R-Evolução da ENF no Sul da Europa

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R-Evolução da Educação Não Formal do Sul da Europa


Editor: Vid Tratnik (MSS) Autores: Federica Cicala (FNG) Sara Massini (FNG) Ilaria Esposito (FNG) Alessia Sebillo (FNG) Alice Barbieri (FNG) Júlia Betrian (CNJC) Raul Almarcha Cañas (CJE) Joan Conca Domènech (CJE) Sonia Cabrero del Amo (CJE) Sara Amaral (CNJ) David Ferreira da Silva (CNJ) Bruno António (CNJ) Domniki Kouitzoglou (ESYN) Corina Pirvulescu (CTR) Veronica Stefan (CTR) Aleksandar Ivanov (NYF) Anamarija Sočo (MMH) Ana Štromajer (MSS) Martin Lenardčič (MSS) Design gráfico: Ossidi di Ferro Esta publicação foi criada através de um processo colaborativo entre os Conselhos Nacionais de Juventude do Sul da Europa. Com o apoio do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida


Conteúdos Prefácio......................................................................................................................................................... p. 5 Introdução.................................................................................................................................................... p. 7 Sobre o Projeto............................................................................................................................................. p. 8

Educação Não-Formal................................................................................................................................... p. 10 O que é educação não-formal?.................................................................................................................. p. Reconhecimento da educação não-formal................................................................................................. p. ENF e organizações de juventude.............................................................................................................. p. ENF – Atividades nacionais desenvolvidas pelo CNJ................................................................................... p. Atividades Nacionais desenvolvidas pelo MSS........................................................................................... p.

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Conselhos Nacionais de Juventude e a Bolsa de Formadores....................................................................... p. 19 O papel dos conselhos nacionais de juventude na sociedade.................................................................... p. O que é uma Bolsa de Formadores?........................................................................................................... p. Bolsa de Formadores e ENF........................................................................................................................ p. A origem da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude da Catalunha (CNJC).................... p. A Bolsa de Formadores do Conselho de Juventude de Espanha (CJE)........................................................ p. Table of PoTs............................................................................................................................................... p.

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Cooperação Internacional............................................................................................................................. p. 33 Cooperação Internacional.......................................................................................................................... p. 34 A agenda juvenil na cooperação internacional........................................................................................... p. 34 A dimensão da cooperação internacional no nosso projeto....................................................................... p. 37

E-learning..................................................................................................................................................... p. 41 O que é E-learning?.................................................................................................................................... p. Uma perspetiva global............................................................................................................................... p. E-learning e educação não-formal............................................................................................................. p. O que é uma aprendizagem combinada (blended learning)?..................................................................... p. O curso de formação online sobre Desenvolvimento do Trabalho Juvenil implementado pelo FNG........... p.

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Advocacy...................................................................................................................................................... p. 51 O que é advocacy?....................................................................................................................................... p. Advocacy e organizações juvenis................................................................................................................. p. Entendimento comum sobre o reconhecimento da ENF – Documento Político............................................. p. Advocacy a nível nacional em Portugal........................................................................................................ p.

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Apresentação dos SYC.................................................................................................................................. p. 59


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Prefácio

R-Evolução

da

Educação Não Formal

do

Sul

da

Europa

Dando um aperitivo sobre esta publicação, gostaríamos de chamar a atenção do leitor para as palavras que compõem o título do projeto. Na verdade, o próprio título é o primeiro resultado de um esforço conjunto na delineação do projeto, que começou em 2011, envolvendo todos os Conselhos Nacionais de Juventude que estabeleceram e formalizaram esta parceria de aprendizagem financiada pelo Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida da Comissão Europeia (agora Erasmus +). A Educação Não-Formal (ENF) implica que todos os atores envolvidos no processo de aprendizagem participem e contribuam para uma atividade de forma voluntária, com uma abordagem pró-ativa, altruísmo, desenvolvendo competências de cidadania que permitam ver e ler a realidade com o pensamento crítico necessário para promover o desenvolvimento e a riqueza da comunidade de aprendizagem envolvida no processo. Agora, os mesmos atributos podem-se também encaixar perfeitamente na descrição e papel que as organizações de juventude, em geral, e, em particular, os Conselhos Nacionais de Juventude, plataformas nacionais de organizações de juventude, desempenham na sociedade. Os Conselhos Nacionais de Juventude do Sul da Europa, neste momento histórico, partilham preocupações e desafios semelhantes na sociedade relacionadas com as crises económicas e resistências culturais, que afetam diretamente as vidas de milhares de jovens que se debatem por perspetivas e oportunidades mais duradouras que lhes permita enfrentar o futuro com esperança e energia. Assim, unir esforços e apoiarmo-nos uns aos outros através da partilha de boas práticas, da implementação e criação de projetos educativos, advogando por direitos dos jovens a nível nacional e Europeu do ponto de vista daqueles que sofrem mais o preço das desigualdades de hoje em dia, é, do nosso ponto de vista, a forma mais construtiva de repensar a cooperação e colaboração entre os cidadãos europeus. “R-Evolução”: este jogo de palavras que contém em si mesmo Revolução e Evolução, traduz a vontade dos Conselhos Nacionais de Juventude, representativos da juventude, na promoção e defesa das alterações necessárias na educação de qualidade ao nível dos vários países Europeus, por forma a permitir às novas gerações contribuírem para a sociedade com os seus sonhos e criatividade, explorando o seu compromisso e competências no desenvolvimento de uma sociedade Europeia baseada em conhecimento sustentável.


