Jornal
Boletim Informativo da Câmara Municipal • Fundado em Setembro de 1994 • Ano XXV • Número 84 • Agosto 2020 • Distribuição Gratuita • Director: Luís António Pita Ameixa
Espetacular cobertura do anfiteatro do jardim p. 6
de
Ferreira COVID-19 NO CONCELHO 4
0
(Infetados)
(Infetados)
1
Odivelas
p. 2 a 4
Alfundão
0
(Já recuperado)
(Infetados)
Figueira dos Cavaleiros Canhestros
2
(Infetados)
Peroguarda
1
(Já recuperado)
Ferreira do Alentejo
(Dados até final de Julho)
Finalmente A26 no Concelho abre ao trânsito p. 7
Universidade Popular p. 8
Colocação de marco alusivo ao Montado p. 23
2 • jornal de ferreira • AGOSTO 2020
>> Notícias
Medidas e ações na âmbito da prevenção COVID-19
F
oi estabelecido no dia 10 de março o Plano de Contingência Municipal, com base na informação então disponível, nomeadamente proveniente da Direção Geral de Saúde. No dia seguinte, 11 de março a Organização Mundial de Saúde declara situação de pandemia. A 13 de março teve lugar a Reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil, que discutiu e estabeleceu a estratégia de atuação de prevenção e combate à pandemia. No dia 18 de março foi estabelecida a Ordem de Operações de Proteção Civil, contendo a definição de locais de confinamento, a logística e o fluxograma de procedimentos. Em 8 de abril, na sequência do aparecimento do primeiro caso de infeção por coronavírus no concelho, foi declarada Situação de Alerta, impondo mais medidas de proteção, nos termos da lei de bases da proteção civil. Testes de despiste de COVID-19, têm sido realizados nomeadamente: - Aos casos suspeitos, no âmbito dos serviços de saúde; - Aos bombeiros, a pedido da câmara, pelos serviço de saúde; - A todos os funcionários e utentes dos lares de terceira idade, pelo Centro Académico de Investigação Biomédica da Universidade do Algarve, através do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e com a participação da câmara no âmbito da CIMBAL. A ação da câmara municipal, em todo este contexto da pandemia COVID-19, tem sido coordenada ao nível do Serviço Municipal de Proteção Civil e da presidência da câmara,
do qual aquele depende, com permanente interligação com as autoridades de saúde e de proteção civil. Neste quadro geral, a câmara municipal veio a tomar um conjunto de providências de que se destacam algumas: Reforço da informação à população, tendo, entre outras ações, sido enviado a todos os domicílios do concelho um folheto informativo das medidas de precaução a tomar pela população.
a eventuais necessidades de quarentena de grupos. Foram definidos e preparados os locais de receção de eventuais grupos de quarentena, nomeadamente o pavilhão de desportos e o ginásio da escola secundária, bem como nas várias freguesias. Foram definidas e preparadas instalações para acolher equipas de salvamento, nomeadamente o antigo posto da GNR de Figueira dos Cavaleiros e o Centro de Emergência Social
esgotos e de águas pluviais, em todo o concelho. Os contentores de lixo, em todo o concelho, num número aproximado de 600, foram objeto de uma campanha de lavagem e de desinfeção. Foi reforçado o stock de EPI (equipamentos de proteção individual) destinados aos funcionários municipais, nomeadamente viseiras, máscaras, luvas e fatos de proteção. Foram oferecidas 200 viseiras ao conjunto das seguin-
Ações de contacto e informação específica com grupos determinados, nomeadamente, pessoas idosas, lares de terceira idade, e, comunidades imigrantes. Disponibilização de apoios sociais à população, nomeadamente a nível de abastecimentos (farmácias, mercearias, restauração) e de apoio psicológico. Campanha de voluntariado para disponibilização de colchões e roupas, destinadas
(antigos balneários) em Ferreira. Têm vindo a ser feitas ações especiais de limpeza e desinfeção, com produto biocida adequado, em lugares determinados, nomeadamente locais públicos de maior frequência, bancos e corrimões na via pública, etc., com a participação ativa das juntas de freguesia. Também foi executada uma campanha de combate a pragas nas redes de coletores de
tes instituições do concelho: bombeiros, centro de saúde, os três lares de terceira idade, juntas de freguesia, GNR. Aos bombeiros foi ainda oferecido, 500 máscaras, sendo 450 máscaras cirúrgicas, 50 máscaras especiais FFP2, e, 1.000 pares de luvas. Nos serviços municipais foi determinado o adiamento de todas as deslocações para fora do concelho, bem como reuniões e atendimentos presenciais, por parte dos eleitos
e dos funcionários. A câmara tem vindo a reunir por teleconferência; Suspensão de todas as atividades públicas com ajuntamento de pessoas, designadamente as atividades culturais e desportivas. Nomeadamente, o Festival Giacometti, e, os Jogos Desportivos, foram anulados. A Agenda Cultural e Desportiva não se publicou nos meses de abril e maio. Suspensão do mercado mensal; Encerramento de todos os equipamentos municipais, como piscinas, biblioteca, museu, cinema, estádio, pavilhão de desportos, jardim público, etc.. Imposição de restrição do número de utentes no uso da casa mortuária, e regras de afastamento pessoal nos funerais. Encerramento dos atendimentos presenciais nos serviços municipais. Diminuição da atividade municipal a serviços mínimos, e teletrabalho nos casos possíveis. Manutenção e reforço dos serviços essenciais, nomeadamente de lixo, esgotos e água. Ao abrigo da legislação excecional, para o período da pandemia, foram contratados mais dois trabalhadores para o setor de recolha de resíduos, por quatro meses. Determinação de pagamento integral dos vencimentos e subsídio de refeição a todos os trabalhadores da câmara, mesmo quando retidos no domicílio. Suspensão da obrigatoriedade do pagamento pontual da fatura de consumos de água,
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Notícias <<
TESTES COVID 19 - Agrupamento de Escolas de Ferreira do Alentejo saneamento e resíduos, e quaisquer outros pagamentos à câmara. No âmbito escolar, a câmara tem estado a assegurar o transporte e entrega domiciliária de refeições, aos alunos dos escalões A e B, a partir da
cozinha do agrupamento de escolas que se manteve em funcionamento, Para proporcionar o ensino à distância com igualdade de oportunidades, a câmara ofereceu 35 computadores ao agrupamento de escolas,
TESTES COVID 19 em Lares
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Casos de contaminação no concelho
té ao momento, no concelho, foram registados oito casos de contaminação por coronavírus, encontrando-se os dois primeiros já recuperados e, os restantes, surgidos em 17 de julho. O município, atento à situação, esclarece através do seguinte comunicado: A câmara municipal informa que foram identificados casos de COVID-19 no nosso concelho. Até ao momento estão restritos a membros de uma família com residência em Figueira dos Cavaleiros. As autoridades de saúde e de segurança tomaram conta do caso.
Foram tomadas todas as medidas de confinamento e precaução adequadas. O serviço municipal de protecção civil está a acompanhar a situação e caso existam novos desenvolvimentos haverá logo a informação pública adequada. As pessoas estão bem e sem sintomas graves. A câmara municipal já se prontificou para todo o auxílio e faz votos de rápido restabelecimento a estes nossos concidadãos. Apela-se à população para manter a traquilidade e a vida normal, cumprindo sempre as medidas de segurança e precaução que estão indicadas.
destinados ao uso dos alunos, que não dispunham deste recurso, dos 7.°, 8.°, 9.°, 10.°, 11.°, e 12.° anos de escolaridade. A caixa de crédito agrícola mútuo associou-se a esta iniciativa, oferecendo os respetivos acessos à Internet. Em 8 de maio, na sequência do definido a nível nacional, foi proferido o primeiro despacho com medidas de desconfinamento, nomeadamente: Foram reabertos os atendimentos presenciais, ainda que com medidas de segurança especiais. Foram abertos alguns equipamentos, casos da biblioteca e arquivos municipais. Foram reabertos os locais propícios à prática de atividade fisica individual, ao ar livre, casos do ténis no Parque dos Desportos e do circuito de manutenção do Parque de Lazer da Fonte Nova. A expetativa é que, nos próximos dias e semanas, se continue a estratégia de desconfinamento, sempre em consonância com as regras nacionalmente determinadas e as determinações das autoridades de saúde.
Editorial
Por causa da pandemia COVID-19, grande parte da atividade das diversas entidades ficou impossibilitada ou gravemente comprometida. No caso do município e das freguesias isso foi muito constrangedor. Também para entidades privadas, em vários ramos de atividade, a pandemia veio dificultar, em muito, a atividade respetiva. No caso do município, foram processos administrativos e obras que atrasaram, foi o atendimento ao público que foi prejudicado, foram atividades culturais suspensas. Por exemplo, não foi possível inaugurar a cobertura do anfiteatro do jardim público de Ferreira, não foi possível realizar o Festival Giacometti presencialmente, a Universidade Popular viu as obras atrasadas e parece difícil iniciar a sua atividade. Muitas atividades culturais e desportivas foram interditas, não se realizando, por exemplo, os Jogos Desportivos e, foram comprometidos os campeonatos desportivos. As festas anuais das freguesias, que desde tempos remotos ocorrem, este ano não se realizaram. Importa manter as regras de segurança para contrariar a disseminação da pandemia. No entanto, isso tem de ser compaginado com a vida económica, cultural e social das pessoas. Assim, com todas as condicionantes e com todas as precauções, mas com espírito criativo, temos de continuar a cumprir o programa de desenvolvimento do concelho.
Luís Pita Ameixa
Presidente
Câmara distribuiu viseiras e máscaras às Instituições
A
câmara municipal de Ferreira do Alentejo, no âmbito do serviço municipal de protecção civil e das medidas de precaução contra o coronavírus, distribuiu viseiras de proteção às instituições cujos profissionais estão na linha da frente de risco de contaminação ou com necessidades especiais de protecção. Esta iniciativa decorreu graças a um processo de colaboração com a associação 'Buinho', com sede em Messejana, com a qual a câmara municipal de Ferreira do Alentejo mantem um relacionamento colaborativo. Entidades contempladas: Bombeiros Voluntários, Guarda Nacional Republicana, Centro de Saúde, Santa Casa da Misericórdia; Fundação S.
