Tcc thais cardoso

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA THAÍS SERRATINE CARDOSO

DESIGN DE SUPERFÍCIE PARA COLEÇÃO DE MOLETONS DA EMPRESA LADO A LADO

Florianópolis 2009


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THAÍS SERRATINE CARDOSO

DESIGN DE SUPERFÍCIE PARA COLEÇÃO DE MOLETONS DA EMPRESA LADO A LADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Jorge Elias Dolzan, Msc.

Florianópolis 2009


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THAÍS SERRATINE CARDOSO

DESIGN DE SUPERFÍCIE PARA COLEÇÃO DE MOLETONS DA EMPRESA LADO A LADO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Design, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

________________,_____de_________________de 2009. Local

dia

mês

ano

________________________________________________ Prof. e Orientador Jorge Elias Dolzan, Msc Universidade do Sul de Santa Catarina ________________________________________________ Prof. Marcelo Krammer Faria do Carmo Universidade do Sul de Santa Catarina ________________________________________________ Prof. Roberto Forlin Universidade do Sul de Santa Catarina


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Dedico este trabalho Ă todos que me auxiliaram de forma direta e indiretamente durante estes exaustivos meses.


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Caía a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto, me lembrou Carlitos... A lua, tal qual a dona do bordel, pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel... E nuvens! Lá no mata-borrão do céu, chupavam manchas torturadas... Que sufoco! Louco! O bêbado com chapéu-coco, fazia irreverências mil prá noite do Brasil. Meu Brasil!... Que sonha com a volta do irmão do Henfil, com tanta gente que partiu num rabo de foguete... Chora! A nossa Pátria Mãe gentil, choram Marias e Clarisses no solo do Brasil... Mas sei, que uma dor assim pungente, não há de ser inutilmente... A esperança... Dança na corda bamba de sombrinha... E em cada passo dessa linha pode se machucar... Asas! A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista tem que continuar! (BOSCO; BLANC,1979)


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RESUMO

Este trabalho consiste no desenvolvimento de um projeto de design para a empresa Lado a Lado. O Trabalho de Conclusão de Curso aqui apresentado, possibilita ao leitor maior contato com o projeto ‘Design de Superfície para Coleção de Moletons da Empresa Lado a Lado’, passando por todos os momentos de seu desenvolvimento, estudos, pesquisas, até sua concepção.

Palavras-chave: Design. Superfície. Projeto. Moletons.


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ABSTRACT

This work conciste in the development of a project of design for the company Lado a Lado. The Work of Conclusion of Course presented here, makes possible to the reader biggest contact with the project `Surface Design for Collection of Moletons of the Company Lado a Lado', passing for all the moments of its development, studies, research, until its conception.

Key words: Design. Surface. Project. Moletons.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Exemplificação do Método Cíclico.........................................................21
 Figura 02 – Proposta de método de desenvolvimento de Produtos de Moda. .........21
 Imagem 01 – Plano metodológico para coleção de moletons. .................................22
 Imagem 02 – Cronograma de TCC............................................................................23
 Imagem 03 – Briefing Lado a Lado............................................................................37
 Imagem 04 – Delimitação do bairro Jardim Atlântico. ...............................................39
 Imagem 05 – Delimitação das proximidades do bairro Jardim Atlântico. ..................39
 Imagem 06 – Painel do estilo Rap / Hip-hop. ............................................................42
 Imagem 07 – Painel do estilo Natural. .......................................................................44
 Imagem 08 – Painel 1 do estilo Rave. .......................................................................46
 Imagem 09 – Bastard Masculina. ..............................................................................47
 Imagem 10 – Element Masculina e Feminina............................................................48
 Imagem 11 – Fox Masculina......................................................................................49
 Imagem 12 – Fox Feminina. ......................................................................................50
 Imagem 13 – Mormaii Masculina. ..............................................................................51
 Imagem 14 – Mormaii Feminina. ...............................................................................52
 Imagem 15 – Hering Masculina. ................................................................................53
 Imagem 16 – Hering Feminina...................................................................................54
 Imagem 17 – Hot Buttred Masculina..........................................................................55
 Imagem 18 – Someday Feminina. .............................................................................55
 Imagem 19 – Billabong Masculina. ............................................................................56
 Imagem 20 – Billabong Feminina. .............................................................................56
 Imagem 21 – Volcom Masculina................................................................................57
 Imagem 22 – Volcom Feminina. ................................................................................58
 Imagem 23 – Boby Blues Feminina. ..........................................................................59
 Imagem 24 – Quicksilver Masculina. .........................................................................60
 Imagem 25 – Quicksilver Feminina............................................................................60
 Imagem 26 – Lost Masculina. ....................................................................................61
 Imagem 27 – Lost Feminina. .....................................................................................62
 Imagem 28 – MCD Masculina....................................................................................63
 Imagem 29 – MCD Feminina. ....................................................................................64


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Imagem 30 – Ecko Masculina....................................................................................65
 Imagem 31 – Ecko Feminina. ....................................................................................66
 Imagem 32 – As quatro tendências de design e moda..............................................68
 Imagem 33 – Modelo Urb Masculino. ........................................................................76
 Imagem 34 – Modelo Urb Feminino...........................................................................77
 Imagem 35 – Modelo Natu Masculino. ......................................................................78
 Imagem 36 – Modelo Natu Feminino.........................................................................79
 Imagem 37 – Modelo Tech Masculino. ......................................................................80
 Imagem 38 – Modelo Tech Feminino. .......................................................................81
 Imagem 39 – Cores das malhas Urb. ........................................................................82
 Imagem 40 – Cores das malhas Natu. ......................................................................83
 Imagem 41 – Cores das malhas Tech. ......................................................................84
 Imagem 42 – Aplicação de Identidade na paleta do estilo Urb..................................85
 Imagem 43 – Aplicação de Identidade na paleta do estilo Natu................................86
 Imagem 44 – Aplicação de Identidade na paleta do estilo Tech. ..............................87
 Imagem 45 – Relações de elementos dos estilos. ....................................................88
 Imagem 46 – Painel Urb Masculino. ..........................................................................89
 Imagem 47 – Painel Urb Feminino. ...........................................................................90
 Imagem 48 – Painel Natu Masculino. ........................................................................91
 Imagem 49 – Painel Natu Feminino...........................................................................92
 Imagem 50 – Painel Tech Masculino.........................................................................93
 Imagem 51 – Painel Tech Feminino. .........................................................................94
 Imagem 52 – Geração de alternativas femininas. .....................................................95
 Imagem 53 – Geração de alternativas masculinas....................................................96
 Imagem 54 – Seleção de alternativas femininas. ......................................................97
 Imagem 55 – Seleção de alternativas masculinas.....................................................98
 Imagem 56 – Estampa Urb Masculina.......................................................................99
 Imagem 57 – Estampa Urb Feminina. .....................................................................100
 Imagem 58 – Estampa Natu Masculina. ..................................................................101
 Imagem 59 – Estampa Natu Feminina. ...................................................................102
 Imagem 60 – Estampa Tech Masculina...................................................................103
 Imagem 61 – Estampa Tech Feminina. ...................................................................104


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Imagem 62 – Especificações Urb Masculino 1. .......................................................106
 Imagem 63 – Especificações Urb Masculino 2. .......................................................107
 Imagem 64 – Especificações Urb Masculino 3. .......................................................108
 Imagem 65 – Especificações Urb Feminino 1. ........................................................109
 Imagem 66 – Especificações Urb Feminino 2. ........................................................110
 Imagem 67 – Especificações Urb Feminino 3. ........................................................111
 Imagem 68 – Especificações Natu Masculino 1. .....................................................112
 Imagem 69 – Especificações Natu Masculino 2. .....................................................113
 Imagem 70 – Especificações Natu Masculino 3. .....................................................114
 Imagem 71 – Especificações Natu Feminino 1........................................................115
 Imagem 72 – Especificações Natu Feminino 2........................................................116
 Imagem 73 – Especificações Natu Feminino 3........................................................117
 Imagem 74 – Especificações Natu Feminino 4........................................................117
 Imagem 75 – Especificações Tech Masculino 1......................................................118
 Imagem 76 – Especificações Tech Masculino 2......................................................119
 Imagem 77 – Especificações Tech Masculino 3......................................................119
 Imagem 78 – Especificações Tech Feminino 1. ......................................................120
 Imagem 79 – Especificações Tech Feminino 2. ......................................................121
 Imagem 80 – Especificações Tech Feminino 3. ......................................................121
 Imagem 81 – Telas 1, 2 e 3 - Urb Masculino. ..........................................................123
 Imagem 82 – Telas 1 e 2 - Urb Feminino. ...............................................................123
 Imagem 83 – Telas 1, 2 e 3 - Natu Masculino. ........................................................124
 Imagem 84 – Telas 1 e 2 - Natu Feminino...............................................................124
 Imagem 85 – Telas 1 e 2 - Tech Masculino.............................................................125
 Imagem 86 – Telas 1 e 2 - Tech Feminino. .............................................................125
 Imagem 87 – Capa do Catálogo da coleção............................................................126
 Imagem 88 – Contra-capa do Catálogo da coleção. ...............................................126
 Imagem 89 – Página 1 do Catálogo da coleção. .....................................................127
 Imagem 90 – Página 2 do Catálogo da coleção. .....................................................127
 Imagem 91 – Página 3 do Catálogo da coleção. .....................................................127
 Imagem 92 – Verso do Catálogo da coleção...........................................................128
 Imagem 93 – Embalagem para armazenamento.....................................................129
 Imagem 94 – Aplicação em sacola para transporte.................................................130


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Imagem 95 – Tag frente e verso para estilo Urb. ....................................................131
 Imagem 96 – Tag frente e verso para estilo Natu....................................................132
 Imagem 97 – Tag frente e verso para estilo Tech. ..................................................133


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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Análise do estilo Rap / Hip-hop................................................................42
 Tabela 2 – Análise do estilo Natural. .........................................................................44
 Tabela 3 – Análise do estilo Rave. ............................................................................46
 Tabela 4 – Resumo dos dados do público-alvo.........................................................70
 Tabela 5 - Síntese da análise de cores dos três estilos. ...........................................71
 Tabela 6 - Síntese da análise de forma dos três estilos. ...........................................71
 Tabela 7 - Síntese da análise de composição dos três estilos. .................................71
 Tabela 8 – Síntese da análise dos similares masculinos e femininos. ......................72
 Tabela 9 – Relação das tendências com os estilos...................................................73
 Tabela 10 – Resumo de quantidade de telas e cores. ............................................122


