Feminismo
Celebre seu
corpo! Por: Gabriela Ziriguidum
Q
uando eu era mais nova me importava muito com a opiniões dos outros, eu achava que eu tinha que ser que nem as outras meninas, que seria muito mais fácil viver assim. Achava que se eu assumisse minha identidade iriam me excluir da roda de ” amigos”. Mas eu sempre soube que dentro de mim tinha algo pra ser libertado, e foi ai que comecei a dançar. Acredito que dançar é muito importan-
Is A Ocean”,Temos que ser educadas com ele porque ele nos ama mais do que qualquer coisa neste mundo. Ele corrige cada ferida e lutas de tantas doenças, mesmo sem sabermos sobre ele, mesmo quando agredimos ele, ele ainda está lá para nós, lutando para se manter vivo e respirar. Esse foi um passo tão importante pra mim e para o meu amor próprio que resolvi entrar na luta para ajudar
RIOCA nosso corpo é livre, para nós, é um núcleo de resistência rebolativa feminista. Como símbolo de boas vindas, em todas as oficinas jogamos muita purpurina em nossas alunas, fazemos isso porque acreditamos de verdade que toda mulher nasceu para brilhar. Nas oficinas fazemos interpretações de algumas letras de funks feministas e ali conseguimos ver que por mas que se mude as letras,e suas formas de ex-
te pra uma libertação, para começar a amar seu corpo e entender o poder que ele tem. Quando eu penso ‘Empoderamento Feminino e Corporal’ penso em quanto é prazeroso quando celebramos nosso corpo. Digo ele por inteiro, dos pés até o ultimo fio de cabelo e dentro pra fora. É tão bom se olhar no espelho e se sentir satisfeita com o que vê, mas isso é algo que vem de dentro.Na minha cabeça temos a obrigação, de sermos educadas conosco, SIM! De sermos gentis com nosso corpo. Como diz o poema da americana Nikita Gill – “Your Body
no empoderamento de outras garotas. E assim, surgiu um projeto muito importante pra mim, junto com a Taísa Machado (minha amiga, minha fechamento, atriz, professora de teatro, dançarina e FUNKEIRA com muito orgulho) montamos a OFICINA CARIOCA DE AFROFUNK, e nele usamos o funk como base e entre passinhos, ritmos e idéias nos encontramos com as demais danças negras, usamos a dança ancestral africana e nosso ritmo local como um ponto chave para celebramos esse nosso corpo fértil e glamouroso. Acreditamos que dá ÁFRICA ao FUNK CA-
pressão a luta pelo empoderamento é a mesma independente da classe e nível social. O Funk é um dos rítimos mais populares e mais criticados no Brasil. Mas já percebeu que ele é estilo musical que permite que a mulher fale abertamente sobre o que elas quiserem? Onde as mulheres falam abertamente sobre seus corpos e desejos, sem enrolação, o papo das mc’s é muito reto. Acho fascinante o empoderamento da maioria das mulheres de favelas aqui no Rio, elas vivem num local que há muitos conflitos sociais e violências,
elas também sofrem agressões de várias formas, em sua maioria são negras, pobres e nem por isso deixam de subir e descer o morro de salto pra chegarem a onde querem. No baile funk de favela elas conseguem se manter belas, independente do seu padrão de beleza e do tamanho do short, usam o que gostam e se orgulham de ser quem são. Como essas mulheres conseguem se manter fortes quando nenhuma revista exibe o perfil delas na capa? Quando
impossível seguir padrões que não tem nada a ver com sua própria realidade. Sim, independente da sua classe social, cor ou estilo de vida, todas nós temos muito o que aprender com essas mulheres. Somos todas guerreiras e resistentes, temos um coração e corpo forte. Abra esse olho que você tem no peito e
te padronizem. Só nós mesmas sabemos o que nos faz bem e o que realmente é necessário. Eu acredito que 2015 seja o ano das mulheres. Sinto que esse ano estamos com força total.Vejo mulheres mais unidas e com um olho no peito. Enxergo rainhas aceitando as coroas que lhe foram dadas pela natureza, vangloriando sua própria beleza sem ligar para os padrões segregadores da sociedade. Nosso corpo é um oceano cheio de
“É tão bom se olhar no espelho e se sentir satisfeita com o que vê”
não são protagonistas de novelas? Pra elas não importa ser magrinha ou gordinha, se elas quiserem usar um cropped vão usar sim. Elas sabem que no meio desse mundo difícil que vivem, se não se empoderarem de sua imagem e suas vivências, será
faça todos estarem ciente da rainha que você é. Não precisamos nos camuflar pra sermos aceitas. Já estamos aqui, então significa que o universo de alguma forma necessita de nós.Não deixe que
amor. Por isso, a partir de hoje, celebre! E para comemoramos dançando e celebrando o talento e beleza das garotas, preparei um pequena playlist com muito carinho, com algumas músicas pra gente comemorar, soltar o quadril e sambar na cara da sociedade!
“Não deixe que te padronizem”