Revista
Ano 8 • Edição 37 Disponível para Android e iOS
MELHOR
COM PREVISÃO DE TRIPLICAR DE TAMANHO NAS PRÓXIMAS DÉCADAS, O MERCADO SÊNIOR TEM ATRAÍDO CADA VEZ MAIS A ATENÇÃO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, COM IMPORTANTES INVESTIMENTOS EM PRODUTOS QUE PROPORCIONAM BEM-ESTAR E LONGEVIDADE A ESSE PÚBLICO
União entre a biologia e o setor farma
Remédios com ação mais eficaz e segura
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ÍNDICE
48 8 ACONTECE
OS PRINCIPAIS TOR EVENTOS DO SETOR
16 MERCADO
NOVIDADES DO MUNDO FARMA
18 ARTIGO
JOSÉ CARLOS NOGUEIRA OGUEIRA
20 ENTREVISTA
EDUARDO MARIO O DIAS
24 CAPA
PÚBLICO DE IDADE DE LICARÁ AVANÇADA TRIPLICARÁ
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30 30 INOVAÇÃO
44 BABY-CARE
33 ARTIGO
46 ARTIGO
34 EVENTO
48 BIOSSIMILARES
O FUTURO ESTÁ NAS STARTUPS EDISON TAMASCIA EM PROL DA UNIÃO E CAPACITAÇÃO
40 HIGIENE E BELEZA
CATEGORIA IMPULSIONA LUCROS
43 ARTIGO
PROF. GRETZ
VENDAS DA LINHA DISPARAM TELMA SALES VIDA PARA A SUA VIDA
52 ARTIGO
LUIZ MUNIZ
54 NANOTECNOLOGIA
REMÉDIOS MAIS ES SEGUROS E EFICAZES
58 PARCEIROS
MELCON E FINI
CAROS ASSOCIADOS, SÓCIOS-COLABORADORES E COLEGAS DO SETOR
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Juliano Cunha Vinhal Presidente do Conselho Diretivo da Abradilan
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Embora a direção da Abradilan tenha mudado, a nova gestão da entidade planeja dar prosseguimento à proposta geral que foi delineada em gestões anteriores com muito sucesso. Entre os nossos principais objetivos, buscaremos promover uma crescente união entre os associados e sócios colaboradores por meio da capacitação, que hoje é uma questão cada vez mais fundamental, visto que estamos em uma época na qual a informação faz toda a diferença. Para atingir essa meta, planejamos acompanhar e participar cada vez mais de discussões com órgãos governamentais, antecipando notícias e resoluções a todos os envolvidos, promovendo assim um aprendizado contínuo, a fim de que os associados possam dispor de uma gestão ainda mais afinada para lidar com a competição exigida atualmente pelo mercado. Além disso, pretendemos organizar fóruns, palestras, viagens técnicas, workshops e demais eventos realizados no Abradilan Conexão Farma para colaborar com a profissionalização do setor. O segmento farmacêutico ainda é um ramo privilegiado, pois, mesmo com a retração econômica, continua exibindo bons índices de crescimento. No entanto, sabemos que não teremos números tão elevados como antigamente e teremos que nos preparar de forma inteligente para ter a eficiência operacional necessária aos novos tempos. Por isso afirmo novamente que o nosso maior desafio é a capacitação e inovação. É necessário que os processos realizados em toda a cadeia tenham em vista o futuro, e isso só será possível se forem pensados por líderes com visão estratégica. Contamos com você nessa caminhada.
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Boa leitura a todos.
ABRADILAN (Gestão 2017/2019): Presidente do Conselho Diretivo: Juliano Cunha Vinhal(Meditem/MG); Vice-presidente: Vinicius Casimiro Carneiro Andrade (Orgafarma/MG); Diretor-financeiro: Jony Anderson Tavares de Sousa (Emefarma/RJ); Diretor de Relações Institucionais: João Orologio Marchiori (Elite/SP); Diretor-secretário: Teo Vargas de Machado (Baiana Medicamentos/BA); Diretor-secretário Adjunto: Zanone Alves de Carvalho Junior (Grupo Utildrogas/GO) . Conteúdo, Edição e Arte: Editora CMN (19) 3583-1251 Direção Executiva: Alexandre Serpentino, Edison Lopes Bernardo e Tiago Serpentino Jornalista Responsável: Rafael Guedes - MTB 0011210/PR Redação: Donizete Henrique Santos e Michelle de Geus Direção de Arte: Raphael Freire Revisão: Diogo Coelho Atendimento: Edison Lopes Bernardo Administração: Fabiana Cruz Relacionamento: www.editoracmn.com.br IMPRESSÃO: Vox Gráfica Tiragem: 2 mil exemplares. Publicação produzida para a Abradilan direcionada para associados, fornecedores, clientes, profissionais e interessados no mercado farmacêutico. A Abradilan não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados ou opinião de terceiros. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. Para anunciar: Dulcimara Silva (Duda) - comercial@cmnrevistascustomizadas.com.br, contato: (17) 98114-8357.
ABRADILAN EM REVISTA | EDIÇÃO 37
ACONTECE
Por Michelle de Geus
2º FÓRUM ABRADILAN
Evento voltado ao desenvolvimento empresarial reuniu 300 profissionais
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bradilan realizou o 2º Fórum de Desenvolvimento Empresarial nos dias 14 e 15 de setembro último, onde cerca de 300 pessoas entre proprietários, diretores e gerentes do setor de distribuição ligados à entidade, assim como executivos das empresas associadas, estiveram presentes no Hotel Bourbon Ibirapuera, em São Paulo (SP), com o objetivo de contribuir com a capacitação profissional dos membros e a consolidação do mercado farmacêutico. Neste ano, o tema abordado foi “Transformando conhecimento em resultados”. A agenda contou com encontros e debates para elevar os padrões de atendimento e prestação de serviços em prol do desenvolvimento do setor farmacêutico. O objetivo consistiu em promover o aprimoramento de gestores e líderes de operação que atuam nos níveis estratégicos e táticos das empresas. Os conteúdos foram ministrados por meio da parceria com renomadas
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instituições de ensino e empresas com foco em técnicas para otimização da performance nos negócios. Os professores Rafael Paschoarelli e Carmen Migueles, da Fundação Dom Cabral, falaram sobre “Gestão Financeira” e “Gestão da Mudança”, respectivamente. Luiz Muniz e Marcelo Katayama, da Telos Gestão de Resultados, abordaram o tema “Transformando Conhecimento em Resultado”. Com exemplos práticos, eles incentivaram a formação de equipes de alta performance, explicaram o papel da liderança numa organização e a importância da busca constante pela inovação. Além disso, as palestras mostraram estratégias para aumentar a rentabilidade do negócio e promover o crescimento das empresas. O enorme sucesso da primeira edição, realizada em Belo Horizonte (MG) em 2016, motivou a Abradilan a aprimorar o formato e o conteúdo do evento para proporcionar aos associados uma experiência ainda mais proveitosa.
ACONTECE
Fotos: Alefotógrafo
Por Michelle de Geus
ENCONTRO
FARMARCAS Movimenta R$ 20 milhões em vendas
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embros da diretoria da Abradilan prestigiaram o Encontro de Associados Farmarcas 2017, focado em capacitação e realização de negócios. O evento reuniu 660 farmácias de todo o país e as principais indústrias, distribuidoras e prestadoras de serviços do setor. Mais de duas mil pessoas visitaram o local e aproveitaram para conhecer as novidades do varejo farmacêutico, atualizar conhecimentos e estreitar relações comerciais. O encontro aconteceu entre 10 e 11 de agosto último em São Paulo (SP). A Feira de Negócios, realizada no Pró-Magno Centro de Eventos, foi a grande atração do primeiro dia do encontro. Mais de 50 expositores, entre indústrias e distribuidores, ofereceram condições exclusivas aos associados Farmarcas durante todo o dia. Nesta edição foram movimentados uma estimativa de R$ 20 milhões em vendas. Os resultados também foram comemorados pelos expositores que superaram as suas metas e chegaram a atingir metade da cota do mês em um único dia. A ampla estrutura foi especialmente projetada para facili-
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tar as negociações e receber a intensa rotatividade de empresários e administradores. O segundo dia do evento foi marcado pela Assembleia Geral da Farmarcas, que definiu os objetivos para o próximo ano. Além disso, diversas palestras forneceram informações estratégicas para o crescimento das lojas. Eduardo Rocha, da QuintilesIMS, apresentou um “Panorama do Mercado Farmacêutico” e analisou os dados de julho/2016 a junho/2017. O faturamento das redes ligadas à Farmarcas cresceu 48,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O valor saltou de R$ 800 milhões para aproximadamente R$ 1,2 bilhão. No auditório do Hotel Holiday Inn, Artur Ferreira, da Oficina de RH, apresentou de forma divertida os “Cenários e Tendências para o Varejo Farma”. Adir Ribeiro, da Praxis Business, trouxe a “Gestão Estratégica de Varejo” e Paulo Roberto Costa, diretor-geral da Farmarcas, falou sobre o “Projeto SP Farma Metropolitana”. Para finalizar o evento, os participantes retornaram ao Pró-Magno Centro de Eventos para o tradicional jantar de confraternização.
ACONTECE
Por Michelle de Geus
ABRAFARMA FUTURE TRENDS 2017 Fotos: Kléber Marques
Abradilan participou da quarta edição do evento mais importante do varejo farmacêutico
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diretoria da Abradilan esteve presente na 4ª edição do Abrafarma Future Trends. O evento mais importante do varejo farmacêutico brasileiro mobilizou 2.300 convidados entre presidentes, diretores seniores, especialistas da indústria farmacêutica, representantes dos setores de serviços de higiene e beleza e executivos das 27 redes de farmácias associadas à entidade organizadora, que juntas representam mais de 45% do mercado de medicamentos do país. Foram dois dias inteiros de reflexões sobre o futuro das farmácias e drogarias do país e busca por novas oportunidades de negócios no setor. A programação completa do congresso incluiu cerca de 45 horas de atividades, divididas em quatro blocos. O Fórum de Alta Gestão trouxe especialistas nacionais e internacionais para conversar com diretores e presidentes das redes de varejo e representantes da indústria farmacêutica. Os participantes puderam interagir com palestrantes de renome, como Jonathan Carney, diretor sênior da QuintilesIMS, Rui Cunha, diretor-geral de supply chain
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da WalMart Brasil, Joe Jackman, executivo da Jackman Reinvents, e Jarbas Barbosa Júnior, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Encontre o Varejista, atividade de acesso restrito, cada rede apresentou suas estratégias futuras e elaborou ações conjuntas de negócios com parceiros da indústria. As Super Sessões abordaram temas de interesse comum abertas ao público em geral, e as Sessões Temáticas trouxeram debates promovidos por profissionais de diversas áreas de atuação. Bill Zhao, engenheiro da ModiFace, e Stephen Thompson, da Coca-Cola, compartilharam experiências com os presentes. O Abrafarma Future Trends aconteceu entre 30 e 31 de agosto último no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP). O evento surgiu da percepção de que estava faltando uma conversa estratégica no setor farmacêutico entre as grandes redes de varejo e os fabricantes de medicamentos. A agenda de atividades é pensada para aproximar esses dois protagonistas do mercado. Aglutinar, focar e antecipar são os três pilares que sustentam a concepção do evento.
MERCADO
OMS RECOMENDA CAUTELA NO USO DE ANTIBIÓTICOS A atualização da Lista Modelo de Medicamentos Essenciais (LME), lançada em 2017, traz novas recomendações sobre quais antibióticos usar para infecções comuns e quais preservar para situações mais graves. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a resistência das bactérias aos tratamentos existentes é uma ameaça à saúde pública. A entidade alerta para o fato de que doenças comuns que são tratáveis há décadas, como pneumonia, diarreia e infecções sanguíneas, estão deixando de responder ao uso de medicamentos. Pensando nisso, a maior revisão na história da LME incluiu dez antibióticos para adultos e 12 para crianças. As mudanças têm como objetivo garantir que eles estejam disponíveis quando necessário e sejam prescritos de forma correta. A lista os agrupa em três categorias – access, watch e reserve (acesse, observe e reserve, em inglês) –, divisão que busca melhorar os resultados do tratamento e reduzir o desenvolvimento de bactérias resistentes aos medicamentos. O primeiro grupo de antibióticos estará disponível para tratar várias infecções comuns. É o caso da amoxicilina, bastante usada para combater a pneumonia. A segunda classe inclui medicamentos recomendados para um pequeno número de doenças. Um bom exemplo é a ciprofloxacina, útil contra a cistite e infecções do trato respiratório superior. A terceira categoria contém antibióticos como a colistina e certas cefalosporinas, que devem ser considerados como última opção e utilizados apenas quando todas as outras alternativas falharem. Ao todo, a LME possui 433 medicamentos recomendados por especialistas da OMS. A nova versão acrescentou um total de 30 medicamentos para adultos e 25 para crianças para combater doenças como a Aids, hepatite C, tuberculose e leucemia. A Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS foi lançada em 1977 e, desde então, é utilizada por muitos países para decidir quais medicamentos estarão disponíveis para a população.