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................15
 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO .........................................................................................16
 1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................18
 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 18
 1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 18
 1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................19
 1.4 PLANO METODOLÓGICO ..................................................................................20
 1.5 CRONOGRAMA ..................................................................................................23
 2 COLETA DE DADOS .............................................................................................24
 2.1 PESQUISA TEÓRICA..........................................................................................24
 2.1.1 Design .............................................................................................................. 24
 2.1.2 Design Gráfico ................................................................................................ 26
 2.1.3 Fundamentos da linguagem visual ............................................................... 28
 2.1.4 Design de Superfície ...................................................................................... 29
 2.1.5 Moda................................................................................................................. 31
 2.1.6 Projeto de Coleção ......................................................................................... 33
 2.1.7 Tendências ...................................................................................................... 34
 2.2 PESQUISA PROJETUAL ....................................................................................36
 2.2.1 Empresa........................................................................................................... 36
 2.2.2 Segmentação de mercado e público-alvo .................................................... 36
 2.2.3 Prospecção do Bairro Jardim Atlântico ....................................................... 38
 2.2.4 Estilos para a coleção .................................................................................... 40
 2.2.5 Concorrentes e Similares............................................................................... 47
 2.2.6 Prospecções e tendências............................................................................. 67
 2.3 SÍNTESE DOS DADOS .......................................................................................70
 2.3.1 Público-alvo..................................................................................................... 70
 2.3.2 Estilos .............................................................................................................. 71
 2.3.3 Similares .......................................................................................................... 72
 2.3.4 Tendências ...................................................................................................... 73
 3 PROJETO...............................................................................................................74
 3.1 CONCEITO ..........................................................................................................74


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3.2 ESPECIFICAÇÕES PROJETUAIS......................................................................75
 3.2.1 Nomenclatura da coleção .............................................................................. 75
 3.2.2 Modelos dos moletons ................................................................................... 75
 3.2.3 Cores das malhas ........................................................................................... 82
 3.2.4 Identidade da Lado a Lado............................................................................. 84
 3.3 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .........................................................................88
 3.4 SELEÇÃO DAS ALTERNATIVAS........................................................................97
 3.5 ESTAMPAS .........................................................................................................98
 3.6 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS ........................................................................105
 3.6.1 Telas............................................................................................................... 123
 3.8 APLICAÇÕES ....................................................................................................126
 3.8.1 Catálogo......................................................................................................... 126
 3.8.2 Embalagem.................................................................................................... 129
 3.8.3 Sacola para transporte ................................................................................. 130
 3.8.4 Tag.................................................................................................................. 131
 4 CONCLUSÕES.....................................................................................................134
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................135


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1 INTRODUÇÃO

Neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), será apresentado o desenvolvimento de um projeto de design. Este TCC foi intitulado ‘Design de Superfície para Coleção de Moletons da Empresa Lado a Lado’ e teve início a partir de uma necessidade encontrada pela empresa, no qual buscou a autora deste trabalho para solucionar esta necessidade.


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1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

O design é um processo. Ele começa com a definição de um propósito e avança através de uma série de questões e respostas no sentido de uma solução. (BERNSEN, 1995, pg. 11)

No

mundo

globalizado

percebe-se

uma

sensível

mudança

de

comportamento e uma crescente competitividade entre as empresas por um espaço no mercado, no Brasil não é diferente. O grande número de concorrentes e as transformações que ocorrem no mundo todo, são alguns dos fatores que fazem as empresas buscarem alternativas de vantagem competitiva para se manterem no mercado. Os fatores como inovação, controle de custos, entre outros, vem sendo utilizados como estratégias competitivas com a finalidade de obter a liderança de mercado, para reforçar estes fatores o Design entra como mecanismo indispensável de eficiência e eficácia nesta lógica. Buscando por um diferencial competitivo entre as empresas, ocorreu a necessidade para uma marca de confecção, que se encontra em processo inicial de inserção no mercado, obter diferencial em sua nova coleção. Com o pensamento voltado à igualdade social e liberdade de expressão, a empresa Lado a Lado possui conceito forte para dar início a sua marca no mercado local. De acordo com Hoepfner (2004, pg. 19), “moda é um meio pelo qual o seu consumidor, ao satisfazer suas exigências estético-sociais, influência toda a complexa estrutura sócio econômica de que faz parte”. É inevitável que ao nos referirmos sobre a indústria têxtil de moda e a seus conceitos, falar de tendência. O conceito de tendência não teve sua origem, historicamente, na moda, mas foi disseminado pela mesma. Conforme a autora Mueler (2005, pg.11), “A tendência de moda tem seu papel no processo de criação e desenvolvimento de uma coleção. E, muitas vezes, sem nos darmos conta ela está presente em nosso cotidiano nas mais diferentes formas de expressão”. Por isso faz-se importante o estudo e percepção de tendência, em um macro e micro contexto, aplicados e trabalhados junto ao desenvolvimento do produto deste trabalho e estudo conclusivo de curso.


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Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) 2008, em relação ao panorama têxtil: O Brasil é um país de misturas, uma nação que desde o seu nascimento foi criada a partir de uma intensa mescla cultural. Até hoje o país é definido pelas suas combinações inovadoras: de design com técnicas tradicionais, de grandes belezas naturais com ferramentas tecnológicas e de preservação do meio ambiente com o trabalho social. (ABIT, 2008)

Entende-se, então, o quanto é significante para a indústria têxtil, o Design. Dentre as diversas áreas que este abrange, a que mais se adéqua para solucionar a dificuldade da empresa em questão é o Design de Superfície, ou Surface Design. O ‘Design de Superfície’ no Brasil é relativamente novo, esta denominação foi introduzida por Renata Rubim na década de 80 após um período de estudos nos Estados Unidos, onde esta designação é amplamente utilizada para definir, segundo Rubim, “todo projeto elaborado por um designer, no que diz respeito ao tratamento e cor utilizados numa superfície, industrial, ou não” (2004, pg. 21). Rubim ainda afirma: “As aplicações possíveis do Design de Superfície são inúmeras. As mais comuns são: design têxtil, design cerâmico, design em porcelana, plástico e papel”. (2004, pg. 47) No caso específico da empresa que requisitou o presente projeto, o Design de Superfície será aplicado, conforme estipulado em briefing1, em uma coleção de moletons com tecido previamente selecionado e modelado pela empresa. “[…], design de superfície é sempre um projeto para uma superfície, seja ela de que natureza for.” (RUBIM, 2004, pg. 34)

1

Briefing é um conjunto de informações passadas em uma reunião para o desenvolvimento de um trabalho. O briefing deve criar um roteiro de ação para criar a solução que o cliente procura, é um elemento chave para o planejamento de todas as etapas da pesquisa de acordo com as necessidades do cliente.


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1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral Desenvolver o Design de Superfície para coleção de moletons da empresa Lado a Lado.

1.2.2 Objetivos específicos - Desenvolver seis estampas para a coleção de moletons; - Desenvolver embalagem, sacola, tag para a coleção; - Desenvolver catálogo de lançamento da coleção; - Vivenciar o processo de criação do Design de Superfície.


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1.3 JUSTIFICATIVA

Este TCC é justificado por meio da necessidade encontrada por uma empresa no momento em que ela recorreu ao autor deste trabalho para que desenvolva um produto de Design que transmita sensações, emoções e valores da empresa, proporcionando diferencial competitivo no mercado de confecções. Para a autora deste trabalho este estudo irá, por sua vez, proporcionar maior entendimento e enriquecimento em relação à área que irá atuar após o término desta Academia, aumentando sua percepção sobre o Design de uma forma ampla e estimulando o desenvolvimento do Design em áreas específicas, no caso o Design de Superfície. Já o projeto a ser desenvolvido neste estudo foi aceito ser realizado por este autor, pois, possibilita a prática do Design de Superfície aplicado, deixando de ser um produto conceito, além de acarretar para esta acadêmica frutos de extrema importância em um meio onde poucos finalizam os estudos iniciais na Academia com projetos viabilizados e comercializados. Na Universidade onde este estudo será concluído, deve ser considerada a importância do mesmo, pois: O Curso de Design da Unisul, propõe formar profissionais criativos e inovadores, aptos a desenvolverem projetos de sistemas de informações visuais, sistemas integrados de produtos, que respondam às necessidades do mercado; consoantes com os desejos, as características, o contexto sócio-econômico e cultural dos usuários; com a capacidade instalada das indústrias e empresas brasileiras, particularmente, com o parque produtivo de Santa Catarina. (UNISUL, 2009)

É visando esta formação que este estudo irá se consolidar, aplicando o conhecimento na prática, possibilitando caminhos diferentes, abrindo portas para o mercado de trabalho e realizando parcerias dentro e fora da Academia. Em um âmbito maior, o estudo na área do Design de Superfície se torna importante devido ao pouco tempo em que esta área tem sido abordada no Design Brasileiro em relação a outras. Percebeu-se que ainda são poucos os estudos, projetos e publicações em geral nesta área, principalmente aplicados no têxtil, se fazendo necessário, então, este TCC.


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1.4 PLANO METODOLÓGICO

Métodos nada mais são do que instrumentos de trabalho e, portanto, é preciso evitar o mito de que sua utilização em projetos é garantia de sucesso. O bom resultado de um projeto depende da capacidade de quem o desenvolve. Métodos e técnicas podem, contudo, auxiliar na organização de tarefas tornando-as mais claras e precisas, ou seja, oferecem suporte lógico ao desenvolvimento de um projeto. (BOMFIM, 1995, pg. 05)

Este plano consiste em consolidar o estudo em questão por meio de pesquisas bibliográficas e de campo. As pesquisas bibliográficas serão feitas através das publicações mais recentes sobre o tema, podendo ser encontradas em livros, periódicos, artigos e publicações em geral, já as pesquisas de campo serão realizadas, por meio de observação direta, fotografias, imagens e questionários. Estas pesquisas possibilitarão a fundamentação do projeto. É parte fundamental desta metodologia, também, a análise dos dados recolhidos, por exemplo, das etapas anteriores ao projeto, problematização, métodos, fundamentações, etc., e que servem a ele como base principal de informação. Vale ressaltar que projeto é uma das etapas do método de trabalho do designer, por isso, julga-se necessário a adequação de um método projetual de Design amplo, o Método Cíclico2, com um método direcionado a criação de produto para a Moda, Metodologia para desenvolvimento de Produto de Moda3. O primeiro método, Figura 01, foi adotado pois tem como característica principal a possibilidade de retornos entre as etapas, porém, o retorno não é pré-determinado ou obrigatório ele se faz necessário quando o resultado avaliado é negativo, suas etapas são abrangentes, demonstrando somente as possibilidades de retorno. Já o segundo método, Figura 02, se fez pertinente tendo em vista que, “A área de moda, por ligarse apresenta algumas peculiaridades em algumas fases, […].” (DOLZAN, 2005, pg. 04).

2

3

Método exemplificado por BONFIM, 1995, pg. 21 Método proposto por KELLER, 2004, pg. 52


21

Figura 01 – Exemplificação do Método Cíclico. Fonte: Metodologia para Desenvolvimento de Projetos, 1995, pg. 21. Autor: Gustavo Amarante Bomfim.

Figura 02 – Proposta de método de desenvolvimento de Produtos de Moda. Fonte: Metodologia em design de moda – Uma proposta, 2005, pg. 04. Autor: Jorge Elias Dolzan.

As características de ambos os métodos são pertinentes para o projeto em questão, já que este será fundamentado em pesquisas, análises e avaliações das impressões e sensações obtidas em relação ao conceito do produto final para o ramo da moda. Para melhor organizar as etapas de desenvolvimento de projeto de Design, adequando com o desenvolvimento de um produto para o ramo da moda e coordenando com um cronograma definido anteriormente pela Coordenação de TCC do Design da UNISUL, se fez necessário adaptar e sistematizar graficamente ambos os métodos projetuais, formando um único plano4 a ser utilizado, como pode ser verificado na Imagem 01.

