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ENTREVISTA | TONY CASSANELLI A arte da desconstrução

Apele. Um olhar mais superficial dirá que é o maior órgão do corpo humano. Mas nesta entrevista os olhares são mais subtis e, simultaneamente, mais profundos. E, por isso, vamos falar através da pele, ou melhor, vamos tentar falar do que está para lá daquilo que mostramos à primeira vista. Nós fazemo-lo, essencialmente, com palavras. Ele, Tony Cassanelli, fá-lo através das cores e formas do seu universo artístico, que pode ver na exposição “Através da Pele”, patente na Galeria Municipal do Montijo. Iniciamos pelo mais óbvio para, depois, imergir em planos mais escondidos e, provavelmente, mais reveladores. Tony Cassanelli é italiano, de perto de Bari. Tem 40 anos. É artista plástico, focado na pintura, na escultura e na videoarte. Depois de percorrer o mundo, em 2015 fixou-se em Portugal e, agora, está a construir a sua casa e estúdio no Montijo, cidade que diz ter sido “uma descoberta maravilhosa. Aqui há um processo de crescimento, mas ainda se mantém a identidade de um lugar verdadeiro e com grande abertura aos outros”, afirma. Desde criança (e no final já falamos desta criança) que desenhar e estudar a natureza humana foi o seu único grande interesse. Hoje é a principal inspiração da sua obra: “tenho uma profunda atração pelo ser humano. O meu trabalho é feito numa perspetiva muito antropológica, de desconstrução cultural de cada um de nós, para tentar redescobrir a nossa parte mais natural, mais verdadeira. Muitas vezes, em nós próprios, há um grande conflito entre o que achamos ser o bem e o mal, o justo e o errado, o que somos e aquilo que nos ensinaram a ser”. Esta dicotomia entre aparência e essência, um dos fios condutores da sua arte, foi experimentada na própria pele, “na minha própria carne e pessoa. Fiz esta experiência de desconstrução e descobri que muitas das coisas que me ensinaram são extremamente fascinantes, mas são caixas onde não me consigo encaixar. Descobri que o dia a dia é a melhor maneira de viver a vida e as relações com o outro. A destruição das expetativas é um princípio de felicidade e de liberdade”. Uma auto-desconstrução das barreiras sociais e culturais impulsionada pelas inúmeras viagens pelo mundo que o levam a assumir as “diferenças culturais, sociais e étnicas como a maior riqueza para nos entendermos a nós próprios. A diferença é o princípio do meu conhecimento”. Trata-se, assim, de desconstruir para descobrir. Despir (não no sentido literal, obviamente) as várias peles que a sociedade nos impõe para tentar entender a semântica do ser humano. A arte como “espelho deste processo vital de descoberta. Não é apenas o interesse no que vês. É, sobretudo, o interesse no que te faz sentir aquilo que vês. Não é o que vejo em cima da tua pele, é o que vejo através da tua pele”, explica. Um processo artístico que é intimista, ligado à substância, mas igualmente de abertura e relação direta com o outro, até porque “o artista tem de voltar a criar um processo comunicativo de traba

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lho para reconstruir a ponte perdida com o público. Na arte visual, entregou-se o poder de decisão ao sistema, em vez de estar nas mãos do público. Ninguém vai ao cinema ver um filme que não vai entender, mas as pessoas entram numa galeria de arte já a pensar que não vão perceber”, defende. E neste objetivo de estreitar a relação comunicativa com o público, na época da tecnologia e da globalização, Tony Cassanelli encontra nas redes sociais uma forma de “aproximar os artistas dos clientes e dos amantes da arte, de criar uma entourage cultural. Uma rede social, bem gerida, pode fazer com que comunicar a tua arte ultrapasse esse elitismo e facilite o processo educativo do público”. O mesmo público que pode contemplar, com o devido silêncio e introspeção, a sua arte e talento na Galeria Municipal do Montijo. Pela primeira vez, Tony realiza uma exposição em Portugal e mostra “12 pinturas e desenhos, feitos ao longo destes cinco anos em Lisboa e que resultam de encontros que senti realmente. São retratos de pessoas, todas

