mudança; - continuidade da utilização do formato tablóide pela maior facilidade de produção e manuseabilidade; - maior parcela de leitores concentrada entre 30 a 50 anos; - o projeto gráfico atual só utiliza cor na capa. Considerando como fator primordial a viabilidade de implementação, o novo projeto gráfico do jornal deverá oferecer praticidade, para que as mudanças e melhorias possam devidamente ocorrer. A simplicidade é essencial, de modo que com pequenas sugestões, adaptações e padronizações, o jornal adquiria uma nova identidade, se relacione melhor com seu público, e oferece maior qualidade à leitura. Não há como idealizar um projeto totalmente revolucionário, uma vez fundamentado que a decodificação da mensagem ocorre a partir do que o leitor conhece. Uma total revolução do jornal pode acarretar em perda de fidelidade e identificação por parte dos leitores. O mesmo deverá ocorrer com a marca. Uma total ruptura do re-design com a marca antiga, poderá não ocorrer de forma positiva. As mudanças devem acontecer com o tempo, e não de forma totalmente drástica, analisando o comportamento e reação dos leitores frente às mudanças. Logo, o jornal deve apresentar confiabilidade, harmonia e leiturabilidade agradável, considerando seu tradicionalismo. Uma vez que a diagramação ocorre de modo “caseiro” e após as matérias serem escritas, não há como estabelecer uma diagramação por pré-diagramação e contagem de caracteres, mas sim, apenas realizar padronizações e aplicação de estilos. O sistema de modularização e disposição dos anúncios em pirâmide devem ser considerados, assim como os dados pesquisados sobre o público, considerações destacadas pelos leitores, e aspectos regionais. Com a previsão de implementação de um sistema de impressão rotativa e maior facilidade de impressão a cores, o projeto gráfico pode ser realizado com a opção de todas as páginas coloridas, e a opção de somente capa colorida.
125 O projeto gráfico será baseado em uma das edições do jornal, de modo que em sua finalização, permita realizar uma comparação da edição do novo projeto com o antigo. As adequações que serão realizadas serão responsáveis por estabelecer formas para tornar a leitura agradável e organizar o conteúdo, adequando o veículo ao público.
4.4
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
4.4.1
Conceituação
4.4.1.1.1 Identidade visual
Partindo do pressuposto que o jornal já existe no mercado há três anos, e desde então manteve sua identidade, o re-design da marca deve acontecer de modo sintético. Com uma valorização do nome e das características formais, com a retirada de elementos sem significação visual, contribuindo para uma melhor tradução da imagem da empresa e o local onde está inserida. Inicialmente, a idéia de uma renovação completa da marca foi cogitada. Porém, percebeu-se que com a modificação total da marca e a retirada do ícone do pinheiro, os leitores poderiam rejeitar o jornal a uma primeira impressão, logo, perdendo sua identificação. Como já foi comentado na pesquisa, a marca antiga foi desenvolvida sem a formalização de um conceito, porém baseada em aspectos e características regionais. Para o levantamento das significações visuais da marca utilizada pelo jornal, atribuem-se os seguintes significados: forma iconográfica do pinheiro; degradê laranja sobreposto à letra “o”, evocando a sensação de um pôr-do-sol; ênfase para o “diário”. Para o re-design da identidade, foi estabelecido o seguinte conceito: A manutenção da forma do pinheiro, pela importância para região e verbalização pelos leitores como um ícone de destaque regional.
126 A manutenção da utilização do degradê, para dar continuidade à antiga marca, e enfatizar a sensação de fim de tarde, característica dos campos de planícies e paisagens rurais. Assim, como a utilização da cor verde, com associação à natureza, o frescor do campo e as paisagens verde-amareladas. Manutenção do destaque da palavra “diário”, por ser o grande diferencial do jornal, e a centralização do “do planalto”, como o foco e segmentação do jornal, representando sua regionalidade e área de circulação. Tabela 7 – Matriz semântica da identidade visual 2
1
0
1
2
Colorido
Pouca cor
Claro
Escuro
Global
Regional
Conceitual
Simbólico
Abrangente
Específico
Orgânico
Geométrico
Legibilidade
Leiturabilidade
Clareza
Pregnância
Fonte: Schulka (2008).