4

Este plano de método a ser utilizado é uma adaptação de outros métodos, por meio deste estudo este plano, posteriormente, pode vir a ter sua eficiência validada.


22

Imagem 01 – Plano metodológico para coleção de moletons. Fonte: Acervo próprio, 2009. Autor: Thaís Serratine Cardoso.


23

1.5 CRONOGRAMA Por meio de um cronograma preliminar (Imagem 03) têm-se uma linha inicial de trabalho, que servirá para organizar as etapas do Método adotado, as datas e prazos pré-estabelecidos pela Instituição de Ensino, estimativas de tempo do aluno (esforço, duração, experiência), além das oportunidades e ameaças (possíveis riscos que devem ser administrados). As orientações individuais serão realizadas semanalmente, com dias e horários marcados em semana anterior. Semana

Etapas pré-estabelecidas

02 a 06/03

1

09 a 13/03 16 a 20/03

2

24 a 27/03 30 a 03/04

Atividades préestabelecidas Orientação coletiva sobre Métodos de projeto Entrega da parte introdutória do trabalho + Aceite Orientação Orientação coletiva sobre Pesquisa de Campo Avaliação intermediária

3

Orientação coletiva sobre Conceito e Criatividade

06 a 08/04

Atividade extra-classe

13 a 17/04

Avaliação intermediária

20 a 24/04

4

Orientação coletiva sobre Modelos

27 a 30/04

Atividade extra-classe

04 a 08/05

Avaliação intermediária Orientação coletiva sobre Validação

11 a 15/05

5

18 a 22/05 25 a 29/05

Avaliação intermediária 6

02 a 05/06 Até 08/06

Final

15 a 19/06 22 a 26/06

Orientação coletiva sobre Rep. Técnica e Memorial Avaliação intermediária + Recomendação do Orientador Entrega Relatório Final Banca final

Ajuste

04/07 Legenda Prazos de entregas finais

Imagem 02 – Cronograma de TCC. Fonte: Acervo próprio, 2009. Autor: Thaís Serratine Cardoso.

Orientação Entrega do relatório Final em capa dura

Atividades metodológicas Etapa 1 Etapa 2 Coleta de dados Etapa 2 Coleta de dados Etapa 2 Análise dos dados Etapa 2 Síntese dos dados Etapa 3 Projeto Etapa 3 Projeto Etapa 3 Concepção do produto Etapa 3 Concepção do produto Fase Executiva Etapa 3 Memorial Descritivo Etapa 3 Memorial Descritivo Etapa 4 e Formalização textual TCC Formalização textual TCC Formalização Banner Ajustes Apresentação TCC Formalização Apresentação TCC Ajustes Formalização textual TCC

Avaliações intermediárias


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2 COLETA DE DADOS 2.1 PESQUISA TEÓRICA Para este trabalho acadêmico possuir coerência com o projeto a ser realizado, percebeu-se a importância em realizar uma pesquisa teórica, sobre conceitos que serão posteriormente utilizados no trabalho, já que o acadêmico necessita conhecimento, clareza e objetividade perante aos assuntos que serão abordados no projeto. Estas pesquisas coletadas serão conceituadas e debatidas e, ao final de cada tópico, relatada suas conclusões.

2.1.1 Design “A palavra design vêm do inglês e quer dizer projetar, compor visualmente ou colocar em prática um plano intencional” (AZEVEDO, 1998, p. 9). Para o presente trabalho é imprescindível discutir e conceituar o design de uma forma mais ampla já que este, é foco principal do tema deste trabalho e projeto. Conceitua-se então o design como, Atividade projetual que consiste em determinar as propriedades formais dos objetos a serem produzidos industrialmente, o qual pode ser considerado como um processo para a melhoria da qualidade dos produtos do ponto de vista do usuário, através de uma nova forma, processo de fabricação, ambiental e social. (LÖBACH, 2001, p. 16)

Pode-se afirmar então, que o designer percebe qual é o problema, identificando a necessidade do usuário e, então, projeta um produto ou serviço que atenda os requisitos da empresa. Para Kotler (1996) design é a tentativa de atender a satisfação do cliente, e o resultado da empresa, agrupando de maneira inovadora os cinco principais componentes do design, a performance, qualidade, durabilidade, aparência e custos. O domínio do design não se limita aos produtos, mas inclui também sistemas que determinam a identidade pública das empresas. Assim, o design é um projeto ou um plano para a solucionar determinado problema, corporificando a idéia e permitindo


25

sua transmissão. O design é hoje, valor para o usuário e para a empresa, permitindo posicionamento perante aos concorrentes. O guia prático da Associação dos Designers Gráficos do Brasil - ADG (2004) cita que devemos enfrentar as rápidas transformações do mercado e que, quem determina seus parâmetros são os designers. É de responsabilidade dos próprios designers responderem pela percepção que os clientes e o público em geral têm do valor desta profissão. “O design se transforma numa das ferramentas usadas para entregar ao cliente um pacote muito maior e mais abrangente de soluções” (ADG 2004, p. 38). O autor Santos aborda e analisa o design como responsável, [...] por satisfazer as necessidades das pessoas que muitas vezes não são tangíveis. Determinado produto é capaz de passar diversas informações simbólicas – como a de status - despertando um desejo de compra que vai além das necessidades físicas das pessoas, um desejo que se coloca em outro plano, aqui definido como espiritual, mas que pode ser representado por diversas maneiras, mostrando desejos de diversos tipos, não só de status, mas também de confiabilidade. (SANTOS, 2000, p. 21)

Esta

última

definição

está

relacionada

com

as

tendências

comportamentais, imprescindíveis para este projeto, já que buscam compreender as atitudes e natureza do ser humano e o que ele busca em determinados objetos. Os estudos das tendências ajudam a compreender e adotar referências simbólicas em determinado objeto, a fim de atender a uma emoção, um sentimento, um desejo humano na busca pela satisfação e felicidade. Por meio destas definições, pode-se determinar o design como uma atividade projetual criativa com o propósito de qualificar objetos, processos, serviços e sistemas, tornando o design um dos fatores central inovador de tecnologias, do mercado e fatores culturais. Preocupa-se com a interação entre produto e usuário, buscando a satisfação.


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2.1.2 Design Gráfico

Após conceituar o Design, de uma forma abrangente, é necessário delimitar sua área de estudo, para que os conceitos se foquem para o projeto, delimitação de área esta, que foca no design gráfico. A seguir serão abordados e discutidos os conceitos de design gráfico e suas vertentes. “A expressão original graphic design foi utilizada pela primeira vez em 1922, pelo americano William Addison Dwiggings (Livingston & Livingston, 1922), mas só passou a ter seu uso difundido após a Segunda Guerra Mundial.” (VILLASBOAS, 2000, p. 45). Segundo a

Associação dos Designers Gráficos do Brasil

(ADG), O design gráfico é um processo técnico e criativo que utiliza imagens e textos para comunicar mensagens, idéias e conceitos. Batizado e amadurecido no século 20, é hoje a atividade projetual mais disseminada no planeta. Com objetivos comerciais ou de fundo social, o design gráfico é utilizado para informar, identificar, sinalizar, organizar, estimular, persuadir e entreter, resultando na melhoria da qualidade de vida das pessoas. O trabalho dos designers gráficos está inserido no cotidiano da sociedade através de posters, logotipos, embalagens, livros, jornais, revistas, placas e sistemas de sinalização, camisetas, aberturas e vinhetas de cinema e televisão, websites, softwares, jogos, sistemas de identidade visual de empresas, produtos e eventos, exposições, anúncios etc. (ADG, 2004)

Como profissão, o design gráfico ou artista gráfico, só passou a existir a partir de meados do século XX. Eles eram: artistas de layout, ilustradores, retocadores, letristas e outros que finalizavam os designs para a reprodução (HOLLIS, 2001). Bonsiepe (2000) afirma que o processo de comunicação para o conhecimento está relacionado com a apresentação, com isso, o designer gráfico assume, então, um papel decisivo na estruturação e apresentação, fazendo uso de recursos incluindo estética e usabilidade. Adquirir um produto é hoje em dia parte de uma auto-manifestação. Me acredita como alguém que se identifica com uma marca. Contudo isso reforça a função da imagem dos objetos, e obriga a criação de um estilo com caráter de signo. Quantas pessoas têm comprado aparatos Braun só porque com isso podiam manifestar sua pertinência a uma determinada classe de homens que entendia de design? (AICHLER apud BÜRDEK, 1994, p. 227)


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Percebe-se com as afirmações anteriores que o produto gráfico deve expressar como a empresa, ou cliente, quer ser percebido pelo mundo externo, comunicando e informando. Para Villas-Boas (2000), o design gráfico comunica mensagens a fim de induzir, orientar o olhar do observador ou vender um produto. O autor acredita que o design estaria relacionado ao valor de troca, ainda que simbólica e, portanto estaria relacionado também com o processo de fetichização das mercadorias. Para tornar uma peça gráfica com ênfase aos valores simbólicos envolvidos é necessário selecionar e organizar os elementos visuais. No caso do projeto que precisa ser inserido no mercado, o design gráfico apontará novos caminhos num mundo saturado de informação, porém, deve-se torná-lo singular e conhecido. Concluí-se que o design gráfico pode estar inserido em diversos serviços e produtos, é parte fundamental na comunicação ao usuário para ocorrer a satisfação e entendimento.


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2.1.3 Fundamentos da linguagem visual

É através da forma que o designer consegue se expressar e por meio dela que homem e objeto se relacionam fisicamente, por meio da percepção visual, como afirma Redig (2005, p. 20). O autor lembra ainda que a forma, para o design, transmite informação e recebe o nome Gestalt. A Gestalt pode ser entendida como aquilo que fica em nossa memória, como resultado de nossa percepção de uma determinada estrutura, através de sua forma final, resultante da constituição e justaposição de suas partes, cuja interação estabelece um todo ou uma entidade autônoma, independente das partes. A Gestalt de uma imagem ou de um objeto permite que ele seja perceptível, e comunicável, instantâneamente. Numa sinalização, por exemplo, a Gestalt de uma seta, ou seja, o resultado visual final de sua forma, determinado por uma certa relação entre os contornos, tamanhos e cores de seus traços sobre um fundo, permite que ela seja percebida instantâneamente (num só instante) pelo observador, servindo como orientação num cruzamento. (REDIG, 2005, p.20)

É visando esta comunicação visual com o usuário que se faz importante pontuar os elementos que fundamentam o design gráfico, para que então possam ser organizados, por meio da Gestalt. De acordo com Lupton (2008), os novos fundamentos são: ponto, linha, plano; ritmo e equilíbrio; escala; textura; cor; figura, fundo; enquadramento; hierarquia; camadas; transparência; modularidade; grid; padronagem; diagrama; tempo e movimento. “Na prática, esses componentes misturam-se e sobrepõem-se” (PHILLIPS, 2008, p. 11). Percebendo a importância destes componentes para o presente estudo e projeto, visa-se levá-los em consideração na etapa de projeto. Nesta etapa estes componentes terão sua utilização fundamentadas, assim como as leis da Gestalt utilizadas.