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AGILIDADE NA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deixa de exigir autorização de importação e exportação para padrões analíticos à base de substâncias controladas. A nova regra vale para substâncias sujeitas a controle somente nacional, desde que o princípio ativo não ultrapasse 500 mg por unidade. A decisão simplifica processos e permite acesso mais fácil a produtos necessários para pesquisas. Os padrões analíticos são substâncias utilizadas como referência para detectar impurezas, interferências ou erros. Esses reagentes químicos são usados em laboratórios farmacêuticos na pesquisa de ativos biológicos, no desenvolvimento de novos medicamentos e no controle de qualidade. A nova regulamentação pode ser conferida no texto da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 186/2017.
MAIS UMA OPÇÃO DE RADIOFÁRMACO Utilizado no diagnóstico com tomografia computadorizada, o Glicocer, fabricado pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUC/RS (InsCer), foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O novo produto poderá ser utilizado em diagnósticos na área de oncologia, cardiologia e neurologia. Com isso, é possível, por exemplo, encontrar a localização e mostrar a atividade de células cancerígenas. A substância ativa do Glicocer é a Fludesoxiglicose, marcada com o isótopo radioativo do Flúor-18.
MEDICAMENTO PARA TERAPIA DE REPOSIÇÃO O medicamento Hyqvia teve o seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e publicado no Diário Oficial da União no último dia 25 de setembro. O produto será utilizado na terapia de reposição em adultos com imunodeficiência e produção de anticorpos alterada, doentes com leucemia linfocítica crônica, pacientes com mieloma múltiplo, e no pré e pós-transplante de células-tronco. O medicamento é um composto de imunoglobulina humana e enzima hialuronidase humana recombinante, utilizado para melhorar a dispersão e absorção da imunoglobulina humana sob a pele. Na prática, isso significa que ele repõe a imunoglobulina perdida e reforça as defesas do próprio organismo.
Por Michelle de Geus
MINISTÉRIO DA SAÚDE ATUALIZA LISTA DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS O Ministério da Saúde (MS) publicou no Diário Oficial da União (DOU) portaria que estabelece a nova Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). A lista define os medicamentos que atenderão às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e é fundamental para assegurar o acesso aos remédios indicados para o combate às doenças que mais acometem a população brasileira. O grande destaque fica por conta da inclusão do dolutegravir sódico (50 mg comprimido) como uma alternativa para o tratamento da AIDS. Os medicamentos fosamprenavir (700 mg comprimido) e didanosina (250 mg e 400 mg cápsula) foram substituídos por outros mais eficientes. Ainda para o tratamento de infecção pelo HIV, foi excluída a opção termolábil do ritonavir (100 mg cápsula mole), por conta da apresentação de uma versão que não exige o acondicionamento em geladeira. A nova edição da Rename também traz a inclusão da rivastigmina (9 mg e 18 mg), adesivo transdérmico usado no tratamento de pacientes com Alzheimer. Outra novidade é a presença do cloridrato de cinacalcete (30 mg e 60 mg comprimido) e paricalcitol (5 mcg injetável) para pacientes com hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica. Também foi incluída a ceftriaxona (500 mg injetável), para tratamento de sífilis e gonorreia resistentes a ciprofloxacina. A versão atual da Rename possui 869 itens, contra 842 da edição de 2014. Os medicamentos foram divididos em básicos, estratégicos, especializados, insumos e de uso hospitalar. Eles são custeados pela União, estados e municípios de acordo com as normas vigentes para o financiamento do SUS. A organização da Rename segue orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece a publicação desse tipo de material como uma das ferramentas para garantir o acesso à assistência farmacêutica e promover o uso racional de remédios. A revisão e atualização levou em consideração a eficácia, efetividade, segurança, custo e disponibilidade dos medicamentos.
TESTE RÁPIDO PARA HIV CHEGA GA ÀS FARMÁCIAS DO BRASIL Começa a chegar às farmácias de todo o país o primeiro autoteste para detectar a presença do HIV no organismo. O nome do produto é Action e é fabricado pela empresa Orangelife Comércio e Indústria. Ele pode ser comprado sem receita médica e possui precisão de 99,9%. O mecanismo é capaz de identificar a presença de anticorpos para os dois subtipos do vírus que provoca a Aids. O teste funciona com a coleta de gotas de sangue e o resultado fica pronto entre 15 e 20 minutos. Após o sangue entrar em contato com o reagente, linhas indicam se houve contaminação. O Brasil é o primeiro país da América Latina e Caribe a disponibilizar o autoteste em farmácias. Essa possibilidade surgiu em 2015, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu as regras para a venda de testes rápidos de HIV. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 52/2015 da entidade estabelece, entre outras coisas, que esse tipo de produto deve trazer a indicação de uma central de atendimento 24 horas e o número do Disque Saúde (136).
FLEXIBILIZAÇÃO DE REGRAS DE INSPEÇÃO INTERNACIONAL As regras para obtenção de Certificação de Boas Práticas de Fabricação foram atualizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e publicadas em português e inglês, visto que afeta empresas interessadas em atuar no Brasil. A norma é válida para fabricantes de produtos para a saúde, como equipamentos médicos e kits diagnóstico, que estão fora do território nacional e do Mercosul. A flexibilidade leva em conta a etapa de fabricação, a tecnologia envolvida e os mecanismos de controle. Para conhecer as mudanças, acesse o site da agência: portal.anvisa.gov.br.
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JOSÉ CARLOS NOGUEIRA
CÂMARA DE REGULAÇÃO DO MERCADO DE
MEDICAMENTOS O disposto na Lei nº 10.742, de 06 de outubro de 2003, cria a Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED), que “tem por objetivos a adoção, implementação e coordenação de atividades relativas à regulação econômica do mercado de medicamentos voltada a promover a assistência farmacêutica à população, por meio de mecanismos que estimulem a oferta de medicamentos e a competitividade do setor” (Art. 5, da lei nº 10.742, de 06 de outubro de 2003). A CMED é composta por representantes dos Ministérios da Saúde, Fazenda, Justiça e Casa Civil, e sua Secretaria Executiva funciona na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ela deve se apresentar com ampla transparência e permeabilidade de modo a receber e processar demandas e interesses dos regulados, dos consumidores e do próprio poder político. Nesse passo, é certo afirmar que os órgãos de regulação têm por função preservar as relações de competição, corrigindo falhas de mercado e impedindo a inviabilidade econômica do sistema. Inobstante deva a CMED se articular e interagir com os interesses dos consumidores, dos regulados e do poder político, se põe essencial que a CMED mantenha a neutralidade em relação aos três polos de interesse em comento. Não se pode perder de vista a necessidade da CMED, no âmbito de suas atividades, buscar o equilíbrio entre os interesses do consumidor, dos regulados e da sua própria política pública. Esse caráter de busca de equilíbrio decorre, de um lado, da necessidade do Estado interagir com os atores privados como forma de legitimar sua intervenção na ordem econômica e, de outro, do fato de que a regulação é exercida em ambientes abertos à competição. Neste quadrante, a regulação deve favorecer não a imposição de pautas regulatórias, mas a busca do consenso e da mediação de inte-
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resses, sem perder de vista a tutela dos interesses gerais da sociedade. A criação CMED objetiva garantir a neutralidade política da gestão administrativa que desempenha, assegurando que o setor sobre o qual atua se desenvolva de acordo com as regras e os critérios técnicos do setor farmacêutico. Por certo, a neutralidade da CMED não significa que esta atue contra os interesses dos regulados ou em contraposição aos desígnios do poder público. Significa, sim, que, no exercício de suas atividades, a CMED deve manter equidistância dos interesses verificados no setor regulado, de modo a exercer, com prudência e proporcionalidade, suas competências de forma a melhor atingir aos objetivos visados com a regulação. Diante dos pontos acima destacados, verifica-se que a CMED, quando da aplicação de sanções ao Administrado, deve analisar todos os aspectos legais e fáticos envolvidos, com neutralidade e equilíbrio. É de conhecimento que esta Câmara tem o poder de regulação econômica do mercado de medicamento e deve fazê-lo em prol do bem público. Contudo, deve-se observar, sob pena de sufragar direitos e garantias conferidas aos administrados, critérios técnicos e legais de forma transparente, que transmita a necessária segurança jurídica para os administrados e a população em geral. A ordem econômica brasileira, como se extrai do artigo 1º, inciso IV, da Constituição Federal, baseia-se em regime de mercado, do tipo liberal, que somente admite intervenção do Estado para coibir abusos e preservar a livre concorrência de quaisquer ingerências, seja do próprio Estado, seja da formação de monopólios ou abuso de poder econômico, mas sempre na defesa da livre iniciativa e da livre concorrência. Nesta esteira, a atividade de venda de medicamentos no território nacional é tida como de relevância e, por esse motivo, sujeita-se à regulação e à fiscalização exercidas pela CMED. JOSÉ CARLOS NOGUEIRA é gerente de Relações Institucionais da Abradilan
ENTREVISTA
INTEGRAÇÃO
Crédito: Amanda Panteri/Divulgação-Poli
DE PONTA A PONTA
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Por Donizete Henrique Santos
Novo sistema de rastreabilidade é fundamental para o gerenciamento de medicamentos, afirma especialista Eduardo Mario Dias, da USP
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m agosto último, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma Instrução Normativa sobre a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 157/2017, que dispõe sobre mecanismos e procedimentos para o rastreio de medicamentos. A publicação deu início à fase experimental do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que deverá durar cerca de quatro meses. Com o objetivo de dar prosseguimento às medidas dispostas na Lei nº 11.903/2009, será estudado nessa fase o funcionamento de todos os mecanismos de rastreabilidade, que permitem rastrear cada medicamento desde a sua origem até o consumidor final por meio de tecnologia de captura e armazenamento e transmissão eletrônica de dados. De acordo com a agência, a base para esse rastreamento serão as informações relacionadas a uma uni-
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a seguir, Eduardo Mario Dias, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), coordenador do grupo de Gestão em Automação e Tecnologia da Informação (GAESI) e um dos responsáveis pelo projeto de rastreabilidade de medicamentos da Anvisa, aborda diversos aspectos relacionados à nova instrução. Qual o objetivo da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 157/2017, publicada em maio deste ano pela Anvisa? A resolução MS-ANVISA-RDC nº 157, de 11/05/17, dispõe sobre a implantação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) e visa estabelecer um sistema interligando todos os players da cadeia produtiva da indústria farmacêutica. O
NO CENÁRIO ATUAL, NÃO EXISTE A POSSIBILIDADE DE CONTROLE
E INTERAÇÃO COM O GOVERNO, E TAMBÉM NÃO HÁ COMO IMPEDIR FALSIFICAÇÕES DE PRODUTOS E MEDICAMENTOS
dade de embalagem comercial de medicamento ou de transporte, que descrevem o contexto em que ocorreu uma operação de interesse do SNCM. O código bidimensional Datamatrix será utilizado como tecnologia portadora de dados. Ele permite armazenar e codificar mais informações em espaços muito menores, podendo ser aplicados em embalagens bem pequenas, até mesmo em ampolas. A utilização do Identificador Único de Medicamentos (IUM), constituído de número individual de 13 dígitos, representado na embalagem codificado no Datamatrix, é outro dos mecanismos. Na entrevista
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SNCM irá monitorar todo medicamento produzido, dispensado e vendido no Brasil, permitindo sua rastreabilidade no território nacional inteiro, e está sendo regulado pela Anvisa, que é a condutora de todo o processo de informatização. A Resolução ainda não foi aplicada. Qual é o cenário desse mercado hoje, ainda sem o funcionamento da nova lei? No cenário atual não existe a possibilidade de controle e interação com o governo. Também não
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ENTREVISTA
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O NOVO SISTEMA OFERECE MEIOS PARA IMPEDIR QUE
OCORRA ADULTERAÇÃO DE REMÉDIOS, ROUBO DE CARGAS, ENTRADAS DE REMÉDIOS FALSIFICADOS, ENTRE OUTROS CRIMES há como impedir possíveis falsificações de produtos e medicamentos. O sistema de rastreabilidade traz um novo cenário e uma série de vantagens para o país. O rastreio desses produtos já é um movimento mundial, que está acontecendo em diversos países do Primeiro Mundo, como os Estados Unidos, e também da Europa Ocidental, como a Turquia. É um processo fundamental para o gerenciamento dos medicamentos na indústria farmacêutica. O SNCM visa interligar todo o sistema, da produção até a venda. Que segurança ele oferece ao mercado, supervisionando todo este processo? Esse novo sistema oferece meios para impedir que ocorra adulteração de remédios, roubo de cargas, entradas de remédios falsificados na cadeia de distribuição, entre outros crimes. O controle de lote nos permite fazer um recall dos remédios quando houver algum problema de forma muito mais rápida e sem causar prejuízo ao ser humano, além de nos informar com rigor e exatidão se o medicamento já foi aplicado no paciente. Além dessa série de vantagens, o sistema de rastreabilidade dá ao usuário e ao pacien-
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te, principalmente, a segurança de que está sendo fornecido e aplicado o remédio correto. Qual o principal desafio que a SNCM pode enfrentar para sua inserção no mercado? De modo geral, as empresas do setor farmacêutico querem a inserção da rastreabilidade e estão se aparelhando para a novidade. Apesar disso, a mudança é cultural, pois todos os players do sistema de distribuição, dispensação e venda no Brasil estão acostumados a trabalhar sem controle, e isso é muito ruim. Teremos de nos adaptar. A rastreabilidade vai colocar os pingos nos “is”, e dar transparência às transações dos medicamentos e maior segurança aos pacientes e usuários de remédios. De acordo com a RDC, as empresas terão até cinco anos para se adaptar às mudanças. É tempo suficiente? Em tese, o tempo de cinco anos é razoável para o aparelhamento e aplicação do sistema. Mas isso vai depender dos resultados dos estudos e análises. Como é uma coisa muito nova, tecnologicamente falando, pode haver alguns “nós” que demorem mais tempo para serem entendidos e solucionados, mas só com o experimento poderemos responder isso com mais propriedade.
