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AGIRVERDE NAS ORGANIZAÇÕES DE JUVENTUDE
Coordenação: Conselho Nacional de Juventude Agradecemos os contributos da AEP, Biovilla, Conexão Lusófona, Ecolojovem e Quercus. Revisão dos conteúdos: Quercus.
Índice 04 | Introdução - Contextualização do Guia 06 | Escritórios Verde 07 | Rumo a Escritórios Verdes nas Associações de Jovens 10 | Agir Verde – Como? Algumas dicas… 10 | Energia Iluminação e eletrodomésticos Ar condicionado e Aquecimento Equipamentos Informáticos e outros equipamentos eletrónicos Transportes
13 | Matérias primas e resíduos Água Papel Materiais de escritório
15 | Resíduos Cozinha /Copa/Área de café Descargas líquidas
17 | Medidas ambientais para atividades próprias das organizações de juventude
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Introdução Contextualização do Guia Este guia de boas práticas ambientais surge como resultado do “Compromisso Agir Verde nas Organizações Juvenis”, adotado em junho de 2014, por organizações do Conselho Nacional de Juventude (CNJ), com o objetivo de apoiar e incentivar as associações de jovens a adotarem boas práticas ambientais e a implementarem um programa gradual de reconversão ou criação de escritórios/sedes verdes. Pretende-se proporcionar às organizações de juventude uma seleção de boas práticas ambientais que podem facilmente ser aplicadas, trazendo benefícios não só a nível ambiental, como a nível económico e mesmo social para a organização, mostrando como a eciência na utilização de recursos tem consequências na poupança orçamental das organizações. Queremos contribuir para a mudança de mentalidades e fazer da consciência ecológica uma forma habitual de agir, em todas as circunstâncias e não só em momentos concretos. Atribuímos aos jovens de hoje um papel fundamental como agentes de defesa do ambiente, partindo do princípio que são mais permeáveis à mudança de hábitos e comportamentos. Sabemos que este segmento da população está sujeito, desde cedo, a vários fatores de pressão, próprios de uma cultura de consumo instituída, que levam muitas vezes a consumos excessivos e prejudiciais para o ambiente. Consideramos, por isso, essencial sensibilizar os jovens e organizações de juventude para medidas que estão ao alcance de todos e que tornem as organizações mais sustentáveis. A abordagem de questões ambientais globais como as alterações climáticas,, o buraco na camada de ozono, o aumento dos resíduos sólidos urbanos (RSU), a poluição dos oceanos, a perda de biodiversidade, e a sobre-exploração de recursos, entre outros problemas que afetam a nossa qualidade de vida, requer uma acção conjunta de governos, empresas, organizações da sociedade civil e também do cidadão, a título individual.
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As associações juvenis são espaços de cidadania que potenciam a motivação, a formação e a organização para a participação social dos jovens. Nestes espaços os jovens podem unir esforços para desenvolverem projectos comuns que levam à melhoria e transformação da sociedade, sendo um sinal de vitalidade dos valores democráticos das sociedades que se inserem. Enquanto espaços de encontro de jovens, as organizações de juventude têm uma especial responsabilidade na promoção de valores e comportamentos que contribuam para a formação de cidadãos activos e responsáveis, com capacidade crítica para intervirem no seu meio envolvente.
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Escritórios Verdes Numa maior ou menor escala, as organizações de juventude têm serviços administrativos, em espaços físicos – os escritórios, onde decorre grande parte da vida das organizações. O que aí se passa e as escolhas que são feitas em termos de gestão têm impacto no ambiente. Uma boa gestão ambiental permite reduzir os impactos ambientais gerados pelas organizações e reduzir os custos de consumo de energia, água e materiais. Neste guia apresentam-se alguns caminhos para a adoção de medidas ambientais que tornem os escritórios das organizações de juventudes em unidades, ambientalmente, mais eficientes e menos poluentes. Um escritório verde é um espaço: Ecológico - utiliza produtos não tóxicos, reciclados e/ou “amigos do ambiente” (idealmente certicados) e aplica práticas de redução e reutilização de materiais; Eficiente - reduz o uso de água, energia e de recursos materiais ao mínimo e produz o mínimo de resíduos; Saudável - tem uma boa qualidade do ar interior e o mínimo de poluição visual e sonora, e as pessoas que o frequentam diariamente são incentivadas a adotar estilos de vida saudáveis.
