JUVENÍLIA - CNJ
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Índice
Clico, Logo Existo.
JUVENÍLIA - CNJ
2
Presidente da Direção CNJ
4 Discutindo Nativos Digitais e Fossos Geracionais Cristina Ponte
FCSH/Universidade Nova de Lisboa
8
O Lugar da Comunicação na Política de Juventude Augusto Baganha
Instituto Português do Desporto e Juventude
10 O Papel das Redes Sociais no Fomento da Cidadania e da Participação Social Marta Lima
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
12 O Google Conhece-me Melhor que os Meus Pais Emma Bond
Director of iSEED (Institute for Social, Educational and Enterprise Development) Faculty of Arts, Business and Applied Social Science University Campus Suffolk
14 Estratégias de Comunicação para as Organizações de Juventude Sarah Farndale
Coordenadora de Comunicação do European Youth Forum
15 Os Social Media na Campanha “The League of Young Voters” John Lisney
Coordenador da League of Young Voters in Europe
16 Crowdfunding - Empurrão para Novos Projetos Tecnologia ao Serviço do Empreendedorismo Pedro Domingos Gestor e Co-Fundador da PPL
18 Centro Internet Segura Nuno Moreira
Coordenador do Centro Internet Segura
22 Entrevista
Nuno Moreira Entrevistado
24 No Hate Speech
Raquel Abreu
Associação Par-Respostas Sociais
26 Contra o Discurso do Ódio Paulo Pinheiro
Presidente do Conselho Consultivo e do Conselho Misto de Juventude
27 CNJ:O Que Se Faz Por Cá????
A Educção, o CNJ e as suas Organizações Membro Tendências das Políticas de Juventude | Curso de Formação – 21 a 28 de Setembro de 2014, Mollina O CNJ e a Nova Agenda Política para a ENF e o Youth Work em Portugal Nutrition4YOUth TU NA EUROPA Os Resultados das Eleições Rumo à Participação Juvenil Trabalho Digno Para Tod@s STOP – Sem Tabus, Opressões e Preconceitos
Edição: Coordenação: Redação: Colaboraram: Design Gráfico e Paginação: Capa: Impressão: Tiragem:
Conselho Nacional de Juventude Instituto Português do Desporto e Juventude Margarida Azevedo; Margarida Prata; Joana Branco lopes Margarida Azevedo; Margarida Prata; Negesse Pina; Sara Amaral; Sara Silvestre; Joana Branco lopes Joana Branco lopes; Cristina Ponte; Agusto Baganha; Marta Lima Emma Bond; John Lisney; Pedro Domingos; Nuno Moreira; Raquel Abreu Paulo Pinheiro; Sarah Farndate IPDJ, Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. João José Bica Comuniteira
Se a dúvida Cartesiana nos garantiu, outrora, a existência através do pensamento, hoje, na era da internet, existimos porque clicamos, ou seja, porque comunicamos: é assim nos nossos relacionamentos virtuais, mas também nas nossas organizações juvenis. Se não comunicamos, não existimos. E, tal como na vida real, também na web fazemos parte de uma comunidade onde urge participar. Enquanto que, na primeira, colocamos o voto numa urna, na comunidade virtual participamos através de um clique. Relacionamo-nos com causas instantaneamente, e abrimos novas janelas, as do chat, para conversar e namorar. A comunicação é intrínseca ao ser humano, assim como a sua necessidade de estabelecer relações. Com a internet, as nossas relações deixaram de ter fronteiras, permitindo-nos criar relações com pessoas de todos os pontos do globo (desde que o acesso à internet esteja garantido). O mesmo acontece com as nossas organizações de juventude: sonhar hoje com o potencial de uma organização é pensá-lo muito além das nossas fronteiras geográficas e daquilo que os nossos olhos podem ver. Os vários espaços de cooperação juvenil ganharam ainda maior dimensão, possibilidades e rapidez. Afinal, hoje podemos trabalhar com o/a nosso/a colega do lado, ao mesmo tempo que trabalhamos com o/a nosso/a congénere que está no outro canto do mundo. Falamos, diariamente, com os nossos amigos,
amigas e familiares que, entretanto, optaram ou tiveram de voar para outro país. E é, também, assim, que a nossa cidadania global vai ganhando forma. No Conselho Nacional de Juventude (CNJ) assumimos um compromisso: queremos estar mais próximos/as das nossas organizações membro e da juventude. Queremos chegar àqueles e àquelas que ainda não fazem parte. Queremos potenciar e criar novas relações de cidadania: com o governo, valorizando a concertação e a independência; com instituições públicas e privadas, partilhando valor; com escolas e universidades, transferindo conhecimento e aprendendo sempre mais; com os demais parceiros sociais, trabalhando em rede; com as nossas organizações membro, gerando confiança e apostando na transparência e no nosso potencial colaborativo; com a juventude, garantindo-lhe uma voz que defenda o acesso aos seus direitos. Comunicamos para diferentes públicos, por isso, temos de comunicar de diferentes formas, e com poucos recursos, o que nos exige persistência e criatividade. Preocupamo-nos com o conteúdo e com a forma como comunicamos: procuramos veicular mensagens inclusivas e livres de estereótipos, o que nem sempre é fácil. Temos reforçado a nossa capacidade de comunicação, procurando aumentar a vontade de envolvimento em torno daquilo que defendemos, por exemplo, através da Campanha TU NA EUROPA, a propósito das Eleições para o Parlamento Europeu (mais informação na página 31). Hoje conseguimos aceder e partilhar mais informação, conseguimos comunicar com maior rapidez e com diferentes espaços, mas ainda não estamos completamente convencidos/as. Continuamos a preferir uma boa conversa e sentimos que sempre que nos juntamos, presencialmente, construímos mais e melhor. E é também disso que as relações se fazem, ajudando a que a política de juventude se consubstancie e aconteça. Em 2015, o CNJ comemora o seu 30º Aniversário e aproveitaremos a oportunidade para valorizar o papel das organizações de juventude portuguesas, enquanto motores de mudança social e de influência das políticas. Lançaremos a nossa nova imagem, refrescada e mais próxima das e dos jovens, posicionando a nossa plataforma enquanto a voz da juventude e que queremos que esteja, sempre, à distância de um clique. Joana Branco Lopes
Presidente da Direção do CNJ
Projecção, Artes Gráfica, S.A. 2000
* Texto redigido segundo o novo acordo ortográfico e com linguagem inclusiva.
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Joana Branco Lopes
JUVENÍLIA - CNJ
3 Editorial
3]
FCSH/Universidade Nova de Lisboa
4]
Neste inquérito foram usadas como medidas a competência atribuída pelo próprio (ou autoconfiança), juntamente com capacidades que considera ter, numa lista específica de desempenhos. Apresentamos alguns resultados que evidenciam diferenças entre nativos digitais.
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Cristina Ponte
Competências auto-reportadas
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Discutindo Nativos Digitais e Fossos Geracionais
valor desce para 31% e acima dos 64 anos fica pelos 12%. gueses (9-16) era um pouco mais elevada do que atualSerá que a inclusão digital dos avós pode beneficiar da mente, com 44% a concordarem plenamente com a afirsimplificação proporcionada por meios móveis como os mação, colocando o país acima da média europeia (36%). tablets? E como podem os jovens contribuir para essa inQuadro1: Competências relacionadas com uso da internet e comclusão? preensão crítica, por idade e sexo (%)
Gráfico 1: “Eu sei mais sobre a internet do que os meus pais”, por
Será que se nasce digital? Será que a geração de jovens que se habituou a usar computadores portáteis e, hoje, se entretém nos pequenos ecrãs tácteis pensa que sabe mais sobre a internet, do que os seus pais? E como identifica as suas próprias competências?
2014). O acesso à rede “a qualquer hora e em qualquer local” é ainda uma experiência minoritária para diferentes gerações, em Portugal. O uso da internet pelos pais dos internautas (9-16 anos) subiu de 60% em 2010 para 68%, e continua acima da média dos agregados (57%). Com exceção da Roménia, nos restantes países deste estudo, mais de 85% dos progenitores usam a internet. As diferenças de género fazemse sentir: 81% dos pais e 66% das mães referiram usar a internet; 43% dos pais referiram ter smartphones ou tablet, para 26% das mães. Estas diferenças de género contrastam com os internautas adolescentes, onde são as raparigas que usam mais os novos meios móveis.
Resultados nacionais do inquérito Net Children Go Mobile, em 2014, que envolveu outros seis países europeus (Bélgica, Dinamarca, Irlanda, Itália, Reino Unido e Roménia) trazem alguma luz para estas questões. O inquérito visou usos e riscos dos pequenos ecrãs dos meios móveis, que trazem consigo os desafios da instantaneidade, mobilidade, pressão para “se estar sempre ligado”. Embora cobrindo as idades entre nove e 16 anos, iremos focar a No país, entre os não-utilizadores da internet, faixa etária 13-16 anos. 57% são do sexo feminino e 43% são do sexo masculino (Obercom, 2014). O fosso geracional ocorre sobretudo Novos meios digitais, diferenças geracionais Smartphones e tablets cruzam gerações de forma desi- na meia-idade: na faixa etária gual. Entre internautas de 13-16 anos são mais as rapari- 45-54 anos (onde se situam gas (54%) do que os rapazes (44%) que referem fazer uso grande parte dos pais diário de smartphones, fora de casa, na escola e em mo- dos internautas invimento. São elas também quem mais usa tablets (34%, quiridos), 58% usa a internet; nos para 19% dos rapazes). 55-64 anos Entre os que têm smartphone ou telemóvel com acesso à esse internet, mais de metade acede nestes aparelhos apenas se tiver wifi grátis; cerca de um quinto não tem ligação à rede nestes aparelhos. Apenas 14% refere combinar pacote de internet móvel com wifi grátis. Estes valores são, ainda assim, superiores aos da população acima dos 15 anos. O acesso à internet em dispositivos móveis é referido por 39% e o recurso a banda larga móvel situa-se nos 7% (Obercom,
sexo, idade e estatuto socioeconómico (ESE) (%)
Q26 a-d, Q27 a-e: Quais das seguintes coisas sabes fazer? Base: Todas as crianças que usam a internet. (Net Children Go Mobile/ Portugal, 2014)
Entre os jovens, a consideração de que sabem mais do que os pais é elevada, mas mesmo entre os 15-16 anos, cerca de um terço não concorda totalmente com a afirmação de que sabem mais do que os seus pais sobre a internet. Em 2010, a autoconfiança dos internautas portu-
Q25: Até que ponto as seguintes frases sobre ti são verdadeiras? Base: Todas as crianças que usam a internet. (Net Children Go Mobile/ Portugal, 2014)
5]
]
O lugar do digital no social Quando interrogados sobre a sua experiência digital, os jovens respondem muito mais em termos das atividades que realizam, por via do que a tecnologia lhes proporciona. Para muitos, a tecnologia digital existe nas suas vidas ‘desde sempre’, numa experiência a que falta uma perspetiva histórica e comparada com outros tempos e outros recursos. A tecnologia pode ser mesmo considerada ‘transparente’ para a execução do fim social e não é para todos que o manejo de aparelhos digitais é uma das suas atividades mais divertidas. Importa, por isso, ter algumas reservas ao discurso sobre os “nativos digitais” como “naturalmente competentes”. Como refere o investigador britânico David Buckingham (2008), “a chamada geração digital só pode ser convenientemente compreendida à luz de outras mudanças, como a economia política da cultura juvenil, as políticas sociais e culturais, as práticas para regular a vida dos jovens e as realidades dos seus contextos quotidianos”. Esperamos que estes resultados sobre usos dos meios digitais, por jovens e pelas outras gerações com as quais se relacionam, possam contribuir para essa compreensão alargada.
