ESTÓRIAS DO MÊS
O inusitado desta apresentação obedece à diversificação de temas de artigos que assiste à iniciativa “Estória do Mês”. Na pesquisa documental que se faz, quase a diário, e no âmbito das atribuições profissionais, depareime recentemente com um conjunto de moedas encontradas por particulares, amigos e colegas desta Autarquia, nas ruas, largos e muralhas da zona histórica de Castelo de Vide, e que depois as entregaram a este serviço municipal. Reconhece-se e agradece-se a forma altruísta destes gestos, aliado ao facto de estas contribuições, ainda que modestas, serem bens móveis que, por si e no todo, são parte da história da vila. Tratam-se de valores metálicos que em dada altura permitiram negócios e transacções entre “os da vila” e os forasteiros. O resultado dessas práticas contribuiu para o desenvolvimento de Castelo de Vide desde o séc. XII (período de datação das moedas mais antigas encontradas na vila em contexto de escavações arqueológicas).
No caso concreto dos numismas, estes despertam sempre muito interesse: seja pela curiosidade e qualidade do cunho, raridade, valor que registam, e / ou pelo valor histórico e qualidade do metal. De realçar que se excluem aqui os interesses dos colecionadores. Há vinte anos, este serviço realizou uma exposição temporária no Centro Municipal de Cultura, nesta vila, denominada “Moedas de Antigamente”, onde se apresentou uma selecção de moedas encontradas em contexto de escavação arqueológica no Concelho. Como a numismática fascina, entendemos agora dar sumária informação sobre as diversas moedas ofertadas e quem as ofertou a este Serviço. Ainda que com o devido valor e interesse, excluem-se todas as moedas encontradas noutros locais do Concelho e aquelas já cunhadas a partir da Implantação da República, assim como outras (algumas centenas) encontradas em diversas escavações na vila. Também não se contemplam aqui as adquiridas a
Em Portugal, são poucas as povoações que se podem orgulhar de apresentar um conjunto edificado de inegável interesse arquitectónico e valor histórico. Este património salta à vista, sobretudo, no que respeita à arquitectura militar. Quando, no presente, se fala na vertente “Turismo Militar em Portugal”, Castelo de Vide ombreia com outras fortalezas, quiçá mais conhecidas e divulgadas, mas detém, com orgulho, um rico historial na defesa e consolidação da nação. Registe-se que foi Praça de Guerra até ao séc. XIX, com o seu Regimento de Infantaria 8. Ao longo das quase quatro dezenas de anos de actividades regulares de arqueologia no Concelho, são muitos os depósitos de particulares que fazem parte das coleções existentes e sob protecção e responsabilidade da Câmara Municipal. Bifaces, pesos de tear, garrafas, lápides testamentárias, balanças, pesos e medidas, pistolas, chapas publicitárias de comércio, artesanato, etc., são muitas e diversificadas as peças entregues à Secção de Arqueologia. Estória do Mês - PERDIDAS E ACHADAS - Setembro de 2019 1
Design: António Manso / fotos: Secção de Arqueologia de Castelo de Vide e colaboração: Patrícia Martins e Nuno Félix
PERDIDAS E ACHADAS
entidades bancárias nem as que já faziam parte da Colecção Municipal em 1981 e que zelosamente se guardam desde essa data neste Serviço Municipal. Desde sempre, a Câmara Municipal de Castelo de Vide continua (porque se justifica!) a agradecer, por escrito, às pessoas e entidades que de alguma forma aportem materiais para o acervo desta Secção de Arqueologia, o que permite enriquecer as colecções municipais mas, sobretudo, acrescentar elementos para o conhecimento da história Local. Reconhecemos que os numismas agora apresentados são uma residual percentagem dos
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encontrados, dado que a maior parte farão parte do colecionismo de particulares ou colocados em qualquer gaveta esquecida, por não lhe ter sido reconhecido grande interesse artístico ou monetário. Indicar, também, que para além dos nomes apresentados, são muitas as pessoas que contribuíram / contribuem para um melhor conhecimento da história da sua terra ou aquela que tomaram como sua. Obrigado. Castelo de Vide, 12 de Setembro de 2019. J. Magusto CMCV
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