A implementação de um sistema de gestão ambiental pode ser feita de forma total ou parcial, dependendo dos recursos da organização a nível económico, dimensão da organização e das suas características e natureza das suas atividades.
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Rumo a Escritórios Verdes nas Associações de Jovens Os contributos das organizações de juventude para um ambiente mais saudável podem ser realizados a título individual, ou através de um planeamento mais estruturado, com diretrizes emanadas pelas entidades gestoras das organizações. Ou seja, as medidas para se implementar um “Escritório Verde” podem aparecer num sentido bo om‐up (do nível inferior da organização para um nível superior) ou numa perspectiva top‐down (do nível superior para o nível inferior). Neste último caso, os dirigentes associativos juvenis assumem um papel especial, enquanto responsáveis pelas decisões, em termos da opção de gestão das organizações. A diferença entre a adoção de determinada medida, ou não, pode fazer a diferença, a nível ambiental, partindo do princípio que a soma dos atos individuais podem dar um contributo signicativo para proteger e preservar o ambiente.
Sugestões para implementação de medidas ambientais no escritório da Organização Juvenil: - Criação de um grupo de trabalho para coordenar e monitorizar o Plano de Implementação de uma política ambiental na organização. - Recolher informação. Identicar maus hábitos e decidir o que pode ser alterado Durante o levantamento de informação, devem identicar-se oportunidades de: - Redução - Reutilização - Reciclagem (de materiais, energia, água, químicos) - Recusa ou rejeição - Avaliar os resíduos produzidos - Estabelecer um calendário e planeamento de ações - Identicar os progressos e monitorizar - Comunicar e Motivar Uma boa estratégia de comunicação é fundamental para a implementação, melhoramento e manutenção da aplicação de medidas. Todos devem ter conhecimento do plano de implementação de ações ambientais, devendo ser envolvidos na sua conceção. É importante que a informação seja clara, útil e objetiva e que os progressos alcançados sejam partilhados. Os objetivos também devem ser relembrados e partilhados, para que todos se mantenham empenhados.
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O Plano de Implementação de medidas ambientais pode ter um nome e até uma imagem, para uma fácil identicação, ajudando a manter presentes os objetivos a atingir. Isto também pode ser útil na comunicação externa para transmitir que a organização é ambientalmente sustentável.
Medidas da gestão diária na organização que têm em conta o impacto no ambiente O uso eciente dos recursos no escritório das organizações passa pela aplicação de princípios básicos que passam pelos conceitos dos 4 R: - Reduzir - Reutilizar - Reciclar - Recuperar - Recusar - Reduzir Reduzir o consumo de materiais, energia, água, consumindo-se menos recursos e gerando menos resíduos e desperdícios. Além do impacto ambiental, estaremos também a reduzir os custos para a organização. - Reutilizar Esta prática passa por dar uma segunda vida aos bens já usados, alargando o ciclo de vida dos produtos, mediante utilizações similares ou alternativas do material. Esta prática pode ser útil quer para reduzir o consumo de recursos como para diminuir a produção de resíduos. - Reciclar Quando não se reduz ou recicla, podemos tentar que o material seja reprocessado num novo produto. Esta prática passa pela recuperação de um produto já utilizado para criar outro produto. É uma boa opção quando estamos perante a deposição de resíduos ou aquisição de novos materiais, no entanto deverá ser preterida em relação à redução e à reutilização, tendo em conta os custos ambientais e económicos, associados à recolha e reciclagem dos produtos. - Recuperar Quando as 3 opções anteriores não constituem uma solução exequível, a recuperação de materiais ou energia a partir de desperdícios de materiais que não possam ser reduzidos, reutilizados ou reciclados pode ser concretizada em alguns casos.
