Revista IMS Insights 10 Brasil

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insights.

ANO 4 | NÚMERO 10

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ECONOMIA

instabilidade projeta desaceleração na demanda

ENTREVISTA

Hubert Guarino, diretor -geral da Sanofi Pasteur Brasil

terapias

ONCOLÓGICAS aumento dos gastos globais com medicamentos contra o câncer traz mudanças para os pacientes e novos caminhos no acesso, concorrência e comercialização dos produtos


anĂşncio


anĂşncio


editorial.

Nilton Paletta Presidente América Latina e Gerente Geral Brasil do IMS Health

Oncológicos em foco O segmento de oncologia é, sem dúvida, uma das áreas que mais cresce na Indústria Farmacêutica. Com isso, a área de pesquisa e desenvolvimento e as novas dinâmicas de mercado começam a ganhar novas nuances. Na reportagem de capa desta edição da IMS Insights nossos leitores vão conhecer os principais aspectos desse panorama e sua influência na definição de políticas de acesso nos mercados desenvolvidos e economias emergentes. Em complementação a esse tema, apresentamos também algumas das conclusões do estudo “Impact of Cost-per-QALY Reimbursement Criteria on Access to Cancer Drugs”, realizado pelo IMS Institute para avaliar a influência dos critérios de reembolso no acesso e na efetividade nos tratamentos contra o câncer. O levantamento, realizado nos principais mercados farmacêuticos, identificou a estreita relação entre os níveis de gastos com medicamentos e as taxas de sobrevivência. Neste período, especialmente significativo para a IMS Health em função dos eventos: IMS World Review Conference 2015, que aconteceram no Brasil, Argentina, México e Chile e reúnem mais de 2 mil profissionais da área de saúde, gostaria de agradecer o apoio e a presença dos nossos clientes e todos os parceiros estratégicos, sempre presentes em nossos eventos para buscar informação e insights atualizados e de alto valor estratégico para seus negócios. Para nós, é extremamente gratificante reunir presidentes e diretores de laboratórios, executivos do varejo e da distribuição, representantes dos governos, executivos de associações, entre outros, e poder contribuir para o processo de desenvolvimento do mercado farmacêutico na América Latina. Outro bom motivo para comemorar é a ampliação do portfólio e da capacidade de conectar e integrar soluções que a IMS Health conquistou com a aquisição das unidades de CRM e Strategic Data da Cegedim em abril deste ano. Com esse importante movimento vamos poder servir nossos clientes e parceiros com ofertas ainda mais robustas e abrir novas possibilidades para atender às necessidades da área de saúde. O entrevistado desta edição é Hubert Guarino, diretor-geral da Sanofi Pasteur no Brasil, a quem dirijo um agradecimento especial por compartilhar conosco sua experiência no setor farmacêutico e fazer desta edição ainda mais especial a todos os leitores.

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IMS NEWS

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ENTREVISTA

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Por dentro do IMS Health

Hubert Guarino

IMS INSTITUTE Os critérios de reembolso e os tratamentos contra o câncer

SETOR Demanda de medicamentos para o período de 2015 - 2019

CAPA Novos caminhos das terapias oncológicas

Um grande abraço e boa leitura!

IMS HEALTH - PRESIDENTE AMÉRICA LATINA E GERENTE GERAL BRASIL: Nilton Paletta DIRETOR DE MARKETING: Lucas Akkari GERENTE DE MARKETING IMS HEALTH SOLA: Catalina Fonseca COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO: Jimena López Berzosa EDIÇÃO, CONTEÚDO E PROJETO GRÁFICO CM&N - REVISTAS CUSTOMIZADAS - DIREÇÃO EXECUTIVA: Edison Lopes Bernardo, Evandro Rodrigues da Silva, Tiago Serpentino, Walter Rodrigues Moço Filho DIREÇÃO EDITORIAL: Glauco Piccirillo EDIÇÃO: Vivian Lima REDAÇÃO: Adriana Panzini, Kátia Carminatto, Luciana Vinha, Mani Jardim e Renata Marcondes JORNALISTA RESPONSÁVEL: Kátia Carminatto - MTB 23.255/SP REVISÃO: Patrícia Amaral DIREÇÃO DE ARTE: Danuza Yumi de Oliveira ARTE: Juliano Polotto, Maurício Ferreira, Raphael Freire, Raphael Oliveira, Rodrigo Santana ADMINISTRAÇÃO: Camila Silveira, Rita Ambrósio MARKETING: Francis Quezada IMPRESSÃO: Quatrocor Gráfica e Editora TIRAGEM: 1.000 exemplares. A REVISTA INSIGHTS não se responsabiliza pelos conceitos emitidos por terceiros. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. INSIGHTS é editada por CM&N - Revistas Customizadas (17) 3229-1940, contato@centralcmn.com.br. Relacionamento com o leitor: insights@centralcmn.com.br Relacionamento com a imprensa: redacao@cmnrevistascustomizadas.com.br

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AGENDA MYANMAR PHAR-MED EXPO Data: 09 a 11 de julho Local: Yangon – Myanmar www.pharmed-myanmar.com EXPOMEDICALCARE – EDIÇÃO ESPECIAL Data: 15 a 17 de julho Local: Cali – Colômbia www.expomedicalcare.com EXPOSALUD Data: 15 a 17 de julho Local: Lima – Peru exposalud.com.pe

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PHARMAC INDIA 2015 Data: 02 a 03 de setembro Local: Ahmedabad – Índia www.pharmacindia.com

ARTIGO Doenças raras: holofotess ligados em 2015

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ims news.

IMS WORLD REVIEW conference 2015

A

s principais tendências do setor farmacêutico nos próximos anos e os fatores determinantes da dinâmica dos mercados globais e regionais foram os temas do IMS World Review Conference 2015, que aconteceram nos meses de maio e junho no Brasil, Argentina, México e Chile. Os eventos foram conduzidos pelos gerentes-gerais do IMS Health de cada país e contaram com a BRASIL participação de executivos e 07 de maio experts globais do time IMS Health, consultores e espeARGENTINA cialistas locais para as apre19 de maio sentações sobre as persMÉXICO pectivas da área de saúde. 27 de maio Neste ano, no Brasil, sessões especiais, após a conferência principal, trataram CHILE 02 de junho de temas relevantes nas áreas de Consumer Health,

Encontro IMS World Review Brasil 2015 Varejo e Distribuição, Multicanais e Segmentação Médica. Murray Aitken, diretor-executivo do IMS Institute, participou de todas as edições do evento na América Latina, com apresentação sobre a as tendências da indústria global, inovações na área de saúde e dinâmica

Cegedim Com a aquisição da Cegedim, concluída em abril deste ano, o IMS Health complementa seu portfólio e fica ainda mais forte e completo para oferecer soluções integradas na área de saúde. A transação teve como escopo a aquisição das unidades de negócios Cegedim Relationship Management (CRM) e Cegedim Strategic Data (CSD). “A integração de tecnologias e pessoas cria uma das maiores infraestruturas de soluções e serviços globais para a área da saúde”, diz Nilton Paletta, presidente América Latina e Gerente-geral Brasil da IMS Health. O movimento assegura ao IMS Health um dos bancos de dados de qualificação

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contínua mais robustos do mundo, o OneKey, que oferece insights sobre mais de 14 milhões de profissionais de saúde, além de importante tecnologias relacionadas a soluções de CRM e de Multicanais. Da mesma forma, completos e validados painéis contínuos de pacientes e médicos complementam e fortalecem as soluções de pesquisa primária da IMS Health no Brasil e em toda a América Latina.

nos mercados farmacêuticos desenvolvidos e emergentes. Os eventos contaram com a presença de mais de dois mil executivos de laboratórios nacionais, multinacionais, varejo e distribuição, além de representantes de diversos players da área de saúde em cada país.

A equipe também cresce. Passam a fazer parte do time IMS Health global 4.500 profissionais especializados em tecnologia da informação, desenvolvimento de software, armazenamento de dados, aplicações móveis e ferramentas de inteligência de negócios, além dos consultores especializados em análise e serviços de implementação. Globalmente, o IMS Health torna-se uma empresa com mais de 15 mil colaboradores especializados na área de saúde e focados em oferecer aos clientes informação, tecnologia e serviços, integrados e completos, para realizar todo o seu potencial.

insights.


INTEGRAÇÃO DE DADOS E MOBILIDADE são tendências para América Latina

O

ano de 2014 foi pródigo para as empresas farmacêuticas que aderiram às soluções de tecnologia e integração de dados do IMS Health. Além de ganhar mais eficiência e agilidade, o acesso fácil e rápido a informações de valor, possibilitou aos clientes tomar decisões estratégicas com foco na otimização de resultados. Para 2015, este é um movimento que deve continuar a expandir-se, de acordo com os especialistas da IMS Health que atuam na região, considerando, além do ambiente em constante evolução, a chegada de novas soluções e tecnologias modernas e inovadoras. “A indústria farmacêutica é rica e abundante em informação, o problema é que quase sempre ela acaba isolada”, destaca Erick Ayala, IM Engagement Manager, IMS Health México. “As solucões de integração de dados acrescentam valores tangíveis para as organizações, dada esta percepção quase sempre são implementações bem-sucedidas”, observa. “Um caso interessante a se destacar foi a implementação de uma solução de PM Multi-Country para Teva Pharmaceuticals, em nossa plataforma IMS Analysis Manager”, acrescenta Hernán Mendez, IM Consulting Manager, IMS Health Argentina. “Este projeto permitiu a Teva contar com dados, em um único lugar, de todos os países onde ela está presente, e além disso poder padronizar critérios de análise e medir com os mesmos KPIs em todos os países”,diz. “Cada vez mais as equipes de visitação médica e trade precisam estar municiadas de informação e insights para rápidas e acertadas decisões de negócio”, complementa Lucas Akkari, diretor de marketing do IMS Health. Confirmando a missão do IMS Health de estabelecer parcerias estratégicas com os clientes para atender demandas críticas, ao longo deste ano, as empresas da região podem contar com soluções globais, customizadas de acordo com as necessidades locais.

insights.