Barnabé, Associação de Bem Estar Social de Canhestros. Igualmente disponibilizadas para as juntas de freguesia e funcionários da câmara municipal. Aos bombeiros de Ferreira foram ainda distribuidas mais
500 máscaras e 1000 pares de luvas. Outras entidades colaboraram igualmente com estas instituições, na oferta de material de proteção, nomeadamente as juntas de freguesia do concelho.
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>> Notícias
Pavilhão de Desportos preparado para quarentena
A
câmara municipal de Ferreira do Alentejo, procedeu à instalação de pavimento no pavilhão de desportos, para, se necessário, receber o alojamento de grupos de pessoas em quarentena, como defesa/ precaução da pandemia do coronavírus.
Além deste pavilhão, estão identificados outros espaços, em todo o concelho, aptos para o efeito, que poderão igualmente ser utilizados em caso de necessidade. Devemos todos estar preparados, mas esperamos que estes bens nunca venham realmente a ser necessários!
Mais uma infraestrutura preparada em Figueira dos Cavaleiros
N
o âmbito do combate à covid-19 o quartel da GNR de Figueira dos Cavaleiros foi alvo de uma intervenção de recuperação e limpeza, encontrando-se agora apto a receber equipas de reforço da proteção
civil, se tal for necessário. A câmara municipal releva a pronta intervenção dos serviços e funcionários municipais e da ADTR. Uma força dos bombeiros voluntários está instalada neste quartel.
Câmara entrega computadores a alunos
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m face da pandemia covid-19, as aulas escolares passaram a decorrer à distância, em casa, utilizando a internet, e também com apoio de conteúdos transmitidos pela televisão. A câmara municipal deliberou adquirir computadores para o Agrupamento de Escolas, destinados aos alunos que frequentam os estabelecimentos de ensino do concelho e que ainda não possuiam este equipamentos. Equipamentos que foram disponibilizados, através da direção do agrupamento de escolas, aos alunos necessitados, em sistema de mero uso, durante o 3.º período lectivo. Por outro lado, e em consonância, a caixa de crédito agrícola de Ferreira do Alentejo, ofereceu a ligação à Internet e o respetivo consumo, até final do 3.º período lectivo. Atendendo ao elevado número de alunos ainda sem computador e ou Internet, os quais se concentram sobretudo nos graus mais baixos
da escolaridade, que beneficiarão de apoio pela tv, e, também, considerando so níveis de ensino mais exigentes em investigação e elaboração de trabalhos científicos, foi dada perioridade aos alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do secundário (7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º, 12.º, anos de escolaridade). A câmara municipal tem em conta as disponibilidades financeiras do município e a sua melhor gestão em prol do interesse público geral. Importa ainda referir que o Go-
verno anunciou que no próximo ano letivo 2020/2021, haverá um programa para dotar todos os alunos de computadores e acesso à internet. A Escola de Ferreira do Alentejo integra já a rede ESCXEL - Escolas de Excelência, projeto liderado pela Universidade Nova de Lisboa. Este é mais um dos motivos para fazer da nossa, a sua escola. Por isso, hoje deixamos aqui sete boas razões para matricular o seu filho/a na Escola de Ferreira do Alentejo.
Câmara Municipal garante refeições e transporte a alunos
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Câmara Municipal garante o transporte gratuito aos alunos do 11º e 12º ano que, desde o dia 18 de maio, regressaram às aulas presenciais na escola de Ferreira. De acordo com as indicações do governo e à semelhança do que aconteceu em todo o país, a escola retomou as aulas presenciais para os alunos do 11º e 12º ano garantindo todas as normas de segurança que a situação de pandemia exige. A Câmara garante o transporte destes alunos que vêm das
várias localidades do concelho, bem como refeições para os alunos do escalão A e B, as quais estão a ser garantidas desde o dia 18 de março. Es-
tas refeições, confecionadas na escola, são distribuídas, pela câmara municipal, diariamente, em casa dos alunos do concelho.
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Urbanismo <<
Requalificação urbanística junto à Igreja Matriz
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iveram inicio no dia 16 de junho as obras de requalificação da zona de estacionamento e arranjo urbanístico do espaço envolvente à igreja matriz, onde vão ser criados novos pavimentos e estacionamento em espinha. A intervenção integra o projeto de requalificação urbanística de remodelação das passadeiras para peões na Vila. Na zona frontal à igreja será implantada uma via pedonal de coexistência, com pavimento elevado, em que os
peões terão prioridade. Estas são as chamadas “zonas 30”, recentemente permitidas pelo código da estrada. Na vila de Ferreira serão, ain-
Lavagem de contentores
M
ais de 600 contentores de lixo de todo o concelho são lavados e desinfetados periodicamente. Esta campanha integra uma série de ações de higienização e desinfeção que a câmara municipal realiza por todo o concelho, como precaução contra o
Covid-19, Coronavírus. Recordamos que estas ações seguem as orientações técnicas da Direção Geral da Saúde, e são direcionadas para zonas de contacto pessoal generalizado e manuseamento, bem como para a higienização geral dos espaços públicos.
da, implantadas mais duas zonas destas, no Ferrinho de Engomar, e, na rua Zeca Afonso, frente ao centro cultural.
Praceta junto às escolas em Figueira dos Cavaleiros
E
stão a decorrer os trabalhos de requalificação da zona envolvente à Escola Básica de Figueira dos Cavaleiros. A intervenção prevê a criação de um parque de estacionamento organizado em pavimento betuminoso, com lugar de estacionamento para utilizadores com mobilidade reduzida e um acesso facilitado ao espaço escolar. Será ainda colocado mobiliário
urbano, nomeadamente bancos, papeleiras e criado um estacionamento para bicicletas. Esta requalificação vai permitir criar um espaço mais amplo e livre de obstáculos.
Igualmente está prevista uma intervenção no interior do espaço escolar com o objetivo de criar condições de acesso a pessoas com mobilidade condicionada.
Arranjo urbanístico da entrada de Santa Margarida do Sado
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ai decorrer uma intervenção de arranjo da entrada de Santa Margarida do Sado, com a implantação de ajardinamento e mobiliário urbano. Este investimento da câmara municipal criará condições de estar e disfrutar desta zona, qualificando a imagem de entrada nesta povoação.
Requalificação do Parque da Fonte Nova
O
Parque de Lazer da Fonte Nova tem novas mesas de merendas. Recorde-se que a câmara municipal tem vindo a realizar trabalhos de re-
qualificação deste espaço de modo a melhorar as condições de quem o utiliza. As novas mesas de merendas foram construídas com material reciclado.
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>> Urbanismo
Cobertura do Anfiteatro do Jardim
A
construção da enorme estrutura de ensombramento no jardim público em Ferreira do Alentejo, encontra-se concluida. A obra permite agora a realização de espetáculos musicais e outros eventos em condições muito mais aprazíveis. Os trabalhos incluiram a colocação uma estrutura tensionada e impermeável de cobertura total do anfiteatro e zona circundante, bem como um sistema de iluminação
composto por seis projetores, sendo dois destinados à iluminação do palco, dois orientados para o centro da área coberta e, os restantes, para a bancada. Além disso, foi também instalado um painel destinado a projeção multimédia no palco com 5,5 metros de largura por 4m de altura.
A
O espaço envolvente será dotado com candeeiros e alguns projetores, bem como um arranjo paisagístico.
Requalificação do parque de lazer da barragem de Odivelas
A
câmara municipal e a junta de freguesia de Odivelas promoveram uma grande intervenção de melhoramento no Parque de Lazer da Barragem de Odivelas, envolvendo a implantação de um maior número de mesas de merendas, equipamentos de
apoio como grelhadores e lava-louças, além de um arranjo geral de jardinagem e arborização. Entretanto, já tinha sido, recentemente, remodelado e modernizado o edifício de apoio e WCs. Um excelente espaço de lazer ao ar livre.
C
Requalificação no campo de futebol em Figueira
A
câmara municipal levou a efeito obras de beneficiação no campo de futebol em Figueira dos Cavaleiros, incluindo os respetivos balneários.
obra de reconstrução do murete junto ao terminal rodoviário constituiu mais uma intervenção de reabilitação urbanística há muito necessária. Neste equipamento foi também implantada nova iluminação Led, e melhorado o passeio e passadeira para peões do lado da Alameda Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Em breve, o terminal rodoviá-
rio será objeto de uma grande interverção de melhoramento e modernização.
Duplicação do parque das empresas
A
Requalificação do Estádio Municipal olocação de pala no topo Norte do estádio municipal. Foi igualmente realizado importante investimento no melhoramento do relvado. Vai ser implantado um marcador eletrónico de resultados. Vai também ser instalado um moderno bar de apoio.
Murete do Terminal Rodoviário
Está terminado o projeto de arranjos exteriores e parques de estacionamento do estádio, devendo a respetiva obra ser lançada em breve. Entretanto, está a ser elaborado projeto de balneários e demais estruturas de apoio, com o fim de concluir todo o complexo do estádio.
câmara municipal abriu concurso para obras de expansão do Parque Empresarial de Ferreira do Alentejo. O prazo de execução deste empreendimento é de 360 dias, e num valor concursado de 2.100.000 euros. Para este investimento a câmara municipal conseguiu a aprovação de financiamento dos fundos europeus. Uma ampliação que passa pela dupli-
cação do espaço existente, oferecendo assim a futuros investidores e ao concelho, um maior desenvolvimento empresarial. O Parque das Empresas ficará com mais 7,4 hectares e mais 38 lotes, o que totaliza 17 hectares e 83 lotes. O regulamento permite que os lotes possam ser anexados de modo a poder receber empresas de maior dimensão.
Piscina de Verão
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m importante melhoramento, ali efetuado, foi a instalação de toldos na esplanada da Piscina de Verão, mantendo-se o bar a funcionar com cumprimento das regras impostas pela direção geral de saúde. Por causa da pandemia COVID-19, esta piscina não vai abrir a banhos neste ano.
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Notícias <<
Finalmente a autoestrada
A
pós vários anos de espera o troço da A26 entre Santa Margarida do Sado e Malhada Velha, no concelho de Ferreira do Alentejo, abriu finalmente ao trânsito no passado dia 26 de Junho, pelas 20 horas, contando com a presença do presidente da câmara, vereadores e presidentes das freguesias de Ferreira e Figueira dos Cavaleiros. A câmara municipal congratula-se com a respetiva abertura, referindo em comunicado que a mesma representa uma importante via de comunicação para o concelho e
para a região adjacente. Por outro lado, o município está ainda empenhado a desenvolver um programa de melhoramento e conservação das estradas no concelho, incluindo caminhos rurais e municipais.