Referências Buckingham, D. (2008). Introducing identity. Youth, identity, and digital media. D. Buckingham. Cambridge, the MIT Press. OberCom (2014). A Internet em Portugal. Sociedade em Rede 2014. Publicações OberCom Simões, J., Ponte, C., Ferreira, E., Doretto, J. & Azevedo, C. (2014). Crianças e meios digitais móveis em Portugal. Relatório Net Children Go Mobile. Resultados nacionais (2ª edição). Sites EU Kids Online: eukidsonline.net; (fcsh.unl.pt/eukidsonline) Net Children Go Mobile: netchildrengomobile.fcsh. unl.pt Tem qui cullaboriam sim aut offic te nobis dellique dolectest, corion natem voloribus doluptatur
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JUVENÍLIA - CNJ
Entre os mais velhos, os rapazes tendem a declarar sa- Q28 a, Q28 c, Q28 e, Q29 b: Quais das seguintes coisas sabes fazer? ber fazer mais coisas relacionadas com segurança online. Base: Todas as crianças que possuem ou têm acesso a um smartphone ou tablet para uso próprio. Nas competências de comunicação, são as raparigas mais velhas a apresentar valores ligeiramente mais elevados, particularmente no caso da criação de blogues. Embora as competências acima referidas sejam relevantes para o uso da internet em qualquer tipo de plataforma, Entre os mais velhos, as competências são, em geral, eleforam colocadas perguntas específicas sobre competênvadas; é de notar, contudo, que as raparigas expressam cias de utilizadores de dispositivos móveis (Quadro 2). menos competências técnicas (manejo convergente de dispositivos; aplicações; notificações), enquanto apresenQuadro 2: Competências relacionadas com o uso de smartphones tam valores mais elevados nas preocupações com a prie tablets, por idade e sexo (%) vacidade e a segurança do aparelho.
]
6]
Como se vê no Quadro 1, o nível de competências reportadas cresce com a idade e varia por género, de acordo com o tipo específico de competência. As competências relativas ao uso básico da internet e a compreensão crítica encontram-se distribuídas de forma desigual: embora quase todos os jovens afirmem saber marcar nos favoritos um site, um em três não refere saber avaliar criticamente a informação de diferentes sites. Importa, por isso, que desenvolvam métodos eficazes de análise de conteúdos encontrados na net, como avaliação de fontes e cruzamento de dados.
7]
]
Instituto Português do Desporto e Juventude I.P.
Desde sempre a Comunicação tem feito parte e tido es- Com efeito, nas sociedades complexas em que vivemos e pecial relevo no que respeita às políticas de juventude.
A rede de Lojas Ponto JA é constituída por 19 Lojas institu- 1.500.000 de visitantes únicos e mais de 25.000.000 de
que oferecem inúmeros desafios e também oportunidades,
cionais e 29 Lojas parceiras, nas quais existem quiosques
o acesso à informação e a capacidade de a analisar e
com computadores disponíveis e também rede wifi para
páginas vistas.
A importância da Comunicação manifesta-se fundamen- utilizar, fazendo uso das TIC, torna-se cada vez mais im-
que qualquer pessoa possa aceder gratuitamente e nave- A integração do IPDJ no Centro Internet Segura deriva
talmente em duas vertentes: a primeira releva da neces- portante, nomeadamente para os jovens. A Internet é uma
gar na internet. As Lojas Ponto JA têm como objetivo
naturalmente do entendimento de que podemos ser úteis
poderosa fonte de informação e comunicação, que faz
fundamental tornar acessível informação geral e prestar
na prevenção de problemas para os jovens; podemos ter
comunicar com o público jovem, não só no sentido de in- parte integrante do meio social dos jovens. Assim, e no
aconselhamento em todas as áreas de interesse para os
um papel/intervenção pedagógico e de sensibilização jun-
jovens.
to dos jovens, educadores, pais e todos os que trabalham
sidade e vontade que os responsáveis políticos têm de formar mas e sobretudo para recolher informação sobre
respeito pelos princípios da Carta Europeia de Informação
as necessidades e aspirações dos jovens, por forma a
para Jovens, tal como elaborada e aprovada pela ERYICA
definir políticas que vão ao encontro e respondam a estas. – Agência Europeia de Informação e Aconselhamento aos Uma segunda vertente é a da promoção do conhecimento
com e para a juventude, sobre as A missão do Portal da Juventude é a de fornecer conteú- boas práticas a adotar no uso das
Jovens (Bratislava, 2004), e incorporada nos Estatutos do
dos informativos e serviços interativos destinados aos jo- tecnologias de informação, na
IPDJ (cf. al. l) do n.º 2 do artigo 3.º da Portaria n.º 11/2012,
vens e associações juvenis, bem como a todos os que tra- produção de conteúdos online
das tecnologias da informação, na perspetiva da sua ime- de 11 de janeiro), tem o IPDJ procurado garantir a todos
balham com e para os jovens, de forma simples, segura
e na seleção e pesquisa de
diata aplicação às necessidades da comunidade envol- os jovens portugueses igualdade no acesso a informação
e acessível. Contando à presente data com um histórico
vente, proporcionando o acesso às tecnologias da infor- fidedigna, completa e do seu interesse.
de seis versões, desde 2003, ao longo destes anos tem
informação.
mação e comunicação (TIC), estimulando uma cidadania
A transmissão de informação de carácter generalista e o
acompanhado a evolução das tecnologias de informação
digital e contribuindo para o reforço da generalização da
aconselhamento online, assim como a orientação na In-
e comunicação, as aspirações dos jovens e os novos de-
utilização das TIC de uma forma responsável e crítica.
ternet, são tarefas mais recentes e complementares ao
safios das redes sociais e a web comunicativa em tempo
trabalho já existente da Informação para Jovens, mas não
real. Informação, comunicação, serviços
menos importantes.
e interação têm servido
Sendo o Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. (IPDJ) o organismo governamental responsável por
de mote, traduzido
«acompanhar a execução das políticas públicas de ju- Através do sistema nacional de informação aos jovens que
também no número
ventude e apoiar a definição das políticas públicas para a
inclui o Portal da Juventude (juventude.gov.pt), a Linha
de acessos, no
juventude, designadamente através da adoção de medi- da Juventude (707 203 030) e a Rede Nacional de Lojas
final
das de estímulo à participação cívica dos jovens em ativi- Ponto JA, o IPDJ disponibiliza informação completa, atu-
de 2014 em
dades sociais, económicas, culturais e educativas» (Lei
alizada, precisa, prática e de fácil utilização. Proporciona
Orgânica do IPDJ, tal como publicada pelo Decreto-Lei
um ambiente seguro de navegação e promove a literacia
n.º 98/2011, de 21 de setembro), a comunicação e in- digital e o desenvolvimento das competências para que formação aos jovens ocupam um lugar de destaque no
os jovens possam agir de forma segura e responsável em
cumprimento da sua missão.
ambientes online.
de
ano
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8
Augusto Baganha
]
JUVENÍLIA - CNJ
O Lugar da Comunicação na Política de Juventude 9]
dos dos mesmos. Na opinião do autor, esta abertura do espaço
pautada pelo narrowcasting e pelos meios de comunicação de
prio processo democrático, o que cria um novo conjunto de pos-
Marta Lima
o que se constitui como uma mudança profunda, decorrente de
nicho a pedido. Na opinião de Sheldon Rampton (2007), neste
sibilidades de acção que ampliam a participação cívica e que
narrowcasting, o que significa que, ao invés de termos uma
O carácter agregador e mobilizador em torno de uma determi-
ter uma multiplicidade de audiências e de canais de informação,
mente notório quando atentamos em casos como o da Prima-
panorama, o conceito de radiodifusão dá lugar ao conceito de
audiência única a consumir a mesma informação, passamos a
As redes sociais assumem hoje uma importância assinalável
no quotidiano de milhões de pessoas em todo o mundo, tendo
vindo a contribuir para o florescimento de comunidades virtuais
e para a reconfiguração do próprio conceito de cidadania. A este
nível, autoras como Karen Mossberger, Caroline Tolbert e Ra-
têm na Internet um elemento cada vez mais omnipresente no
seu quotidiano, o que amplia a capacidade de influência da esfera virtual. Não obstante, esta capacidade de influência também
se faz sentir a um outro nível, dado o impacto que a Internet
tem sobre os órgãos de comunicação tradicionais e a sua con-
mona McNeal (2008) falam no surgimento e na consolidação do
solidação enquanto fonte de informação. Neste quadro, as fran-
dade para participar na sociedade online” (Mossberger, Tolbert
à Internet passam também elas a contactar com os conteúdos
hoje em dia, a comunicação estar assente sobretudo em redes
escrita e, sobretudo, na televisão dois veículos de divulgação
assuma um papel preponderante na promoção da participação
Na opinião de Henry Jenkins (2006), a circulação dos conteú-
fenómeno da cidadania digital, o qual entendem como “a capaci-
e McNeal, 2008: 1). De acordo com estas autoras, o facto de, informáticas contribui de forma indelével para que a Internet
democrática, o que as leva a entender a cidadania digital como
uma representação da capacidade de embrenhamento dos indi-
jas populacionais que ainda não têm qualquer tipo de acesso
do mundo virtual, os quais acabam por encontrar na imprensa primordiais.
dos mediáticos pelos diferentes sistemas de media e pelas diferentes fronteiras está amplamente dependente da participação
víduos, quer em termos políticos, quer em termos económicos,
activa do público. Desta forma, o autor considera que o proces-
Neste quadro, as redes sociais têm desempenhado um papel
meiramente como um processo tecnológico que acarreta uma
na sociedade na era da informação.
particularmente relevante, redesenhando a forma como os ci-
so de convergência mediática não poderá ser entendido primultiplicidade de funções dentro de um mesmo suporte, mas
dadãos participam na vida em sociedade e ampliando os pró-
antes como um reflexo de uma mutação cultural. De acordo com
circunscritos a uma base local ou mesmo nacional e adquirem
um incentivo ao público para que parta em busca de novos con-
prios limites de actuação da cidadania, os quais deixam de estar
uma configuração mais universal. Sustentando-se numa lógica
Henry Jenkins, no novo panorama comunicacional, é conferido teúdos informativos e para que estabeleça ligações entre os
de interacção e de participação, as redes sociais apresentam
conteúdos que encontra nos diversos dispositivos mediáticos.
comunicação social tradicionais, como a televisão, a imprensa
por parte da audiência em relação aos media passa a contras-
feições bem distintas daquelas que caracterizam os meios de
escrita ou a rádio, os quais são dispositivos pautados por um
Neste quadro, o autor defende a ideia de que a atitude passiva
tar com um conceito de cultura participativa, ao mesmo tempo
funcionamento unidireccional. O público deixa, assim, o seu pa-
que se assiste a um desvanecimento da divisão tradicional entre
com uma voz activa, tendo agora a possibilidade de não só se-
acção entre ambos, o que ilustra uma redefinição das próprias
quer ver, como também de se transformar num pilar fundamental
consumidores e entre política e cultura.