“Estamos trabalhado na implementação de soluções de baixo custo que podem ser colocadas em prática por meio de grandes forças de venda, com a intenção de fidelizar nossos clientes, não apenas os grandes empresários, mas também aqueles que têm como objetivo visitar os pontos de vendas e colocar ali os seus produtos”, indica Luis Fernando Farías, IM Engagement Manager, IMS Health Venezuela. “Entre os destaques, temos o Nexxus Incentive Compensation, que é uma plataforma projetada para desenvolver a gestão de incentivos, pensada para facilitar o trabalho operacional e de gestão comercial, agregando flexibilidade e suporte a fim de implementar es-

tratégias e efetivar a força de vendas”, destaca Erick Ayala, citando também o Nexxus Social Media, plataforma que é hoje um dos principais recursos para monitoramento da estratégia corporativa online, com busca web, filtragem, classificação e uma poderosa ferramenta de análise, com interface intuitiva e estruturada para dimensionar a dinâmica do mundo online. “A adoção de todas estas inovações, entre elas também o Nexxus CRM e o Nexxus Marketing, tem como objetivo apoiar nossos clientes no desafio de integrar diferentes fontes de dados, torná-las disponíveis e organizar o proceso decisório dos diferentes papéis dentro da área de saúde”, finaliza Lucas Akkari.

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com a palavra. São 22 anos de uma trajetória profissional sólida marcada hoje pelo grande desafio de conduzir um das principais empresas do mercado de vacinas e que ocupa posição de liderança em vários segmentos no Brasil. Como diretor geral da Sanofi Pasteur Brasil, a Divisão de Vacinas da Sanofi, Hubert Guarino, que iniciou sua carreira na indústria farmacêutica como estagiário de marketing, tem pela frente a missão de investir no lançamento de vacinas e serviços inovadores para ampliar o acesso à vacinação e aprimorar a gestão do processo de imunização nos mercados público e privado, além de reforçar o compromisso com a saúde pública por meio de parcerias com os laboratórios públicos e o Ministério da Saúde para atender as necessidades da população. O estilo próprio de gestão, que antecipa os desafios e incentiva o trabalho em equipe com foco em performance, serão os grandes aliados desse compromisso. Também conta pontos, a experiência adquirida nos vários cargos exercidos em áreas como vendas, efetividade comercial, marketing e business intelligence. “O encanto de trabalhar na Sanofi Pasteur está em atuar na prevenção de doenças e permitir a imunização de milhões de pessoas por meio de um modelo de atuação de negócios diversificado”, revela Hubert Guarino. Na entrevista concedida à IMS insights, ele antecipa os projetos da Sanofi Pasteur.

Hubert Guarino Qual é a estrutura da Sanofi Pasteur no Brasil? A Sanofi Pasteur veio para o Brasil em 1974, quando o Instituto Mérieux (hoje Sanofi Pasteur) atendeu a um pedido do governo brasileiro para fornecer doses da vacina meningocócica. Na época, foram imunizados 90 milhões de brasileiros, dando fim à epidemia de meningite. Hoje, a empresa conta com uma estrutura adequada e eficiente para atender tanto a demanda do mercado público quanto do privado. Ao longo dos anos, a Sanofi Pasteur estabeleceu várias parcerias com o Ministério da Saúde e laboratórios públicos para responder as principais necessidades de saúde pública. Quais são as áreas de atuação da empresa no Brasil? A Sanofi Pasteur tem atuação no mercado público e privado. A empresa vem fortalecendo sua presença no Brasil por meio de um amplo portfólio de vacinas contra doenças imunopreveníveis, como as para recém-nascidos e crianças; a maior gama de vacinas para viajantes e residentes em áreas tropicais (febre amarela, febre tifoide,

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raiva e hepatites A e B), além de um amplo espectro de vacinas para proteger contra gripe, coqueluche, hepatite tipos A e B, sarampo, caxumba, rubéola, doença pneumocócica e meningocócica. No mercado público, temos parcerias nas vacinas contra gripe, raiva e a vacina inativada contra poliomielite. Também atuamos na assistência técnica para o desenvolvimento da vacina heptavalente brasileira, com capacidade de proteção contra sete doenças. No mercado privado, a Sanofi Pasteur fornece várias vacinas às clínicas particulares e empresas, como a contra influenza, contra hepatites A e B, vacinas pediátricas e do viajante. É importante destacar as campanhas de vacinação contra influenza realizadas pela Sanofi Pasteur nas empresas. Em 2014, a companhia esteve presente durante três meses em 25 mil pontos de vacinação no País, o que permitiu que os funcionários fossem vacinados antes do período de inverno. É fundamental ressaltar também o papel da área de pesquisa e desenvolvimento, dedicada à realização de estudos clínicos, epidemiológicos e de farmacoeconomia para avaliar

insights.


por Kátia Carminatto

o impacto econômico e a carga da doença no Brasil. Atualmente no País, são realizados aproximadamente 17 estudos, entre clínicos, epidemiológicos e de farmacoeconomia – análise do impacto econômico da doença – para avaliar várias vacinas, como a contra Clostridium difficile, contribuindo também para o desenvolvimento científico e tecnológico do País. Quais são os desafios no desenvolvimento de vacinas? Os desafios envolvem toda a cadeia produtiva, necessária para disponibilizar uma nova vacina no mercado, desde a compreensão sobre uma doença passando pela realização dos estudos clínicos – fases I, II e III – até a aprovação pelas autoridades de saúde. Isso significa investir na pesquisa e desenvolvimento de vacinas inovadoras para atender a população. Mais de 15% da equipe da Sanofi Pasteur dedica-se à pesquisa e desenvolvimento nas seis unidades: Marcy-l’Étoile, na França; Cambridge (Massachusetts), Orlando (Flórida) e Swiftwater (Pensilvânia), nos Estados Unidos; Hyderabad, na Índia; e em Toronto, Canadá. Os nossos pesquisadores desenvolvem vacinas tanto preventivas como terapêuticas e trabalham para melhorar os métodos de administração. Quais são as principais parcerias do laboratório com o governo? Além da nossa colaboração para conter a epidemia de meningite na década de 70, em 2008 a empresa enviou ao Brasil quatro milhões de doses da vacina contra a febre amarela em resposta aos pedidos de emergência para ajudar a combater uma epidemia. Nossa parceria de mais de dez anos com o Instituto Butantan o levou a ser o primeiro laboratório público na América do Sul a fabricar a vacina contra a gripe, contribuindo para a imunização de milhões de brasileiros. Atualmente, continuamos apoiando tecnicamente o Instituto Butantan para o aprimoramento da aquisição da tecnologia e garantia do fornecimento de doses complementares da vacina contra a gripe. Por meio dessa parceria com o Instituto, a Sanofi Pasteur contribui para imunizar, por ano, cerca de 50 milhões de brasileiros contra a gripe. Outro acordo de parceria da Sanofi Pasteur é com o Bio-Manguinhos, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para prestar assistência técnica ao desenvolvimento da vacina heptavalente brasileira, que possui capacidade de proteção contra sete doenças – difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, Hib (Haemophilus influenza tipo b-), meningite C e poliomielite – em uma única aplicação. O Brasil é o único país a liderar esta iniciativa no mundo. O contrato firmado entre Sanofi Pasteur e Fiocruz/ Bio-Manguinhos reforça os laços estabelecidos em janeiro de 2012 entre a empresa e a instituição, para introdução da vacina inativada contra poliomielite (VIP) da Sanofi Pasteur no Programa Nacional de Imunizações, com fornecimento

insights.

do Bio-Manguinhos. A partir do lançamento da heptavalente, a vacina VIP fará parte da sua composição. Qual sua avaliação sobre o perfil preventivo das vacinas e a economia que elas representam nos custos com saúde? Existem vários estudos mostrando que, ao se investir na prevenção por meio da imunização, é possível reduzir o impacto econômico na saúde, além de taxas com o absenteísmo e presenteísmo no trabalho, o que contribui para a melhora da qualidade da saúde da população. Por meio de campanhas de sensibilização e encontros regulares com as autoridades de saúde e os clientes, a Sanofi Pasteur esclarece essas informações e ao mesmo tempo tem o compromisso de mostrar que, de forma geral, a imunização salva mais de três milhões de vidas por ano no mundo. Nos Estados Unidos, uma análise de custo-benefício revela que, para cada dólar investido em uma dose de vacina, independente da doença imunoprevenível, economizam-se de US$ 2 a US$ 27 em gastos com a saúde. Existem outros estudos nesse sentido? Sim. No caso de uma epidemia como a dengue, um estudo científico conduzido pela médica Celina Martelli, da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco, com o apoio da Sanofi Pasteur, levantou o impacto econômico da doença em várias regiões do Brasil. Os resultados concluíram que os custos com a doença no Brasil atingem US$ 740 milhões por ano, sem considerar gastos com medidas de prevenção, como controle de vetor. Esses dados mostram que a chegada da vacina contra a dengue será uma ferramenta de saúde pública importante que irá contribuir para a prevenção da doença e, ao mesmo tempo, reduzir sua carga. Na área de vacinação contra a gripe, por exemplo, há vários levantamentos apontando a redução dos custos gerada pela diminuição das taxas de absenteísmo e presenteísmo no trabalho devido às campanhas de vacinação contra gripe, realizadas nas empresas. Um levantamento realizado em 2013, em 27 estados brasileiros, avaliou o impacto social, econômico e o retorno do investimento da vacinação contra gripe na produtividade de mais de 660 mil trabalhadores vacinados nas indústrias brasileiras. A análise demonstrou que a redução dos índices de absenteísmo decorrentes da imunização contra a gripe trouxe um retorno sob o investimento para a empresa de cerca de R$ 107 por indivíduo vacinado ao ano, gerando uma potencial redução de custo total para as indústrias brasileiras de R$ 71 milhões por ano. Estes resultados mostram que a vacinação contra gripe em empresas reduz o impacto econômico na saúde. É importante destacar que a imunização contra a gripe contribui para garantir a saúde do indivíduo e, assim, evitar que o vírus seja transmitido para família e amigos.

