n˚ 69 - SETEMBRo 2015 / EDIÇÃO: CM PÓVOA DE VARZIM
Mais de 300 atletas treinam e competem nas Piscinas Municipais
Equipamentos municipais são “mais-valia” para clubes e associações
O Clube Naval Povoense desde a criação das modalidades de natação e polo aquático, há 8 anos, vem utilizando as Piscinas Municipais da Varzim Lazer para treinos e competições. Cerca de 300 atletas treinam diariamente nestas instalações, um investimento de 100 mil euros anuais suportados pela autarquia, o que para o presidente do Clube Naval, Paulo Neves, é “uma mais-valia”, é “imprescindível”, porque o clube não tem instalações próprias e “seria incomportável pagar para utilização”, confessou o dirigente.
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim reverte parte do orçamento no apoio aos clubes e associações desportivas, para promover a prática desportiva no concelho. Além desta importante ajuda, cede ainda as instalações, nomeadamente as Piscinas Municipais, Pavilhão Municipal, Estádio Municipal, além de contribuir com os vários protocolos na utilização de pavilhões das escolas no concelho.
da Câmara Municipal nesses equipamentos mantém-se, com obras de requalificação e uma procura na melhoria dos equipamentos, como neste momento está a suceder com a infraestrutura das Piscinas Municipais, que estão a ser beneficiadas com a substituição total da cobertura e equipamentos que permitam melhores condições aos seus utilizadores.
Além da utilização das instalações, a autarquia atribui anualmente um subsídio de 30 mil euros ao clube. Paulo Neves contou que as condições possibilitadas pela autarquia têm permitido o crescimento do Clube Naval Povoense, a coletividade desportiva mais antiga do concelho, já com 110 anos de história e muito desporto ligado ao mar e à água. “Começamos com atletas das escolas da Varzim Lazer, e quando iniciamos a competição passaram a competir pelo clube, e temos crescido todos os anos em número e em modalidades, os títulos vão surgindo e o importante é a prática desportiva dos jovens poveiros e a possibilidade de competição”.
Os responsáveis pelas associações e clubes consideram estes apoios fundamentais no desenvolvimento das modalidades e competições. Numa cidade onde impera a prática desportiva, a aposta
Em início de nova época, os clubes e as associações retomam os treinos e as competições e lembram que o apoio da autarquia na cedência dos espaços “é fundamental” para as suas atividades.
Para Paulo Neves, “as instalações cobrem todas as necessidades do clube, exceto algumas provas do polo aquático”, explicou, realçando que nesses casos usam outras piscinas da região.
“Vida Ativa com Desporto” conta este ano com 800 utentes e com um investimento de 240 mil euros A comemorar dez anos de atividade e no início do 11º ano letivo (2015/2016), o projeto “Vida Ativa com Desporto” atingiu um número recorde. Este ano serão mais de 800 pessoas a participar nas aulas de hidroginástica, ginástica e musculação nas Piscinas Municipais e no Pavilhão Municipal. Aliar o desporto ao convívio e ao bem estar foi uma das formas encontradas pelo município poveiro para combater parte do isolamento a que os idosos são colocados nos dias de hoje. Com este projeto de desporto sénior, centenas de pessoas saem de suas casas, praticam exercício físico e convivem com amigos e conhecidos. Exercitam-se, falam, riem e sentem a falta do próxi-
mo quando este falta por qualquer motivo. A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, desde o início que sublinhou a importância do projeto e cede as instalações da empresa municipal Varzim Lazer para a prática desportiva desta camada da população do concelho, num investimento que ronda os 240 mil euros anuais. O projeto está aberto a todos os poveiros, reformados, que podem vir participar de forma individual sendo incluídos nas turmas, ou através de instituições, como contou Estêvão Liberal, coordenador do projeto. “Notase muita a diferença no projeto face ao início. Estamos já com 800 alunos, 50 turmas, 8 instituições, além da população em geral que também já tem uma grande expressão. A adesão tem vindo a aumentar e este ano
terá mais ainda. Os motivos do aumento passa pelas boas referências dadas pelos utentes, a questão cultural, o facto de sermos uma cidade muito virada para o desporto, e dado ser um projeto gratuito também faz com que as pessoas vejam isto como um novo incentivo”. O coordenador revelou que há utentes que acompanham o projeto desde o início, como por exemplo Adelaide Ferraz, do Centro Social Bonitos de Amorim, que revelou os benefícios em ter aderido a este programa. “Tem corrido muito bem, sinto-me bem, mais leve, animada, bem hajam a Câmara Municipal e o Centro Social Bonitos de Amorim porque são o meio que nos ajuda a retardar a idade e a sentirmo-nos mais leves”. A utente adiantou ainda que recomenda a atividade. “Aconselho toda a gente a vir. Estar em casa sentado no sofá não é saudável e mesmo quando temos problemas de osteoporose isto ajuda, retarda a doença”. No mesmo sentido, Estêvão Liberal sublinhou as melhorias a nível físico nos utentes. “Pelas instituições notamos que há maior disponibilidade das pessoas e maior autonomia. Na população em geral acho que é bom para o dia a dia das pessoas porque além de praticarem desporto, também praticam já fora do âmbito da aula e organização do professor. Começam a ter autonomia para fazer noutros âmbitos e participar noutras atividades”.