Estas transformações acabam por ter um impacto ainda maior
flectia sobre estas questões, considerando que os novos disposi-
pel de mero receptor de informação e emerge como um sujeito
leccionar os conteúdos que quer ver, onde quer ver e quando
no seio do próprio processo de produção da informação.
entre as gerações mais jovens e mais escolarizadas, as quais
produtores mediáticos e público, em prol de uma lógica de inter-
fronteiras entre informação e entretenimento, entre produtores e
Há cerca de duas décadas, Nicholas Negroponte (1996) já retivos mediáticos potenciariam o desvanecimento do contraste
contribuem para um sistema político mais equilibrado.
nada causa potenciado pelas redes sociais torna-se particular-
vera Árabe. No final de 2010, vários países do Médio Oriente e
dois factores-chave: o aumento assinalável do número de ca-
do Norte de África assistiram à expansão de inúmeros protes-
entrada para todos aqueles que não tinham uma voz activa no
Dezembro desse mesmo ano, na Tunísia. As manifestações de
Para Bill Kovach e Tom Rosenstiel (2011), não poderemos en-
adamente através do Twitter, precisamente o mesmo veículo
ideia de “one media” pela noção de “we media”, mas sim como
que mencionavam tentativas de repressão na Internet protago-
nais de transmissão da informação e a diminuição dos custos de
10]
público representa um passo importante na efectivação do pró-
panorama comunicacional.
tender esta nova realidade como tendo inerente a substituição da
sendo promotora do estabelecimento de pontes entre os con-
tos na sequência da imolação de Mohamed Bouazizi, a 17 de
protesto foram convocadas através das redes sociais, nome-
que acabaria por ser utilizado na divulgação de informações
nizadas pelos Governos de países como a Líbia, o Egipto ou a
sumidores de informação e os antigos gatekeepers (guardiões
Tunísia. No entanto, o poder de mobilização e de capitalização
verificar a informação por nós. Face a esta mudança, os autores
este caso, tendo tido também um papel primordial na expansão
da ideia de cidadania, dado que o cidadão passa a ter a possibili-
cupy Wall Street, nos Estados Unidos da América. Em Portugal,
de uma diversidade de fontes, o que significa uma ampliação da
de Março de 2011, trouxe para as ruas de várias cidades por-
de informação), nos quais fazíamos recair a responsabilidade de
consideram que poderemos falar num processo de redefinição
da participação cívica das redes sociais não se circunscreve a
de movimentos como o Movimento 15 M, em Espanha, ou o Oc-
dade de filtrar a informação que chega até si diariamente a partir
o caso mais paradigmático é o da Geração à Rasca, que, a 12
sua capacidade de controlo sobre os conhecimentos que têm
tuguesas as maiores manifestações apartidárias a que o país
Tornamo-nos, assim, nos nossos próprios editores, nos nossos
um blogue e do evento no Facebook por um grupo de amigos.
sobre o mundo que está para além da sua experiência directa.
havia assistido desde o 25 de Abril de 1974, após a criação de
próprios gatekeepers e nos nossos próprios agregadores.
Dada a sua história relativamente recente, ainda será prematuro
do por Ulrich Beck (1992). Na perspectiva deste autor, este é o
cidadania digital e da participação social. No entanto, parece-nos
Neste quadro, importa não esquecer o conceito de risco aborda-
tentar avaliar o verdadeiro impacto das redes sociais no plano da
conceito mais apropriado para descrevermos a instabilidade da
evidente que o seu poder de influência não poderá ser ignorado ou
tada com um manancial de incertezas e inseguranças criadas
no panorama comunicacional, como na sociedade em geral. Este
são imprevisíveis. De acordo com Ulrich Beck, tais ameaças não
alargado aos blogues e aos fóruns online, os quais poderão emer-
políticas, o que culmina no surgimento de uma nova cultura
espaços de debate que ampliem a consciência cívica dos cidadãos
deixam de estar circunscritos a estas instituições e passam a
que possamos ter cidadãos mais esclarecidos e interventivos, quer
sociedade nos dias de hoje, a qual é permanentemente confron-
desvalorizado, dada a importância crescente que assumem não só
por ameaças de índole ambiental e tecnológica, cujos efeitos
poder não se circunscreve às redes sociais, sendo passível de ser
têm vindo a ser geridas de forma adequada pelas instituições
gir cada vez mais como importantes ferramentas na promoção de
política, no seio da qual os processos de tomada de decisão
e o manancial de informações que estes têm ao seu dispor, para
estar ao alcance de actores sociais que outrora estavam excluí-
ao nível da sua realidade mais local, quer num âmbito mais global.
Referências bibliográficas BECK, Ulrich (1992), Risk Society, London, Sage. JENKINS, Henry (2006), Convergence culture: where old and new media collide, New York, New York University Press. KOVACH, Bill; ROSENSTIEL, Tom (2011), Blur: how to know what’s true in the age of information overload, New York, Bloomsbury. MOSSBERGER, Karen; TOLBERT, Caroline J.; MCNEAL, Ramona S. (2008), Digital Citizenship: the Internet, society and participation, London, MIT Press. NEGROPONTE, Nicholas P. (1996), Being Digital, New York, Vintage Books. RAMPTON, Sheldon (2007), “Has the Internet changed the propaganda model?”, em PR Watch – The Center for Media and Democracy, May 22. Disponível em: <http://www.prwatch.org/news/2007/05/6068/has-internet-changed-propaganda-model>.
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vendo um colapso das redes de transmissão em prol de uma era
]
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Papel das Redes Sociais no Fomento da Cidadania e da Participação Social
entre “velhos media passivos” e “novos media interactivos”, pre-
11 ]
]
tanto, grande parte do debate, até à data, tem-se
ISEED (Institute for Social, Educational and Enterprise Development)
12]
centrado nos riscos associados aos espaços online e tem ignorado a lamentável falta de apoio e serviços offline que os jovens que
A velocidade com que as crianças acedem ao online, aos ambientes vir-
Nós, como adultos, já não somos os especialistas sobre o que é ser uma
têm problemas de saúde mental na vida
tuais e em rede é um fenómeno simultaneamente emocionante, em que
criança, nem sobre os desafios que as crianças enfrentam na contem-
real precisam.
as crianças podem participar numa paisagem rica de conhecimento, mas
porânea e, cada vez mais, digitalizada sociedade. Debates sobre o risco
também caracterizado por vários riscos. É visto, paradoxalmente, como
adotam, muitas vezes, uma abordagem determinista e sentimentalista e
Se as crianças utilizam conteúdos digitais
uma abertura rica em oportunidades de conhecimento e partilha de con-
uma visão essencialista da infância que não tem qualquer fundamento
e desenvolvem resiliências em relação aos
hecimentos mas ao mesmo tempo uma forma de apurar os interesses e
na realidade do quotidiano de muitas crianças. O tema da sexualidade,
riscos online que enfrentam, então precisam
experiências de crianças com base nos dados de criação de perfil parti-
por exemplo, continua a ser um tema relativamente controverso em re-
de ter acesso a mais informações e ser en-
lhados entre vários setores e publicidade segmentada, entre plataformas
lação às crianças e ao nível das explorações íntimas e sexuais que es-
corajadas a participar significativamente nestes
de media para “bombardear” as crianças com itens especificamente sele-
tavam anteriormente confinadas à proximidade física. Mas os espaços
debates offline. Compreender e responder efi-
cionados de interesse potencial e informações personalizadas.
virtuais e as tecnologias permitem a troca de imagens sexuais sem pro-
cazmente aos desafios colocados pela con-
blemas e em poucos segundos. Os meios de comunicação condenam
vergência vai exigir uma abordagem mais
A infância, como uma construção social, difere de acordo com o tempo
a prática de sexting e os debates políticos atuais exigem a proibição da
abrangente para a alfabetização para os
e lugar, a etnia, a origem socioeconómica, o género e (in)capacidade. A
pornografia mas falham ao ignorar os discursos sociais e culturais mais
media digitais, tanto para crianças e
complexa relação entre as crianças, a infância e os ambientes virtuais
amplos sobre as crianças e a sexualidade - e continua a ser um tema
adultos, utilizando uma abordagem
começa a ser compreendida. As crianças vivem as suas vidas online,
tabu em relação à infância - ainda que qualquer pesquisa no Google por
mais honesta nos debates atuais,
entre as fronteiras da infância e da idade adulta; o público e o privado; o
“sexo” revele mais informações sexuais, sobre crianças com cerca de 6
real e o digital são cada vez mais difíceis de distinguir. A proliferação dos
anos, do que muitos pais pensam. Mas nós ainda temos, aparentemente,
conteúdos sexuais e violentos mudou significativamente as noções do
vergonha de falar com as crianças sobre sexo, sobre os corpos e, certa-
que é considerado adequado para as crianças verem, mas sobre o que
mente, sobre a pornografia.
se tem menos conhecimento é o que as crianças produzem, publicam e partilham online. Elas não são apenas consumidores passivos de meios
As preocupações atuais es-
digitais.
tão mais relacionadas com o uso de sites de “pro”, in-
Ao crescer num ambiente saturado de media, a autoidentidade dos jo-
cluindo os que promovem a
vens, incluindo a sua identidade de género e sexual cresce, mediada
anorexia dos jovens como
pela tecnologia e é realizada online. Demasiadas vezes os debates rela-
um estilo de vida – a au-
cionados com o uso de internet por parte dos jovens estão separados da
tomutilação e o suicídio.
realidade das suas vidas quotidianas e é considerado um binário artificial
Estes sites têm aumen-
de ‘online’ e ‘offline’. No entanto, as paisagens culturais da infância são
tado as ansiedades políti-
construídas por experiências quotidianas ambas ‘online’ e ‘offline’ em
cas e públicas em relação
simultâneo.
ao acesso das crianças
por mais desconfortável que nos possa fazer sentir.
]
Emma Bond
JUVENÍLIA - CNJ
aos ambientes online e às comunidades virtuais. No enJUVENÍLIA - CNJ
O Google Conhece-me Melhor que os Meus Pais
13]
]
Sarah Farndale
John Lisney
Coordenadora de Comunicação do European Youth Forum
14] “O poder de um clique” é algo que, nos dias de hoje, não pode ser subestimado. É claro que com o aumento da confiança na internet, desde a
pesquisa ao socializar, existem armadilhas e riscos associados, que en-
aumentando drasticamente o seu impacto. Para atingir esse efeito multiplicador é necessário que o conteúdo seja, primeiro que tudo, atraente
e interessante o suficiente. Por exemplo, quando o Fórum Europeu da
volvem a segurança dos jovens. Mas com esses riscos vêm enormes
Juventude quer ver o seu conteúdo partilhado extensamente nos social
do se trata de comunicar.
que facilmente passe a nossa mensagem para o exterior e que o nosso
ground, a sua escola e a sua ferramenta. Podemos observar este facto
podem ter o mesmo efeito.
oportunidades e vantagens e estes são especialmente relevantes quanA internet e os social media são o reduto de jovens, são o seu playno metro ou quando andamos na rua, com os jovens colados aos seus
telefones. Ignorar o online é o suicídio das comunicações! Este facto é
media, considera-se a criação de uma imagem, cartaz ou infográfico público estará, com certeza, mais disposto a partilhar. Fotos e vídeos
Podemos ver, portanto, que a comunicação online é fundamental e que
no planeamento de uma estratégia de comunicação, a vertente online
apoiado pelas estatísticas. Nos Estados Membro da UE, em 2013, mais
e os social media devem ser considerados como um dos principais ca-
pelo menos uma vez por semana. Esta tendência é maior quando se
mente todas as outras formas de comunicação. Os grandes meios de
de 90%1 dos jovens dos 16 aos 24 anos usaram a internet, em média,
nais de divulgação de informação. No entanto, não substituem completa-
trata de social media e de comunicação on-line, bem como a percenta-
comunicação - televisão, rádio, jornais e revistas - ainda têm um papel
jovens entre os 16 e os 24 anos) em comparação com 27% dos adultos
constante interação. Mais uma vez, o público e o efeito de uma certa
gem de internautas que participaram em redes sociais foi de 89% (para
entre os 55 e os 74 anos de idade. A percentagem de utilizadores que faz chamadas telefónicas e de vídeo através de aplicações baseadas na
Internet rondou os 45% para o grupo etário dos 16-24, em comparação
com 25% para o grupo dos 55 aos 74 anos de idade. Se o público-alvo utiliza determinados canais de comunicação, faz sentido utilizar esses
mesmos canais, em vez de esperar que eles procurem a informação de
outra forma!