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- Recusar Podemos ainda recusar produtos que prejudicam o ambiente e a saúde. A escolha dos produtos que não agridem o ambiente e a saúde passa por estar atento às marcas que manifestam essas preocupações e compromissos ecológicos optando de preferência por produtos certicados (Agricultura Biológica, FSC, Comércio Justo, etc.). Podemos também recusar produtos não recicláveis ou que sejam produzidos com matéria prima não reciclável. Teremos de Repensar hábitos de consumo e descarte; repensar a real necessidade da compra de qualquer produto antes de comprá-lo.
Agir Verde
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Agir Verde – Como? Algumas dicas… Nos espaços físicos ocupados pelas organizações de juventude podem ser adotadas várias medidas mais respeitadoras do ambiente e com impactos ao nível dos custos de consumo dos vários recursos.
Energia Ao diminuir os gastos de energia elétrica, as associações juvenis estarão a contribuir para a diminuição das emissões de CO2 atmosférico produzido pelas centrais termoeléctricas. É possível poupar energia eléctrica através de uma utilização mais eciente, sem diminuir o conforto. Podem-se fazer poupanças consideráveis se forem estabelecidas uma série de práticas.
Iluminação e electrodomésticos - Aproveitar ao máximo a luz natural. Escolher as zonas mais iluminadas como local de trabalho e deixar as menos iluminadas como armazém. Abrir janelas, persianas e cortinas, antes de acender a luz. - Ir mudando as lâmpadas normais por lâmpadas de baixo consumo, cuja utilização já é muito usual. Embora estas lâmpadas sejam mais caras do que que as normais, duram mais tempo e consomem menos energia. Uma lâmpada compacta uorescente de 25 W ilumina tanto como uma incandescente de 100W, reduzindo o consumo até 75%. - Utilizar as lâmpadas uorescentes especialmente em espaços que devem estar iluminados durante períodos longos de tempo. - Investigar a possibilidade de aplicação de diodos de emissão de luz (LED), que requerem um maior investimento inicial, mas que apresentam boa longevidade e eciência energética. - Por cartazes ao pé dos interruptores e das portas para lembrar que se tem de apagar as luzes. - Instalar interruptores divididos. Dessa forma pode-se acender as luzes estritamente necessárias. - No ato de compra do equipamento de iluminação há que ter em conta, como fator decisivo de aquisição, a relação qualidade-preço, o fator consumo e a longevidade da lâmpada, assim como a categoria de eciência no consumo de energia. Adquirir equipamentos de categoria “A” ou superior. - Desligar totalmente os eletrodomésticos que não estejam a ser utilizados, tais como monitores, ar condicionado, etc e não deixá-los em stand-by.
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- Não deixar transformadores ou carregadores ligados à eletricidade, quando não estão a ser utilizados. Assegurar que os equipamentos cam completamente desligados. - Todos os trabalhadores, voluntários e dirigentes das organizações devem assegurar que os computadores, fotocopiadoras, iluminação, etc cam desligados antes de saírem do escritório. - Na utilização de pilhas, escolher as que são recarregáveis. - Quando for possível, substituir os interruptores normais por aqueles que apagam automaticamente ou instalar detetores de presença, por exemplo em áreas de trânsito, tais como casa de banho, fotocopiadora, corredores, etc.