“Este projeto tirou as pessoas de casa” Foi o que considerou o coordenador do projeto, realçando: “muitas das pessoas que vemos nas aulas já vêm a pé ou de bicicleta, caminham até ao concelho vizinho, até à praia e outras complementam com outras modalidades em instituições”.
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Quanto às instalações, Estêvão Liberal defende que têm dado resposta às necessidades do projeto “Vida Ativa com desporto”, sublinhando as melhorias efetuadas. “As instalações têm dado resposta, se continuar a crescer poderemos ter de pensar em outras soluções, mas para já o pavilhão e as piscinas têm dado condições e melhorado os espaços”. Também pelo Centro Social Bonitos de Amorim, mas a praticar há um ano, Maria do Carmo revelou que já se sente melhor a nível físico. A utente prefere as aulas de hidroginástica e elogia os professores. “Noto algumas diferenças porque tenho problemas de saúde e isto ajuda muito. Gosto de tudo, piscina e ginástica, e sintome muito bem, revelando a simpatia dos professores durante todo o projeto”. Cristina Sá, colaboradora do Centro Social Bonitos de Amorim, acompanha os cerca de 15 utentes da instituição durante as aulas, para os ajudar e apoiar também os professores com as patologias de alguns dos idosos. “Temos utentes que padecem de dificuldades motoras e temos dois utentes que frequentam a ginástica e a piscina que têm Alzheimer e nós acompanhamos para que eles possam ficar melhor preparados e temos que salvaguardar também os professores que dão as aulas”. Segundo Cristina Sá, os utentes sentem falta das aulas nas férias, sobretudo do verão. “Referem que sentem mais dificuldades porque estão mais presos e gostam muito das atividades. Acho que há mais adesão à ginástica e não tanto à piscina, porque se sentem mais
à vontade”. A Argevadi (Instituição Particular de Solidariedade Social) possibilita a 31 pessoas, distribuídas em duas
turmas, a participação no projeto e Manuel Matos, da direção da instituição sublinhou o apoio da autarquia no transporte. “As pessoas gostam muito e têm aderido. Há a facilidade do transporte, suportado pela Câmara Municipal que ajuda muito e permite às pessoas frequentar. Nota-se muitas melhorias nas pessoas, ficam contentes por vir para aqui”. A direção da Argevadi organiza ao longo do ano várias atividades desportivas, como caminhadas e aulas de zumba, num complemento a este projeto que, consideram, “tem tudo para continuar”.
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“A Póvoa tem este fenómeno positivo de ter tanta gente a praticar desporto que não chegam os equipamentos”
“Vir para Póvoa de Varzim facilita muito aos pais e tem ajudado ao crescimento do clube” O CKA (Centro de Karate Aguçadourense) começou a sua atividade há 6 anos, com cerca de 50 atletas. Hoje conta com o dobro de praticantes e todas as semanas, divididos por turmas, os karatecas treinam no Pavilhão Municipal. “Há dois anos que treinamos no Pavilhão Municipal, um investimento municipal anual de perto de 30 mil euros, o que tem ajudado muito no crescimento do clube porque divulga mais o seu nome, é mais central e para os pais facilita porque é mais perto para apanhar os miúdos”, revelou Vítor Poças, presidente do CKA. A coletividade utiliza uma sala naquele equipamento, e adiantou que por vezes é difícil coordenar todos os atletas ali. “O espaço não é muito, e às vezes temos 50 atletas a treinar em 90 metros quadrados, mas temos que conseguir, dividimos em grupos e treinamos. Precisávamos de um espaço maior, é certo, mas este tem ajudado muito já”. Além dos treinos, o CKA participa e organiza competições,