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com a palavra. Qual vacina a Sanofi Pasteur considera mais Em que fase de estudo se encontra o importante dentro do seu portfólio? desenvolvimento da vacina contra a dengue? A Sanofi Pasteur oferece um portfólio completo e robusto, Há mais de 20 anos estamos investindo no desenvolvicom uma ampla gama de vacinas para prevenir várias doenmento clínico da vacina tetravalente contra a dengue e, ças imunopreveníveis que acometem a população brasileira. pela primeira vez, uma vacina demonstrou ser eficaz e Buscamos adaptar nosso portfólio para atender as principais segura na proteção contra a doença. Os testes já foram necessidades de saúde do público local. Entre as vacinas que finalizados e a previsão de lançamento está programada contribuem para prevenir e beneficiar um grande número de para o final deste ano e o início de 2016. O desenvolpessoas está a imunização contra a gripe. A doença atinge tovimento clínico da vacina contra a dengue conta com dos os anos cerca de 500 milhões de pessoas de todas as faium programa amplo e mundial de pesquisa, envolvenxas etárias ao redor do mundo, sendo responsável por três a do cerca de 20 estudos e mais de 40 mil participantes cinco milhões de casos graves no mundo, que levam a óbito em 15 países. Um dos estudos de eficácia de fase III da entre 250 mil a 500 mil pessoas, sendo que crianças, idosos e vacina realizado em cinco países da América Latina, inportadores de doenças crônicas são os grupos mais afetados, cluindo o Brasil, envolveu mais de 20 mil participantes segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, entre crianças e adolescentes, com idade entre 9 e 16 contribuímos para imunizar mais de 50 milhões de pessoas anos e mostrou que a vacina reduziu 60,8% dos casos de a cada ano por meio da parceria com o Instituto Butantan. A dengue na população vacinada, comprovando eficácia vacina contra a dengue, a primeira que demonstrou ser eficaz contra os quatro sorotipos da doença. A vacina contra a e segura contra os quatro vírus dengue também reduziu, de da doença, também contribuiforma significativa, os casos rá para ajudar a prevenir uma graves da doença em 95,5%, “HÁ MAIS DE 20 ANOS ESTAMOS epidemia. Segundo dados do além de diminuir em 80,3% Ministério da Saúde, em 2013, INVESTINDO NO DESENVOLVIMENTO o risco de hospitalizações. foram 1,5 milhão de casos noEsses resultados repretificados da doença. Em 2014, DE UMA VACINA CONTRA A DENGUE. sentam um grande avanço esse número é de 500 mil e para o controle da doença e agora, em 2015, foram cerca estão em linha com a meta PELA PRIMEIRA VEZ, UMA VACINA de 460 mil casos notificados da OMS de reduzir a mortaaté 28 de março, sendo 224 lidade por dengue em, pelo DEMONSTROU SER EFICAZ. A mil oficialmente reportados ao menos, 50% e a morbidade Ministério até 7 de março. PREVISÃO DE LANÇAMENTO É FINAL em, pelo menos, 25% até 2020. Para disponibilizar Quais são hoje as moléculas rapidamente doses da vaciDESTE ANO E O INÍCIO DE 2016” em fase de estudo avançado? na contra a dengue, a Sanofi Pasteur também investiu na A Sanofi Pasteur vem invesconstrução de uma nova fábrica em Neuville-sur-Saône, tindo no desenvolvimento de várias vacinas no mundo todo. próximo à Lyon, na França, que tem capacidade de faAtualmente são 14 vacinas em desenvolvimento ou submebricar 100 milhões de doses da vacina por ano. tidas à aprovação, projetadas para responder às necessidades de saúde pública não atendidas (dengue, gripe, entre outras) e vacinas combinadas que, com uma única aplicaQuais são os lançamentos da Sanofi Pasteur ção, conseguem proteger contra várias doenças. Um amplo previstos para os próximos períodos? programa clínico de fase III, que incluirá 15 mil adultos em Em 2015, o foco da Sanofi Pasteur é promover o lança200 centros de estudo de 17 países, inclusive o Brasil, avamento da Vacina Quadrivalente contra Gripe para clínicas liará a segurança, bem como a resposta imunológica e efiparticulares e empresas. Esta vacina oferece proteção mais cácia de uma vacina destinada à prevenção da infecção por ampla à população contra o vírus Influenza B, incluindo os Clostridium difficile, problema muito comum em hospitais. bebês a partir dos seis meses de idade, sendo a única disO objetivo da vacina é ajudar a proteger as pessoas em situponível no mercado a ter cobertura contra a Cepa B para ação de risco a não contrair a C. difficile, bactéria que causa essa faixa etária. E, entre o final de 2015 e início de 2016, doenças intestinais e pode levar ao óbito. O risco de contrair a empresa deverá introduzir a vacina contra a dengue no a bactéria aumenta com a idade e o tempo de permanência mercado brasileiro. Nos próximos dois anos, a Sanofi Pasem hospitais ou casas de repouso, por exemplo. teur lançará ainda duas novas vacinas no País.

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insights.


ims institute. Critérios de reembolso e tratamentos

CONTRA O CÂNCER

N

a mesma proporção em que as novas opções terapêuticas contra o câncer são apresentadas ao mercado, os sistemas de saúde voltam-se para a questão do impacto sobre os custos desses tratamentos. Independentemente da origem do pagamento – governos, operadoras de planos de saúde, empregadores ou os próprios pacientes – os resultados desse movimento impactam no acesso aos tratamentos mais inovadores. O assunto é tema do relatório Impact of Cost-per-QALY Reimbursement Criteria on Access to Cancer Drugs, elaborado pelo IMS Institute para avaliar os efeitos dos diferentes critérios de análise do reembolso no atendimento ao paciente. “Para equacionar as pressões macroeconômicas, a questão do acesso e garantir os melhores resultados, diversos países vêm adotando abordagens próprias para decidir sobre a forma de reembolso dos medicamentos, especialmente os destinados ao tratamento do câncer”, diz Murray Aitken, diretor-executivo do IMS Institute. O estudo, apoiado pelo laboratório Janssen, comparou os países que utilizam o princípio do custo por ano de vida com qualidade (CPQ do inglês cost per quality-adjusted life year), como Inglaterra, Escócia, Suécia, Austrália e Canadá, com aqueles que adotam outra metodologia de avaliação, caso dos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Espanha. No primeiro grupo de países, que utilizam o CPQ, os níveis de reembolso do tratamento são definidos por uma medida padronizada – que inclui análise do valor clínico, social e econômico econôm mic do tratamento – para determinar os níveis de

SOBRE O IMS INSTITUTE O IMS Institute é uma entidade de pesquisa orientada com alcance mundial que, em parceria com especialistas de saúde da área acadêmica e setores público e privado, atua no levantamento de ativos analíticos aplicáveis à saúde. As pesquisas do IMS Institute são produzidas de forma independente, sem financiamento da indústria ou do governo. Os estudos completos estão disponíveis em www.theimsinstitute.org ou podem ser baixados como um aplicativo do iTunes, via App Store.

insights.

reembolso. Já nos países que não utilizam o CPQ como critério, a dinâmica está centrada na eficácia clínica da nova droga e dos ganhos de saúde para os pacientes. Entre as principais conclusões do estudo, destacam-se: • Países que utilizam o critério do CPQ, o reembolso para os novos medicamentos contra o câncer é menor. Segundo o relatório, os nove medicamentos incluídos no estudo, com exceção de apenas um tratamento na Espanha, foram reembolsados nos países não-CPQ. Enquanto isso, no outro grupo, o reembolso foi negado a pelo menos três medicamentos em quatro dos cinco países CPQ. • Os países que adotam a metodologia CPQ podem beneficiar um número menor de pacientes com câncer. O levantamento mostra que os países CPQ podem registrar gastos desproporcionais com algumas drogas em comparação às outras intervenções terapêuticas. Isso porque os custos com medicamentos podem ser mais ou menos elevados dependendo do tipo de tratamento. Como resultado, os processos de atendimento que deslocam os gastos com novas drogas podem ser clinicamente menos eficazes e com uma relação custo-efetividade baixa. • As análises que levam em conta o custo por ano de vida com qualidade estão sujeitas a inconsistências. Os princicipais insumos para a avaliação de custo-eficácia de um medicamento contra o câncer nos países CPQ podem variar e incluir, além do preço, outras métricas de qualidade de vida e ganhos de sobrevivência proposto – medido como a sobrevida livre de progressão e a global. No entanto, esses critérios são considerados subjetivos e de difícil mensuração e nem sempre podem ser aferidos em uma dimensão exata. • As despesas com medicamentos para novos pacientes com câncer estão relacionados à taxa de sobrevivência. O relatório identificou que os gastos com medicamentos para os novos pacientes de câncer são menores nos países que adotam o CPQ. Também a relação entre os níveis de gastos com medicamentos e as taxas de sobrevivência nesses países é significativa, mesmo com as diferenças em relação à fase de diagnóstico, tempo de encaminhamento para o especialista e eficácia das intervenções. No Reino Unido, onde os valores apurados foram os mais baixos, o estudo apontou uma taxa de sobrevivência menor em quatro dos seis tipos de câncer – mama, rim, pulmão e próstata.

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setor.

DEMANDA

de medicamentos Instabilidade política-econômica prevê desaceleração do crescimento no setor farma para o período de 2015 a 2019

A

s mudanças no cenário político e econômico do Brasil no último ano foram determinantes para a revisão nas projeções de demanda por medicamentos no varejo farmacêutico para o próximo ciclo de cinco anos. Na verdade, era praticamente inevitável que a instabilidade do País não respingasse no desempenho de vários setores da economia nacional, incluindo a àrea farmacêutica. O enfraquecimento dos fundamentos macroeconômicos nacionais – leia-se aumento nos indicadores de inflação e das taxas de juros, associado à alta cambial – é apenas um dos responsáveis pela perspectiva

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de desaceleração no ambiente de negócios dos produtos farmacêuticos. Nesse cenário também concorrem as medidas governamentais de contenção das finanças públicas e a redução nos níveis de confiança empresarial e do consumidor. A sinalização de retração ficou ainda mais evidente com a recente divulgação do Ministério da Saúde sobre a nova fórmula de cálculo para reajuste de medicamentos da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). As regras atuais não contemplam a reposição integral da inflação e o aumento dos custos da indústria, já impactados pela valorização do dólar e pela alta carga tributária.

