MONTAGEM PASSO E PASSO

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Montagem passo a passo Montar um PC é muito mais simples do que pode parecer à primeira vista. Com a evolução da tecnologia, praticamente todos os componentes foram padronizados, fazendo com que praticamente qualquer placa de video, som, modem, etc. que se possa encontrar à venda possa ser usada em qualquer placa mãe. A única possível incompatibilidade diz respeito às placas ISA, pois muitas placas mãe atuais vem apenas com slots PCI.

PCI X AGP

ISA Em termos de memória, temos um cenário parecido. Com excessão das raríssimas placas mãe que usam memórias Rambus, todas as placas mãe atuais utilizam os módulos de memória DIMM SDRAM, bastando comprar memórias com uma velocidade adequada à placa mãe. Na dúvida, compre logo memórias PC-133, que por serem as mais rápidas, podem trabalhar em qualquer placa mãe atual. No ramo dos discos rígidos novamente temos um cenário muito bem definido, com apenas dois padrões diferentes, o IDE e o SCSI. Os discos IDE são de longe os mais comuns, e qualquer placa mãe já vem com duas controladoras IDE embutidas, além de já vir com o cabo IDE, ou seja, ao usar um HD IDE você só terá mesmo o trabalho de configura-lo. No caso de um HD SCSI, você precisará comprar uma controladora SCSI separada. Não é difícil diferenciar HDs dos dois padrões, pois o cabo dos HDs SCSI é bem mais largo. A maior dificuldade reside sobre os processadores, já que atualmente quase todo novo processador lançado traz junto um novo padrão de placa mãe que possa suporta-lo. Para verificar quais placas mãe suportam quais processadores, basta seguir as dicas do capítulo sobre processadores.

Montando A primeira coisa a saber sobre montagem de computadores é sobre a eletricidade estática. A estática surge devido ao atrito e é facilmente acumulada por nosso corpo, principalmente em ambientes muito secos. Você já deve ter feito, ou visto alguém fazer, aquela brincadeira de esfregar as mãos no cabelo ou num pedaço de lã e conseguir aplicar um choque sobre um amigo apenas por tocá-lo. Os componentes das placas de um computador são bastante sensíveis à cargas elétricas, podendo ser facilmente danificados por um choque como este.


Ao manusear o hardware, vale à pena tomar certos cuidados para evitar acidentes. O primeiro é sempre ao manusear placas, ou módulos de memórias, tocá-las pelas bordas, evitando contato direto com os chips e principalmente com os contatos metálicos. Assim, mesmo que você esteja carregado elétricamente, dificilmente causará qualquer dano, já que a fibra de vidro que compõe as placas é um material isolante. Outro cuidado é não utilizar blusas ou outras peças de lã enquanto estiver manuseando os componentes, pois com a movimentação do corpo, estas roupas ajudam a acumular uma grande quantidade de eletricidade. Evite também manusear componentes em locais com carpete, especialmente se estiver descalço. Também é recomendável descarregar a eletricidade estática acumulada antes de tocar os componentes, tocando em alguma peça de metal que esteja aterrada, que pode ser um janela ou grade de metal que não esteja pintada. Outra solução seria utilizar uma pulseira antiestática que pode ser adquirida sem muita dificuldade em lojas especializadas em informática. Esta pulseira possui um fio que deve ser ligado a um fio terra, eliminando assim qualquer carga elétrica do corpo. Na falta de algo de metal que esteja aterrado ou uma pulseira antiestática, você pode descarregar a estática, embora de maneira não tão eficiente, simplesmente tocando em alguma parte do gabinete que não esteja pintada com as duas mãos por alguns segundos. Ao contrário do que pode parecer, não são tão comuns casos de danos a componentes devido à eletricidade estática, por não ser tão comum conseguirmos acumular grandes cargas em nosso corpo. Alguns especialistas chegam a afirmar que a eletricidade estática não chega a ser um perigo real, geralmente argumentando que ao abrir o gabinete para mexer no hardware, o usuário invariavelmente toca em partes não pintadas deste, o que por si já ajudaria a descarregar a estática. De qualquer maneira, vale à pena tomar cuidado. Os componentes mais sensíveis à estática são os módulos de memória. O pior neste caso é que o mais comum não é o módulo se queimar completamente, mas sim ficar com alguns poucos endereços danificados, ou seja ao ser usado, o módulo irá funcionar normalmente, mas o micro ficará instável e travará com frequência, sempre que os endereços defeituosos forem acessados. Se o Windows começar a apresentar telas azuis e travamentos com muita frequência os principais suspeitos são justamente os módulos de memória. É muito comum comprar módulos de memória danificados em lugares onde os vendedores manuseiam os componentes sem cuidado algum. Fica a dica...