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Eis que chegámos à Evolução… em vez de olharmos apenas para soluções e competências internas, temos tentado (e conseguido!) alcançar e desenvolver o máximo de cada parceiro em termos de coordenação de diferentes atividades, cooperação transversal, organização de encontros, formações e seminários, podendo afirmar que os Conselhos Nacionais de Juventude defendem a “capacitação da educação não-formal no Sul da Europa!” Por fim, importa referir que por trás de uma organização, estiveram sempre pessoas extraordinariamente comprometidas, querendo, assim, agradecer a Lorenzo, Ilaria, Corina, Andreea, Veronica, Alexandar, Vid, Martin, Kaja, Sara, David, Bruno, Victor, Julia, Joan, Raul, Sonia, Anamarija, Anamarija, Sarantis, Domniki, e todos os membros das Bolsas de Formadores e beneficiários dos cursos de formação online e presenciais, o Fórum Europeu de Juventude – YFJ pela contribuição a nível de conteúdos para os cursos e-learning e ao Centro Norte-Sul do Conselho da Europa pela revisão pedagógica que deu consistência às nossas propostas educativas. Boa leitura,

Giuseppe Failla

Lorenzo Floresta

Federica Cicala

Presidente do Forum Nazionale dei Giovani

Membro da Direção do Forum Nazionale dei Giovani

Coordenadora do Projeto


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Introdução NFE South rEvolution é um projeto Grundtvig para o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida desenvolvido por nove Conselhos Nacionais de Juventude (CNJs). O intuito deste projeto foi o de desenvolver uma estratégia integrada de consciencialização sobre a necessidade de estabelecer uma abordagem holística sobre a educação e a formação, que conduza ao reconhecimento formal, político, social e pessoal da Educação Não-Formal, por forma a atingir os objetivos da Agenda 2020 da UE e criar uma sociedade Europeia baseada em conhecimento. A principal prioridade dos CNJs é o reconhecimento da ENF e o papel das organizações de juventude como principais espaços de educação não-formal. Os CNJs pretendem continuar a criar oportunidades de aprendizagem de qualidade que podem ser adequadamente reconhecidas e integradas nos sistemas de aprendizagem ao longo da vida para todos os cidadãos. O objetivo desta publicação é o da promoção e do reconhecimento da Educação Não-Formal. Contém informação sobre o projeto e sobre o papel crucial da educação não-formal na promoção da participação dos jovens dentro e fora das organizações de juventude. Esta publicação é direcionada a diferentes atores e pessoas: • Se é um decisor político e quer descobrir a importância do reconhecimento da Educação NãoFormal e o papel que as organizações de Juventude têm neste processo; • Se é um youth worker e quer saber como a Educação Não-Formal pode ser relevante para o seu trabalho; • Se é um formador ou líder juvenil e é curioso sobre como a educação não-formal e E-learning podem estar combinados e encontrar argumentos para advogar pelo reconhecimento e validação da educação não-formal; • Se é um Conselho Nacional de Juventude ou organização internacional de juventude e está interessado(a) em boas práticas e precisa de uma ferramenta de advocacy para a ENF, Bolsa de Formadores e processos de cooperação internacional; • Ou se simplesmente quer saber mais sobre Educação não-formal e Conselhos Nacionais de Juventude do Sul da Europa.


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Sobre

o

Projeto

Do ponto de vista dos Conselhos Nacionais de Juventude envolvidos no Projeto NFE South R-Evolution, as organizações juvenis são os principais espaços de transmissão e de conhecimento de educação nãoformal na Europa. Milhares de organizações de juventude em todo o continente europeu desenvolvem as competências dos jovens, criando cidadãos ativos e impulsionando a empregabilidade. A principal prioridade dos CNJs é o reconhecimento da ENF e o papel das organizações de juventude como espaços privilegiados de educação não-formal e informal. Os CNJs pretendem continuar a criar oportunidades de aprendizagem de qualidade que podem ser adequadamente reconhecidas e integradas nos sistemas de aprendizagem ao longo da vida para todos os cidadãos. A parceria de aprendizagem focou-se especialmente na partilha de boas práticas e na definição de uma abordagem comum para o reconhecimento da aprendizagem não-formal e o papel dos formadores nos contextos nacionais. Os objetivos do projeto são: • Desenvolver um entendimento comum e uma estratégia conjunta para advogar pelo reconhecimento e validação política da Educação Não-Formal em todos os países parceiros, tanto na área da educação como no mercado de trabalho Europeu; • Integrar as experiências e resultados de aprendizagem desenvolvidos através da Educação nãoformal e informal, com referência ao Quadro Europeu de Qualificações; • Legitimar o papel dos conselhos nacionais de juventude e as suas organizações de juventude enquanto espaços privilegiados de educação não-formal; • Fortalecer os conselhos nacionais de juventude e as suas organizações membro através da partilha de boas práticas em abordagens pedagógicas com o apoio de estratégias nacionais de formação; • Desenvolver as capacidades e competências dos formadores, por forma a garantir a qualidade das atividades de educação não-formal;


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• Advogar pelo reconhecimento das competências dos formadores em educação não-formal e profissão de “formador” na sociedade; • Estabelecer e reforçar uma cooperação duradoura entre os conselhos nacionais de juventude europeus, com enfoque na educação e na formação. A metodologia do projeto procurou formas alternativas de pensar e praticar o trabalho com jovens, começando com o envolvimento dos próprios jovens, contando com a ação competente de youth workers, líderes juvenis, jovens e organizações juvenis, e procurando, a médio e longo prazo, o seu impacto através de políticas de juventude a nível local e nacional. Para atingir este objetivo, os parceiros decidiram criar e promover o uso de uma plataforma de e-learning para desenvolver e implementar atividades de blended learning (aprendizagem combinada) para as bolsas de formadores dos CNJs, secretariado e organizações membro. Esta publicação é explanatória do processo e evidencia os pontos mais importantes do projeto, por forma a disseminar o trabalho que foi desenvolvido. Fornece exemplos concretos de projetos e ações implementadas pelos parceiros do projeto.


