Revista IMS Insights 9 Brasil

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insights.

ANO 3 | NÚMERO 9 | OUT NOV DEZ 2014

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setor

perspectivas para o mercado brasileiro

AtuAlidAde o debate sobre o desenvolvimento de novas drogas

entreVistA Délio de Oliveira, diretor-geral da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal

mercado

PROMISSOR

projeções indicam que a produção e a venda de biossimilares na América Latina seguirão em ascensão


anĂşncio


anĂşncio


editorial.

Nilton Paletta Presidente América Latina e Gerente Geral Brasil do IMS Health

Perspectiva global

ims neWs

8

entreVistA

Por dentro do IMS Health

Délio de Oliveira

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ims institute

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Artigo

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cApA

Perspectiva global dos medicamentos até 2018

Uma nova fase para o mercado farmacêutico brasileiro

Foco contínuo: o potencial dos biossimilares

IMS HEALTH - presidente AméricA lAtinA e gerente gerAl brAsil: Nilton Paletta diretor de mArKeting: Lucas Akkari gerente de mArKeting ims HeAltH solA: Catalina Fonseca coordenAção gerAl do projeto: Jimena López Berzosa EDIÇÃO, CONTEÚDO E PROJETO GRÁFICO cm&n - reVistAs customiZAdAs - direção executiVA: Edison Lopes Bernardo, Evandro Rodrigues da Silva, Walter Rodrigues Moço Filho, Tiago Serpentino direção editoriAl: Glauco Piccirillo edição: Vivian Lima redAção: Adriana Panzini, Kátia Carminatto, Luciana Vinha, Mani Jardim e Renata Marcondes jornAlistA responsÁVel: Kátia Carminatto - MTB 23.255/SP reVisão: Patrícia Amaral direção de Arte: Danuza Yumi de Oliveira Arte: Juliano Polotto, Maurício Ferreira, Raphael Freire, Raphael Oliveira, Tiago Sutton AdministrAção: Camila Silveira, Rita Ambrósio mArKeting: Caco Datori, Maycon Souza impressão: Quatrocor Gráfica e Editora tirAgem: 1.000 exemplares. A REVISTA INSIGHTS não se responsabiliza pelos conceitos emitidos por terceiros. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. INSIGHTS é editada por CM&N - Revistas Customizadas (17) 3229-1940, contato@centralcmn.com.br. Relacionamento com o leitor: insights@centralcmn.com.br Relacionamento com a imprensa: redacao@centralcmn.com.br

FILIADA

Um grande abraço e boa leitura!

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ANUNCIE

Os medicamentos biológicos já representam uma importante parcela da venda de produtos farmacêuticos na Europa e mantêm atrativas taxas de crescimento em relação ao mercado como um todo. Com a expectativa do vencimento de algumas patentes importantes, a indústria e os demais atores do mercado farmacêutico estão se voltando fortemente para o potencial dos biossimilares. Nesta edição, a nossa reportagem de capa vai abordar a dinâmica desse cenário, considerando suas tendências e oportunidades na América Latina, um mercado com características muito próprias e ótimas projeções de expansão. Crescimento também é a palavra de ordem na perspectiva global sobre o uso de medicamentos para os próximos cinco anos em todo o mundo. A conclusão está no estudo “Global Outlook for Medicines Through 2018”, realizado pelo IMS Institute. Segundo o estudo, vetores como avanços da inovação, melhoria do acesso aos tratamentos nos países emergentes e redução do impacto da expiração de patentes nos mercados desenvolvidos são os responsáveis pelo aumento dos gastos globais com medicamentos. Nesta edição, apresentamos, ainda, a evolução de nossa unidade de negócios de Tecnologia, representada pelo Nexxus™ Commercial Suite e suas aplicações, que estão criando referenciais significativos para nossos clientes e parceiros. Aproveito a oportunidade para desejar a todos nossos clientes, parceiros e colaboradores um excelente 2015. Que este seja um ano de grandes realizações para todos.

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AgendA ims World reVieW brAsil 7 de maio / Hotel Unique ArgentinA 19 de maio / Puerto Salguero cHile 2ª semana de maio/ Local a definir uruguAi 29 de maio / Club de Golf de Uruguay méxico 27 de maio / Local a definir

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inoVAção

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globAl neWs

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competÊnciAs

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consumo

O FDA e a designação de tratamento de ruptura

Os últimos números e novidades no setor

Criatividade no ambiente corporativo

Pronto para a corrida

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destino

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culturA

Equador surpreendente

Vale a pena conferir

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eYeForpHArmA AméricA lAtinA Data: 7 e 8 de março Local: Miami – Estados Unidos www.eyeforpharma.com AbrAdilAn 2015 Data: 18 a 20 de março Local: São Paulo – Brasil www.dinamicaeventos.com.br pHArmA Forum Data: 22 a 25 de março Local: Washington – Estados Unidos www.cbinet.com HeAltH serVice & pHArmAcY Data: 27 a 29 de março Local: Yerevan – Armênia www.expo.am expo FArmA Data: 15 a 17 de Abril Local: Cidade do México – México www.expofarma.com.mx cpHi jApAn Data: 22 a 24 de abril Local: Tóquio – Japão www.cphijapan.com Fce pHArmA Data: 12 a 14 de maio Local: São Paulo – Brasil www.fcepharma.com.br Fce cosmetique Data: 12 a 14 de maio Local: São Paulo – Brasil www.fcecosmetique.com.br pHArmA meeting brAsil Data: 16 de maio Local: São Paulo – Brasil www.pharmameetingbrazil.com.br HopipHArm Data: 19 a 22 de maio Local: La Rochelle – França www.hopipharm.fr


ims news.

NeXXus

tM

comercial application suite

• Nexxus™ Marketing: O Nexxus™ Marketing, um dos módulos do Nexxus™ Comercial Application Suite, começa 2015 com três projetos-piloto no Brasil. A solução, que viabiliza o planejamento e a execução integrada da estratégia de comunicação multicanais, terá os primeiros resultados apresentados para os clientes ainda no primeiro semestre do ano. “O Nexxus™ Marketing confere ao gestor uma visão 360° dos clientes e consumidores porque permite desenhar e automatizar uma abordagem de longo

prazo por canais de comunicação diferentes para stakeholderes como pontos de venda, médicos e pacientes”, destaca Elton Mendonça, gerente de marketing do IMS Health no Brasil. Os ganhos de tempo e de escala, aliados à eficiência de comunicação e redução de custo, são importantes diferenciais da solução.

Com implementação prevista para 2015 em boa parte dos países da América Latina, as principais aplicações da ferramenta são: programas de educação continuada, aumento de adesão e aderência, aumento de mind share e presença de marca, estreitamento de relacionamento, awareness de produto ou projeto, relacionamento com médicos não cobertos pela força de vendas, entre outras. • Nexxus™ Social Media: A base do Nexxus™ Comercial Application Suite é integrada também pelo módulo Nexxus™ Social Media. Recém-lançada no México, a solução vem despertando interesse pela capacidade de engajar clientes e envolver stakeholders por meio da fonte de informação mais utilizada pelos consumidores nos dias de hoje: a internet. “Esta solução tem a capacidade de sistematizar a gestão das mídias sociais dando um tratamento estruturado das informações obtidas na rede mundial de computadores”, afirma Mendonça. O Nexxus™ Social Media inclui ferramentas como brand alert, pesquisa social e wiki correct.

ims AdVisorY boArd meeting `

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O IMS Advisory Board Meeting, reunião bimestral ou trimestral entre clientes e equipe IMS Health, já é uma realidade nos escritórios regionais da companhia no Brasil e Argentina. “Nossa meta é ampliar a iniciativa para os demais países da América Latina”, diz Nilton Paletta, presidente América Latina e gerente geral Brasil do IMS Health. Sendo realizado há três anos no Brasil e um na Argentina, os encontros locais com os clientes trazem sempre propostas de adequações das soluções IMS Health à realidade do mercado, em um processo de inovação e melhoria contínua, além de levar à discussão o panorama do setor de saúde. Por conta do sucesso da iniciativa, o escritório regional do Brasil também já conta com o IMS Advisory Board Consumer Health, que tem como foco as soluções IMS Health e o comportamento do mercado nas áreas de higiene pessoal, cuidado com o paciente, nutricionais e OTC.

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insights.


ecommerce

M

anter a indústria conectada ao ponto de venda para acompanhar de perto o desempenho do portfólio é apenas um dos benefícios oferecidos pelo IMS Pharmaceutical eCommerce PDV. A plataforma tecnológica que integra as transações comerciais entre o comprador (farmácia) e vendedor (fabricante) apoia as companhias na gestão tática das ações comerciais e de trade, garantindo a vantagem competitiva. Na prática, o sistema captura o pedido da farmácia, entrega para o operador logístico e controla a emissão e devolução da nota fiscal, notificando o fabricante em todos os momentos do processo. “A solução é a melhor alternativa para se obter resultados efetivos com investimentos no ponto

pDV de venda e geração de demanda, além de minimizar a troca de seus produtos”, observa Daniel Radulov, diretor de tecnologia no IMS Health. Para efetivar o pedido, as farmácias podem utilizar três canais: representantes do próprio fabricante, call center, ou portal web com diversos

serviços que ajudam a atrair a farmácia a este canal e que funciona como o hub de acesso para o sistema de pedidos. “O portal é um canal rico de comunicação e sua utilização pode ser otimizada para veiculação de lançamentos, divulgação das marcas ou pesquisas e enquetes”, sugere Radulov.

primArY intelligence Uma pesquisa primária eficaz representa uma das principais fontes de identificação de oportunidades e tomada de decisão. A equipe de Primary Intelligence do IMS Health Brasil (time de pesquisa primária) sabe bem disso. Elaboradas por profissionais com profundo conhecimento do setor de saúde, as soluções de pesquisa primária do IMS Health oferecem uma abordagem consultiva e são suportadas por informações secundárias exclusivas e estratégicas que permitem o entendimento das especificidades do negócio. O know-how do time favorece o entendimento das dinâmicas de mercado e sua estrutura competitiva. Também contam a favor da área a presença global e a expertise local do IMS Health, com unidades de negócio estruturadas em toda a América Latina. Resultado disso são análises especialmente dirigidas à necessidade do cliente e foco no comportamento do mercado. “Buscamos em nosso conjunto de capacidades, soluções customizadas e de alto valor estratégico”, diz Katia Jotten, gerente de Primary Intelligence no IMS Health Brasil. Em muitos casos, os relatórios das pesquisas primárias passam a compor um projeto mais profundo de consultoria estratégica para endereçar os principais desafios do negócio.