Certo

Errado!


Iniciando a montagem Para montar um micro, não é preciso muitas ferramentas. Uma chave de fenda estrela e outra comum de tamanho médio, junto com um pouco de pasta térmica já dão conta do recado. Algumas outras ferramentas como chaves hexagonais (ou chaves “canhão”), pinças, um alicate de ponta fina e um pega-tudo também são bastante úteis. Os parafusos necessários acompanham o gabinete, a placa mãe e demais componentes, apesar algumas lojas também venderem parafusos avulsos.

Kit de ferramentas Podemos utilizar as chaves hexagonais para remover ou apertar a maioria dos parafusos, em especial os que prendem os fios das saídas seriais e paralelas do micro que só podem ser removidos com este tipo de chave, ou então um alicate. Outros parafusos, como os que prendem a tampa do gabinete, possuem encaixes tanto para chaves estrela, quanto chaves hexagonais. As pinças e o alicate são muito úteis para mudar a posição de jumpers em lugares de difícil acesso, enquanto o pega-tudo é útil para conseguir alcançar parafusos que eventualmente caiam no interior do gabinete. Outra utilidade para ele é segurar parafusos destinados a lugares de difícil acesso, como os que prendem a parte frontal do gabinete, a fim de conseguir apertá-los usando a chave de fenda. Para iniciar a montagem, o primeiro passo é abrir o gabinete e desprender a chapa de metal onde encaixaremos a placa mãe. Após encaixada a placa mãe na chapa de metal, podemos realizar várias etapas da montagem antes de novamente prender a chapa ao gabinete, assim teremos muito mais facilidade para encaixar as memórias, processador, encaixes do painel do gabinete, cabos flat e também (caso necessário) para configurar os jumpers da placa mãe. Para prender a placa mãe à chapa de metal do gabinete, utilizamos espaçadores e parafusos hexagonais. Os espaçadores são peças plásticas com formato um pouco semelhante a um prego, que são mais usados em gabinetes e placas soquete 7.


Nos gabinetes ATX o mais comum é o uso dos parafusos, não se preocupe, pois o gabinete acompanha os encaixes adequados. Não existe nada de muito especial nesta parte da montagem, mas para tirar qualquer dúvida que possa ter, vou dividir a explicação em duas partes, falando sobre gabinetes AT e ATX.

Gabinete AT Iniciando a montagem, o primeiro passo é abrir o gabinete e desprender a chapa de metal onde encaixaremos a placa mãe:

Para prender a placa mãe à chapa de metal do gabinete, utilizamos espaçadores e parafusos hexagonais. Os espaçadores são peças plásticas com formato um pouco semelhante a um prego. A parte pontiaguda deve ser encaixada nos orifícios apropriados na placa mãe, enquanto a cabeça deve ser encaixada nas fendas da chapa do gabinete. A placa mãe não ficará muito fixa caso usemos apenas os espaçadores. Para mantê-la mais firme, usamos também alguns parafusos hexagonais. O parafuso é preso à chapa do gabinete, sendo a placa mãe presa a ele usando um segundo parafuso. Dois parafusos combinados com alguns espaçadores são suficientes para prender firmemente a placa mãe. Prender a placa mãe à chapa do gabinete, é uma das etapas mais complicadas da montagem. O primeiro passo é examinar a placa mãe e a chapa para determinar onde a furação de ambas se combina. Para apoiar melhor a placa mãe, você também pode cortar o pino superior de alguns espaçadores, usando um faca, tesoura ou estilete, e usá-los nos orifícios da placa mãe que não tem par na chapa. O primeiro passo para fixar a placa mãe à chapa do gabinete é verificar em que pontos a furação se combina:


O próximo passo é encaixar os espaçadores na placa mãe:

... e os parafusos hexagonais nos orifícios da chapa que correspondem aos encontrados na placa mãe.