LUZ NO HORIZONTE Sim, ainda há luz no horizonte mesmo considerando este novo cenário. Em 2015, a expectativa é de que o mercado farmacêutico no canal varejo continue crescendo, ainda que na casa de um dígito, bem acima de diversos outros setores da economia. A favor da perspectiva de expansão estão os indicadores demográficos e de saúde, que apontam para o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e da incidência e diagnóstico de doenças crônicas. Também entram no cálculo das projeções positivas as melhorias na infraestrutura de saúde privada no País e a manutenção dos progra-

insights.


por Kátia Carminatto / consultoria IMS Health: Eduardo Rocha

Previsão de crescimento para o mercado de Genéricos (em unidades)

2014 2015 2019

Previsão de crescimento para o mercado de OTC (em unidades)

46,8bi

2014

5,9%

50bi 68bi

ao ano

2015 2019

60,3bi 63,7bi 79,1bi

perda de patentes e o consequenmas de saúde do governo, como o TENDÊNCIAS te aumento da base potencial de “Aqui tem Farmácia Popular” e o Pela análise do IMS Health, os gepacientes, associado ao cresci“Alto Custo”, apesar do aperto das néricos e os medicamentos de marmento, ou ao menos manutenção, contas públicas. ca continuarão ampliando particidos programas públicos de assispação no mercado em relação aos Chegando aos números, as estimatência farmacêutica. medicamentos de referência. Para tivas elaboradas pelo IMS Health se ter uma ideia de volume, ano mostram que em 2015 a demanda Por outro lado, a estabilização dos passado o mercado movimentou de medicamentos crescerá 6% em índices de crescimento dos medi46,8 bilhões de unidades padrão volume em relação ao ano passacamentos de referência é explicada de medicamentos genéricos e de do, e a comercialização chegará a pela perda de exclusividade de almarca. Em 2015, esse volume deve 132,1 bilhões de unidades padrão. guns produtos em função do vencideverá ultrapassar os 50 bilhões de Já a movimentação financeira para mento de patentes importantes, mas o período, com base no compensadas por novos preço lista, ficará em torlançamentos de drogas no de R$ 71,7 bilhões, um durante o período. EM 2015, A EXPECTATIVA É DE QUE avanço de 9,1% em comCom uma projeção de paração a 2014. Na esticrescimento menor do O MERCADO FARMACÊUTICO mativa desenhada com que genéricos e medicabase no preço de compra mentos de marca, mas NO CANAL VAREJO CONTINUE das farmácias, o valor ficom um volume significará em torno de R$ 45 CRESCENDO, AINDA QUE NA CASA DE cativo de unidades mobilhões em 2015, reprevimentadas no canal, os sentando um incremento UM DÍGITO, BEM ACIMA DE DIVERSOS medicamentos over-thede 7,6% contra 2014. -counter (OTC) sofrem mais com as restrições Esses mesmos patamaOUTROS SETORES DA ECONOMIA orçamentárias das famires se mantém nas prelias. A revisão dos preços visões do crescimento e determinados movimentos dos unidades e, em 2019, a estimativa acumulado para o quinquênio consumidores para a escolha por é de atingir cerca de 68 bilhões de 2015-2019. Com uma ligeira redusegmentos mais caros, no entanto, unidades padrão comercializadas ção no ritmo de crescimento, o vodeverá apoiar o crescimento dos no canal varejo. No acumulado de lume deverá crescer 5,9% ao ano, OTC. Em 2014, esses medicamen2015-2019, os genéricos e medicaatingindo 166,2 bilhões de unidatos movimentaram 60,3 bilhões de mentos de mercado deverão cresdes em 2019. Já considerando o unidades padrão. Para 2015, a precer acima de 7,5% ao ano, enquanto preço de compra das farmácias, o visão é de 63,7 bilhões bilhões e, em o índice dos medicamentos de marlevantamento indica movimenta2019, deverão ser comercializadas ca ficará em 1,9%. ção de R$ 59,4 bilhões em 2019 79,1 bilhões de produtos OTC no e crescimento de 7,3%. Todas as O componente mais importante canal farmácia, representando um projeções consideram possível vapara o crescimento de produtos crescimento de 5,9% ao ano. riação de mais ou menos 2%. genéricos e de marca será ainda a

insights.

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capa.

Novos caminhos das terapias

ONCOLÓGICAS

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por Kátia Carminatto

Estudo do IMS Institute aponta que até 2018 os gastos com medicamentos contra o câncer devem crescer entre 6% e 8% ao ano

O

ritmo da mudança no tratamento do câncer está se acelerando. Diagnóstico precoce, tratamentos mais longos e maior eficácia das terapias estão entre os fatores que influenciam o aumento dos gastos com medicamentos oncológicos. De acordo o estudo “Developments in Cancer, Treatments, Market Dynamics, Patient Access and Value”, do IMS Institute, as despesas globais de oncologia – incluindo

sociados aos biomarcadores estão emergindo e reduzindo, de maneira substancial, os tipos de tumores associados às baixas taxas de sobrevivência e opções de tratamento limitado. As mudanças, no entanto, trazem nova complexidade para oncologistas, pacientes, pagadores e poder público para equacionar a necessidade de cuidados adequados aos pacientes e assegurar a sustentabilidade dos sistemas de saúde. O levantamento mostra que o aumento dos gastos globais com

mentosos, esse percentual é de 13%. Outro prognóstico do estudo indica que até 2018 os gastos futuros com os medicamentos oncológicos deverá crescer entre 6 e 8% ao ano. A demanda crescente em parte é compensada pela concorrência dos biossimilares e dos genéricos lançados com a expiração das patentes. “O vencimento das patentes é saudável na medida em que fomenta novas terapias e proporciona um leque maior de escolhas aos pacientes e médicos”, diz Murray Aitken, diretor-executivo do IMS Institute.

TERAPIAS INOVADORAS Parte representativa dessa demanda está nas terapias direcionadas, que registraram uma taxa CAGR de 14,6% em todas as regiões durante os cinco últimos anos. Os resultados clínicos se mostram mais animado-

DIAGNÓSTICO PRECOCE, TRATAMENTOS MAIS LONGOS E MAIOR EFICÁCIA DAS TERAPIAS ESTÃO ENTRE OS FATORES QUE INFLUENCIAM O AUMENTO DOS GASTOS COM MEDICAMENTOS ONCOLÓGICOS

tratamentos medicamentosos, terapêuticos e de apoio – atingiram a casa dos US$ 100 bilhões em 2014. Nos principais mercados desenvolvidos, um aumento acentuado no volume das marcas protegidas por patentes desde 2011 e lançamentos de novos produtos têm sido os principais impulsionadores do crescimento da despesa, influenciados também pela redução do impacto das expirações de patentes. Um conjunto de tratamentos inovadores, muitas vezes combinado com outros medicamentos novos ou existentes, e frequentemente as-

insights.

medicamentos contra o câncer – mensurados a partir do preço do fabricante, sem descontos, abatimentos e programas subsidiados pelo governo – atingiu uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 6,5 % durante os últimos cinco anos, sendo que a concentração de volume e desembolso estão concentrados nos Estados Unidos e nos cinco maiores países da Europa que, juntos, respondem por 66% do mercado. Nas economias farmacêuticas emergentes, onde aumenta a prevalência da doença e também do acesso aos tratamentos medica-

res para os cancros principais. Na maioria dos casos, as taxas de sobrevivência de cinco anos subiram por causa da melhora na detecção e das novas opções de tratamento. Atualmente nos Estados Unidos, dois terços dos americanos diagnosticados com câncer vivem, pelo menos, cinco anos mais do que em 1990. O grande número de medicamentos em desenvolvimento clínico também sugere o aumento da concorrência direta nos próximos cinco anos. Concorrem nessa arena os imuno-oncologicos, que mantêm a promessa de melhora da sobrevida

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com menor toxicidade para alguns pacientes, e as terapias de combinação, que podem tratar das múltiplas nuances dos tumores. A eficácia terapêutica em várias subpopulações genéticas com a adoção dos biomarcadores, parâmetros biológicos que permitem identificar, entre outros aspectos, as respostas do organismo ao tratamento, também vêm trazendo mudanças substanciais. Mas, apesar da eficácia do diagnóstico molecular, apenas um terço dos novos medicamentos oncológicos têm um biomarcador identificado no lançamento.

LANÇAMENTOS Entre 2010 e 2014 a indústria farmacêutica produziu 45 novas drogas para mais de 53 usos. Somente ano passado, dez novos medicamentos foram lançados globalmente, incluindo cinco terapias biológicas, duas novas imunoterapias, as moléculas nivolumab e pembrolizumab, ambas inibidores de ponto de verificação, além do blinotumomab (primeiro de uma nova classe, os bi Engagers específicos de células T), o ramucirumab e o siltuximab. Nem todos os lançamentos contemplam todos os países. As moléculas alectinib para ALK + e NSCLC

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mogamulizumab para ATCL, por exemplo, foram lançadas apenas no Japão. Outro aspecto importante é que muitos dos novos agentes serão eventualmente aprovados em múltiplas indicações, proporcionando novas opções aos pacientes. Novas ondas de lançamentos de terapias e classes de medicamentos deverão surgir. Com isso, aumentam as combinações de produtos voltados para a imuno-oncologia e as parcerias entre indústrias detentoras das patentes de diferente moléculas. “Se por um lado essas composições vão melhorar os resultados, por outro as estratégias de comercialização ficarão mais complicadas”, avalia Murray Aitken, diretor do IMS Institute. Em outras palavras, as combinações podem criar complexas relações entre os fabricantes, como em uma situação onde duas empresas podem atuar juntamente no desenvolvimento de uma combinação, e ainda competir entre si quando se tratar da mesma molécula para outras indicações. Isso porque a maioria das combinações incluem agentes de dois ou mais fabricantes. É o caso da Roche, BMS, AZ e Janssen, por exemplo, que estão estudando as combinações de uma nova entidade molecu-

lar (NME) e de um agente produzidos por um único fabricante.

MÚLTIPLAS INDICAÇÕES Do outro lado desse horizonte, pagadores privados e sistemas de saúde públicos intensificaram a análise comparativa do valor dos medicamentos oncológicos e seus benefícios incrementais em relação aos tratamentos existentes, o que, na maioria das vezes, vem limitando o acesso a essas drogas. “Na medida em que aumenta a prevalência da maioria dos cânceres e os novos medicamentos contribuem para o crescimento da demanda por terapias em todo o mundo, questões de acesso e de reembolso devem se tornar ainda mais complicadas em função das terapias individuais e combinadas, dos diferentes tipos da doença e as especificidades de cada tratamento”, observa Aitken . Como a maioria dos novos fármacos tem várias indicações, a análise individualizada do seu efeito tende a ficar cada vez mais complexa. Das 88 drogas contra o câncer comercializadas em 2014, apenas 40 tinham indicações individuais. Em 2020, a maioria dos medicamentos oncológicos deverá ter múltiplas indicações, refletindo o

insights.


empenho dos desenvolvedores na busca de alvos genéticos em vários tumores e a ascensão dos imuno-oncologicos, que podem chegar a ter até seis indicações. “A maioria das novas drogas será aprovada para múltiplas indicações, mas é improvável que elas tenham a mesma eficácia para todas elas”, nota o diretor. Outra questão, ainda não muito clara, é a atribuição dos preços adequados. É o caso do Avastin, aprovado para múltiplas indicações nos Estados Unidos e na Inglaterra.