Educação Não-Formal


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O que é educação não-formal? A Educação Não-Formal (ENF) tem uma longa história e é vista em muitos países como uma importante forma de aprendizagem, de desenvolvimento pessoal e capacitação para uma participação ativa na sociedade. A ENF é considerada um processo organizado que oferece aos jovens a oportunidade de desenvolver valores, habilidades e competências que não são desenvolvidas em contextos de educação formal. A ENF tem sido reconhecida por vários documentos oficiais como uma metodologia complementar à educação formal e informal a nível europeu1. Em particular, a sua consideração e reconhecimento estão em crescendo em relação ao desenvolvimento de competências transversais em todo o processo de aprendizagem individual ao longo da vida. É igualmente importante sublinhar como a ENF incentiva o desenvolvimento de competências de forma holística em relação a três diferentes áreas do processo de aprendizagem: conhecimentos, habilidades e atitudes. Essas habilidades (também denominadas como ‘soft skills’) incluem uma ampla gama de competências, como interpessoais, de equipa, organização, gestão de conflitos, planeamento e capacidade para resolver problemas, capacidade de aprender, competências sociais e de liderança cidadã, afinidade para aprendizagem empreendedora, expressão cultural e criativa, consciência intercultural, autoconfiança, disciplina e responsabilidade. O que é particular na educação não-formal é que os participantes são ativa e voluntariamente envolvidos no processo de ensino / aprendizagem. Os métodos utilizados proporcionam aos jovens as ferramentas para desenvolver as suas competências e atitudes. Uma das características mais importantes deste processo de aprendizagem é o princípio de aprender fazendo. Embora o processo de reconhecimento da ENF tenha sido amplamente debatido, uma visão ou entendimento comum são ainda ilusórios. É importante notar, contudo, que ao longo dos últimos anos, várias iniciativas têm sido desenvolvidas que podem contribuir para uma perspetiva comum entre as principais partes interessadas sobre a importância de alcançar este reconhecimento e como tal deve ser alcançado.

Reconhecimento da educação não-formal O Conselho da União Europeia, a Comissão Europeia, o Conselho da Europa, o Fórum Europeu de


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Juventude e a UNESCO, entre outros intervenientes, têm apelado aos Estados Membros que desenvolvam ferramentas e políticas em prol do reconhecimento da ENF. A Declaração e o Plano de Ação resultantes do Simpósio de Estrasburgo, que teve lugar em Novembro de 2011, e o documento intitulado “Pathways 2.0 Towards Recognition of Non-Formal Learning/Education and of Youth Work in Europe” (Caminhos 2.0 em direção ao Reconhecimento da Aprendizagem/ Educação Não-Formal e Youth work na Europa) são exemplos elucidativos do trabalho que tem sido desenvolvido neste âmbito. O processo de reconhecimento é também fundamental para o alcance de um dos objetivos da Agenda 2020: o desenvolvimento de uma sociedade europeia baseada no conhecimento, como definido na publicação intitulada “Quality in Non-Formal Education and Training in the Field of European Youth Work” (Qualidade na Educação e Formação Não-Formal no âmbito do youth work Europeu) e produzida pelo SALTO e a Parceria entre o Conselho da Europa e da Comissão Europeia na área da juventude (»Recomendação do Conselho de 20 de Dezembro de 2012 sobre a validação da educação não-formal e aprendizagem informal (2012/C398/01) e a Reação do Fórum Europeu de Juventude à proposta da Comissão de uma recomendação do Conselho sobre a validação da Aprendizagem nãoformal e informal«). Do ponto de vista dos parceiros deste projeto, o reconhecimento da educação/ aprendizagem não-formal tem quatro dimensões igualmente importantes que devem ser tidas em conta como um todo: Reconhecimento individual: reconhecimento pelo/a participante, apercebendo-se do seu processo de aprendizagem e utilizando-o em diferentes situações e contextos; Reconhecimento social: reconhecimento pela sociedade, valorizando o impacto positivo do youth work e da aprendizagem/ educação não-formal nos jovens e na sociedade; Reconhecimento político: reconhecimento através de políticas, tendo em conta o valor do youth work e da aprendizagem/ educação não-formal nas estratégias e decisões políticas; Reconhecimento formal: reconhecimento através de ferramentas e instrumentos, valorizando os resultados individuais de aprendizagem.


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ENF e organizações de juventude Apesar de haver atores diferentes que desenvolvem atividades de ENF, é importante reconhecer as organizações de juventude como os principais e mais importantes “prestadores” de ENF. Este reconhecimento deve conduzir à valorização política e social do trabalho desenvolvido ao longo dos anos na criação de ferramentas, métodos e atividades de ENF. Este reconhecimento deve ser materializado através do envolvimento das organizações de juventude em qualquer processo político desenvolvido a nível Europeu, nacional, regional ou local, para o reconhecimento da ENF. Consideramos que a qualidade e a garantia de qualidade devem ser um dos principais elementos na garantia universal do reconhecimento da importância da ENF na sociedade, como um processo que desenvolve competências pessoais, culturais, sociais e linguísticas que prepara os indivíduos para desempenharem um papel mais ativo enquanto cidadãos. Consequentemente, os parceiros do projeto consideram que os seguintes princípios devem ser sempre garantidos por “prestadores” de ENF: • Os objetivos da formação ou atividade de ENF devem corresponder às necessidades identificadas pelos participantes e pela sociedade; • Os objetivos são claros e podem ser identificados na descrição do programa; • As metodologias utilizadas são adequadas ao processo de aprendizagem e ao grupo-alvo; • Os recursos necessários estão disponíveis; • Os recursos são utilizados de forma sustentável, rentável e de forma responsável; • Os educadores têm as competências necessárias que correspondem aos requisitos programáticos. • Antes do início da programa, os educadores têm informação sobre o grupo-alvo, o local e os recursos disponíveis;


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• Os participantes são chamados a contribuir (e influenciar) no seu processo de aprendizagem; • Os participantes apercebem-se dos seus resultados de aprendizagem e podem transferi-los para outros contextos; • Métodos de avaliação consistentes, incluindo autoavaliação e revisão externa e entre pares, utilizados para avaliar a qualidade do programa; • Todos os atores são envolvidos no processo contínuo de avaliação; • Os resultados de avaliação são amplamente acessíveis. Valores como igualdade de género, respeito intercultural e direitos humanos devem ser considerados valores transversais que devem ser abordados em cada atividade de ENF.

