ESTÓRIAS DO MÊS
Se há locais onde a natureza foi generosa nos aspetos paisagísticos e abundância de água, Castelo de Vide e o seu entorno fazem parte desses privilegiados sítios. Tal contribuiu, entre outros fatores, para a fixação e permanência do Homem e favorecido o desenvolvimento do local. Muito se tem escrito sobre as fontes existentes na vila e no concelho, mas haverá sempre um ou outro apontamento que pode ser novidade e despertar a atenção do leitor. De superior importância, dentro e fora dos espaços habitacionais, as fontes foram, de alguma forma, perdendo essa vital importância de abastecimento às populações. Mantém-se, no entanto, a sua fruição de matar a sede aos locais, transeuntes
e animais, bem como o consumo individual para fins terapêuticos, em que as características minério-medicinais de várias águas foram (e são) valorizadas – alguém desconhece que a água da Fontinha “é boa para baixar a tensão”? A utilização das águas das fontes para rega de hortas, pomares e jardins e, ainda para – curiosamente, nos dias de hoje –, lavagem de roupa, é um dado adquirido. Embora as fontes tenham perdido algumas funcionalidades práticas e sociais, mantêm, junto da população, um forte estatuto simbólico, por um lado consubstanciado em memórias e por outro, simplesmente, por “ainda correrem”. Não devermos, claro, deixar de fazer referência ao valor arquitetónico que algumas apresentam.
Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020 1
Design: António Manso / fotos: Secção de Arqueologia de Castelo de Vide e colaboração de Patrícia Martins
AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE
Atente-se que a deslocação das pessoas até ao aparecimento de veículos motorizados era feita a pé, de burro ou com outros muares, em carretas e carroças, daí as antigas designações de Fonte da Carreta ou Pouzo das Carretas. Muitas das azinhagas ainda hoje são percorridas por gente apeada, dado que foram para isso concebidas e em face das características geomorfológicas de muitas – íngremes e “cavadas” – é de todo impossível transitar de outra forma. Veja-se o emaranhado de caminhos e azinhagas na parte Oeste e Sul da vila que é possível visualizar numa planta de 1818 (muitos deles ainda subsistem!) e que se tornavam absolutamente indispensáveis para, entre outras necessidades, servirem de vias de acesso às fontes. Mas, no processo evolutivo que transforma o meio e a sociedade, quase tudo se altera. A história contemporânea das fontes na vila fala-nos de várias vicissitudes e empreendimentos tendo por base, essencialmente, as águas do Cano e do Pouzo. Mas interessa-nos, sobretudo, o que “diz” a documentação antiga sobre as fontes na orla de influência da vila. Neste artigo optámos por só referenciar obras bibliográficas, cartografia e atas da Câmara Municipal com limite ao início do séc. XX (com duas excepções), dado que se tornava exaustivo mencionar tudo o que se sabe e se tem escrito sobre o tema. Mais se indica que se pretende, sobretudo, dar ênfase aos desenhos.
Optou-se por este apontamento ser sintético porquanto a apreciação na globalidade deve ser feita, sobretudo, na documentação gráfica e textual que se anexa, ficando os comentários na análise que cada leitor fará dos mesmos. Sem pretensiosismos, queremos, contudo, ser assertivos e, com rigor registar e valorizar um conjunto de fenomenais documentos que nos foram transmitidos por vários especialistas, investigadores e desenhadores de antanho. Agradecemos ao Sr. Arq. Daniel Pires o facto de, recentemente, nos ter presenteado com elementos cartográficos antigos, em formato digital, de grande qualidade e elevado grau de pormenor, que nos permitiu observar elementos imprescindíveis para o presente trabalho. Últimas palavras para dizer que nós, CasteloVidenses, devemos sentir-nos maravilhados e orgulhosos de ter e usufruir destas valorosas obras, as quais registam um bem tão precioso como é a água. Deixar uma palavra de reconhecimento a todos aqueles que de alguma forma contribuíram e contribuem (enquanto projectistas, construtores, financiadores, beneméritos e utilizadores!) para a construção, manutenção, reparação e valorização das mesmas.
