Boletim do CLAM - Mar. 2017

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CLUBE DE ASTRONOMIA DE MACEIÓ

OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO GENIVAL LEITE LIMA

BOLETIM MENSAL DO CLAM

Março 2017 Ano: 2 Ed.: 13

A descoberta do Sistema de Trappist-1 e novas considerações sobre exoplanetas Por Valquiria Guimarães

Um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas foi a divulgação da NASA na descoberta de mais 7 exoplanetas, alguns deles provavelmente rochosos, o que deixou astrônomos e cientistas bastante entusiasmados com as possibilidades que essas descobertas geram para o meio científico. Isso revela que os planetas rochosos não são raros como se pensava. Mas, vamos com calma. Antes de mais nada é importante entendermos o significado de exoplaneta. De uma forma enxuta: é um planeta que orbita outra estrela se não a nossa. Geralmente estes planetas são encontrados graças ao efeito Doppler, o mesmo efeito que nos permite ouvir o som de um carro se aproximando e se afastando, por exemplo. Porém, mesmo com os avanços tecnológicos o trabalho de encontrar planetas que orbitam outras estrelas, até os dias de hoje, é bastante árduo. A descoberta do Sistema de Trappist-1, uma anã vermelha relativamente fria se comparada ao Sol, chama ainda mais atenção por ser a estrela hospedeira de 7 planetas, sendo 3 desses planetas situados na zona habitável, região onde há grande possibilidade da existência de água e, assim, potencialmente abrigar formas de vida.

Einstein: o pai da física moderna Por Pablo Vinícius

Albert Einstein, nascido em 14 de março de 1879 em Ulm, foi um físico teórico alemão. Desenvolveu vários trabalhos, dentre eles a relatividade geral, que foi denominado ao lado da mecânica quântica como pilares da física moderna. Embora Einstein seja conhecido por sua fórmula: E=mc² - que foi chamada como "Equação de Einstein" -

Desde 1992, ano da descoberta do primeiro exoplaneta, já foram detectados cerca de 3400 deles. A maioria são gigantes gasosos com o tamanho próximo aos de Netuno e Júpiter. O que era considerado raro décadas atrás, se tornou rotineiro com as descobertas semanais de exoplanetas nos dias de hoje. Este avanço se deve aos modernos telescópios do ESO (European Southern Observatory) e dos telescópios espaciais Kepler e Spitzer, ambos da NASA.

recebeu o Prêmio Nobel da Física em 1921 por suas contribuições à física teórica e, especialmente, pela descoberta da lei do fotoelétrico, que foi fundamental para o estabelecimento da teórica quântica. Einstein nasceu em uma família de judeus alemães, se mudou para a Suíça ainda jovem e iniciou seus estudos na Escola Politécnica de Zurique. Após dois anos à procura de emprego, Einstein obteve um cargo no escritório de patentes suíço enquanto estava ingressando no curso de doutorado na Universidade de Zurique. No ano de 1905 Einstein publicou uma série de artigos acadêmicos revolucionários. Um deles era o desenvolvimento da teoria da relatividade espacial. Einstein percebeu que o princípio da relatividade poderia ser estendido para campos gravitacionais, e com a sua posterior teoria da gravitação, em 1916 publicou um artigo sobre a teoria da relatividade geral.


A mais recente pesquisa sobre matéria escura mostra que sua influência era menor no universo primordial Por Bruno Bianchi

O tema matéria escura ainda gera muitas dúvidas e questionamentos na comunidade científica. Alguns não acreditam na existência desse tipo de matéria, porém, conforme pesquisas científicas avançam as evidências para sua existência aumentam cada vez mais. Para uma definição simples, matéria escura é um tipo de matéria que não emite, absorve ou reflete luz e por isso apenas pode ser observada através dos seus efeitos gravitacionais. Cabe ressaltar que a matéria escura ainda é teórica. O primeiro indício dessa matéria ocorre em 1933, quando o astrônomo suíço Fritz Zwick calculou a massa total de um aglomerado de galáxias encontrando mais massa do que o esperado e a gravidade produzida pelas galáxias visíveis do aglomerado seria, de longe, pequena demais para permitir que algumas delas se deslocassem

de modo tão rápido em suas órbitas, sugerindo assim, a existência de mais massa no aglomerado. Posteriormente, verificou-se que a matéria escura está presente não apenas num determinado aglomerado de galáxias, mas sim, em diversas galáxias do universo. Em 1975, a astrônoma norteamericana Vera Rubin mostrou que a maioria das estrelas nas galáxias espirais tinha praticamente a mesma velocidade orbital. O esperado era que conforme se observasse estrelas mais afastadas do núcleo da galáxia sua velocidade orbital seria menor, se comparada a velocidade das estrelas mais próximas do núcleo. Mas, na contramão do esperado, as estrelas mais afastadas do núcleo da galáxia mantinham velocidade orbital semelhante as estrelas do núcleo. Isso só pode ser explicado se houver mais matéria na galáxia do que somos capazes de observar visualmente. Nessa corrente, observando galáxias distantes, a mais recente pesquisa divulgada neste mês reforça as evidências da existência da matéria escura, desta vez, com um detalhe a mais. Observando galáxias mais distantes, as regiões externas destas galáxias parecem girar mais lentamente que as regiões mais próximas do núcleo, sugerindo uma presença menor de matéria escura no universo primordial. Ao observar galáxias com bilhões de anos-luz de distância, estamos olhando para o universo mais antigo, de bilhões de anos atrás. Conclui-se assim que a matéria escura era muito menos preponderante no universo primordial se comparada ao universo atual.

Céu do mês

A partir desse mês, Júpiter, nosso gigante gasoso, voltou a

Por Bruno Bianchi

predominar no céu noturno podendo ser observado por volta das 20h na direção Leste. Júpiter é desproporcional em vários aspectos, tamanho, tempestades e campo magnético que se

estende até o planeta vizinho, Saturno. Ano passado a sonda Juno entrou na órbita de Júpiter com o objetivo de estudar melhor esse planeta ainda tão desconhecido. Entre os objetivos: ver o interior da atmosfera de Júpiter para compreender sua composição e dinâmica, mapear os campos magnéticos e explorar a magnetosfera próxima aos pólos. Apoio:


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