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2.1.4 Design de Superfície

Entende-se por propriedades formais não só as características estéticas e exteriores dos objetos, mas também seus aspectos estruturais e funcionais. Subdivisão do design gráfico, o Design de Superfície, segundo Rubim (2005) é todo projeto elaborado por um designer, no que diz respeito ao tratamento e cor utilizados numa superfície, seja ela industrial ou não. Ainda segundo a autora, o Design de Superfície é quase sempre bidimensional, embora existam projeções em relevos, como tapetes e emborrachados, ela ainda afirma: “As aplicações possíveis do Design de Superfície são inúmeras. As mais comuns são: design têxtil, design cerâmico, design em porcelana, plástico e papel” (RUBIM, 2005, p. 47). Alguns especialistas entendem que Design de Superfície ocorre apenas quando a estrutura da superfície é projetada, isto é quando sua estrutura apresenta o projeto como produto final e não quando algum elemento é acrescentado sobre o produto ou sobre suas partes. Por exemplo, é design o projeto de um tecido tramado xadrez que consiste na programação desse desenho nas próprias fibras que o sustentam. Não seria design se o tecido foi estampado com um padrão xadrez. Eu não concordo com essa visão: para mim, design de superfície é sempre um projeto para uma superfície, seja ela de que natureza for. (RUBIM, 2005, p. 34)

Essa afirmação reforça a temática deste TCC, que tem como projeto o design para uma superfície pré-estabelecida por um cliente. Sobre a relação do usuário com o Design de Superfície segundo REDIG (2005), Um produto do Design estabelece relação física direta - seja ela visual ou tátil, com o ser humano. Caso não exista esse contato com o homem, não haverá necessidade do trabalho do designer. A estampa impressa numa peça de tecido certamente terá contato físico e será vista pelo homem, portanto, necessita do trabalho de um designer. (REDIG, 2005, p.19)

Os tecidos que recebem o projeto na superfície – os estampados – requerem do designer conhecimentos específicos, segundo a autora Aquistapasse (2001), estampar é imprimir em tecidos, malhas ou outros objetos têxteis com o objetivo de formar desenhos e efeitos decorativos. A autora cita algumas técnicas de estampagem industrial, a saber:


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A estamparia em quadros planos é baseada na técnica de serigrafia ou “silkscreen”. Nela, cada cor a ser impressa corresponde a um quadro ou cilindro de impressão. […] No processo de estampagem serigráfica o tecido é fixado sobre uma mesa e os quadros são deslocados ao longo da mesma. As cores são impressas uma de cada vez. Já na estamparia plana automática, os quadros são fixos e o tecido é movido ao longo da mesa após cada impressão. Na estamparia por quadros cilíndricos, o tecido passa por uma seqüencia de cilindros, cada um correspondendo a uma cor. Existe ainda a estamparia por transferência, na qual o desenho é impresso primeiro no papel e depois é transferido ao tecido por aquecimento, sendo todas as cores impressas ao mesmo tempo. (AQUISTAPASSE, 2001, p. 70)

Observa a autora que para cada tipo de tecido existe uma tinta ou pasta de estampar mais adequada para não descaracterizar o produto. Percebe-se, então, a importância de conhecer os processos para um designer projetar um produto destinado a área têxtil de estamparia, uma vez que os bons resultados de seu trabalho dependem da capacidade de aliar a técnica adequada às suas criações. Portanto, de acordo com este trabalho e projeto, percebe-se o design têxtil como uma das aplicações do Design de Superfície e consiste na concepção de um tratamento em uma superfície, com o intuito de torná-los diferenciados atraentes aos olhos do consumidor. Porém, não se pode falar de produto de mercado têxtil sem falarmos de Moda, a ser tratado no tópico seguinte.


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2.1.5 Moda Desde sua origem a moda foi uma manifestação do desejo de distinção de uma classe social com relação à outra. O conceito de moda apareceu no final da Idade Média (século 15) e princípio da Renascença, na corte de Borgonha (atualmente parte da França), com o desenvolvimento das cidades e a organização da vida nas cortes. A aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar: enriquecidos pelo comércio, os burgueses passaram a copiar as roupas dos nobres. Ao tentarem variar suas roupas para diferenciar-se dos burgueses, os nobres fizeram funcionar a engrenagem – os burgueses copiavam, os nobres inventavam algo novo, e assim por diante. Desde seu aparecimento, a moda trazia em si o caráter estratificador. (PALOMINO, 2003, p. 15)

Então a moda também comunica e tem uma linguagem própria, para Eco (1975) vestuário é comunicação. [...] a semiologia veio aperfeiçoar esta tomada de consciência e agora permite-nos inserir a nossa noção da comunicabilidade do vestuário num quadro mais amplo, no quadro de uma vida em sociedade onde tudo é comunicação. [...] Portanto, se a comunicação se estende a todos estes níveis, não admira que possa existir uma ciência da moda como comunicação e do vestuário como linguagem articulada. (ECO, 1989, p. 712)

Pode-se considerar a linguagem como um dos elementos que define a identidade de um indivíduo ou de um grupo. Para Souza (1987), moda não é um fenômeno de todas as sociedades, nem de todos os períodos, para ela, a moda funciona, como fator de individualização e de socialização e, considerando-a como linguagem, exprime idéias e sentimentos. De acordo com Lipovetsky (1989, p.155), vivemos a era da moda consumada. O efêmero, a sedução e a diferenciação marginal não mais se restringem a determinados grupos, extrapolam objetos e culturas. Devido à efemeridade, os produtos de moda têm um ciclo de vida que, de acordo com Treptow (2003), é composto por cinco fases: O lançamento atingira, em primeira instância, as pessoas de vanguarda que seriam as disseminadoras das tendências de moda. Passado o processo de aceitação, o consumo faria com que réplicas fossem produzidas por empresas de menor expressão, em relação às pioneiras. A partir desse


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ponto, a massificação tornar-se-ia inevitável e isso geraria o desgaste que encerraria esse ciclo da moda. (TREPTOW, 2003, p. 27).

No momento em que a moda atinge a etapa do consumo, as pessoas deixam de usar tais produtos e iniciam um novo ciclo. Nesse sentido, as tendências de moda funcionariam como fator diferenciador, estreitamente ligadas à questão da modernidade. Assim sendo, torna-se inevitável pensar em como se configura o surgimento do novo, e como sentimentos e idéias são extraídos da sociedade e convertidos em produtos que serão desejados e consumidos pelo mercado. Prever o que estará em voga nas próximas estações, de acordo com Caldas (2004), é impossível, dependeria de uma série de fatores como: indicadores, base teórica e diversas causalidades. Segundo Rigueiral (2002), para se desenvolver um produto com menores riscos de rejeição e com capacidade de seduzir os consumidores, o designer precisa estar atento ao observar o todo para, posteriormente, analisar os detalhes que aguçaram a sensibilidade de modo peculiar e, com o uso da criatividade, transformar o que se captou dessa análise em algo original, diferenciado e único. E, ao apresentar para o público, harmonizar forma, proporção e dosagem estética. Nestas teorias percebe-se uma concordância no que diz respeito a moda como forma de comunicação que, por conseqüência, constituem uma cadeia de relações sociais definindo práticas culturais. Na moda, é comum a idéia de que as pessoas sentem a necessidade de pertencer a um grupo social, porém com o objetivo de buscar por uma diferenciação individual dentro do próprio grupo. Os indivíduos querem marcar a sua personalidade, “não que as pessoas sejam primeiramente membros de grupos para então comunicar sua afiliação a esses grupos, mas a afiliação é que é negociada e estabelecida através da comunicação” (BARNARD, 2003, p. 64). Então, trata-se simplesmente do produto se encaixar ou não ao estilo de vida de um determinado grupo e do seu alcance com relação a uma linguagem singular. Considerando que a temática deste trabalho especifica que o projeto a ser realizado é para uma coleção de moletons, identificou-se a importância de abordar ‘coleção’ nesta teorização.


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2.1.6 Projeto de Coleção

Sabendo o quanto é importante o desenvolvimento de uma coleção para uma empresa têxtil, este projeto poderá contribuir para a organização e o sucesso da marca, e com isso concorrer no mercado consumidor. Para Treptow, 2003, p. 138 “Uma coleção deve apresentar unidade visual, as peças precisam manter uma relação entre si. Essa relação é obtida através dos elementos de estilo e do tema da coleção, com todas as peças reportando a mesma inspiração”. A autora ainda relata que a inspiração para o tema da coleção, p. 110, “pode surgir de qualquer fonte, cabe ao designer transformar esse elemento inspirador em uma proposta de moda, chocante ou comercial conforme o objetivo da empresa”. Para realizar um projeto de coleção, existem diversos métodos de desenvolvimento. Para Feghali (2001, p. 23), as etapas do desenvolvimento de coleção são classificadas da seguinte forma: pesquisas, criação, matéria-prima, modelagem, protótipo, produção e campanha de lançamento. Entende-se que estes métodos se diferem de empresa para empresa. No caso da empresa Lado a Lado, cliente neste projeto, algumas etapas foram concebidas anteriormente a este TCC (especificações de quantidades, público, conceitos da marca, tecido, moldes) por responsáveis na empresa, outras (produção e campanhas) só serão realizadas posteriormente, pois dependem deste trabalho conclusivo de curso. Percebe-se o quão importante é para uma coleção, os elementos conceituais. No projeto a ser realizado neste trabalho, o conceito da coleção será feito após coletas de dados específicas sobre a empresa, mercado, público e etc. É por meio das coletas de dados e suas sínteses que o designer em questão terá um rumo e repertório, conceitual e visual, para que ocorra a proposta de coleção.