O SISTEMA DE RASTREABILIDADE
DÁ AO USUÁRIO E AO PACIENTE A SEGURANÇA DE QUE ESTÁ SENDO FORNECIDO E APLICADO O REMÉDIO CORRETO
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Como se encontra o desenvolvimento do SNCM atualmente? A Anvisa está elaborando um case para verificar os gargalos tecnológicos no SNCM. Esse case deverá nos indicar de modo mais preciso o período necessário para a aplicação do sistema, como funcionará o gerenciamento das informações e os custos reais das transações eletrônicas, e assim ultrapassar essa fase inicial.
CAPA
Um dos principais clientes do varejo farmacêutico, o público de idade avançada deverá triplicar nas próximas décadas
FOCO NA
LONGEVIDADE D
entro de 40 anos, a população idosa brasileira deverá triplicar e chegar a 66,5 milhões de pessoas, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicada em 2016. Segundo estimativas do estudo, em menos de 15 anos serão 41,5 milhões de pessoas em idade avançada (18% da população), ao passo que hoje esse público corresponde a 24,8 milhões de pessoas, representando 13% da população adulta. De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), essa fatia do público movimenta R$ 402,3 bilhões por ano.
PÚBLICO CRESCENTE O envelhecimento é um processo biológico natural, durante o qual as funções de diferentes órgãos tornam-se deficientes, aumentando a ocorrência de doenças agudas ou crônicas e acarretando em um consumo maior de medicamentos. Por conta disso, surgem mais pessoas que usam remédios por períodos de tempo maiores.
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“Essa faixa da população que, devido aos avanços da medicina, cresce a cada censo é sem dúvida um dos principais clientes da farmácia, que se adapta a esse perfil pelo fato de ser uma condição natural da vida e também pelo fator comercial”, observa Marcelo Cristian, diretor da Desenvolva Consultoria Farmacêutica. Cassyano Correr, coordenador do projeto Assistência Far-
Por Donizete Henrique Santos
macêutica Avançada, da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), vai além e afirma que o público de idade avançada é relevante para o funcionamento e faturamento do varejo farmacêutico. “Quando você analisa uma farmácia típica, os usuários mais ‘pesados’ da farmácia acabam sendo os seniores. Eles representam uma fatia importante dos clientes e, principalmente, do faturamento dessas farmácias”, avalia.
ATENDIMENTO ESPECIAL
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EM RAZÃO DO CONSUMO
FREQUENTE, O PÚBLICO IDOSO DEMANDA ATENÇÃO ESPECIAL NO ATENDIMENTO
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SÉRGIO PEDRO JUSTINO, EXECUTIVO DA ULTRAFARMA
PERFIL DE CONSUMO
A consultora Silvia Osso explica que o perfil de consumo do público de idade avançada vai além dos medicamentos usuais. “Esse grupo está cada vez mais vaidoso e isso se reflete diretamente na busca por estar na moda e sentir-se incluído. Eles desejam aparentar mais juventude. Cremes para o corpo e rosto, dermocosméticos e maquiagem apropriada são seus desejos de consumo. Há também muito consumo de vitaminas e produtos para nutrição e saúde”, aponta.
Considerando a importância dessa faixa de público para o setor, Sérgio Pedro Justino, executivo da Ultrafarma, destaca que as farmácias precisam oferecer um atendimento preparado para lidar com essa demanda. “Os idosos são clientes que oferecem potencialidades de crescimento para o setor farmacêutico, por conta do consumo frequente de medicamentos e produtos para saúde. E, em razão desse consumo frequente, esse público demanda atenção especial no atendimento. No futuro, essa procura tende a aumentar, e a melhor maneira de atender é manter-se atualizado e entender suas exigências, oferecendo agilidade e atendentes preparados”, indica. A palestrante e consultora Silva Osso, autora dos livros “Administração de Recursos Humanos em Farmácia” e “Programa Prático de Marketing em Farmácias e Liderança”, nota ainda que o diálogo entre o público de idade avançada e os atendentes é um importante motivador de consumo. “A troca de ideias é utilizada como uma fonte motivadora para o consumo. Toda informação é importante! Os idosos querem dicas de saúde, cuidados com a pele, maquiagem, alimentação, novidades de todo o tipo, que podem ser dadas por meio de palestras, workshops ou atendimento”, sugere.
NOVOS SERVIÇOS Ampliar o leque de serviços, de acordo com Correr, também é uma maneia de acolher e fidelizar o público idoso. “Existe uma reformulação acontecendo neste sentido. Na medida em que as redes vão montando salas de atendimento, criam-se serviços farmacêuticos clínicos orientados para o público de idade avançada”, explica ele, dando como exemplo o serviço de revisão da medicação, já presente em algumas redes. “O idoso traz todos os seus medicamentos para a farmácia e o farmacêutico verifica se apresentam efeitos colaterais e contraindicações. Além disso, ele ajuda a organizar os melhores horários
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CAPA
ATENÇÃO PARA A COMODIDADE
Cassyano Correr, coordenador do projeto Assistência Farmacêutica Avançada, da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), observa que o setor farma tem de se preocupar com o atendimento dos funcionários e também com a acessibilidade das lojas. “Corrimão, letras grandes nas sinalizações, rampas, eliminação de degraus, acessibilidade a sanitários, todos esses aspectos mais práticos da comodidade fazem diferença para o idoso”, indica.
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O DIÁLOGO ENTRE ATENDENTES E IDOSOS É UM MOTIVADOR DE CONSUMO. TODA
INFORMAÇÃO É IMPORTANTE PARA ELES SILVIA OSSO, PALESTRANTE E CONSULTORA
O BOM ATENDIMENTO FAZ A DIFERENÇA
Marcelo Cristian, da Desenvolva Consultoria Farmacêutica, indica a maneira correta de atender ao público de idade avançada na farmácia: • Converse sempre com voz audível e conferindo se está sendo claro. • Invista tempo no atendimento, pois muitos clientes estão ansiosos por uma conversa e não precisam só de dispensadores. • Interprete tudo para o idoso, explicando o porquê da receita, como tomar e outras ações importantes. • Muitos processos são demorados, com tarefas que exigem tempo e cansam os clientes. Faça o possível para tornar a experiência deles mais agradável e confortável.
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para os remédios, avalia os controles de doenças e faz o encaminhamento ao médico, se necessário”, ilustra. De acordo com dados da Abrafarma, o número de estabelecimentos com salas de serviços farmacêuticos (Care Centers) abertas à população aumentou de 605 para 858 no segundo trimestre deste ano, índice 42% superior ao dos três primeiros meses de 2017. O volume total de atendimentos nos três primeiros meses deste ano chegou a 143.940. No momento, 13 farmácias em todo o país oferecem serviço de vacinação, mas a tendência é que esse número aumente rapidamente após regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na avaliação de Osso, o varejo farmacêutico está inteiramente capacitado para atender o público de idade avançada. “O setor já faz isso com maestria há anos. A população brasileira, desde a que possui um excelente plano de saúde até a que precisa ser atendida pelo SUS [Sistema Único de Saúde], vai à farmácia para ‘se consultar’. Querem saber para que serve o medicamento, como tomar, de que forma usar, etc. É no ponto de venda que a consulta se realiza! Isso é cultural no Brasil”, esclarece.
STARTUP
INOVAÇÃO A SERVIÇO DA VIDA
No campo da tecnologia voltada à saúde, startups prometem revolucionar o segmento farmacêutico
N
o ano de 1967, milhares de jovens cruzaram os Estados Unidos em direção à Costa Oeste e se estabeleceram em São Francisco, na Califórnia. Estima-se que mais de 100 mil pessoas tenham feito da cidade californiana a sua morada durante aquele que ficou conhecido como o Verão do Amor, período que deixou marcas profundas no mundo inteiro. Entre os legados do movimento, estava o incentivo ao empreendedorismo. Hoje o Vale do Silício, localizado na Baía de São Francisco, tornou-se o maior celeiro de inovação tecnológica do mundo e sede de organizações proeminentes e rentáveis. As empresas emergentes que conseguem crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores são chamadas de startups. O setor de healthtech (tecnologia em saúde, em tradução livre) é um dos mais
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Por Michelle de Geus
BIOSTARTUP LAB
promissores do Vale do Silício e as startups na área prometem revolucionar o segmento farmacêutico.
INOVAÇÃO Confira algumas startups que já passaram pelo BioStartup Lab, programa de aceleração de startups da Biominas • ImunoTera (SP): Desenvolve produto imunoterapêutico capaz de controlar o crescimento de tumores induzidos pelo HPV a partir de compostos de DNA. • LATRI (MG): Desenvolve inibidores para o tratamento eficaz da Doença de Chagas. • Leish-Nano (RJ): Produz nanofármaco de dose única com liberação controlada para o tratamento da Leishmaniose Cutânea. • OncoTag (MG): Apresenta solução de biomarcadores capazes de construir um painel molecular de pacientes oncológicos, a fim de aumentar a resposta ao tratamento da quimioterapia e a sobrevida. • Glowtech / Labfar (MG): Apresenta um novo princípio ativo para o tratamento do glaucoma sem efeitos colaterais, utilizando um novo nano-implante. • Pharmasymile (MG): Oferece linhagens celulares para a produção de medicamentos biológicos (biossimilares). • Triplex (MG): Oferece um kit para o diagnóstico da Doença de Chagas e leishmanioses. • Chronos (MG): Desenvolve conjunto de implante e aplicativo que ajudam a controlar diabetes monitorando o nível de açúcar no sangue.
“
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o caminho para a inovação do setor produtivo brasileiro passa, necessariamente, pelas startups. A entidade tem como objetivo apoiar a inovação no setor produtivo identificando novas empresas com capacidade para atender às demandas das indústrias. Lançado em março de 2017, o Programa Nacional Conexão Startup Indústria já viabilizou a conexão de 27 startups com dez grandes indústrias. Ao todo, serão destinados R$ 50 milhões para o programa até 2018. Na visão de Clemerson Coutinho, diretor administrativo-financeiro da In Vitro Diagnóstica, a inovação é fundamental para a vida de uma empresa. “As empresas que investem em tecnologia têm crescimento maior que as outras e uma enorme vantagem competitiva. A tecnologia reduz custos, permite a criação de novos produtos e a entrada em novos mercados. Quem investe em processos inovadores consegue ter um ganho inicial maior do que os concorrentes, pois, ao colocar um produto novo no mercado, a empresa faz a precificação”, detalha. A In Vitro foi uma das primeiras empresas a investir no pioneiro teste rápido de câncer de mama. Um estudo realizado pela consultoria KPMG mostrou que 88% das indústrias entendem que a parceria com startups é fundamental para a inovação. Além disso, 54% das empresas inovadoras acreditam que a colaboração com uma grande corporação é essencial para o sucesso do negócio.
A INOVAÇÃO EM SAÚDE VAI AUMENTAR A EXPECTATIVA
DE VIDA PARA ACIMA DOS 100 ANOS, E É A TECNOLOGIA QUE VAI TORNAR ISSO COMERCIALMENTE VIÁVEL
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MARCOS VALADARES, COFUNDADOR E EXECUTIVO DA PLURICELL BIOTECH
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STARTUP PROGRAMA DE ACELERAÇÃO No início de 2017, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) uniu-se à Biominas Brasil e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para promover a inovação e o empreendedorismo na área de saúde. Os órgãos aplicaram a metodologia desenvolvida para o BioStartup Lab, programa de pré-aceleração de startups da Biominas, com o objetivo de identificar iniciativas promissoras no segmento farmacêutico e transformá-las em negócios rentáveis. Desde 2015, o BioStartup Lab já recebeu a inscrição de mais de 1,5 mil empreendedores e selecionou 84 startups que juntas receberam 480 horas de treinamento. Os empreendedores e cientistas saem do programa com a visão de mercado necessária para fomentar a interação com empresas e investidores. A cada ano, são selecionadas 21 equipes que participam de workshops, treinamentos e mentorias durante dez semanas. Em 2017, foi realizada uma rodada exclusiva para a Interfarma com o propósito de fomentar startups na área de saúde. “Nós percebemos que não existia um programa dedicado a alinhar saúde e tecnologia. Startups inovadoras nesse segmento são um mercado promissor que vem crescendo e vai continuar nesse ritmo nos próximos anos. Um dos motivos é o envelhecimento da população, que vai necessitar de mais cuidados para manter a qualidade de vida”, explica Eduardo Emrich, presidente da Biominas. A PluriCell Biotech, de São Paulo, é uma startup especializada na produção de células humanas derivadas de células-tronco para testes pré-clínicos mais assertivos e entusiasta das novas oportunidades. “A inovação no mercado de saúde é o instrumento que vai aumentar a expectativa média de vida para acima dos 100 anos, e é a tecnologia que vai tornar isso comercialmente viável”, ressalta Marcos Valadares, cofundador e executivo da empresa.