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com a palavra. Promover atendimento diferenciado no ponto de venda, fortalecer as relações com dermatologistas e proporcionar experiências diferenciadas de compra fazem parte da estratégia da Divisão Cosmética Ativa (DCA) da L’Oréal para o fortalecimento e expansão dos dermocosméticos no mercado brasileiro. Para falar sobre esse segmento em ascensão, a Revista IMS Insights conversou com o diretor-geral da DCA, Délio de Oliveira, que congrega ampla experiência nesse ramo. Formado em Relações Públicas pela Escola Superior de Relações Públicas de Pernambuco e com passagens pelo programa Insead, na França, e especialização em Marketing e Finanças, Oliveira ingressou na L’Oréal em 2000 para participar do lançamento da marca francesa La Roche-Posay no Brasil e da implementação da Divisão Cosmética Ativa no País. Na DCA, ocupou os cargos de gerente comercial da La RochePosay, gerente da marca e gerente de desenvolvimento de negócios. Em 2008, foi nomeado diretor da Divisão de Produtos para o Grande Público (DPGP), quando pode atuar no desenvolvimento das marcas em grandes redes de farmácias e lojas de departamentos. Em 2011, retornou para a DCA e assumiu o cargo de diretor-geral da Divisão. Nesta entrevista, esse experiente profissional (Oliveira reúne ainda trabalhos realizados em empresas como Johnson & Johnson e Eli Lilly) fala sobre os focos e projetos futuros da DCA e explica como é atuar em um mercado emergente como o brasileiro.

Délio de Oliveira Quais são hoje as marcas de dermocosméticos que o Grupo L’Oréal comercializa no Brasil? La Roche-Posay, Vichy e SkinCeuticals. Atualmente, quais são os focos de atuação da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal no País? A Divisão Cosmética Ativa tem como um de seus focos principais os dermatologistas, o principal elo entre os consumidores e os dermocosméticos. Reconhecendo desde cedo o papel fundamental desses profissionais, que atuam como coaches de beleza, a equipe DCA estabeleceu com eles uma estreita parceria. Por meio de uma poderosa estratégia go-to-market, os mais de 220 visitadores médicos reforçam diariamente esse relacionamento, essencial para o aumento das prescrições das marcas. A Divisão investe também na formação das dermoconsul-

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toras. Recentemente, criou um portal exclusivo para esse público, uma ferramenta completa com informações sobre lançamentos, pesquisas e novas tendências para aprimorar os conselhos. Outro ponto de atenção é a visibilidade das marcas nas farmácias. Para valorizar os produtos nas gôndolas, foram montados espaços modernos e luminosos que se destacam em relação à concorrência. Qual a sua avaliação sobre o mercado de dermocosméticos no Brasil? O mercado de dermocosméticos continua em forte crescimento. Até novembro de 2014 movimentou R$ 1,7 bilhão, segundo dados do IMS Health. Na liderança está a Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal, com as marcas La Roche-Posay, Vichy e SkinCeuticals. A Divisão cresce a um ritmo superior ao do mercado de dermocosméticos e farmacêutico.

insights.


por Kátia Carminatto

Quais são os desafios de atuar em um mercado emergente como o brasileiro? Existe um lado bom e um lado ruim em atuar em um mercado emergente e nós, da L´Oreal Cosmética Ativa, gostamos muito de focar nas oportunidades. Ao longo dos últimos 15 anos, após o “start” da categoria dermocosméticos com nossas marcas, muitas outras desembarcaram no Brasil, algumas apenas querendo pegar carona na “onda”. A cada dia que passa, a concorrência torna-se mais acirrada e o nosso desafio é trabalhar tanto nos consultórios médicos quanto nas farmácias o grande diferencial e a qualidade dos nossos produtos. O mercado brasileiro está em expansão e isso, com toda a certeza, é percebido pelas empresas do segmento. Ninguém quer ficar de fora. Qual o perfil do consumidor brasileiro de dermocosmético? Existem diferenças regionais no comportamento desse consumidor? Quais são elas? Nosso consumidor gosta de praticidade. A textura é um ponto valorizado pelo consumidor brasileiro. Por vivermos em um país tropical, a pele dos brasileiros é, em geral, mais oleosa. E para conquistar de vez os brasileiros, a Divisão desenvolve produtos adaptados à pele e ao clima do País. Os laboratórios criam fórmulas locais, que no futuro também podem ser expandidas mundialmente. Proteção solar, que representa mais de 30% do negócio, é a categoria prioritária. A DCA conta com a mais alta tecnologia contra raios UVB e UVA, além de texturas ideais para pele oleosa e com necessidade de uniformização. Produtos para o corpo formam outro segmento importante no Brasil, onde a filial desenvolve texturas muito bem adaptadas à pele brasileira, em dois tamanhos de frascos (200ml e 400ml), com alta qualidade a preços acessíveis. Visando o futuro, a Divisão aposta também em estratégias digitais e na regionalização do País com dimensões continentais, identificando as especificidades dos diferentes “Brasis” reunidos no território nacional. Quais as categorias de produtos dermocosméticos mais procuradas pelos consumidores brasileiros? Por quê? As consumidoras estão em busca de produtos multifuncionais que atendam às necessidades da pele em um único produto. Opções para a limpeza da pele, hidratantes, protetor solar que controle a oleosidade e antioxidante. Quais são os canais de comercialização de maior representatividade para os dermocosméticos? Os principais canais de venda são as grandes redes de farmácias. O Brasil possui mais de 60 mil farmácias, entre redes e independentes, e 75% do mercado de dermocosméticos está concentrado em 4.600 PDVs, que são os principais para o negócio.

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No canal farma temos a oportunidade de trabalhar com mobiliário próprio nas principais farmácias, o que dá maior visibilidade aos nossos produtos e nos permite estabelecer uma relação com as consumidoras. A arrumação e disposição dos produtos nas prateleiras devem ser de forma visível, e a organização por marca e categoria. Uma boa exposição dos produtos e a presença de dermoconsultoras são fatores decisivos para o consumidor na hora da compra. Quais são os segmentos que possuem maior potencial de crescimento no País? Solar, antirrugas e limpeza. Proteção solar, que representa mais de 30% do negócio da DCA, é a categoria prioritária. A população brasileira está cada vez mais consciente da importância do uso do protetor solar no dia a dia. Ela sabe do alto risco relacionado ao câncer de pele (que representa a maior incidência de tipo de câncer no Brasil) que as radiações solares promovem, além de acelerar o processo de envelhecimento e levar ao aparecimento de manchas, por isso se protege diariamente, e não só quando vai à praia. Ou seja, produtos relacionados à prevenção do câncer de pele e fotoenvelhecimento são extremamente importantes para o setor. A mulher brasileira é muito vaidosa e se preocupa desde cedo com o envelhecimento da pele. Dessa forma, antirrugas é outro segmento em expansão. Além disso, devido ao clima do Brasil, a pele dos brasileiros tende a ser oleosa, assim a limpeza é também outra preocupação. Há ainda, certamente, as categorias de corpo e cicatrização. Um ponto importante também é a parcela de mulheres que procuram produtos de beleza no canal on-line. Precisamos estar preparados para atender a esta nova demanda. A Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal pretende ampliar presença no Brasil? Como será essa expansão? Vamos continuar o desenvolvimento das nossas marcas por meio da formação das dermoconsultoras, para um aconselhamento e atendimento cada vez mais diferenciado no ponto de venda. Queremos reforçar ainda mais a nossa visibilidade, com a expansão dos projetos Dermacenter (espaços modernos e luminosos, para exposição dos produtos, que se destacam em relação à concorrência), onde a consumidora poderá ter uma verdadeira experiência de compra. Além disso, queremos intensificar a parceria com os dermatologistas brasileiros, que são experts em pele. Estão previstos lançamentos para os próximos anos? Em quais segmentos? Sim. Temos lançamentos previstos ao longo de todo o ano de 2015 e também para os anos seguintes. Nosso foco nos lançamentos estará em proteção solar, antirrugas, corpo e limpeza, sempre respeitando o tipo da mulher brasileira.

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ims institute. perspectiva global dos medicamentos até

2018

A

s novas abordagens para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, os avanços na inovação e os esforços para expandir o acesso e promover a inclusão terão influência altamente positiva sobre o uso de medicamentos durante os próximos cinco anos em todo o mundo. A conclusão faz parte do estudo “Global Outlook for Medicines Through 2018”, realizado pelo IMS Institute. De acordo com o relatório, os gastos globais com medicamentos deverão chegar a US$ 1,3 trilhão em 2018, um aumento de 30% em relação a 2013. A taxa anual – estimada entre 4% e 7% – será impulsionada pela redução do impacto de expiração de patentes nos mercados desenvolvidos, a introdução de novos medicamentos e o aumento do nível de acesso aos tratamentos medicamentosos pelos pacientes. Os números foram mensurados sem levar em conta abatimentos como descontos, impostos e demais ajustes que afetam as vendas líquidas.

gAstos com medicAmentos

Entre as conclusões do estudo, merece destaque o crescimento dos mercados maduros influenciados pela diminuição do número de patentes a vencer, o lançamento de medicamentos inovadores e o aumento de preços. As maiores contribuições para a curva ascendente nos países desenvolvidos até 2018 virão dos Estados Unidos e Japão. França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália permanecerão com níveis relativamente baixos de crescimento, mas, ainda assim, o aumento dos volumes desses mercados contribuirá para o avanço do mercado global. Outro aspecto significativo será o aumento dos gastos com medicamentos nos mercados farmacêuticos emergentes, estimado em 50% nos próximos cinco anos. Os 21 países emergentes, que hoje respondem por 25% das despesas globais, continuarão ampliando o acesso a tratamentos, resultado do crescimento econômico e dos esforços governamentais voltados para a ampliação da cobertura em saúde. Mais de 80% das projeções das economias em desenvolvimento referem-se aos medicamentos sem marca, incluindo maior utilização de terapias biológicas. Os níveis de gastos