Presidente da Câmara reune com Ministra da Agricultura Em causa dois assuntos da maior importância e atualidade - Poluição das fábricas de bagaço de azeitona - Alojamento dos trabalhadores agrícolas
A
câmara municipal de Ferreira do Alentejo tem vindo a pugnar, de forma constante e persistente, para serem encontradas soluções adequadas para estes dois temas, tendo já promovido várias ações, com destaque para a promoção de análises à qualidade do ar, em Fortes, e para a aprovação de um plano de gestão de migrantes. Na sequência das reuniões com a ministra da agricultura, segundo o presidente da câmara, espera-se que seja possível encontrar soluções técnicas para resolver o problema da emissão de fumos pelas fábricas de bagaço e, igualmente,
que sejam determinadas normas de disciplina e controlo de habitabilidade para os trabalhadores agrícolas. Os responsáveis do município
reuniram também com o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e com a ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), no sentido de
ser reforçado o controlo e fiscalização dos imigrantes. Acima de tudo pretende-se assegurar a defesa do desenvolvimento económico e do
emprego, com garantia de um ambiente ecologicamente equilibrado e sadio, e condições dignas de vida e habitação.
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>> Notícias
Adesão à fatura electrónica
A
partir de agora pode receber as faturas dos serviços de água, saneamento e resíduos de forma mais fácil e cómoda, por via eletrónica. A Câmara Municipal está a promover uma campanha de adesão à fatura eletrónica, um serviço gratuito que permite
aos munícipes receber as faturas através de e-mail. A adesão à fatura eletrónica permite poupar tempo, facilitar a consulta das suas faturas e é simultaneamente uma alternativa ecológica que reduz a utilização do papel. Para aderir basta preencher
o formulário no link https:// ferreiradoalentejo.pt/fornecimento-de-agua/ ou dirigir-se ao Balcão Único. Após a adesão deixará de receber as faturas por correio normal. Faça a sua parte e contribua para a preservação ambiental.
Colocação de marco alusivo ao Montado
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oi instalado na rotunda de Canhestros um marco que sinaliza Ferreira do Alentejo como território de Montado de Sobro e Cortiça. Refira-se que Ferreira do Alentejo é um dos 27 conce-
lhos nacionais com uma mancha de Montado de Sobro superior a 15 por cento do território concelhio. O montado concentra-se sobretudo em Canhestros, Santa Margarida do Sado e Odivelas.
Construção das estruturas cemiteriais
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ncontra-se já concluída a empreitada de construção das estruturas cemiteriais no cemitério de Ferreira do Alentejo. A obra integrou a construção de dois edifícios de gavetões, compostos por 138 novos espaços de inumação; um edifício de ossário/columbário composto por 90 nichos e a requalificação do cendrário destinado à deposição de cinzas, bem como a criação
de um espaço ajardinado. O sistema de gavetões tem vindo a substituir a tradicional sepultura por esta solução mais ecológica e que confere poupança de espaço, uniformização e organização ao espaço cemiterial. A partir de agora o cemitério de Ferreira encontra-se mais qualificado e modernizado,
A
U
m comovente livro numa combinação de texto e imagem sobre o abandono, o medo e o silêncio gerado pelo covid-19. Uma obra da autoria do escritor José Jorge Letria, com mais de 60 impressionantes imagens a preto e branco do fotojornalista ferreirense Inácio Ludgero, com prefácio do compositor/músico Pedro Abrunhosa, convidado a sentar-se ao piano declamando um excerto do poema de José Jorge Letria, intitulado “A Vida Triunfa em Casa”. Uma edição Guerra e Paz com apoio da Sociedade Portuguesa de Autores, que se encontra nas bancas desde o passado dia 26 de maio e que nos leva pela história, passa-
constituindo-se como um dos poucos, a nível nacional, que dispõe de todas as valências de inumação de cadáveres sepultura temporária, sepultura perpétua em campa e em jazigo, cremação, e gavetões.
da e presente, apontando um futuro que passa pela resposta de criadores. A biblioteca municipal dispõe desta obra.
Universidade Popular
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Jardinagem e corte de ervas
câmara municipal está a colocar flores em vários espaços públicos da Vila, nomeadamente na Praça Santa Maria Madalena e Jardim Ferrinho de Engomar. Em simultâneo, procede-se a uma intervenção em toda a Sede do concelho, com limpezas, corte de ervas e jardinagem, embelezando assim estes espaços da Vila.
Um Mundo Aflito - Memórias de um tempo de ausência
ncontram-se em curso as obras para a criação da Universidade Popular, a qual irá funcionar nas salas do Centro Cultural Manuel da Fonseca em Ferreira do Alentejo. Como forma de garantir a implementação deste projeto, a autarquia apresentou uma candidatura a fundos comunitários com o objetivo de realizar obras nas salas existentes desta infraestrutura cultural, que foi aprovada. O projeto prevê a adaptação das salas
bem como a requalificação e beneficiação dos espaços. Após as obras, iniciará o funcionamento desta nova iniciativa cultural, que proporcionará formação complementar a todos os estratos da população e, deverá, também, vir a acolher cursos, com certificação, em várias áreas, prevendo-se, para o efeito, a celebração de protocolos com universidades e outros centros de formação escolar e profissional.
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Singa - uma visão universal e holística Luís Pita Ameixa
O
nome ‘Singa’ diz muito aos ferreirenses. Por transmissão de geração em geração, que se perde no breu dos tempos, todos aprendemos que é aí que está a nossa raiz, a origem de Ferreira. Singa, uma cidade importante e antiga, com o seu castelo de nove torres, que os invasores quiseram tomar, mas que foi rijamente defendida pelos seus habitantes, destacando-se, nessa luta defensiva, uma mulher, utilizando as armas que tinha à mão – as ferramentas de ferreiro. Ela seria a mulher de um ferreiro, ou exerceria mesmo esse ofício. Não se encontraram, até agora, evidências históricas, factuais, desta narrativa. Mas, é certo, a simbologia de Ferreira, há muito que ostenta a figura da mulher ferreira, com os malhos na mão, ao lado do castelo. Júlio de Vilhena, nos seus estudos sobre Ferreira, em 4 volumes, publicados pela câmara, a partir de 2003, informa que, já em 1708, Carvalho da Costa, na sua obra “Corografia Portugueza” referiu a existência daquela tradição e contou-a. Carvalho da Costa, transcrito por Vilhena, aduz ainda, expressamente, que “… são as armas desta Villa huma veneranda mulher com hum capello até aos pés, & dois malhos nas mãos...”. Mais tarde, em 1798, Joaquim Viterbo, em “Elucidário das Palavras”, também citado por Vilhena, insiste na mesma ideia, escrevendo que Ferreira: “… desde tempo immemorial tem por Armas ou Brazão huma Matrona com dois malhos, ou martellos de ferreiro nas mãos.”. Diversos outros autores descrevem esta narrativa, e
A descrição heráldica tem ainda outros aspetos equívocos, nomeadamente acerca das cores, parecendo ter havido confusão entre o preto verde, e, o prata e verde. Também a cor das espigas carece de
ligam-na à descrição heráldica do brasão de Ferreira, e, há, mesmo, quem acrescente mais, como Pinho Leal, no seu “Portugal Antigo e Moderno”, que refere o seguinte: “Proximo à villa ha vestigios de uma povoação, que, segundo alguns escriptores, foi a cidade romana chamada Singa, na qual se fez celebre
reiro, homem. Desde logo na descrição heráldica oficial, que consta da Portaria n.º 8477, de 2 de julho de 1936, que aprovou a bandeira, armas e selo do município (Diário da Governo,
Fig. 1: Brasão, na versão oficial, aprovado pela Portaria de 1936
Fig. 2: Representações antigas do Brasão de Ferreira – a mulher ferreira
uma lusitana, defendendo heroicamente a porta do castello contra os godos, com um malho na mão/ outros dizem com dois, um em cada mão/ no anno 405 de Jesus Christo. Em memória deste facto tem a villa por armas uma mulher com um malho em cada mão.” Acrescentando que, em “...1770 ainda se viam junto à villa/ a E./ restos de edifícios em uma extensão de trez kilometros. Julga-se que esta cidade foi destruída pelos godos por causa da sua tenaz resistência”. Estas citações encontram-se em Júlio de Vilhena, o qual, pela sua parte, vinca a ausência de factos sobre a cidade de Singa, mostrando-se pouco crédulo sobre a narrativa, que classifica como “asseveração andarina”, querendo, com isso, dizer que se trata de uma versão que resulta do andar de boca em boca. Porém, a figura simbólica da mulher ferreira, parece ter sido, às vezes, desvirtuada. Em certas versões do brasão aparece a imagem de um fer-
I série, n.º 153, daquela data). Esta simbologia foi caraterizada a partir de um parecer da comissão de heráldica da associação dos arqueólogos portugueses, relatado por Afono Dornelas, que refere, exatamente “um ferreiro”, com um martelo e uma tenaz nas mãos, e que foi aprovada em reunião da câmara municipal, presidida por Nabor Rodrigues, no dia 21 de agosto de 1935. (Fig. 1) Este parecer de Afonso Dornelas é muito discutível. Ele invoca literatura e algumas informações antigas, que apontam – todas! - o brasão de armas com a mulher ferreira, e ligando-a à narrativa da defensora de Singa, mas, depois, apenas com base na sua observação visual do selo antigo, conclui que deve ser um homem a figurar no brasão, afirmando, sem mais nem menos, que o ferreiro foi tomado por uma mulher. Há, portanto, falta de fundamento, e uma conclusão tirada ao arrepio das informações históricas descritas nos documentos.