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Relação das fontes, que se anexa: FREGUESIA DE SANTIAGO MAIOR 1 - Fonte do Pêro Boi 2 - Fonte da Areia FREGUESIA DE SANTA MARIA DA DEVESA 3 - Fonte do Regalo 4 - Fonte dos Cães 5 - Fonte do Bom Jesus FREGUESIA DE S. JOÃO BAPTISTA 6 - Fonte do Martinho 7 - Fonte da Mealhada 8 - Fonte dos Besteiros 9 - Fonte das Carretas 10 - Fonte Nova
Castelo de Vide, 21 de Outubro de 2020. J.Magusto (CMCV)
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REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS, BIBLIOGRÁFICAS e OUTRAS Fonte de Pero Boi INT/Torre do Tombo, Corpo Cronológico, m. 30, nº. 32 fls. 3-3v] --“É tão abundante de águas que se contam no termo desta vila mais de trezentas fontes de nome. E as principais são as seguintes: a fonte da Vila, que está dentro dela com quatro bicas; a fonte do Martinho, de cantaria bem elevada e com quatro bicas; a fonte de Pero Boi, com uma bica; a fonte Nova, com duas; a fonte dos Besteiros.” Em Castelo de Vide, 18 de Maio de 1758. O vigário de Santa Maria, João Aires Baptista “Tem as fontes seguintes: fonte de Pero Boi, fonte do Souto, fonte do Cortiço, fonte do Porto da Póvoa e Meadas, fonte dos Corolheiros. Estas nunca se secaram no tempo da seca.” 18 de Maio de 1758 O prior Domingos de Figueiredo, Sant`Iago Maior Castelo de Vide, Portalegre - Memórias paroquiais, vol. 10, nº 222, p. 1461 a 1480
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Desenho (planta) da fonte, tanque e lavadouro com a legenda: “Fonte de Pero Boi”.
4 Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3641_II-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide / levantada em 1818 por ordem do Comandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do Real Corpo d’Engenheiros Pedro Folque, tendo as suas ordens os Segundos Tenentes Jozé Manços de Faria e Jozé Feliciano da Silva Costa ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Desenho (planta) da fonte, tanque e lavadouro com a legenda: “Fonte de Pero Boi”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3644_III-3-36-49 Planta da praça de Castello deVide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Desenho (planta) da fonte, tanque e lavadouro com a legenda: “Fonte de Pero Boi”.
“Nas cercanias da villa há muita e bôa água, que alimenta muitas fontes publicas e particulares. Daquellas as mais antigas são as de Pero Boi, Martinho, Mealhada e Besteiros ou de Fóra. A primeira, em 1752, encontrava-se totalmente arruinada. Por isso, e atendendo a que era uma das fontes principaes da villa e a única de que se valem os moradores do castello, determinou a camara, (sessão de 19 de Abril daquelle anno), que se fizesse de novo por aquelles motivos.” VIDEIRA, César (1908) – Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. Empreza da História de Portugal. Lisboa.
Fotografia da Fonte do Pêro Boi. 2005. Arquivo da Secção de Arqueologia da C.M.C.V.
Fonte do Pêro Boi. 2020. Arquivo da Secção de Arqueologia da C.M.C.V.
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Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3641_II-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide / levantada em 1818 por ordem do Comandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do Real Corpo d’Engenheiros Pedro Folque, tendo as suas ordens os Segundos Tenentes Jozé Manços de Faria e Jozé Feliciano da Silva Costa ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do desenho (planta) da fonte com a legenda: “Fonte da Areia”.
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Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Pormenor do desenho (planta) da pequena fonte com a legenda: “Fonte da Areia”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3644_III-3-36-49. Planta da praça de Castello de Vide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do desenho (planta) da pequena fonte com a legenda: “Fonte da Areia”.
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REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS E BIBLIOGRÁFICAS
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3644_III-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor da localização, planta e legenda do imóvel: “Fonte do Regalo”.
Manuel Braz Rolo assinou vencido, porque achava que não era a Câmara que devia escolher o terreno, mas pessoal técnico qualificado os facultativos do Município, o Delegado de Saúde, o Governador Civil, o Engenheiro do Distrito e o Administrador do Concelho. Por outro lado, à Câmara até já tinha sido dada uma planta para o futuro cemitério e a ele, que apesar de estar a viver em Castelo de Vide há apenas 12 anos, constava-lhe que os terrenos da Sra dos Remédios eram muito barrentos e que logo a seguir davam em pedra. Ele argumentava também que dali vinham as águas para a nascente da Mealhada. (…) No entanto, e apenas face aos receios por parte de alguma população da contaminação da água da Fonte da Mealhada, o Presidente era de parecer que fosse chamado o pessoal técnico.(…) Tendo sido o terreno atrás da Sra dos Remédios posteriormente vistoriado por pessoal técnico, incluindo-se as fontes da Mealhada e do Regalo, concluiu-se que não havia perigo e que o mais importante era começar rapidamente com o cemitério”. AHMCV (ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE CASTELO DE VIDE) - Acta de 25 de Agosto 1884, fls 129 e 130. 8 Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020
REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS, BIBLIOGRÁFICAS e OUTRAS
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código:3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Pormenor do desenho (planta) da fonte, com a legenda: “Fonte dos Cães”.
Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020 9
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3641_II-3-36-49. Planta da praça de Castello de Vide / levantada em 1818 por ordem do Comandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do Real Corpo d’Engenheiros Pedro Folque, tendo as suas ordens os Segundos Tenentes Jozé Manços de Faria e Jozé Feliciano da Silva Costa ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do desenho (planta) da fonte, com a legenda: “Fonte dos Cães”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3644_III-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do desenho (planta) da fonte, com a legenda: “Fonte dos Cães”.
10 Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Pormenor do desenho (planta) da fonte, sem legenda, junto da Igreja do “Bom Jezus”.
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REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS, BIBLIOGRÁFICAS E OUTRAS:
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3642_I-3-36-49 Planta da praça de Cast.o de Vide / Miguel Luiz Jacob, na vezita geral de 1755. Jacob, Miguel Luís.
Desenho da fonte sem qualquer legenda, não existindo dúvidas - pela planta e localização - que se trata da Fonte
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Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar. Planta da Praça de Castello de Vide e seus contornos. 1757. Miguel Luiz Jacob. GEAEM/DIE . Código: 3643 / I -3-36-49.
Desenho da fonte com a legenda “Fonte”, não existindo dúvidas - pela planta e localização - que se trata da Fonte do Martinho.
“É tão abundante de águas que se contam no termo desta vila mais de trezentas fontes de nome. E as principais são as seguintes: a fonte da Vila, que está dentro dela com quatro bicas; a fonte do Martinho, de cantaria bem elevada e com quatro bicas; a fonte de Pero Boi, com uma bica; a fonte Nova, com duas; a fonte dos Besteiros. (…).” Em Castelo de Vide, 18 de Maio de 1758. O vigário de Santa Maria, João Aires Baptista Castelo de Vide, Portalegre - Memórias paroquiais, vol. 10, nº 222, p. 1461 a 1480.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Desenho (planta) da fonte e tanque com a legenda “Fonte do Martinho”.
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Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3641_II-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide / levantada em 1818 por ordem do Comandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do Real Corpo d’Engenheiros Pedro Folque, tendo as suas ordens os Segundos Tenentes Jozé Manços de Faria e Jozé Feliciano da Silva Costa ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Desenho (planta) do tanque com a legenda “Fonte do Martinho”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3644_III-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Desenho (planta) da fonte e do tanque com a legenda “Fonte do Martinho”.
“Nas cercanias da villa há muita e bôa água, que alimenta muitas fontes publicas e particulares. Daquellas as mais antigas são as de Pero Boi, Martinho, Mealhada e Besteiros ou de Fóra. “A do Martinho é bastante antiga, e não dista muito da precedente. Em 1586 já existia. Mas, segundo se deduz de varias sessões camararias, não era exactamente o que está hoje.” VIDEIRA, César (1908) – Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. Empreza da História de Portugal. Lisboa. --“Chafariz do Martinho” VICENTE, António Pedro (1972) - Manuscritos do Arquivo Histórico de Vincennes referentes a Portugal II (1803-1806). Colecção “Memórias e documentos para a História Luso-Francesa-XI”. Fundação Caloustre Gulbenkian. Centro Cultural Português. Paris. Pp. 65 , 103.