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da China, o segundo maior mercado farmacêutico do mundo, deverão ficar entre US$155 e US$ 185 bilhões em 2018.

noVAs terApiAs

Aumento das despesas com medicamentos especializados também são esperados para os próximos cinco anos, particularmente nos mercados desenvolvidos. O estudo avalia que esses fármacos serão responsáveis por 40% do crescimento total dos gastos mundiais. A maior parte desse índice virá das terapias inovadoras, particularmente nas áreas de oncologia, doenças autoimunes e respiratórias, e dos antivirais e imunossupressores. A onda de inovação em medicamentos contra o câncer deve movimentar cerca de US$ 100 bilhões em 2018. Já a introdução e absorção de novos medicamentos para o tratamento da hepatite C somarão cerca de US$ 100 bilhões em gastos totais. Nessa segunda onda de inovação, que será semelhante à observada em meados da década de 2000, a previsão é de que 200 novos medicamentos sejam lançados. Atualmente o setor conta com mais de 2 mil produtos em fase final de desenvolvimento clínico. Importante notar que menos da metade dos medicamentos inicialmente lançados ao longo dos cinco anos anteriores estão disponíveis nos principais mercados desenvolvidos.

sobre o ims institute O IMS Institute é uma entidade de pesquisa orientada com alcance global que, em parceria com especialistas de saúde da área acadêmica e setores público e privado, atua no levantamento de ativos analíticos aplicáveis à saúde. As pesquisas do IMS Institute são produzidas de forma independente, sem financiamento da indústria ou do governo. Os estudos completos estão disponíveis em www.theimsinstitute.org ou podem ser baixados como um aplicativo do iTunes, via App Store.

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artigo.

Em unidades

11,6%

crescimento de 2013 em relação a 2012

7,8%

crescimento de 2014 em relação a 2013

Eduardo Rocha é diretor de Relacionamento com Provedores de Informações do IMS Health América Latina

uMA NoVA fAse

para o mercado farmacêutico brasileiro

A

despeito do mau resultado da economia brasileira em 2014, com indicadores macroeconômicos sofríveis, o mercado farmacêutico retail manteve seu crescimento perto da casa dos dois dígitos, 7,8% (em unidades) em 2014 em relação a 2013, contra 11,6% (em unidades) na comparação entre 2013 e 2012. Ainda que os resultados tenham sido abaixo do crescimento de anos anteriores, não se pode dizer que foi um ano ruim. O ano foi marcado por oscilações mensais de crescimento e retração, com um desfecho bom no último mês. Projeções do IMS Health indicam que para 2015 e 2016 vamos entrar em novos patamares de crescimento. Desde o início do ano já podíamos sentir que 2014 seria difícil, depois de um primeiro trimestre fraco, em março a pré-alta foi 32% inferior na comparação com a pré-alta do ano anterior, sinalizando um possível ajuste nos estoques ao longo da cadeia de distribuição e o varejo. O crescimento do primeiro trimestre de 2014 foi praticamente metade do que observamos em 2013. Muitas podem ser as explicações para o comportamento do mercado em 2014. Além da Copa do Mundo e das eleições, que reduziram dias úteis em junho, julho e outubro, outros fatores contribuíram para os resultados do ano. Em um período que faltou água até para tomar remédio, o inverno também não ajudou. De acordo, com o FAN Report, estudo produzido e publicado pelo IMS Health, o número de pessoas afetadas por doenças

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respiratórias sazonais em 2014 foi cerca de 60% menor do que a média histórica brasileira, e isso significa que milhões de pessoas não chegaram nem perto de importantes classes terapêuticas sazonais que contribuem significativamente para o mercado. Do ponto de vista dos consumidores e pacientes, a alta dos índices de inflação e o aumento do endividamento familiar fez com que a classe média direcionasse os gastos para as necessidades básicas. A repercussão disso no mercado farmacêutico foi a seletividade na escolha dos tipos e categorias de medicamentos e itens de higiene e beleza adquiridos ao longo do ano. Produtos de prescrição, marcas, genéricos ou similares cresceram 8,6% (em unidades) na comparação 2014 e 2013 e sofreram menos dos que os medicamentos isentos de prescrição, que cresceram 6,5% (em unidades) no mesmo período. Até mesmo os produtos de higiene e beleza, que ainda crescem fortemente, desaceleraram seu ritmo de crescimento em 2014. Os índices, mesmo abaixo dos registrados em períodos anteriores, ainda indicam uma curva ascendente. Para o próximo biênio, as projeções mostram que o mercado deve repetir a performance de 2014, alavancado por produtos com alto apelo comercial no ponto de venda, caso dos medicamentos de prescrição para doenças crônicas, de marca ou similares e genéricos. O crescimento do mercado farmacêutico retail (em unidades) deve ficar entre 7% e 9% ao ano, com variação de 2p.p. para mais ou para menos.

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capa. Com a expectativa do vencimento de algumas patentes das principais moléculas biológicas na Europa, o mercado farmacêutico está se voltando ainda mais para o potencial dos biossimilares

foCo

H

á alguns anos a produção de versões análogas aos produtos biológicos vem ocorrendo progressivamente na Europa em áreas como diálise, oncologia, tratamento de doenças autoimunes e reprodução e regeneração de células em seres humanos. Nos mercados farmacêuticos emergentes, os reflexos desse movimento também não passam despercebidos. Na última década, enquanto o número de doses diárias de produtos biológicos dos países desenvolvidos passou de seis bilhões para

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contínuo

11,9 bilhões, nas 11 economias em desenvolvimento que compõem o grupo dos emergentes passou de 610 milhões para quatro bilhões de doses. Em 2013, os países em desenvolvimento utilizaram mais da metade da quantidade de medicamentos biológicos consumidos nos mercados maduros. Carlos Ayala Friedl, diretor-regional de Consultoria do IMS Health na Colômbia, destaca que a influência dos mercados desenvolvidos sobre a introdução e desenvolvimento de biossimilares em economias emergentes está diretamente relacionada à ordem e ao ritmo da

expiração de patentes dos biológicos pioneiros, especialmente porque a maior parte da demanda nas economias emergentes está ancorada nos biológicos originais.

ForçA e dinAmismo

“Os dados disponíveis sobre o crescimento de produção e vendas de biossimilares nos últimos anos e as projeções feitas em ambos os mercados revelam que este é um processo que continuará de forma constante nos próximos cinco anos”, afirma Isaias Drajer, presidente da Cámara Industrial de Laboratorios Farmacéuticos Argentinos (CILFA).

insights.


por Kátia Carminatto

“os dAdos disponÍVeis sobre o crescimento de produção e VendAs de biossimilAres nos Últimos Anos e As projeçÕes FeitAs em Ambos os mercAdos reVelAm que este é um processo que continuArÁ de FormA constAnte nos prÓximos cinco Anos” isAiAs drAjer Outra evidência disso, segundo ele, é a entrada de várias empresas farmacêuticas inovadoras no mercado dos biossimilares. “Na área específica da América Latina, os projetos de investimento em curso, como a construção de novas unidades industriais no Brasil, México e Argentina, apontam para a força e o dinamismo que a produção de biossimilares terá nos próximos anos.”

primeiros AVAnços

A reestruturação em boa parte dos mercados farmacêuticos emergentes é o sinal claro dessa disposição. “No Cone Sul da América Latina são observados importantes avanços na área de biossimilares. As indústrias locais estão consolidando seu portfólio de biológicos

de primeira geração ao mesmo tempo que avançam nas linhas de desenvolvimento de biossimilares de segunda geração, basicamente anticorpos monoclonais”, observa Juan Manuel Santa María, diretor de consultoria do IMS Health no Cone Sul. Segundo Graciela Ciccia, diretora de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Grupo Insud, nos últimos anos a Argentina vem conquistando crescimento significativo de empresas produtoras de princípios ativos de alta complexidade, conferindo ao país uma posição de liderança na região. “Este é o resultado de uma longa tradição em ciências biomédicas com recursos humanos altamente especializados. Além disso, existe um forte investimento privado no

Aumento no nº de doses diárias de produtos biológicos na última década Países desenvolvidos

6 bilhões 11,9 bilhões

Países em desenvolvimento

610 milhões 4 bilhões

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setor, que viabiliza uma boa infraestrutura e equipamentos de última geração, e garante padrões internacionais de qualidade aos produtos.”

regulAmentAção

O aspecto regulatório também contribuiu para o avanço do processo na Argentina. A autorização de comercialização do primeiro anticorpo monoclonal biossimilar sob a nova regulamentação da Administración Nacional de Medicamentos, Alimentos y Tecnología Médica (ANMAT) abriu as portas para a definição dos parâmetros de aprovação de biossimilares no país. Santa María enfatiza que, no Cone Sul da América Latina, apenas a Argentina tem uma legislação específica que prevê critérios de biossimilaridade de produtos biológicos multifontes. A normatização em vigor no país estabelece a necessidade de demonstrar a comparabilidade dos biossimilares sob condições semelhantes ao produto de referência para determinar sua eficácia e segurança. O exercício de comparação deve incluir os dados pré-clínicos e clínicos gerados pelo requerente, bem como um programa de farmacovigilância. A Cámara Argentina de Especialidades Medicinales (CAEMe) observa que, apesar de a ANMAT já ter definido as regras gerais, o orgão ainda está trabalhando em normas

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capa.

complementares específicas e que, de acordo com a visão do CAEMe, devem estar em consonância com os padrões internacionais. Com uma regulamentação igualmente minuciosa, o Brasil foi uma das primeiras economias emergentes a estabelecer os critérios de comparação para a produção de biossimilares. Em vigor desde 2010, a norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece requisitos para a realização de alterações e inclusões pós-registro dos produtos biológicos, como soros, vacinas e proteínas recombinantes. Já no México, a primeira normatização dos testes e comparabilidade só foi publicada em 2012. Em 2014, uma norma mais ampla do Ministério da Saúde do México estabeleceu as diretrizes, requisitos e critérios a serem utilizados pela Comisión Federal para la Protecci-