4.4.1.1.2 Projeto gráfico
O projeto gráfico, assim como a marca, deve apresentar características representativas da região, se relacionando com o público leitor, mantendo um caráter identitário ao longo das páginas do jornal. O conceito do projeto se baseia no princípio de que o jornal é um mecanismo de disseminação da informação. Essa idéia tem origem nas características do próprio ícone da araucária, já comunicado na identidade visual do jornal. A araucária se destaca por sua forma original e é uma espécie que se dissemina facilmente em campo aberto, tendo suas sementes espalhadas, originando novas plantas. O mesmo acontece com um jornal, como uma forma de divulgar e espalhar rapidamente uma informação, dando origem a outras e novas repercussões.
127 Assim, como essa árvore, o jornal também apresenta uma estrutura, uma base, no qual se pode fazer uma analogia ao projeto editorial. Considerando as características e a forma que essa planta apresenta, o projeto gráfico, assim como o posicionamento e arranjo dos elementos, deverá ser dinâmico com a aplicação de tais características, remetendo a estrutura da araucária.
Tabela 8 – Matriz semântica das formas e elementos CARACTERÍSTICAS DA ARAUCÁRIA
APLICAÇÃO
Estrutura (tronco)
- Árvore alta - Vertical - Textura (casca)
- Caixas altas e Linhas verticais. - Cor: marrom.
Ramos e folhas
- Linhas Horizontais - Galhos superpostos - Formação de andares
- Sobreposição de caixas. - Composição de textos, caixas, boxes, fios, e etc. - Cor: verde e marrom.
Pinha e pinhões
- Espinhos - Pontiagudos - Forma
- Formas pontiagudas - Cor: vermelho pinhão
Solo (base)
- Planície - Horizontal
- Retas e linhas horizontais. - Cor: verde.
Fonte: Schulka (2008).
Tabela 9 – Matriz semântica das cores CARACTERÍSTICAS E ÍCONES REGIONAIS
CORES
- Campos - Erva-Mate - Florestas
Verde
- Natureza - Plantações - Paisagens rurais
- Pinha - Pinhão
Vermelho (pinhão)
- Tronco e galhos da araucária - Caule de Plantas - Vegetações
Marrom
- Campos verde-amarelados - Coxilhas - Plantações (milho, soja)
Amarelo
Fonte: Schulka (2008).
128 4.5
EXECUÇÃO
4.5.1
Arte final e especificações
4.5.1.1.1 Identidade visual
Alternativas – Geração de alternativas da marca.
Figura 69 – Alternativas do re-design da marca. Fonte: Schulka (2008).
Escolha – Resultado do re-design da marca.
Figura 70 – Alternativa escolhida. Fonte: Schulka (2008).
129 A paleta cromática foi estabelecida de acordo com as características e ícones regionais do planalto norte catarinense, já especificados anteriormente na matriz semântica. Cores – Paleta cromática.
Figura 71 – Padrão cromático da marca. Fonte: Schulka (2008).
A tipografia empregada na marca é: Palatino Black e Swiss721 Heavy. A escolha da primeira se deve por apresentar características mais rústicas, respeitando aspectos como a ruralidade local. A segunda se justifica por ser uma fonte sem serifa, limpa e extremamente legível. As duas famílias tipográficas demonstraram coerência com o tema, remetendo os aspectos visuais desejados, além de se apresentarem de forma harmoniosa, sem anular a atenção uma da outra. Tipografia – famílias tipográficas aplicadas.
Figura 72 – Tipografia da marca. Fonte: Schulka (2008).