clarificação, porque seriam verdes. Na verdade, numa represen-
“Ferreira do Alentejo”, mas apenas “Ferreira”. Mais representações que podemos encontrar do brasão são, por exemplo, o antigo selo da câmara, de data antiga e não apurada, mas com uma descrição no século XVIII, e que lhe chama “Ferreira d’Beja”, vendo-se a imagem do que pode ser, realmente, uma mulher, com malho e bigorna. (Fig. 3) A Fonte Velha (1874), também ostenta um brasão em que, curiosamente, a ferreira (ou ferreiro?), volta a aparecer em posição de trabalho sobre a bigorna. (Fig. 4) Parece que só nestes dois casos - o selo antigo da câmara, e, a iconografia da Fonte Velha – aparece a figura da mulher com o malho a trabalhar sobre a bigorna. No edifício da biblioteca, antigo palacete familiar, onde viria depois a funcionar a câmara, até 1960, e depois o tribunal,
Fig. 3: Selo antigo da câmara de Ferreira tação bem anterior, de 1860, o que aparece é a mulher ferreira, com os dois malhos nas mãos. (Fig. 2) A imagem da esquerda, a par de uma descrição da vila, história e arredores de Ferreira, consta das páginas, 172 e 173, do volume I, da obra “As Cidades e Villas da Monarchia Portugueza Que Teem Brasão d’Armas”, da autoria de, Ignacio de Vilhena Barbosa, publicada, em Lisboa, em 1860. Nesta publicação, note-se, não aparecia ainda o nome
Fig. 4: Frontaria da Fonte Velha notário e registos, até 1998, lá está a ferreira, mulher, aqui com os dois malhos ao alto, com a data de 1879. (Fig. 5) Recentemente, em 2016, foi imposta no urbanismo da vila a estátua da ferreira, uma mulher com dois malhos nas (Continua na pág. 10) >
10 • jornal de ferreira • AGOSTO 2020 > (Continuação da pág. 9)
mãos, e, em 2017, repetida, em tamanho maior, na rotunda norte de Ferreira, num trabalho do escultor ferreirense, Francisco Rato. A segunda versão parece ter ganho em altivez destemida e guerreira! (Fig. 9) A verdade é que, esta narrativa, e esta ideia de raiz de Ferreira em Singa, da mulher ferreira que defende as portas da cidade, ligou o imaginário de
Fig. 5: Janela do primeiro andar onde é hoje a biblioteca de Ferreira
Fig. 6: A mulher ferreira, com malho e tenaz, na fachada do antigo posto da polícia de segurança pública (PSP) sucessivas gerações de ferreirenses ao longo de séculos. Hoje em dia, como no passado, faz parte da consciência popular, e será até dos mais profundos fatores da alma coletiva ferreirense. Basta atentar como o nome Singa funciona como marca institucional profusa e espontaneamente usada pela população: desde o caso paradigmático da emissora de rádio local, a Rádio Singa, até oficinas, farmácias, casas comerciais diversas, nomes de bairro, consultórios, etc..
Fig. 7: nos edifícios escolares
Fig. 8: No estandarte antigo, séc. XVII / XVIII Portanto, entre nós, ferreirenses, de hoje e do passado, Singa foi, e é, uma matriz de naturalidade e um traço de união. A nosso ver, o brasão de armas oficial devia representar uma ferreira, mulher, pois a reminiscência histórica e cultural é essa. E ligando à história da defensora da cidade aparece como mais relevante empunhar os dois malhos nas mãos, em atitude de combate, do que a singela tenaz e martelo do trabalho naquele ofício. E é muito profunda e significativa.
Uma narrativa que é do povo, pois se vem transmitindo oralmente por gerações sucessivas. Que outras populações se podem, como nós, ancorar assim num ícone coletivo ancestral e perene? A lenda de Singa é, talvez, a nossa maior raiz identitária imaterial, uma argamassa cultural, consensual e geral e, como tal, deve ter tradução na simbologia caraterizadora da povoação e do território. Não interessa se é mito ou lenda, pois pode - como tal! - sustentar um elevado valor identificador. E, efetivamente, assim é! Portanto, o brasão de armas oficial devia representar uma ferreira, mulher. E, ligando à história da defensora da cidade, aparece como mais relevante empunhar os dois malhos nas mãos, em atitude de combate, do que a singela tenaz e martelo do mero trabalho naquele ofício. 2. Curioso é saber que o nome Singa existe por esse mundo fora, com ligação a outras realidades, e, nomeadamente, a duas cidades, relativamente importantes, que ostentam esta designação. 2.1. A cidade de Singa, com cerca de 3.100 habitantes, é capital de um município andino interior, na cota dos 3.600 metros de altitude, no Perú, na américa do sul, faz parte da província de Huamaliés, região de Huánuco, e fica a norte de Lima, a capital do país. Singa, tem importantes estações arqueológicas, como a
Fig. 9: A estátua de 2016 na avenida Humberto Delgado, e a de 2017 na rotunda norte
Fig. 10: Mapa de localização da cidade de Singa na américa do sul pré-inca, denominada Huata, e pinturas rupestres. A população é essencialmente agrícola e pastoril. Há quem diga que o nome pode derivar da palavra nariz, que se diz senga, na língua da etnia local dominante, os Quechua, mas isso é só uma hipótese. A dança dos Huancas de Singa, tem um importante valor cultural, e foi declarada património da nação peruana, em 2018. 2.2. Noutra parte do mundo, completamente diferente, fica a cidade de Singa, no Sudão. Em África, ao norte, já no alto Nilo, no território do antigo e histórico reino de Núbia (alto Egito), que, modernamente, acabou dividido entre o Egito e o Sudão, após a descolonização inglesa, nos anos 50 do século XX.
Situada a 360 quilómetros a sul da capital do país, Cartum, e não longe da Etiópia e do mar vermelho, e, em contraste com sua homónima do Perú, a Singa sudanesa fica mais baixa, à cota de 439 metros acima do nível do mar. A cidade de Singa é já uma grande cidade, com os seus cerca de 260 mil habitantes, e é a capital do estado sudanês de Senar, que conta um milhão e quatrocentos mil habitantes. Aqui estamos em pleno mundo árabe, emerso, atualmente, em forte instabilidade política e bélica. Entre as suas atividades económicas é apontada a produção de goma arábica, e frutas, como banana e manga. Arqueologicamente, é importantíssima a descoberta de um fóssil humano de “homo sapiens”, com mais de 130 mil
Fig. 11: Cidade de Singa (Perú): Praça com a igreja ao fundo e dança dos huancas
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anos, que está em Londres, no museu britânico, e é conhecido justamente como “o crânio de Singa”. 3. O nome Singa, é muito popular na Ásia porque está ligado à mitologia cultural.
lásia, SingaPura é um dos estados do mundo mais pequeno em território, contudo o segundo maior em densidade populacional (7.550 habitantes por quilómetro quadrado).
Fig. 14: Ícone da cidade, o leão (singa), aqui com corpo de peixe, denominado o Merlion
Fig. 12: A cidade de Singa, que fica no Sueste do Sudão Em Sânscrito, a palavra ‘singa’ significa leão. Daí o nome da cidade de Singapura, que que dizer cidade do leão (a palavra ‘pura’ significa cidade).
o Perú 6,5 dólares por pessoa; e, o Sudão 2,0 dólares por pessoa. 4. É possível que o nome Singa, esteja ainda utilizado em outras localidades, sobretudo devido à sua conotação
Economicamente, está no 9.º lugar dos países mais desenvolvidos do mundo, segundo o índice de desenvolvimento humano da ONU. Veja-se, por comparação,
da o nome ‘Singa’ ligado a outras realidades, tais como: 6.1. Singa Gracilis - Uma espécie de aranha existente nas américas (argiope argentata, aranha de prata); 6.2. Singa – Uma associação francesa de apoio aos migrantes;
Fig. 16: Aranha Singa 6.3. Singa – Uma organização de eventos musicais da Finlândia. Curiosamente, em Ferreira, temos também uma empresa de produção de espetáculos denominada “Singa Sons”. 6.4. Singa – Um artista musical.
Fig. 17: Uma nova forma de mudar o mundo
Fig. 15: Um Singa da Indonésia (povo Batak)
Fig. 13: O “crânio de Singa” foi descoberto em 1924, quando o território se encontrava sob domínio britânico Singa Pura, Singapura, é uma grande capital económica, com quase seis milhões de habitantes, numa área de 716 quilómetros quadrados, isto é, um Estado praticamente do tamanho do concelho de Ferreira do Alentejo, que tem cerca de 650 quilómetros quadrados. Situada na península da Ma-
que Portugal está no 40.º lugar, o Perú no 82.º, e o Sudão no 168.º, num total de 189 países considerados. Em termos económicos, segundo a lista da ONU do PIB nominal per capita, isto é, da produção de riqueza por habitante, Singapura apresenta 55,9 dólares por pessoa; Portugal 22,1 dólares por pessoa;
com a figura forte do leão, mas, a haver, poderão ser pequenos aldeamentos, como, por exemplo, parece encontrar-se nos confins do Gana e, talvez, na Guiné. 5. O nome Singa, é, ainda, usado noutras realidades, sendo a mais relevante na Indonésia, onde uma figura chamada Singa é algo deusificada e usada como elemento para espantar o mal. Na Sumatra, mesmo ao lado de Singapura, em geral, todas as casas têm o seu Singa, para proteção dos moradores. 6. Finalmente, e apenas como curiosidade, encontra-se ain-
Fig. 18: Espetáculo numa praça em Helsínquia
Fig. 19: Um raper de Mem Martins
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O b r a s
e
A c o
>> Obras de melhoramento em caminhos rurais do Concelho >> A câmara municipal procedeu a vários melhoramentos urbanos em Figueira dos Cavaleiros
>> Aquisição de nova unidade de ar condicionado no edifício da biblioteca municipal
>> Jardinagem
>> Vasta ação de desinfeções em espaços públicos, em todas as localidades do concelho, coordenada pela câmara municipal e juntas de freguesia
>> Manutenção de lagos
>> Campanha de caiação em Aldeia de Ruins
>> Trabalhos de recuperação da cobertura e telhado da igreja de Aldeia de Ruins
>> Colocação de marcador eletrónico no ginásio da escola
>> Trabalhos de desratização e desbaratização na rede de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais. Uma campanha para garantir condições de higiene e salubridade no concelho
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n t e c i m e n t o s
>>A zona de lazer da barragem de Odivelas está renovada e melhorada com a colocação de mais mesas de merendas, assadores e limpeza de toda a área
>>Investimento na relva e pala do Estádio Municipal
>> A câmara municipal levou a efeito obras para colocação de passadeiras construidas em toda a Vila
>>Obras de recuperação da capela do calvário, em Ferreira do Alentejo
>> Cemitério - Zona nova com gavetões e ossários >> Dispensadores para dejetos caninos
>> O estaleiro, armazém e o serviço de logística e tráfego da câmara municipal, diariamente utilizados pelos trabalhadores, foram alvo de intervenções necessárias
>> Iluminação LED em ruas e locais da Vila
>>Colocação de rampa na casa mortuária em Ferreira do Alentejo
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>> Cultura
Um Maestro e Pianista Ferreirense
É
sempre com orgulho que registamos Ferreirenses que de uma forma ou de outra se destacam nas mais diversas esferas sociais. Valter Alexandre Beijinha Fralda, é maestro, pianista, nasceu na aldeia de Peroguarda no concelho de Ferreira do Alentejo em 1984. Estudou piano sob a orientação de Mauro Dilema (Itália), Patrizia Giliberti (Itália) e Paulo Álvares (Brasil). Como artista, tem uma preferência especial por composições para piano escritas entre 1700-1832 de compositores portugueses. No campo da música coral, concentra-se principalmente nas composições corais, modernas e contemporâneas. Ao longo de sua carreira, vem desenvolvendo uma grande variedade de performances e, como pianista de música de câmara, entre outros, juntou-se a um Contemporary Mu-
sic Ensemble, conduzido pelo famoso maestro e tutor britânico Christopher Bochmann, tocando as composições anteriores e também arranjos de compositores modernos (por exemplo, Dallapiccola, Webern e outros). Ao mesmo tempo, tocou alguns autores franceses para flauta e piano, uma transmissão ao vivo para a Antena 2 em 2012. Lançou algumas composições portuguesas para oboé e piano de Eurico Carrapatoso e Nuno Corte- Real e apresentou uma variedade de estilos com seu colega clarinetista. Alain Rosa (Portugal). Atualmente, realiza uma dupla de música de câmara vocal com o barítono romeno Gherghe Palcu, com foco em alemão Lieder, ópera e música francesa. Em 2014, no âmbito do programa Erasmus + Masters, ganhou uma bolsa de estudos assistente durante sete meses no University College
Cork - Music, no qual era responsável pelas aulas de piano e acompanhamento. Atente-se, que ser um acompanhante, também é uma de suas características mais fortes. Acompanha coros académicos, comunitários e profissionais desde 2003, juntando-se também a algumas produções orquestrais sob o maestro Ferreirense - Luis Clemente (Portugal), Roberto Pérez (Argentina) Christopher Bochmann (Reino Unido) e coral acompanhando Neil Ferris (Reino Unido), Georg Grun
(Alemanha), Bernie Sherlock (Irlanda), Hermia Schlichtmann (Alemanha), Neil Ferris (Reino Unido) e Gonçalo Lourenço (Portugal). Além de estudar piano, Valter Fralda está desenvolvendo a arte da regência coral. Frequentou Masterclasses guiados por Gonçalo Lourenço, Yan Mikirtumov (Rússia), Kodo Yamagishi (Japão) e Bernie Sherlock. Em 2017, participou num se-
minário com Eric Whitacre no Limerick Sings Festival. Após quatro anos com o célebre coro de vozes masculino da cidade de Cork, decidiu abraçar um novo desafio fundando o Cork Contemporary Choir (2018), direcionando a atenção do coro para as composições dos séculos XX e XXI. O Jornal de Ferreira deseja-lhe os maiores êxitos para esta sua brilhante carreira musical.