ón contra Riesgos Sanitarios (COFEPRIS) para avaliar e aprovar medicamentos inovadores e versões biocomparáveis, termo utilizado no país para os biossimilares. O regulamento, que deve entrar em vigor em fevereiro de 2015, abrange ainda a regularização de medicamentos biotecnológicos, os requisitos para controle de produção, o processo de autorização de protocolos de ensaios clínicos e as especificações a serem cumpridas nos casos de medicamento de referência. As mudanças da regulamentação mexicana terão repercussão em outros mercados da América Latina. Isso porque as prescrições de registros médicos emitidos pelo COFEPRIS são reconhecidas em países como a Colômbia, Equador, El Salvador, Chile, Costa Rica e Panamá, em vista da certificação da Organização Pan-Americana da Saúde de 2012. Na Colômbia, o marco regulatório também é recente. O Decreto 1.782 de 2014 estabeleceu os requisitos e procedimentos para a avaliação e

nos Últimos Anos A ArgentinA Vem conquistAndo crescimento signiFicAtiVo de empresAs produtorAs de princÍpios AtiVos de AltA complexidAde, conFerindo Ao pAÍs umA posição de liderAnçA nA região

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insights.


o brasil foi uma das primeiras economias emergentes a estabelecer os critérios de comparação para a produção de biossimilares registro de produtos biológicos e biotecnológicos. A discussão pública que antecedeu a aprovação do decreto envolveu a participação de diversos atores entre eles médicos, pacientes, acadêmicos, a indústria local e multinacional, entre outros. Foram realizadas cinco rodadas de debates para chegar ao documento final assinado pelo Ministro da Saúde.

Ajustes

Para iniciar o processo formal de registro sob a nova regulamentação, espera-se atingir em 2015 a regulação de outros temas relevantes, como farmacovigilância ativa e gestão de riscos. A medida é fundamental, pois nos países ainda não regulados mantêm-se um ambiente de incerteza que limita o acesso à inovação e paralisa a introdução dos produtos biossimilares no mercado. Exemplo disso ocorreu no México. “A falta de critérios claros para a avaliação de medicamentos biocomparáveis antes da publicação da normativa teve impacto na autorização sanitária de algumas moléculas no país. Espera-se que com a publicação das novas normas, as autorizações para esses medicamentos sejam retomadas”, diz Joaquin Miranda, gerente do IMS Health México. A organização do mercado mexicano de biotecnologia está sendo desenhada de maneira muito particular. Enquanto os laboratórios multinacionais concentram atenção nos princípios ativos inovadores, as indústrias nacionais se voltam para os biocomparáveis.“Os dois grupos, representados por suas respectivas associações, estão

insights.

trabalhando em conjunto com as autoridades de saúde para desenvolver uma proposta que estabeleça diretrizes, requisitos e critérios de avaliação e aprovação de medicamentos inovadores e suas versões biocomparáveis”, explica Miranda.

Fomento

O fato é que cada país vem encontrando maneiras próprias de se fortalecer. Sob esse aspecto, Ayala observa que alguns mercados emergentes estão consolidando a presença nas áreas de pesquisa e produção para consumo interno para, em seguida, entrar em mercados internacionais emergentes. “Na Argentina, as companhias locais estão percorrendo o caminho da produção de biossimilares por sua própria conta há mais de duas décadas”, nota Santa María. Ele acrescenta que, no primeiro momento, indústrias pioneiras como Biosiuds e Cassará, concentraram esforços no desenvolvimento dos biossimilares de primeira geração, como certos interferons, filgastrim e eritropoyetina. Atualmente, diz Santa María, existem outras companhias locais, caso da PharmADN e Amega Biotech, que estão avançando concretamente em seus planos de desenvolvimento para introdução de cópias de anticorpos monoclonais e outras moléculas complexas. “Vale destacar que essas empresas pertencem a conglomerados farmacêuticos internacionalizados e não existem associações formais para a transferência de tecnologia entre elas e as indústrias multinacionais como ocorre no Brasil”, observa o executivo do IMS Health

responsável pelo Cone Sul. A CAEMe destaca que a Argentina conta com cientistas competentes e uma indústria bastante desenvolvida. Porém, a entidade avalia que, para esse mercado atingir todo seu potencial, a variável mais significativa é que a nova etapa da regulação interna siga os padrões internacionais, para que os produtos biossimilares produzidos no país possam ser aprovados por outras agências regulatórias e, dessa forma, ingressar no mercado externo. Para o presidente da CILFA, as políticas adotadas pelo governo argentino têm sido um marco favorável para que o setor privado encare projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas moléculas biotecnológicas. No entanto, a diretora do Grupo Insud aponta para a necessidade de harmonizar as linhas de atuação regional e internacional no mercado argentino, além do estabelecimento de parâmetros de qualidade e regulatórios para ganhar competitividade para exportar aos mercados mais regulados. O modelo brasileiro das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) parece ter encontrado esse caminho, já que a transferência de tecnologia das grandes indústrias farmacêuticas para os laboratórios públicos está diretamente relacionada ao fomento da produção nacional.

Acesso

O acesso é, sem dúvida, um dos grandes propulsores dos biossimilares nos mercados farmacêuticos emergentes, tendo em conta que as versões análogas dos produtos biológicos possibilitam maior acesso aos tratamentos em função dos preços mais baixos.

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15


capa.

Grandes instituições de cuidados de saúde pública no México, como o Instituto Mexicano del Seguro Social (IMSS) e Instituto de Seguridad y Servicios Sociales para los trabajadores del Estado (ISSSTE), são os principais compradores de medicamentos biotecnológicos. O aumento da utilização desses medicamentos tem comprometido fortemente o orçamento da saúde. Por isso, nos últimos anos, o acesso aos medicamentos biológicos inovadores nessas instituições foi prejudicado. Como consequência, o governo está criando uma política de contenção de custos que favorece a compra dos biocomparáveis. “Além disso, o setor público está buscando elementos jurídicos que garantam a qualidade, a eficácia, segurança e acessibilidade dessas drogas”, conta Miranda.

desAFios

O desenvolvimento e o ajuste das características e propriedades de uma molécula biossimilar requerem anos de ensaios e trabalho singular de profissionais com experiência nesta área. “Nas condições atuais da economia argentina, esse desenvolvimento representa custos significativos que devem ser assumidos pelas empresas envolvidas. Esta evolução deve ser acompanhada com possibilidade de financiamento nacional”, sugere Drajer, da CILFA. “Além disso, a maioria das

16

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máquinas e equipamentos são importados. Penso que eles deveriam receber um tratamento especial na importação para uso na produção biotecnológica nacional”, conclui. Graciela Ciccia concorda: “a criação de plataformas tecnológicas para o desenvolvimento e produção de biossimilares de origem biotecnológica carrega um alto investimento em infraestrutura, equipamentos e recursos humanos qualificados. Além disso, os tempos de desenvolvimento são longos e incluem a realização de estudos clínicos. Este caminho desafiador é difícil, especialmente na obtenção de financiamento e de recrutamento de pacientes para ensaios clínicos adequados”.

estrAtégiAs

Os desafios de cada mercado estão relacionados aos recursos e regulamentações existentes, sendo que primeiro requisito e eventual elemento de diferenciação será a qualidade. “O principal esforço deve ser feito em etapas de pré-comercialização. Já no mercado, a regulamentação de preços e de mecanismos de acesso vai dar oportunidade de competição a todos os medicamentos que atendam aos requisitos de segurança e eficácia”, observa Ayala. “A introdução de biossimilares de origem biotecnológica no mercado

doméstico argentino deve superar gradualmente algumas barreiras como a preferência dos médicos para o medicamento de referência, as proteções das associações de doentes e julgamentos relacionados que exigem sistemas de saúde para fornecer os medicamentos de referência”, considera a diretora do Grupo Insud. Ela acredita que a qualidade e os padrões internacionais de produção vão gerar progressivamente um clima de confiança, trazendo uma substituição progressiva, com a consequente acessibilidade benefício para um número maior de pacientes e economia para o sistema de saúde. Pela avaliação de Miranda, o claro entendimento das principais regras regulatórias de acesso, um correto planejamento das análises clínicas e dos ensaios que demonstram que um medicamento é biocomparável com o inovador de referência, bem como a clara compreensão da concorrência e do mercado serão as bases para definição das estratégias de negócios e introdução desses medicamentos nos mercados privados e público nas economias emergentes. Para as empresas que quiserem competir na área dos biossimilares, Santa María chama a atenção para os seguintes desafios: • Trabalhar junto à classe médica para promover a adoção dos biosimilares na prática clínica; • Demonstrar a economia concreta para o sistema de saúde, por meio de uma política de preços agressiva, de modo a acelerar a adoção dos biossimilares pelos pagadores; • Trabalhar com escalas e tecnologias de produção economicamente viáveis para a produção local de princípios ativos; • Estabelecer parcerias com indústrias locais para gerar ganho em escala e minimizar custos com produção.

insights.


anĂşncio


artigo.