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2.1.7 Tendências

Como concluído no tópico Moda, a necessidade de abordar e estudar sobre tendências é inevitável para este trabalho. O estudo do comportamento do consumidor é parte essencial nos estudos das tendências, considerando que o ser humano é o centro dela e que o mesmo possuí determinados comportamentos, sociais, individuais, dentro de um mercado, dos quais são diretrizes para o complexo estudo das tendências. A dificuldade de compreender o que é tendência deve-se, inicialmente, segundo Caldas (2004) ao fato da banalização do seu conceito. Fala-se em tendências para quase tudo. Desde a área da saúde, tecnologia, meio social, geográfico, etc. Caldas (2004) acredita que o conceito mais comum que se estabeleceu no entendimento social (dito popular) é aquele ligado a construir certa visão do futuro. O autor acredita que é imperativo que o homem especule sobre o que está por vir, pois fazer previsões é uma forma de controlar a vida. O termo tendência, segundo Caldas (2004) deriva do latim tendentia, particípio e nome plural substantivo do verbo tendere, cujos significados são “tender para”, “inclinar-se para” ou ser “atraído por”. Tal como, Aurélio (1986), também define tendência primeiramente, como uma inclinação, propensão; como uma vocação, pendor; como força que determina o movimento de um corpo e por último como intenção, disposição. Para Montana (2005), as tendências são determinadas pela percepção dos acontecimentos da sociedade, longe de caprichos modistas. Tendência é a aplicação em produtos das manifestações, sensações e sentimentos que se instalam na coletividade humana a partir da sua evolução. Já Caldas (2004) define tendências como à manifestação na esfera do comportamento, do consumo ou do “espírito do tempo” de uma sensibilidade anunciada por sinais, sendo que o comportamento do indivíduo é o grande impulsor das ações e dos desejos dentro de um contexto mercadológico. Para uma cadeia produtiva, a compreensão das tendências adquirem o sentido de redutor de risco. Podemos compreender as tendências para diversas áreas, para o Marketing: segundo Popcorn (1994), as tendências revelam como os


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consumidores se sentirão, os impulsos que os levarão a comprar um ou outro produto e os tipos de estratégia, produto e serviço que aceitarão – ou não. Para a Moda: segundo Palomino (2004) as tendências aparecem já na ponta inicial da cadeia têxtil. Quando a roupa chega ao consumidor, ela alcançou o final da cadeia têxtil. Pesquisadores e analistas de birôs de estilo vêem quais cores e materiais vão estar disponíveis na natureza e no mercado com uma antecedência que chega a: dois anos de fios e cores; um ano e meio para tecidos e um ano para formas. Caldas (2004) define que conhecer o universo, os significados e o funcionamento das tendências da moda tornou-se estratégico para uma ampla gama de empresas, muito além da industria têxtil e de confecção. A autora Popcorn (1994) acredita que o futuro do consumidor não surge do nada, mas da confluência de fatores psicológicos, sociológicos, demográficos e econômicos. A autora acredita que os especialistas de cada um destes fatores são capazes de vislumbrar uma ou duas peças do quebra-cabeça do que está por vir. Já Montana (2005) determina que as tendências provêm de seis principais fontes: fatos e

acontecimentos;

movimentos

e

ideologias;

sensações

e

necessidades

psicológicas; estilos de vida; por idade; por influência de outras culturas e modos de vida. Percebe-se que as análises de tendências abrangem o público e mercado. Quanto ao público, estuda-se o comportamento de consumo e do consumidor constantemente. O mercado consumidor torna-se complexo de estruturá-lo e compreendê-lo, pois os consumidores variam em idade, renda, educação, gostos e outros fatores. Os pontos positivos que as tendências trazem para um projeto se tornam óbvias quando identificadas, implementadas e utilizadas de fato em um processo de design. As tendências investigam as necessidades e desejos das pessoas enquanto o design concretiza e supre essas necessidades e desejos através de produtos. “Observadores habilidosos têm a capacidade de decifrar manifestações não-verbais de sentimentos inconscientes.”(LJACONO; ZACCAI, 2004, p. 101).


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2.2 PESQUISA PROJETUAL

2.2.1 Empresa A marca ‘Lado a Lado’

iniciada em janeiro de 2009, nasceu com o

propósito de entrar no mercado de confecção com um diferencial conceitual, uma proposta diferente. Seu conceito de parceria, humildade, e acima de tudo, respeito as diferenças são provenientes de seu idealizador que nasceu e cresceu em bairro de periferia. A ‘Lado a Lado’ ainda não possuí ponto de venda, já que a empresa está no processo inicial de desenvolvimento, porém sua pretensão é abrir uma loja no bairro até julho de 2009. Além de possuir uma equipe contratada para realizar sua identidade e outra, simultaneamente, para criar sua primeira coleção.

2.2.2 Segmentação de mercado e público-alvo Segmentar o mercado significa buscar as similaridades de hábitos e atitudes do público escolhido, esta segmentação, no caso deste projeto, se dará basicamente pelas características do público por meio de definição do estilo de vida e hábitos de consumo. A segmentação geográfica foi previamente definida pelo cliente no briefing. Atualmente indivíduos de diferentes grupos convivem em um mesmo ambiente. O moletom adapta-se a diversas situações, seja para praticar esportes, trabalhar, se divertir ou ficar em casa. O moletom proporciona flexibilidade, conforto, segurança, fatores ligados à função de uso, além das suas funções simbólicas, que irá o diferenciar, já que esta peça de roupa é um elemento comum entre grupos sociais tão distintos. Por meio de briefing realizado com a empresa Lado a Lado, foram estipulados diversos requisitos de projeto, incluindo: o público-alvo e os estilos para a coleção de moletons. É importante ressaltar que o projeto em questão se limita em realizar o design de superfície da coleção, uma vez que a empresa já realizou os modelos das peças. A seguir pode ser visualizado o briefing (Imagem 03) realizado com a empresa.


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Imagem 03 – Briefing Lado a Lado. Fonte: Acervo próprio, 2009.


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Pode-se resumir, então: Público-alvo: Jovens homens e mulheres de 15 a 25 anos5, da periferia do bairro Jardim Atlântico; Estilos da coleção: a) ‘rap / hip-hop’ – Street, graffiti; b) ‘natural’ – Surf, skate; c) ‘hi-tech’ – Rave; Percebeu-se, então, a necessidade de pesquisar à respeito do bairro em questão e das características destes estilos, para que posteriormente fossem traduzidos na coleção.

2.2.3 Prospecção do Bairro Jardim Atlântico Pesquisar e compreender sobre este bairro é de extrema importância para este projeto, já que o público e o mercado onde será comercializada a coleção se encontram nele. A seguir segue o material coletado a respeito do bairro. Posição Geográfica Jardim Atlântico é o último bairro de Florianópolis, SC, Brasil em direção ao continente. É o limite entre Florianópolis e São José. Tem como principais comércios o Supermercado Angeloni, Comper e Alicris. Suas principais ruas são a Marinheiro max schramm, avenida Atlântica, Rua Manoel Pizzolatti e Rua Celso Bayma. (WIKIPEDIA, 2009)

Situado no continente da cidade Florianópolis, o bairro, Imagem 04, faz divisa com Estreito, Coloninha, Sapé, Monte Cristo, Chico Mendes, Pro casa e Portela, Barreiros e Capoeiras que são, em sua maioria, bairros de periferia, Imagem 05. As ruas do bairro conectam pólos comerciais da grande Florianópolis como Estreito, Kobrassol e Barreiros fazendo rota para a comunidade local e para quem está de passagem.

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Esta faixa etária serve como foco do projeto, porém sabe-se que podem existir outras idades que também irão adquirir estes moletons.


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Imagem 04 – Delimitação do bairro Jardim Atlântico. Fonte: Google maps, 2009.

Imagem 05 – Delimitação das proximidades do bairro Jardim Atlântico. Fonte: Google maps, 2009.


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Mercado Local A série de obras que vem acontecendo nos últimos cinco anos como a instalação de sinaleiras, avenida PC3, praças e pistas de skate, além do asfaltamento das transversais da avenida atlântica, facilitam a instalação do comércio de supermercados como supermercados, bares, restaurantes, postos de gasolina, lojas de confecção, auto-escolas e centros comerciais com academias de musculação e lan house. Outra construção em andamento que irá fortalecer o mercado local, é a beira-mar continental, melhorando o fluxo de pessoas pelo comércio e proporcionando maior facilidade de locomoção entre os bairros. Moradores No bairro há moradores que habitam prédios de classe B a C, desde edifícios, pensões a casas de classe A a D possibilitando o encontro entre luxo e favela. Nas praças do bairro, bares e escolas encontram-se jovens de classe B a D, enquanto nos asfaltamentos novos encontram-se adultos e idosos caminhando. Mercadologicamente, conclui-se que o bairro está passando por uma transição comercial e urbana, aumentando as possibilidades de comércio, por conseqüência a demanda.

2.2.4 Estilos para a coleção

Os estilos foram definidos pelo cliente como sub-divisão da coleção. A nomenclatura dada pelo cliente para estes três estilos não é, necessariamente, a que será utilizada posteriormente no projeto. A seguir seguem definições destes estilos realizadas por meio de pesquisas bibliográficas e coleta de imagens. Os painéis de imagens posteriores as definições, servem como análise destes estilos, possibilitando maior entendimento destes, assim como, diretrizes conceituais de cores, formas, etc.


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2.2.4.1 Estilo Rap / Hip-hop A termo RAP significa rhythm and poetry (ritmo e poesia). Este gênero musical foi criado nos Estados Unidos, mais especificamente nos bairros pobres de Nova Iorque, na década de 1970. Jovens de origens negra e espanhola, em busca de uma sonoridade nova, criaram o rap. (WIKEPEDIA, 2009)

O cenário urbano do rap é formado ainda por um visual, Imagem 06, repleto de grafites nas paredes das grandes cidades. Com letras marcadas pela violência das ruas e dos guetos, surge o gangsta rap, que em suas letras, encontramos mensagens de cunho político e social, denunciando as injustiças e as dificuldades das populações menos favorecidas da sociedade. É a música servindo de protesto social e falando a voz do povo mais pobre. Já o hip-hop, é um movimento cultural iniciado no final da década de 1960 nos Estados Unidos como forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana. É uma espécie de cultura das ruas, um movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias, traduzido nas letras questionadoras e agressivas, no ritmo forte e intenso e nas imagens grafitadas pelos muros das cidades. O hip hop como movimento cultural é composto por quatro manifestações artísticas principais: os mestres de cerimônia MCs, os DJs, a dança break e o grafite. (WIKIPEDIA, 2009)

No Brasil, o movimento hip-hop foi adotado, sobretudo, pelos jovens negros e pobres de cidades grandes, como forma de discussão e protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão. Como movimento cultural, o hip-hop tem servido como ferramenta de integração social e mesmo de re-socialização de jovens das periferias no sentido de romper com essa realidade.


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Imagem 06 – Painel do estilo Rap / Hip-hop. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Tabela 1 – Análise do estilo Rap / Hip-hop. Análise Cores

Tons de cinza, cores vivas.

Formas

Arredondadas, texturas e grafismos urbanos.

Composição

Central, verticalidade.

Fonte: Acervo próprio, 2009


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2.2.4.2 Estilo Natural

Uma tendência natural vem ganhando o mundo da moda. O simples filé, crochê, cuxim, fuxico, bordado, linho, renda e palha estão se tornando texturas consagradas e peças sofisticadas. Das roupas aos acessórios, o estilo natural chega para marcar um look mais leve e descontraído. Assim, vale apostar nos acessórios da natureza, detalhes artesanais e tecidos rústicos. (EITA, 2009)

De uns tempos para cá, as roupas que antes eram somente usadas pelos surfistas passaram a fazer parte do mundo da moda. Esta fatia de mercado, antes composto apenas por bermudas e sungas, abriu espaço para roupas femininas, masculinas e até mesmo para o público infantil, Imagem 07. Estamos vivendo um período de reflexões e o mundo está a espera de uma nova direção, de caminhos para que se torne sustentável social, ambiental e economicamente. Vamos retomar os básicos e, mais uma vez, nos renovar através da arte, da ciência e da filosofia. O personagem que se destaca nesse universo é um renascentista atual, misto de cientista e artista, um humanista que reflete os novos tempos e propõe. Ele me inspira e nos faz ensaiar um exercício de desconstrução e exploração de um básico. Formas, texturas e acabamentos assumem efeito de cores. (METSAVAHT, 2009)

Os produtos variam de baby-looks, moletons, bermudas, saias, biquínis, óculos de sol, pranchas, neoprenes a luvas, gorros, mochilas, relógios e carteiras.


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Imagem 07 – Painel do estilo Natural. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Tabela 2 – Análise do estilo Natural. Análise Cores

Escala de cinza, marrons e azuis em tons pastéis.