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Cultura <<
O Cante de Ferreira deslumbrou na República Checa
N
o dia 9 de janeiro passado o Grupo Coral “Os Boinas”, de Ferreira do Alentejo, encerrou, a apresentação da 16º edição do Festival “Terras Sem Sombra”, em Praga. Para uma melhor descrição do evento fazemos questão de incluir parte do texto da autoria de Maria João Costa, Jornalista da Rádio Renascença, que embarcou no mesmo avião e acompanhou o grupo até à sua atuação naquele país.
“Fez-se silêncio para ouvir o Cante Alentejano em Praga. A viagem prometia. Ainda não tínhamos embarcado no avião e já se ouvia Cante Alentejano no aeroporto. Depois, a bordo do A-320 da TAP que fez a ligação Lisboa-Praga, passageiros e tripulação foram surpreendidos por mais uma atuação espontânea, quando sobrevoavam Paris. Mas o palco estava à espera no destino, em Praga. Era para a cidade checa que o Grupo Coral Os Boinas, de Ferreira do Alentejo, tinha prevista a participação, na apresentação do Festival Terras Sem Sombra, que na sua 16ª edição tem como país convidado
a terra do compositor Anton Djovak. No Convento de Santa Inês da Boémia, do estilo gótico, com tradução simultânea, foi dada a conhecer a programação do festival que decorre a partir de 18 de janeiro em 13 concelhos de quatro distritos do Alentejo. “A República Checa desemboca com toda a sua energia no território do Alentejo, traz uma programação de altíssima qualidade que traça uma panorâmica da música checa” explicou José António Falcão na apresentação. A seu lado
estiveram a vice-ministra da cultura checa, o diretor artístico do festival Juan Ángel del Campo e o novo embaixador de Portugal na República Checa. Para o diplomata Luís de Almeida Sampaio o festival e o evento de apresentação, preparado em grande parte pela sua antecessora, são “um ato diplomático de primeira grandeza.” As palavras do embaixador surgiram depois da plateia ter ficado rendida ao Cante Alentejano do Grupo Coral Os Boinas.
De capotes alentejanos vestidos e boinas na cabeça, o grupo tomou o palco no final da apresentação do festival. Começaram por cantar um tema dedicado à sua terra, Ferreira do Alentejo, que o autarca local, Pita Ameixa –também presente na cerimónia – diz que “já se tornou num hino” da cidade. À Renascença, Fernando Candeias, uma das vozes de “Os Boinas” manifesta-se orgulhoso da atuação e confessa ficar emocionado “quando as pessoas vêm dizer que senti-
ram, aqui em Praga, o campo do Alentejo”. Ao seu lado, está o pequeno Afonso Pancada, de capote e boina. Conta-nos que tem 12 anos. “Está desde os sete anos” no Grupo Coral onde também o pai participa. Não foi, porém, o pai quem obrigou Afonso a participar no Grupo de Cante Alentejano, o jovem confirma que foi ele que quis. Quando lhe perguntamos o que transmite quando canta, afirma: “alegria, conforto, exprime os nossos sentimentos na música e faz bem às pessoas.” Património imaterial classificado pela UNESCO, o Cante Alentejano tem somado seguidores e o Grupo Coral “Os Boinas” é exemplo disso. Com 30 elementos, o conjunto tem diversos jovens que abraçam esta arte que veio a Praga dar-se a conhecer.”
Nota da redação: Recorde-se também aqui os reconhecidos sucessos dos grupos corais “Os Trabalhadores de Ferreira do Alentejo” e “Os Rurais de Figueira dos Cavaleiros no Festival em Zagreb nos anos 70.
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>> Cultura
D
Festival Giacometi 2020
epois de ser substituído pela incerteza causada pela pandemia covid-19, eis que surge um formato bem diferente do Festival Giacometti. Sob a orientação de Helena Inverno, a equipa coordenadora do evento proporcionou, desta vez, um festival diferente, mas interessante de acompanhar. Um festival imbuído do mesmo propósito existente nas anteriores edições, indo, igualmente, ao encontro das tradicionais raizes culturais, transmitidas agora através de emissões radiofónicas da estação local - Rádio SINGA e via INTERNET. Pela primeira vez, entre outros interessantes temas abordados, tivemos oportunidade de escutar o cante alentejano interpretado por um grupo de franceses, em língua portuguesa, numa gravação cuja sonoridade e entoação, mereceram a admiração e elogios dos ouvintes, sugerindo-se inclusive, uma possível atuação presencial do grupo, na próxima edição do festival. O evento integrou outras atuações em video com Rosalía Mowgli, que partilhou o seu processo criativo da canção
“Mensajen de una Morsa”. Uma canção que liga várias crianças e agrupamentos escolares em torno do Projecto Iberoamericano - SOS morsa”, bem como vídeos inédi-
tos de Marta Pereira da Costa e de Dine Doneff & Maria Dafka e, ainda, à noite, convidados surpresa como Rita Só, Ricci Simons, 4lquimista e Candy Diaz.
Espetáculo Drive In
O
Parque de Exposições e Feiras de Ferreira do Alentejo recebeu no passado dia 16 de julho a primeira sessão de cinema em formato drive in, com o filme “O MILAGRE DA CELA 7”. O evento promovido pela Câmara Municipal foi um sucesso e permitiu a visualização do filme com a máxi-
ma segurança. Aproveitando a segurança que oferece este modelo, com as pessoas confinadas dentro dos automóveis, seguiu-se no dia 25 de Julho um grande
espetáculo de Fado, comemorativo do centenário de Amália Rodrigues. No dia 8 de Agosto haverá identico espetáculo com artistas locais.
Durante todo o mês de junho houve ainda lugar a outros lançamentos de vídeos e audios que enriqueceram esta edição do Festival. No próximo ano esperamos poder
contar com uma maior liberdade de ação e animação pelas ruas do concelho.
Carlos Viegas
Museu com selo Clean & Safe
O
Museu Municipal de Ferreira do Alentejo reabriu no dia 18 de Maio e dispõe do selo CLEAN & SAFE, para distinguir as instituições do setor do Património que cumprem as recomendações da Direção-Geral da Saúde para evitar a contaminação dos espaços com o novo coronavírus (orientação nº 28/20220).
Este reconhecimento identifica estes como locais seguros, que respeitam todos os requisitos de segurança definidos pela DGS, estando assim perfeitamente habilitados para a receção de visitantes.