André Fabre Ballalai Ferraz é consultor do IMS Health Brasil

o fDA

e a designação de tratamento de ruptura

e

xiste um grande debate sobre o modelo atual no desenvolvimento de novas drogas em todo o mundo. As exigências clínicas de eficácia e de segurança se tornam, ano a ano, mais rígidas. Isto reflete na motivação das companhias em pesquisar determinadas doenças, assim como na elevação dos custos de desenvolvimento, que de alguma maneira vão impactar no custo final de determinado tratamento. As agências reguladoras recebem centenas de pedidos de análise de novas drogas anualmente, e priorizar é uma tarefa desafiadora, ainda mais quando o tema envolve beneficiar um grupo de pacientes em prol de outro. De fato, existem diversas iniciativas para que drogas com resultados promissores cheguem ao mercado com mais rapidez, e a mais atual é uma designação criada pelo FDA: Breaktrhough Therapy Designation ou BTD, que em tradução livre Designação de Tratamento de Ruptura.

o que é? O BTD foi estabelecido em julho de 2012 por uma resolução nomeada FDASIA que contempla aspectos de segurança e inovação no mercado americano. A seção 902 da FDASIA

18

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estabelece os seguintes requisitos para que uma droga seja elegível à designação BTD: • Tratamento de doenças ou condições severas ou com risco de morte; • Evidências clínicas preliminares que indicam melhora significativa, quando comparada a outros tratamentos disponíveis, em um ou mais desfechos clínicos significantes. Uma vez garantido o BTD, a equipe de desenvolvimento da droga passa a ter interações mais frequentes com o FDA, orientações para o desenvolvimento dos protocolos clínicos em estágios ainda iniciais e um comprometimento organizacional do FDA envolvendo uma equipe de gestores seniores da agência. Da mesma forma, revisões preliminares de dados interinos são conduzidas para uma aprovação acelerada. Em resumo, o desenvolvimento conta com participação ativa do FDA, protocolos melhor delineados e com prioridade de revisão, resultando em uma aprovação significativamente mais rápida. Entretanto, conseguir a designação do FDA não é uma tarefa simples. O FDA recomenda que as companhias enviem o requerimento em conjunto ou logo após o requeri-

insights.


stAtus btd BTD Categoria *relatadas concedidas negadas pendentes pedidos recebidos

Nº de drogas

% do total

59 74 139 56 269

22% 28% 52% 21% 100%

Os 59 relatados fazem parte dos 74 garantidos Fonte: FDA – *Fonte: Orphan Druganaut

btd por empresA

Outros = 13

btd por clAsse Classe

Quant.

Companhia

Quant.

oncologia

26

5

doenças raras

8

respiratória

6

Virologia

6

cardio/metabolismo

4

Vacinas

3

novartis roche gsK bms j&j outras big pharma outras biotech

oftalmologia

3

neurologia

2

reumato/imunologia

1

total

59

5 5 4 4 21 15

Tipo de Companhia Quant. big pharma small biotech total

44 15 59

Fonte: FDA, Orphan Druganaut e Press Releases das Empresas

mento de IND (Investigational New Drug), algo entre os estudos Fase 1 e antes do final dos estudos Fase 2. Desta forma, obter dados preliminares com indicativos de superioridade clínica nessas fases é uma tarefa desafiadora. Da mesma maneira, cada requerimento envolve apenas uma indicação terapêutica – um complicador quando se trata de drogas multi-indicação em oncologia e imunologia, por exemplo. Adicionalmente, caso os resultados preliminares não se confirmem promissores, a droga pode perder a designação BTD.

stAtus AtuAl Até o fim de 2014, de acordo com dados do FDA, 269 pedidos foram recebidos pela agência e, destes, apenas 74 (pouco menos de 30%) obtiveram a designação. Outros 52% (139) foram negados e 21% (56) ainda se encontram em revisão. Os dados dos pedidos não são divulgados pelo FDA em detalhes, porém as companhias normalmente publicam press releases sobre a obtenção do BTD. O site “orphan druganaut” faz um levantamento e disponibiliza uma lista atualizada de drogas com a designação de BTD, atual-

insights.

mente a lista contém 59 das 74. Segundo a lista do site, 16 destas 59 drogas já foram aprovadas pelo FDA, entre elas drogas promissoras como Ibrutinib, Obinutuzumab, Pembrolizumab, Nivolumab em oncologia, Sofosbuvir e Dasabuvir para HCV e Ivacaftor para fibrose cística. A grande maioria das drogas se concentra na área da oncologia, com 44% (26) do total, demonstrando claramente o “gold rush” que hoje existe na classe. As doenças raras, hepatite C e doenças respiratórias completam a lista das prioridades com 8, 6 e 6 respectivamente. Quando analisamos por perfil de companhias, as grandes multinacionais lideram a lista com 75% de todos os candidatos, sendo que 40% de todas as drogas se concentram em cinco grandes produtores: Novartis, Roche e GSK, com cinco candidatos cada, e as americanas BMS e J&J, com quatro cada.

oncologiA Mesmo concentrando a maioria dos candidatos, a amplitude de indicações é restrita quando analisamos a lista em profundidade. Mais da metade das drogas em oncologia (14)

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19


artigo. é para indicações hematológicas, sendo oito para linfomas. Isso pode ser explicado pelo recém-lançamento de drogas como Ofatumumab, Ibrutinib, Idelalisib e Obinutuzumab para Leucemia Linfoblástica Crônica (LLC), sendo que a Obinutuzumab foi a primeira droga aprovada pelo FDA via designação de BTD, em novembro de 2013. Assim como as leucemias, o câncer de pulmão também tem uma série de candidatos tanto com as imunoterapias (PD1/PD-L1) quanto com drogas alvos dos marcadores ALK, EGFR e BRAF, em um total de sete candidatos para a indicação. Outra droga promissora em oncologia com a designação é o Palbociclib para câncer de mama.

HcV Com os resultados surpreendentes dos DDAs no passado recente, o campo de HCV se transformou em uma verdadeira corrida entre Gilead, AbbVie, BMS e MSD. Cada uma das quatro empresas possui ao menos uma de suas combinações em BTD, tendo a Gilead largado na frente com a aprovação do Sovaldi em 2013. Ao final de 2014, o AbbVie teve sua combinação de DDA baseada no Dasabuvir aprovada pelo FDA. Espera-se que combinações baseadas no Daclastavir (BMS) e Grazoprevir (MSD) sejam aprovadas em seguida.

doençAs rArAs Neste segmento, as empresas de biotecnologia pequenas e médias dominam o cenário com quase 65% (5) das drogas, um exemplo destas é a americana Alexion. Doenças de mo-

dificações genéticas ou metabólicas como hipofosfatemia e distrofia muscular de duchenne, assim como imunoinflamatórias, como a SMLE (síndrome miastênica de Lambert-Eaton), são algumas das contempladas.

impActo no brAsil O BTD não é a primeira iniciativa do FDA para a priorização na aprovação de drogas. Desde 1992, quando se criou a primeira versão da PDUFA (Prescription Drug Fee Act), que já está em sua quinta versão, o órgão americano tenta encontrar maneiras de gerenciar a crescente demanda por revisões e análises. Certamente, a aprovação acelerada do FDA vai refletir no cenário latino-americano, uma vez que as multinacionais estão presentes em quase todos os países do continente. De fato, existe uma iniciativa para a harmonização do processo regulatório na América Latina, porém os processos de registros ainda carregam muitas características locais. No Brasil ainda não existe um programa similar ao BTD. Entretanto, a Anvisa publicou duas resoluções em 2014 que de certa forma indicam um movimento, mesmo que ainda inicial, nesta direção. Em julho, na resolução publicada pelo órgão com as regras para a priorização de análise de registro, as doenças raras e/ou negligenciadas, assim como inovações radicais e incrementais desenvolvidas dentro do país, estão entre os dez pontos prioritários. Adicionalmente, em agosto, a Anvisa publicou resolução que autoriza o registro de produtos com estudos ainda em Fase 2. Antes disso, o estudo Fase 3 era mandatário.

btd AproVAdos pelo FdA Data da aprovação

Nome da Droga

01/11/13 13/11/13

Marca

Companhia

Classe

Indicação

Indicações detalhadas

obinutuzumab

gazyva

roche

oncologia

Hematologia

leucemia linfoide crônica (llc)

ibrutinib

imbruvica

j&j

oncologia

Hematologia

linfoma de células do manto reincidente ou refratário

06/12/13

sofosbuvir

sovaldi

gilead

Virologia

HcV

21/02/14

ivacaftor

Kalydeco

Vertex

respiratória

Fibrose cística

Fibrose cística

17/04/14

ofatumumab

Arzerra

gsK

oncologia

Hematológica

leucemia linfoide crônica (llc)

29/04/14

ceritinib

Zykadia

novartis

oncologia

cpnpc

23/07/14

idelalisib

Zyelig

gilead

oncologia

HHematologia

leucemia linfoide crônica reincidente (llc)

26/08/14

eltrombopag

promacta

gsK

oncologia

Hematologia

Anemia Aplástica severa (AAs)

04/09/14

pembrolizumab

Keytruda

msd

oncologia

melanoma

melanoma

10/10/14

sofosbuvir+ledipasvir

Harvoni

gilead

Virologia

HcV

Hepatite c

15/10/14

nintedanib

ofev

boehringer

respiratória

Fpi

Fibrose pulmonar idiopática (Fpi)

15/10/14

pirfenidone

esbriet

roche

respiratória

Fpi

Fibrose pulmonar idiopática (Fpi)

29/10/14

Vacina rlp2086 bivalente

trumenba

pfizer

Vacinas

meningite b

meningite b

02/12/14

blinatumomab

blincyto

Amgem

oncologia

Hematologia

leucemia linfoblástica Aguda (llA)

19/12/14

ombinasvir, paritaprevir, dasabuvir

Viekira pak

AbbVie

Virologia

HcV

Hepatite c

AlK+ cpnpc

Hepatite c

22/12/14

nivolumab

opdivo

bms

oncologia

Hematologia

linfoma de Hodgkin / melanoma / nsclc

23/01/15

Vacina bexsero

bexsero

novartis

Vacinas

meningite b

meningite b Fonte: FDA, Orphan Druganaut e Press Releases das Empresas

20

IMS INTELLIGENCE.APPLIED. | BRASIL #9

insights.


anĂşncio


global news. P&D

GALE 401 A Galena Biopharma relatou os resultados preliminares de um ensaio de Fase 2 do GALE 401, uma formulação de liberação controlada de anagrelida indicada para uso no tratamento de neoplasias mieloproliferativas, incluindo trombocitemia essencial. Os resultados iniciais do ensaio envolveram 18 pacientes e mostraram rápida redução da contagem de plaquetas. O produto foi concebido para libertar o fármaco lentamente no sangue e reduzir os efeitos secundários.

Lançamentos BOW 015 As farmacêuticas Epirus e Ranbaxy anunciaram o lançamento de Infimab® (BOW 015) na Índia. Indicado para artrite, a molécula é um biossimilar quimérico do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa). O produto será fabricado pela Reliance Life Sciences em uma instalação em Mumbai. Em 2015, a Epirus vai iniciar um ensaio adicional de Fase 3 do BOW 015 na Europa. Nalexogol A AstraZeneca anunciou que a Comissão Europeia concedeu autorização de comercialização para nalexogol, sob o nome comercial Moventig®. O produto, indicado para constipação induzida por opióides (OIC) em doentes adultos que demonstraram resistência à terapia com laxantes, já foi aprovado nos Estados Unidos e aguarda autorização no Canadá.