Agora basta apenas encaixar a placa mãe. Nesta foto temos um espaçador sendo encaixado numa fenda da chapa do gabinete:

Finalizando o encaixe, temos agora apenas que parafusar a placa mãe onde colocamos parafusos hexagonais:


Gabinete ATX: A forma de encaixe pode variar um pouco de acordo com o gabinete. Em alguns gabinetes a chapa de metal é fixa, obrigando a fazer todo o trabalha-lho sem removê-la. Em outros a chapa pode ser removida, como nos AT, mas em qualquer um dos casos, os gabinetes ATX são bem maiores que os AT, o que facilita bastante a montagem. O procedimento continua sendo o mesmo, abrir o gabinete, soltar a chapa (se o gabinete permitir), prender os parafusos ou encaixes que vieram com o gabinete e, finalmente, encaixar e aparafusar a placa mãe.

Outra coisa prática nas placas ATX é que os encaixes das placas paralelas, seriais, USB, teclado e em alguns casos também som e rede onboard são dispostas na forma de um painel que é encaixado diretamente no gabinete. Não é preciso encaixar e prender um monte de cabos, como nos gabinetes AT.

Encaixando o processador Com a placa mãe firmemente presa à chapa de metal do gabinete, podemos continuar a montagem, encaixando o processador. Para encaixar um processador soquete 7, ou então um Celeron PPGA ou Pentium III FC-PGA, basta levantar a alavanca do soquete ZIF, encaixar o processador e baixar a alavanca para que ele fique firmemente preso. Não se preocupe em encaixar o processador na posição

possuem um pino a menos, bastando que os cantos coincidam.

errada, pois um dos cantos do processador e do soquete

O processador deve encaixar-se suavemente no soquete. Se houver qualquer resistência, certifique-se que está encaixando o processador do lado correto e veja se o processador não está com nenhum pino amassado. Se estiver você pode tentar acertá-lo usando uma pequena chave de fenda ou outro objeto de metal, tome apenas o cuidado de antes descarregar a estática, e principalmente, de não quebrar o pino, caso contrário, o processador será inutilizado.


Para resfriar o processador quando em uso, devemos adicionar o cooler sobre ele. O mais comum é o cooler ser afixado ao soquete usando uma presilha metálica, como na foto. Caso o seu processador seja In-a-Box, você não precisará se preocupar em instalar o cooler, pois ele já virá preso ao processador. Não se esqueça também de ligar o fio do cooler no conector apropriado.

Conector de força do cooler.


A instalação do cooler requer um certo cuidado, pois atualmente os coolers precisam exercer uma pressão muito forte sobre o processador para atingir sua máxima eficiência, por isso vêm com grampos muito duros. Na maioria dos coolers atuais não é possível prender o grampo com a mão, você precisará usar uma chave de fenda. É aí que mora o perigo. Com a pressão que é necessário exercer para prender o cooler é comum da chave de fenda escapar e danificar a placa mãe.

Local onde é encaixada a ponta da chave de fenda Além do cuidado habitual, uma pequena dica é que você utilize uma placa de fenda com uma ponta grande e grossa, o que melhora o apoio dificultando as escapadas. As chaves mais baratas costumam ser melhores para isso, pois têm justamente estas características. Outra coisa com que se preocupar, é que nos processadores Athlon, Duron, Pentium III e Celeron em formato soquete não existe nenhuma proteção sobre o núcleo do processador. Se você fizer muita pressão ao instalar o cooler, você pode quebra-lo, inutilizando o processador. Ao instalar o cooler, faça pressão apenas sobre o grampo e não sobre o cooler em sí.