Para “chegar” aos jovens e às organizações de juventude – como quais-
quer outros comunicadores eficazes – existe a necessidade do uso da
internet e dos canais de comunicação que ela oferece, tais como fer-
ramentas de social media, para obtenção de melhores resultados. Em primeiro lugar, é necessário olhar para o público específico: queremos
vital a desempenhar na comunicação. Estão todos ligados entre si e em
comunicação tem de ser considerado. Se queremos, por exemplo, partilhar informações de teor político, um artigo num jornal influente irá ter
um impacto muito maior do que uma campanha de Facebook. Mas, claro,
como efeito colateral de um artigo que é publicado num jornal influente, o seu conteúdo, muito provavelmente também irá ser partilhado on-line.
O online tornou mais fácil conseguirmos comunicar para um grupo maior
de pessoas. O público-alvo tem agora acesso a todas as informações
que pretende com um clique. Existem implicações negativas que devem
ser tidas em conta. Há uma vasta gama de informações e por isso para
se ter um maior impacto e alcançar um maior número de pessoas é necessário cortar várias fontes de “ruído”.
Outra implicação é o facto de que, para os comunicadores, é necessário
ser mais rápido do que nunca. No mundo moderno, num ciclo de notícias
comunicar para os decisores políticos? Nesse caso é necessário estar
de 24 horas, onde o ciclo de notícias on-line pode ser ditado por even-
bre o assunto através de canais, como o Twitter. Queremos comunicar
morar muito tempo a responder. Basta um piscar de olhos para a agenda
nas plataformas on-line que eles frequentam, espalhando a palavra sopara organizações de juventude? Devemos pesquisar as plataformas
on-line que costumam utilizar. Em alguns países, por exemplo, o Twitter não é muito popular, no entanto, o Facebook é e por isso não nos
devemos esquecer de fazer uma pesquisa e chegar até ao público-alvo
através do canal mais relevante.
Muitas vozes são melhor que uma e por isso é importante obter ajuda
para que as mensagens passem para o exterior! Se o conteúdo for interessante e “partilhável”, rapidamente, outros partilham o conteúdo e
1 Eurostat internet use statistics http://epp.eurostat.ec.europa.eu/
statistics_explained/index.php/Internet_use_statistics_-_individuals
tos on-line e comentários, as organizações de juventude não podem de-
de comunicação social mudar e se perder uma boa oportunidade.
Em conclusão, a internet transformou a maneira como todos nós comu-
nicamos e as organizações de juventude não são exceção. No entanto,
as boas estratégias de comunicação devem considerar cada canal de comunicação - online ou offline – e ponderar a sua pertinência e eficácia
para atingir o público-alvo. A abordagem geral, usando o mesmo con-
teúdo para diferentes canais não será suficiente. Assim como as nos-
sas formas de comunicação se tornaram mais sofisticadas, o conteúdo também o deverá ser.
Coordenador da League of Young Voters in Europe
“Desta vez é diferente” - o lema da campanha de 2014 do Parlamento Europeu. No Fórum Europeu da Juventude, já tínhamos pensado neste lema em 2011, quando a League of Young Voters in Europe foi sugerida pela primeira vez como um possível projeto para acompanhar as eleições europeias. A League of Young Voters foi criada para ajudar a aumentar a participação jovem. Uma das principais diferenças, e que muito rapidamente se tornou clara para todos os envolvidos, foi a de que seria necessário criar uma estratégia digital dado que se pretendia alcançar um público mais jovem. A League of Young Voters, concentrou as suas principais atividades na mobilização online. Duas campanhas online juntas atingiram milhões de pessoas. Criámos a “Aliança para a Democracia Responsável”, uma organização falsa que, escandalosamente, era a favor que para se votar na Europa a idade mínima seriam os 25 anos. Através da interação provocatória nos social media, a falsa campanha desafiou os jovens europeus a tomar uma posição contra a “ameaça” ao voto de milhões de jovens. A campanha atingiu jovens ativistas e atores políticos importantes em todo o continente. A criatividade, a divulgação e a utilização de recursos limitados, fez-nos receber um prémio europeu em Comunicação Digital (2014). Também foi nomeada para Campanha Europeia do Ano e Campanha de Social Media nos Prémios Europeus de Excelência. A segunda atividade de sensibilização, da League of Young Voters, foi o Happy Voting Video, reencenando o vídeo “Happy” de Pharell Williams, em Bruxelas e no Parlamento Europeu, como meio de incentivo para que os jovens votassem em maio. O vídeo foi visto no Youtube 90.000 vezes, num mês, mas o sucesso foi a sua apresentação em mais de 50 grandes empresas de comunicação, inclusive na televisão nacional portuguesa, alcançando milhões de telespectadores. Todos estes conteúdos foram partilhados e promovidos nos Social Media. Além disso, vários parceiros da League of Young Voters, dos quais, o CNJ (Portugal) com a campanha “TU na Europa”, criaram os seus próprios websites e/ou grupos no Facebook com o intuito de mobilizar os jovens online. Apenas 28% dos jovens votaram. Isto é, em grande parte a taxa de participação jovem manteve-se inalterada desde as últimas eleições europeias, em 2009, quando apenas 29% dos jovens votaram. Isto significa que tudo o que fizemos foi em vão? Será que todos nós fizemos algo errado, uma vez que o nosso material chegou a milhões de jovens, mas aparentemente falhou em fazê-los sair de casa para votar?
Não é bem assim. Primeiro de tudo, o principal objetivo da League sempre foi a de colocar as questões dos jovens no centro da campanha eleitoral, em vez de apontar diretamente para o aumento do número de eleitores. Neste ponto, fomos bem-sucedidos. As questões da juventude, especialmente o emprego jovem, estavam no alto das prioridades dos manifestos dos partidos. A questão da diminuição da taxa de participação dos jovens é um fenómeno mais amplo. Nesse sentido, é preciso considerar a discussão mais abrangente sobre como os jovens percebem a política. A nossa pesquisa sugere que, apesar do fosso crescente entre os jovens e as formas tradicionais de participação, este fosso não é típico em toda a atividade política. A diferença de participação entre outros grupos etários e os jovens é praticamente inexistente, ou mesmo revertida, em formas não convencionais de participação. Estas incluem ações políticas orientadas para a causa e o envolvimento político na internet, por exemplo através de blogs e Social Media. Mais esforços são necessários para fazer a ponte entre a tomada de decisão e a forma como os jovens expressam o seu ativismo político. O “Clicktivisim”, por exemplo, é a ideia de que uma pessoa pode apoiar uma causa com um clique. Os jovens têm diferentes formas de praticar a democracia. Precisamos de lhes oferecer as competências e os conhecimentos de como transformar o seu envolvimento em influência política. Reconectar a juventude com as eleições é um esforço a longo prazo. Não é apenas sobre as campanhas antes das eleições. Exige uma abordagem passo-a-passo, a abertura dos partidos políticos aos métodos de envolvimento dos jovens. Os Social Media têm um papel a desempenhar, mas devem ser acompanhados por um learning-by-doing, uma abordagem à educação para a cidadania, que envolve a parceria da sociedade civil jovem com as redes escolares, e onde os jovens podem praticar a forma de influenciar os processos de tomada de decisão. Este será o foco da League of Young Voters para os próximos anos.
Links: Alliance for Responsible Democracy campaign: http://responsibledemocracy.eu Digital Communications Awards Winners 2014: http://www.digital-awards.eu/winnerlist2014/ European Excellence Awards Shortlist 2014: http://www.excellence-awards.eu/shortlist/ Happy Voting Youtube video: https://www.youtube.com/watch?v=h3VATWdrZ30 Tu Na Europa (League of Young Voters in Portugal): http://www.tunaeuropa.com/) Research Study “Addressing Youth Absenteeism in European Elections”: http://www.youthforum.org/assets/2014/02/YFJLYV_StudyOnYouthAbsenteeism_WEB.pdf
JUVENÍLIA - CNJ
Os Social Media na Campanha The League of Young Voters ]
JUVENÍLIA - CNJ
Estratégias de Comunicação Para as Organizações de Juventude
15]
]
Crowdfunding - Um Empurrão para Novos Projetos
JUVENÍLIA - CNJ
Pedro Domingos
Gestor e Co-Fundador da PPL
16]
]
O crowdfunding, ou financiamento colaborativo, é uma forma rápida e transparente de angariação de apoios
empréstimos bancários, investidores privados);
(financiamento e divulgação), através de uma comunidade que partilha os mesmos interesses em torno de um projeto. PPL.com.pt é uma plataforma online que permite reunir essa rede de promotores e apoiantes. O objetivo de plataformas como esta é democratizar o apoio a projetos, porque se acredita no empreendedorismo e
• Preparação para futuras rondas de investimento (ex.:
• “Fail early, fail cheap”. As lições tiradas durante uma campanha de
crowdfunding não sucedida podem ser extremamente úteis para o futuro
criatividade em Portugal. Apesar do engenho e iniciativa dos nossos cidadãos, existem ainda desafios a ultrapassar,
do projeto: falta de planeamento da estratégia de comunicação (ou até
nomeadamente em pequenos e médios projetos, como as atuais barreiras rígidas ao financiamento e à iniciativa em
ausência da mesma), recompensas pouco apelativas (não há contrapartidas
geral. Com a ajuda dos amigos, conhecidos e desconhecidos, os Portugueses podem tornar um projeto realidade! Desde os montantes mais baixos, qualquer um pode ser investidor e ver, assim, o real impacto do seu apoio em troca de um prémio ou recompensa. Desde artistas e músicos mediáticos ou independentes, a autores literários, passando por produção de documentários e arranque de start-ups, esta forma de financiamento permitiu que muitos projetos em Portugal se tornassem realidade. No caso da PPL, a metodologia seguida é “tudo-ou-nada”, ou seja, o promotor do projeto estabelece um montante mínimo (tipicamente entre 500€ a 10 000€) e prazo de angariação (em norma entre 30 a 90 dias). Se esse valor solicitado for angariado, o promotor recebe os fundos, implementa o projeto e entrega as recompensas aos apoiantes. Caso contrário, os fundos angariados são integralmente devolvidos aos apoiantes. Esta mecânica tem diversas maisvalias, nomeadamente a realização de um teste real ao mercado para um determinado produto ou serviço. Além do financiamento, o crowdfunding tem outras mais-valias, tais como:
• Prova de resiliência (primeiro teste ao promotor e ao seu plano);
• Prova de conceito. Se um promotor conseguir centenas de apoiantes, deve ser porque a ideia não é de todo má;
• Angariação de clientes (e de “embaixadores”, através de pré-vendas);
• Teste de preços (“quanto é que os clientes estão dispostos a pagar pelo serviço/produto?”);
• Aumento de visibilidade;
suficientemente apelativas para convencer o público a investir no projecto), falta de resiliência dos promotores (“não vou conseguir, não quero pedir apoio às pessoas, desisto”), ideia difícil de compreender, ausência de protótipo para mostrar aos possíveis interessados. Temos a prova do empreendedorismo que existe nos portugueses, mesmo nos projetos que passam pela nossa e outras plataformas de crowdfunding, algumas internacionais como a Kickstarter. O número crescente de eventos, formações e incubadoras que promovem o empreendedorismo também é um indicador de que há muito potencial criativo e empreendedor em Portugal. Muitos poderão não saber que são empreendedores ou precisarão de algum empurrão, mas a verdade é que ainda vamos assistir a um boom empreendedor no nosso país e o crowdfunding será, certamente, uma ferramenta fundamental para quem decidir arriscar!