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RODADA INTERFARMA
Conheça algumas startups que se destacaram na rodada do BioStartup Lab exclusiva para a Interfarma • Laboratório de Experimentação em Produtos Naturais (SP): Busca formular um creme contendo extrato de Copaíba para a cicatrização de lesões cutâneas. • Insubiota (SP): Traz uma nova abordagem no tratamento alternativo de diabetes com probióticos • Tech-Pain (SC): Propõe o carreamento de analgésicos e anti-inflamatórios em nanoestruturas para o foco da dor e inflamação. • Breyer BioPharm (SP): Desenvolve uma nova asparaginase com menor efeito imunológico e maior meia vida na corrente sanguínea. • Farmácia do Bem (MG): Visa a captação e doação de medicamentos, gerando impacto social e ambiental por meio de plataforma digital.
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A TECNOLOGIA REDUZ CUSTOS,
PERMITE A CRIAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS E A ENTRADA EM NOVOS MERCADOS.
”
CLEMERSON COUTINHO, DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO DA IN VITRO DIAGNÓSTICA
EDISON TAMASCIA
ASSOCIATIVISMO ALÉM DA COMPRA COLETIVA
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TEMOS QUE SEMPRE OLHAR PARA O AMBIENTE DE NEGÓCIOS
E AVALIAR NOSSAS AÇÕES, REFLETINDO SOBRE OS RUMOS DO MODELO QUE CRIAMOS, PARA SABER SE CAMINHO É ESSE OU SE É NECESSÁRIO FAZER UM REPOSICIONAMENTO De tempos em tempos, é importante fazer análises sobre os rumos para os quais as nossas ações estão nos levando, focando na quebra de paradigmas que possibilite um reposicionamento adequado para o crescimento perante o mercado. Digo isso pelo fato de que, no associativismo farmacêutico, é chegado o momento de perceber que a atuação deve ir muito além da compra coletiva de medicamentos. É claro que o maior poder de negociação comprando em grupo é relevante, mas existem pontos de igual importância e que fazem com que esses grupos obtenham um crescimento acima do mercado. Por isso, temos que constantemente olhar para o ambiente de negócios e avaliar nossas ações, refletindo sobre os rumos do modelo que criamos, para saber se caminho é esse ou se é necessário fazer um reposicionamento. É fundamental estarmos atentos às possíveis e importantes mudanças que devem ocorrer nos próximos anos, muitas das quais estão além da “linha de visibilidade” dos empresários, o que faz com que sejam necessárias mudanças no associativismo, para que ele se fortaleça. É preciso entender que temos muito mais a oferecer, e é isso que fará com que as redes se fortaleçam no futuro. Cito como exemplo a Febrafar, que tem constantemente desenvolvido ferramentas que são diferenciais para as redes associadas, as quais, porém, poderiam ser mais bem utilizadas em muitos casos. Existem caminhos que podem ser tomados em
”
conjunto e devemos estar cientes de que reclamar não é a saída para os problemas. Devemos, sim, trabalhar incessantemente e buscar alternativas para melhorar os nossos negócios. Felizmente, vejo nossos líderes buscarem cada vez mais a profissionalização e percebo que diversas ações têm contribuído consideravelmente para o crescimento dos farmacistas associados. Como dito, hoje uma boa associação não busca apenas descontos comerciais junto aos distribuidores. Há de se considerar também ferramentas administrativas, layoutização de lojas, treinamentos e cursos, central de convênio e de compras, integração de dados, investimento em marketing, etc. Esses componentes adicionais fazem a diferença de uma associação para outra, e é por isso que as redes profissionalizadas possuem associados bem-sucedidos, fruto das opções que o varejista tem à sua disposição para alavancar o seu negócio. Tenho a certeza de que não basta ser associativista para ser bom, mas é fundamental ser bom para ser associativista. Em função disso, a principal mensagem a ser passada é que o associativismo é, sim, um ótimo caminho, mas, se não evoluirmos em alguns pontos, não adianta jogar a culpa no outro. A responsabilidade é nossa. Podemos ser melhores do que somos, mas para isso é fundamental que todos caminhemos juntos, reforçando o espírito coletivo e buscando constantemente a evolução. EDISON TAMASCIA é empresário do setor farmacêutico e presidente da Febrafar, da Farmarcas e da Rede Ultra Popular.
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EVENTO
UNIR
PARA EVOLUIR Evento Abradilan 360 apresentou o novo Conselho Diretivo, que irá incentivar a união entre associados e sócios colaboradores por meio da capacitação
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Por Donizete Henrique Santos
“
FOMENTAREMOS UMA CRESCENTE UNIÃO ENTRE ASSOCIADOS E SÓCIOS COLABORADORES POR MEIO DA CAPACITAÇÃO, QUE HOJE É FUNDAMENTAL
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JULIANO VINHAL, PRESIDENTE DA ABRADILAN
E
m fins de junho deste ano foi realizada a Abradilan 360. O evento foi mais do que especial por ter dado espaço a temas importantes do ano da associação, contado com a presença de parceiros relevantes e colaboradores, além de ter reunido cerca de 450 convidados no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo (SP). O evento foi marcado pela apresentação do novo Conselho Diretivo, liderado pelo presidente Juliano Vinhal, pelo lançamento da Abradilan Farma 2018, além de uma apresentação institucional da entidade, com números que evidenciam a sua importância para o setor. A solenidade foi celebrada por associados, sócioscolaboradores, representantes da indústria e varejo, e empresas de serviço ligadas ao segmento. Além disso, membros de outras entidades marcaram presença.
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EVENTO
NOVO CONSELHO DIRETIVO Durante a solenidade foi apresentado o novo Conselho Diretivo, composto pelo presidente Juliano Vinhal, o vice-presidente Vinicius Andrade, o diretor financeiro Jony Sousa, o diretor de relações institucionais João Marchiori, o diretor-secretário Teo Machado e o diretor-secretário adjunto Zanone Carvalho. O Conselho seguirá até 2019, quando haverá uma nova eleição. Vice-presidente da chapa anterior, esta é a segunda vez que Juliano Vinhal é eleito presidente do Conselho. A primeira vez foi em 2011. “As expectativas para a nova gestão são as melhores, mas é sempre um grande desafio dirigir uma associação que chegou tão longe”, declarou o novo presidente. “Apesar da mudança na diretoria, continuaremos com a proposta que já foi delineada em gestões anteriores com muito sucesso. Buscaremos promover uma crescente união entre associados e sócios colaboradores por meio da capacitação, que hoje se torna cada vez mais fundamental, visto que estamos numa época em que a informação faz toda a diferença”, projeta. Em comparação com sua gestão anterior, Vinhal entende que desta vez se depara com outra realidade de mercado. “O setor farmacêutico ainda é um ramo privilegiado, pois, mesmo com a retração econômica, o segmento continua com bons índices de crescimento. Porém, sabemos que não teremos números tão elevados como tínhamos antigamente e precisaremos nos preparar de forma inteligente para ter a eficiência operacional necessária para os novos tempos”, prevê. Para acompanhar as transformações no mercado, o presidente acredita no investimento em capacitação e inovação. “Hoje temos, entre outras iniciativas, algumas empresas nos auxiliando com pesquisas e tecnologia de informação na produção. Por isso, continuo afirmando que o nosso maior desafio é a capacitação e inovação, visto que hoje em dia fala-se em indústria 4.0, inteligência cognitiva, etc. São muitas transformações acontecendo ao mesmo tempo e temos que nos preparar para elas”, avalia. Vinhal sublinha que mudanças são sempre necessárias para que haja uma evolução. “No momento, estamos discutindo o que deu e não deu certo nas gestões
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O SETOR FARMA AINDA É UM RAMO PRIVILEGIADO, MAS TEREMOS
QUE NOS PREPARAR DE FORMA INTELIGENTE PARA OS NOVOS TEMPOS JULIANO VINHAL, PRESIDENTE DA ABRADILAN
”
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EVENTO
DADOS DE MERCADO
O que é e o que faz a Abradilan em números • A Abradilan reúne um grupo de 147 empresas distribuidoras de medicamentos, produtos para a saúde, artigos de higiene pessoal e cosméticos, presentes em 95% dos municípios brasileiros de todos os 27 estados do país. No setor varejista, essas empresas atendem a 82% das farmácias do país. Em 2016, elas foram responsáveis pela comercialização de 936 milhões de unidades de medicamentos e registraram um total de vendas de R$ 15.766 bilhões, aumento de 11,5% sobre 2015. • No canal de distribuição, os associados da Abradilan têm uma participação muito significativa. Só nos primeiros seis meses deste ano, com base no preço ao consumidor, eles proporcionaram vendas que totalizam quase R$ 7 bilhões – 10,2% a mais do que o registrado no primeiro semestre de 2016, que fechou em R$ 6,3 bilhões. Em unidades, o volume representou um aumento de 2,2%, passando de 486,4 milhões em 2016 para 497,1 milhões em 2017. • No acumulado dos últimos 12 meses, os associados da Abradilan foram responsáveis pelas vendas de cerca de R$ 13,5 bilhões, um aumento de 12% sobre o mesmo período de 2016, quando fechou com pouco mais de R$ 12 bilhões. Em unidades, o crescimento foi de 3,5%, passando de 935,5 milhões no ano passado para 968,7 milhões. • Ainda no acumulado dos últimos 12 meses, as vendas no setor, considerando também o preço ao consumidor, totalizaram R$ 99 bilhões, aumento de 11,4% em relação ao mesmo período de 2016, quando somaram R$ 88,9 bilhões. Foram comercializadas no total 5,1 bilhões de unidades desde julho de 2016 a junho último, um acréscimo de 3,2% sobre o ano anterior. • Se comparados ao acumulado no período de 2015, os números deste ano são ainda mais relevantes. Há dois anos, as vendas totalizaram, segundo a QuintilesIMS, R$ 79,4 bilhões. Em unidades, foram 4,6 bilhões. “A demanda é forte, especialmente entre os genéricos, porque o brasileiro está cada vez preocupado com a saúde e tem acesso mais fácil aos medicamentos”, elucida Vinhal.
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QUEREMOS ALINHAR AS
PRINCIPAIS NECESSIDADES DE NOSSOS ASSOCIADOS AOS PROPÓSITOS DA ABRADILAN
”
JULIANO VINHAL, PRESIDENTE DA ABRADILAN
anteriores, para que possamos promover as melhorias necessárias, buscando trazer ainda mais eficiência para a entidade. Queremos saber quais são as principais necessidades de nossos associados para alinharmos os seus desejos aos propósitos da Abradilan. A participação de todos é imprescindível para que a sinergia nos leve a um patamar ainda mais elevado”, convoca.
ABRADILAN CONEXÃO FARMA 2018 Outro ponto alto da noite consistiu no lançamento da 14ª edição da Abradilan Conexão Farma, a maior feira do segmento, já marcada para os dias 20, 21 e 22 de março de 2018. O evento ocorrerá na Expo São Paulo, em São Paulo (SP). “Na última edição, tivemos cerca de sete mil participantes, a maioria formado pelo varejo farmacêutico, e mais de 100 patrocinadores. Estes números mostram que é a maior feira do setor”, analisa Bertolletti. Na visão de Vinhal, a feira traz um ambiente propício para criar relações e fazer negócios. “Estamos mais uma vez comprometidos com a inovação, desenvolvimento e fortalecimento do varejo farmacêutico brasileiro. É a maior e melhor feira do setor no Brasil, que certamente nos permitirá renovar as nossas relações, fazermos grandes negócios e estabelecermos interessantes e valiosas abordagens sobre as perspectivas atuais e futuras do varejo”, garante.
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VAREJO
Categoria em constante crescimento, os produtos de higiene e beleza impulsionam o faturamento de farmácias
OPORTUNIDADES
À VISTA J
á faz um bom tempo que comprar medicamentos não é o único motivo que leva os consumidores às farmácias. No Brasil, elas faturam cada vez mais apostando em artigos de higiene e beleza. Por conta disso, os varejistas do setor estão aproveitando o aumento nas vendas de cosméticos e outros itens de perfumaria para ampliar seus resultados. De acordo com dados da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), no primeiro semestre de 2017 os produtos da categoria representaram 31,72% do total de faturamento das redes e movimentaram R$ 8,03 bilhões. Durante todo o ano de 2016, eles foram responsáveis por R$ 12,85 bilhões, ou seja, 32,56% do faturamento. O crescimento acumulado desses produtos no período de 2007 a 2016 foi de 506,13%.