PREÇO Estabelecer preço para um novo medicamento contra o câncer envolve uma série de variáveis. Nas situações em que a molécula tem o potencial de usos múltiplos, com diferentes valores clínicos e números de pacientes, o processo é ainda mais complicado. A fixação de preços apenas com base em dados clínicos favoráveis pode transformar o medicamento em forte candidato à restrição de acesso. A alternativa, que é a definição de preços com base em uma média ponderada entre valores clínicos e quantitativo de paciente esperados, também pode interferir

na restrição de acesso e comercialização do medicamento. Diante disso, o modelo preferido pelos pagadores e fabricantes é o da estratégia de preços alternativos que permitem valores distintos para grupos de pacientes individualizados e tendo como base o valor clínico e as evidências.

ACESSO E REEMBOLSO O acesso dos doentes aos medicamentos contra o câncer varia em todos os mercados. Ano passado, países como Japão, Espanha e Coréia do Sul tiveram acesso a pelo menos metade dos fármacos lançados globalmente nos últimos cinco anos. Já nos mercados farmacêuticos emergentes, a disponibilidade de novas terapias direcionadas permanece baixa, com pequenos incrementos. Os custos têm papel significativo nesse processo. Para se ter uma ideia, a média mensal dos valores para esse tipo de tratamento aumentou 39% nos Estados Unidos ao longo dos últimos dez anos. No caso dos custos para os pacientes out-of-pocket o aumento das despesas com as drogas foi de 71% entre 2012 e 2013, o que trouxe mudanças substanciais nos formatos dos planos e custos ambulatoriais.

CONVERSAS NAS MÍDIAS SOCIAIS Entre os que estão na fase de diagnóstico e tratamento prévio para cancro da próstata

33%

Entre aqueles que estão em tratamento

Marcadores tumorais Preparação e busca de informação

26% Descrença e ceticismo sobre o diagnóstico

insights.

20% 67% Opções de tratamento disponíveis

Aitken destaca que mesmo entre os países ricos, as novas drogas atingem um número pequeno de pessoas, já que em vários lugares, elas não podem ser reembolsadas. Nesses casos, as vias de acesso ao custeio do poder público são distintas. A Austrália, por exemplo, opera um fundo especial para custear o trastuzumab para pacientes com câncer de mama em estágio avançado. Operação semelhante ocorre na Inglaterra, onde o Cancer Drugs Fund (CDF) fornece medicamentos para pacientes seguindo os parâmetros do The National Institute for Health and Care Excellence (NICE).

MÍDIAS SOCIAIS Durante todo o processo de tratamento da doença, as mídias sociais e sites de relacionamento são cenários de narrativas, reclamações e discussões sobre tratamento. O estudo do IMS Institute identificou que na fase de diagnóstico e tratamento prévio para cancro da próstata, os marcadores tumorais dominam 33% das conversas e 26% dos pacientes expressam descrença e ceticismo sobre seu diagnóstico. Entre aqueles que estão em tratamento, 67% das conversas são sobre as opções disponíveis e cerca de 20% preparação e busca de informação. Como melhorar as taxas de sobrevivência e os números de pacientes que vivem com o aumento de câncer de próstata, preocupações financeiras (43%), vigilância ativa (25%), e preocupações emocionais (14%) são os principais tópicos de conversação. Sobre este aspecto, o estudo ressalta que as orientações ao público nas redes sociais pela indústria é o primeiro passo para distinguir paciente e fabricante. Essas mediações devem incluir informações sobre a droga – inclusive benefícios e riscos – e a correção de informações erradas.

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artigo.

André Fabre Ballalai Ferraz é consultor do IMS Health Brasil

DOENÇAS RARAS holofotes ligados em 2015

O

conceito atualmente adotado pelo Ministério da Saúde para classificar uma enfermidade como rara é a prevalência de 65 indivíduos para cada 100 mil habitantes. Nesse âmbito, existem em torno de 8 mil enfermidades tidas como raras ou negligenciadas que atingem mundialmente cerca de 6 a 8% da população. Em geral, as doenças raras têm como causa principal alterações genéticas e costumam manifestar-se nos primeiros anos de vida dos pacientes. Outras casualidades podem também ser responsáveis como infecções por bactérias/vírus e condições degenerativas.

O TEMA EM FOCO A discussão sobre doenças raras não é uma novidade entre a comunidade de saúde no Brasil e no mundo, entretanto, em 2014 o assunto recebeu atenção adicional no País. Em janeiro de 2014 o Ministério da Saúde publicou a Portaria 199/2014 que instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras e aprovou a criação de diretrizes e temas de financiamento. Ao longo do ano, especialistas da comunidade médica e o plenário da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS conduziram discussões

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em uma iniciativa de seleção e priorização de algumas condições, publicando, em setembro, um documento com o resultado desses trabalhos. O documento “Priorização de Protocolo e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras” estabelece os critérios e o resultado da opção, separando as doenças raras em dois eixos: as de origem genética e não genéticas, assim como agrupa as patologias em grupos funcionais dentro desses eixos. De acordo com o MS, atualmente existem 35 PCDTs já estabelecidas no âmbito do SUS e, fruto dessas priorizações serão publicadas outras 12 até o fim de 2015. Entretanto, algumas drogas ainda não são cobertas pelo SUS, mesmo endereçando doenças com PCDT já estabelecido, como o caso do Riluzol para esclerose lateral amiotrófica (ALS) e o Pegvisomant para acromegalia. Este último teve negativa por parte da Conitec na sua incorporação ao formulário de medicamos do SUS, em março de 2015. Ainda há enfermidades cuja medicação já é registrada e aprovada, mas não cobertas pelo SUS no âmbito federal: Doença de Fabry, Doença de Pompe, as mucopolisacaridoses tipos I/II/IVA/VI entre outras em um total de dez.

insights.


DOENÇAS PRIORIZADAS – PCDT A SEREM PUBLICADOS EM 2015 D Eixo

Grupo Anomalias Congênitas e de Manifestação Tardia

Enfermidade

PCDT

Polineuropatia amiloidótica familiar

1

Anomalias da determinação e diferenciação do sexo

2

Imunodeficiências primárias

3

Anomalias Cromossômicas e complexos mal formativos

4

DI: Síndromes e complexos mal formativos DI: Alteração cromossômica Síndrome Rett e afins Eixo I Origem Genética

Deficiência Intelectual (DI)

Síndrome do X-Frágil

5

DI: Cromossomo X DI: Não sindrômica idiopática DI: Autossômica não sindrômica Aminoacidopatias

Erros no Metabolismo

Eixo II Origem Não Genéticas

6

Erros inatos do metabolismo com manifestação aguda

7

Adrenoleucodistrofia ligada ao Cromossomo X e Doenças Peroxissomais

8

Aminoacidopatias

9

Infecção por micobacteria atípica e BCGite

10

Inflamatórias

Doença de Still do Adulto

11

Autoimunes

Vasculites Sistêmicas Primárias

12

Infecciosas

Fonte: Ministérios da Saúde – SCTIE/DGITS

DI: Causa teratogênica

Priorização de Protocolos e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, setembro 2014

AS DIFICULDADES ENFRENTADAS A inclusão de drogas nos formulários de pagadores tanto públicos quanto privados é um tema bastante complexo, uma vez que analisar o tema à luz de perspectivas distintas carrega consigo argumentos favoráveis e contrários. Entretanto, este tipo de análise, no que tange às doenças raras, é ainda mais complicado por uma série de razões. • Número de pacientes: os órgãos reguladores de saúde requisitam um número cada vez maior de pacientes a serem recrutados nos ensaios clínicos para que a eficácia e segurança de uma determinada droga sejam comprovadas. Em uma perspectiva global este já é um tema complexo, uma vez que a baixa prevalência de pacientes é um ponto crítico no desenho dos estudos clínicos.No cenário nacional este ponto é ainda mais critico, uma vez que pela legislação brasileira, os pacientes que recrutados para os estudos tem o direito de receber a droga sem custo até o fim do tratamento, que muitas vezes é crônico, ou seja, até o fim da vida. Isto cria um trade-off - por um lado recrutar um número de pacientes que venha a garantir a confiabilidade dos resultados dos estudos pode significar recrutar quase metade de todos os pacientes no país. Por outro

insights.

lado, abrir mão deste número pode enviesar os estudos pela baixa relevância estatística de seus resultados. Desta forma, no que tange as doenças raras, um modelo distinto estudo clinico necessita ser discutido. Modelo este que enderece as particularidades deste tipo de enfermidade, porém que tenha sempre como norte o bem estar do paciente. • Custo-benefício: para uma droga ser incluída nos formulários de reembolso, é necessário passar por análises de custo-efetividade e de impacto orçamentário e para isso, cada agência tem a sua definição sobre o que é e o que não é custo-efetivo. Devido a uma série de fatores como a baixa incidência de casos, complexidade científica e o risco de desenvolvimento clínico, drogas destinadas a este tipo de enfermidade dificilmente atingem os patamares de custo-efetividade requeridos assim como, na perspectiva do pagador, geram impactos orçamentários muitas vezes elevados.