JUVENÍLIA - CNJ
Tecnologia ao Serviço do Empreendedorismo
17]
]
No trabalho ou nos tempos livres, individualmente ou em
Internet, pelas crianças e jovens, pelas famílias, pelos traba-
comunidade, o mundo mudou no dia em que alguém decidiu
lhadores e cidadãos em geral.
ligar dois computadores em rede. Com a generalização do uso 2. Missão e visão
da Internet, a par de todas as possibilidades e benefícios da
utilização das tecnologias de informação e de comunicações
O Centro Internet Segura tem como missão esclarecer os seus
(TIC) - nomeadamente no acesso ao conhecimento, na cola-
grupos alvo sobre a utilização segura da Internet, capacitan-
boração entre pessoas e organizações, na inclusão social e na
do-os para a tomada de decisões informadas, e contribuindo
criação de riqueza – surgiu a necessidade de assegurar, como
proactivamente para o combate às condutas e aos conteú-
para qualquer outro meio de interação, mecanismos e estraté-
dos maliciosos ou ilegais disponíveis online, providenciando
gias apropriados para minimização de eventuais abusos ou
mecanismos para aconselhar e minimizar os potenciais riscos
ilegalidades que ocorram com a utilização destas tecnologias.
que podem advir do uso das tecnologias da informação e da comunicação. Para cumprir esta missão apresenta como obje-
1. Histórico
tivos estratégicos:
O Centro Internet Segura em Portugal (CIS.PT) é um serviço público gratuito sediado no Ministério da Educação e da Ciên-
1. Combate a conteúdos ilegais;
cia, que tem como missão desenvolver uma cultura de uso
2. Minimização dos efeitos de conteúdos ilegais e
responsável da Internet, capacitando os cidadãos para esta-
lesivos nos cidadãos;
rem seguros online, oferecendo instrumentos para denunciar
3. Promoção de uma utilização segura da Internet;
o conteúdo ilegal e fornecendo mecanismos para informar e
4. Consciencialização da sociedade para os riscos as-
reduzir, tanto quanto possível, os aspetos negativos da massi-
sociados à utilização da Internet.
ficação do uso de Internet, sendo gerido por um consórcio coordenado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que
E como objetivos operacionais:
integra a Direção-Geral de Educação, o Instituto Português do Desporto e Juventude e a Microsoft Portugal.
1. Interação com os stakeholders nacionais (ex. Con-
A Comissão Europeia lançou em 1999 o programa Safer In-
selho Consultivo) para o desenvolvimento das iniciativas do
ternet, a que se seguiu, em 2005, o programa Safer Internet
projeto;
Plus, com o objetivo de dinamizar projetos de promoção da uti-
lização segura da Internet dentro dos Estados Membros. 2007
conteúdos ilegais e ajuda a quem tem problemas derivados da
foi o ano de início do projeto Internet Segura com o objetivo
utilização da Internet;
de promover uma utilização esclarecida, crítica e segura da
2. Manutenção de um serviço online para denúncia de
3. Manutenção de um serviço online/telefónico para
JUVENÍLIA - CNJ
18]
Nuno Moreira
Coordenador do Centro Internet Segura
19]
]
JUVENÍLIA - CNJ
Centro Internet Segura
]
abrange temáticas como contactos indesejados, privacidade,
O INSAFE é a rede de cooperação dos projetos dos Estados
ção da Internet e respetivas plataformas de acesso;
segura da Internet. Trata-se de um portal dinâmico e interli-
conteúdos nocivos, condutas prejudiciais e fraudes online. Os
Membros que promovem a sensibilização e consciencialização
gado com outros sítios da Internet para atualização automática
contactos podem ser efetuados a partir do endereço de correio
para uma utilização mais segura da Internet pelos cidadãos.
de informação.
eletrónico facultado na página web, pelo número 808 91 90 90
Desde 2004 que Portugal integra o INSAFE colaborando em
disponível nos dias úteis das 9h às 17h ou por chat.
eventos internacionais e na participação de Portugal nas ativi-
dades associadas ao Dia Europeu da Internet Segura.
4. Disponibilização de informação sobre os perigos
associados à utilização da Internet, tendo em conta diferentes públicos-alvo e suportes comunicacionais;
JUVENÍLIA - CNJ
• Protocolos com ISPs e forças de segurança
• Guias de boas práticas e materiais de sensibilização
tivos e interativos relevantes para a utilização segura da Inter-
Pretende-se com estes protocolos a colaboração de prestado-
É objetivo do Centro Internet Segura disponibilizar guias de
net;
res de serviços de Internet (ISPs) e das forças de segurança
boas práticas de utilização da Internet orientados para a ad-
O INHOPE é a Associação Internacional de linhas de atendi-
para ações que venham a ser desenvolvidas pelo Centro Inter-
ministração pública, pequenas e médias empresas, escolas,
mento de denúncias de conteúdos considerados ilegais. A co-
ações que promovam a utilização da Internet em Segurança;
net Segura, nomeadamente para facilitar o trabalho de coope-
estudantes e para os cidadãos em geral. Estes guias estarão
operação de todas as linhas de denúncia permite uma troca
ração necessário ao funcionamento eficaz da linha de atendi-
acessíveis no portal do Centro Internet Segura e serão, de
de informação mais eficaz no combate a conteúdos ilegais e
mento de denúncias de conteúdos potencialmente ilegais.
igual forma, disponibilizados em papel aos vários públicos-
ilícitos que se encontrem alojados em países fora da jurisdição
alvo em locais apropriados à sua divulgação.
do país onde os mesmos são comunicados. O INHOPE presta
20]
5. Disponibilização de conteúdos informativos, forma-
6. Promoção do envolvimento do sector privado em 7. Participação em ações de parceria a nível nacional
e internacional.
3. Estratégia
• Rede Internet Segura
ainda auxílio à instalação e desenvolvimento de novas linhas
A rede Internet Segura resulta de parcerias formais e/ou infor-
Dado que a utilização da Internet também pode envolver al-
mais com entidades do poder central, local, sociedade civil e
São desenvolvidas ações de formação, presenciais e não
guns riscos, a prevenção e a sensibilização da população para
setor privado com vista à promoção e disseminação de ações
presenciais, destinadas a segmentos diversificados da popu-
uma navegação mais segura e consciente da Internet é a me-
integradas e articuladas de sensibilização para uma utilização
lação. Estas ações de formação serão da responsabilidade
Para chegar aos seus públicos-alvo primários e aos cidadãos
lhor forma de evitar e mitigar potenciais problemas. É, assim,
segura e consciente da Internet.
do Centro Internet Segura, mas procura-se o envolvimento de
em geral, o Centro Internet Segura mantém uma estrutura on-
entidades da sociedade civil cujo âmbito de intervenção é a
line que, para além dos websites oficiais do projeto, conta com
fundamental adotar uma estratégia positiva que contribua para
• Ações de formação
de denúncia, como acontece com o caso português. 4. Presença na Internet
a formação de uma sociedade mais esclarecida e consciente,
3.2 Projetos de Intervenção transversal
atividade de formação em TIC.
páginas no Facebook (com linhas editoriais distintas) e canais
capaz de se proteger de eventuais problemas. Em conformi-
• Linha de denúncia de conteúdos – Linha Alerta
de vídeo.
dade, o Centro Internet Segura tem três linhas de atuação prin-
(http://linhaalerta.internetsegura.pt/)
3.3 Projetos de Intervenção focalizada
cipais:
Infraestrutura que recebe denúncias (de forma anónima) relati-
• Seguranet.pt
vas a conteúdos na Internet potencialmente ilegais, nomeada-
Com enfoque primário na comunidade escolar, o website Se-
mente, de pornografia infantil, incitamento à violência, racismo
guranet.pt disponibiliza informações e guias de utilização para
Os projetos estruturantes têm como principal objetivo a pro-
ou xenofobia. As denúncias são analisadas e os conteúdos
uma navegação segura da Internet e zonas interativas onde se
moção concertada de ações da responsabilidade das diferentes
comunicados encaminhados para as forças de investigação
podem aprender estas matérias através de jogos pedagógicos.
entidades que compõem o consórcio.
criminal e segurança, articulando com as entidades prestado-
Para além da informação orientada para alunos, são também
ras de serviços de Internet o bloqueio dos mesmos. Sempre
facultadas zonas de informação específicas orientadas para
que os conteúdos comunicados estejam alojados em servi-
escolas, professores e encarregados de educação, elementos
Segura
dores localizados fora de Portugal a linha de denúncia nacio-
fundamentais para abordar de forma total e eficaz o problema
O Conselho de Acompanhamento é composto stakeholders
nal encaminhará a caso reportado para a sua congénere no
da segurança online.
governamentais e não-governamentais e tem como principal
país em causa, em articulação com o INHOPE (ver 3.3).
3.1 Projetos Estruturantes
• Conselho de Acompanhamento do Centro Internet
responsabilidade acompanhar e emitir pareceres sobre as
• Articulação com entidades europeias
atividades desenvolvidas no âmbito do projeto. Cabe também
a este Conselho de Acompanhamento promover a visibilidade
gura.pt/linha-ajuda)
redes INSAFE e INHOPE, de forma a articular as iniciativas
pública do projeto.
Infraestrutura para esclarecer crianças, jovens, educadores e
portuguesas com as de âmbito europeu. Um exemplo dessa
a comunidade em geral sobre questões relacionadas com o
articulação ocorre no Dia Europeu da Internet mais Segura
uso de tecnologias em linha, promovendo a adoção de práti-
com o envolvimento de Portugal desde 2005.
• Portal InternetSegura.pt
Destinado a todos os públicos-alvo, o portal disponibiliza con-
• Linha de apoio – Linha Ajuda (http://www.internetse-
cas seguras de navegação online. A informação facultada
O Centro Internet Segura coopera em estreita relação com as
Websites do Centro Internet Segura Portal Internet Segura (http://www.internetsegura.pt/) Seguranet (http://www.seguranet.pt/blog/) Linha Alerta (http://linhaalerta.internetsegura.pt/) Linha Ajuda (http://www.internetsegura.pt/linha-ajuda) Páginas do Facebook Centro Internet Segura (https://www.facebook.com/internetsegura.pt) Seguranet (https://www.facebook.com/seguranet) Linha Alerta (https://www.facebook.com/linhaalerta.internetsegura) Canais de Vídeo Centro Internet Segura (http://www.youtube.com/user/PTinternetsegura/videos) Seguranet (http://www.youtube.com/user/seguranet2)
JUVENÍLIA - CNJ
teúdos informativos, formativos e interativos sobre a utilização
]
dar apoio a todos os que têm problemas derivados da utiliza-
21]
]
tivo estrutural da promoção da navegação crítica, consciente e
segura na Internet, junto da comunidade educativa. O lema é
Entrevistado: Nuno Moreira Considera os jovens um grupo de risco na utilização da in-
ternet? Que fatores (apurados pelo Centro Internet Segura)
contribuem para esse fator?
Os jovens e as crianças são, efetivamente, um grupo de risco uma vez que são os utilizadores mais frequentes e intensivos
da Internet e a probabilidade de se depararem com conteúdos
e/ou condutas prejudiciais é mais elevada. Na mesma medida, a Internet é um fenómeno relativamente recente e em vinte anos as tecnologias evoluíram de forma exponencial, e
os comportamentos
que evoluem de forma mais lenta não têm
acompanhado essa
evolução acabando por haver uma
desadequação face à forma
de estar e
os riscos
existentes.
centrado no utilizador “Tu decides por onde vais.” As atividades
SeguraNet dirigem-se a escolas do 1.º, 2.º, 3.º Ciclos e SeO facto das crianças e jovens serem nativos digitais contribui para uma falsa sensação de segurança. Há uma confusão
entre saber utilizar a tecnologia tecnicamente e a utilização
responsável e informada da Internet. O facto dos adultos se
desvincularem do papel de mentores dessa aprendizagem
dos jovens (por não se sentirem proficientes ao nível dos seus
filhos e ou educandos), tem contribuído para que existam
problemas que poderiam ser evitados por uma atitude mais consciente e, por conseguinte, mais segura ao nível dos comportamentos.
cundário, dos ensinos público e privado, e são desenvolvidas
junto de alunos, professores de todas as áreas disciplinares e
encarregados de educação.