Encaixando processadores em formato de cartucho Ao contrário dos demais processadores que usam o soquete 7, o Pentium II e os Athlons antigos, assim como os modelos antigos do Celeron e do Pentium III, usam um encaixe diferente, respectivamente o slot 1 no caso dos processadores Intel e slot A no caso do Athlon. Ambos os encaixes são muito parecidos, mudando apenas a posição do chanfro central. O primeiro passo é encaixar os suportes plásticos que servem de apoio ao processador, caso eles já não tenham vindo presos à placa mãe. Estes suportes são necessários pois estes processadores, devido ao seu invólucro metálico e ao cooler, são muito pesados, e poderiam mover-se com a movimentação do gabinete coso não tivessem uma fixação especial, gerando mal contato. Além do suporte principal, que é parafusado ao slot 1, usamos um segundo suporte, que é encaixado nos orifícios que ficam em frente a ele. A função deste suporte secundário é servir de apoio para o cooler, tornando ainda mais firme o encaixe.


O suporte é preso à dois orifícios na placa mãe usando presilhas. Pra encaixa-lo, basta soltar as duas presilhas, encaixa-las na placa mãe, encaixar o suporte e em seguida novamente parafusa-lo às presilhas. Após prender os suportes à placa mãe, basta apenas encaixar o processador como um cartucho de vídeo game. Não se preocupe, não há como encaixar o processador de maneira errada, pois as fendas existentes no encaixe permitem que o processador seja encaixado apenas de um jeito. Não esqueça também de ligar o cabo de força do cooler ao conector de 3 pinos ao lado do encaixe

Encaixando o Pentium II Desencaixar o processador neste caso, é uma tarefa um pouco mais complicada, pois ao mesmo tempo você deverá empurrar para dentro as duas travas que existem na parte superior do processador e puxá-lo. Você pode usar os dedos indicadores para empurrar a trava enquanto segura o processador com os polegares e os dedos médios.

Encaixando os módulos de memória O encaixe dos módulos de memória é uma operação bastante simples. Para encaixar um módulo de 30 ou 72 vias, basta primeiro encaixá-lo inclinado no soquete, empurrando-o a seguir para que assuma sua posição vertical.

Para evitar que o módulo seja encaixado invertido, basta verificar a saliência que existe num dos lados do pente, que deve corresponder à fenda encontrada em um dos lados do soquete:


Algumas vezes, em placas de baixa qualidade, ao empurrar o módulo você encontrará alguma resistência. Forçar poderia danificar o encaixe. Neste caso, puxe ambas as presilhas com os polegares e use os indicadores para empurrar o módulo. Encaixar módulos DIMM de 168 vias também é bastante simples. Solte as travas plásticas do soquete, encaixe o módulo, como um cartucho de vídeo game, e em seguida feche as travas prendendo-o ao soquete. Não há como encaixar o módulo ao contrário, pois, devido à posição das saliências no soquete, ele só encaixa numa posição.

As saliências encontradas nos soquetes de memórias DIMM impedem que os módulos sejam encaixados invertidos. Por isso, para encaixar os módulos de memória, basta abrir as travas plásticas e encaixar as memórias da mesma forma que um cartucho de vídeo game. Faça força com ambos os polegares e ao mesmo tempo puxe as travas usando os indicadores. Se preferir, você pode também encaixar primeiro um lado e depois o outro, fazendo movimentos alternados. As travas fecharão conforme os módulos forem sendo encaixados.