Ar condicionado e Aquecimento O ar condicionado e os aquecimentos são geradores de um grande consumo de eletricidade. Se nas associações juvenis houver uma utilização correta destes equipamentos, poderá haver poupança signicativa nos custos, com benefícios para o ambiente. Ficam aqui algumas medidas que se podem adoptar: - Aproveitar ao máximo a temperatura exterior e utilizar o ar condicionado e aquecimento apenas quando for necessário. Por exemplo, no Verão abrir as janelas de manhã cedo ou à noite pode diminuir a necessidade de utilização do ar condicionado. Por outro lado, deixar o sol entrar no Inverno pode também aumentar o conforto térmico e evitar o uso de aparelhos elétricos. - Controlar a temperatura e sempre que se alcance a temperatura ideal (20º g no Inverno e 24 no Verão) desligar os equipamentos. Um grau a mais ou a menos pode fazer uma diferença considerável no consumo do ar condicionado ou aquecimento. - Manter os aquecedores e saídas de ar condicionado livres de obstáculos para quer não haja perdas de ecácia na climatização. - Apagar os aparelhos em salas não ocupadas ou fora do horário laboral. - Instalar um bom isolamento térmico, especialmente em portas e janelas, porque contribui para um uso mais ecaz de energia. Enquanto funcionam os equipamentos de climatização devem fechar-se portas e janelas para evitar perdas desnecessárias. - Fazer revisão aos equipamentos de aquecimento e refrigeração periodicamente, assim como tomadas, condutores, os e instalações eletricas, para evitar os curto- circuitos.
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- No momento da compra do equipamento, ter preferência pelo que consuma menos energia e que não utilizem clorofuorcarbonetos (CFCs – grupo de químicos que danica a camada de ozono). - Nas casas de banho substituir os secadores de mão eléctricos pelos rolos de papel higiénico.
Equipamentos Informáticos e outros equipamentos eletrónicos O computador merece especial atenção. Há que fazer uma boa utilização, atendendo a critérios ambientais, de eciência energética. As medidas a adotar para os equipamentos informáticos e impressão, passam por: -Desligar o computador se este vai estar sem ser utilizado por períodos superiores a 1 hora. - Ao sair da organização, a última pessoa deve vericar se os computadores, as impressoras e as fotocopiadoras estão desligados. Como existe um consumo mínimo inclusivamente com os equipamentos desligados, recomenda-se desligá-los da corrente, no m do dia de trabalho. - Congurar o computador, fotocopiadora, impressora no modo “poupança de energia”, sempre que possível. Ativar o desligar automático depois de um período de tempo que for considerado razoável. - Congurar o protetor de ecrã/ screensaver no modo “tela em negro” e evitar as imagens, pois gastam mais energia. Aconselha-se um tempo de 10 minutos para que este modo entre em funcionamento. É o único protector de tela que poupa energia e melhor protege o monitor. - Substituir os monitores antigos, que consomem mais energia, por monitores de tela plana. - Considerar o consumo energético dos produtos como critério fundamental de compra. A compra de equipamentos cuja categoria de consumo seja pelo menos a classe A, garante uma diminuição do consumo em pelo menos 55% aproximadamente.
Transportes A poluição atmosférica é um dos principais problemas ambientais provocado pelos transportes, afetando também a saúde humana pelas emissões tóxicas que produzem. Em cada momento há que avaliar qual é o meio de transporte mais eciente, em função das necessidades.
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Para minimizar os efeitos contaminantes podemos: - Utilizar o transporte público coletivo, em vez do carro. Sempre que seja possível, fazer os percursos a pé e de bicicleta. Assim, seria possível reduzir as emissões de Monóxido de Carbono (CO) e Dióxido de carbono (CO2) que são gases que provocam o efeito de estufa, e reduzir os engarrafamentos nas cidades. Dentro do transporte público coletivo, optar sempre pelo transporte ferroviário ambientalmente mais sustentável. - Promover a utilização da bicicleta e solicitar a instalação de parqueamentos adaptados na zona. - Utilizar escadas em vez de elevadores. - Investigar a possibilidade de partilhar o automóvel com outros colegas de trabalho ou vizinhos que tenham o mesmo destino. - Manter o automóvel sempre anado e conduzir com suavidade e dentro dos limites de velocidade, evitando paragens e acelerações bruscas. - Exigir às autoridades competentes a prestação regular e eciente do serviço de transporte público.