ATRATIVIDADE O presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, destaca a importância da categoria HB (higiene e beleza) para o faturamento das redes de farmácias associadas. “Embora os medicamentos ainda sejam responsáveis pela maioria das vendas, os produtos de higiene e beleza são uma categoria de destino, isto é, atraem o público para a loja. Nós sabemos que 70% da decisão de compra é feminina e esses artigos já fazem parte da cesta básica das mulheres que entram nas farmácias para comprá-
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-los”, detalha. Barreto observa ainda que as farmácias foram as últimas a entrar e as primeiras a sair da crise, e acrescenta que os medicamentos não foram os únicos responsáveis por isso. “Há dez anos estamos percebendo que artigos de perfumaria são uma tendência forte, e desde então eles vêm puxando o crescimento das redes. Nos últimos anos, os produtos de higiene e beleza também evitaram que o segmento farmacêutico fosse afetado pela instabilidade econômica do país”, salienta. Como a demanda por medicamentos é relativamente es-
Por Michelle de Geus
MAIS VENDIDOS
Os dez produtos que mais cresceram em vendas nos últimos anos, segundo ranking da Nielsen 1. Fralda descartável 2. Desodorante 3. Protetor solar 4. Tintura para cabelos 5. Condicionador 6. Xampu 7. Cremes para a pele 8. Sabonetes 9. Fralda descartável para incontinência urinária 10. Absorvente higiênico
“
OS PRODUTOS DE HIGIENE E BELEZA EVITARAM QUE O
SEGMENTO FOSSE AFETADO PELA FLUTUAÇÃO DA ECONOMIA
”
SÉRGIO MENA BARRETO, PRESIDENTE DA ABRAFARMA
tável, são os demais produtos que têm o maior potencial de ampliar a receita. Os itens de perfumaria também ajudam os varejistas a elevar o tíquete médio do consumidor. Com um layout bem planejado e boa disposição dos produtos nas prateleiras, o cliente é estimulado a comprar mais itens enquanto circula pela loja. Para aproveitar o bom momento, os varejistas estão aumentando o mix de produtos de higiene e beleza, ampliando o espaço da seção de perfumaria, investindo na boa apresentação de produtos do setor e negociando diretamente com fornecedores para oferecer preços competitivos.
COMPORTAMENTO Uma pesquisa do Datafolha/ICTQ realizada em 12 capitais brasileiras mostrou que 23% dos consumidores buscam cosméticos ou produtos de beleza e 17% procuram produtos de higiene pessoal nas farmácias. Para traçar o perfil dos consumidores de medicamentos no Brasil, foram ouvidas 1.116 pessoas em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Recife, Goiânia, Campo Grande, Belém e Manaus. Para acertar no mix de produtos oferecido aos clientes, é necessário prestar atenção às mercadorias que são mais procuradas. Um levantamento sobre mudanças no mercado brasileiro em 2017, realizado pela Nielsen, mostrou que 62% dos gastos das famílias de classe média nas farmácias vêm de desodorantes, absorventes, xampus, fraldas e tinturas. Essa classe representa 11% dos lares brasileiros, possui renda média mensal de cinco salários mínimos e é responsável por 16% dos gastos.
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VAREJO
BALANÇO ABRAFARMA Confira o faturamento de artigos de higiene, perfumaria e bem-estar nos últimos cinco anos
7,83 bi
R$
9,33 bi
R$
2012
10,62 bi
R$
2014
“
2013
12,07 bi
R$
2016
PRODUTOS DE HIGIENE E BELEZA SÃO UMA CATEGORIA
DE DESTINO, ISTO É, ATRAEM O PÚBLICO PARA A LOJA SÉRGIO MENA BARRETO, PRESIDENTE DA ABRAFARMA
PERFIL DIFERENCIADO Barreto ressalta que o perfil dos clientes das grandes redes é diferente do perfil consumidor das farmácias independentes. “O consumidor das grandes redes têm mais conhecimento sobre os produtos e busca artigos mais sofisticados. É por isso que elas investiram em espaços maiores, layout direcionado e mix variado”, aponta. Os itens mais procurados em cada tipo de estabelecimento também são distintos. Nas grandes redes, destacam-se bronzeadores, fraldas, cremes para pele, deso-
APRESENTAÇÃO É TUDO
Produtos como xampu, condicionador, desodorante e sabonete precisam ser cuidadosamente expostos nas prateleiras e apresentar variedade de marcas e tamanhos. São itens que tradicionalmente não são adquiridos de forma planejada, sendo comprados quando o consumidor enxerga o produto. A linha de cosméticos possui margem de lucro maior. Por isso, é interessante investir em cremes anti-idade, protetores solar, loções para tratamento de cravos e espinhas, e xampus para queda capilar.
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12,85 bi
R$
2015
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dorantes, sabonetes, xampus, condicionadores e lenços umedecidos, enquanto nas independentes a tintura é a grande campeã de vendas. O público das grandes lojas é de classe média e alta, e busca por produtos premium. Já as farmácias independentes geralmente atendem à população de baixa renda, que opta por realizar tratamentos de beleza em casa.
FUTURO PROMISSOR A Mind Shopper divulgou recentemente um estudo sobre o comportamento dos consumidores e revelou que entre estes as farmácias vêm ganhando a preferência. Os produtos de higiene e beleza são os primeiros itens que 36,2% dos consumidores observam quando entram numa loja de rede, na frente até mesmo dos medicamentos. A categoria também possui a maior taxa de conversão em vendas nas redes, alcançando a marca de 36,1%. Nas independentes, os medicamentos controlados e remédios sem prescrição ficam na frente, enquanto a seção de higiene e beleza é o primeiro contato de 22,9% dos clientes. A taxa de conversão da categoria é de 26,7%. A linha de produtos de higiene e beleza ainda tem muito a oferecer e algumas redes já investem na produção de artigos de marca própria. O crescimento das marcas próprias continua expressivo nas farmácias, com um faturamento de R$ 341 milhões em 2016, segundo levantamento da Nielsen. O valor é 40% maior em relação ao ano anterior. Não faltam oportunidades para crescer.
PROF P ROF. G GRETZ
ATENDER COM
Costumo contar em minhas palestras a história de um rei que chamou os maiores sábios do seu país e fez a eles três perguntas: “Qual o momento mais importante em minha vida? Qual a pessoa mais importante? Qual a missão mais importante?” Os sábios se reuniram durante três dias e voltaram ao rei com as respostas: “O momento mais importante é o agora. A pessoa mais importante é quem está ao seu lado. A missão mais importante é fazer essa pessoa feliz.” A mensagem dessa história é muito importante para a nossa vida, inclusive no campo profissional. Quem trabalha com vendas ou qualquer tipo de atendimento, por exemplo, deve saber como é importante estar atento às expectativas do cliente, desde o primeiro contato até o pós-venda. Saberá também que ninguém é mais importante do que a pessoa que você está atendendo no momento. E que a missão mais importante é fazer com que essa pessoa fique inteiramente satisfeita. Aliás, é o grau de satisfação do seu cliente que vai garantir a prosperidade do seu negócio. Todos os seres humanos têm o potencial de fazer o outro feliz, mas nem todos exercem esse dom. Aliás, se todos fizessem isso, o mundo seria muito melhor. Para que você tenha sucesso nesse propósito, aqui vai uma dica: acione uma força poderosa que existe dentro de você. Todos nós temos essa força, que está diretamente ligada à energia vital. Seu nome é entusiasmo. Faz parte de uma energia que move todo o universo e existe em cada um de nós, mas ainda usamos uma parte muito pequena desse potencial. Então, como ter entusiasmo em nossa vida? Antes de tudo, cultive um sonho, um objetivo de vida. Quem sabe aonde quer chegar, tem mais chance de alcançar seu objetivo. Para isso, pro-
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Crédito: Xico Morais.
ENTUSIASMO
NINGUÉM É MAIS IMPORTANTE
DO QUE A PESSOA QUE VOCÊ ESTÁ ATENDENDO NO MOMENTO. É O GRAU DE SATISFAÇÃO DO SEU CLIENTE QUE VAI GARANTIR A PROSPERIDADE DO SEU NEGÓCIO
”
cure caminhar com persistência e confiança na direção certa. Desenvolva seus talentos com dedicação e disciplina, pois é importante estar preparado. Cuide bem do seu corpo, com exercícios físicos adequados e alimentação sadia. Mantenha o bom humor, a gentileza, a generosidade em todos os ambientes que você frequentar e a mente alimentada com novos conhecimentos e ideias positivas. Seja ousado e corra riscos, mas com bom senso, prudência, intuição e coração. Acredite na sua capacidade e se dedique de coração a tudo que fizer. Essas atitudes já existem no seu dia a dia? Leia novamente as frases acima, sem pressa. Não é difícil aplicá-las, basta querer. Isso fará uma grande diferença em sua vida pessoal e profissional. O verdadeiro entusiasmo promove uma “revolução positiva”, como afirmou o cientista Edward De Bono. Comece por você. Saia da mesmice. Surpreenda seu colega, seu chefe, seu cliente, com bom humor, empenho no que faz e alegria de viver. E, como dica final, seja qual for o seu credo religioso, tenha em mente a essência desta frase do apóstolo Paulo: “Atenda as pessoas de todo coração, como se estivesse atendendo a Deus. E Deus irá recompensá-lo por todo bem que você fizer a elas.” PROF. GRETZ é historiador, administrador e conferencista.
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PRODUTOS INFANTIS
O GRANDE
MERCADO DOS PEQUENOS Com vendas cada vez maiores, farmácias faturaram m R$ 5 bi com produtos da linha baby-care no 1º semestre dee 2017
A
maior participação feminina no mercado de trabalho e a difusão dos métodos contraceptivos são alguns dos fatores que impulsionaram a queda na taxa de natalidade brasileira. Enquanto na década de 1940 a média era de 6,2 crianças por casal, desde 2010 o índice é inferior a dois filhos por mulher, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O lado bom disso é que, com menos crianças, os casais puderam dedicar mais cuidados e recursos a cada um de seus filhos. Essa é uma das razões que explicam o aumento das vendas de produtos de higiene e cuidados corporais infantis nos últimos anos. Segundo números da agência de pesquisas Euromonitor, o faturamento da linha baby-care saltou de R$ 2,7 bilhões em 2011 para R$ 3,9 bilhões em 2016, desconsiderando as fraldas descartáveis. Ou seja: o crescimento foi de 45,6% em apenas cinco anos. O destaque fica por conta dos produtos para cabelo, que representaram um terço do segmento e cresceram 83,3% desde 2011. Conforme dados da Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o segmento do mercado de cosméticos e higiene direcionado ao público infantil ocupa a quarta posição em consumo no mundo todo, com uma fatia aproximada de 7% do índice global. Nos últimos dez anos, as vendas quadruplicaram. As vendas da linha baby-care vêm aumentando ano após ano, e as farmácias já perceberam que produtos de higiene e cuidados corporais infantis possuem procura forte no ponto de venda e investem na categoria. É possível perceber isso no espaço maior oferecido aos produtos e no destaque nas gôndolas.
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MENINA DOS OLHOS De acordo com informações da QuintilesIMS, QuintileesIMS, o faturamento do varejo farmacêutico com a cate egoria baby/kids categoria foi de R$ 4,9 bilhões entre agosto/2016 e julho/2017, um crescimento de 14,2% em relação ao período período anterior. Foram considerados todos os produtos, exceto medicamentos direcionados para crianças. O gerente de marketing da empresa, Rod drigo Kurata, saRodrigo lienta que o segmento baby-care é a menina dos olhos do varejo farmacêutico. “Fraldas descartáveis, por exemplo, são itens que crescem bem acima da média dos outros produtos no canal. As farmácias independentes já buscam por espaços de autosserviço maiores para dispor esse tipo de produto. A discussão está bem avançad da e algumas reavançada des de farmácias estão pesquisando qual é o mix mais adequado e quais categorias podem ser dispo onibilizadas para disponibilizadas melhorar a experiência de compra”, assina ala. assinala. Na avaliação de Sergio Mena Barreto, pr residente da Aspresidente sociação Brasileira das Redes de Farmác cias e Drogarias Farmácias (Abrafarma), a categoria é uma das apos stas do mercado apostas
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A LINHA BABY-CARE EST ESTÁ TÁ SENDO
BASTANTE TRABALHADA NOS NO OS ÚLTIMOS ANOS, E JÁ ESTAMOS CAMINHANDO PARA A GESTÃO POR CATEGORIA
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SERGIO MENA BARRETO, PRESIDENTE DA ABRAFARMA
Por Michelle de Geus
NOVOS NEGÓCIOS
A categoria baby-care ainda oferece novas oportunidades. O Brasil está na lista de mercados proeminentes do setor e cada vez mais as indústrias oferecem opções de produtos de higiene e cuidados corporais para crianças e bebês. As empresas estão preocupadas em investir em alta tecnologia para produzir itens mais suaves e que não causem irritações. É possível, por exemplo, explorar adequadamente as necessidades de cada faixa etária criando produtos ainda mais atraentes para as crianças.
farmacêutico e está gradualmente ganha ganhando ando uma atenção especial por parte dos varejistas. “A linh ha baby-care está linha sendo bastante trabalhada nos últimos ano os. Nós já estamos anos. caminhando para a gestão por categoria, mas isso depende do amadurecimento do mercado como um m todo”, frisa.
PERFIL DE COMPRA A importância dos produtos infantis par paraa o segmento farmacêutico também ficou evidente na pesquisa Jornada de Compra, realizada pela empresa dee consultoria Mind Shopper. Nas farmácias independentes s, 87% dos consuindependentes, midores manipularam itens da linha baby-care, babby-care, pegaram o produto, sentiram a fragrância e leram m a embalagem, e 61% efetivaram a compra. Já nas grandes grandes redes, a interação foi de 63% e a conversão em venda vennda foi de 47%. O estudo analisou 22 farmácias de redes e dez independentes, entre setembro e novembro de 2016. 2016. Cerca de 70% dos clientes das farmác ias são mulheres, farmácias mas é preciso estar atento ao público m asculino, que posmasculino, sui um perfil de compra mais prático. Ne esse sentido, conNesse vém evitar colocar itens de grande fluxo, como fraldas, logo na entrada da loja, pois, ao circular pela as demais categopelas rias, o consumidor pode decidir levar out tros produtos para outros si mesmo ou para o bebê. Quanto mai is tempo o cliente mais permanecer na loja, maior a possibilidadee de compra, e nas farmácias esse tempo temp ainda é curto. Nas Na independentes, 52,9% das pessoas permanecem no local até três minutos, ao passo que nas redes esse tempo de permanência acontece em apenas 29,2% dos casos.