Configuração dos jumpers Atualmente, as placas mãe oferecem suporte à vários processadores. Numa placa soquete 7 um pouco mais antiga, equipada com o chipset i430FX, i430VX, i430TX, i430HX ou equivalentes de outros fabricantes, por exemplo, podemos usar geralmente desde um Pentium de 75 MHz, até um Pentium 200 ou mesmo um 233 MMX, bastando para isso configurar corretamente jumpers encontrados na placa. Numa placa mãe soquete 7 mais recente, você já poderá usar até um K6-2 550, enquanto uma placa slot 1 mais moderna permitirá o uso de até um Pentium III. Apesar de toda a sua fama, os jumpers são uma espécie em extinção atualmente, pois em praticamente todas as placas mães atuais toda a configuração é feita através do Setup. Em geral o único jumper encontrado em uma placa mãe moderna


será o jumper para limpar o CMOS, útil caso você configure algo errado no Setup e a placa fique travada. De qualquer forma, quem trabalha com manutenção de micros acabará trabalhando muito mais com aparelhos antigos do que com micros novos, acabando por conviver intensamente com os velhos jumpers. Pois bem, as páginas a seguir tratam justamente da configuração destas pecinhas chatas. Lembre-se que você só usará as informações a seguir em placas antigas. Como já vimos, os jumpers são pequenas peças plásticas, internamente metalizadas que servem para criar uma corrente elétrica entre dois contatos. Através do posicionamento dos jumpers, informamos à placa mãe como ela deve operar. A configuração dos jumpers é a parte da montagem que exige maior atenção, pois uma configuração errada fará com que o micro não funcione adequadamente, podendo inclusive danificar componentes em casos mais extremos; configurando para o processador uma voltagem muito maior do que o normal, por exemplo. Para saber a configuração correta de jumpers para a sua máquina, você deve consultar o manual da placa mãe. Note que cada jumper recebe um nome, como JP8, JP13, etc. Estes nomes servem para nos ajudar a localizar os jumpers na placa mãe. Para saber a configuração correta de jumpers para a sua máquina, você deve consultar o manual da placa mãe. Como exemplo vou usar o manual de uma placa VX-Pro, o que lhe dará uma boa base para configurar qualquer placa mãe com a ajuda do respectivo manual. Escolhi o manual desta placa, pois está entre as soquete 7 antigas mais comuns, as que você terá como companheiras com mais frequência :-) Apesar do manual da placa ser bastante resumido (trata-se de uma placa de baixa qualidade), encontramos duas páginas dedicadas a nos ajudar a configurar os jumpers da placa, que podem ser vistas a seguir:


No manual da placa, além de tabelas contendo informações sobre o posicionamento dos jumpers, você irá encontrar um diagrama da placa mãe que indica a localização de cada jumper na placa. Este diagrama não mostra apenas a posição dos jumpers, mas nos ajuda a localizar portas seriais, paralelas, interfaces IDE, assim como os encaixes para o painel do gabinete.

De posse do esquema dos jumpers e do diagrama da placa, fica fácil localizar a posição dos jumpers na placa mãe. Uma última coisa a ser observada, é a marcação do pino 1, que indica o lado correto.


A posição do pino 1 deve coincidir no esquema dos jumpers e no diagrama da placa, para evitar que invertamos a posição dos jumpers.

Agora que já localizamos os jupers responsáveis pela configuração dos recursos da nossa placa mãe, vamos configurá-los.