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Fotografia da Fonte do Martinho anterior a 1888. Arquivo da C.M.C.V.. Secção de Arqueologia. (INVENTÁRIO: 357 - COLECÇÃO: 10/25)
Fonte do Martinho. 2005. (Arquivo da C.M.C.V.) Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020 15
REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS E BIBLIOGRÁFICAS A fonte da Mealhada foi objecto de uma das primeiras medidas legislativas portuguesas para protecção de uma água medicinal. Uma provisão régia de 1536, proíbe a construção de “tintes” (tanques de tintura), junto da fonte, já nessa altura afamada pelas suas virtudes medicinais. Provisão Régia de D. Manuel I. 1536. --“(…) CLXXXVIII/ Fonte da Mealhada/ Comarca de Portalegre/ No arrabalde da Villa de Castello de Vide , Comarca de Portalegre, está a fonte, a que chamaõ da Mealhada, cuja agoa, sendo excelente para o uso comum , tem mays a virtude de preservar de queyxas/ queyxas nefríticas aos que a bebem. Consta da Corographia Portuguesa,tom. 2.fol.562.” HENRIQUES, Francisco da Fonseca (1726) - AQUILEGIO MEDICINAL, Em que se dá noticia das agoas de Caldas,de Fontes,Rios,Poços , Lagoas , e Cisternas, do Reyno de Portugal, e dos Algarves , que ou pelas virtudes medicinaes , que tem, ou por outra alguma singularidade , são dignas de particular memoria. Lisboa Occidental . Na Officina da Musica. pp. 196, 197 e “INDICE”. “(…) Tem muitos poços e huma fonte de excellente agua, dentro dos muros , e no arrabalde outra , a que chamão da Mealhada, com particular excellencia de preservar aos que bebem desta agua das dores nefríticas. (…) tem mais de trezentas fontes de nome(…)”. CARDOSO, P. LUIZ (1751) - DICCIONARIO GEOGRAFICO OU NOTICIA HISTÓRICA DE TODAS AS CIDADES, VILLAS, LUGARES, e aldeas… , TOMO II. Régia -Officina SYLVIANA e da Academia Real. Lisboa. p.523. -“(…) Tem abundancia de fructas nas hortas, que a circulam, de agoas que das fontes manam,e que as regam , sendo a mais especial, e falutiffera a da celebrada fonte da Mialhada, que lhe fica fóra de muros, que verte continuamente em grande copia quatro bicas (…)” COELHO, Antonio Joze (1753) -RELAÇÃO DO ADMIRÁVEL PRODIGIO QUE OBROU O GLORIOSO S. VICENTE FERREIRA NA IGREJA MATRIZ DE SANTA MARIA DA VILLA DO CASTELLO DE VIDE NO DIA 13. DE JUNHO PASSADO. Lisboa. pp. 2 e 3. 16 Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3642_I-3-36-49. Planta da praça de Cast.o de Vide / Miguel Luiz Jacob, na vezita geral de 1755. Jacob, Miguel Luís.
Desenho da fonte com indicação “16”, correspondendo na legenda do canto superior esquerdo a “Fonte da Mialhada”.
“PORTUGAL Castelo de Vide 15 de Novembro. No 1 dia do corrente , entre as,9 e 10 horas da manhan se sentiu no campo vizinho desta Villa hum ruido subterranco semelhante ao que fazem as ondas do mar furioso (…). A fonte da Véla cessou de correr durante o terremoto, e depois lançou agua turva. A da Mealhada ficou correndo em mayor quantidade , e a de Alvada de Niza, a quem se contavam tres penas de agua, se lhe contam hoje tres anneis.” GAZETA DE LISBOA, Quinta-feira, 1 de janeiro de 1756. pp. 7 e 8.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Milita (GEAEM/DIE). Planta da Praça de Castello de Vide e seus contornos. 1757. Miguel Luiz Jacob. Código: 3643 / I -3-36-49.
Pormenor de localização e desenho/planta da fonte com a legenda: “Fonte da Mialhada”.