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O trânsito em Ferreira José Augusto Oliveira
A
nossa vila tem, na sua maioria, como sabemos, e em grande parte do seu território, características de uma povoação antiga, com as suas pictorescas e estreitas vielas e muitas vezes sem passeios, que nos chegaram desde o tempo em que se usavam carroças e charretes puxados por animais. Nada disso é defeito mas sim feitio, só há que saber viver com isso e adaptar o trânsito dos tempos modernos às características da nossa vila. Os nossos conterrâneos, embora circulem com à-vontade quando circulam nos centros cosmopolitas do nosso país, esquecessem de transportar e adaptar essa habilidade quando circulam em Ferreira, pois provavelmente, demora algum tempo a vencer a inércia local. Referem-se alguns exemplos de seguida: - Hábito de buzinar como formar de chamar a família e amigos com que se pretendem encontrar, esquecendo que com isso se pode incomodar os vizinhos daqueles a quem pretendem chamar a atenção, esquecendo que com pouco mais esforço e eficácia se pode bater à porta ou telefonar. - Manter o motor da viatura a trabalhar, a horas de silêncio,
só para dar mais um dedo de conversa. Esquecendo que com isso, e sem se aperceberem, o volume de voz aumenta, os cães ladram, as crianças choramingam, os adultos resmungam e o combustível se consome. - Muitos dos condutores que circulam nas estradas de Ferreira, utilizam indevida e regularmente, faróis de nevoeiro, em noites estreladas e por vezes de lua cheia, sem se preocuparem com o encandeamento dos condutores que circulam em sentido contrário. - Velocidades inapropriadas devido à dimensão das ruas. - Estacionamento escasso. Sem que isso seja, claramente, culpa dos habitantes locais. É claro que após o que antes foi dito, as regras de trânsito, perdem alguma importância, se for usado bom senso, mas que elas existem... Segundo o Dec. Lei nº 2/98 (que poderá ter sofrido algumas alterações de pormenor): Passeio – superfície de via pública, em geral sobrelevada, especialmente dedicada ao trânsito de peões e que ladeia a faixa de rodagem (artigo 1º alínea n). Sinais de pré-sinalização – indicam os destinos de saída de uma intersecção, completados ou não com indicações
sobre o itinerário (artigo 36º). O condutor deve regular a velocidade de modo que, atendendo às características do estado da via e do veículo, à carga transportada, às condições meteorológicas ou ambientais, à intensidade do trânsito e a quaisquer circunstâncias, possa, em condições de segurança, executar manobras... (artigo 24º nº1). Sinais sonoros – só permitidos em caso de perigo iminente e fora das localidades... (artigo 21º, nº 2 alíneas a e b). Ao estacionar o veículo, o condutor deve deixar intervalos indispensáveis à saída de outros veículos, à ocupação de espaços vagos e ao fácil acesso aos prédios... (artigo 48º, nº 5). Como conclusão, poder-se-iam deixar algumas ideias para em conjunto ponderarmos, e lembrar no dia-a-dia os nossos concidadãos de alguns princípios que podem melhorar a nossa convivência: - Como sinalizar a não utilização do uso da buzina e evitar ruídos nos nossos bairros? - Como lembrar os aceleras, que crianças, idosos e todos os que se sentem desprotegidos, mesmo animais, pela inexistência de passeios ou bermas. Com sinais limitadores de velocidade, lombas ou qualquer outra solução?
- Como orientar os forasteiros a orientarem-se no labirinto da nossa vila. Com sinais de pré-sinalização, aplicáveis à largura das nossas ruas? Em alguns casos são espinhas dorsais da nossa vila. - Como começar a pensar o estacionamento que descaracteriza o tipicismo das nossas vielas, será que entre outras soluções, está a possibilidade, por alguns pensada, em utilizar alguns espaços devolutos (e ninhos de pragas), de dimensões suficientes e de arquitectura desinteressante, para esse fim, entre outras soluções viáveis? Em tom de curiosidade e a propósito dos aceleras, era interessante mencionar um pequeno trecho de um livro escrito por Rainer Daehnhardt, “Homens, Espadas e Tomates” do Editor Zéfiro, a propósito dos portugueses: “ A nossa identidade está ligada às acções dos nossos antepassados como os anéis de crescimento anual dentro do tronco de uma árvore! Raras vezes damos conta disso, mas tanto as acções posi-
tivas como outras criticáveis, tornam-se mais ou menos compreensíveis por derivarem de comportamentos ancestrais. Tanta vez me lembro disso mesmo quando vejo automobilistas entrarem, sem a mínima precaução, para dentro de um cruzamento, para depois se “desencascarem” com seja qual for a situação que encontrem! O saltar para o meio da moirama, sem plano, nem grandes possibilidades de sobrevivência, para “dar Santiago neles” até dizer chega e sair gloriosamente, com a cara mais serena do mundo, como se um simples passeio se tivesse tratado, é uma atitude, no mínimo, insensata, mas é também um desafio ao Heroísmo (tangente à loucura), que ainda hoje reconheço na nossa forma de conduzir.” O presente artigo, não tem a pretensão de educar ninguém nem o autor tem autoridade moral ou técnica de Educar seja quem for. Trata-se unicamente da pretensão em praticar um acto de cidadania.
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Os quis da prima Arsélia António Espadinha
P
assara a viver na sede do concelho, para iniciar os meus estudos secundários no colégio Nun’Álvares. As primeiras aulas de Francês constituíram para mim uma verdadeira novidade e tornaram-me orgulhoso pela aprendizagem daquele novo saber. Com ternura maternal, a Dr.ª Lúcia, a nossa professora de Francês, fazia descobrir amorosamente aos seus jovens alunos a doçura e encanto dos primeiros conhecimentos da famosa Língua. Com que saudade recordo hoje essa afetuosa professora! E quantos docentes do colégio foram os obreiros da minha instrução e cultura! Lembro o Padre José de Alcobia e o Dr. Trindade Simões, fundadores desse estabelecimento de ensino, em Ferreira do Alentejo, que, no início da década de cinquenta, do século XX, deram a várias gerações de jovens do concelho a possibilidade de realizarem os seus estudos no ensino secundário. O primeiro transmitiu-me a paixão pela Língua Portuguesa e pela História de Portugal; o segundo abriu-me a porta para o inestimável conhecimento das Ciências da Natureza. Que dívida de gratidão guardo para com esses professores! Mas, na verdade, o Francês
fascinava-me. Chegava mesmo a “dar lições” a minha tia, em casa de quem me hospedara, sobre as curiosas particularidades da Língua de Victor Hugo. Um dia expliquei-lhe até, com muito pouco sucesso, as diferenças entre o uso do que e do qui na Língua Francesa. Por essa altura vivia em Ferreira do Alentejo uma prima da nossa família que a minha tia visitava com alguma regularidade. A prima Arsélia era uma senhora de meia-idade, oriunda do interior do mundo rural, que, apesar da pouca instrução, era dotada de uma grande simpatia pessoal. Tinha estatura baixa e era ligeiramente gorda. Penteava o cabelo curto e escuro em duas marrafas iguais, separadas por uma risca bem definida no meio da cabeça. Sofria de acentuada miopia, o que a obrigava ao uso de óculos com lentes excecionalmente grossas. Costumávamos visitá-la pelo serão e era eu que acompanhava sempre a minha tia nessas deslocações. No final de uma das visitas, já no regresso a casa, referi a minha tia que, afinal, a prima Arsélia também sabia Francês, já que, na sua linguagem corrente, usava com frequência o qui. Incrédula, a minha tia
respondeu-me que nem Português ela sabia muito bem, quanto mais Francês. Mas a continuidade das visitas fez com que a minha tia apurasse o ouvido e descobrisse que efetivamente a nossa prima usava sempre o qui, em vez do que. Em visitas posteriores, logo que ela proferia um qui, eu e minha tia trocávamos um olhar de cumplicidade que, rapidamente, se convertia em galhofa. A prima Arsélia não entendia o porquê dos nossos risos e, em cada visita, a situação foi-se agravando progressivamente. No final de um dos serões, quando regressávamos a casa, numa serena e tépida noite de primavera, contei a minha tia que a prima Arsélia, daquela vez, tinha dito trinta e dois quis. A minha tia não conseguiu reprimir uma enorme gargalhada, que quebrou o silêncio das ruas já adormecidas da vila. Depois disse-me que eu tinha que acabar com aquela pouca vergonha porque a prima Arsélia, com muita razão, iria desconfiar que fazíamos troça dela. Mas, cada vez que nos deslocávamos a casa da pobre senhora, quando esta abria a porta, deparava já com a inusitada risota de quem se preparava para ouvir os famigerados quis.
Era costume da prima Arsélia servir às visitas, durante o serão, um aromático e delicioso chá, acompanhado de bolachas, tudo intercalado pelos quis, que nos iam provocando o riso. A determinada altura, ela perguntava: - Mas porqui riem tanto? Era o fim. Com a incontida força do riso, as bolachas e o chá, já nas nossas bocas, eram violentamente expelidos para cima da alva toalha da dona da casa, ante a sua perplexidade. A minha tia fazia um enorme esforço para se justificar e dizia: - Desculpe, prima, são coisas do meu sobrinho… E assim me tornei responsável pelo cancelamento das visitas à prima Arsélia. “Dei a volta ao mundo, dei a volta à vida”(a) e, três décadas depois, por razões profissionais, regresso a Ferreira do Alentejo. Como tudo estava diferente! A maior parte das pessoas mais velhas, que me eram próximas, tinha já morrido e quase todos os amigos da minha juventude haviam partido em busca dos seus diversos destinos.
Numa tarde de outono, com as árvores da vila a despirem-se das folhas amarelecidas, necessito de procurar um médico amigo, para resolver uma incómoda situação febril. Um doce chilrear de pássaros, que procuravam o seu habitual abrigo ao anoitecer, repercutia-se no largo ajardinado, que me era tão familiar. De repente, descubro o prédio onde morara a prima Arsélia. A porta e a estrutura da casa em nada condiziam com as do passado. Perguntei-me sobre quem a habitaria. Depois, ali recordei, quase cinematograficamente, os episódios dos quis que, na altura, tanto me divertiram. Senti, então, que nos meus olhos estavam a nascer duas lágrimas. Fiquei na dúvida se eram causadas pelo meu estado febril, se refletiam ainda a lembrança da hilaridade provocada pelos quis da prima Arsélia ou se traduziam, afinal, um sentimento de profunda e pungente saudade.
(a) Verso do poema “Regresso ao Lar”, da obra “Os Simples”, de Guerra Junqueiro.