Freqüência do Processador No capítulo sobre processadores, vimos que os processadores atuais usam um recurso chamado multiplicação de clock. Isto significa que o processador internamente trabalha a uma frequência maior do que a placa mãe. Um Pentium 200, por exemplo, apesar de internamente funcionar a 200 MHz, comunica-se com a placa mãe a apenas 66 MHz. A frequência de operação do processador é chamada de clock interno (Internal clock), enquanto que a frequência da placa mãe é chamada de clock externo (External clock). Continuando a tomar o Pentium 200 como exemplo, percebemos que a velocidade interna do processador (200 MHz) é 3 vezes maior que a da placa mãe (66 MHz), dizemos então que no Pentium 200 o multiplicador é 3x. Num Pentium 166, o multiplicador será de 2.5x, já que a frequência do processador (166 MHz) será 2.5 vezes maior do que a da placa mãe (66 MHz). Nos micros equipados com processadores Pentium, o clock da placa mãe pode ser configurado como 50 MHz, 60 MHz, 66 MHz e, dependendo da placa mãe, também como 55 MHz, 75 MHz e 83 MHz. Placas mãe mais recentes já suportam operar também a 100 MHz, sendo que algumas atingem também 103, 112 e 120 MHz. Às vezes, é possível configurar um processador de duas maneiras diferentes. Um Pentium 100, por exemplo, pode ser configurado tanto com um multiplicador de 2x e clock externo de 50 MHz, quanto com um multiplicador de 1.5x e clock externo de 66 MHz. Neste caso, a segunda opção é recomendável, pois apesar do processador continuar trabalhando na mesma frequência, os demais componentes do micro passarão a trabalhar 33% mais rápido, melhorando perceptivelmente a performance global do equipamento. Placas um pouco mais antigas, são capazes de suportar multiplicadores de até 3x, porém, configurando o multiplicador como 1.5x, podemos instalar nelas o 233


MMX. Isso acontece por que este processador reconhece o multiplicador de 1.5x como 3.5x, com o objetivo de manter compatibilidade com estas placas mais antigas. Processadores similares, como o K6 de 233 MHz utilizam este mesmo recurso. Apesar da Intel ter abandonado a fabricação do MMX após a versão de 233 MHz, passando a fabricar somente o Pentium II que usa placas equipadas com o slot 1, a Cyrix e a AMD continuaram a lançar processadores soquete 7 com clocks maiores. Para usar estes processadores, você precisará de uma placa mãe super-7, que suporte multiplicadores superiores a 3x e Bus de 100 MHz. Segue agora, uma tabela com a configuração do multiplicador e do clock externo de vários processadores.

Processador Clock interno Multiplicador

Pentium

75 MHz

1.5x

50 MHz

100 MHz

1.5x

66 MHz

120 MHz

2x

60 MHz

133 MHz

2x

66 MHz

150 MHz

2.5x

60 MHz

166 MHz

2.5x

66 MHz

200 MHz

3x

66 MHz

166 MHz

2.5x

66 MHz

3x

66 MHz

Pentium MMX 200 MHz

Celeron

Pentium II

AMD K6

Clock externo

233 MHz

3.5x (configurado como 1.5x) 66 MHz

266 Mhz

4x

66 MHz

300 MHz

4.5x

66 MHz

466 Mhz

7x

66 MHz

500 MHz

7.5x

66 MHz

533 MHz

8x

66 MHz

566 MHz

8.5x

66 MHz

600 MHz

9x

66 MHz

233 MHz

3.5x

66 MHz

266 MHz

4x

66 MHz

300 MHz

4.5x ou 3x

66 MHz ou 100MHz

333 MHz

5x

66 MHz

350 MHz

3.5

100 MHz

400 MHz

4x

100 MHz

450 MHz

4.5x

100 MHz

166 MHz

2.5x

66 MHz

200 MHz

3x

66 MHz

233 MHz

3.5x (configurado como 1.5x) 66 MHz

266 MHz

4x

66 MHz


AMD K6-2

300 MHz

4.5 ou 3x

66 MHz ou 100 MHz

300 MHz

4.5x ou 3x

66 MHz ou 100 MHz

350 MHz

3.5x

100 MHz

400 MHz

4x

450 Mhz

4.5x

500 MHz

5x

100 MHz

Os processadores Cyrix são uma exceção a esta regra, pois não são vendidos segundo sua freqüência de operação, mas sim segundo um índice Pr, que compara seu desempenho com um processador Pentium. Um 6x86 MX Pr 233 por exemplo, opera a apenas 187 MHz, usando multiplicador de 2.5x e clock externo de 75MHz, existindo também versões que operam a 200 MHz, usando multiplicador de 3x e clock externo de 66 MHz.