ENF – Atividades nacionais desenvolvidas pelo CNJ O Conselho Nacional de Juventude de Portugal (CNJ) desenvolve e implementa atividades e projetos baseados em metodologias de educação não-formal, que cremos incluir a abordagem apropriada no desenvolvimento das soft skills dos jovens. Neste sentido, desde a criação da Bolsa de Formadores em 2006, o CNJ considera-a como um recurso e fonte de conhecimento de Educação não-formal e uma ferramenta para o desenvolvimento e implementação de processos educativos. A nível nacional e no âmbito do projeto, e tendo em conta que o reconhecimento da ENF é uma prioridade para o CNJ, têm tido lugar várias iniciativas nesse sentido. A Bolsa de Formadores do CNJ nasceu em 2006 e, desde aí, é considera uma ferramenta essencial na implementação das atividades organizadas pelo CNJ. Foi recentemente renovada, tendo sido o primeiro passo da sua renovação o lançamento de uma chamada para um novo coordenador. Por forma a definir a estratégia para a Bolsa, o então nomeado coordenador, a direção e o secretariado do CNJ definiram as prioridades estratégicas e o plano de ação. Em Fevereiro de 2013, teve lugar a 3ª Escola de


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Desenvolvimento Juvenil, reunindo cerca de 60 participantes em três diferentes sessões de formação em Educação para os Direitos Humanos, Educação para a Saúde e em Educação Não-Formal. A Formação consistiu uma oportunidade de capacitação para jovens líderes e multiplicadores. De seguida, foi lançada uma chamada para formadores e, entre 70 candidaturas recebidas, foram selecionados 25 formadores para integrar a Bolsa de Formadores. Em Maio do mesmo ano, teve lugar o XIII Encontro Nacional de Juventude, que reuniu mais de 300 jovens oriundos de todas as partes do país para discutirem vários temas relacionados com a juventude através de workshops e grupos de trabalho. A validação das competências adquiridas em contextos de educação não-formal foi um dos tópicos abordados e discutidos entre líderes juvenis e academia. O Encontro Nacional de Juventude foi igualmente uma oportunidade para os recentes membros da Bolsa facilitarem workshops e grupos de trabalho, utilizando metodologias de educação não-formal. No seguimento da participação de um membro da Bolsa e de um membro do secretariado responsável pela ENF no curso de formação em “Quality Assurance of NFE” (Garantia da Qualidade da ENF), promovido pelo Fórum Europeu de Juventude no âmbito da 14ª Universidade de Juventude e Desenvolvimento, teve lugar um curso de formação em Fevereiro de 2014 para todos os membros da Bolsa.

Atividades Nacionais desenvolvidas pelo MSS O Conselho Nacional de Juventude da Eslovénia (MSS) – a plataforma de organizações de juventude na Eslovénia – advoga pela criação de um ambiente que permita aos jovens desenvolverem-se no sentido de serem adultos autónomos e responsáveis. A participação ativa dos jovens nos processos de tomada de decisão e atividades a nível local é crucial na construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva. O objetivo do MSS é permitir a participação dos jovens na definição das políticas que afetam as suas vidas e trabalho. Por esta razão, o MSS defende os direitos dos jovens e desenvolve documentos políticos com o ponto de vista dos jovens sobre uma variedade de tópicos, tais como, emprego juvenil, educação, mobilidade, participação, voluntariado, saúde, informação aos jovens e habitação.


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O MSS advoga pela juventude principalmente a nível nacional, mantendo contacto regular com o Gabinete da Juventude, o Ministério da Educação, Ciência e Desporto, e o Ministério do Trabalho, Família, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades, defendendo as suas iniciativas juvenis atuais (por exemplo, o envolvimento dos jovens nos programas operacionais para o período 2014-2020), comentando materiais de trabalho (por exemplo, o Programa Nacional da Juventude), cooperando com o Gabinete para a Juventude como o representante-chave da juventude e controlando regularmente a legislação, propondo normas legais e outras que afetam os jovens no âmbito de comités e grupos parlamentares envolvidos na proposta de normas legais e outros. A nível local, o MSS chega maioritariamente aos jovens através dos seus membros – organizações juvenis de âmbito nacional –, através de conselhos juvenis da comunidade local e ainda através da cooperação com escolas secundárias e universidades. Temos consciência de que são necessárias ambas as partes na resolução dos problemas que afetam os jovens. Nesse sentido, os projetos de Diálogo Estruturado são formas ativas de ligação dos líderes juvenis com decisores políticos. Pelo quarto ano consecutivo, o MSS implementa um projeto nacional de diálogo estruturado para jovens, organizações de juventude e outras organizações que trabalham em prol da juventude, conselhos juvenis das comunidades locais e autoridades nacionais, com o intuito de atingir objetivos comuns para uma melhor inclusão social dos jovens, com enfoque na empregabilidade e consciência das competências adquiridas. Organizaram consultas de dois dias com os jovens a nível local e decisores políticos em toda a Eslovénia, oferecendo uma experiência de aprendizagem de qualidade e apoiando na identificação de experiências e expertise informal adquirida elos jovens das comunidades locais. O processo de diálogo estruturado nestas consultas é conduzido e levado a cabo por formadores qualificados do MSS. O programa faz uso de métodos utilizados no youth work e em ambientes de educação não-formal. Estes métodos participativos e ativos permitem uma maior flexibilidade, atratividade e oportunidade de participar, também como uma maior participação igual para todos os participantes. No âmbito do projeto de Diálogo Juvenil 2011-2012, o MSS realizou 12 eventos regionais, incluiu mais de 668 participantes ativos e informou mais de 20 000 pessoas sobre o projeto. Nos eventos regionais, seis membros do Parlamento Europeu (MPEs), seis membros da Assembleia Nacional, representantes das 33 câmaras municipais e 28 representantes do Serviço de Emprego da Eslovénia participaram