130 4.5.1.1.2 Projeto gráfico
Vários elementos foram destacados e modificados no jornal, a fim de potencializar a leitura e otimizar o espaço, manter o caráter identitário da publicação, como também e o dinamismo. Re-design do jornal – especificações dos princípios utilizados. - Simplicidade: A simplicidade tem um grande poder de comunicar. - Expressão: O intuito é expressar clareza, concisão, seriedade. - Contraste (atração visual): Foram evitados elementos meramente similares em uma página. Contrastes de tipo, cor, tamanho, espessura, forma, espaço, caixa alta/baixa, etc. - Repetição: Repetição dos elementos visuais especificados na matriz semântica das formas e elementos e que fazem parte do conceito do projeto. - Alinhamento: Cada elemento tem uma ligação visual com outro elemento da página, atribuindo a sensação de limpeza, suavidade, mantendo a organização. - Espaçamento: O espacejamento entre as colunas e entrelinhamentos são fatores que determinam a o conforto da leitura, legibilidade e estética do impresso. - Proximidade: Itens relacionados entre si estão agrupados. A representação da unidade visual acarreta em redução da desordem e organização das informações.
Especificações técnicas – especificações do projeto colorido e PB. - Formato fechado (280x 370 mm fechado) - Cor: 4/4 (policromia) - Número de páginas: 14 páginas - Número de colunas: 6 - Papel: papel jornal - Tipo de impressão rotativa offset (cor)/ plana offset (PB) - Acabamento: corte e dobra
131 Especificações projetuais – padronizações do novo projeto gráfico. - Centralização da marca re-desenhada. - Retirada da redução da marca do fólio. - Ênfase das editorias (Geral, opinião, negócios). - Manchetes com numeração na capa (chamadas). - Padronização tipográfica e cromática (de acordo com conceito). - Padronização de estilos. - Padronização de títulos, subtítulos e fonte de todos os textos corridos. - Títulos alinhados à esquerda (retirada de elementos centralizados). - Tópico de iniciação e/ou finalização para matérias longas. - Utilização de capitular (exceto nas colunas e sessões com textos curtos). - Utilização de hifenização para os textos-correntes. - Retirada de contornos das fotos. - Utilização de contorno nos anúncios. - Disposição dos anúncios em forma de pirâmide (redesenho dos anúncios). - Utilização de elemento gráfico quando indicado a cidade da matéria referida. - Destaques cromáticos e espaçamentos no meio do texto-corrente para destaque. - Hierarquização das notícias, com maior sentido de leitura. - Redimensionamento de imagens (hierarquização das imagens). - Posicionamento de boxes de acordo com conceito (estrutura da araucária). - Fio divisor de matérias posicionado estrategicamente de acordo com o conceito. - Retirada de fios e contornos desnecessários. - Re-posicionamento de elementos sobrepostos (legendas, créditos, etc.). - Boxes para notícias secundárias (preencher espaço ou ênfase). - Padronização das colunas (utilização de fotos dos colunistas). - Páginas dos colunistas com padrão editorial (estilos para textos longos e curtos). - Utilizado de elemento gráfico nas vinhetas (asterisco – colunas e sessões). - Boxes padrões em ocasiões de calendários e agendas. - Utilização de entretítulos. - Maior utilização de brancos (áreas de respiro).
132 Cores – Paleta cromática CMYK.
Figura 73 – Paleta cromática projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
As tipografias foram selecionadas por apresentarem características específicas que potenciam a leitura em corpos pequenos e/ou grandes e não descaracterizam totalmente a nova versão com a antiga do projeto gráfico. Tipografia – famílias tipográficas aplicadas.
Figura 74 – Tipografia do projeto gráfico. Fonte: Schulka (2008).
133 Estilos – Principais estilos pré-definidos.
Figura 75 – Principais estilos do projeto gráfico. Fonte: Schulka (2008).
