DESTERRITORIALIZAÇÃO E REDES DE SOLIDARIEDADE Faz parte da realidade vivenciada pelos jovens, o processo de desenvolvimento técnico científico-informacional, sob a égide do capitalismo e da democracia liberal. Esses avanços da tecnologia e da ciência, no final do século XX, disponibilizaram grande produção de bens de serviço, mas não criaram mecanismos para reduzir as desigualdades e a exclusão social: pobreza, miséria, fome, analfabetismo, doenças, epidemias, desemprego, moradia, incluindo, no rol da exclusão os discriminados por gênero, cor, credo, preferência sexual, portadores de deficiência, etc. Por isso faz parte da visibilidade das cenas urbanas e rurais o grito dos excluídos, por comida, casa, terra, educação, trabalho, saúde e respeito à diferença. Esta exclusão socioespacial gera os desterritorializados de terra, de alimentação, de educação, de saúde, de emprego, de identidades culturais, etc. São milhões de crianças e adultos que desconhecem o progresso, a qualidade de vida e a justiça social. Nessa perspectiva, as relações da sociedade com os setores econômicos nos países subdesenvolvidos e emergentes visam cada vez mais a produção para o mercado em constante expansão sem políticas sociais para reduzir as desigualdades entre ricos e pobres. Tais desigualdades afetam as relações culturais na sociedade, discriminando e segregando sujeitos, cujas práticas socioculturais, distanciam-se das qualificações impostas pela modernidade tecnológica da globalização. Leia o texto acima e responda: 1-No contexto acima o que significa desterritorializado? 2-Que tipo de pessoas pode fazer parte dos excluídos? 3- O que precisa ser reduzido para que a exclusão social seja diminuída? 4- De acordo com o texto, porque a globalização e o crescimento do mercado externo prejudicam milhões de pessoas? O final da Guerra Fria e da geopolítica bipolar vem demarcando uma nova territorialidade que resulta numa espacialidade mundial em crise de fronteiras. O grande problema passou a ser o Estado Nacional (o país)e seu cenário espacial: as migrações forçando a formação de favelas, guetos, acampamentos de sem terra, campos de refugiados, ocupações desordenadas evidenciam um espaço em movimento. São novos territórios de vida provisória retratando a desqualificação para a vida humana. Com seus limites, sua história de lutas, conquistas, dominação, imposição de língua, costumes, religião, tradições, povos e grupos, redefinem e fragmentam as fronteiras configurando um novo mapa do mundo. Como se organizam os excluídos? Eles reterritorializam os lugares de ocupação? Conflitam e fragmentam o território ou aprendem a conviver com a desterritorialidade? Para Haesbaert (1998), esses povos desterritorializados vivem em total desamparo político, social e econômico constituindo os “aglomerados de exclusão”. Mas, seriam eles amparados por movimentos de solidariedade? O que esses movimentos representam? Quais suas intenções? Por que crescem pelo mundo? No auge da mundialização, questiona-se, de forma pública e democrática, os pressupostos éticos e antropológicos do sistema sócio-político mundial. Dessa forma, os sentidos, sentimentos, atitudes, valores, inerentes à condição humana são restaurados num processo de flexibilização solidária, recriando as redes simbólicas da solidariedade. Elas representam avanços de mecanismos jurídicos, nacionais e supranacionais democráticos e solidários como OIT (Organização Mundial do Trabalho), UNESCO, Conselho Mundial de Igrejas, sindicatos, comunidades solidárias, organizações não-governamentais, Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras, Anistia Internacional e grupos de Defesa dos Direitos Humanos. Incorpora-se a estas instituições, a economia solidária, do terceiro setor, agrupando de forma superficial e imprecisa, filantropia e caridade; e, também, as ONG's, empresas privadas, institutos, fundações e organizações sem fins lucrativos destinados a prestar serviços à comunidade. A esse conjunto de ações humanitárias denominamos solidariedade. A rede é estimulada por fluxos e movimentos de articulação solidária aos circuitos da economia e dos serviços por meio de estratégias simbólicas que buscam na cooperação e interação a construção de laços de sociabilidade humana. Nesse processo é criada uma rede de idéias e sensibilidade solidárias convergentes, concretizada sob a forma de redes comunicativas que interconectam múltiplas responsabilidades e engajamento de grupos, pessoas, instituições públicas e privadas com dimensões que vão da filantropia e da caridade à formação de sujeitos socioculturais e sedimentação da cidadania. ATIVIDADES: 1-De acordo com o texto que problemas estão acontecendo nos países depois do fim da Guerra Fria, por causa das migrações forçadas? 2- De acordo com o texto o que redefine e ao mesmo tempo fragmenta as fronteiras do novo mapa do mundo? 3- Que redes solidárias(terceiro Setor) aparecem no texto? 4- Que conceito o texto dá a solidariedade? 5- Comente o trecho sublinhado. De sua opinião sobre o que acontece com os desterritorializados. Leia os textos sobre “As políticas públicas de inclusão e a emergência do terceiro setor refletindo sobre a construção das redes de solidariedade” e responda as questões abaixo: Texto 1 - “ O que leva uma jovem bonita deixar o conforto de sua Texto 5 - “A certeza de que não há respostas parciais família na Bélgica para mergulhar na miséria, às vezes arriscando para problemas que são globais determinou a existência a vida, como uma missionária religiosa? Antes do Brasil, ela já do projeto Greenpeace América Latina, no qual o Brasil havia trabalhado em Ruanda, Guiné, Congo e Chade.(...) esses está inserido. Contando com a experiência e as médicos sem qualquer fronteira – geográfica, política, ideológica ou informações acumuladas em 26 anos de existência, o religiosa – gostam do que fazem, tem prazer e, depois, recebem Greenpeace une-se aos esforços que já realizam diversas em reconhecimento e afeto.” Fonte: Revista Época.25/10/99 entidades ecológicas brasileiras para conter a destruição da natureza. E luta para que a questão ambiental deixe Texto 2 - “ A C&A, de origem holandesa, é uma das pioneiras. Ela de ser encarada como coisa supérflua ou modismo. O mobiliza os conhecimentos técnicos de seus funcionários para desafio é grande e envolve adversários poderosos, financiar projetos, como a montagem de padarias comunitárias, movidos por interesses que pouco tem contribuído para a que garantem o sustento financeiro de várias entidades proteção dos recursos naturais. Mas, o que está em jogo assistenciais espalhadas pelo país, isso sem retorno financeira é, antes de tudo, a vida – do planeta e de todos os seus para a empresa.” Fonte: Revista Época. 25/10/99. Texto 3 - “A campanha Ação da Cidadania contra a fome, a miséria habitantes. Greenpeace/SP. Tel: 08000-112510 e pela vida continua viva. O Natal sem fome mobiliza milhares de Texto 6 - “Uma em cada 5 pessoas sofre de pobreza