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no diálogo com a juventude. Em 2012 – 2013, o MSS levou a cabo o projeto “Jovens no Ambiente”, implementando 12 encontros locais de diálogo estruturado, onde mais de 230 jovens participaram neste processo. O projeto também envolveu MPEs, presidentes e vice-presidentes da Câmara, Diretores das administrações municipais, Diretores de departamento do Serviço de Florestas da Eslovénia, diretores de museus, entre outros. Em 2013, tendo por base a experiência e parcerias estabelecidas, o MSS desenvolveu dois novos projetos de diálogo estruturado – “Diálogo Juvenil 2.0: Incluímos!” e “Diálogo Juvenil 2.1: Ativar!” – visando melhorar a inclusão social dos jovens com enfoque na sua empregabilidade e consciência das competências adquiridas. Ambos os projetos tiveram início em 2013 e terminarão em 2014. Para além das consultas locais, os jovens foram convidados a submeterem as suas opiniões em cada fase do projeto de diálogo estruturado, obtendo a sua opinião através de questionários online, em que os jovens, organizações juvenis nacionais, outras organizações e peritos na área da juventude têm a oportunidade de participar. Tendo por base as respostas recebidas, o MSS prepara o relatório nacional com propostas de melhoria das condições em que os jovens se encontram.


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A Educação Não-Formal gera resultados criativos e participativos


Conselhos Nacionais de Juventude e a Bolsa de Formadores


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O papel dos conselhos nacionais de juventude na sociedade Os conselhos nacionais de juventude (CNJs) têm um papel importante a desempenhar na sociedade a nível nacional e europeu, uma vez que representam e advogam pelos direitos dos jovens e negoceiam com instituições nacionais e internacionais sobre políticas públicas políticas e sociais que reflitam as reais necessidades dos jovens. Os CNJs criam pontes entre as necessidades das suas organizações membro, que são compostas por organizações de cariz social, ambiental, educativo, político, sindicatos, e instituições locais, regionais e nacionais para o desenvolvimento de um diálogo estruturado frutífero com o intuito de contribuir para o desenvolvimento social e político nos seus respetivos países. Enquanto plataformas de organizações de juventude, os CNJs representam os jovens perante o poder constituído e decisores políticos por forma a fortalecer a voz e o impacto das organizações de juventude nas políticas públicas de juventude, quer a nível nacional como internacional. Um vez que são as organizações de Juventude os principais espaços de educação não-formal e aprendizagem informal e, enquanto seu interlocutor, uma das prioridades dos CNJs é advogar pelo reconhecimento da educação não-formal e das competências através dela adquiridas. Como parte integrante dos CNJs, as Bolsas de Formadores são criadas como um ator crítico, promovendo o reconhecimento da ENF a vários níveis: no social, individual, político e formal.

O que é uma Bolsa de Formadores? Uma Bolsa de Formadores é uma ferramenta de implementação de processos educativos dos conselhos nacionais de juventude, plataformas juvenis, organizações de juventude e outras instituições que trabalham com e para a juventude e um serviço disponível às organizações membro, organizações juvenis e outras instituições que trabalham para e com a juventude. A Bolsa de Formadores consiste num grupo de formadores, facilitadores, líderes juvenis e peritos nos vários campos da juventude e da Educação não-Formal. Dependendo da organização, o número que compõem a bolsa pode variar e pode existir um coordenador da bolsa, que cria sinergias entre e no seio


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dos membros da Bolsa e com a direção e secretariado, por forma a assegurar a sua sustentabilidade. A bolsa desenvolve processos educativos relacionados com a juventude através de metodologias de educação não-formal; facilita eventos e seminários de âmbito nacional ou internacional, tais como o processo de consulta do diálogo estruturado e outros processos de consulta das opiniões dos jovens face a vários assuntos e políticas de Juventude; acompanha e contribui para o desenvolvimento de programas e políticas de formação e capacitação dos jovens em ENF no seu país e no estrangeiro; e contribui para o reconhecimento da ENF no seu país, na Europa e a nível internacional. Participar na Bolsa de Formadores é uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional, onde os seus membros desenvolvem novas competências e aprendem entre pares, uma vez que criam processos educativos comuns. A ENF contribui igualmente para o autoconhecimento e conhecimento do outro. Pertencer a uma Bolsa de Formadores possibilita ainda o desenvolvimento da sensibilidade intercultural e consciência da escolha das técnicas a serem utilizadas nos processos educativos. Estar envolvido/a numa Bolsa permite ainda aos seus membros estar perto da realidade e necessidades dos jovens. Uma Bolsa de Formadores tem o papel crucial na promoção e implementação da estratégia e plano de ação da organização, enquanto recolhe, em simultâneo, feedback e contributos sobre o conteúdo desse plano. A Bolsa pode ainda ser considerada uma ferramenta que garante a sustentabilidade da organização de juventude, onde assume o papel importante de transmissão de conhecimento, de promoção da ENF, contribuindo para o desenvolvimento de competências (dos participantes, formadores, etc.) e coordenando e estruturando a abordagem educativa de qualquer organização de juventude. Pode ainda contribuir para a capacitação das organizações membro, em consultoria educativa, na produção de materiais e em capacitar youth workers.