O Clube Desportivo da Póvoa (CDP) movimenta 600 atletas, distribuídos por oito modalidades. Apesar de contar com instalações com pavilhão e piscina, o número de atletas obriga a que usem mais espaços na cidade, como o Pavilhão Municipal, para as modalidades de voleibol e basquetebol, e o Estádio Municipal, para o atletismo e para treinos, as escolas de Desterro, Cego do Maio e Aver-o-Mar, cujos custos de utilização são suportados pelo município num total perto de 100 mil euros anuais. O clube tem ainda acordos diretos com as escolas Eça de Queirós e Rocha Peixoto, para utilização dos seus pavilhões também para treinos. Cerca de 400 atletas treinam assim “fora de casa”. “Todos os anos fazemos esta ginástica de treinos porque há também mais associações a crescer, com toda a legitimidade e é bom, e precisam de espaços para treinar”, contou Caldeira Figueiredo, presidente do clube, sublinhando as condições das instalações cedidas pelo município. “As condições, tanto do estádio como do pavilhão são ótimas, mas precisávamos de mais tempo de ocupação”. O clube, segundo o presidente, tem em mãos um projeto para o alargamento das suas instalações, que consiste na construção de um novo espaço, três vezes maior que o atual, junto ao Parque da Cidade. “O projeto surge da necessidade de albergar todos os atletas e com o alargamento íamos libertar também outros espaços que usamos para outras instituições. O CDP pode ser um clube estratégico porque vai desocupar os espaços. o projeto depende da imobiliária e por isso teve um abrandamento neste período, mas não está esquecido porque o clube tem de continuar a crescer. Há muita procura pelas nossas modalidades, outras estão condicionadas com o hóquei, que ocupa muito a casa”.
Andebol DA PÓVOA DIVIDE-SE PELOS pavilhÕES MUNICIPAL E ESCOLAR O Clube de Andebol da Póvoa de Varzim já existe há 12 anos e este ano recebeu um apoio direto da autarquia no valor de 15 mil euros. O clube conta já com sete escalões, seis dos quais em competições, envolvendo cerca de 120 atletas, desde o escalão de bambis aos seniores. Atualmente, os praticantes desta modalidade treinam no pavilhão desportivo da Escola Básica Flávio Gonçalves e realiza os jogos dos vários campeonatos no Pavilhão Municipal da Póvoa de Varzim. A utilização de ambos os equipamentos traduz-se num investimento da Câmara Municipal de 36 mil euros anuais a acrescer à verba referida anteriormente. Para o presidente do clube, José Oliveira Pereira, o apoio é fundamental, mas apela à criação de um novo espaço para treinos, com melhores condições. O andebol precisa, e já transmitimos essa necessidade ao senhor presidente da Câmara, de um pavilhão para treinar.
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Estamos a treinar dois escalões ao mesmo tempo”. “Temos um clube sustentado, a aumentar o número de atletas e a ter um trabalho interessante na captação, desenvolvendo protocolos com escolas e colégios porque a nossa aposta é a formação e vai continuar a ser”, assegurou o dirigente.
“Se não tivéssemos estes espaços para treinar não dávamos resposta aos atletas”
No fundo, o presidente sublinhou que “o espaço desportivo na Póvoa de Varzim é muito generoso, mas atualmente revela-se diminuto”. Por outro lado, em termos da utilização da piscina, Caldeira Figueiredo apelou a uma maior utilização, mesmo através de protocolos com o município, para rentabilizar o espaço. “Temos pouca utilização da piscina e até gostávamos que a Câmara Municipal nos enviasse escolas e pessoas com protocolos para ajudar na sustentabilidade do equipamento”.
como a que vai acontecer entre 9 e 11 de outubro. “Teremos um curso de arbitragem, formação e um campeonato nesse fim de semana, com a presença de outros clubes e isso vai dinamizar também a cidade”, adiantou Vítor Poças.
Também a aumentar o número de atletas está o Póvoa Futsal, que movimenta já mais de 200 jovens, entre o clube e a academia. O Clube utiliza para treinos o Pavilhão Municipal e as escolas Cego do
Maio, Aver-o-Mar e Beiriz, sendo os custos de utilização suportados na totalidade pela Câmara Municipal, num valor que ascende os 86 mil euros anuais. “Todos os dias os nossos atletas treinam ao final do dia. Temos 10 escalões a competir, mais a academia, e se não houvesse espaços para treinar não dávamos resposta. De há dois anos para cá tem aparecido mais atletas e até temos de ver bem porque daqui a pouco não temos espaço para treinar, porque sabemos que os outros clubes também precisam do espaço”, confessou João Rocha, presidente do clube, acrescentando: “o ideal seria haver mais espaços, mas temos de trabalhar com o que temos e muito esforço faz a autarquia para coordenar os clubes e os jogos de todas as modalidades. Ao fim de semana temos de conjugar sete a oito jogos em casa e às vezes não é fácil”.