Formas

Listras, detalhes orgânicos, leve geometria.

Composição

Central, horizontalidade.

Fonte: Acervo próprio, 2009.


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2.2.4.3 Estilo Rave

Rave é um tipo de festa com música eletrônica, de longa duração, normalmente acima de 12 horas, onde DJs e artistas plásticos, visuais e performáticos apresentam seus trabalhos, interagindo, dessa forma, com o público. O termo "rave" foi originalmente usado por caribenhos de Londres em 1960 para denominar sua festa local. Em meados da década de 80, o termo começou a ser usado para descrever uma cultura que cresceu do movimento "acid house" de Chicago e evoluiu no Reino Unido. (WIKIPEDIA, 2009)

No final dos anos 1990 e início do século XXI, no Brasil o estilo se tornou popular com diversos festivais e festas reunindo mais de vinte mil pessoas ocorrendo ao longo do ano e em diversas metrópoles do país, e cada vez mais ganhando aceitação do público em geral. Dentro da cena atual, a produção de música eletrônica é abundante e rica em qualidade, dividindo-se nitidamente em três fortes correntes principais: Full On, Progressive e Dark. É inegável que a maneira de se vestir deste estilo é característica, e muito peculiar, Imagem 08. Cores fluorescentes, óculos coloridos, leggings metalizadas, camisetas enormes com dizeres chamativos, referências aos anos 80 e 90. Tudo isso saiu do palco desses grupos e foi parar nas festas e ruas de diversas cidades do mundo, formando o estilo new rave de se vestir. Várias marcas e estilistas popularizaram o new rave com suas criações chamativas e coloridas. A grife londrina Cassette Playa é uma favorita dos adeptos da moda, com suas roupas psicodélicas e muito alegres. As camisetas da inglesa House of Holland também fazem sucesso nas baladas new rave e viraram objeto de desejo de muitos descolados. Elas geralmente vêm em tamanho extra-grande, em combinações de cores muito vibrantes e com frases estampadas que fazem trocadilhos com os nomes de personalidades britânicas. Apesar de ser muito chamativo, o estilo new rave não é difícil de vestir. Para não exagerar logo de cara, comece usando somente algum acessório, como um lenço florescente ou um óculos de armação colorida, combinado com uma produção básica. Dá um toque bem interessante. Se você se sente à vontade sendo o centro das atenções, não hesite em misturar cores fluorescentes em um mesmo look, mas se prepare, pois vai ser difícil passar despercebido. (MARINI, 2009)


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Imagem 08 – Painel 1 do estilo Rave. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Tabela 3 – Análise do estilo Rave. Análise Cores

Cores vivas, fluorescentes, cinzas.

Formas

Geométricas, diferentes escalas.

Composição

Diagonalidade, com sobreposições.

Fonte: Acervo próprio, 2009.


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2.2.5 Concorrentes e Similares

A concorrência da Lado a Lado, para esta coleção de moletons, foi verificada por meio de pesquisa com o cliente e no bairro. Apesar de não existirem lojas de confecção própria no bairro onde o público definido compre, existem lojas que revendem moletons de marcas de Florianópolis, Brasil e exterior. As marcas revendidas no bairro e proximidades, usualmente adquiridas pelo público são: Bastard, Element, Fox, Mormaii, Hering, Hot Buttered, Someday, Billabong, Volcom, Boby Blues, Quicksilver, Lost, MCD, Ecko. A intenção do cliente não é a de concorrer diretamente com grandes marcas e sim, de ofertar ao público peças de qualidade, atrativas, de valor tangível e conceito diferenciado, para que a marca Lado a Lado inicie seu processo de inclusão no mercado. Percebe-se então que a concorrência pode ser tratada, também, como similares. A seguir seguem imagens de peças das atuais coleções destes similares.

Imagem 09 – Bastard Masculina. Fonte: Site Bastard, , 2009. Autor: Thaís Cardoso.


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Imagem 10 – Element Masculina e Feminina. Fonte: Site Element, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


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Imagem 11 – Fox Masculina. Fonte: Site Fox, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


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Imagem 12 – Fox Feminina. Fonte: Site Fox, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


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Imagem 13 – Mormaii Masculina. Fonte: Site Mormaii, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


52

Imagem 14 – Mormaii Feminina. Fonte: Site Mormaii, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


53

Imagem 15 – Hering Masculina. Fonte: Site Hering, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


54

Imagem 16 – Hering Feminina. Fonte: Site Hering, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


55

Imagem 17 – Hot Buttred Masculina. Fonte: Site HB internacional, 2009. Autor: Thaís Cardoso.

Imagem 18 – Someday Feminina. Fonte: Site Someday, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


56

Imagem 19 – Billabong Masculina. Fonte: Site Billabong, 2009. Autor: Thaís Cardoso.

Imagem 20 – Billabong Feminina. Fonte: Site Billabong, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


57

Imagem 21 – Volcom Masculina. Fonte: Site Volcom, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


58

Imagem 22 – Volcom Feminina. Fonte: Site Volcom, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


59

Imagem 23 – Boby Blues Feminina. Fonte: Site Boby Blues, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


60

Imagem 24 – Quicksilver Masculina. Fonte: Site Quicksilver, 2009. Autor: Thaís Cardoso.

Imagem 25 – Quicksilver Feminina. Fonte: Acervo próprio, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


61

Imagem 26 – Lost Masculina. Fonte: Site Lost, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


62

Imagem 27 – Lost Feminina. Fonte: Site Lost, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


63

Imagem 28 – MCD Masculina. Fonte: Site MCD, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


64

Imagem 29 – MCD Feminina. Fonte: Site MCD, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


65

Imagem 30 – Ecko Masculina. Fonte: Site Ecko, 2009. Autor: Thaís Cardoso.


66

Imagem 31 – Ecko Feminina. Fonte: Site Ecko, 2009. Autor: Thaís Cardoso.

Analisando estas imagens pode ser percebido diferença e similaridades entre suas estampas. No capítulo 4, segue uma tabela sintetizada das análises das peças acima relativa as suas estampas, sub-dividida em masculina e feminina. Esta análise foi realizada de acordo com os fundamentos da linguagem visual a serem utilizados neste projeto, levando em consideração as maiores porcentagens.


67

2.2.6 Prospecções e tendências

Como foi visto anteriormente na pesquisa teórica, tópico de tendências, para qualquer projeto de design verifica-se a importância de um estudo de tendências. Para este projeto foi coletado diferentes tendências que fundamentam e direcionam o design das superfícies. De acordo com Grazielle Cruz Abu Absi redatora do site Portais da Moda, as tendências atuais de moda são o Glam Rock, Xadrez, Romantismo Sensual, Mix and Match, Nova Alfaiataria e o Futurismo. GLAM ROCK - O preto e os acessórios de metal [...] muitas tachas, correntes e couros se combinam com calças justíssimas [...], complementadas com botas que permitem diversas combinações. A jaqueta perfecto é uma das peças-chave do estilo para arrematar o look. XADREZ - O xadrez se mantém como um clássico de inverno [...] passa por camisas, calças e saias; tudo pode receber toques desta padronagens nas mais diferentes variações. O ideal é combinar o xadrez com peças mais neutras ou com cores que combinem com um de seus tons. Com o jeans, não tem erro. ROMANTISMO SENSUAL - Babados e rendas em profusão, no entanto, em harmonia com a sobriedade do preto e a intensidade do vermelho, com um perfume noir. Assim se configura no novo romance, que aparece com força no inverno 2009. O resultado é uma abundancia de volumes e transparências, que contemplam os looks com uma sensualidade dramática. MIX AND MATCH - Este inverno promete muitas misturas; cores, materiais, texturas, formas, comprimentos estampas. Pode-se apostar em tecidos como jeans e tricoline, em cores mais sóbrias e estampas vintage. Para complementar, abotinados e sapatos masculinos. NOVA ALFAIATARIA - A alfaiataria aparece de cara nova no inverno 2009, fugindo da modelagem comportada e ajustada: agora ela é confortável e desconstruída. Blazeres com um perfume de anos 80, [..]. FUTURISMO - O futurismo do inverno 2009 aparece com um toque retrô dos anos 80, dando às peças formas e volumes arquiteturais. Shapes bem trabalhados, [..] estruturados e pontiagudos [...], enquanto a seda, os laminados e metalizados em tons prateados conferem um aspecto cibernético ao visual. (ABSI, Tendências de moda, 2009)

As Stylits do site Oficina de Estilos, em 2009, fizeram um balanço do São Paulo Fashion Week e resumiram as tendências de inverno lá apresentadas. De acordo com este resumo, algumas das tendências apresentadas foram: COORDENAÇÃO DE ESTAMPAS: não é “crash de estampas” como era antes, quando se juntava duas (ou mais) estampas descoordenadamente. O próximo inverno vai ser o da combinação “arrumadinha” de estampas e padronagens, quase-quase combinandinhas - em tamanhos, em cores, em proporção - lembra de Wilson Ranieri? Tem uma super relação com o


68

momento (tipo “não vamos bagunçar tanto, vamos ter cautela), e também com personalidade - não é super mega ousado, mas é ousado. TACHAS: olha, a gente tá doida pra ver o desdobramento desse bilhão de tachinhas que apareceram aqui no SPFW. Tem referência no FH, no Amapô e no Maria Garcia - todas lhindas, todas desejáveis. Mas tem que ver como vai ser na vida real - que vai aparecer sim, a gente tá apostando. PRETO + CINZA + BEGE: ou neutros. Vai ser o inverno do preto e do cinza, o que é super conveniente na crise (tipo quem não tem peças neutras no armário desde agora, pra economizar?!??). Vai ter bege/pele/nude também - e a gente vai fazer força pra todo mundo em volta da gente misturar esses neutros com cores claras e coloridas. BRILHO DE DIA: […] Teve nesse SPFW mil paétes e aplicações e miçangas e brilhinhos sobre malha, sobre moletom, em camisetas e em looks super de todo dia. (ESTILOS, Tendências do SPSW, 2009)

Elas concluem afirmando que, “até o inverno chegar a gente ainda vai falar muito de moletom (não o moletom normalzinho, comum - mas um moletom com modelagem nova), […].” Oficina de Estilos, 2009. Para a Dr. Taly Weiss, CEO e fundadora do Trendsspotting, existem quatro grandes tendências para o design e para a moda em 2009, conforme imagem a seguir.

Imagem 32 – As quatro tendências de design e moda. Autor: WEISS, 2009. Fonte: Site Trendsspotting.