PERSPECTIVA PARA O FUTURO • Tratativa diferenciada: algumas agências de avaliação de tecnologia em saúde (ATS) como a PBAC

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artigo. AS DROGAS EM BTD, ENFERMIDADES QUE JÁ POSSUEM UM PADRÃO DE TRATAMENTO, DEVEM SER APROVADAS EM CURTO PRAZO, TRATAMENTOS INOVADORES COMO É O CASO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA E AS MOLÉCULAS DIMETIL FUMARATO, ALEMTUZUMAB E PONESIMOD (Austrália) e o NICE (Reino Unido) já estabeleceram critérios para que a drogas órfãs sejam analisadas de maneira diferenciada. Critérios como o impacto na qualidade de vida e prolongamento da sobrevida desses pacientes já passam a ser considerados, assim como a prova da eficácia mesmo em um cenário de custo-efetividade não atingido. No Brasil, a Conitec, que é ligada ao MS, ainda não tem uma política diferenciada para a análise de drogas órfãs. Entretanto, recentes movimentos, como a publicação de uma Política Nacional para Doenças Raras e um documento de priorização, apontam para uma direção animadora. • Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas: até o fim deste artigo, nenhum PCDTs para uma doença rara havia sido divulgados no site da Conitec, entretanto é esperado que, como resultado das discussões, além dos 12 protocolos a serem publicados em 2015, nos anos subsequentes as demais enfermidades que se encaixaram nos critérios de priorização, num total de 45, tenham diretrizes terapêuticas estabelecidas e publicadas. • Novas drogas: paralelamente à discussão sobre a incorporação das drogas já existentes, uma outra gama de moléculas está em fase final de estudos no mundo, o que significa que em um curto espaço de tempo essas drogas devem chegar ao País. Atualmente, nos Estados Unidos, existem oito drogas para doenças raras com o “breakthrough therapy

designation” (BTD), o que vai acelerar os programas de desenvolvimento e aprovação dessas moléculas. Em sua maioria, esses fármacos endereçam enfermidades ainda sem tratamento como o Drisapersen, para a distrofia muscular de Duchenne, e o Bimagrumab, para o tratamento da miosite esporádica por corpúsculo de inclusão. No ambiente das doenças raras, as companhias são bastante focadas em determinados grupos de doenças como é o caso de empresas como Shire, Biogen Idec e Biomarin assim como as biofarmacêuticas especializadas em doenças raras, como Alexion, Actelion, Aegerion e Genzyme – esta última parte do grupo Sanofi. Isto não significa que grandes conglomerados não invistam nestes tipos de doenças: Pfizer, Novartis, GSK, Bayer e Merck Serono também possuem drogas para o tratamento de enfermidades raras. Ademais, as drogas em BTD, enfermidades que já possuem um padrão de tratamento, devem ser aprovadas em curto prazo, tratamentos inovadores como é o caso da esclerose múltipla e as moléculas dimetil fumarato, alemtuzumab e ponesimod. Em outras condições como a doença de Pompe, Goucher e hipertensão arterial pulmonar também devemos observar a aprovação de novas drogas nos próximos anos, assim como, as empresas trabalham em novas formulações orais que melhoram a qualidade de vida do paciente.

MOLÉCULAS COM DESIGNAÇÃO BTD DO FDA PARA DOENÇAS RARAS Origem

Genética

Não Genética

Molécula

Indicação

Empresa

Asfotase Alfa

Hipofosfatasia

Alexion

Cyclic Pyranopterin Monophosphate (cPMP)

Deficiência do Cofator de Molibdênio

Alexion

Drisapersen en

Distrofia Muscular de Duchenne

SD-101

Epidermólise Bolhosa

Scioderm

Sebelipase Alfa

Defi ficiência iência Lipase Acida Lisossômica

Synageva

Bimagrumab

Miosite esporádica por corpúsculo ú ulo de inclusão

Novartis

Firdapse

Síndrome miastênica de lambert-eaton

Catalyst

Ixazomib

Amiloidose Sistêmica

Takeda

GSK

Fonte: FDA, Orphan Druganaut Blog, Companies Press Releases

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insights.


anĂşncio


global news. P&D

Inflamação e dor A Kala Pharmaceuticals anunciou os resultados de um estudo de LE-MPP fase III (KPI 121) para o tratamento da inflamação e dor em pacientes submetidos à cirurgia de catarata. De acordo com a pesquisa, a molécula foi bem tolerada e não apontou resultados significativos de segurança relacionados ao tratamento durante os testes. A farmacêutica também divulgou os resultados de um ensaio clínico de fase II de LE-MPP para o tratamento de olho seco. Ainda estão em curso uma avaliação de fase II do agente em pacientes com Oclusão de Veia Central da Retina (OVCR), Edema Macular Diabético (DME) e Doença da Glândula Meibomiana (MGD).

Doenças cardiovasculares A 4P Therapeutics está desenvolvendo uma formulação transdérmica do antagonista tirofibano da glicoproteína IIb / IIIa para o tratamento de doenças cardiovasculares. Os estudos estão sendo realizados em parceria com a Medicure, em um acordo firmado em 2012. A formulação utiliza a tecnologia de entrega transdérmica da 4P Therapeutics para mimetizar a administração e favorecer a liberação do fármaco.

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setor A farmacêutica PaxVax, empresa de vacinas especializada em biodefesa, anunciou uma série de novas parcerias comerciais e acordos de distribuição da sua vacina contra febre tifóide, a Vivotif®. Esses acordos vão assegurar a disponibilidade global da Vivotif® na Europa e Austrália e apoiar o crescimento das vendas e ampliação do mercado nos Estados Unidos. Atualmente a vacina está licenciada para venda em 27 países. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos divulgou que está tomando medidas para criar uma vacina humana contra o vírus da gripe aviária H5N2. Os cientistas acreditam que o H5N2 vem sendo espalhado por aves aquáticas selvagens e podem afetar também as granjas avícolas comerciais. O vírus já matou dezenas de milhares de aves em fazendas de oito estados americanos. O Dako Denmark, subsidiário da Agilent Technologies, recebeu uma carta da Food and Drug Administration (FDA) reconhecendo as medidas corretivas adotadas pelo laboratório após advertência da agência americana sobre os processos de gestão de qualidade no tratamento das reclamações, ações preventivas, técnicas estatísticas e validação de processos. O comunicado da FDA encerra o processo que estava em aberto desde 2013. A Amgen, empresa mundial de biotecnologia, firmou parceria com a Universidade Estadual do Ceará (UECE), no Brasil, no curso de mestrado profissional em biotecnologia em saúde humana e animal. Pelo acordo firmado, a farmacêutica vai disponibilizar aos alunos o acesso a um treinamento on-line sobre produtos biológicos desenvolvidos em parceria com universidades americanas. Além disso, alguns módulos serão ministrados por profissionais que atuam na empresa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou a atenção para as dificuldades no cumprimento das metas globais de vacinação. Um relatório recente sobre o progresso do plano de ação da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que os medicamentos não estão sendo entregues de forma equitativa ou confiável. Ainda, de acordo com o documento, apenas um dos seis principais objetivos de vacinação para 2015 está avançando corretamente. O relatório destaca que uma em cada cinco crianças no mundo não recebe as vacinas básicas que podem impedir 1,5 milhão de mortes por ano de doenças consideradas evitáveis. Com a aprovação da Lei da Biodiversidade, o Brasil deverá investir aproximadamente R$ 270 milhões em pesquisas e desenvolvimento de novos medicamentos fitoterápicos no País. A nova legislação vai refletir no aumento da participação dos fitoterápicos, que atualmente respondem por menos de 2% do mercado farmacêutico brasileiro.

insights.


Fonte: IMS Global News Redação: Kátia Carminatto

TOP 10 Fonte: IMS Health Knowledge Link

Indústrias farmacêuticas que mais crescem (crescimento (%) Q4 2014/2013) Gilead Sciences

113

Prasco Labs

56

Biogen Idec

49

Amneal

41 31

Intas Torrent

24

Salix

24 22

Lupin Johnson & Johnson

19

Impax

19

Vendas por classes terapêuticas (Vendas mundiais - US$ milhões - Q4 2014) 139.835

Antineoplasia e agentes imunomoduladores

134.636

Sistema nervoso

129.177

Movantik® Os laboratórios AstraZeneca e Nektar já estão comercializando nos Estados Unidos um tratamento oral para a constipação intestinal induzida por opioides em adultos com dor não-oncológica crônica, cujo nome comercial é Movantik®. O princípio ativo do fármaco é o naloxegol, molécula que pertence à classe dos antagonistas periféricos,usualmente utilizados para diminuir os efeitos da constipação causada pelos opioides. Os direitos mundiais sobre o naloxegol da Nektar foram adquiridos pela AstraZeneca em 2009.

Trato Alimentar e metabolismo

112.573

Anti-infecciosos gerais

98.632

Sistema cardiovascular

65.721

Sistema respiratório

48.115 41.856 37.737 30.120

Sangue e órgãos hematopoiéticos Sistema genito urinário e hormônios sexuais Sistema musculoesquelético Vários

Produtos líderes (Vendas mundiais - US$ milhões - Q4 2014) 11.963

Humira

10.336

Lantus

9.394

Sovaldi

9.305

Abilify Enbrel

8.790

Seretide

8.682 8.488

Crestor Remicade Nexium Mabthera

insights.

LANÇAMENTOS

8.169 7.683 6.462

Natpara® A farmacêutica Shire divulgou o lançamento da molécula 558 NPSP (Natpara®) como um complemento de cálcio e vitamina D para controlar a hipocalcemia em pacientes com hipoparatireoidismo nos Estados Unidos. O agente NPSP 558, um paratormônio recombinante humano, já está disponível na Europa para o tratamento da osteoporose pós-menopausa com o nome comercial de Preotact®, mas a droga sob o nome Natpar® está pendente de aprovação na União Europeia para o tratamento de Hipoparatireoidismo.

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global news. P&D

Pesquisa DMRI A Ohr Pharmaceutical apresentou os resultados de um ensaio clínico de fase II da esqualamina tópica (GAR 102) para o tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI). De acordo com os relatos, 42% dos 38 pacientes que fizeram tratamento com a esqualamina apresentaram resultados superiores em relação aos grupos submetidos à monoterapia com ranibizumabuma, cujo índice alcançado foi de 28% para 32 pacientes. A forma sintética da esqualamina aminosteril (MSI 1256F) também está sendo avaliada em um estudo de fase II para tratamentos de edema macular diabético, retinopatia diabética proliferativa e oclusão da veia da retina.

TOP 10 Fonte: IMS Health Knowledge Link

Principais companhias mundiais (participação vendas mundiais em %, Q4 2014)

1

Novartis (5,5)

2

Pfizer (4,8)

3

Sanofi (4,3)

4

Roche (4)

5

Merck & Co (3,9)

6

Johnson & Johnson (3,9)

7

AstraZeneca (3,6)

8

GlaxoSmithKline (3,4)

9

Teva (2,8)

10

Gilead Sciences (2,5)

LANÇAMENTOS

Anticancerígenos Durante a edição de 2015 do Bio-Europe Spring Conference, o laboratório GamaMabs Pharma anunciou que está conduzindo um programa de desenvolvimento de anticorpos terapêuticos anticancerígenos com alvos não especificados. Dois anticorpos já foram identificados e estão sob avaliação pré-clínica: um anticorpo é totalmente humano e o outro humanizado. A farmacêutica está licenciada pelo Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (INSERM) em dois programas dessa finalidade.