Seguranet e do seu enfoque nos
jovens.
é o braço armado
do Centro Internet Segura nas
escolas.
lying, o comércio eletrónico, a Linha Ajuda Internet Segura, o
copyright, os jogos online, o telemóvel, a segurança do computador e a dependência da Internet.
- Casos Reais: Caso 1:
Em Setembro de 2013, dezenas de meninas do Alentejo
entre os 8 e 12 anos foram expostas (num perfil) a um perfil
seguranet.pt) onde podemos encontrar todo um repositório
na ao aperceber-se que uma foto da filha que tinha postado
gação e segurança online através do seu website ( www.
de informação para o desenvolvimento de ações formativas
dos mais diversos tipos e ainda jogos didáticos que colocam
o aluno a aprender de forma lúdica, o projeto tem ainda como
- Desafios Seguranet - Esta iniciativa decorre ao longo de todo o ano escolar e é dirigida a todos os níveis de ensino. Consta de diversos desafios colocados aos alunos, que devem ser
O projeto Seguranet
preendendo as temáticas da proteção de dados, o cyberbul-
Para além de prestar um apoio diário nas matérias da nave-
ações emblemáticas:
- Fale-nos um pouco do projeto
de conteúdos e de atividades sobre Segurança Digital, com-
resolvidos em grupo com os professores ou com os pais em
casa, e que os coloca as crianças e os jovens numa posição de raciocínio crítico face a um risco. Na resposta a estes desafios
são produzidos materiais de sensibilização, sendo os melhores materiais produzidos, premiados no final do ano letivo.
- Semana Seguranet – Na semana em que se celebra o dia da
Internet mais Segura (segunda semana de Fevereiro), celebrase também a Semana Seguranet iniciativa dirigida a todos os
pedófilo no Facebook. O alerta foi dado pela mãe de uma meni-
como pública tinha sido partilhada. Quando foi ver por quem
descobriu o perfil. Lançou o alerta aos outros pais e tentaram
fazer a denúncia pelo Facebook o que não deu resultado uma
vez que o perfil em questão não continha nudez ou palavras
proibidas que o motor de busca do Facebook pudesse encontrar para validar a denúncia de conteúdos sexuais, mas com
conteúdos obviamente lesivos na apreciação das crianças. A
Linha Alerta do Centro Internet Segura (CIS) recebeu em duas
horas cerca de 3000 denúncias de pais desesperados. Por ser
parte da rede europeia INSAFE o CIS tem contactos privilegia-
dos junto do Facebook, Twitter, ASK.FM, Google, etc., de forma
a poder agir de forma cautelar em situações de risco elevado.
Foram contactados os serviços centrais da Rede Social que de imediato colocou o perfil offline, guardando a informação para
posterior investigação da polícia judiciária. Caso 2:
Um adolescente partilhou com a namorada fotografias
dele nu, que foram partilhadas pela mesma com amigos e no
níveis do ensino público e privado. Um microsite é colocado à
Twitter com o objectivo de o humilhar publicamente. A família
sos e orientações para o desenvolvimento de ações de sensibi-
serviços de segurança e privacidade do Twitter e, posterior-
cias e workshops, exposições, debates, criação e publicação de
sários para retirar os conteúdos online e eliminar o assédio.
anualmente cerca de 50000 alunos, professores e pais.
motivo de obter informação que a ajudasse relativamente ao
nesta iniciativa do Ministério da Defesa Nacional que acolhe
estava a desestruturar a sua vida. O centro Internet Segura
três ramos das Forças Armadas, espalhadas pelo continente e
da adição e em caso de necessidade recorrer a ajuda especiali-
disponibilização da comunidade escolar, disseminando recur-
lização nas escolas, nos seguintes domínios de ação: conferên-
conteúdos, concursos e passatempos. Esta iniciativa envolve
- Dia da Defesa Nacional – O Seguranet participa desde 2014 cerca de 130 mil jovens por ano, em 21 unidades militares dos
do jovem contactou o centro Internet Segura que informou os mente, conduziu a família do jovem nos procedimentos necesCaso 3:
Uma jovem contactou o Centro Internet Segura por
problema de adição a jogos online que o namorado tinha e que
aconselhou-a no sentido de conseguir perceber a profundidade
ilhas. A iniciativa visa contribuir para a formação cívica dos jo-
zada. Posteriormente, o Centro Internet Segura foi informado
civil e a instituição militar. Nas sessões de divulgação apresen-
panhamento psicológico para resolver o seu problema.
vens, permitindo uma maior aproximação entre a sociedade
pela jovem de que o namorado já estava a receber acom-
JUVENÍLIA - CNJ
JUVENÍLIA - CNJ
22]
Educação e Ciência e ativo desde 2004, o projeto tem o obje-
tadas, o Seguranet assegura a dinamização de um conjunto
]
Entrevista
Sediado na Direcção Geral da Educação do Ministério da
23]
]
manos online e offline, formando-os com as ferra-
Mas afinal, o que é exatamente o discurso de ódio?
Apoiar as pessoas e grupos-alvos do discurso de
se segue:
Desenvolver formas de participação da juventude e
O Conselho da Europa define-o como “Discurso de ódio deve
JUVENÍLIA - CNJ
Raquel Abreu
24]
É um coração vermelho, redondo. Parece simpático, diz “No Hate”, uma mensagem aparentemente clara e simples. Ignoremos agora o “No”, tentemos apagar
o coração da nossa mente, foquemos a nossa atenção na palavra que resta.
.
Hate. Ódio.
esse
grito está
a
ecoar. As
NO HATE
De repente, as cores do nosso cenário mental
fronteiras
amargo na boca de quem já passou por ele ou sabe
offline ficam desfo-
Falar de ódio não é bonito, quando falamos deste
mundo cibernético é uma
muitas vezes mortais, definitivas, outras vezes peri-
dade física, para outros é um mundo
mortais.
a noção de consequência, podemos perceber
Esta é a realidade virtual. Nela, as nossas ações são
bém o sentido de responsabilização se desfoca com
tas todas as interações à nossa volta. Podemos estar
Aqui surge o discurso de ódio online que, como tan-
com centenas, milhares de pessoas. É como gritar
nou a nossa segunda casa e que se tem tornado a
mudam e com elas fica o desconforto, aquele sabor
entre online e
exatamente do que é capaz.
cadas, se para uns o
tema é inevitável não referir as suas consequências,
clara extensão da sua reali-
gosamente subtis, não menos definitivas, não menos
completamente à parte. Se introduzirmos
Agora, vamos pensar num espaço amplo, aberto, livre.
que à medida que estas ligações se desfocam, tam-
maioritariamente imediatas, assim como são imedia-
elas, criando espaço para abusos.
sozinhos no nosso quarto e, ainda assim, comunicar
tos outros discursos, habita este espaço que se tor-
algo a plenos pulmões, mas não saber muito bem onde
segunda (por vezes única) casa de muitos jovens.
ódio online;
de cidadania digital.
como
Em termos práticos, a campanha é repartida por di-
as formas de ex-
A criação de materiais educativos, realização de
palham, incitam,
nacionais, são algumas das ferramentas utilizadas,
justificam o ódio
que reúnem vários atores, de várias realidades na-
antissemitismo,
Acredita-se na ação, trabalha-se juntamente com os
de ódio baseadas
os professores e educadores, com todos os que se
cluindo: a intolerância
Em Portugal, a campanha foi lançada a 22 de junho
nalismo agressivo e etno-
cional do Movimento de Jovens Contra o Discurso de
hostilidade contra minorias,
Desporto e Juventude (IPDJ), contando com um total
ser
Associação Par - Respostas Sociais
mentas necessárias;
entendido
abrangendo
todas
pressão que espromovem
ou
versas campanhas e iniciativas nacionais.
cursos de capacitação, seminários e conferências
assim como momentos de aprendizagem e reflexão
racial, xenofobia,
cionais.
ou outras formas
públicos-alvo, com os jovens, com os ativistas, com
na intolerância, in-
juntam a esta procura incansável por soluções.
manifesta por nacio-
de 2013. Nesta ocasião, foi constituído o Comité Na-
centrismo, discriminação e
Ódio, sob a coordenação do Instituto Português do
migrantes e pessoas de origem
imigrante”.
de 16 organizações envolvidas.
Em jeito de conclusão, posso dizer-vos que ainda há
Com origem no Conselho da Europa,
muito a fazer. É verdade que o discurso de ódio é
tivo da Juventude, nasce o projeto “Young Peo-
mas também é real que já conquistámos muito ter-
mais concretamente no Conselho Consul-
uma realidade no espaço cibernético (e fora dele),
ple Combating Hate Speech Online”, planeado para
reno nesta terra.
Este projeto, principalmente denominado “No Hate
de respeito, de empatia. Cada vez mais, fica clara a
Sensibilizar para a existência do discurso de ódio e
Não basta na rua, nos abraços, tem de chegar aos
Promover a literacia nos meios de comunicação so-
contaminado?
ver a luz do dia em 2012, prolongando-se até 2015.
É real este contágio vermelho e redondo de valores,
Speech Movement”, foca-se em 5 eixos principais:
importância de o trazer connosco para todo o lado.
dos seus riscos para a democracia;
cliques, à palavra escrita, ao digital! E tu, já foste
cial e internet, assim como reduzir os níveis de tolerância a este tipo de discurso;
Mobilizar os jovens para a defesa dos direitos hu-
http://www.nohatespeechmovement.org/ e
http://www.odionao.com.pt/
JUVENÍLIA - CNJ
esta necessidade, de combater o discurso de ódio.
]
NO HATE HATE SPEECH SPEECH
E é aqui mesmo que surge esta ideia, esta ânsia,
25]
]
Paulo Pinheiro
CNJ: O Que Se Faz Por Cá??? A Educação, o CNJ e as suas Organizações Membro
JUVENÍLIA - CNJ
Presidente do Conselho Consultivo e do Conselho Misto de Juventude do Conselho da Europa
26]
] A Campanha “Contra o Discurso do Ódio” é o resultado do processo de cogestão no setor da Juventude no
Conselho da Europa, já que nasceu de uma proposta dos representantes dos jovens no Conselho Consultivo
para a Juventude. A Campanha foi lançada no dia 22 de março de 2013 e decorrerá ao longo do ano de 2015.
As campanhas nacionais foram implementadas envolvendo representantes de ONG’s ligadas à juventude, estando hoje presente em 39 países.
O “Discurso do Ódio”, como definido pelo Conselho de Ministros do Conselho da Europa, abrange todas as
formas de expressão que disseminam, incitam, promovem ou suportam ódio racial, xenofobia, antissemitismo,
anti-islamismo, anticiganismo, anticristianismo, misoginia e outras formas de ódio baseadas em intolerância
como o nacionalismo agressivo e etnocentrismo, discriminação e hostilidade contra minorias, migrantes, sexismo e discriminação contra orientação sexual e identidade de género.
Esta campanha é a favor:
•Direitos humanos online, incluindo liberdade de expressão;
O Conselho Nacional de Juventude (CNJ), enquanto plata-
forma a garantir um olhar global sobre a Educação em Por-
forma representativa das organizações de juventude de âm-
tugal. Foram proporcionados espaços de reflexão sobre o en-
bito nacional, advoga por uma oferta educativa/ formativa de
sino desde a educação pré-escolar, enquanto primeira etapa
qualidade e de livre acesso a todos os cidadãos e cidadãs
no processo de educação ao longo da vida, até ao ensino su-
– crianças, jovens e adultos. Tal como a UNESCO defende, o
perior como marco de referência entre a vida escolar e profis-
sistema educativo deverá também estar preparado para aco-
sional, não descurando o ensino profissional, a ação educa-
lher a diversidade cultural, proporcionando a todos e todas o
tiva da família e outros espaços de educação não formal. Em
acesso a aprendizagens de sucesso independentemente da
2014, o CNJ promoveu então as Jornadas de Educação, com
origem cultural e social.