Pode ser verificado pela autora citada anteriormente, que a ‘Eco’ é uma tendência forte. Afirmando esta tendência, os estudiosos do Trend Watching em seu briefing atual de 2009, explicam que a tendência ECO permite boas combinações com outras tendências, como com a GENERATION G (Geração generosa) e a ECO-GENEROSITY (Eco-generosidade). A primeira fala sobre o futuro crescimento da generosidade no meio social e econômico, a segunda diz respeito a expectativa da seriedade das empresas em relação ao meio ambiente, tornando-se mais ativas


69

e crédulas para o consumidor. A autora Faith Popcorn, em seu livro Click (1998) e em seu site Brain Reserve, explica que existem 17 grandes tendências, são elas: 99 Vidas, Ancoragem,

Atmosfera

de

medo,

Viver,

Sair

fora,

Formação

de

clãs,

Encasulamento, Volta ao passado, Egonomia, Feminina Mente, Aventura da fantasia, Tensão futura, Queda de ícones, Revanche do prazer, S.O.S. (Salve O Social), Pequenas indulgências e Consumidor vigilante. Se analisarmos estas tendências coletadas neste tópico, juntamente com os estilos do público-alvo deste projeto, percebe-se que existe grande coerência em relacioná-los. O público, dividido em três estilos para a coleção, possuem e aderem a características de moda sazonal, porém encontram-se dentro de tendências maiores, são parte de um conjunto de fatores que os - levaram a estar dentro de um ‘estilo’, de um grupo, de uma tribo. Esta relação, dos estilos da coleção com as tendências que estão relacionados, será apresentada posteriormente no capítulo ‘Síntese dos dados’ por meio de análise.


70

2.3 SÍNTESE DOS DADOS

Estas sínteses de dados, conforme método utilizado para este trabalho, possibilitam melhor visualização das análises, além de servirem como diretrizes conceituais e projetuais. Dos dados coletados e analisados em capítulos anteriores, os que a seguir estão sintetizados são, público-alvo, estilos, similares e tendências, todos os quatro, considerados de extrema importância para o processo criativo deste projeto.

2.3.1 Público-alvo Neste tópico foram resumidos os dados do público-alvo, a partir de briefing feito com o cliente, com intenção de melhor direcionar o projeto. Tabela 4 – Resumo dos dados do público-alvo. Dados do público Faixa etária

15 a 25 anos

Sexo

Feminino e masculino

Localização geográfica

Bairro Jardim Atlântico e proximidades

Classe econômica

Baixa à médio-alta

Estilos

Rap / Hip-hop, Natural e Rave

Fonte: Acervo próprio, 2009.


71

2.3.2 Estilos

A seguir, foram realizadas as sínteses de cor, forma e composição dos estilos apresentados anteriormente, de modo comparativo para poder melhor visualisá-los. Tabela 5 - Síntese da análise de cores dos três estilos. Cores Estilos

Exemplificação de escala cromática

Rap / Hip-hop Natural Rave Fonte: Acervo próprio, 2009.

Tabela 6 - Síntese da análise de forma dos três estilos. Formas Estilos

Orgânica

Orgânica + geometria leve

Orgânica leve + Geométrica geometria

Rap / Hip-hop Natural Rave Fonte: Acervo próprio, 2009.

Tabela 7 - Síntese da análise de composição dos três estilos. Composição Estilos

Central

Rap / Hip-hop Natural Rave Fonte: Acervo próprio, 2009.

Horizontal

Vertical

Diagonal


72

2.3.3 Similares Nesta síntese não se diferenciou nem se comparou os estilos dos similares mas sim, comparou-se as diferenças entre as estampas masculinas e femininas de acordo com alguns dos fundamentos da linguagem visual de Lupton, 2008, uma vez que os estilos foram previamente analisados. Tabela 8 – Síntese da análise dos similares masculinos e femininos. Coleções dos similares Fundamentos da linguagem visual Masculina Feminina Forma

Plana de configuração esquemática.

Linhas de configuração esquemática.

Equilíbrio

Desequilíbrio diagonal assimétrico.

Equilíbrio assimétrico.

Escala

Dimensional reduzida.

Dimensional reduzida.

Textura

Por sobreposição de cores e formas.

Por sobreposição de cores e formas, aplicações de bordados.

Cor

Equilibradas; Escala de cinza, amarelo, vermelho, azul e verde.

Equilibradas; Escala de cinza, azul, lilás, rosa e vermelho.

Figura

Nome e logo da marca.

Nome e logo da marca, ornamentos florais.

Fundo

Desordenado e assimétrico; Imagens figurativas.

Ordenado e simétrico.

Padronagem

Harmonia regular; Listras, nome e logo da marca, figuras.

Harmonia regular; Listras e figuras.

Movimento

Direcionado e inclinado.

Equilibrado e estável.

Fonte: Acervo próprio, 2009.


73

2.3.4 Tendências

Após coletadas e explicitadas diferentes tendências que fundamentam e direcionam este projeto, verificou-se as que melhor se enquadram com o público e estilos da coleção. Relacionando com os estilos, percebeu-se similaridades entre tendências de ambiente macro e tendências de moda, que elas se mesclam e se justificam. A seguir, seguem as relações. Tabela 9 – Relação das tendências com os estilos. Estilo Rap / Hip-hop Tendências

Autor

Egonomia

POPCORN de Brain Reserve

Feito à mão (toque pessoal)

WEISS de Trendsspotting

Mix and Mach

ESTILOS, Tendências do SPSW Estilo Natural

Tendências

Autor

Viver

POPCORN de Brain Reserve

Eco-generosidade

Trend Watching

PRETO + CINZA + BEGE: ou neutros

ESTILOS, Tendências do SPSW

Estilo Rave Tendências

Autor

Aventura da fantasia

POPCORN de Brain Reserve

Revanche do prazer

POPCORN de Brain Reserve

Futurismo

ESTILOS, Tendências do SPSW

Fonte: Acervo próprio, 2009.

Além das tendências relacionadas à cima, existem outras duas pertinentes para a coleção como um todo, a Formação de clãs (POPCORN) e a Coordenação de estampas (ESTILOS). Ambas podem ser consideradas diretrizes gerais para este projeto de coleção.


74

3 PROJETO 3.1 CONCEITO Lado a Lado com a urbanização, natureza, tecnologia, ao nosso redor, ao mesmo tempo. A Coleção de Inverno Lado a Lado propõe a combinação de elementos encontrados em nosso cotidiano, transpostos em estampas que os relacionam com diferentes estilos. “Estarei onde menos esperas (...) Eu estarei em um distante horizonte sem horas, na impressão do tato, em tua sombra e minha sombra” Mario Benedetti, Adeus número três.


75

3.2 ESPECIFICAÇÕES PROJETUAIS

3.2.1 Nomenclatura da coleção Após analisadas as pesquisas, percebeu-se a necessidade de renomear os estilos da coleção de forma mais abrangente. Por meio das características destes estilos, definiu-se: Estilo Rap/Hip-hop: público com características urbanas acentuadas, cores fortes. Nomenclatura para a coleção: Urb. Estilo Natural/Surf: público preocupado com questões ecológicas, cores pastéis. Nomenclatura para a coleção: Natu. Estilo Rave/Hi-tech: público receptivo à tecnologia, às inovações, cores vibrantes. Nomenclatura para a coleção: Tech. Para realizar este projeto, percebeu-se a necessidade de conhecer e especificar itens que definem e justificam o design das estampas. Estas especificações são advindas do cliente, do material que está sendo desenvolvido e produzido por ele. Nos itens a seguir encontram-se estas especificações.

3.2.2 Modelos dos moletons Os modelos visualizados nas imagens a seguir, foram desenvolvidos pela empresa e, posteriormente fornecidos (em arquivo de Corel Draw6) para o designer deste projeto de superfície.

6

Corel Draw é um software utilizado como ferramenta de design, que possibilita e auxilia em criações.


76

Imagem 33 – Modelo Urb Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


77

Imagem 34 – Modelo Urb Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


78

Imagem 35 – Modelo Natu Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


79

Imagem 36 – Modelo Natu Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


80

Imagem 37 – Modelo Tech Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


81

Imagem 38 – Modelo Tech Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


82

3.2.3 Cores das malhas

As cores das malhas dos moletons foram especificadas ao cliente após concluídas as pesquisas deste projeto, para que a coleção tivesse maior coerência com o conceito e com os estilos. Nas imagens seguintes visualizam-se as cores indicadas para as malhas.

Imagem 39 – Cores das malhas Urb. Fonte: Acervo próprio, 2009.


83

Imagem 40 – Cores das malhas Natu. Fonte: Acervo próprio, 2009.


84

Imagem 41 – Cores das malhas Tech. Fonte: Acervo próprio, 2009.

3.2.4 Identidade da Lado a Lado Neste item visualiza-se a aplicação da identidade da empresa na paleta de cores da coleção, divididas em estilos. Verifica-se também, que nos três estilos existem combinações de cores nas quais a identidade não deve ser aplicada7, pois dificultaria a leitura destas.

7

O estudo de aplicação da identidade foi realizado na paleta de cores deste projeto, não sendo necessário estudos da identidade aplicada em outras cores.


85

Imagem 42 – Aplicação de Identidade na paleta do estilo Urb. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Percebeu-se que o tom específico de cinza desta paleta, pode gerar uma dificuldade de leitura tipográfica, quando aplicado sobre o azul e vermelho.


86

Imagem 43 – Aplicação de Identidade na paleta do estilo Natu. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Visualiza-se que as cores de tipografia cinza e bordeaux desta paleta, impossibilitam a leitura quando aplicados sobre fundo bordeaux e cinza, pois existe grande proximidade de tons.


87

Imagem 44 – Aplicação de Identidade na paleta do estilo Tech. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Percebeu-se que o cinza e o branco na tipografia, podem gerar uma dificuldade de leitura quando aplicados sobre fundo amarelo e vermelho vibrantes.


88

3.3 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS Após conceituar a coleção, foram feitas relações entre elementos e formas

dos

estilos,

para

que

possibilitasse

maior

direcionamento

no

desenvolvimento das alternativas. As relações encontradas foram: Estilos

Urb

Natu

Tech

Elementos /

Asfalto;

Árvores;

Eletrônicos;

Sensações

Prédios;

Silhuetas;

Boates;

Calçada;

Flores;

Sons;

Aparelhos elétricos;

Água;

Dj;

Utensílios domésticos;

Planeta;

Óculos;

Carros;

Animais;

Luminoso;

Aglomerados de

Esportes.

Flashes;

pessoas;

Silhuetas;

Silhuetas;

Vibração;

Socialização.

Aceleração; Ritmo.

Imagem 45 – Relações de elementos dos estilos. Fonte: Acervo próprio, 2009.

A partir destas relações foram linkados entre si os elementos que identificam melhor os estilos e a coleção com um todo, em seguida foram feitos painéis de imagens destas relações, possibilitando as gerações das alternativas. Nas próximas imagens, pode-se visualizar os painéis criados para cada estilo, separados em masculinos e femininos.


89

Imagem 46 – Painel Urb Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


90

Imagem 47 – Painel Urb Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


91

Imagem 48 – Painel Natu Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


92

Imagem 49 – Painel Natu Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


93

Imagem 50 – Painel Tech Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


94

Imagem 51 – Painel Tech Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


95

Após realizados os painéis, foram utilizados seus elementos para que fossem geradas as alternativas. Nas próximas imagens encontram-se algumas das gerações realizadas, divididas em feminino e masculino.

Imagem 52 – Geração de alternativas femininas. Fonte: Acervo próprio, 2009.


96

Imagem 53 – Geração de alternativas masculinas. Fonte: Acervo próprio, 2009.