Matérias primas e resíduos Água Nos escritórios de qualquer organização há um grande consumo de água, maioritariamente na casa de banho. A utilização de sistemas de poupança de água, reduziria o consumo e serviria de exemplo para as pessoas que trabalham nas organizações ou que as visitam.
As medidas que podemos adotar para reduzir o consumo de água são, por exemplo: - Assegurar que as torneiras estão em bom estado e caso haja gotejo/perda de água devem ser arranjadas. Em caso de fuga de água, chamar de imediato quem faça a reparação, para evitar perdas de água grandes. - Fechar a torneira enquanto se ensaboa as mãos.
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- Instalar torneiras com temporizador ou sistema de detetor de presença. - Utilizar autoclismos com descargas de 6 litros, em vez dos tradicionais 10 litros ou mais, o que poderá levar a reduções signicativas. - Consumir água da torneira, em vez de água engarrafada.
Papel O papel é dos materiais que mais se consume num escritório, constituindo uma grande parte dos seus resíduos sólidos. Para reduzir o consumo de papel podem ser adoptadas medidas variadas (nas impressões, fotocópias, ofícios, etc): - Utilizar o papel dos dois lados, quer seja para escrever, imprimir ou fotocopiar. - Utilizar papel reciclado, sempre que possível. - Evitar, sempre que possível a impressão de provas. Corrigir os documentos no computador, com recurso por exemplo à “Vista prévia”. - Reutilizar o papel que já foi usado só de um lado em comunicações internas ou drafts de documentos. - Utilizar um tipo de letra de tamanho pequeno, com margens e espaços curtos, ajustando parágrafos, sempre que possível. Não imprimir a cores, a menos que seja estritamente necessário. Caso seja necessário imprimir rascunhos de documentos, imprimir várias páginas numa só folha, utilizado a opção de menor qualidade para poupar tinta. - Colocar um recipiente para papel usado ao pé das impressoras e fotocopiadoras, de forma a facilitar e relembrar que se deve fazer reciclagem de papel - Utilizar os versos dos papéis utilizados para provas de impressão ou para fazer blocos de apontamentos. Para que isso aconteça, é importante estar sempre disponível para todos os que trabalham na organização uma bandeja de folhas para reutilizar. - O papel que for para o lixo deve ser depositado no contentor azul, para reciclagem. - Sempre que possível utilizar o correio eletrónico, em detrimento do correio normal ou fax. Não imprimir correio eletrónico, a menos que seja realmente necessário. Ler publicações online, em vez das suas versões em papel.
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Materiais de escritório - Reutilizar todo o material do escritório que seja possível (clips, argolas de encadernação, capas, micas, etc); - Utilizar sempre o material até ao m (canetas, blocos) e não abusar nos post its; - Utilizar papel reciclado; - Utilizar materiais que não necessitem de pilhas, por exemplo: calculadoras solares; - Substituir as pilhas convencionais por recarregáveis; - Quando se tem que adquirir móveis para o escritório, ter em conta critérios ambientais como a origem da madeira e a sustentabilidade da gestão das orestas de proveniência (sistemas de certicação). Também se pode optar por adquirir móveis em segunda mão.