5 sessões sobre:
Com a implementação da Estratégia de Lisboa, do Programa
“ Educação e Formação 2010” e com o lançamento da nova
•A Educação Em Portugal | Manuel Miguéns,
Secretário-Geral do Conselho Nacional de Educação;
Estratégia Europa 2020, a Educação/Formação no contexto
das políticas europeias ganha uma crescente importância e
Rosa, Professora Adjunta da Escola Superior de Educação de
•Maior literacia sobre os media e internet;
é consolidada com os esforços empreendidos pelos Estados-
Lisboa;
•Redução dos níveis de aceitação do discurso do ódio online;
Membros. A estratégia assenta num quadro metodológico que
engloba os sistemas e níveis de educação e formação no seu
retora do Agrupamento de Escolas de Alhandra, Sobralinho e
todo, numa perspetiva mais global de Aprendizagem ao Lon-
São João dos Montes, Soeiro Pereira Gomes; e Irene Louro,
go da Vida (ALV).
Diretora do Agrupamento de Escolas nº2 de Loures e não de
Em traços gerais, a Estratégia 2020 da União Europeia (EU)
St. António dos Cavaleiros;
•Participação juvenil na aprendizagem, vivência e ação pelos direitos humanos, online e offline e “cidadania eletrónica”;
•Governança aberta e democrática da Internet, respeitando os direitos humanos; •Sensibilização da existência do discurso do ódio online e os riscos inerentes para a democracia, paz e os jovens;
•Desenvolvimento e maior consenso dos instrumentos de políticas europeias no combate ao discur- so do ódio;
•Que resposta para a primeira infância? | Manuela
•Ensino Básico e Secundário | Isabel Estevinha, Di-
para a área da educação visa a redução da taxa de abandono
escolar precoce para menos de 10% e um aumento para, pelo
fre, Presidente da Agência Nacional para a Qualificação e o
menos, de 40% da população na faixa etária dos 30-34 anos
Ensino Profissional, I.P;
com um diploma do ensino superior.
A nível nacional, o programa do XIX Governo Constitucional
sistente na Universidade Europeia e Ex-Chefe do Gabinete
propõe medidas para dar resposta a esta realidade, argu-
do Secretário de Estado do Ensino Superior, 2011/2013.
mentando sobre “a necessidade de melhorar a qualidade do
As Jornadas da Educação surgiram da necessidade de criar
direitos humanos;
que se ensina e do que se aprende, com vista à concretização
oportunidades de formação e de capacitação para os diri-
de metas definidas, assente na definição de uma estratégia
gentes associativos das Organizações Membro (OOMM), que
•O desenvolvimento do youth work online e da educação não-formal;
que permita a criação de consensos alargados em torno das
participarão ativamente no desenho da Estratégia Global para
grandes opções de política educativa.”
a Educação a ser lançada em 2015. Para além de ter sido
Tendo por base este enquadramento social e político, durante
uma oportunidade para partilhar conhecimentos e ferramen-
•A ratificação, pelos Estados Membros, do Protocolo Adicional à Convenção de Budapeste sobre o Cibercrime (criminalização de atos de natureza racista e xenófoba cometidos através de sistemas eletrónicos);
•A adoção de recomendações pelo Conselho de Ministros para os Estados Membros contra o discurso do ódio;
•Um “código de conduta” para órgãos de comunicação social;
•A inclusão de educação em media e literacia sobre a Internet onde seja incluída a educação para os •A promoção do dia 22 de julho como o Dia Europeu de Ação para as Vítimas de Crimes de Ódio; •Consulta e inclusão de jovens nos processos de governança da Internet;
•Orientações para identificar discurso de ódio e conteúdo ofensivo em jogos de computador;
•Desenvolvimento de políticas direcionadas para as crianças e jovens sobre conteúdo, privacidade e denúncia de discurso de ódio nas redes sociais.
•A Formação Profissional em Portugal | Gonçalo Xu-
•Ensino Superior | João Atanásio, Professor As-
o ano de 2014, a área de Educação promoveu um debate
tas de trabalho, foi também uma oportunidade para reforçar a
interno com as suas Organizações Membro e Associadas, de
aproximação da plataforma às suas OOMM.
JUVENÍLIA - CNJ
Contra o Discurso do Ódio
27]
]
nhecimento e validação da ENF em Portugal. O ano de 2014 foi marcado por duas grandes iniciativas que consolidaram a
posição e estratégia de advocacy do CNJ neste âmbito, no-
meadamente a mesa redonda “Instrumentos de Validação de
Competências em Contextos de Educação Não Formal”, no dia 4 de julho na sede do CNJ e as II Jornadas de Educação
Não Formal, no dia 10 de dezembro no Centro de Juventude
de Lisboa.
A mesa redonda contou com a presença de diferentes stakeholders nacionais e europeus, tais como: Fórum Europeu de
De dia 21 a 28 de setembro de 2014, em Mollina, Espanha, teve lugar o curso de formação sobre Tendências das Políticas de
Juventude “Step Forward: Reclaim your Future!”, no âmbito da
15ª Universidade de Juventude e Desenvolvimento. Organizado
pelo CNJ, em cooperação com os Conselhos Nacionais de Ju-
O CNJ e a Nova Agenda Política para a ENF e o Youth Work em Portugal A Educação Não Formal (ENF) tem uma longa história e é vista em muitos países como uma importante forma de
aprendizagem, de desenvolvimento pessoal e de capacitação
para a participação ativa na sociedade. Esta abordagem de intervenção social deve ser entendida como um complemento
mus + JÁ, Universidade Nova de Lisboa, entre outros. Este
momento marcou o diálogo entre as associações juvenis,
academia e organismos públicos sobre a disposição nacional para a validação de aprendizagem não formal e informal.
Por sua vez, as II Jornadas de Educação Não Formal congre-
garam no mesmo espaço as principais partes interessadas
do tecido associativo juvenil nacional, de forma a refletir e recolher contributos sobre: 1) Instrumentos de Validação de
Competências Adquiridas em Contextos de ENF e 2) Youth
ventude de Espanha, Catalunha, Itália, Grécia e Roménia, e com
ao sistema formal de educação, baseando-se em princípios
Work, para sustentar a posição do CNJ no Grupo de Trabalho
incidiu sobre a emancipação jovem nas suas múltiplas vertentes,
ralelamente aos sistemas comuns de educação e formação e
debate e a disposição nacional para a validação da aprendi-
o apoio da Câmara Municipal de Cascais, o curso de formação nomeadamente o acesso dos jovens aos seus direitos, emprego
jovem, sustentabilidade e coesão entre gerações, cooperação juvenil e participação juvenil na vida democrática.
A Universidade de Juventude e Desenvolvimento, que celebrou este ano o seu 15º aniversário, é uma iniciativa organizada pelo
Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, em parceria com o
Governo Espanhol (INJUVE), o Fórum Europeu de Juventude
(YFJ), o Conselho de Juventude de Espanha (CJE), o Fórum Latino-americano de Juventude (FLAJ) e outras organizações
de e para a juventude. Esta edição, contou com a participação
de cerca de 290 participantes, oriundos dos 4 cantos do mundo,
que discutiram o tema das oportunidades jovens durante uma
pedagógicos e metodológicos específicos, que tem lugar pa-
que não termina obrigatoriamente em certificação, dando aos
jovens a possibilidade de desenvolverem os seus valores, apti-
dões e competências, para além das que são desenvolvidas
no contexto da Educação Formal e/ou aprendizagem informal.
Ainda assim, importa referir que a ENF é um processo intencional, cuja forma de intervenção deve ser planeada e
adaptada às características, necessidades e expetativas dos
beneficiários. Trata-se de um processo educativo organizado
e estruturado, que valoriza a flexibilidade, sendo voluntário e centrado nos aprendentes.
A ENF oferece momentos de aprendizagem não formal e ca-
Nacional liderado pelo IPDJ,I.P, que impulsionará, em 2015, o
zagem não formal e informal no âmbito da juventude, como
recomendado pelo Conselho Europeu em 20 de dezembro
de 2012, sobre a validação da aprendizagem não formal e informal (2012/C 398/01). Neste encontro, contámos com a
presença de 30 pessoas em representação de 19 organiza-
ções.
Ao longo desta discussão reuniram-se algumas conclusões:
- Definir as funções e competências do youth worker – através da adaptação do material que já existe;
- Criar um grupo de especialistas para apontar opções de
tradução de youth worker (ex: IPDJ, CNJ, FNAJ/RNAJ, CMJ,
pacita os jovens com competências fundamentais para a sua
Associação Nacional de Municípios etc) → Auscultação Inter-
mento pessoal. Esta abordagem de intervenção social resulta
- Debater sobre o “porquê” de ser necessário este processo de
Cidadania Global, por considerar que são espaços de excelên-
os jovens, especialmente aqueles com menos oportunidades,
- A validação das competências adquiridas não deve ser ape-
rante uma semana, reúne-se o ecossistema juvenil que, criando
compreensão alargada do seu papel e do seu valor, enquanto
um espaço tanto de networking, como de aprendizagem intercul-
cidadãos e para as sociedades.
semana, de forma criativa, partilhada e construtiva.
Tem sido prática do CNJ aliar-se a esta Universidade e às demais, que constituem a Rede de Universidades de Juventude e
cia de cooperação juvenil em prol dos direitos dos jovens. Dusinergias e rede, potencializa o trabalho juvenil e proporciona tural e de desenvolvimento de competências.
Do curso de formação, organizado pelo CNJ, resultou um en-
vida profissional, cidadania ou mesmo para o seu desenvolviigualmente na criação de um espaço e de possibilidades para
moldarem seu próprio futuro. No entanto, tem faltado uma metodologia e processo de transformação pessoal para os
Ao longo dos últimos anos, têm sido desenvolvidas várias
na/Externa (jovens) → Nome em Português;
validação e o que se pretende validar;
nas para dar resposta a uma necessidade do mercado de trabalho;
- Os instrumentos de validação não podem ser uniformizados;
- Validar as competências adquiridas mas ter sempre em atenção o processo de aprendizagem;
iniciativas, nacionais e europeias, que contribuíram para a
- Criar um referencial de competências para diferentes proces-
Juventude acima enunciados sobre aquilo que é e deve ser a
stakeholders, sobre a importância de promover este reco-
Acreditamos que o CNJ tem vindo a marcar nos últimos anos
balho em prol dos jovens reforçado e a vontade de voltar à Uni-
O Conselho Nacional de Juventude (CNJ) tem assumido um
quadro de referência para a validação das competências ad-
tendimento comum entre os representantes dos Conselhos de
emancipação jovem. A cooperação juvenil saiu fortalecida, o traversidade de Juventude e Desenvolvimento intensificada
aproximação a uma perspetiva comum, entre os principais nhecimento e de que forma este deve ser concretizado.
papel importante e impulsionador do debate para o reco-
sos – como já existe para outros contextos.
uma nova agenda política para a operacionalização de um
quiridas em contextos de ENF e 2015 não será exceção.
JUVENÍLIA - CNJ
28]
Tendências das Políticas de Juventude | Curso de Formação – 21 a 28 de Setembro de 2014, Mollina
Português de Desporto e Juventude, Agência Nacional Eras-
]
JUVENÍLIA - CNJ
Juventude, Fórum Nacional de Juventude de Itália, Instituto
29]
]
Nutrition4YOUth
30]
Aos 8 parceiros iniciais, juntaram-se 35 parceiros e multiplicadores que, de várias formas, contribuíram para a ampliação do projeto em 23 ações regionais, para além dos 7 seminários regionais e 4 debates com candidatos a eurodeputados previstos inicialmente.