Bolsa de Formadores e ENF A ENF e o seu reconhecimento são componentes importantes da criação de sociedades de aprendizagem ao longo da vida e no fomento de aprendizagem, desenvolvimento pessoal e formação para uma cidadania ativa por parte dos jovens. Como um dos principais prestadores de educação não-formal, as organizações de juventude contribuem para o desenvolvimento holístico dos jovens. As organizações


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de juventude foram, desde sempre, agentes centrais na promoção de processos baseados em ENF e, a criação da Bolsa de Formadores, torna-se importante para os CNJs no desenvolvimento de uma comunidade de práticas, produção de conhecimento e reconhecimento social e político da ENF. A ENF é um conjunto de metodologias, mas igualmente um processo educativo, social e político que conduz à transformação pessoal e social. Assim, a ENF é considerada como um processo organizado que oferece aos jovens a oportunidade de desenvolver valores, aptidões e competências, que não são desenvolvidas em contextos de educação formal. Estas competências (também denominadas como soft skills) incluem um vasto leque de competências, como interpessoais, de equipa, organizativas, gestão de conflitos, planeamento e resolução de problemas, capacidade de aprendizagem, liderança social e de cidadania, afinidade para a aprendizagem empreendedora, expressão cultural e criativa, consciência intercultural, autoconfiança, disciplina e responsabilidade. A Bolsa de Formadores, através de metodologias de ENF, tem a capacidade de empoderar as organizações membro e os seus líderes, youth workers, e educadores, como agentes de promoção dos valores do trabalho juvenil e da ENF. Os seus membros são competentes em youth work, capazes de planear, implementar e avaliar atividades em contexto de ENF. O conhecimento e experiência dos membros da Bolsa de Formadores estão disponíveis para as organizações de juventude, também como para instituições que trabalham em prol da juventude, e ainda para processos que são criados a nível local, nacional ou internacional. Ao desenhar a metodologia, os membros da Bolsa têm em conta as necessidades organizativas (objetivos, metas e resultados esperados) e também as necessidades pessoais (motivação e expetativas) de tem está envolvido na iniciativa e procuram responder às necessidades identificadas, centrando a metodologia no participante. O que torna a ENF especial é o facto dos participantes estarem ativamente e voluntariamente envolvidos nos processos educativos. Os métodos utilizados fornecem aos jovens as ferramentas para desenvolver e aprofundar as suas capacidades e atitudes. Uma das características mais importantes deste processo de aprendizagem é o princípio de aprender fazendo. Milhares de organizações juvenis de todo o continente capacitam os jovens, criando cidadãos ativo e fomentando a empregabilidade. Assim, uma das principais prioridades dos CNJs é o reconhecimento da ENF e o papel das organizações de juventude enquanto espaços de educação não-formal, frequentemente, através do trabalho desenvolvido pela Bolsa de Formadores.


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Os CNJs e organizações de juventude promovem o reconhecimento da ENF em quarto dimensões: a) Social – pela sociedade, valorizando o impacto positivo do youth work e da educação/ aprendizagem nãoformal nos jovens e na sociedade; b) Política – reconhecimento através de políticas, aportando o valor do youth work e educação/ formação nãoformal nas estratégias políticas e decisões; c) Autorreconhecimento – pelo participante, apercebendo-se do seu processo educativo e utilizando-o em situações e contextos diferentes; d) Formal – através de ferramentas e instrumentos, valorizando os resultados individuais de aprendizagem.

Várias instituições internacionais como o Conselho da Europa e a União Europeu têm investido na área da juventude e do empoderamento dos formadores em ENF, em parceria com organizações de juventude, também como através do desenvolvimento de certificados que identificam a panóplia de competências desenvolvidas nos processos pedagógicos, tais como o Youth Pass of Programa Erasmus+.

A origem da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude da Catalunha (CNJC) A ideia de criar uma Bolsa de Formadores no CNJC surgiu do objetivo de ter experts para desenvolver sessões de formação e facilitar processos de debate, seja com organizações membro seja em processos internos no CNJC. Após cooperação com vários atores e organizações na área da ENF, o plano de trabalho 2010 – 2011 incluiu uma reorganização interna da direção e das suas áreas de trabalho. Neste sentido, surgiu, como novidade, uma área transversal denominada “Formação”, que tentou reunir e estruturar todos os tópicos relacionados com a ENF, formação e criação da Bolsa de Formadores. Em 2006, o Conselho Nacional de Juventude de Portugal organizou duas sessões de formação de formadores em ENF e outra em Educação para os Direitos Humanos, que despoletaram a criação de uma Bolsa de Formadores composta por 20 jovens oriundos de várias partes de Portugal. Desde o início que o


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CNJ de Portugal foi um grande apoio da Bolsa de Formadores do CNJC e tiveram lugar alguns momentos chave de cooperação que contribuíram para o reconhecimento da Bolsa de Formadores por parte da Direção do CNJC e de outras plataformas internacionais. O Projeto de Cooperação Juvenil Euro-África: o pontapé de saída definitivo da criação da Bolsa de Formadores O sucesso da Bolsa de Formadores do CNJ de Portugal e o seu trabalho em prol do reconhecimento da ENF foi partilhado com outros conselhos nacionais de juventude do Sul da Europa e dos Países Africanos de Língua Portuguesa. Em 2009, o CNJC participou no projeto de cooperação intitulado “Crossing EuroAfrican with Global Youth Work”, promovido pelo CNJ de Portugal e financiado pelo Programa Juventude em Ação da União Europeia. Na Catalunha, a ENF tem tido sempre um papel importante, especialmente no seio das organizações de juventude com cariz educativo. Associações juvenis e clubes educativos ou os escuteiros utilizam a ENF como o seu método de trabalho com crianças e jovens há mais de 30 anos. A partir dessa tradição, em 2009, a área da cooperação internacional do CNJC decidiu organizar uma Formação de Formadores em ENF na cidade de Girona. Esta iniciativa foi conseguida com o apoio de três formadores de duas organizações membro diferentes, que fizeram parte do projeto promovido pelo CNJ de Portugal e que estavam igualmente envolvidos na Bolsa de Formadores do Fórum Europeu de Juventude (YFJ). Esta foi, assim, considerada a primeira atividade oficial da Bolsa de Formadores do CNJC. Os resultados foram bastante positivos e os participantes demonstraram interesse em fazer parte da Bolsa de Formadores. Desde então, a Bolsa de Formadores tem tido um papel crucial no seio do Conselho Nacional de Juventude, facilitando vários processos e formações, que permitem um espaço mais participativo e resultados mais aprofundados. Objetivos da Bolsa de Formadores • Reunir, sob o mesmo chapéu, formadores e peritos em diferentes áreas de relevância para o CNJC; • Fornecer competências aos jovens das organizações membro, para que possam oferecer formação