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O Combatente Português “Combatente amargurado ergue alto o teu pendão de militar do passado por ainda recordado por tão nobre coração.” António Perestrello Manuel Pereira
O
XXII Governo Constitucional, com a inclusão da Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, restitui, uma vez mais, as esperanças aos Combatentes Portugueses. Recorda-se que desde 2002 não existia uma Secretaria de Estado dos Antigos Combatentes. A história dos combatentes portugueses começa a escrever-se, com maior acutilância, no ano de 1917, quando as primeiras tropas portuguesas, do Corpo Expedicionário Português (CEP), foram envidas para as terras de França. Na altura a europa estava mergulhada numa tenebrosa guerra que viria a estender-se aos territórios colonias: A I Guerra Mundial. “A guerra”, como era denominado, o primeiro grande conflito armado à escala mundial, antes da Segunda Guerra Mundial, teve consequências socioeconómicas profundas. Nela tombaram, em combate, cerca de 10 milhões de soldados e outros 21 milhões ficaram feridos. Nesta barbárie, perderam a vida cerca de 13 milhões de civis. Só na europa, entre os anos de 1914 e 1918, foram mobilizados sessenta milhões de soldados. Destes, oito milhões foram mortos, sete milhões foram incapacitados, de maneira permanente, e quinze milhões ficaram gravemente feridos. Morreram 6 milhões de civis europeus durante este conflito. A Alemanha perdeu mais de 15% de sua população masculina ativa, a Áustria-Hungria perdeu mais de 17% e a França perdeu 10,5%. Nenhuma outra guerra mu-
dou o mapa da europa de forma tão dramática. Para este episódio negro da história da humanidade, chegaram a estar mobilizados mais de 200 mil soldados portugueses, tendo falecido quase 10 mil e milhares foram feridos. Novo episódio marcante, na história dos combatentes portugueses, surgiria cerca de 40 anos depois, mais precisamente no dia 15 de Março de 1961, em Angola. Este período, conhecido como Guerra Colonial, Guerra do Ultramar, ou Guerra da Libertação, consoante o lado
análise isenta do mesmo. Muitos dos cidadãos que combateram nesta última guerra estão, ainda, entre nós. Quase todos os lares portugueses têm, ou tiveram, recentemente, um familiar que esteve direta ou indiretamente ligado a este evento. Os últimos Combatentes do Ultramar, cerca de 300.000 cidadãos, entraram, quase todos eles, na casa dos 70 anos. Muitos destes homens, e algumas mulheres, voltaram com sequelas físicas e psicológicas que os impossibilitaram de refazerem as suas vidas. Infelizmente, es-
que a analisa, terminaria com a revolução dos cravos que teve lugar no dia 25 de Abril de 1974. Estiveram envolvidos nas guerras do ultramar, cerca de um milhão e meio de soldados portugueses, destes cerca de 9.000 foram mortos em combate. Em Portugal, como facilmente se constata, as principais vítimas destas duas guerras foram os militares que nelas participaram. Provavelmente, estaremos ainda muito próximos do último acontecimento para fazermos uma
tes cidadãos vêem agora, pelos problemas próprios da idade, agravadas as suas condições de vida, pelo que nunca, como agora, urge “fazer algo” que lhes restitua a esperança e os faça acreditar que os seus esforços não foram em vão. Infelizmente, vivemos tempos confusos. A sociedade perdeu referências e com elas, os valores. Idolatram-se papéis sociais, cujos protagonistas, para além de exercer as suas profissões, principescamente remuneradas, muito pouco, ou nada, fizeram,
ou fazem, pela sua pátria. Uma sociedade confusa que adjectiva personagens com vocábulos que verdadeiramente não lhes pertencem. Atribuir a cidadãos comuns o epiteto de heróis, mais do que desvirtuar o verdadeiro significado da palavra, é desonrar a memória de todos os combatentes que tombaram nos diversos Teatros de Operações, bem como de todos aqueles que regressaram aos seios das suas famílias debilitados física ou psicologicamente. Quão difícil será para um combatente viver numa sociedade ingrata que, ignorando negligentemente os valorosos feitos dos seus soldados, valoriza de forma enfática factos comuns e pouco meritórios? Estes combatentes, porque o serão sempre, embora distantes do apogeu físico que detinham, aquando dos seus primeiros combates, mas fortalecidos pela experiência da vida, poderiam tentar travar a sua última batalha. Uma contenda pelo justo reconhecimento da importância vital dos seus feitos, para uma parte da nossa história, na qual os seus nomes ficarão, por mérito próprio, para sempre gravados. Lutar pelos direitos que nunca lhes foram reconhecidos. Não o fazem, pois são soldados e, como tal, aprenderam a obedecer. Foi o que sempre fizeram, mesmo quando lhes foi exigida a própria vida. Os mais afortunados passaram ao lado desse sacrifício supremo, mas tal não significa
que os seus actos, em prol das causas da nação, não tenham o relevo que muitos teimam em não reconhecer. Talvez por este facto, muitos destes homens e mulheres travam, actualmente, talvez, a mais difícil batalha das suas vidas. Fazem-no em circunstâncias extremamente difíceis, contra inimigos implacáveis que atacam, cobardemente, de forma dissimulada, são eles, entre outros: a pobreza, o isolamento, a indiferença, mas sobretudo um inimigo comum a todas as espécies vivas e que nunca conheceu derrotas: a idade. Contudo, um combatente nunca se dá por vencido. Poderá, ao longo das suas várias batalhas, tombar algumas vezes, porque é-lhe humanamente impossível manter-se, permanentemente, de pé, mas acabará por erguer-se, sempre. Pois é um combatente e um combatente não vira a cara à luta. Enfrenta o inimigo nos olhos, reconhece-lhe valor e respeita-o e quando chegar a altura certa, a sua altura, retira-se do campo de batalha com o sentimento do dever cumprido, porque será sempre um combatente, nunca um ex-combatente. Todavia, apesar da sua bravura, os soldados também sonham. Porque continuam a sonhar, os combatentes portugueses irão aguardar, serenamente, mas com grandes expectativas, o trabalho que a sua Secretária de Estado irá desenvolver em prole dos seus direitos, pois como terá dito Sun Tzu: “Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando esperar.”
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Crepúsculo de Outono! (Conto) Orlando Fernandes
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or de trás dos vidros da janela, ficou com os olhos perdidos no vazio. Um crepúsculo de fim de tarde que o Outono pintara pardacento e sem graça. Em frente havia somente uma tela desenhada a tons cinzentos onde se distinguiam os contornos das árvores nuas chorando as folhas caídas. Era todas as tardes o mesmo ritual de melancolia a ditar-lhe os gestos. Protegido do frio e do vento, refugiava-se nos sonhos e nas recordações de anos perdidos no tempo da velha casa. A sua velha casa! Nê Nem sempre fora assim… Dantes, num tempo em que ‘havia a Inês’, e ao contrário de agora, quando ele abria a janela e respirava o ar puro do quintal haviam vozes na casa… - Queres que te feche janela? Tens frio? - Não. - Nunca tens frio! Era verdade. Nunca tinha frio porque era feliz e a felicidade
aquecia-lhe a alma! Como tudo de bom lhes acontecia no Outono…foi no Outono que se conheceram… Foi no ‘baile dos caloiros’, no início das aulas. - Danças? E dançaram toda a noite ao ritmo do amor que despontava. Tudo aconteceu naturalmente, com a simplicidade que a juventude põe nos gestos… Quando a deixou à porta da casa…beijou-a suavemente nos lábios. Casaram numa capela branca submersos num mar de pétalas de rosas. - Até que a morte nos separe, Inês… - Até que a morte nos separe, Pedro… Depois, quando tudo acabou e ela partiu ainda na primavera da vida…as aves cinzentas voaram mais tristes a anunciar-lhe o princípio da solidão. Agora, só recordações dos tempos inolvidáveis que passavam juntos, numa comunhão de gestos adivinhados, em Outonos muito mais feli-
zes…porque o Outono era a estação do ano que ela mais gostava! Dia a dia, numa comunhão de afectos…percebiam que eram felizes! Houve tempos em que iam de mãos dadas colher os cachos de uvas doiradas na pequena vinha, e riam descuidados quando o sumo dos bagos lhes escorria pela cara. E colhiam romãs e maduras maçãs vermelhas no pomar. Ela, voltava sempre com as algibeiras do avental a transbordar de frutos outonais e ele, pendurava-lhe nas orelhas ‘brincos de princesa’ que apanhava no caminho…rindo descarado! - Anda, vamos ver o por do sol! Sentava-se no alpendre da casa e olhavam o céu. O por de sol no Outono era sempre uma tela pintada numa sinfonia em tons de amarelo e rosa deslumbrantes, que apadrinhavam em cada tarde, aquele amor julgado sem limites. - Até que a morte nos separe, Inês… - Até que a morte nos separe, Pedro…
Sentavam-se na mesa da cozinha e comiam castanhas cozidas em erva-doce. Saboreavam os figos, as nozes e as amêndoas, que o Pedro ia partindo devagar, enquanto bebericava pequenos goles de doce ‘jeropiga’. Em frente à lareira, ficavam olhando as chamas rubras que dançavam num frenesim louco com contornos infernais…e confidenciavam os projectos futuros que lhes iam na alma. - Dois, Pedro, quero dois…um menino e uma menina…
- Oh, e porque não mais…uma casa cheia - e riam com gosto. Foi também num Outono de que tanto gostava…que ela partiu para sempre! - Até que a morte nos separe, Inês… - Até que a morte nos separe, Pedro… Agora, prisioneiro das recordações e dos sonhos não realizados, resta-lhe somente a solidão e a repetida monotonia, daquela janela… virada para o Outono da vida!
jornal de ferreira • AGOSTO 2020 • 21
Obras no ex-dispensário Conduta de ligação do furo da ANT ao reservatório de água
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bras no ex-dispensário da ANT - Assistência Nacional aos Tuberculosos, hoje servindo de sede de associação de reformados em Ferreira do Alentejo. A intervenção passou pela recuperação dos elementos arquitectónicos típicos no interior e exterior do edifício, como foi o caso das cruzes Caravaca ou cruzes de Lorena, que ornamentam o muro envolvente à infraestrutura. Um trabalho de mestria executado por profissionais camarários assegurando assim a continuidade da arte arquitetónica no edifício, imbuída de uma espiritualidade de referência, conforme se pode constatar através simbologia representativa da mesma.
Note-se que a Cruz de Caravaca, também chamada de Cruz de Lorena, é um crucifixo com duas barras horizontais, sendo a do topo menor do que a de baixo. Um amuleto religioso usado como símbolo de poder e proteção, enaltecendo a Providência Divina. Segundo a tradição, apareceu por milagre na cidade de Caravaca de la Cruz, Espanha, em 3 de Maio de 1232, e, por conter fragmentos do lenho da cruz de Cristro, eram-lhe atribuídos muitos milagres. Esta cruz foi adotada, como símbolo da luta contra a tuberculose, partir da Conferência Internacional da Tuberculose, realizada em 1902, em Berlim, por proposta do médico francês Gilbert Sersiron.
em Gasparões
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á começaram os trabalhos de construção da conduta de ligação do furo ao reservatório de Gasparões . Trata-se de uma empreitada adjudicada a uma empresa da especialidade que vai decorrer durante as próximas semanas garantindo, assim, o reforço da qualidade e quantidade de água do sistema de abastecimento público a esta localidade. Recordamos ainda que os resultados das análises feitas à água do furo de Gasparões demonstram que a água tem qualidade para ser utilizada no consumo humano. Na altura, para além de analisados os parâmetros gerais foram também pesquisados vários pesticidas de acordo com a lista de pesticidas que a Direção-Geral de Alimentação e
Veterinária, em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente, fixa para a água destinada ao consumo humano. Nesta avaliação foi ainda tida em consideração a listagem de pesticidas que a herdade do sobrado informou ter usado nos últimos 3 anos. Os resultados analíticos demonstraram que estes pesticidas não estavam presentes na água do novo furo de Gasparões e como tal esta água não apresenta quaisquer riscos para a saúde humana. O boletim com os resultados das análises pode ser consultado no site do município. Esta intervenção vai permitir resolver a situação do abastecimento de água à população de Gasparões e das aldeias vizinhas.