“É tão abundante de águas que se contam no termo desta vila mais de trezentas fontes de nome. E as principais são as seguintes: a fonte da Vila, que está dentro dela com quatro bicas; a fonte do Martinho, de cantaria bem elevada e com quatro bicas; a fonte de Pero Boi, com uma bica; a fonte Nova, com duas; a fonte dos Besteiros. E a fonte da Mealhada, muito celebrada, pois dizem que à sua água é experimentado remédio contra a dor nefrítica; está extramuros para a parte de Portalegre, coisa de um tiro de espingarda da muralha; é toda ela e o mais que lhe pertence e orna de pedra de cantaria, e no meio do frontispício tem as armas desta vila, scillicet castelo cercado com uma vide.” Em Castelo de Vide, 18 de Maio de 1758. O vigário de Santa Maria, João Aires Baptista --“Há nesta vila a fonte da Mealhada, cuja água é excelente remédio contra as dores nefríticas, a do Manguinhos, para as diarreias.” Castelo de Vide, 24 de Maio de 1758 O Prior Manuel Carrilho Gil, S. João Baptista Castelo de Vide, Portalegre - Memórias paroquiais, vol. 10, nº 222, p. 1461 a 1480. Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020 17
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Desenho (planta) da fonte e tanque com a legenda “Fonte da Mealhada”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3641_II-3-36-49. Planta da praça de Castello de Vide / levantada em 1818 por ordem do Comandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do Real Corpo d’Engenheiros Pedro Folque, tendo as suas ordens os Segundos Tenentes Jozé Manços de Faria e Jozé Feliciano da Silva Costa ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do mapa com a localização/planta da fonte com a legenda: “Fonte da Mealhada”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3644_III-3-36-49. Planta da praça de Castello de Vide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do mapa com a localização/planta da fonte com a legenda: “Fonte da Mealhada”.
18 Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020
“As aguas são excelentes, contando-se entre a V.ª e arredores mais de trezentas fontes. Tem também um bello chafariz. A agua da fonte da Mealhada, dizem ser medicinal contra a dor nephritica.” BAPTISTA, João Maria (1876) - CHOROGRAPHIA MODERNA DO REINO DE PORTUGAL. PROVINCIAS DO ALEMTEJO E ALGARVE. Volume V. Typographia da Academia Real das Sciências. Lisboa. p.42. --“Manuel Braz Rolo assinou vencido, porque achava que não era a Câmara que devia escolher o terreno, mas pessoal técnico qualificado os facultativos do Município, o Delegado de Saúde, o Governador Civil, o Engenheiro do Distrito e o Administrador do Concelho. Por outro lado, à Câmara até já tinha sido dada uma planta para o futuro cemitério e a ele, que apesar de estar a viver em Castelo de Vide há apenas 12 anos, constava-lhe que os terrenos da Sra dos Remédios eram muito barrentos e que logo a seguir davam em pedra. Ele argumentava também que dali vinham as águas para a nascente da Mealhada. (…) No entanto, e apenas face aos receios por parte de alguma população da contaminação da água da Fonte da Mealhada, o Presidente era de parecer que fosse chamado o pessoal técnico.(…) Tendo sido o terreno atrás da Sra dos Remédios posteriormente vistoriado por pessoal técnico, incluindo-se as fontes da Mealhada e do Regalo, concluiu-se que não havia perigo e que o mais importante era começar rapidamente com o cemitério”. Arquivo Histórico Municipal de Castelo de Vide (AHMCV), Acta de 25 de Agosto 1884, fls 129 e 130. “Nas cercanias da villa há muita e bôa água, que alimenta muitas fontes publicas e particulares. Daquellas as mais antigas são as de Pero Boi, Martinho, Mealhada e Besteiros ou de Fóra. (…) A da Mealhada pouco ou nada cederá a esta em antiguidade. A seu respeito há referencias mais antigas, pois em 1536 já se encontra noticias da sua existência. (…) Em 1699 foi restaurada, recebendo a forma, que hoje apresenta, aparatosa e de solida construção em granito.” VIDEIRA, César (1908) – Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. Empreza da História de Portugal. Lisboa. --“Chafariz da Mealhada”. VICENTE, António Pedro (1972) - Manuscritos do Arquivo Histórico de Vincennes referentes a Portugal II (1803-1806). Colecção “Memórias e documentos para a História Luso-Francesa-XI”. Fundação Caloustre Gulbenkian. Centro Cultural Português. Paris. p. 65.
Fonte da Mealhada. Anos 70 do séc. XX. Arquivo da Secção de Arqueologia da C.M.C.V.. (INVENTÁRIO: 357 - COLECÇÃO: 10/25) Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020 19
REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS, BIBLIOGRÁFICAS E OUTRAS: “É tão abundante de águas que se contam no termo desta vila mais de trezentas fontes de nome. E as principais são as seguintes: a fonte da Vila, que está dentro dela com quatro bicas; a fonte do Martinho, de cantaria bem elevada e com quatro bicas; a fonte de Pero Boi, com uma bica; a fonte Nova, com duas; a fonte dos Besteiros.” Em Castelo de Vide, 18 de Maio de 1758. O vigário de Santa Maria, João Aires Baptista Castelo de Vide, Portalegre - Memórias paroquiais, vol. 10, nº 222, p. 1461 a 1480
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Pormenor do mapa onde se regista a fonte indicando-se desenho/planta e legenda: “Fonte dos Besteiros”.