Resíduos A tendência de aumento de consumo das sociedades ocidentais é, inevitavelmente, acompanhada pelo aumento de resíduos. Sabendo que, uma maior quantidade de bens é (erradamente) associada a um maior bem estar e conforto das populações, devemos pensar no destino dos resíduos dos bens que consumimos e nos impactos ambientais que poderão provocar. De outro modo, a produção de resíduos sólidos urbanos (RSU) poderá comprometer fortemente a qualidade de vida das populações. O tratamento inadequado do lixo origina a poluição da água que bebemos do solo, do ar que respiramos e dos alimentos que comemos. O problema dos resíduos terá que ser tratado obviamente a um nível superior pelas autoridades e governo. No entanto, o consumidor individual e as organizações de juventude podem e devem contribuir para inverter a tendência do aumento dos RSU. Reduzir, Reciclar e Re-utilizar terão que ser as palavras de ordem. Algumas formas fáceis de reduzir a quantidade de resíduos que produzimos no local de trabalho são: - Separar o lixo; - Recusar as embalagens desnecessárias; - Reparar os materiais em vez de os deitar fora;
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- Dar tratamento adequado aos resíduos perigosos (tintas, pilhas, vernizes, colas, produtos de limpeza, etc); - O papel deve ir para a reciclagem ou ser reutilizado, quando possível; - Utillizar tinteiros recarregáveis; - Evitar a utilização dos de pratos e copos de plástico;
Cozinha /Copa/Área de café As cozinhas ou copas costumam ser as áreas onde mais se produzem resíduos orgânicos, por isso merecem um especial destaque. Medidas a ter em conta: - Separação de lixo; - Fazer compostagem de resíduos orgânicos, caso exista espaço exterior com condições para tal; - Não utilizar copos e pratos de plástico; - Caso haja frigoríco, descongelá-lo regularmente. Não colocar alimentos muito quentes no frigoríco; - A aquisição de material deve ter em conta a eciência energética;
Descargas líquidas - Ter atenção ao tipo de detergentes utilizados, preferindo os de baixa proporção de fosfatos, detergentes biodegradáveis e/ou biológicos ou utilizando menos quantidade de detergentes; - Utilizar elementos naturais como alternativa aos produtos químicos de limpeza (por exemplo, é possível limpar o lava louça com bicarbonato de sódio e meia taça de vinagre); Há várias receitas de detergentes ecológicos disponíveis online Google it! - Não utilizar ambientadores, em alternativa o escritório deverá ser arejado, abrindo-se janelas;
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Atividades próprias das organizações de juventude Em todas as atividades organizadas pelas associações de jovens , seja qual for o seu tema, as preocupações ambientais podem e devem estar presentes. De seguida, cam aqui algumas sugestões que podem ser tidas em conta para melhorar o nosso comportamento ambiental em atividades habituais das organizações de juventude.
Assembleias Gerais Documentação - Utilizar email ou plataformas online para partilhar documentos da Assembleia Geral. - Alterar regulamentos que obrigam que os documentos sejam enviados em papel, por correio. Tentar, sempre que possível reduzir a documentação enviada ou o tamanho da mesma. Se for imprescindível enviar documentos em papel, fazê-lo com os mesmos critérios para a documentação interna: não imprimir a cores, imprimir frente e verso, utilizar tipo de letra pequeno (mas legível) e evitar as encadernações com plástico. - Sempre que possível, fazer a projecção da informação/documentos em debate na AG, em vez de entregar cópia em papel a todos os participantes.