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setor O laboratório russo Biocad anunciou a criação de uma nova plataforma de tecnologia inteligente desenvolvida para criar medicamentos a partir dos anticorpos monoclonais voltados para o tratamento do cancro. Atualmente a indústria possui dez medicamentos inovadores em vários estágios de desenvolvimento. A Sanofi deve lançar 18 novos medicamentos até 2020. Pelas projeções da farmacêutica, serão seis novos medicamentos em 2015 e mais um a cada seis meses entre 2016 e 2018. A renovação do portfólio faz parte da estratégia da Sanofi para minimizar o impacto do vencimento de patentes de alguns de seus produtos. As autoridades nacionais de precificação do setor farmacêutico na Índia congelaram os preços de mais de 52 medicamentos essenciais, incluindo antibióticos, terapias contra a dor e medicamentos para tratar dos distúrbios provocados pelo câncer, hipertensão e afecções na pele. Um levantamento da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), entidade que reúne as principais companhias farmacêuticas do Brasil, revelou que o número de novos medicamentos incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou mais de 100% em relação a 2013. Entre janeiro e dezembro de 2014, foram realizados 65 solicitações ao sistema público nacional, sendo que 54 foram aceitas. Em 2013, o número de aprovações foi de 23 em um universo de 64 solicitações. Embora liderem os pedidos de inclusão, os medicamentos contra o câncer são os que têm o menor índice de aprovação. A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que novos testes de diagnóstico do vírus ebola estarão disponíveis nos próximos meses nos países mais afetados pela epidemia. De acordo com a entidade, enquanto não forem desenvolvidos medicamentos ou vacinas para o tratamento da doença, a única forma para controlar a epidemia é a detecção precoce. De acordo com o último balanço da OMS, desde o início do ano foram registados pelo menos 18 mil casos da doença e mais de 6.5 mil mortes. Os países mais afetados são Libéria, Serra Leoa e Guiné. A Janssen Pharmaceutica devolveu para a biotecnológica belga Galapagos os direitos sobre as moléculas GLPG1205 e GLPG2196, drogas experimentais para tratamento da doença inflamatória intestinal. Pelo acordo firmado em 2007, a subsidiária da Johnson & Johnson detinha o direito às licenças comerciais globais para alguns programas internos de doenças inflamatórias da Galapagos, responsável pela realização dos estudos de Fase 1 e Fase 2a. Os detalhes financeiros da transação não foram divulgados.

insights.


Fonte: IMS Global News Redação: Kátia Carminatto

Fonte: IMS Health Knowledge Link / Acumulado dos 12 últimos meses até Q3 2014

Principais companhias mundiais (participação vendas mundiais em %, Q3 2014)

1

Novartis (5,6)

6

Johnson & Johnson (3,8)

2

Pfizer (4,9)

7

AstraZeneca (3,6)

3

Sanofi (4,3)

8

GlaxoSmithKline (3,5)

4

Roche (4)

9

Teva (2,8)

5

Merck & Co (4)

10

Lilly (2,2)

Indústrias farmacêuticas que mais crescem (% Q3 2014)

insights.

1

Gilead Sciences (87)

6

Sun Pharma (28)

2

Biogen Idec (60)

7

Salix (27)

3

Amneal (54)

8

Mallinckrodt (25)

4

Prasco Labs (44)

9

Torrent (25)

5

Intas (28)

10

Impax (23)

O laboratório Generon divulgou dados de um ensaio global de Fase 2 comparando benegrastim (F 627) com pegfilgrastim em pacientes com câncer de mama submetidas à quimioterapia mielotóxica. Benegrastim é um fator de estimulação de colônias de granulócito humano recombinante (G-CSF), desenvolvido para o tratamento da neutropenia induzida pela quimioterapia em pacientes com câncer. Durante os testes, o benegrastim demonstrou superioridade em relação ao pegfilgrastim, embora ambos apresentassem perfis de segurança semelhantes.

P&D

top 10

F 627

Lançamentos Alemtuzumab O Food and Drug Administration (FDA) aprovou o Lemtrada® (alemtuzumab), medicamento do Genzyme para o tratamento de formas reincidentes de esclerose múltipla. A molécula é um anticorpo monoclonal e já é comercializada nos Estados Unidos, Austrália e em vários países da Europa para o tratamento de leucemia linfocítica crônica (LLC). No Japão, sua aprovação inclui uso em pacientes com LLC recidivante e refratário. No Canadá, Reino Unido, Alemanha, Brasil, Austrália e México, o alemtuzumab é indicado para o tratamento de adultos com esclerose múltipla remitente-recorrente ativa.

IMS INTELLIGENCE.APPLIED. | BRASIL #9

23


global news.

P&D

ToleroMune Ragweed O Circassia divulgou os resultados de um ensaio clínico de Fase 2b da vacina Ragweed-SPIRE em pacientes alérgicos. A vacina foi gerada utilizando a tecnologia ToleroMune da empresa, que identifica sequências peptídicas curtas (tipicamente de dez a 20 aminoácidos de comprimento), a partir de proteínas. Os resultados preliminares apontaram níveis satisfatórios de tolerância do fármaco.

fusões e aquisições A Merck negocia a compra da Cubist Pharmaceuticals por US$ 8 bilhões. A operação vai ampliar o portfolio do laboratório americano em medicamentos de combate a infecções bacterianas resistentes. Até 2020, a Cubist planeia lançar quatro novos produtos para esse tipo de infecção. A Bluebird, indústria com foco no desenvolvimento de terapias para doenças genéticas e órfãs graves, anunciou que deu início a uma oferta pública de US$ 150 milhões de suas ações ordinárias. A companhia pretende conceder aos subscritores uma

opção de 30 dias para comprar um adicional das ações oferecidas. O laboratório Abbott concluiu a aquisição da Veropharm em uma transação de US$ 305 milhões. Por meio do acordo, que envolveu compra da Garden Hills, holding que detinha o controle da Veropharm, o laboratório vai reforçar sua presença na Rússia, onde já atua há 40 anos. No portfólio da fabricante de genéricos russa estão medicamentos das áreas de saúde da mulher, sistema nervoso central, sistema cardiovascular, gastroenterologia e oncologia.

Lançamentos RHB 102 A Redhill Biopharma obteve autorização para a comercialização do Bekinda® (RHB 102) em diversos países da Europa. O medicamento é de dose diária via oral para tratar de náuseas e vômitos provocados por quimioterapia e radioterapia em pacientes com câncer. A aprovação foi obtida em um procedimento de reconhecimento mútuo, tendo o Reino Unido como estado-membro de referência. O produto também está em Fase 3 de avaliação em doentes com gastroenterite aguda e gastrite. Até o segundo semestre de 2015, a companhia espera obter os primeiros dados desse ensaio. Ataluren O laboratório PTC Therapeutics divulgou a aprovação do Translarna® (ataluren) na Alemanha. O medicamento é indicado no tratamento da distrofia muscular de Duchenne em doentes com capacidade de marcha com mais de cinco anos. Em agosto de

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2014, a molécula recebeu aprovação condicional da European Medicines Agency (EMA) para ser comercializada em 28 países da União Europeia e também na Islândia, Liechtenstein e Noruega. Como parte da autorização de introdução no mercado europeu, o PTC está obrigado a completar os estudos de Fase 3 e apresentar os dados de eficácia e segurança do ataluren. Acetato de eslicarbazepina O laboratório Sunovion anunciou seu pedido suplementar ao FDA para a aprovação do Aptiom® (acetato de eslicarbazepina) como monoterapia em pacientes epiléticos com crises parciais. O eslicarbazepine está disponível como terapia adjuvante para crises parciais em doentes adultos com epilepsia nos Estados Unidos, Canadá, Rússia, Alemanha, Itália, Espanha, França, Reino Unido, entre outros países.

insights.


top 10 Fonte: IMS Health Knowledge Link / Acumulado dos 12 últimos meses até Q3 2014

Produtos líderes (vendas mundiais em US$ milhões, Q3 2014) 1

Humira

2

Lantus

3

Abilify

4

11.468 9.813 8.996 8.918

Seretide

5 6 7

8.648

Enbrel

8.486

Crestor

8.148

Remicade

8

Nexium

9

Sovaldi

10

7.894 7.620 6.349

Mabthera

Vendas por classes terapêuticas (Vendas mundiais US$ milhões, Q3 2014) 136.822

1

Antineoplasia e agentes imunomoduladores

134.410

2

Sistema nervoso

3

Trato Alimentar e metabolismo

4

Anti-infecciosos gerais

5

Sistema cardiovascular

6

Sistema respiratório

7

Sangue e órgãos hematopoiéticos

8

Sistema genitourinário e hormônios sexuais

9

Sistema musculoesquelético

126.865 107.636 99.977 65.438 47.363 41.915 37.325

29.75810

Vários

Ranking Mundial (Vendas mundiais US$ milhões, Q3 2014) 364.945 81.307 74.247 45.983 38.241 28.894 24.685

1

Estados Unidos

2

Japão

3

China

4

Alemanha

5

França

6

Itália

7

Reino Unido

23.644 8

insights.

Brasil

21.269 9

Espanha

20.954 10

Canadá

Lançamentos Denosumab O Food and Drug Administration (FDA) aprovou o XGEVA® (denosumab), do laboratório Amgen, para o tratamento da hipercalcemia maligna imune à terapia com bifosfonato. Denosumab é um anticorpo monoclonal que inibe a ação do NF-kappa B ligante (RANKL) e está disponível em vários países como terapia da osteoporose pós-menopausa, osteopenia e na prevenção de complicações ósseas em pacientes com metástases ósseas de tumores sólidos. Nos Estados Unidos, a molécula é prescrita para aumentar a massa óssea em homens com osteoporose em alto risco de fratura. Ceftobiprole medocaril A Basilea Pharmaceutica anunciou o lançamento do seu antibiótico de largo espectro Zevtera® (ceftobiprole medocaril) na Alemanha. O novo medicamento suporta o tratamento de adultos com pneumonia adquirida na comunidade e pneumonia nosocomial (excluindo pneumonia associada à ventilação mecânica). Além de Alemanha, homologações nacionais para a molécula também foram concedidas na Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Noruega, Espanha, Suécia, Itália, Luxemburgo e Reino Unido.