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Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3641_II-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide / levantada em 1818 por ordem do Comandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do Real Corpo d’Engenheiros Pedro Folque, tendo as suas ordens os Segundos Tenentes Jozé Manços de Faria e Jozé Feliciano da Silva Costa ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do mapa com localização/planta da fonte com a legenda: “Fonte dos Besteiros”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3644_III-3-36-49. Planta da praça de Castello de Vide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do mapa com localização/planta da fonte com a legenda: “Fonte dos Besteiros”.
“Nas cercanias da villa há muita e bôa água, que alimenta muitas fontes publicas e particulares. Daquellas as mais antigas são as de Pero Boi, Martinho, Mealhada e Besteiros ou de Fóra.(…) A Fonte dos Besteiros ou de Fóra (…) parece-me poder affiançal-a no seculo XVI. A construção, que hoje apresenta, é relativamente recente, e deve-se ao juiz de fóra, Freire de Macedo, que exerceu aquelle logar em Castello de Vide no princípio do seculo XIX.” VIDEIRA, César (1908) - Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. Empreza da História de Portugal. Lisboa. Estória do Mês - AS FONTES DE FORA NA CARTOGRAFIA ANTIGA DE CASTELO DE VIDE - outubro de 2020 21
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Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3644_III-3-36-49 Planta da praça de Castello deVide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor do desenho (planta) da nascente com a legenda: “Fonte da Carreta”.
Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM) Código: 3645-3-36-49; Castello de Vide. Antiga Cota 3643/III “Carta Ichonographica de Praça de Castello de Vide”. 1773. Engº. Raigado.
Pormenor do desenho (planta) da nascente com a legenda: “Fonte da Carreta”.
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“É tão abundante de águas que se contam no termo desta vila mais de trezentas fontes de nome. E as principais são as seguintes: a fonte da Vila, que está dentro dela com quatro bicas; a fonte do Martinho, de cantaria bem elevada e com quatro bicas; a fonte de Pero Boi, com uma bica; a fonte Nova, com duas; a fonte dos Besteiros. E a fonte da Mealhada, muito celebrada, pois dizem que à sua água é experimentado remédio contra a dor nefrítica; está extramuros para a parte de Portalegre, coisa de um tiro de espingarda da muralha; é toda ela e o mais que lhe pertence e orna de pedra de cantaria, e no meio do frontispício tem as armas desta vila, scillicet castelo cercado com uma vide.” Em Castelo de Vide, 18 de Maio de 1758. O vigário de Santa Maria, João Aires Baptista “Só há duas pequeninas povoações chamadas uma o Valador (por corrupção de Lavador, por haver aí um grande nascimento de água em que se lava a roupa desta vila) e tem 12 fogos e está da parte de cá da serra de São Miguel.” Castelo de Vide, 24 de Maio de 1758 O Prior Manuel Carrilho Gil, S. João Baptista Castelo de Vide, Portalegre - Memórias paroquiais, vol. 10, nº 222, p. 1461 a 1480.
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Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar (GEAEM). Código: 3644_III-3-36-49 Planta da praça de Castello de Vide e seus arredores / levantada em 1818 por ordem do Commandante do Real Corpo d’Engenheiros, pelo Coronel do mesmo Corpo Pedro Folque, tendo às suas ordens os Segundos Tenentes Joze Feliciano da Silva Costa e Jozé Manços de Faria ; e copiada pelo Segundo Tenente do mesmo Corpo Manoel Epifanio de Saldanha Machado.
Pormenor da localização da “Fonte Nova”.
“Além das mencionadas, há ainda muitas outras fontes disseminadas pelos arrabades da villa e seu termo. De todas ellas a mais importante é a chamada Nova, que se encontra situada á beira da estrada real de Portalegre pouco acima da Srª. da Luz. É dos nossos dias a respectiva construção (1875). Deve-se ella á generosidade de João António Mousinho Leote (…).” VIDEIRA, César (1908) – Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. Empreza da História de Portugal. Lisboa. 1ª. Edição.
Fotografia da Fonte Nova. 1970? Arquivo: Secção de Arqueologia da C.M.C.V..
Fotografia da Fonte Nova. 2005. Arquivo: Secção de Arqueologia da C.M.C.V..
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