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Omidria® – O laboratório Omeros anunciou o lançamento no mercado americano do fármaco Omidria ®, uma combinação de dose fixa de fenilefrina e cetorolaco (1 0,3%) que atua na prevenção da miose induzida cirurgicamente e redução da dor pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia de catarata ou cirurgia de substituição da lente intraocular. A combinação fixa entre o ketorolac anti-inflamatório e o agente midriático fenilefrina está sendo desenvolvida para manutenção da midríase, prevenção de constrição da pupila cirurgicamente induzida e redução da inflamação e dor pós-operatória. Humira® – A Comissão Europeia concedeu autorização de comercialização do Humira® da AbbVie, como terapia para a psoríase em placas crônica em crianças a partir dos quatro anos e adolescentes que tenham tido uma resposta inadequada ou são candidatos inadequados para a terapia tópica e fototerapia. A aprovação foi baseada em dados de um ensaio de adalimumab, anticorpo monoclonal totalmente humano dirigido contra fator de necrose tumoral-alfa fase III e disponível em todo o mundo para o tratamento da artrite reumatoide. O anticorpo também está disponível no Japão, como uma terapia para a doença de Behcet.

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anĂşncio


trabalho.

Acertando na

CONTRATAÇÃO Desenvolver estratégias eficientes para encontrar e reter talentos é essencial para o sucesso da empresa

S

eja por meio de anúncios em jornais, posts em redes sociais ou até mesmo por indicação, um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas na hora de contratar é atrair candidatos que atendam às especificidades da vaga, de modo que nem a companhia e nem o candidato se frustrem no meio do caminho. Para que a busca já tenha um bom filtro inicial e evite pessoas incompatíveis com o perfil almejado, é preciso que, independente do canal escolhido para fazer a divulgação, “a comunicação seja clara e objetiva, contendo todas as especificações do cargo”, orienta o presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), José Roberto Marques. Após definir exatamente o que se procura e maximizar as chances de acertar na escolha de novos talentos, “outra opção é contratar uma empresa de recrutamento, que fará uma seleção mais precisa e entregará, aos responsáveis pela contratação, apenas aqueles candidatos que realmente se encaixem no perfil almejado”, explica.

tar um profissional experiente ou optar por alguém com menos conhecimento, Marques afirma que questões comportamentais contam tanto quanto um bom currículo com experiência e conhecimento técnico. “Hoje, o capital humano é o bem mais valorizado nas organizações. Ao buscar por um candidato, a empresa traça um perfil que ofereça

equilíbrio entre competência técnica e habilidades comportamentais. Nesse sentido, faz algumas especificações como, por exemplo: boa comunicação, trabalho em equipe e engajamento. Em alguns casos, poderá optar por alguém recém-formado para assistente, para poder moldar o profissional, porém, existem cargos que exigem experiência

EXPERIÊNCIA X COMPROMETIMENTO Ao ser questionado sobre contra-

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por Luciana Vinha

e que, por isso, não são abertos para novatos”, salienta. Para Débora Menegolli, coordenadora de recrutamento e seleção da RHBrasil, empresa especialista em recursos humanos, a escolha vai depender da real situação da empresa que está contratando, em termos de urgência, necessidade do profissional e até mesmo planejamento. “Quando existe tempo hábil para treinar, acompanhar, corrigir e direcionar, é ideal contratar alguém sem vícios de experiências anteriores, mas, em contrapartida, no mundo corporativo atual, há sempre mais pressão, menos tempo, menos prazo, menos

orçamento e mais responsabilidades, o que dificulta encontrar tempo para ser mentor de um profissional com pouca ou nenhuma experiência”, comenta.

A IMPORTÂNCIA DA INDICAÇÃO Marques ressalta que há cargos tão específicos que a indicação, por vezes, é melhor que realizar um recrutamento aberto. Para Débora, essa recomendação é muito importante, pois costuma criar atalhos e ser uma ponte de acesso a oportunidades de emprego. “Podemos notar que as redes sociais

profissionais e sites de emprego engajados chegaram a criar áreas no site em que um profissional pode indicar e recomendar outros profissionais e, inclusive, competências”, destaca.

DE OLHO NA REDE Com o avanço da tecnologia e com as redes sociais em constante crescimento, o uso da internet revolucionou a eficiência dos processos, reduzindo custos e trazendo mais agilidade. Além de contribuir na divulgação da vaga, atingindo uma grande quantidade de usuários – já que as pessoas podem compartilhar a informação de maneira vasta e muito rápida –, a internet favorece também os recrutadores na busca de referências, permitindo avaliar o perfil e a conduta do candidato, incluindo postagens, curtidas e comentários. De acordo com o presidente do IBC, “as redes sociais são ótimas aliadas, pois muitos profissionais utilizam esse meio como forma de comunicação e informação, mas vale lembrar que o usuário deve ficar bem atento, pois, hoje, ela é também uma ferramenta de avaliação comportamental”, diz.

COMO ENGAJAR E RETER NOVOS TALENTOS? Promover a satisfação dos colaboradores e evitar que eles queiram buscar novas oportunidades, inclusive na concorrência, é outro desafio enfrentado pelas empresas. De acordo com uma pesquisa realizada no final do ano passado pelo Hay Group, entidade especializada em consultoria global de gestão de negócios, as empresas têm investido pouco nessa questão e muitas ainda não sabem o que fazer para manter um bom funcionário. Segundo o estudo, 74% das empresas brasileiras consultadas consideram importante reter talentos, mas ape-

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trabalho. nas 26% têm avançado nesse quesito e possuem programas voltados para isso. Uma pesquisa anterior, feita com empresas nacionais e estrangeiras, apontou que 64% das companhias enfrentavam problemas para segurar os talentos. Entre elas, 89% não tinham planos formais de retenção. Dentre os fatores responsáveis pelo desligamento do contratado, a baixa remuneração salarial, a falta de treinamentos e planos de carreira, e os desgastes na relação com o gestor são alguns dos principais motivos. Por isso, é fundamental que as companhias estejam atentas aos fatores responsáveis pela rotatividade, para que não percam bons funcionários, pois, além da necessidade de investir financeiramente em uma nova contratação, há prejuízos de tempo e dinheiro investidos na pessoa que deixou o emprego. Segundo estimativa do Hay Group, cada substituição pode ter um custo para a empresa equivalente de 12 a 18 salários recebidos pelo colaborador que está deixando a companhia. Esse valor considera os investimentos para se encontrar um novo funcionário, gastos com documentação, consultorias

para contratação, entre outros. Para Marques, desenvolvimento é palavra que define bem a forma de reter talentos. Porém, deve ser feito de maneira individual, respeitando as características, habilidades, perfis e competências de cada profissional. Em sua opinião, é por isso que o coaching tem sido uma alternativa bastante utilizada por empresas para promover a motivação, desenvolvimento e retenção de seus colaboradores e, ainda, abrir perspectivas futuras por meio da ampliação da visão de oportunidades por parte do colaborador e também da empresa. “O coaching proporciona ao colaborador uma visão sistêmica

ESTRATÉGIAS PARA GARANTIR MAIOR RETENÇÃO • Esclarecer os objetivos da empresa e inspirar confiança de que a mesma conseguirá alcançá-los; • Incentivar e apoiar a criatividade e inovação do colaborador, dando-lhe autonomia para desempenhar suas funções; • Oferecer oportunidades de crescimento dentro da empresa, como planos de carreira e ajustes na remuneração; • Fazer com que os colaboradores tenham confiança em seus líderes, de modo que não haja dúvidas em relação ao direcionamento da empresa; • Ambiente propício para a função desempenhada, e colaboração e apoio entre os setores.

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da organização, bem como senso de pertencimento e engajamento, propiciando um ambiente favorável à alta produtividade, feito por meio de técnicas e ferramentas de desenvolvimento comportamental, além de auxiliar no alinhamento de vida pessoal e profissional”, esclarece. Segundo Débora, criar oportunidades como um plano de carreira pode ajudar a manter o colaborador motivado e comprometido com o trabalho. Demonstrar a importância dele para a organização, compartilhando os feitos e as responsabilidades, também contribui de forma positiva. Outro fator importante, segundo ela, é o ambiente de trabalho, pois o funcionário passa praticamente mais tempo dentro da empresa do que em casa, por isso é fundamental que o espaço profissional seja agradável e que a empresa haja com transparência. “O plano de carreira não permitirá que o profissional se acomode, pois o mesmo sempre terá um novo desafio à frente. Criar mecanismos de meritocracia, recompensa por meio de cursos de aperfeiçoamento e demais atitudes que façam com que o colaborador sinta-se importante e parte essencial do mecanismo corporativo, mantendo o bom profissional na empresa.”

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por Renata Marcondes

TECNOLOGIA

doméstica PEÇAS LIMPAS E PROTEGIDAS A lavadora e secadora Eco Bubble, da Samsung, tem entre as principais funções a produção de suaves bolhas de espuma antes do ciclo de lavagem, assim o detergente dissolvido penetra rapidamente nos tecidos. Além do design elegante, a preocupação com a durabilidade das roupas se destaca: o equipamento utiliza água em baixa temperatura, eliminando danos aos tecidos. Assim, a lavadora também economiza energia por não haver necessidade de aquecer a água. O motor não possui escovas, o que ajuda a manter a durabilidade das peças, e o tambor com relevo de diamantes move as roupas suavemente.

consumo. FACILIDADE NA COZINHA Interativo, o refrigerador DT52X, da Electrolux, conta com dois aplicativos exclusivos: o primeiro traz um programa nutricional completo e o outro mais de 650 opções de receitas gourmet, ajudando o consumidor a preparar pratos de uma maneira fácil e intuitiva.

IMAGEM DE ALTA QUALIDADE A TV 4K da Panasonic, batizada de AX900, com 65”, possui reconhecimento do usuário por voz, identificação das preferências de conteúdo de cada telespectador e resolução quatro vezes maior que o Full HD. O recurso “Info Bar” mostra informações úteis do dia a dia, sem que o usuário precise ligar a TV, graças a um sensor de proximidade aliado à tecnologia de reconhecimento de face. O aparelho – produzido em vidro e metal – tem processador de altíssima velocidade quad-core Pro5 e ainda vincula o processamento do sinal de vídeo aos níveis de luz ambiente para entregar uma imagem perfeita.

ROUPAS IMPECÁVEISS

MÚSICA EM QUALQUER LUGAR

O vaporizador de roupas GST10, 0, da Electrolux, permite passar peças amento facilmente e proporciona acabamento os mais perfeito até mesmo nos tecidos cidade de difíceis. O modelo possui capacidade e autono2,1 litros de água, uma hora de a pronto em mia e aquecimento rápido: fica nda com apenas 60 segundos. Conta ainda suporte retrátil do cabide para camisas e nho. Além acessório para manga e colarinho. 9% das disso, é capaz de eliminar 99,9% bactérias, ácaros e germes dass peças, nizar podendo ser usado para higienizar travesseiros, almofadas, tapetes, cortinas, sofás.