O projeto “Nutrition4YOUth”, promovido originalmente em 2013, visou desenvolver um espaço de formação para a promoção de estilos de vida saudáveis. Os jovens foram dotados de competências na área da alimentação saudável, especificamente para a aquisição, preparação e confeção de refeições saudáveis, a baixo custo. A prática do exercício físico também foi instigada (mais informações em http://www.cnj.pt/nutrition4youth/). Em 2014, este projeto começou a fase de multiplicação com novos parceiros e públicos-alvo. É promovido pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ), com a parceria do Programa Escolhas, da Direção Geral da Saúde (DGS), do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ,I.P.), da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), do Movimento 2020, do Grupo Auchan, da Iglo e da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL). No dia 24 de outubro de 2014, pelas 11h30, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL), realizou-se a apresentação pública do E-Book “Nutrition 4YOUth – Dicas e Truques”. O evento contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, do Alto Comissário para as Migrações, Pedro Calado e do Adjunto do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Ivo Costa Santos. Neste dia, teve ainda lugar uma sessão de educação nutricional, bem como uma sessão de showcooking, pelo Chef Fábio Bernardino, com algumas receitas low cost direcionadas para os jovens do Programa Escolhas. Em parceria com o Programa Escolhas, serão realizadas, ao longo do ano de 2015, várias ações Nutrition4YOUth para capacitação e formação de jovens em contextos socioeconómicos vulneráveis.
TU NA EUROPA
Em maio de 2014, tiveram lugar as oitavas eleições para o Parlamento Europeu, onde fomos chamados a exercer o direito de voto para escolhermos os nossos representantes, na única instituição da União Europeia eleita diretamente pelos seus cidadãos e cidadãs. Foram eleitos 751 deputados, pelos cerca de 380 milhões de cidadãos eleitores, dos 28 Estados Membros. Portugal elegeu 21 deputados. São eles que são a nossa voz no Parlamento Europeu, durante os próximos 5 anos. Com a Campanha Tu na Europa, que contou com o apoio do Programa Juventude em Ação (atual Erasmus +), pretendemos promover a participação dos jovens nas eleições europeias, incentivando o voto consciente e informado. De uma forma mais lata, quisemos aproximar os jovens à política, promovendo a sua cidadania europeia. De Lisboa a Rabo de Peixe, do ensino superior ao ensino profissional, de associações socio- culturais a associações de jovens
JUVENÍLIA - CNJ
Com o objetivo de promover um melhor entendimento do impacto da UE na vida dos jovens, foram desenvolvidas várias ações de capacitação de multiplicadores, debate e aproximação dos jovens aos candidatos ao Parlamento Europeu. Foram produzidos materiais de incentivo ao voto, tais como o Guia de Voto e vídeos com figuras públicas que deixaram a sua mensagem de apelo ao voto. As redes sociais, como o facebook, foram utilizadas diariamente para comunicar com os jovens sobre as eleições europeias e para divulgar os materiais da campanha portuguesa, que esteve ligada ao movimento europeu The League of Young Voters.
]
JUVENÍLIA - CNJ
portadores de deficiência, a Campanha Tu na Europa esteve em vários pontos do país, abrangendo um vasto e diversificado público jovem.
31]
]
Os Resultados das Eleições Apesar dos esforços realizados por várias campanhas a nível
foi 43%).
De acordo com os resultados do Estudo Pós Eleitoral realizado
As razões apontadas para a alta abstenção nas eleições euro-
consideráveis entre os 28 Estados-Membros, que chegam a
confiança/insatisfação face à política, em geral»; «não se
Eslováquia (13,1 %). Em Portugal, a taxa de participação foi de
tar não altera nada».
pela TNS Opinion, esta média europeia encobre diferenças
atingir os 76,5 pontos percentuais entre a Bélgica (89,6 %) e a 33,7%, enquanto em 2009 tinha sido de 36,77%.
peias são conhecidas e coincidem com as de 2009: “falta de
interessa pela política»; «votar não tem consequências/vo-
O CNJ analisou internamente estes resultados, em Comissão de
Associativismo e Participação Juvenil, refletindo que na análise da abstenção dos jovens em Portugal, também deve ser tida em
conta a grande quantidade de jovens emigrados ou deslocados
que não conseguiu votar. Assim, concluiu-se que em próximas
campanhas de apelo ao voto deverá haver mais informação sobre o voto antecipado. Por outro lado, terá de haver um trabalho
continuado na área da educação para a cidadania, pois as campanhas pontuais deverão ser complementos de um plano con-
sistente de formação de jovens cidadãos, que envolva escolas
e organizações da sociedade civil. A aproximação dos políticos aos jovens foi outra necessidade identificada.
Rumo à Participação Juvenil Todo o trabalho desenvolvido pelo CNJ assenta no valor da participação, enquanto elemento estruturante da sociedade civil.
Sabemos que a cidadania ativa é crucial para o fortalecimento da democracia, por isso, promovemos a participação dos jo-
Em relação à participação dos jovens nas eleições europeias,
o estudo mostra que, tal como nas últimas eleições europeias
(2009: 29%), apenas uma minoria de jovens europeus votou: 28%, com idades entre os 18 e os 24 anos, o que representa
uma grande queda em relação às previsões de maio de 2013,
que apontavam que 64% dos jovens tinham a intenção de votar. Contudo, o estudo também mostra que os jovens “são os mais positivos em relação à UE”.
vens nos assuntos que lhes dizem respeito. Os vários mecanismos que favorecem a participação são alvo da nossa at-
enção e ação, desde os mais tradicionais aos mais inovadores.
As votações, por si só, constituem momentos cruciais e emblemáticos para a vida democrática em sociedade, devendo por
isso ser encaradas com a máxima responsabilidade e o mínimo
alheamento… continuaremos assim a promover a participação dos jovens, não só nos atos eleitorais, como também na vida diária das suas comunidades!
Os jovens portugueses ficam abaixo da média europeia, apre- Em www.tunaeuropa.com e https://www.facebook.com/cnjtunaeuropa sentando os seguintes valores: estão disponíveis outras informações sobre esta campanha
Trabalho Digno Para Tod@s A campanha Trabalho Digno para Tod@s, promovida pelo Conselho Nacional de Juventude, tem como principal objetivo fomentar a discussão entre os jovens, os decisores políticos e os empregadores sobre questões relacionadas com o trabalho digno, a precariedade laboral e o emprego de qualidade. Esta campanha é promovida no âmbito do Processo de Diálogo Estruturado da União Europeia, englobada no quadro renovado de Cooperação Europeia no domínio da Juventude 2010-2018. Este quadro renovado de Cooperação Europeia define os princípios do “Diálogo Estruturado” com os jovens e organizações de juventude de modo a que seja fomentada a participação dos jovens na construção da Política de Juventude da União Europeia, e para que a opinião e a voz da juventude seja ouvida pelas instâncias europeias. De forma a estimular o debate em torno do tema, o CNJ tem vindo a promover diferentes espaços de discussão como reuniões internas de comissão na área do emprego e tomadas de posição. Para além disso, foi criado um grupo de trabalho independente constituído por um conjunto de jovens investigadores de diferentes ciências sociais que desenvolveram uma reflexão profunda sobre o tema, e apontaram propostas concretas. No Dia Internacional do Trabalho Digno, dia 7 de outubro, o CNJ organizou ainda, em Cascais, um seminário sobre o tema, com o intuito de promover o debate com especial enfoque na realidade nacional e europeia sobre o trabalho digno no contexto da juventude. O Seminário contou com a parceria do Fórum Europeu de Juventude (YFJ); do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P.(IPDJ); da Organização Internacional do Trabalho (OIT); da Câmara Municipal de Cascais (CMC); e da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). Alguns dos exemplos das propostas resultantes de todos os processos de consulta e da discussão em curso são:
JUVENÍLIA - CNJ
32]
peias de 2014 mantiveram-se baixas - 42,54 % (em 2009 o valor
]
JUVENÍLIA - CNJ
nacional e europeu, as taxas de participação nas eleições euro-
33]
]
34]
JUVENÍLIA - CNJ
JUVENÍLIA - CNJ
1. Transição para o mercado de trabalho • Impulsionar o papel das secções de juventude das confederações sindicais, nomeadamente através da criação e gestão de uma espécie de “passaporte sindical” para os traba• Criação de uma «Bolsa Jovem» para jovens à procura lhadores jovens que lhes permita, quando transitam de um determinado setor de atividade para outro, manter a sua filiação de emprego; • Reformulação do funcionamento e organização dos sindical. centros de emprego.
2. Precariedade Laboral
3.2.
Trabalhador Estudante
• Redefinição do sistema de faltas aplicáveis ao trabalhador-estudante; • Possibilidade de o trabalhador-estudante poder usufruir de uma licença sem vencimento. 3.3.
Parentalidade
Apoiar e incentivar, através de mecanismos de cariz • Aumentar as contribuições para a Segurança Social • das empresas que recorram à prestação de serviços (como for- fiscal ou relativos às contribuições para a segurança social, as empresas que tenham infantários ou sistemas de baby-sitting, ma de incentivar a criação de contratos de trabalho); • Aumentar as compensações devidas pelo empregador que estabeleçam protocolos com infantários ou procedam ao na cessação dos contratos de trabalho a termo e temporários pagamento de um subsídio para este efeito; Alargar o direito à dispensa de algumas formas de trapor motivo não imputável ao trabalhador como forma de com- • balho (adaptabilidade, banco de horas, ou horário concentrado) pensar a precariedade e insegurança. a trabalhadores com filhos menores de 12 anos, de forma a permitir a efetiva conciliação entre a vida profissional e a vida familiar.
3. Condições de Trabalho
4.
Segurança Social
• Incentivos às empresas que criem fundos de pensões complementares à reforma; • Incentivar os municípios a participarem, elaborarem e implementarem políticas de apoio aos jovens • Inclusão do CNJ no Conselho Económico e Social (CES) enquanto membros de pleno Direito. 3.1. Combate à Dualização e Incentivo à Participação dos Jovens Irá ser redigida uma tomada de posição que traduza todo o conhecimento reunido em torno do tema. • Dinamizar a sindicalização dos trabalhadores jovens;
35
STOP – Sem Tabus, Opressões e Preconceitos O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos
afirma, de forma inquestionável, que “todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. No entanto,
apesar do papel preponderante das várias instâncias nacionais
e internacionais no combate à discriminação esta é, nos dias de hoje, a mais grave e comum violação dos direitos humanos na
Europa.
A discriminação assume diversas formas: insultos à integridade
física e psicológica, agressões, negação de bens e serviços, ex-
clusão de práticas de convívio, entre outras. Infelizmente, as vítimas de discriminação continuam a ser prejudicadas na obtenção
de trabalho digno, no acesso à educação, à habitação e aos
serviços de saúde adequados às especificidades individuais.
Sabemos hoje que existem milhões de pessoas por todo o mundo que continuam a ver negado o exercício dos seus direitos
de participarem conscientemente na vida pública ativa, de se
associarem livremente, de praticarem a sua religião ou de exteriorizarem a sua identidade cultural sem medo de represálias.
Independentemente da forma que assuma, a discriminação
baseia-se, na sua essência, na negação ou depreciação da di-
ferença e isso traduz-se na falta de respeito pela dignidade e igualdade que deveria ser atribuída de forma equitativa a todos
os seres humanos.
Através da campanha STOP - Sem Tabus, Opressões e Preconceitos, o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) promove a
divulgação de vários materiais que contribuem para a conscien-
cialização e erradicação da discriminação a vários níveis. Esta
campanha enquadra-se numa iniciativa europeia - NO HATE
SPEECH promovida pelo Conselho da Europa.
]
www.cnj.pt http://juventude.gov.pt/
Co-Financiadopela Comiss達o Europeia Programa Safer Internet