134
Figura 76 â&#x20AC;&#x201C; Capa novo projeto grĂĄfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
135
Figura 77 – Página 2 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
136
Figura 78 – Página 3 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
137
Figura 79 – Página 4 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
138
Figura 80 – Página 5 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
139
Figura 81 – Página 6 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
140
Figura 82 – Página 7 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
141
Figura 83 – Página 8 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
142
Figura 84 – Página 9 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
143
Figura 85 – Página 10 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
144
Figura 86 – Página 11 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
145
Figura 87 – Página 12 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
146
Figura 88 – Página 13 do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
147
Figura 89 – Última página do novo projeto gráfico colorido. Fonte: Schulka (2008).
148 Cores PB – Paleta cromática em escala de cinza.
Figura 90 – Paleta cromática projeto gráfico em PB. Fonte: Schulka (2008).
Figura 91 – Capa novo projeto gráfico PB. Fonte: Schulka (2008).
149
Figura 92 – Página 2 e 3 do novo projeto gráfico PB. Fonte: Schulka (2008).
Figura 93 – Página 4 e 5 do novo projeto gráfico PB. Fonte: Schulka (2008).
150
Figura 94 – Página 6 e 7 do novo projeto gráfico PB. Fonte: Schulka (2008).
Figura 95 – Página 8 e 9 do novo projeto gráfico PB. Fonte: Schulka (2008).
151
Figura 96 – Página 10 e 11 do novo projeto gráfico PB. Fonte: Schulka (2008).
Figura 97 – Página 12 e 13 do novo projeto gráfico PB. Fonte: Schulka (2008).
152 4.6
AVALIAÇÃO E VERIFICAÇÃO
O projeto gráfico desenvolvido garante a unidade juntamente à identidade da marca e do layout das páginas. O re-design da marca está de acordo com as restrições estabelecidas. A renovação e sintetização ocorrem de forma positiva, com maior clareza e a manutenção da identificação por parte dos leitores. O layout do jornal apresenta uma base organizada, com harmonia entre texto e imagem, resolvendo os aspectos críticos destacados na problematização. Foram estabelecidas formas para tornar a leitura agradável, e organização do conteúdo, de acordo com as limitações e viabilidade do projeto. Foram realizadas todas as padronizações objetivadas inicialmente, de forma que o jornal não foi completamente descaracterizado, e manteve seu caráter regional. As adequações realizadas consideraram as verbalizações, e sugestões dos leitores, com o destaque e a valorização da capa e fotos, ênfase de títulos e manchetes, valorização das seções e colunas do jornal, utilização de calendários e aplicação de cor. As padronizações de áreas do jornal, assim como a disposição dos anúncios em pirâmide também foram efetuadas.
153 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização do projeto, por sua complexidade, envolveu vários aspectos relacionados ao desempenho da atividade profissional do designer e diagramador, sendo um objeto de aprimoramento profissional. A oportunidade de trabalhar com uma proposta de trabalho real, e suas limitações, foi um ótimo exemplo dos habituais problemas da falta de design, que podem ser facilmente encontrados principalmente no meio comunicativo. Além do cumprimento dos objetivos gerais e específicos, teve-se a oportunidade de realizar uma análise dos problemas gerais da empresa. Para a continuidade do projeto e melhoria na qualidade do jornal, através da Gestão do design, são feitas algumas sugestões de um ponto de vista ampliado, integrador com as restrições que participam do processo projetual. Para uma maior melhoria na montagem das edições, ressalta-se a importância da contratação de um diagramador competente e com mão-de-obra qualificada na área. O jornal deve investir em pesquisa com os leitores, e se realizada a implementação do novo projeto gráfico desenvolvido, acompanhar a receptividade e aceitação dos leitores frente às mudanças. Novas alterações e adaptações do projeto gráfico devem acontecer à medida que o jornal vai se fortalecendo no mercado, e o leitor se adaptando ao novo layout. A técnica de pré-diagramação deve ser considerada para uma otimização do processo de montagem, com o trabalho conjunto do editor responsável e o diagramador. Além de abandonar o amadorismo, essa técnica agiliza a produção e o trabalho do diagramador. Dessa forma, o objetivo geral e objetivos específicos foram alcançados, de modo que se a implementação ocorrer, o jornal certamente se destacará entre os concorrentes, tornando-se mais competitivo, fornecendo uma maior qualidade de leitura, através de uma boa composição visual, e orientação ao leitor.