A caixa de som portátil Sony SRS-X5 é um modelo sem fios, com bluetooth®, potência de 20W RMS e bateria interna recarregável que garante som por oito horas. Com o equipamento, é possível ouvir as músicas do smartphone com alta qualidade de áudio e conexão simples. A caixa pesa apenas nas 1,2kg e pode ser facilmente levada para qualquer lugar. ugar. Além da conexão bluetooth®, possui a tecnologia ecnologia NFC: basta aproximar o smartphone para que ass músicas do aparelho toquem quem na caixa. Também é possível ssível atender ligações, utilizando ando o microfone embutido.

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destino.

URUGUAI para todos os gostos Da capital aos vilarejos, o país encanta os turistas com seus cenários deslumbrantes, ricos roteiros e sabores especiais

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Uruguai, um dos menores países da América do Sul, é riquíssimo em atrações turísticas. O país reúne cidades, vilarejos e passeios para todos os gostos e estilos. Possui belas praias, cidades históricas, campo com ecoturismo, hospedagens e roteiros de luxo, além de uma vida cultural bem movimentada. Na gastronomia, vinhos, azeites, doce de leite, queijos, pães, peixes frescos e carnes saborosas são os pontos fortes da cozinha local. A seguir, conheça alguns dos mais belos destinos do país.

impressiona por lembrar a de alguns países da Europa e chama a atenção de turistas do mundo todo. Por ser relativamente pequena, os seus principais pontos turísticos podem ser conquistados a pé. Em uma visita a

Montevidéu, a Rambla, um extenso calçadão sobre o Rio da Prata que une a cidade colonial à moderna não pode deixar de ser apreciada. Considerada a mais importante do país, a Plaza Independencia mantém em sua estru-

MONTEVIDÉU A capital é repleta de monumentos a céu aberto, parques, praças, casarões coloniais, alguns datados do século 18, e ruas tranquilas. Sua arquitetura

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Plaza Independencia

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Foto: Marc Veraart

por Renata Girodo

Punta Del Diablo

PUNTA DEL ESTE

Casapueblo, Punta Del Este

tura um dos portões da muralha que cercava a cidade nos primórdios. Neste local concentra-se o ponto de partida de vários dos passeios presentes na cidade. Outros pontos bastante visitados são o Palácio Salvo, um dos cartões-postais da cidade, as praias de areia branca, o Mausoléu do General José Gervasio Artigas, o Portal da Cidad Vieja, o Teatro Solís, a Catedral Metropolitana, o Estádio Centenário e Palácio Legislativo. Em termos de gastronomia, são inúmeros os restaurantes que valem a visita. Além disso, um passeio para degustar os diversos sabores no Mercado Del Puerto também é interessante. Para comprar, o endereço certo é a feira de Tristán Narvaja, que vende de tudo: verduras, livros, roupas até raridades. À noite, os passeios mais procurados são os cassinos e boates.

insights.

O balneário localizado entre o oceano Atlântico e o Rio da Prata, também conhecido como a “pérola do Uruguai”, apresenta praias para todos os estilos, tanto as de águas calmas e transparentes, como as de mar mais agitado, apropriadas para os esportes náuticos. As lojas de grife, galerias de arte, teatro, cassino e os hotéis com hospedagem luxuosa chamam a atenção dos viajantes que não estão a fim de economizar. A Casapueblo, próxima ao balneário de Punta, construída pelo falecido artista plástico Carlos Paéz Vilaró, apoiada sobre rochedos, é um dos pontos mais visitados e fotografados do país. Se a intenção for dar uma esticadinha, a Ilha dos Lobos, uma reserva natural que fica distante 11 quilômetros da costa, é uma ótima opção. Nessa região concentra-se a maior colônia de lobos marinhos da América do Sul, e também focas gigantes e leões-marinhos.

JOSÉ IGNACIO Pequeno povoado de pescadores, a 45 quilômetros de Punta Del Leste, nos últimos anos tem sido procurado por turistas que buscam um lugar pacato para o descanso. Além da bucólica paisagem de praia, as deliciosas iguarias do local podem ser saboreadas em luga-

res superespeciais, praticamente pé na areia, como no restaurante Parador La Huella. As boutiques e galerias de arte também compõem o panorama de José Ignacio.

PUNTA DEL DIABLO Apesar das várias histórias envolvendo o nome desse balneário, uma das mais famosas indica que o local é intitulado de Punta Del Diablo por conta do cenário formado por três praias que lembram um tridente. Nessa Punta, que fica a aproximadamente 300 quilômetros de Montevidéu, o clima é mais descontraído e mais simples do que na del Este. Ao lado de Punta Del Diablo está o Parque Nacional de Santa Tereza, com 15 quilômetros de praias, algumas desertas e tranquilas com mar azul, outras próprias para o surfe, com mar mais agitado. Sessenta quilômetros de trilha para caminhada levam o visitante a lugares inesperados, como o invernáculo, que é uma estufa com plantas de diferentes partes do mundo, e o sombráculo, que abriga espécies exóticas, de vários países, que precisam de pouca luz. Ruínas, extensa vegetação e uma fortaleza que representa a história do Uruguai e as disputas épicas entre os portugueses e espanhóis também estão entre os pontos mais importantes do parque.

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destino. PUEBLO EDÉN Uma chamativa placa de boas-vindas diz “Ande Devagar, não Voe” e depois de alguns minutos na cidade não é difícil entender o porquê da frase. Nesse lugar, a 40 quilômetros de Punta del Este, parece que o tempo parou. Até a velocidade dos automóveis obedece ao ritmo local. Em algumas ruas, só é permitido andar, no máximo, a 30 quilômetros por hora. O vilarejo é famoso pelo restaurante de comida caseira La Posta de Vaimaca. As carnes são assadas em forno a lenha, e o cordeiro é o prato cinco estrelas da casa. Azeites podem ser apreciados acompanhados de pães e amêndoas, e as massas de fabricação própria completam a lista de delícias servidas.

PUEBLO GARZÓN Quem se deslocar até o vilarejo de Pueblo Garzón (a pouco mais de 60 quilômetros de Punta del Este) vai encontrar um lindo e bucólico cenário. Praticamente abandonada após a desativação da linha férrea há mais de 50 anos, a vila se reestruturou depois da inauguração do hotel cinco estrelas no início dos anos 2000. Renomados azeites e os vinhos da região fazem sucesso. Quem visitar o local ainda pode deleitar-se com um piquenique nas oliveiras, passeio de balão e de bike.

Colonia del Sacramento

COLONIA DEL SACRAMENTO Fundada pelos portugueses em 1680, a cidade mais antiga do país foi motivo de luta entre os espanhóis e os portugueses. Em 1995, foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). De lá para cá, recebe cada vez mais turistas. Os monumentos históricos, alguns do século 17, parecem compor o cenário de um filme antigo. Boa parte das construções exibe a arquitetura espanhola e portuguesa, com calçadas de pedras e azulejos típicos. O centro histórico é considerado um dos pontos mais fortes para visitação, uma

Rota do Vinho, Carmelo

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vez que ainda podem ser observados ranchos antigos de arquitetura colonial com suas lamparinas, o farol de 1857, onde se tem uma panorâmica do Rio da Prata e da cidade, as ruínas do Convento de São Francisco e os principais restaurantes e hotéis. Outros passeios recomendados são as visitas ao Museu do Azulejo, Museu Naval e Museu do Período Histórico Português. E se a ideia for pegar uma praia, a cinco quilômetros do centro histórico encontram-se algumas das mais belas. Colonia del Sacramento fica a aproximadamente 180 quilômetros de Montevidéu.

CARMELO A pacata e simpática cidade de Carmelo (cerca de 80 quilômetros de Colonia) é um convite para os paladares mais exigentes. Ela pode ser considerada como a rota do vinho, pela quantidade de vinhedos espalhados pelo local e pela qualidade da bebida fabricada por lá. O doce de leite e os queijos complementam as gostosuras locais. A cidade é muito tranquila, inclusive no centro, onde estão concentradas as lojinhas, cafés e restaurantes. Campos de golfe, cavalgadas, tours de bicicleta e passeios à beira-rio também estão entre as atrações requisitadas em Carmelo.

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cult.

por Renata Marcondes

MÚSICA MÚS

Foto:teatrocolon.org.ar

O piani pianista e compositor russo Alexander Markovich se aprese apresenta em Buenos Aires no dia 23 de julho. O concerto in integra a temporada 2015 da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires (OFBA), no Teatro Colón. Nascido em um uma família de músicos, Markovich especializou-se em pia piano e regência sinfônica. Já tocou com parceiros de reno renome, como Vadim Repin, Maxim Vengerov, Julian R Rachlin, Sergey Nakarykov, Ida Haendel e Gérard Caussé nos principais locais ao redor do mundo. Mais inform informações sobre a temporada 2015 da OFBA podem ser enc encontradas no site www.teatrocolon.org.ar.

Patrimônio artístico e cultural Quem visita Quito, no Equador, tem a chance de conhecer o Museo de Arte Precolombino Casa del Alabado. O espaço, que foi aberto em 2010, fica no centro histórico da capital equatoriana, perto da Plaza San Francisco. Instalado em uma casa construída no século 17, abriga um patrimônio arqueológico de aproximadamente 5 mil peças – 500 delas integram uma exposição permanente. O acervo conta com obra de artistas de culturas diversas que habitaram diferentes regiões do Equador. As peças estão organizadas de maneira temática – e não cronológica ou geográfica. Dessa forma, os visitantes fazem suas próprias conexões visuais e culturais sobre as obras.

PRECURSOR DA ARTE ABSTRATA A exposição do russo Wassily Kandinsky fica no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de 8 de julho a 28 de setembro, em São Paulo. Aproximadamente 150 peças do artista, entre quadros, objetos, fotos, livros e cartas integram a exposição. Kandinsky é considerado o precursor do abstracionismo e as obras em exposição pertencem ao acervo de nove museus e também de coleções particulares vindas da Rússia, Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.

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Foto: Hans Olofsson

A décima edição do Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo acontecerá de 29 de julho a 5 de agosto no Memorial da América Latina. O evento tem como objetivo a divulgação e a reflexão sobre a singularidade estética do cinema latino-americano. O festival busca, além da formação de público, promover o encontro de produtores, diretores, professores, estudantes e demais pessoas interessadas em discutir os caminhos do cinema e do audiovisual.

Foto: alabado.org

MOSTRA DE CINEMA

insights.


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