Óbitos de 1 de maio a 22 de julho de 2020 - Laurinda Maria Ferreira 85 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 1 de maio de 2020
- Filipe José Jardinha 88 anos Natural: Ferreira do Alentejo Faleceu em 13 de maio de 2020
- Maria de Deus Godinho 96 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 4 de maio de 2020
- Ana Júlia Rosa 80 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 15 de maio de 2020
- Benvinda Nascimento Pereira 93 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 7 de maio de 2020
- Eva Maria Pires Coelho 90 anos Natural: Ferreira do Alentejo Faleceu em 27 de maio de 2020
- Inácio José Simões dos Santos 86 anos Natural: Ferreira do Alentejo Faleceu em 10 de maio de 2020
- Celestina Maria Rosa Vieira Marques 83 anos Residente: Canhestros Faleceu em 28 de maio de 2020
- José Augusto da Encarnação Alves 70 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 11 de maio de 2020
- Malvina da Conceição Amantes Raposo 87 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 4 de junho de 2020
-M anuel Felício Guerreiro Coelho 70 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 06 de junho de 2020
-L uísa da Conceição Coelho Loição 79 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 22 de junho de 2020
-A ntónio João Góis Viriato 61 anos Residente: Figueira dos Cavaleiros Faleceu em 14 de junho de 2020
-J osé Joaquim Gonçalves 61 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 25 de junho de 2020
-R ui Manuel dos Santos 62 anos Residente: Figueira dos Cavaleiros Faleceu em 15 de junho de 2020
-G ertrudes Maria Leirôa Garcia Torradas 73 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 05 de julho de 2020
-G eorgina Rosa Chanino Pestana 83 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 21 de junho de 2020 -C arlos Alberto do Nascimento 58 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 22 de junho de 2020
-A lice da Conceição Lança 93 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 08 de julho de 2020 -M aria de Lurdes Gingado José 44 anos Residente: Ferreira do Alentejo Faleceu em 16 de julho de 2020
22 • jornal de ferreira • AGOSTO 2020
>> Curiosidades
F
Ferreira do Alentejo ganha medalha de prata em Paris
oi no ano de 1900 que se realizou a exposição universal de Paris, na qual o baixo-alentejo viu um queijo de ovelha, pela sua excecional qualidade, ser galardoado com a medalha de prata. Esse excelente queijo era de Ferreira do Alentejo. Naquela época as exposições universais tinham grande prestígio e, em Paris, já se tinha distinguido a exposição do ano de 1889, na qual foi inaugurada a Torre Eiffel, então incrível com os seus 324 metros de altura, e que hoje continua, ainda, a ser o edifício mais alto da cidade.
Como aparece o queijo de Ferreira naquela exposição universal? Quem seria o seu produtor? São perguntas para as quais
não temos ainda resposta. Possivelmente, o facto de António Lobo de Almada Ne-
greiros, o pai do grande artista Almada Negreiros, ter sido um dos responsáveis da organização da participação portuguesa naquela exposição, pode explicar a presença ferreirense. Isto, porque, anteriormente, tinha vivido em Ferreira, onde exerceu as funções de chefe da estação de correios e telégrafos. Fica aqui o desafio: algum ferreirense, nomeadamente entre os nossos emigrantes em França, conseguirá, junto dos arquivos franceses das exposições universais, saber mais sobre este espetacular facto?
Éééhhh!.. Era assim... Dia de jogo grande do Sporting Clube Ferreirense.
Palavras Cruzadas Por: Carlos Viegas
Horizontais: 1 - Aldeia do concelho de Ferreira do Alentejo; nota musical. 2 - O que não pertence ou não está sujeito a uma religião; expressão de dores. 3 - Prato típico da culinária angolana. 4 - Serve para incitar um animal ou uma pessoa a levantar-se; consoante, vogal, consoante. 5 - Relativo ou pertencente a imagens visuais produzidas voluntariamente, com nitidez quase fotográfica. 6 - Torna plano; película gordurosa (Inv.) 7 - Sentimento de raiva; as cartas têm; abreviatura de nome de pessoa. 8 - Acção de gostar muito. 9 - Razão entre o perímetro de uma circunferência e o seu diâmetro (Inv.); flor ornamental do género de plantas liliáceas. 10 - Para a maioria dos visitantes a barragem de Odivelas é...; abreviatura de grande quantidade indefinida (Inv.); 11 - Prece; selva ou bosque. Verticais: 1 - Ferramenta agrícola; planta apiácea, com folhas recortadas semelhantes às da salsa, mas maiores, caule e raiz têm aplicação culinária. 2 - Nota musical; tirar o sujo. 3 - Povoação com nome de árvore; batráquio. 4 - Duas consoantes; bater com o pé ou com os pés. 5 - Pessoa que se desloca constantemente; grau familiar. 6 - Emprego de qualquer coisa, aplicação. 7 - Nome de mulher; estás (abrv.); consoante e vogal. 8 - Grande quantidade (menos uma). 9 - Também conhecido por pêra (menos uma); cuba côncava. 10 - Título dado ao primeiro grau da Ordem do Sacramento pertencente à igreja; rio afluente da margem direita do rio Douro (Inv.). 11 -Artigo definido (Inv.); ruim.
Ferreirenses no 1.º Rally Ibérico, em 1956. Do lado esquerdo, Henrique Rosado e do lado direito, Romão Santos Fragoso. (foto publicada por Luís Rosado)
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Pátio das andorinhas Exposição exterior de pintura
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atente ao público desde 27 de junho numa das paredes exteriores do alojamento local - Pátio das Andorinhas, estão cerca de 20 réplicas de quadros a óleo da pintora Ester Costa, encontrando-se os respetivos originais expostos no pátio interior do edifício, que poderão ser vistos de quarta
feira a domingo, no horário compreendido entre as 17 e as 20 horas. Uma, entre várias iniciativas culturais, que o seu proprietário Rui Colaço, nos vem habituando, e que merece por isso o apreço e admiração dos ferreirenses. O “JF” dá-lhe os parabéns por mais esta iniciativa, pelo em-
penho e dinamismo que vem demonstrando em prol da cultura em Ferreira do Alentejo.
Campanha de desbaratização e desratização
Travel & Safaris
U
ma revista trimestral, alusiva a viagens turísticas pelos lugares mais fantásticos do mundo, cujo Diretor/Editor é um ferreirense de nome Reno Maurício, o qual desde já felicitamos, não só pelo cargo que ocupa, mas também pela excelente qualidade de conteúdos que esta revista oferece. Óptimas reportagens que
prendem o leitor a locais paradisíacos como Açores, Nova Zelândia, Tibete, Madagáscar, entre outros. Textos arejados por espetaculares imagens fotográficas que seduzem constantemente e convidam à aventura. Uma revista que recomendamos aos nossos leitores. O “JF” dá-lhe os parabéns por mais esta iniciativa, pelo
empenho e dinamismo que vem demonstrando em prol da cultura em Ferreira do Alentejo.
Ferreira Global Xico Toscano
Tem hoje olivais e vinha Neste ALENTEJO profundo Tem as uvas sem graínha e o melhor azeite do mundo
FERREIRA mudou primeiro Nesta mudança que é geral No nosso ALENTEJO celeiro Que já o foi de PORTUGAL
Em BABEL de raças e línguas FERREIRA já está transformada Gente de terras longínquas Está hoje aqui instalada
Também tem amêndoas e nozes Tomate, melancia e bom melão Que se calem as críticas vozes Para quem o REGADIO era não
Novos tempos, transição O mundo está em mudança Esfuma-se o que é tradição Nasce uma nova ESPERANÇA Com o REGADIO a ir em frente E novas técnicas culturais Que necessitam de trabalho e gente As crises cíclicas não voltam mais
FERREIRA parte desta ALDEIA GLOBAL “Meeting Point” de raças e culturas Constróis o teu futuro a pedra e cal Herança maior para gerações futuras
Em tempos que já lá vão A perder de vista os trigais Foi terra que já deu pão Mas isso, não voltará mais Foi uma planície dourada Mas mudou a paisagem Hoje a cor é sempre esverdeada Já perdeu a sua velha imagem
FERREIRA DO ALENTEJO é o momento Embora nos caminhos da GLOBALIDADE Põe nos olhos no teu desenvolvimento Mas nunca percas a tua IDENTIDADE...
Com a água de Alqueva no Verão e o Sol que nos brinda a Natureza Temos já as Terras em LEILÃO Mas nas gentes, a maior riqueza
Agosto 2019
E
stá a decorrer a segunda campanha de 2020 de desratização e desbaratização em todo o concelho. Esta ação, que abrange as redes de saneamento de todos os aglomerados urbanos e os edifícios e equipamentos municipais, revela-se de grande importância para garantir as condições de higiene e salubridade com relevância para a saúde pública.
Jogos Desportivos 2020 foram cancelados
A
edição de 2020 dos Jogos Desportivos do concelho de Ferreira do Alentejo foi cancelada. A decisão foi tomada em reunião da câmara, no prosseguimento das medidas de precaução por causa da COVID-19. Recorde-se que esta atividade envolve,
anualmente, centenas de participantes, em cerca de 15 diferentes modalidades e, por isso, poderia ser colocada em risco a saúde dos participantes. A edição deste ano, fica assim cancelada e os Jogos Desportivos regressarão no próximo ano.
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PATRIMÓNIO RELIGIOSO DO CONCELHO
PATRIMÓNIO RELIGIOSO DO CONCELHO
Desafio: a) Identificar as localidades das imagens
b) Identificar as igrejas em falta Desafio: a) Identificar as localidades das imagens b) Identificar as igrejas em falta
Jornal
de
Ferreira AGOSTO 2020
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