de origens diferentes, que parei na rua porque me senti atraído por elas. Esta exposição é o estrato desses encontros, do meu encontro com a multietnicidade sagrada de Portugal, que é das coisas mais bonitas deste país”. Nesta viagem de investigação através da pele de Tony Cassanelli terminamos com um pequeno detalhe – a tal criança que falámos uns parágrafos acima. A criança que corria pelas ruas de Bisceglie (pequena cidade da província de Bari)e que sempre soube que ia correr o mundo. A tal criança a quem agradece porque “tudo o que faço e sou é respeitar o desejo dela”.

WIFI4EU

Internet gratuita no espaço público

ACâmara Municipal do Montijo integrou o grupo dos primeiros municípios a apresentar candidatura ao projeto WiFi4EU, que permite o acesso gratuito à internet em vários locais públicos do concelho. No total foram instalados dez pontos de acesso wi-fi, com a seguinte localização: quatro no Montijo (Quinta do Saldanha, Parque Urbano das Piscinas, Parque Municipal Carlos Hidalgo Gomes e Moinho de Maré), um na Atalaia (Praça dos Operários), um no Alto Estanqueiro (antiga Junta de Freguesia), um em Sarilhos Grandes (Praça da Liberdade), um em Pegões (Junta de Freguesia), um em Santo Isidro (antiga Junta de Freguesia) e um em Canha (Rua 1.º de Maio). Para a execução deste projeto, o Município do Montijo assinou a Convenção de Subvenção no Quadro do Mecanismo Interligar a Europa com a Agência de Execução para a Inovação e as Redes e compromete-se a manter o serviço durante 36 meses. A Comissão Europeia financia em 15 mil euros a instalação dos pontos de acesso wi-fi e o Município do Montijo assume o encargo de 13 mil euros para a manutenção do serviço nos próximos três anos. A iniciativa WiFi4EU visa proporcionar um acesso de qualidade à internet aos cidadãos e visitantes em toda a União Europeia. O Montijo está entre os pioneiros deste projeto, que permite democratizar o acesso às novas ferramentas de comunicação, contribuindo para a qualificação do espaço público, o desenvolvimento e a inclusão social.

S.ENERGIA Montijo assume presidência

Overeador da Câmara Municipal do Montijo, Ricardo Bernardes, é o novo presidente do Conselho de Administração da S.Energia - Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete para o biénio 2020-2022. A eleição e tomada de posse tiveram lugar no passado dia 30 de junho, na assembleia geral eleitoral que decorreu na Galeria Municipal do Montijo. Ricardo Bernardes sucede, assim, a Miguel Canudo, vereador da Câmara Municipal da Moita que terminou o seu mandato aos destinos da S. Energia. A mesa da assembleia geral passou a ser presidida pela Câmara Municipal de Alcochete, representada pelo seu presidente Fernando Pinto. Antes da assembleia geral eleitoral, teve lugar a assembleia para aprovação do relatório de exercí

SOLIDARIEDADE

A Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo, através da Equipa do Protocolo RSI, juntou-se ao projeto “Caixa Solidária” com a colocação de uma caixa na Escola Profissional do Montijo (junto ao portão da entrada) com o lema “Leve o que precisar, deixe o que puder”.

cio e contas de 2019, onde foi realçada a implementação do projeto EduLUX, com a substituição total de 30.749 lâmpadas T8 por LEDs em 204 escolas básicas, com poupanças superiores a 60 por cento. No caso do Município do Montijo este projeto envolveu 20 escolas básicas, permitindo uma poupança média de 71 por cento, que se traduz numa redução de custos na ordem dos 25.000 euros por ano. A S.Energia é uma associação privada sem fins lucrativos. O Município do Montijo aderiu em 2009. Desempenha um papel ativo junto dos municípios, apoiando a estratégia energético- -ambiental dos mesmos e incentivando os outros atores locais da região e os cidadãos em geral, com o objetivo de construir, de forma conjunta, uma península de Setúbal mais sustentável e am