Energia Como normalmente se trata de um grupo grande de pessoas, qualquer gesto favorável a nível ambiental tem os seus efeitos ampliados. Entre as práticas que podemos adoptar, salientamos: - Organização de Assembleias Gerais num horário que permita a utilização de luz natural; - Utilizar climatização apenas se for necessário;
E ainda… - Consumir água da torneira. Na maior parte do território nacional, a água da torneira é potável e tem boa qualidade. Adquirir um cantil próprio para água e abastecê-lo as vezes necessárias, evitando o consumo de água engarrafada; - Utilizar copos de vidro e jarros. No caso de existir realmente a necessidade de utilização dos copos de plástico deve pôr-se o nome das pessoas para que quem com o mesmo copo durante todo o dia;
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- Caso haja coffee breaks, almoços ou jantares optar por alimentos frescos, de produção local, em lugar de produtos pré-cozinhados, com muitas embalagens, com excesso de gordura e açúcar; - Os resíduos (como garrafas, embalagens, papel, etc) devem ter o tratamento adequado, depositando-se nos contentores correspondentes; - Incitar os participantes a deslocarem-se de transportes públicos;
Atividades fora das Organizações de Juventude – Encontros, seminários, ações de formação e reuniões Devem manter-se as mesmas preocupações ambientais neste tipo de atividades, ao nível de poupança de energia, produção e tratamento de resíduos, água, transportes, etc. Se possível, poderão realizar-se em meios rurais, para promover o contato próximo com a natureza, para que tenham lugar atividades ao ar livre e passeios nos tempos de intervalo ou descanso, aumentando a consciência e conhecimento do valor ambiental. - Na escolha do catering podem ser tidas em conta as questões ambientais, optando-se por caterings ecológicos/sustentáveis; - Disponibilizar recipientes/caixotes para a divisão do lixo; - Evitar a louça e os guardanapos descartáveis. Mesmo em situações em que se torna necessária a utilização do plástico (piqueniques, festas de crianças) pode-se sempre utilizar louça de plástico inquebrável e reutilizável; - Realizar uma atividade sazonal/periódica (ex. anual) de redução da pegada ecológica com exemplos no apadrinhamento de árvores, limpeza de matas e campanhas de remoção de infestantes.
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Bibliografia CJE, Guía de Buenas Prácticas para Asociaciones Juveniles, 2010 http://www.cje.org/ca/publicaciones/novedades/guia-medioambiental/ CNJ, Ideias para um Consumo Jovem, 2002 Ferreira, Alberto; Escritório Verde Gestão Ambiental de Serviços Administrativos, Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, 2006 h t t p : / /g e s t a o - a m b i e n t a l . d a s h o f e r . p t / l i b r a r y / 6 5 1 2 b d 4 3 d 9 c a a 6 e 0 2 c 990b0a82652dca11/ext_data/Escritorio%20Verde.pdf
Organizações do CNJ AEP – Associação dos Escoteiros de Portugal AIESEC – Associação Internacional de Estudantes em Ciências Económicas e Empresariais ANEM – Associação Nacional de Estudantes de Medicina ANEN – Associação Nacional de estudantes de Nutrição ANEVE – Associação Nacional dos Ex-Voluntários Europeus ANJI-DJAP – Associação Nacional Juvenil de Imigrantes da Diáspora Juvenil Africana em PT APCC – Associação para a Promoção da Criança CM – Cap Magellan CJUGT – Comissão de Juventude da UGT CNE – Corpo Nacional de Escutas CNJAP – Confederação Nacional de Jovens Agricultores de Portugal CPAI – Clube Português de Artes e Ideias Conexão Lusófona DECIDE – Associação dos Jovens Auditores para a Defesa, Segurança e Cidadania Ecolojovem "Os Verdes” – Juventude do Partido Ecologista "Os Verdes“ ESN PORTUGAL – Erasmus Student Network Portugal FAJA – Federação das Associações Juvenis dos Açores FADU – Federação Académica do Despor to Universitário FAMVET – Federação Académica Medicina Veterinária
FNAEESP – Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico FNESPC – Federação Nacional das Associações de Estudantes do Ensino Superior Par ticular e Cooperativo IEJ – Intercâmbio Europeu de Jovens IFL – International Friendship League Intercultura - AFS Portugal Interjovem/CGTP-IN JCP – Juventude Comunista Portuguesa JMP – Juventude Monárquica Portuguesa JOC – Juventude Operária Católica JP – Juventude Popular JS – Juventude Socialista JSD – Juventude Social Democrata JUVEMEDIA MCE – Movimento Católico de Estudantes PAR – Respostas Sociais Rede ex aequo UPAJE – União Para a Ação Cultural e Juvenil Educativa AAL – Associação Académica de Lisboa AAUL – Associação Académica da Universidade de Lisboa AAUAV – Associação Académica da Universidade de Aveiro AAUM – Associação Académica da Universidade do Minho AJOV – Associação Jovem Valor
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