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competências.

CRIAtIVIDADe no ambiente corporativo No contexto empresarial, a capacidade de criar e de se adaptar pode ser vista como patrimônio e recurso estratégico

A

criatividade é tida como a capacidade de inventar, criar, adaptar e como qualidade de quem é inovador, original. Ela é tida por muitos como um fator capaz de distinguir profissionais, conferindo a eles um local de destaque em suas corporações. No entanto, a ciência cognitiva surge como uma verdadeira luz aos que dizem não ter essa qualidade e afirma que – sim – todos trazem consigo uma “configuração” cerebral que torna cada pessoa potencialmente criativa. O psicólogo Lucas Rezende, especialista em programação neurolinguística (PNL), explica que “o próprio cérebro é um órgão essencialmente adaptativo, que se auto-organiza e muda constantemente a fim de atender aos desafios da vida e a novas aprendizagens a que cada pessoa se sub-

26

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mete”. A esta propriedade dá-se o nome de neuroplasticidade. A criatividade acompanha o homem desde os primórdios e garantiu, de várias maneiras, a sua sobrevivência e desenvolvimento. Para reafirmar esta questão, Rezende faz referência a Charles Darwin. O biólogo e naturalista do século XIX dizia que “não são as espécies mais fortes que sobrevivem, e sim as que melhor se adaptam”. O psicólogo explica que Darwin já indicava a relevância do potencial criativo para lidar com o inesperado, para improvisar e adaptar.

Ambiente corporAtiVo

O coach Mario Jorge Chagas, professor de temas do desenvolvimento humano no Instituto Internacional de Coaching (InCoaching), do Rio de Janeiro, enfatiza que, em princípio, todos são criativos. Contudo, algumas situações podem

insights.


por Mani Jardim

A criAtiVidAde AcompAnHA o Homem desde os primÓrdios e gArAntiu, de VÁriAs mAneirAs, A suA sobreViVÊnciA e desenVolVimento

gerar bloqueios. “A criatividade não aflora, em muitos casos, devido à inibição natural que as pessoas têm de correr riscos, mostrar suas ideias diferentes da maioria e se expor às críticas. No ambiente corporativo, tais reações podem aparecer com mais frequência se estivermos diante de um chefe centralizador e que se esquece de ouvir sua equipe.” O especialista comenta que o funcionário criativo é facilmente detectado à medida que recebe responsabilidade, ou seja, quando se delega tarefas para serem executadas com autonomia e consequente incentivo à ação. Diante disso, ele se mostra curioso com o que pode conhecer, põe-se diante das questões com a mente aberta e, geralmente, tem bom humor. Quando questionado sobre os benefícios que a criatividade pode trazer ao ambiente de trabalho, Chagas explica que a corporação é um sistema e, como tal, beneficia-se da criatividade de seus elementos porque esses são flexíveis quanto às normas, regras e processos internos. “Mudanças de rota não desanimam os criativos. Eles saem da chamada ‘zona de conforto’ com mais aceitação e rapidez do que pessoas rígidas e inflexíveis. O organismo todo ganha muito em agilidade de respostas às demandas de seus clientes e fornecedores.” Segundo Chagas, além de flexibilidade, bom humor e curiosidade, o funcionário criativo pode exerci-

insights.

tar também as habilidades sociais, ou seja, permitir-se aos estímulos do conhecimento de indivíduos e situações diferentes no dia a dia. Quanto mais estímulos novos, mais o cérebro humano se beneficia das funções de memória e associações, habilidades fundamentais para a criatividade. Nesse sentido, o psicólogo Lucas Rezende lista algumas atividades que podem estimular e potencializar a criatividade. • Exercitar-se: a criatividade depende também da saúde. Atividades físicas (especialmente as aeróbicas) estimulam a produção de endorfinas - neurotransmissores do prazer e bem-estar - e aumentam a oxigenação cerebral, vitalizando, assim, os processos mentais em geral, dentre eles o potencial criativo. • Ler, ler, ler...: embora aparentemente simples, a leitura é um dos processos cognitivos mais complexos para o cérebro humano. Durante uma leitura, o cérebro é estimulado a produzir opiniões críticas e comparações, ao mesmo tempo em que é obrigado a fazer associações laterais de conhecimentos ou experiências passadas para dar sentido a um texto. Ou seja, tanto a função lógica quanto a criativa são estimuladas durante a leitura, aumentando a capacidade criativa e de abstração. • Reservar tempo para si mesmo: é claro que as relações sociais e afetivas são, muitas vezes, fontes de inspiração para novas ideias.

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competências. Ainda assim, a criatividade depende muito da autorreflexão e do tempo que a pessoa se permite estar consigo mesma, explorando suas próprias ideias e pensamentos, sem a censura ou a crítica de outras pessoas. Não à toa, gênios criativos, pintores e escritores passam boa parte do seu tempo de trabalho isolados. • Descansar:: o lazer e até mesmo o ócio são vitais para a restauração do organismo. São as pausas de descanso, bem como o tempo de sono, que ajudam o cérebro a organizar ideias e aprendizagens, manter-se em plena atividade e “deletar” aquela carga de informações inúteis que apenas ocupariam espaço mental. O oposto do descanso, que seria o estresse crônico, desencadeia respostas inflamatórias no organismo que, a longo prazo, comprometem não só o potencial criativo do sujeito, como também sua saúde em geral. • Conhecer seus ciclos: cada pessoa alterna diariamente ciclos de vigília e disposição mental com ciclos de descanso e fadiga. É importante reconhecer quais são as partes do dia em que você se encontra mais disposto mentalmente e, portanto, mais propenso a gerar ideias e aumentar sua criatividade. • Aguçar a curiosidade: a curiosidade desperta no ser humano novos campos de possibilidades. Perguntar a si como fazer algo, em vez de ditar que não é possível, estimula nosso processo criativo no sentido de desenhar soluções e testar novas estratégias. Além disso, a curiosidade reduz o nível de frustração pessoal e profissional, pois, em uma tarefa de trabalho, uma pessoa curiosa insistirá em novas tentativas para alcançar um resultado desejado, em vez de simplesmente desistir.

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criAtiVidAde e inoVAção O consultor organizacional Eduardo Shinyashiki, escritor e especialista em desenvolvimento de competências de liderança, acredita que, para inovar, ou seja, desenvolver uma ideia e transformá-la em um processo ou produto, é necessário, primeiramente, ter tido uma ideia. Por esse motivo, ele defende que criatividade e inovação podem ser consideradas faces de uma mesma moeda. Para que esses valores fundamentais da cultura corporativa sejam potencializados, Shinyashiki diz que é preciso estar aberto ao novo, superar a resistência à mudança e ir além dos esquemas mentais habituais. “Desse modo, a essência do pensamento criativo permite quebrar regras existentes para criar outras que funcionem melhor ou encontrar uma aplicação nova às já existentes.” A seguir, confira outras reflexões do especialista sobre a função da criatividade no mundo corporativo: • “Ser criativo exige igualmente algumas competências como flexibilidade, foco, determinação, persistência, curiosidade e autodisciplina.” • “Dentro das empresas, a criatividade ocupa um papel central na busca de soluções originais e inovadoras, por isso, ela é hoje considerada e tratada no contexto empresarial como patrimônio e recurso estratégico para o desenvolvimento e sucesso.” • “O processo criativo no âmbito profissional acontece por meio da qualidade dos nossos pensamentos, que direcionam as decisões e as ações. Criar processos e definir novos horizontes são ações estratégicas para desenvolver aptidões em todo o grupo, o que possibilita projetar resultados positivos para equipe.”

insights.


consumo.

por Renata Marcondes

pronto para

A CoRRIDA CONFORTO E RECUPERAÇÃO Os canelitos de compressão da Lupo Sport foram desenvolvidos especialmente para praticantes de corrida. Testes com o produto mostraram que a recuperação da panturrilha é muito mais rápida com seu uso. Confeccionados em poliamida (88%) com elastano (12%), eles ajustam-se com perfeição à perna, reduzindo a fadiga da região. A compressão graduada e o desenho com encaixe facilitam a circulação sanguínea e mantêm a panturrilha aquecida, garantindo mais conforto ao correr. Os canelitos ainda têm tecnologia dry, que proporciona alta absorção do suor.

monitorAndo o treino

O Forerunner 620, da Garmin, é um relógio completo para quem é fã de corrida. Ele possui tela sensível ao toque, visor colorido e conta com recursos inovadores como estimativa de VO2 max (volume de oxigênio) corporal para ajudar a obter um treino mais inteligente e alcançar novas metas. O 620 também possui GPS que oferece comentários sobre a forma de execução da corrida, reportando diversas métricas. Além disso, o monitor HRM-Run, que acompanha o produto, tem um acelerômetro que mede o movimento do tronco.

APLICATIVOS PARA CORRIDA Para os usuários de iPhone, dois aplicativos para corridas prometem facilidades e bom monitoramento. O RunKeeper dá estatísticas do percurso, como distância percorrida e velocidade média, regularmente. Ele pausa a música automaticamente para fornecer esses dados. Já no Endomondo é possível ver em tempo real o desempenho dos amigos que estão praticando esporte. Ambos oferecem medida de velocidade, distância do percurso, trajeto no mapa em tempo real, tempo por quilometragem e batimentos cardíacos, se houver uso de cinta cardíaca.

insights.

inspirAdo nA mArAtonA

Em homenagem à Maratona de Nova York, a New Balance lançou o tênis “890v4 Marathon Pack New York”. Edição especial do já consagrado modelo 890v4, o tênis é ideal para as corridas, possui placa Crash Pad para maior proteção no momento do impacto, além de entressola REVlite e cabedal sem costura com tecnologia FantomFit, garantindo um ajuste melhor ao pé. Nesse modelo especial, o destaque são os detalhes exclusivos nos grafismos, com imagens de Nova York nas laterais e nas palmilhas.