Caixa Solidária na Escola Profissional

bientalmente mais equilibrada. Esta caixa apresenta seis cacifos com a descrição dos bens a doar/doados (arroz, massa, mercearia em geral, produtos de higiene, material escolar, alimentos para animais, etc). A iniciativa tem o apoio da empresa Fullquest e pretende ser mais um contributo para apoiar a comunidade montijense.

ADEGA DE PEÕES SYRAH

Melhor vinho de Portugal na Coreia

Ovinho Adega de Pegões Syrah foi eleito o “Melhor vinho de Portugal” pelo júri do concurso de vinhos Coreia Wine Challenge, o maior e mais prestigiado concurso de vinhos que se realiza anualmente naquele país. Além deste prémio, a Adega de Pegões ganhou mais duas medalhas de ouro: uma com o seu Moscatel de Setúbal e outra com o Adega de Pegões colheita selecionada branco. Venceu, ainda, uma medalha de prata com o Alicante Bouschet e uma de bronze com Adega de Pegões colheita tinto. Neste ano tão singular, com poucos concursos a decorrer devido à pandemia de covid-19, Pegões tem conseguido resultados extraordinários. Desde janeiro, já alcançou 29 medalhas de ouro, 17 de prata e 3 de bronze, além de 4 prémios grande ouro ou troféus especiais, que se atribuem a vinhos únicos, o que revela, mais uma vez e bem, a qualidade dos vinhos que se produzem em Pegões. Para o Município do Montijo é um orgulho poder contar com a Adega de Pegões no tecido empresarial do concelho do Montijo. A Adega de Pegões é um exemplo de tradição, de modernidade e de sucesso, que leva o nome do Montijo aos quatro cantos do mundo. Felicitamos o conselho de administração, os vitivinicultores, os trabalhadores, os técnicos, o enólogo e demais parceiros da Adega de Pegões por este prémio alcançado na Coreia, fazendo votos de outros sucessos para o futuro.

SOLIDARIEDADE IKEA oferece bens a famílias do concelho

De candeeiros a lápis de cor, passando por jogos, livros, peluches, cadernos, canetas de feltro cadeiras e secretárias, a IKEA doou bens a 201 crianças do concelho, cujas famílias são beneficiárias do rendimento social de inserção. O gesto resulta de um protocolo estabelecido entre a empresa sueca e a Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo, através da Equipa do Rendimento Social de Inserção, que identificou as famílias a quem foram doados os bens.

EDUCAÇÃO

Na preparação do próximo ano letivo, a Câmara Municipal do Montijo encontrase a executar obras de recuperação da Escola Básica Integrada do Esteval, num valor global superior a 72 mil 852 euros. A intervenção inclui a pintura interior de salas de aulas e acessos, reparação de tetos, substituição No âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, a IKEA pretende tem um papel ativo e um impacto positivo na sociedade, interagindo com as comunidades em que está inserida e apoiando grupos vulneráveis nessas comunidades. Neste contexto e perante os constrangimentos da pandemia de covid-19, sobretudo, junto das famílias com crianças e com dificuldades financeiras, a IKEA está a doar bens como forma de contribuir para que essas crianças tenham mais condições em

Obras na EBI do Esteval

casa para brincar e aprender. de portas, janelas e estores danificados e pintura exterior da escola e do Pavilhão Desportivo. No exterior, encontram-se também previstas a substituição do pavimento de segurança do parque infantil e das redes do polidesportivo exterior e a reparação de pavimentos em blocos de betão, de bancos e papeleiras.

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