Processador

Clock interno

Multiplicador Clock externo

6x86 MX Pr 166 133 ou 150 MHz 2x ou 2.5x

66 ou 60 MHz

6x86 MX Pr 200 166 MHz

166

2.5x

6x86 MX Pr 233 187 ou 200 MHz 2.5x ou 3x

75 ou 66 MHz

6x86 MX Pr 266 225 ou 233 MHz 3x ou 3.5x

75 ou 66 MHz

6x86 MII Pr 300 225 ou 233 MHz 3x ou 3.5x

75 ou 66 MHz

6x86 MII Pr 333 250 MHz

2.5x

100 MHz

6x86 MII Pr 350 300 MHz

3x

100 MHz

No caso do Pentium II, Pentium III, Celeron e AMD Athlon, as placas mãe são capazes de detectar automaticamente a frequência de operação do processador, não exigindo qualquer intervenção, a não ser claro que você pretenda fazer overclock.

Voltagem do Processador

Por serem produzidos utilizando-se técnicas diferentes de fabricação, modelos diferentes de processadores demandam voltagens diferentes para funcionar corretamente. Como sempre, as placas mãe, a fim de manter compatibilidade com o maior número possível de processadores, oferecem a possibilidade de escolher através da configuração de jumpers entre várias voltagens diferentes. Usar uma voltagem maior que a utilizada pelo processador, causará superaquecimento, que em casos extremos, pode até causar danos, ou mesmo inutilizar o processador. Caso a voltagem selecionada não seja suficiente, o processador ficará instável ou mesmo não funcionará. No manual da placa mãe, encontraremos informações sobre as voltagens suportadas, assim como a configuração adequada de jumpers para cada uma.


Voltagem para o Pentium clássico (P54C) Existem dois tipos de processadores Pentium, que apesar de possuírem performance idêntica, usam técnicas de fabricação ligeiramente diferentes, operando por isso, com voltagens diferentes. Os processadores VRE usam voltagem de 3.5v, enquanto os STD operam usando voltagem de 3.3v. Para saber se o seu processador Pentium é VRE ou STD, basta olhar as inscrições em sua parte inferior. Aqui estão escritos vários dados referentes ao processador. Na terceira linha por exemplo, “A80502133” os três últimos dígitos indicam a freqüência do processador, no caso um Pentium 133. Na 4º linha, SY022/SSS, a primeira letra após a barra indica o tipo do processador. Se for um “S”, trata-se de um processador STD, e se for um “V” trata-se de um processador VRE. Muitas placas mãe para Pentium oferecem apenas voltagem de 3.5 volts, não disponibilizando os 3.3 V ideais para o funcionamento de processadores STD. Mesmo que o seu processador seja STD, você pode setar a voltagem para 3.5 volts e usá-lo neste tipo de placa. Teoricamente este pequeno aumento na voltagem causaria um aumento na temperatura de operação do processador, justamente por não ser a voltagem ideal para o seu funcionamento. Na prática porém, esta configuração não causa danos, podendo ser usada sem maiores problemas.

Voltagem para o Pentium MMX (P55C)

O Pentium MMX utiliza voltagem de 2.8v. Na verdade, esta voltagem é utilizada apenas pelo core, ou núcleo do processador. Os circuitos que fazem a comunicação do processador com o chipset e demais componentes do micro funcionam usando 3.3 volts, como o Pentium STD. Por isso, dizemos que o MMX usa voltagem dual. Como as instruções MMX são apenas software, este processador não exige nenhum suporte especial por parte da placa mãe. Qualquer placa que ofereça suporte ao Pentium 200, também suportará os processadores MMX de 166, 200 e inclusive a versão de 233 MHz, bastando neste último caso setar o multiplicador como 1.5x. O único problema é justamente a voltagem. Nem todas as placas mãe antigas oferecem a voltagem dual exigida pelo MMX, o que nos impede de usá-las em conjunto com estes processadores. Mais uma vez, basta verificar no manual se a placa mãe oferece os 2.8 volts usados pelo MMX e qual é o jumper a ser configurado.