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Crédito: Arquivo PróGenérico.
TELMA A SALE SALES ES
GENÉRICOS 18 ANOS DE HISTÓRIA E CRESCIMENTO NO PAÍS
Os medicamentos genéricos completam 18 anos de existência no Brasil ocupando um espaço fundamental no varejo farmacêutico, com resultados que merecem ser celebrados. O segmento é o que mais cresce em vendas no país e se converteu no grande motor de expansão do setor nos últimos anos, oferecendo ao consumidor medicamentos que combinam qualidade, eficácia e preços mais acessíveis. Os números são exuberantes para onde quer que lancemos o olhar. Só no primeiro semestre deste ano, os genéricos registraram crescimento de 11,07% nas vendas em unidades no comparativo com o mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, o mercado total de medicamentos cresceu apenas 3,99%. Essa diferença importante de taxas de expansão vem se repetindo de forma sistemática ao logo dos últimos anos e mostra a força dos genéricos junto ao consumidor. Com resultados tão impressionantes, os genéricos já representam hoje 32% das vendas de medicamentos no varejo farmacêutico do país, segundo dados do instituto IMS Health, fechados em agosto. Ou seja, os genéricos já representam praticamente 1/3 de todas as vendas de medicamentos no país. Mas não é só nas vendas totais que os genéricos fazem a diferença. Os genéricos também lideram as taxas de crescimento em medicamentos para doenças crônicas. As vendas de genéricos para tratamento de colesterol alto, por exemplo, registraram expansão de 35,92% no primeiro semestre de 2017 no comparativo com o mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, as vendas de similares e de medicamentos de referência encolheram mais de 10%. Hoje, os genéri-
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cos já têm mais de 56% de participação nesse mercado. Fato semelhante acontece com os medicamentos para hipertensão. Os genéricos para essa classe subiram 16,63% no primeiro semestre, enquanto os similares e os medicamentos de referência cresceram menos de 1% no mesmo período. Aqui os genéricos também têm a maior fatia do mercado, com 69,41% de participação. Assim como as vendas, a confiança dos médicos nos genéricos também não para de crescer. Dados do instituto Close-Up, que analisa o receituário de medicamentos apresentados nos balcões de farmácias do país, mostram que o segmento de genéricos foi o que mais cresceu nas prescrições médicas nos últimos cinco anos. De um total de 439,6 milhões de receitas auditadas, os genéricos registram avanço de 116,58% desde 2013. No mesmo período, a prescrição dos similares cresceu 84,4% e o receituário com medicamentos de referência avançou 48,29%. Hoje, os genéricos já respondem por um terço dos receituários no país. Todos esses números são impressionantes, mas o mais importante deles diz respeito à economia proporcionada aos consumidores. Desde que chegaram ao mercado, em 1999, os genéricos já proporcionaram uma economia de mais de R$ 90 bilhões em gastos de medicamentos para os consumidores brasileiros. Tudo isso faz dos genéricos um pilar fundamental da indústria e do varejo farmacêuticos no Brasil. Os genéricos têm qualidade, são eficazes, custam em média 60% menos para os consumidores e hoje permitem que milhares de brasileiros consigam seguir seus tratamentos. São 18 anos de genéricos, uma história da qual podemos nos orgulhar.
TELMA SALES, é presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos).
MEDICAMENTOS
BIOSSIMILARES FEITOS DE VIDA
A
indústria farmacêutica sempre proporcionou grandes contribuições à farmacologia e à medicina por meio da descoberta e criação de medicamentos. Nas últimas décadas, o conhecimento dos mecanismos das doenças em nível molecular permitiu à indústria modelar e sintetizar moléculas mais específicas e, consequentemente, mais eficazes e seguras. Enquanto a via sintética passou a apresentar sinais de menor produtividade em certos casos, a biotecnologia abriu novos horizontes com inovações surpreendentes. A biologia molecular hoje constitui a maior fonte de inovação da indústria farmacêutica, e, entre as grandes novidades resultantes desse avanço, estão os chamados medicamentos biossimilares.
CÉLULAS VIVAS Diferente dos medicamentos sintéticos, que são produzidos por meio de reações químicas, os biossimilares, assim como outros medicamentos biológicos, consistem em moléculas complexas produzidas por células vivas. Os biossimilares não podem ser considerados genéricos dos biológicos, pois não são idênticos aos originais. No caso dos biossimilares, é qua-
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se impossível produzir um medicamento idêntico ao produto cuja patente expirou. Eles são, no máximo, altamente similares. “Após o vencimento das patentes dos produtos originais, é permitida a fabricação dos medicamentos genéricos, que são cópias idênticas legais dos sintéticos de referência. Já os biológicos, produzidos a partir de organismos vivos, como fungos, bactérias e
Por Donizete Henrique Santos
Versão alternativa dos medicamentos biológicos, os biossimilares podem desempenhar um papel estratégico na difusão de tratamentos essenciais
“
OS BIOSSIMILARES PODEM
COLABORAR NA AMPLIAÇÃO DE TRATAMENTOS IMPORTANTES E CONTRIBUIR PARA A SUSTENTABILIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE
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EURICO CORREIA, DIRETOR MÉDICO DA PFIZER
tecidos de mamíferos, são constituídos por moléculas grandes e complexas, o que impossibilita a obtenção de cópias idênticas. É possível, apenas, desenvolver produtos equivalentes”, explica Eurico Correia, diretor médico da Pfizer. Os biossimilares são medicamentos altamente semelhantes aos biológicos de referência, apresentando eficácia e segurança parecidas. De acordo com Sergio Pedro Justino, executivo da Ultrafarma, os remédios biossimilares são substâncias indicadas para a reposição de proteínas faltantes no organismo, como determinados hormônios. “Outra função deles consiste no bloqueio da ação de células ou proteínas envolvidas nos mecanismos causadores de doenças de origem imunológica, como artrite reumatoide, lúpus, câncer e esclerose múltipla, entre outras”, aponta. Correia acrescenta que vacinas, hormônios, fatores
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MEDICAMENTOS
de crescimento, fatores de coagulação e anticorpos monoclonais são alguns dos produtos que compõem a classe dos biológicos. “Eles representam uma alternativa importante para o tratamento do câncer, das doenças autoimunes e de outras enfermidades de grande impacto na saúde”, revela.
MERCADO O modelo de negócio dos biossimilares é muito diferente dos genéricos. Os biossimilares têm um alto custo de desenvolvimento, entre US$ 100 e 250 milhões, e exigem um tempo que às vezes é igual ao da elaboração de um novo produto (cinco a oito anos). Para efeito de comparação, a introdução de um genérico no mercado requer hoje um investimento muito menor, de US$ 1 a 4 milhões, e a expectativa de redução de preço é da ordem de 80% em relação ao original. Para um biossimilar, a redução de preço em geral tem sido inferior a 30%, embora com valores absolutos mais altos. Apesar de requirir um investimento robusto de tempo e recursos e ainda suscitar dúvidas entre alguns médicos brasileiros, Correia acredita no sucesso iminente dos produtos biossimilares. “Os biossimilares podem desempenhar um papel estratégico na ampliação a tratamentos importantes e de elevada complexidade para enfermidades que impactam a sociedade. Além disso, eles podem contribuir para a sustentabilidade do sistema de saúde”, prevê. De acordo com uma declaração da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os biológicos representam atualmente a maior fonte de inovação da indústria farmacêutica, trazendo soluções para inúmeras doenças até então não tratadas eficazmente com as terapias tradicionais. “A biotecnologia é a rota preferencial de pesquisa e desenvolvimento dessa indústria. A existência de medicamentos como esses no mercado nacional representa uma possibilidade de acesso a uma classe terapêutica diversa e heterogênea de produtos”, afirmou a entidade. Segundo a agência, em 2016 o Brasil conduziu ensaios clínicos de 92 produtos experimentais, dos quais 41,3% eram biológicos e 58,7% sintéticos. Em 2017, foi autorizada a realização de 262 ensaios clínicos no país. Apesar disso, a maioria dos ensaios clínicos ainda ocorre nos Estados Unidos e Europa, onde estão concentradas as matrizes das maiores indústrias farmacêuticas. Na avaliação de Correia, o lançamento de biossimila-
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res no exterior acarretou em múltiplos benefícios. Ao aumentar a concorrência no mercado, eles contribuíram para induzir a queda de preço do produto de referência e, por vezes, até de sua classe de medicamento. Segundo o diretor médico da Pfizer, foi o que ocorreu na União Europeia, pioneira no desenvolvimento das bases científicas e regulatórias da biossimilaridade. “Um estudo mostrou que em vários países europeus os biossimilares contribuíram para reduzir os custos de produtos. Passados 11 anos desde a aprovação de seu primeiro biossimilar, a Europa tornou-se o maior mercado para esses produtos, contando hoje com cerca de 30 medicamentos do tipo”, elucida.
FABRICAÇÃO NACIONAL Em outubro de 2015, a Anvisa aprovou o Fiprima, medicamento voltado ao combate da neutropenia (quantidade insuficiente de um tipo de glóbulo branco no sangue), o primeiro biossimilar inteiramente fabricado no Brasil. Durante a avaliação, todas as etapas normais para o registro de um produto biológico no país, como análise da tecnologia farmacêutica, eficácia e segurança, foram cuidadosamente contempladas.
APROVAÇÃO DE BIOSSIMILARES É MAIS DEMORADA Para aprovar um produto genérico, basta demonstrar a qualidade da substância ativa do medicamento e a presença dessa substância em sua fórmula, o que é feito por meio de estudos que analisam as concentrações do medicamento em voluntários sadios. Se as concentrações estiverem dentro dos limites aceitáveis, o medicamento é declarado bioequivalente ao original e recebe aprovação. Já no caso dos biossimilares, a semelhança em relação ao biológico de referência deve ser demonstrada por meio de testes clínicos muito mais detalhados e complexos, com avaliações prolongadas quanto à segurança e eficácia do medicamento, observando em especial os seus efeitos clínicos, toxicidade e ações biológicas, entre outros aspectos.
“
POR SEREM FEITOS DE MOLÉCULAS GRANDES E
COMPLEXAS, NÃO É POSSÍVEL OBTER CÓPIAS IDÊNTICAS DOS BIOLÓGICOS, APENAS PRODUTOS EQUIVALENTES
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EURICO CORREIA, DIRETOR MÉDICO DA PFIZER
Entre os biossimilares disponíveis no mercado nacional, Justino destaca a Insulina Biossimilar, da Lantus, a primeira insulina dessa classe registrada no país (o registro ocorreu em maio deste ano). O produto, chamado Basaglar, é uma insulina análoga de longa duração administrada por injeção subcutânea. Na prática, o produto é mais uma opção de tratamento para as pessoas com diabetes do tipo 1 e 2. Em 2016, a Pfizer introduziu no mercado brasileiro o anticorpo monoclonal Remsima, que foi o primeiro biossimilar aprovado pela via de comparabilidade, um requerimento da Anvisa que exige que um mesmo es-
tudo clínico compare o medicamento biossimilar com o seu biológico de referência. Biossimilar do Remicade, o Remsima é indicado para o tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, psoríase, doença de Crohn, colite e retocolite ulcerativa. Indústria completamente nacional, a Libbs inaugurou recentemente sua fábrica destinada à produção e desenvolvimento de medicamentos biológicos à base de anticorpos monoclonais em escala industrial. A Biotec terá capacidade total para produzir mais de 400 kg de biofármacos por ano.
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LUIZ UIZ MUN MUNIZ NIZ Z
TRANSFORMANDO CONHECIMENTO
EM RESULTADOS Quando algum empresário nos convida para ajudá-lo a melhorar os resultados de sua organização, ele deseja, além de melhores patamares de desempenho, que todo o potencial existente dentro de sua organização seja “destravado”, para que o crescimento seja perene. Comprar um livro e ler não é mais suficiente. Não por acaso, durante a melhoria da gestão das empresas é comum aumentar as taxas de positivação das equipes de vendas em 25 pontos percentuais, e reduzir os gastos em pelo menos 10%.A tarefa parece simples, mas requer dedicação, esforço e visão sistêmica, que pode ser resumida da seguinte maneira.
3. Estrutura: Mesmo o tema estrutura sendo muito amplo, é importante ressaltar pelo menos aquilo que diz respeito à estrutura organizacional. Sendo assim, um negócio só conseguirá ser mais produtivo e gerar melhores resultados se as pessoas que compõem o quadro tiverem responsabilidade sobre os resultados que devem entregar. Isso significa atitude de dono, mas também ter autoridade sobre os meios para não sofrer ou exercer ingerência em demais áreas ou níveis hierárquicos.