97

3.4 SELEÇÃO DAS ALTERNATIVAS

Conforme as especificações de projeto, o design das estampas para a coleção precisava transmitir unidade, o conceito. Ao mesmo tempo, cada um dos estilos deveriam diferenciar-se na coleção. Com isso, foram selecionadas as alternativas mais adequadas às diretrizes, conceito e especificações. São elas:

Imagem 54 – Seleção de alternativas femininas. Fonte: Acervo próprio, 2009.


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Imagem 55 – Seleção de alternativas masculinas. Fonte: Acervo próprio, 2009.

3.5 ESTAMPAS Após as estampas serem selecionadas, elas foram digitalizadas e redesenhadas com técnicas e softwares adequados, para que tivessem coerência estética e para que facilitasse a produção das telas de impressão serigráfica. Nas imagens a seguir pode-se visualizar as estampas finais, já aplicadas nas cores das malhas dos moletons.


99

Imagem 56 – Estampa Urb Masculina. Fonte: Acervo próprio, 2009.


100

Imagem 57 – Estampa Urb Feminina. Fonte: Acervo próprio, 2009.


101

Imagem 58 – Estampa Natu Masculina. Fonte: Acervo próprio, 2009.


102

Imagem 59 – Estampa Natu Feminina. Fonte: Acervo próprio, 2009.


103

Imagem 60 – Estampa Tech Masculina. Fonte: Acervo próprio, 2009.


104

Imagem 61 – Estampa Tech Feminina. Fonte: Acervo próprio, 2009.


105

3.6 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Os materiais para a produção das estampas são as tintas e telas. Em relação às tintas, após pesquisas em serigrafias da cidade foram observadas diferentes tintas, porém algumas com custo elevado. Neste projeto determinou-se dois tipos de tintas à serem utilizados nas estampas, sua seleção foi realizada a partir das análises de estilos e similares, são elas: Plastizol - Tinta derivada de resina PVC e Plastificantes, proporciona ótima definição na impressão, alto brilho e possui boa resistência à lavagem. O plastizol pode ser aplicado em desenhos coloridos (chapados), como também em alto relevo, com foil metálico e com glitter. É indicado para tecidos de algodão, sintéticos e jeans. Toque Zero - Tinta à base de resina emulsionada para impressão serigráfica sobre tecidos de algodão, misto ou sintético. Tinta de acabamento semibrilho, ótimo poder de coloração (tons vivos), toques macios, alto poder de flexibilidade e ótima resistência à lavagem. A cor branca possui excelente cobertura. Tornou-se pertinente a utilização do Plastizol para os estilos ‘Urb’ e ‘Tech’ devido à sua alta definição e brilho, já a Toque zero, se torna pertinente para realizar fundos e demonstra uma suavidade ao toque para o estilo ‘Natu’. Além destas tintas terem custo acessível para o cliente. Como cada uma das seis estampas possuem especificações individuais. Nas imagens a seguir foram detalhadas estas especificações, por estilo e cor de estampa.


106

Imagem 62 – Especificações Urb Masculino 1. Fonte: Acervo próprio, 2009.


107

Imagem 63 – Especificações Urb Masculino 2. Fonte: Acervo próprio, 2009.


108

Imagem 64 – Especificações Urb Masculino 3. Fonte: Acervo próprio, 2009.


109

Imagem 65 – Especificações Urb Feminino 1. Fonte: Acervo próprio, 2009.


110

Imagem 66 – Especificações Urb Feminino 2. Fonte: Acervo próprio, 2009.


111

Imagem 67 – Especificações Urb Feminino 3. Fonte: Acervo próprio, 2009.


112

Imagem 68 – Especificações Natu Masculino 1. Fonte: Acervo próprio, 2009.


113

Imagem 69 – Especificações Natu Masculino 2. Fonte: Acervo próprio, 2009.


114

Imagem 70 – Especificações Natu Masculino 3. Fonte: Acervo próprio, 2009.


115

Imagem 71 – Especificações Natu Feminino 1. Fonte: Acervo próprio, 2009.


116

Imagem 72 – Especificações Natu Feminino 2. Fonte: Acervo próprio, 2009.


117

Imagem 73 – Especificações Natu Feminino 3. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 74 – Especificações Natu Feminino 4. Fonte: Acervo próprio, 2009.


118

Imagem 75 – Especificações Tech Masculino 1. Fonte: Acervo próprio, 2009.


119

Imagem 76 – Especificações Tech Masculino 2. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 77 – Especificações Tech Masculino 3. Fonte: Acervo próprio, 2009.


120

Imagem 78 – Especificações Tech Feminino 1. Fonte: Acervo próprio, 2009.


121

Imagem 79 – Especificações Tech Feminino 2. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 80 – Especificações Tech Feminino 3. Fonte: Acervo próprio, 2009.


122

Conforme as especificações anteriores, em relação à quantidade de telas e cores totais, pode-se resumir na tabela seguinte: Tabela 10 – Resumo de quantidade de telas e cores. Estilos

N de telas

Urb Masculino

3

Urb Feminino

2

Natu Masculino

3

Natu Feminino

2

Tech Masculino

2

Tech Feminino

2

Total de telas

14

N de cores por estilos 5

5

4

Fonte: Acervo próprio, 2009.

Considera-se pertinente ressaltar que, o número total de telas para as estampas desenvolvidas neste projeto é viável para o cliente realizar a produção do material, já que no briefing foi ressaltada a importância de reduzir os custos de telas. Ressalta-se também, a necessidade de aplicar a identidade da empresa nas peças, por esse motivo ficam como diretrizes para o cliente: Aplicação da logomarca: - Porção superior externa centralizada do capuz (2 cm a baixo da costura final); - Para o moletom que não possui capuz, aplicação no ombro direito (5 cm após a costura), centralizado; - Conforme a paleta de cores de aplicação da identidade; - Tamanho padrão (altura x largura) 6,0 x 5,0 cm. Aplicação do logotipo: - Conforme os desenhos das aplicações nos modelos; - Conforme a paleta de cores de aplicação da identidade; - Tamanho padrão (altura x largura) 2,0 x 14,0 cm. Prevê-se então, a necessidade de outras duas telas, uma para o logotipo outra para a logomarca.


123

3.6.1 Telas No processo de serigrafia, as cores das estampas são separadas por telas, e visualizadas em preto. Para que o cliente possa produzir as estampas conforme o design realizado, percebeu-se a importância em separar estas telas no presente projeto, conforme as imagens a seguir.

Imagem 81 – Telas 1, 2 e 3 - Urb Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 82 – Telas 1 e 2 - Urb Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


124

Imagem 83 – Telas 1, 2 e 3 - Natu Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 84 – Telas 1 e 2 - Natu Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.


125

Imagem 85 – Telas 1 e 2 - Tech Masculino. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 86 – Telas 1 e 2 - Tech Feminino. Fonte: Acervo próprio, 2009.

As telas são de tamanho, cores e tipo de tinta conforme, especificado anteriormente nas Imagens 62 à 80.


126

3.8 APLICAÇÕES

As aplicações propostas neste trabalho não são exclusivas das estampas desenvolvidas, elas se estendem também identidade da empresa. Tanto para a empresa, quanto para a coleção como um todo, estas aplicações são necessárias para divulgar a marca e a coleção. 3.8.1 Catálogo

Imagem 87 – Capa do Catálogo da coleção. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 88 – Contra-capa do Catálogo da coleção. Fonte: Acervo próprio, 2009.


127

Imagem 89 – Página 1 do Catálogo da coleção. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 90 – Página 2 do Catálogo da coleção. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Imagem 91 – Página 3 do Catálogo da coleção. Fonte: Acervo próprio, 2009.


128

Imagem 92 – Verso do Catálogo da coleção. Fonte: Acervo próprio, 2009.

O material a cima foi desenvolvido a partir do conceito da coleção. No catálogo buscou-se contextualizar e ambientalizar os estilos e o público, por meio de imagens de fundo, cores e identidade. As ilustrações dos fundos das páginas 1, 2 e 3 foram selecionada de acordo com os Relações de Elementos dos Estilos, Imagem 45. A identidade foi aplicada na capa do catálogo de forma à mesclar os estilos por meio de cores da paleta da coleção. O catálogo possui 27 cm de comprimento por 10 cm de altura, podendo ser impresso em apenas 2 folhas A4. Sua especificação é: 27,0 cm x 10,0 cm, papel couchê 170gr, 4 x 4, encadernação espiral branco em seu comprimento.


129

3.8.2 Embalagem

Imagem 93 – Embalagem para armazenamento. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Embalagem estilo ‘saco’ de tecido algodão cru, para armazenar as peças da coleção, com a identidade aplicada na parte frontal. Esta embalagem foi selecionada devido à facilidade em armazenar, empilhar, além de ser um material orgânico e de baixo custo. A identidade é bordada no saco que possui as dimensões 40,0 x 30,0 cm.


130

3.8.3 Sacola para transporte

Imagem 94 – Aplicação em sacola para transporte. Fonte: Acervo próprio, 2009.

Sacola de papel branco, com alças e laterais vermelhas, nas dimensões 30,0 x 35,0 cm, com impressão quatro cores em um único lado.


131

3.8.4 Tag

As tags para a coleção foram feitas a partir das estampas criadas, cada estilo de moletom possui uma tag, elas devem ser fixadas com grampo plástico na barra final da manga direita dos moletons. Num lado da tag foi aplicado a estampa masculina, no outro a feminina. As cores utilizadas são as da paleta da coleção. Especificações: dimensões 11,5 x 5,0 cm, papel couchê 250gr, 4x4.

Imagem 95 – Tag frente e verso para estilo Urb. Fonte: Acervo próprio, 2009.


132

Imagem 96 – Tag frente e verso para estilo Natu. Fonte: Acervo próprio, 2009.


133

Imagem 97 – Tag frente e verso para estilo Tech. Fonte: Acervo próprio, 2009.


134

4 CONCLUSÕES

Para esta acadêmica este TCC foi de extrema importância, já que pode ser aplicado todo o estudo de quatro anos dentro da academia, neste trabalho. O desenvolvimento de um projeto de design para um cliente real, possibilitou uma nova percepção de mercado, abriu portas para iniciar uma vida profissional como designer. Pode ser concluído também que, os objetivos geral e específicos deste projeto foram cumpridos. Percebeu-se a importância em realizar uma pesquisa com o público-alvo, para que possa ser verificado a aceitação das estampas. Fica como diretriz posterior ao projeto, realizar esta pesquisa quantitativa de modo simbólico, possivelmente por meio dos painéis de relações dos elementos, Imagens 46 à 51, para que a empresa possa apresentar as estampas finalizadas somente no momento do lançamento da coleção. O estudo da área do design de superfície foi tangível, trazendo novos conhecimentos e ampliando o interesse desta acadêmica pela área. Foi considerado importante as pesquisas realizadas nas serigrafias, o processo estudado foi significativo para que possibilitasse a viabilidade do projeto em questão. O método utilizado neste projeto foi eficaz em suas etapas, e pelo fato de ser cíclico, a possibilidade de retorno foi crucial, já que esta acadêmica em alguns momentos necessitou retornar ao estudo para que o projeto tivesse coerência. Para o cliente, após a conclusão do projeto, pode ser verificado grande satisfação de sua parte, assim como para a autora deste trabalho que teve a enorme gratificação ao verificar que foi iniciado o processo de produção do seu trabalho.


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