Voltagem no AMD K6 Felizmente, os processadores K6 trazem estampada a voltagem utilizada em sua face superior, caso contrário, seria bem difícil determinar corretamente a voltagem utilizada por um determinado processador desta série. Nas primeiras versões do K6, a AMD usou duas técnicas ligeiramente diferentes de produção, batizadas de ALR e ANR. Os processadores ALR utilizam voltagem de 2.9 volts (caso a placa mãe não ofereça esta voltagem podemos usar 2.8 V sem problemas), enquanto os ANR usam 3.2 volts (na falta desta podemos usar 3.3 também sem problemas). Mais tarde, foram lançados também os processadores APR de 3.3 volts. Para complicar ainda mais, as últimas versões do K6, que usam transistores de 0.25 mícron, usam voltagem de 2.2 volts. Por isso, não existe uma regra fixa para a voltagem do K6. Quando for instalar um destes processadores, você deverá ler as inscrições em sua parte superior para saber com segurança a voltagem utilizada. Felizmente, esta confusão não se aplica aos processadores K6-2 e K6-3, que invariavelmente usam voltagem de 2.2 V. Este detalhe deve ser alvo de atenção ao comprar uma placa mãe para uso em conjunto com este processador, já que nem todas as placas soquete 7 oferecem esta voltagem.

Voltagem nos processadores Cyrix

Todos os processadores Cyrix 6x86MX ou 6x86MII utilizam voltagem de 2.9 v, mas, segundo a própria Cyrix, funcionam sem problemas com voltagem de 2.8 v, caso a placa mãe não ofereça a voltagem ideal. A exceção fica por conta dos antigos processadores Cyrix 6x86 (anteriores ao 6x86MX e 6x86MII) sem instruções MMX. Nestes processadores antigos a voltagem pode ser tanto de 2.9 v quanto de 3.3 ou 3.5 volts. Como no caso do K6, porém, os processadores Cyrix trazem impressa em sua face superior a voltagem utilizada, o que evita qualquer confusão.

Voltagem no Pentium II e Pentium III Ao contrário dos processadores que usam o soquete 7, não precisamos configurar a voltagem ao usar um processador Pentium II. Isso acontece por que este processador é capaz de sinalizar para a placa mãe a voltagem que utiliza, dispensando qualquer configuração externa. Muitas placas são, inclusive, capazes de detectar também a velocidade de operação do processador Pentium II, dispensando qualquer configuração de jumpers. Apenas a título de curiosidade, os processadores Pentium II, baseados na arquitetura Klamath, utilizam 2.8 V e os baseados na arquitetura Deschutes utilizam 2.0 V. O Pentium III, por sua vez consome 2.0v nas primeiras versões, de até 55 MHz com core Katmai, 2.05v na versão de 600 MHz com core Katmai, 1.6v nas versões 500E e 550E com core Coppermine, 1.65v em todas as demais versões com core Coppermine, de até 866 MHz, e finalmente, 1.75v na versão de 1 GHz.


Voltagem no Celeron Assim como no caso do Pentium II, não é preciso configurar a voltagem nos micros baseados no Celeron, pois a placa mãe será capaz de detectar a voltagem automaticamente. Novamente apenas a título de curiosidade, as versões do Celeron de 266 a 533 MHz, que utilizam o core Deschutes, utilizam 2.0v, enquanto as versões de 533, 566 e de 600 MHz em diante, que utilizam o core Coppermine, utilizam 1.6v ou 1.7v, dependendo da versão.

Voltagem no AMD Athlon Assim como nos processadores Intel, o Athlon é capaz de informar à placa mãe sua voltagem de operação, por isso, novamente você não precisará preocupar-se com ela. Apenas para constar, as versões do Athlon de até 750 MHz utilizam voltagem de 1.6v, as versões de 800 e 850 MHz usam 1.7v, enquanto as versões de 900, 950 e 1 GHz utilizam 1.8v. As versões atuais, baseadas no core Thunderbird utilizam 1.75v, enquanto o Duron utiliza 1.6v ou 1.75v, dependendo da versão.


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