HidrAtAção Após a corrida, a hidratação é essencial para manter o equilíbrio corporal. E as garrafas funcionais Eau Good - da marca britânica Black+Blum – são ideais para isso. Elas contêm em seu interior o carvão Binchotan, conhecido por reduzir o cloro e equilibrar o pH. Ele também é capaz de liberar minerais como cálcio, ferro e magnésio, melhorando os benefícios para a saúde dos corredores.

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destino. Vulcão Cotopaxi

eQuADoR surpreendente Praias, vulcões, selva e montanhas fazem parte do rico cenário do país

M

ulticultural, cheio de encantos e atrativos naturais, o Equador recebe anualmente cerca de um milhão de visitantes e é dono de uma imensa riqueza cultural e histórica. Une harmonicamente quatro mundos – Amazônia, Cordilheira dos Andes, Costa e o deslumbrante Arquipélago de Galápagos. Eleito em 2013 como o melhor destino verde no World TravelAwards – premiação considerada o “Oscar” da indústria de viagens –, o país oferece inúmeros destinos à disposição dos visitantes, com roteiros que incluem passeios pelas cidades cosmopolitas, pequenos vilarejos, uma aventura pelas ruínas Incas de Ingapirca, além de montanhas, praias, ilhas, vulcões e selva, garantindo diversas atividades, de acordo com as preferências de cada turista. Escolha entre os destinos

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imperdíveis o que mais lhe agrada e tenha uma experiência única!

AmAZÔniA

A região abriga o grandioso Parque Nacional Yasuní, com cerca de 10 mil quilômetros quadrados e incontáveis espécies da flora e fauna, e a reserva de Cuyabeno, com milhares de aves, peixes e orquídeas. Em meio aos rios e cachoeiras que partem das encostas, é possível se hospedar nos famosos ecolodges, que são hotéis em plena selva, com estruturas desde as mais simples até as mais luxuosas. Dentre as atrações locais, vale se aventurar no ecoturismo, com passeios guiados por nativos, observando os sons e as plantas da floresta, além de poder praticar esportes, como trekking, pesca e canoagem, ou até mesmo nadar nas águas cristalinas das cachoeiras e descer pelo Rio Tena em raftings sensacionais.

cordilHeirA dos Andes

Uma das maiores riquezas turísticas do país, formada por montanhas, vulcões e sítios arqueológicos, oferece aos turistas inúmeras atividades de lazer e aventura, que unem cultura e natureza em um único lugar. No local é possível praticar esportes como escalada, fazer trilhas a pé e mountain bike. Situada nessa região, a Avenida dos Vulcões é dona de um cenário fantástico e possui 600 quilômetros

insights.


por Luciana Vinha

Ecolodges

de extensão, com elevações que variam entre 1.500 metros a 5.000 metros. Com 84 vulcões de vários tamanhos, cobertos por neve, 27 deles estão liberados para escalada, ciclismo, caminhadas, cavalgadas ou passeios de trem e teleférico.

costA do pAcÍFico

Destino certeiro para surfistas, possui clima tropical e ondas gigantescas, principalmente em Montañita, considerada a capital do surfe no país. Para quem curte ecoturismo, é possível observar, os cenários pa-

pArque nAcionAl sAngAY Assim como Galápagos, o local é considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Com uma extensão de 5.000km, abriga três vulcões, El Altar, Tungurahua e Sangay, sendo os dois últimos ativos. Diversos rios cortam sua área, incluindo mais de 300 lagos e cerca de 60km de manguezais e pântanos. Na região é possível avistar um grande número de borboletas, de várias espécies.

insights.

radisíacos e as baleias jubarte nas praias de Salinas e Puerto López, além das florestas úmidas e da flora exuberante. Inúmeras espécies de aves podem ser vistas diariamente em Mompiche e Crucita – esta última praia também é conhecida como local propício para voos de asa-delta e parapente. Seguir a rota Spondylus também é uma boa maneira de conhecer grande parte da costa. Vale também visitar Guayaquil, Santa Elena e Zaruma.

ArquipélAgo de gAlÁpAgos

As famosas ilhas que formam o arquipélago de Galápagos ficam a cerca de 1.000 quilômetros da costa do Equador e abrigam es-

pécies únicas de animais que só podem ser vistos no local, como as tartarugas-gigantes, as iguanas-marinhas e tentilhões de cores variadas. Uma das primeiras associações feitas quando se pensa em Galápagos diz respeito ao seu visitante mais famoso, o cientista britânico Charles Darwin. A visita dele ao local teve impacto decisivo na sua Teoria de Seleção Natural. Com apenas quatro das 13 ilhas habitadas, o encantador arquipélago possui diversos atrativos para todas as épocas do ano, que vão desde o simples ato de observar a natureza até a prática de esportes. Caminhar, andar de bicicleta, surfar ou mergulhar fazem parte do pacote de atividades.

cApitAl

A capital Quito, localizada a 2.800 metros de altitude, situa-se aos pés do famoso Vulcão Cotopaxi, cartão-postal da cidade e um dos mais altos do mundo. O Centro Histórico tornou-se referência internacional de arquitetura colonial, reconhecido pela Unesco em 1978 como Patrimônio Cultural da Humanidade. Moderna e movimentada, a cidade possui vida noturna e cultural agitada, gastronomia mundial e hospedagens com acomodações

Arquipélago de Galápagos

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destino.

A capital Quito

Guarda em Quito

de primeira classe, que contribuíram para que recebesse o troféu de melhor destino turístico da América do Sul em 2014, concedido pelo World TravelAwards.

gAstronomiA

Tanto nos restaurantes mais simples quanto nos mais sofisticados, as refeições no Equador são sempre uma experiência especial. Com um vasto cardápio de pratos típicos preparados com frutos do mar, caças ou vegetais, a mesa equatoriana vale por um tour gastronômico em cada região. A seguir, confira alguns destaques:

• Amazônia: peixes de água doce, carne de frango e de porco, mandioca e demais vegetais fazem parte da alimentação na região. Porém, em algumas comunidades indígenas, é possível encontrar pratos mais exóticos, preparados com carne de anta e até mesmo de macaco. • Andes: a carne de porco é a mais consumida, seja frita ou assada, junto a diversos acompanhamentos, como milho, batatas e banana assada. Entre os pratos mais tradicionais, o preferido é o cuy asado (porquinho-da-índia assado). • Costa: a atração no cardápio dos restaurantes fica por conta dos

peixes e frutos do mar. O carapacho relleno, feito com caranguejo temperado com azeite, cebola, pimentão, azeitonas, entre outros ingredientes, e o tradicional ceviche, feito com peixe cru marinado em suco de limão, temperado com pimentas e cebola, são alguns dos mais requisitados. • Galápagos: o arquipélago oferece uma grande variedade de peixes e frutos do mar frescos. Uma boa pedida é saborear o ceviche de canchalagua, um molusco da orla. Para quem não deseja arriscar, há os restaurantes que oferecem culinária internacional.

um pé no norte outro no sul Localizada na província de Pichinha, a 22 quilômetros de Quito, a cidade de La Mitad Del Mundo é considerada ponto turístico devido à linha imaginária que corta o planeta em dois hemisférios – a Linha do Equador. Por lá, turistas de todo o mundo se divirtem ao fazer fotos com um pé sobre cada um dos hemisférios.

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insights.


anĂşncio


cult.

Por Renata Marcondes

Programação 2015

O artista mexicano Jorge Tellaeche vem despontando como uma das maiores revelações das artes plásticas nos últimos anos. Ele já criou 13 murais na Cidade do México e durante quatros dias pintou duas imensas obras no Lower East Side, em Manhattan. Tellaeche, que já colaborou com diversas marcas importantes, em breve também deve ter suas obras expostas no Museu de Arte Contemporânea de Tamaulipas. A trajetória de Tellaeche começou aos 15 anos com uma exposição na Sony Art Walk, em San Diego, Califórnia. Mais tarde, frequentou a Escola de Pintura de Luxemburgo e, voltando ao México, estudou Design Gráfico em Tijuana. Além de ser diretor de arte em sua própria agência de publicidade, expõe seu trabalho em galerias e colabora com várias causas sociais, como a que a luta contra a desnutrição infantil no México.

Foto: Marco Borggreve

Destaque mexicano

A Sociedade de Cultura Artística, em São Paulo, já divulgou parte da programação de sua temporada 2015, que começa em abril. Entre as atrações confirmadas estão a Academia Bach de Stuttgart & Gächinger Kantorei, a Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen, o pianista Pierre-Laurent Aimard, a Orquestra do Festival de Budapeste, a Orquestra Sinfônica de Chicago e a violonista Viktoria Mullova, que se apresentará com a pianista Katia Labèque. As apresentações ocorrerão na Sala São Paulo, na Praça Júlio Prestes, na capital paulista.

O pianista Pierre-Laurent Aimard

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A mostra “New Territories Laboratories for Design, Craft and Art in Latin America” pode ser vista até 4 de abril, em Nova York, no Museu de Artes e Design. O termo “Novos Territórios”, evocado pelo arquiteto italiano Gaetano Pesce, faz referência à confluência entre arte, design e artesanato na sociedade globalizada. A exposição analisa essa tendência em várias cidades da América Latina. A mostra explora ainda o diálogo entre as manifestações contemporâneas e legados artísticos, além da mistura de competências digitais e tradicionais.

“América Latina em Construção” De 29 de março a 12 de julho de 2015, o MoMA, Museu de Arte Moderna de Nova York, apresentará a mostra “América Latina em Construção: Arquitetura 1955-1980”. A exposição, que homenageia o 60º aniversário de outra mostra, a “Arquitetura da América Latina desde 1945”, terá originais que nunca foram reunidos antes, contará com desenhos, plantas, maquetes, fotografias e clipes e abordará mais de três décadas de evolução arquitetônica na região. O material, que inclui obras da Cidade do México, Caracas, Havana, São Paulo, Santiago e Brasília – que ganhou uma seção especial –, vai retratar um rico período histórico de desenvolvimento, além mostrar os desafios de modernização urbana em diferentes contextos econômicos e políticos.

© Fundación Alberto Vollmer

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Convergência artística

Arquivo Público do Distrito Federal

© Archivo Vittorio Garatti

insights.


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