N 23 | Janeiro 2016 | edição cm póvoa de varzim De 23 a 27 de fevereiro, realiza-se, na Póvoa de Varzim, a 17ª edição do Correntes d’Escritas. Serão cinco dias passados pelos escritores a apresentar livros, falar sobre os temas das Mesas e, principalmente, conviver com os seus leitores. A proximidade entre autores e público é o que distingue este evento de outros do género. Ao longo dos anos, o Correntes d’Escritas tem sido apelidado de milagre por diversas vezes. De facto, nos anos em que aconteceu no Auditório Municipal, na edição que decorreu no Axis Vermar e no ano passado, no Garrett, os lugares disponíveis foram sempre escassos para o número de pessoas que quiseram assistir às iniciativas. A empatia criada entre os membros da organização, os convidados e o público também tem sido abordado pelos escritores, editores e jornalistas quando questionados sobre o sucesso do evento. Da programação deste ano, adiantamos-lhe que a Conferência de Abertura será proferida por José Tolentino Mendonça, no Cine-Teatro Garrett. Poeta, sacerdote e professor, José Tolentino Mendonça nasceu em 1965, na Ilha da Madeira. Doutorado em Teologia Bíblica, em Roma, volta para Lisboa e nesta cidade torna-se capelão e docente da cadeira de Teologia Bíblica na Universidade Católica. Padre desde os 24 anos de idade, José Tolentino Mendonça afirma que a sua vocação religiosa “foi uma coisa da juventude, inconsequente, imprudente, inesperada, que eu procuro manter. Ser padre é (...) aceitar a pobreza como condição. E a pobreza é uma coisa chata de viver. É achar que isso pode ser uma forma de dizer alguma coisa ao seu tempo. “. Editou o seu primeiro livro de poesia Os Dias Contados em 1990 e, desde então, tem diversificado a sua obra como poeta, ensaísta e tradutor. Avançamos também que a Revista Correntes d’Escritas, lançada na
Cerimónia de Abertura do evento, no Casino da Póvoa, é, este ano, dedicada a António Lobo Antunes, um dos romancistas portugueses mais traduzidos, formado em Medicina Psiquiátrica, vencedor de inúmeros prémios, entre os quais, em 2007, do Prémio Camões, o mais reconhecido galardão literário do país. Nesta sessão será, como habitualmente, feito o anúncio do vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa. Os finalistas são: A Casa Azul, Cláudia Clemente, Planeta; A Desumanização, de Valter Hugo Mãe, Porto Editora; A Liberdade de Pátio, de Mário de Carvalho, Porto Editora; A Rainha Ginga, de José Eduardo Agualusa, Quetzal; As Leis da Fronteira, de Javier Cercas, Assírio & Alvim; Barba Ensopada De Sangue, de Daniel Galera, Quetzal; Cláudio e Constantino, de
Luísa Costa Gomes, Dom Quixote; Da Família, de Valério Romão, Abysmo; Gente Melancolicamente Louca, de Teresa Veiga, Tinta da China; Hereges, de Leonardo Padura, Porto Editora; O Sonho Português, de Paulo Castilho, Dom Quixote; Os Memoráveis, de Lídia Jorge, Dom Quixote; Tudo são Histórias de Amor, de Dulce Maria Cardoso, Tinta da China. O Júri, constituído por Carlos Vaz Marques, Helena Vasconcelos, Isabel Pires de Lima, João Rios e José Manuel Fajardo, selecionou 13 finalistas de uma lista de 170 obras a concurso. O Prémio, no valor de 20 mil euros, será entregue na Sessão de Encerramento. Mas, o certame inclui, ainda, outros prémios literários. Até 5 de fevereiro, professores e alunos do 4.º ano de escolaridade do Ensino Básico ainda poderão concorrer
ao Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas Porto Editora que, este ano, conta com novo apoio, desta feita, do Diário de Notícias que fará a sua divulgação e fará parte do Júri. Este concurso irá distinguir um conto inédito, em língua portuguesa, escrito e ilustrado por alunos do 4.º ano, num trabalho coletivo supervisionado pelo respetivo professor. Para além deste, o Encontro irá atribuir o Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus ao melhor conto escrito por jovens e o Prémio Fundação Dr. Luís Rainha ao melhor romance, contos ou poesia sobre a Póvoa de Varzim. Ambos no valor de 1000 euros. Tal como o Prémio Literário Casino da Póvoa, os vencedores serão conhecidos na Cerimónia Oficial de Abertura do Correntes d’Escritas, no Casino da Póvoa.