4. Pessoas: Capacitação e saber se relacionar, são esses os dois itens primordiais de uma equipe de alta performance. Gosto do lema “boas pessoas 1. Objetivos: É a tradução do dee pessoas boas”. E isso começa lá ESTRATÉGIA sejo da diretoria (estratégia) em na contratação, que deve levar em Aonde quer chegar metas de curto prazo (objetivo + consideração os conhecimentos, Objetivos valor + prazo), que considerem habilidades e atitudes, orientados pelo menos o quanto a empresa para o sucesso do negócio (boas Incentivos Processos quer vender e ter de lucro. Isso é pessoas), até a capacidade de esa base para se negociar os patatabelecer pontes de confiança entre mares de desempenho de producolegas de trabalho e de clientes, Pessoas Estrutura tividade (metas) com toda a estruno caso de vendas (pessoas boas), tura organizacional, em relação de para trazer melhores resultados. causa e efeito, para que sejam estabelecidos os planos 5. Incentivos: Manter uma equipe de alta performance de ação necessários para o alcance das metas (o quê, é mais difícil que criá-la. Para isso, é necessário possuir quem e quando). Vale lembrar que é fundamental ter um plano de incentivos de curto e longo prazo que conum sistema de medição absolutamente confiável. sidere o reconhecimento financeiro e também ofereça 2. Processos: Para manter os bons resultados, é recompensas para bem-estar pessoal. Desde que, em necessário criar um modelo altamente eficaz de primeiro lugar, a empresa alcance seus resultados (o treinamento e supervisão, e isso inclui também coletivo acima do individual), cada funcionário deve ter a área de vendas. Num contexto de treinamento o reconhecimento de seu mérito conforme atinja suas repetitivo no posto de trabalho e supervisão consmetas estabelecidas no item 1. Nada mais do que o tante, o supervisor de vendas, por exemplo, deve exercício pleno da meritocracia. garantir a atuação consistente de sua equipe de LUIZ MUNIZ é diretor da Telos Resultados, engenheiro químico, vendedores, para que seus resultados sejam mais mestre em Estratégia de Operações, especialista em empresas estáveis e com pouquíssima variação de produtifamiliares e ex-sócio da Falconi Consultores de Resultados. vidade entre eles.
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ˆ ESCALA ATOMICA
A REVOLUÇÃO DO
NANOSCÓPIO Uso de nanotecnologia na indústria farmacêutica possibilita ação mais eficaz e segura de medicamentos
E
m 1959, durante uma palestra no encontro da Sociedade Americana de Física, no Instituto de Tecnologia da Califórnia, o cientista norte-americano Richard Feynman fez algumas declarações que o tornaram conhecido como o “profeta da nanotecnologia”. Prêmio Nobel de Física de 1965, ele falava em “manipular e controlar coisas em escala atômica” e “arranjar os átomos da maneira que queremos”, coisas que à época pareceram incríveis e hoje já fazem parte de experimentos na área da nanotecnologia. Essa vertente da tecnologia estuda os materiais (ou compostos) e os processos que ocorrem em uma escala extremamente pequena. Um nanômetro, por exemplo, equivale a algo do tamanho de 0,000000001 m, ou
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seja, algo 90 mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo. Graças à nanotecnologia, a matéria pode ser trabalhada em escala atômica e molecular para criar materiais com características novas e diferentes.
EFICÁCIA E AGILIDADE Entre as várias aplicações possíveis da nanotecnologia, algumas das mais promissoras e com maior potencial para impactar diretamente a vida das pessoas comuns estão relacionadas às ciências biomédicas. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a utilização de nanotecnologia na indústria farmacêutica é uma inovação que possibilita resultados mais eficazes no papel dos fármacos e medicamentos.
Por Donizete Henrique Santos
“Formulações na escala nanométrica contendo fármacos têm sido indicadas como a principal forma de aumentar o índice terapêutico via direcionamento do fármaco para os tecidos. As propriedades físicas das nanopartículas podem ser manipuladas, o que permite uma ação mais direcionada e específica no tecido alvo. Tais características permitem uma administração mais específica, que muitas vezes pode ser associada a uma diminuição na dosagem do fármaco e na sua toxicidade”, explica Carlos Dias Lopes, assessor-chefe do órgão. Como funciona? Os remédios são desenvolvidos incorporando-se o fármaco em um veículo que comanda a atuação do medicamento. As nanopartículas apresentam as características necessárias para que a liberação dos fármacos controlados seja efetiva, permitindo que o medicamento seja aplicado no local apropriado. Essas partículas oferecem maior eficiência de encapsulação e liberação controlada, se comparadas às medicações convencionais. Além disso, são pequenas o suficiente para serem injetadas diretamente no sistema circulatório. Segundo Antonio Claudio Tedesco, professor do Centro de Nanotecnologia, Engenharia Tecidual e Fotoprocessos da Universidade de São Paulo (CNET-USP), a nanotecnologia oferece maior agilidade no desenvolvimento de fármacos. “No caso específico de medicamentos, temos observado nos últimos anos o desenvolvimento de novas drogas terapeuticamente mais ativas, e que atuam de forma mais específica e com menos efeitos colaterais contra uma infinidade de doenças antigas,
O SEXTO DO MUNDO EM PATENTES
“
NOS ÚLTIMOS ANOS, A
NANOTECNOLOGIA POSSIBILITOU O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS DROGAS MAIS ATIVAS E COM MENOS EFEITOS COLATERAIS
”
ANTONIO TEDESCO, PROFESSOR DA USP
Um artigo apresentado pela revista Geintec, em 2016, intitulado “A inserção do Brasil no panorama global de inovação em nanofarmacêuticos”, apontou que as multinacionais Pfizer, L’Oreal e Novartis são as empresas que contam com mais publicações de patentes do país. O estudo mostrou ainda que o Brasil é o sexto país em publicações de patentes no mundo, atrás de Estados Unidos, França, Reino Unido, Austrália e Alemanha.
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ˆ ESCALA ATOMICA
NANOMEDICAMENTOS EM CIRCULAÇÃO Existem 20 nanomedicamentos disponíveis no mercado, segundo a revista acadêmica Journal of Personalized Medicine. Conheça a seguir dez deles • Abraxane® (da Abraxis) - Para o tratamento de câncer metastático. • Adcetris® (da Seattle Genetics) - Para o tratamento de linfoma de Hodgkin. • AmBisome® (da Astellas Pharma) - Para o tratamento de infecções causadas por fungos. • Caelyx® (da Janssen) - Para o tratamento de câncer de ovário avançado e de mama metastático. • DaunoXome® (da Galen Limited) - Para o tratamento de sarcoma de Kaposi em estado avançado relacionado ao HIV. • Diprivan® (da AstraZeneca) - Para a indução e manutenção de de anestesia geral em procedimentos cirúrgicos. • Doxil® (da Janssen) - Para o tratamento de câncer no ovário. • Eligard® (da Tolmar) - Para o tratamento de câncer de próstata avançado. • Emend® (da Merck) - Para a prevenção de náuseas e vômitos, frequentes na oncogênese. • Invega Sustenna® (da Janssen) - Para o tratamento da esquizofrenia e prevenção dos sintomas da esquizofrenia.
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modernas e até neurodegenerativas. Para tanto, tem-se buscado desenvolver novas moléculas, o que quase sempre demora muito tempo, algo em torno de dez a 15 anos, e tem um custo muito alto. Outra opção é dar ‘novas roupagens’ a velhos fármacos, e é aí que entra a aplicação da nanotecnologia”, detalha.
MENOR TOXICIDADE A elaboração de novas drogas altamente sofisticadas, explica Tedesco, exige sistemas de liberação no organismo igualmente sofisticados, que são produzidos com o auxílio da nanotecnologia. “A alteração na estrutura química de fármacos tem levado a excelentes resultados quanto à seletividade e atividade biológica de tais moléculas frente aos sistemas biológicos. Entretanto, com o desenvolvimento de muitos fármacos bastante sofisticados e sítios específicos nos últimos anos, sua administração e biodistribuição nos tecidos torna indis-
A baixa toxicidade é garantida da seguinte maneira: os nanomedicamentos são incorporados ao fármaco e passam a comandar o comportamento farmacocinético do remédio. No processo, é possível reduzir a toxicidade por meio dos chamados “ligantes”, que são as moléculas que rodeiam um metal na formação de um complexo metálico, e aumentar a seletividade, melhorando a eficiência do fármaco.
INVESTIMENTOS
“
A PESQUISA BRASILEIRA NO
SETOR É DE ÓTIMA QUALIDADE. TEMOS UM PARQUE DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE NÍVEL INTERNACIONAL
”
ANTONIO TEDESCO, PROFESSOR DA USP
pensável o uso de sistemas de liberação também altamente elaborados”, expõe ele, acrescentando que, entre esses sistemas, merecem destaque os lipossomos, lipoproteínas de baixa densidade, microesferas biodegradáveis e sistemas de nanopartículas biodegradáveis. De acordo com Dias Lopes, o aperfeiçoamento no sistema de liberação do fármaco é apenas um dos impactos causados pela nanotecnologia na produção de medicamentos. “Por ser uma tecnologia diferente das tradicionais, a nanotecnologia requer etapas de produção diferentes, métodos de caracterização específicos e um controle de qualidade específico, direcionado para os medicamentos nanotecnológicos. A produção de medicamentos na escala manométrica exibe particularidades e desafios que positivamente forçam a qualificação de pesquisadores e empresas envolvidas. Para o consumidor, isso se reflete em mais opções terapêuticas com menor toxicidade”, destaca.
De acordo com um relatório deste ano do “Radar Tecnológico”, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no Brasil a nanotecnologia tem sido fomentada por políticas setoriais desde 2001, com o objetivo de permitir a construção de uma rede de conhecimento visando subsidiar iniciativas públicas e privadas de pesquisa e inovação no setor. Como exemplo dessas políticas, ocorreu um investimento em nanotecnologia de aproximadamente R$150 milhões entre 2005 e 2010 por meio do Programa Nacional de Nanotecnologia (PNN), criado em 2005. Outra política que impulsionou o setor foi o lançamento da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN) em 2013, que tem foco na inovação e visa criar, integrar e fortalecer do disponibilizando cerca a nanotecnologia no Brasil, tendo odo de 2013 a 2014. de R$ 440 milhões para o período Na avaliação de Tedesco, os investimentos foram resuação de 80% da “massa ponsáveis por possibilitar a atuação crítica” de pesquisadores da área no país. 013, grandes “Desde 2000 até meados de 2013, grupos e centros de pesquisa foram formados”, aponta. No entanto, ele observa que uição nos indesde 2013 houve uma diminuição ogia. Apesar vestimentos em nanotecnologia. os dos invesdisso, o país ainda colhe os frutos eriores e pertimentos do início dos anos anteriores ue no mercamanece em posição de destaque do mundial. “Nossa pesquisa é de excelente asileiros tivequalidade. Os pesquisadores brasileiros os um parque ram excelente formação e temos de equipamentos e serviços quee não deixa a desejar em comparação com oss dos parceiros estrangeiros”, garante.
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PARCEIROS
SINÔNIMO DE
QUALIDADE C
om 15 anos de atuação no mercado farmacêutico, a Melcon Indústria Farmacêutica se destaca no desenvolvimento, fabricação e terceirização de medicamentos similares de marca “EQ” (equivalentes) hormonais e não hormonais e também genéricos hormonais. Localizada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), em Goiás, a empresa atualmente passa por expansão de sua área fabril, que possibilitará um aumento significativo em sua capacidade produtiva, passando de 600 milhões de unidades/ano para a produção de 1 bilhão de unidades/ano. A ampliação da fábrica visa suprir às necessidades do mercado
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Com previsão de fabricar 1 bilhão de unidades por ano, Melcon tem como meta ser referência em medicamentos hormonais humanos
farmacêutico, seja com produtos próprios ou por meio de parcerias com outras indústrias farmacêuticas. Fundada por empreendedores goianos e 100% nacional, a empresa admitiu a participação societária do Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. em seu capital social. O resultado dessa parceria está possibilitando o desenvolvimento de novos produtos em “pipeline”, ampliando sua linha de produtos hormonais, além de possibilitar o lançamento de medicamentos Melcon não hormonais, expandindo assim seu “market share” em outras classes terapêuticas. “Nem mesmo a instabilidade econômica que o Brasil
vem atravessando interferiu nas projeções da empresa, que no último ano obteve um crescimento de 67%. Ser referência em medicamentos hormonais humanos é a principal meta da Melcon. Para tanto, investimentos significativos serão feitos no decorrer dos próximos anos em pesquisa e desenvolvimento de novas moléculas, na aquisição de máquinas e equipamentos de última geração e na qualificação de seus colaboradores”, destaca Jairo Melo. Em seus 15 anos de existência, a Melcon estabeleceu parcerias com diversas empresas e profissionais do segmento farmacêutico. A ABRADILAN, instituição atuante e de notável importância para as indústrias e distribuidores nacionais, foi sua primeira grande parceira institucional, tornando-se sócia colaboradora em janeiro de 2012. Acreditando na força da entidade, a Melcon tomou uma importante decisão para as estratégias da empresa e passou de “empresa expositora” para “co-patrocinadora” dos eventos da associação, crescendo ainda mais em visibilidade. Posteriormente, a fabricante firmou parceria como “sócia honorária” com a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e com a Associação Multimarcas de Farmácias (Farmarcas), duas importantes cadeias do varejo farmacêutico.