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APÊNDICES
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APÊNDICE A – Entrevista com diretor geral do jornal
1. Quem é o cliente? 2. Dados sobre o cliente (formação, experiência na área). 3. Quais os produtos e serviços oferecidos pela empresa? 4. Histórico do jornal. Quem e quando começou a empresa? 5. Posicionamento e perfil da empresa (negócio, missão, visão, valores). 6. Mercados e regiões a serem cobertos. 6. Qual a imagem a ser transmitida aos leitores do jornal? E o que o jornal tem a passar para os seus clientes? 7. Quantas pessoas fazem parte da equipe de redação do jornal e em que áreas de atuação? 8. Quem fez o projeto gráfico do jornal? O mesmo já sofreu algum tipo de atualização? 9. Quem desenvolveu a marca da empresa e estudo para criação? Há quanto tempo existe? 10. Há alguma pesquisa de aceitação da marca perante os leitores? 11. Quem e quantas pessoas são responsáveis pela diagramação? 12. Como ocorre o processo de diagramação. Existe algum cálculo de área para a capacidade das matérias, padrão por folhas de estilos, modularização? 13. Ponto fracos e fortes no projeto gráfico atual. 14. Qual a maior carência e diferencial do jornal? 15. Quais os concorrentes diretos e indiretos do jornal? Qual o diferencial ou estratégia comercial em comparação aos concorrentes? 16. Qual o perfil do público alvo, no caso, os leitores? Existe algum tipo de estatística sobre idade, classe social, sexo, ou outros dados? 17. Existe alguma pesquisa de mercado realizada a respeito da visão dos leitores em relação ao jornal? Porque compram ou gostam? 18. Há alguma seção ou coluna do jornal que as pessoas comentam ou gostam mais? 19. Como são estabelecidas as áreas de propaganda do jornal? Há um limite de anúncios por páginas? 20. Quantos jornais são fabricados por dia? Como ocorre a distribuição e a quantidade de jornais vendidos? 21. Como é o processo de impressão do jornal? Qual o tamanho e quantidade de páginas? 22. O que acontece com os jornais que não são vendidos?
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APÊNDICE B – Pesquisa qualitativa com leitores
Nós do jornal Diário do Planalto, estamos trabalhando para melhorar a qualidade visual e estética do nosso jornal, a fim de proporcionar maior conforto e satisfação a você leitor. Para que possamos conhecê-lo melhor, gostaríamos que participasse de nossa pesquisa, respondendo atentamente ao questionário. SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE! Nome:___________________________________________________Data:____/____/____ Sexo: ___________ Idade: _________ 1. Cidade onde mora. 2. Profissão: 3. Grau de instrução: 4. Interesses pessoais: 5. Quais os fatores que influenciam sua escolha (compra ou assinatura) pelo jornal, no caso o “Diário do Planalto”? 6. Conhece os concorrentes do jornal? Têm algum comentário a fazer sobre os concorrentes? 7. Quantas pessoas na sua casa lêem o jornal? Qual idade? 8. Qual (is) o (s) caderno (s) ou coluna (s) do jornal mais lidos por você/família? 9. Onde você lê jornal (is)? 10. Como realiza a leitura do jornal? 11. Você encontra com facilidade o que procura no jornal? 12. Em sua opinião, como é o layout atual do jornal? 13. O que lhe chama mais atenção no jornal? 14. O que você acha que poderia melhorar no jornal? 15. Qual o seu nível de satisfação em relação ao jornal? 16. Para você o que mais representa a região do planalto?
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ANEXOS
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ANEXO A – Páginas do jornal “Diário do Planalto”
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