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PARCEIROS
Companhia aposta na linha Fini Natural Sweets para fortalecer presença em mais de 25 mil pontos de venda
CRESCE EXPOSIÇÃO DA FINI NAS FARMÁCIAS
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ara atender às necessidades do consumidor em busca de uma alimentação equilibrada, a Fini ampliou o seu portfólio. Em um projeto exclusivo para o Brasil, a linha Fini Natural Sweets tem se destacado no mercado com os produtos Colágeno, Fibras, Vitamina C, Mel e Limão, Ômega 3, Menta, Chicle sem açúcar e o icônico Ursinho na versão Diet. Disponível há pouco mais de um ano, a linha ganhará mais um integrante em dezembro: o Cálcio + Vitamina D. Aliado da saúde dos ossos para homens e mulheres, o produto contém 61 calorias por porção, é livre de açúcares, possui 33% da ingestão diária recomendada dos ativos que dão o seu nome, produzido com aromas e corantes naturais, e é naturalmente sem lactose. Cada embalagem de 18g contém balas de gelatina nas versões iogurte de morango, iogurte de coco e iogurte de pêssego, com textura leve e sabor premium. A Fini também está levando para as gôndolas produtos da linha Natural Sweets em novas porções, como o Chicle sabor menta sem açúcar e com Xilitol nas versões 18g, 30g e porção individual, e Colágeno, Fibras,
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Vitamina C, e Mel e Limão sem açúcar na composição. Alguns desses itens já estão em mercado e a estimativa de entrada de todos os produtos novos é para o início de 2018. Os produtos Fini Natural Sweets também são comercializados nas lojas e quiosques da marca e na loja virtual: www.finistore.com.br.
BENEFÍCIOS ESPECIAIS Cada produto foi pensado para proporcionar benefícios à saúde. O Colágeno, por exemplo, é a proteína que gera sustentação e firmeza da pele, além de fortalecer o sistema imunológico. A Vitamina C atua como agente antioxidante. Fibras contribuem para o bom funcionamento do intestino e proporcionam a sensação de saciedade. O Chicle com Xilitol aumenta a salivação, inibe o crescimento de bactérias e colabora com a saúde bucal. O Mel e Limão leva mel puro, aromas naturais e um toque de gengibre e própolis. O Ômega 3 contribui para a saúde cardiovascular e auxilia na melhora da taxa de colesterol. Os Ursinhos Diet são a versão sem adição de açúcares para quem adora um dos produtos mais marcantes do portfólio Fini.
NOT NOTAS TAS S
REDUÇÃO DE CUSTO LOGÍSTICO E MAIS SEGURANÇA O maxRoteirizador é uma solução apresentada pela Máxima Sistemas para reduzir custos como o alto consumo de combustível e a rápida depreciação da frota. Ele possibilita traçar a melhor rota para que as entregas sejam feitas no menor tempo e com a menor quilometragem possível. A montagem de cargas é automatizada, e em seguida é realizada a seleção de pedidos no mapa para a distribuição e o sequenciamento da carga, sugerindo o melhor veículo e o motorista mais apto para transportar a mercadoria. O procedimento é realizado em um minuto e meio, tarefa que manualmente leva cerca de três horas, e ainda conta com algoritmos que proporcionam segurança à carga e ao motorista, indicando se o caminhão passará por regiões com maior risco para o transporte. Para mais informações, acesse o site da empresa: maximasistemas.com.br.
PRIMEIRA LACTASE EM GOTAS DO BRASIL A Maxinutri mantém o rritmo de inovação para o canal farma e lança a primeira lactase ç em gotas do Brasil. O e Deslac foi desenvolD vido para intolerantes v à lactose por meio de estudos com consumie dores da enzima que d encontravam algumas e dificuldades com as d apresentações atuais. a Com diferenciais de fflexibilidade de uso e ajuste na dosagem, de acordo com o grau de intolerância individual, o produto ganhou o mercado e conquistou os clientes, que agora podem ficar livres de desconfortos causados pelo leite e derivados. Para mais informações, acesse www.deslac.com.br.
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DUNIA 35® COMBATE DOENÇAS HORMONAIS Produzido pela Melcon, o Dunia 35® é indicado para o tratamento feminino da acne, queda excessiva de cabelos, casos leves de hirsutismo (excesso de pelos) e síndrome de ovários policísticos (SOP) – o medicamento não é indicado para homens. O tempo para início da eficácia é de, pelo menos, três meses para a acne, e os efeitos são mais pronunciados com maior duração do tratamento (no máximo após 12 meses de tratamento). O tempo para início da eficácia para o tratamento do hirsutismo é mais longo quando comparado ao da acne (612 meses). A necessidade da continuação do tratamento deve ser avaliada periodicamente pelo médico. O tempo para início da eficácia para SOP também é mais longo e depende da gravidade dos sintomas. O tratamento deve ser realizado por vários meses e a necessidade da continuação do tratamento deve ser avaliada pelo médico. MS: 1.5589.0009. Acetato de ciproterona + etinilestradiol. Medicamento genérico Lei 9.787, de 1999. MS: 1.5589.0004. SAM: 0800 604 0600. melcon.com.br.
PORTÁTIL E SILENCIOSO
DEZ ANOS LIDERANDO O MERCADO CONTÁBIL EM GOIÁS
Completando dez anos de atividades, a KBL Accounting é uma empresa que atua no mercado contábil com foco no planejamento tributário responsável voltado às empresas dos segmentos industrial, comercial e prestadores de serviços. Ela possui o propósito de ampliar a competitividade de seus clientes com uma gestão contábil adequada aos objetivos e atuação da empresa. “Entre os principais desafios contábeis para as empresas atualmente, está o monitoramento e acompanhamento da legislação fiscal vigente e suas atualizações e alterações”, destaca Ivan Carlos de Lima, sócio-fundador da KBL. A atuação consolidada da empresa no mercado goiano é devida a um trabalho focado na transparência, responsabilidade e valorização de pessoas.
O inalador e nebulizador Mesh MD4000 da Medicate é indicado no tratamento de diversos problemas respiratórios. Portátil e leve, com moderna tecnologia de rede vibratória, o aparelho é silencioso e pode ser utilizado em casa, no trabalho e até no trânsito. O copinho não derrama o medicamento e por essa razão, beneficia os pacientes que não podem levantar ou preferem fazer a inalação deitados. O equipamento é bivolt automático e funciona também com duas pilhas pequenas alcalinas (AA).
O QUERIDINHO DAS ACADEMIAS Eleito o melhor termogênico nacional na terceira edição do Prêmio Corpo Ideal 2016-2017, o Kimera está dando o que falar nas academias do Brasil. Produzido pela Iridium Labs, marca de suplementos que vem se destacando no mercado desde o lançamento do Soma Pro, o produto possui uma combinação avançada de ingredientes que tem o objetivo de estimular ao máximo a quebra de gordura no corpo e acelerar o metabolismo. Além disso, contribui para uma melhor performance nos treinos. É ideal para quem procura definição muscular e perda de gordura com saúde.
SABOR, SAÚDE E BELEZA A Valda está lançando uma bala saborosa, prática e comp prometida com a saúde: é a Valda Colágeno, sem adição d de açúcar e com apenas 5 calorias por unidade. Bastante p prático, o produto utiliza VERISOL® como matéria-prima, um colágeno c com eficácia comprovada cientificamente a partir de d um mês de uso contínuo. O sachê contém 15 unidades e a necessidade diária de colágeno é atingida com apenas 5 balas. b Dessa forma, a Valda mantém sua tradição centenária e inovadora de desenvolver produtos que valorizam a saúde.
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NOT NOTAS TAS S
NOVA LINHA DA FITOWAY SE DESTACA PELA CREDIBILIDADE
Contando com uma ótima aceitação por parte do consumidor final, a Linha Pharma, nova linha de suplementos alimentares da Fitoway, vem conquistando seu espaço nas prateleiras por se destacar em sua proposta de passar credibilidade e gerar confiança, especialmente em novos consumidores. Se você deseja oferecer o produto a seus clientes, contate a fabricante pelo e-mail: viviane.metta@fitoway.com.br.
ALIADO DAS DIETAS E DA PERFORMANCE FÍSICA A linha Thermogenize foi projetada para levar o máximo de desempenho físico aos atletas amadores das mais variadas modalidades esportivas, ou seja, toda comunicação para o sell out do produto terá foco no público consumidor do canal farma. Diferente das principais marcas de termogênicos do mercado, a linha Thermogenize direciona suas forças de marketing para dentro das farmácias e drogarias de todo o Brasil, potencializando esse “novo consumidor”.
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RESPLIX - LANÇAMENTO A Medquímica lançou no mês de Junho o medicamento fitoterápico Resplix® (Hedera helix L. extrato seco). Indicado como expectorante em caso de tosse produtiva. Resplix® está disponível nas apresentações 100mL e 200mL e compõe a lista de inverno Medquímica. Registro MS: 1.0917.0107
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GOMA DA PEPPA EPPA PPA PIG TEM A ALTO K OUT GIRO NO CHECK-OUT As gominhas Nesh C + Zinco Peppa Pig vêm ganhando destaque nos PDVs. Disponíveis em embalagens sob medida para garantir a dose diária de Vitamina C e Zinco para as crianças, as gominhas sabor morango conquistam pais e filhos no ato do check-out e garantem alta rentabilidade aos varejistas. O pacotinho é ideal para ser levado a qualquer lugar e substituir as guloseimas de um jeito saboroso e saudável, fortalecendo a imunidade dos pequenos e afastando gripes e resfriados. Para as distribuidoras que buscam bons resultados com um produto que combina prevenção, inovação e rentabilidade, a Nesh C + Zinco Peppa Pig pode ser uma boa indicação.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL COM A CAROL
Pensando na jornada de transformação digital de seus clientes, a TOTVS lançou a plataforma de dados e inteligência artificial Carol. A tecnologia aperfeiçoará a propriedade dos dados nas organizações, bem como ampliará a capacidade de análise, velocidade, precisão e confiabilidade nas tomadas de decisões diante de um volume crescente de informações. Além disso, ela atuará como uma assistente virtual, respondendo perguntas e oferecendo insights de negócios para empresas de todos os segmentos, inclusive o atacado distribuidor. Desse modo, será possível resolver os problemas de cada setor e aumentar a competitividade de seus clientes.
CONTATOS CONTAT TOS S Marco Aurélio Cavalieri (32) 3212-4007 • (32) 3212-4680 vendas.arboreto@hotmail.com Meire Moreira vendas@compex.com.br (11) 3900 9333 www.fitoway.com.br comercial@fitoway.com.br (18) 3329 1630 Francisco Carlos Ferreira Bezerra Gestor Comercial contato@maximasistemas.com.br (62) 3412-2900
V Valmor Dirceu Senger • Gerente Comercial ((62) 98221 0033 • (62) 3902 3275 Fax (62) 3902 3241 valmor.senger@melcon.com.br v
Luciana Moura • Gestora Segmento Farma luciana.moura@pcinformatica.com.br 0800 707 2707 • (62) 9111 1680
Paulo Avila Jr. Gerente Comercial Nacional paulo.avila@photongroup.com (11) 94597 1807 Robson Moreno Gerente Comercial Farma robson.moreno@photongroup.com (11) 97084 3786
Silvia Poli comercial@maxinutri.com.br (43) 3274 5262 Ivan Carlos de Lima Diretor Comercial +55 (62) 3515 1280 +55 (62) 8404 4381 ivan@kblcontabilidade.com.br www.kblcontabilidade.com.br
Luiz Zago • Diretor Comercial (18) 99151 8877 luiz.zago@maiscorporativo.tur.br
Daphne Fleming • Gerente de Negócios Varejo • (41) 2141 4143 varejo@nunesfarma.com.br
Daniel Carvalho • Gerente Nacional Farma daniel.carvalho@finiguloseimas.com.br (11) 4589 6450 | (11) 94595 1229 Claudia B. Varani Gerente Regional de Vendas SP e Sul claudia.varani@finiguloseimas.com.br (11) 94502 6768 Vinicius Rocha Gerente Regional de Vendas RJ, MG, ES e CO (Centro-Oeste) vinicius.rocha@finiguloseimas.com.br (11) 99235 4398 Cleber de Jesus Gerente Regional Farma NO e NE cleber.santos@finiguloseimas.com.br (11) 94589 6723 | (71) 98778 0001
Jane Marques • Gerente de Negócios Hospitalar • (41) 2141 4132 jane@nunesfarma.com.br www.nunesfarma.com.br (18) 3323-3390 comercial@inovenutrition.com.br vivi.metta@inovenutrition.com.br
Julio Nascimento • Gerente Nacional de Vendas (21) 99878 3952 • julionascimento@valda.com.br Alexandre Alves • Gerente Regional de Vendas (SP/Sul) (11) 98441 1314 • alexandrealves@valda.com.br
www.dorja.com.br vendas@jamir.com.br (11) 3872 4266 Gean Martins • Diretor Comercial e de Trade Marketing geanmartins@lupin.com +55 11 96400 6486
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Adriana Viola • Gerente de Contas (SPI/CO) (16) 99616 5633 • adrianaviola@valda.com.br Alexandre Scuvero • Gerente de Contas (RJ/MG/ES/DF/GO) • (21) 97218 6047 alexandre.scuvero@valda.com.br Rômulo Santos • Gerente Regional de Vendas (NO/NE) (85) 9756 9853 • (85) 98186 8978 romulo.santos@valda.com.br