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e facilitar os processos de debate e discurso na criação do CNJC; • Contribuir para a definição das políticas juvenis no tecido associativo catalão; • Empoderar um grupo de profissionais com competências por forma a ter um impacto internacional; • Contribuir para a definição das políticas de formação nas plataformas internacionais (como o YFJ). Linhas de trabalho da Bolsa de Formadores do CNJC • Processos de facilitação: É importante para a visão e fins do CNJC crescer e alcançar novas perspetivas, novas realidade e alternativas. É necessário criar um discurso de novas realidades sobre tópicos de interesse para os jovens e a proteção de uma sociedade e governo livres. É vantajoso ter profissionais que facilitam esses processos no seio e fora do Conselho. • Formação nas áreas de conteúdo e visão institucional do CNJC: É importante trabalhar sobre os seguintes assuntos: Juventude e participação democrática, associativismo, conselhos locais de Juventude como um modelo de participação local, emancipação jovem e promoção da ENF, entre outros. Sabias que… …A Bolsa de Formadores foi criada para coordenar e garantir as condições laborais dos formadores e estabelecer igualmente critérios para o seu funcionamento? …Em dois anos, a Bolsa cresceu de 3 para 10 formadores, graças às atividades desenvolvidas no âmbito do projeto NFE-South-Re-Evolution? …A bolsa tem processos internos de formação, que são normalmente desenvolvidos pelos próprios formadores? …Os membros da direção pedem frequentemente conselhos aos membros da Bolsa quando se sentem presos em reuniões ou em processos informais de tomada de decisão? …Um dos membros da Bolsa do CNJC está agora na Bolsa de Formadores do Fórum Europeu de Juventude e outro foi eleito para o mandato 2011-13? …A Bolsa está a crescer e a melhorar graças à cooperação com outras bolsas de formadores de outros conselhos nacionais de juventude?


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A Bolsa de Formadores do Conselho de Juventude de Espanha (CJE) A ideia de criar uma Bolsa de Formadores do Conselho de Juventude de Espanha (CJE) surgiu a partir da necessidade de possuir os seus próprios recursos formativos para auxiliar o CJE e as suas organizações membros no desenvolvimento de atividades de formação, processos de debate e na elaboração do seu próprio discurso. Com o Bolsa de Formadores, pretendemos atingir os padrões de formação a par daqueles oferecidos por outros conselhos de juventude europeus que têm a sua própria Bolsa. A Bolsa do CJE foi criada em 2013 no âmbito do projeto “NFE South rEvolution: Empowering Non-Formal Education in Southern Europe”, apesar do Conselho ter estado a trabalhar sobre o assunto durante vários anos. Em 2008, teve lugar a primeira sessão de Formação para Formadores. Tiveram lugar duas sessões sem consolidar uma equipa de formadores que promoveriam uma Bolsa. Por fim, houve uma mudança de estratégia e foi tomada a decisão de constituir uma Bolsa com formadores das organizações membro do CJE que já possuíam uma longa experiência nos processos baseados em ENF. Quem são os membros da Bolsa do CJE? A Bolsa foi criada através de um processo de abertura de uma chamada pública para candidatos com experiência em ENF e em organizações e conselhos que compõem o CJE. Vinte e três candidatos participaram neste processo, tendo sido selecionados dez indivíduos (oito mulheres e dois homens) que possuíam conhecimentos enquanto formadores em diversas áreas. Além disso, dois profissionais de recurso com idade superior a 35 anos foram selecionados e incluídos na Bolsa. O processo foi conduzido e promovido pela área de Educação Global no seio do CJE. Tiveram lugar vários encontros para discutir a criação e implementação da Bolsa e abordaram questões como a criação da Bolsa, coesão entre o grupo e avaliação do primeiro ano da Bolsa: • Formação da Bolsa: Teve lugar um encontro, em Madrid, de 23 a 25 de Maio, intitulado “Qualidade em Educação Não-Formal”. Neste primeiro encontro foi criada a Bolsa. O encontro consistiu numa ação de team-building com o objetivo de criar um quadro de trabalho comum.


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• Formação de Formadores: Este encontro teve lugar em Masnou (Barcelona) de 27 a 30 de Junho, juntamente com o CNJC, no âmbito do Projeto Grundtvig “NFE South R-Evolution: Empowering NonFormal Education in Southern Europe”. Deve ser referido que teve lugar uma cooperação estreita entre a Bolsa, o CJE e o CNJC durante este encontro. • Plano de Ação da Bolsa: Este encontro teve lugar em Madrid de 20 a 22 de Dezembro de 2014. Neste encontro, foi realizada uma avaliação das ações desenvolvidas em 2013, juntamente com uma discussão sobre a abordagem estratégica para 2014. O objetivo geral da Bolsa do CJE é: • Fortalecer o Conselho de Juventude de Espanha e as suas organizações membro através da formação, fornecendo os instrumentos necessários para um desenvolvimento e trabalho plenos em políticas de juventude. As principais linhas de trabalho da Bolsa são: • Processos de facilitação: Promoção de oportunidades de debate, discussão e reflexão, enquanto ajudam na gestão e sistematização das organizações por forma a permitir um crescimento continuado. • Formação em assuntos relacionados com o trabalho do CJE: Formação para fazer face às exigências do Conselho e das suas entidades. • Aglomerar um conjunto de profissionais de recursos: Criar um grupo de peritos nas áreas de desenvolvimento juvenil e políticas de juventude para apoiar o Conselho e as suas instituições e ajudálos na sua formação e processos organizacionais. A estrutura da Bolsa: Inicialmente, a Bolsa do CJE foi criada com um coordenador que era o ponto focal no seio da direção, por forma a que a posição fosse posteriormente ocupada por um membro da Bolsa. Depois de um processo de consolidação, a equipa de coordenação foi criada, tendo uma rotação entre cada seis meses ou um ano (no máximo), gerindo as seguintes áreas:

i. Planeamento de ações


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ii. Recursos Humanos iii. Comunicação externa Este ponto focal da direção, com a pasta da Educação, permanece como ponto focal e a equipa de coordenação está encarregue de exercer as funções de cada área, de coordenação das ações e propostas de formação a serem desenvolvidas pela Bolsa e dos pedidos de formação por parte do CJE e das suas organizações. Em 2013, tiveram lugar seis ações de facilitação e formação: • Consulta Nacional de Diálogo Estruturado, Valência, de 12 a 23 de Junho. • “AQUECENDO! – Escola de Formação do CJE”, Mollina (Málaga), no âmbito da 14ª Universidade de Juventude e Desenvolvimento, 22 a 29 de Setembro. • Seminário “No Hate Speech”, Mollina (Málaga), 24 a 25 de Outubro, por forma a desenvolver um plano nacional para a campanha, organizado pelo INJUVE. • Conferência “Juventude e Igualdade”, Sevilha, 1 a 3 de Novembro. • 30º Aniversário do CJE – trabalho em dinâmicas de grupo, Madrid, 15 a 16 de Novembro. • “O Espaço Iberoamericano de Juventude” e “os novos desafios no processo de articulação das organizações de juventude a nível regional”, Lima, Perú, 9 a 11 de Dezembro, organizado pelo Espacio Iberoamericano de Juventud (EIJ).


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Table of PoTs Data de Criação da Bolsa de Formadores

CNJ

CNJC

FNG

MSS

Portugal

Catalunha, Espanha

Itália

Eslovénia

2006

2010

2010

2009

Nr. de Membros

25

15

15

25

Formações implementadas por ano

Descrição sucinta da estrutura interna. Possuem alguns documentos internos?

Quem é responsável pela Bolsa e qual o seu nível de autonomia?

A Bolsa de Formadores possui um coordenador que gere a Bolsa e que tem um mandato de 2 anos. A cada 2 anos, a Bolsa é renovada e o coordenador da Bolsa, direção e secretariado reúnem para definir as prioridades e criar o plano de ação. Os membros da Bolsa recebem, no início do seu mandato, uma formação com duração de uma semana e ao longo do tempo, especializam-se numa certa área de trabalho do CNJ.

A Bolsa de Formadores é parte integrante da estrutura do CNJ e é considerada uma ferramenta de ENF para o desenvolvimento e implementação de processos educativos e é um serviço disponível às organizações membro do CNJ e instituições que trabalham com e para a juventude

A Bolsa tem um coordenador que a gere e que é atualmente o membro da direção responsável pela ENF. A cada dois anos, há uma renovação não-escrita dos formadores e é aberta uma chamada para novos formadores.

A Bolsa faz parte da estrutura do CNJC e é também considerada uma ferramenta da ENF para os processos educativos desenvolvidos pelo CNJC e um serviço disponível para as suas organizações membro.

10-20

A Bolsa tem um coordenador que faz parte do grupo e partilha o processo de aprendizagem com os membros da Bolsa e garante a cooperação e um forte sentido de equipa. A Bolsa do FNG tem um website que contém o perfil dos membros da Bolsa, portefólios, vídeos com legendas em inglês, panfletos e regulamento de procedimentos da Bolsa.

A Bolsa faz parte da estrutura do FNG e é também considerada uma ferramenta da ENF para os processos educativos desenvolvidos pelo FNG e um serviço disponível para as suas organizações membro e parceiros e instituições externas

10-20

A Bolsa é liderada por um coordenador que é eleito uma vez por ano pelos membros da Bolsa. Todos os formadores da Bolsa estão presentes no site do Conselho Nacional de Juventude da Eslovénia, bem como documentos importantes sobre a Bolsa, sendo constantemente atualizados com regras, sugestões, etc. A idade limite para pertença à bolsa são os 35 anos de idade.

A Bolsa faz parte da estrutura do Conselho e o seu intuito, inicialmente, era o de fornecer serviços formativos às organizações membro, estando agora também disponível a outras organizações e instituições

40

10


30

Data de Criação da Bolsa de Formadores

MMH

CJE

Croácia

Espanha

2010

2013

Nr. de Membros

11

10

Formações implementadas por ano

Descrição sucinta da estrutura interna. Possuem alguns documentos internos?

Quem é responsável pela Bolsa e qual o seu nível de autonomia?

10

A Bolsa tem um coordenador, que é igualmente um formador. Ele/ela está encarregue de coordenar as atividades da Bolsa (garantindo ofertas de formação, organização de encontros e oportunidades de capacitação de formadores...) e comunicação interna e externa (manutenção de mailing lists, promoção, visibilidade, comunicação com a direção do MMH...). O coordenador é nomeado através de uma decisão conjunta da Bolsa e do/a Secretário/a Geral do MMH. A Bolsa tem uma secção especial no website do MMH, com informação genérica sobre a Bolsa, perfil dos formadores e exemplos de workshops e ofertas formativas disponíveis. Não há limite de idade para pertencer à Bolsa. A Bolsa é maioritariamente composta por formadores, mas há também alguns membros que são peritos e pessoas de referência. A Bolsa possui um documento de regulamento interno, que estabelece os objetivos, missão, regras de procedimento, padrões de qualidade, etc. Tendo em conta que a Bolsa oferece também serviços a entidades externas, o documento contém igualmente preços de referência.

A Bolsa é uma parte integrante do programa do “youth work” do MMH. Está, assim, ligada ao desenvolvimento geral do programa e é apoiado por um coordenador de programa e o membro da direção responsável. A Bolsa é vista como uma estrutura de apoio educativo para as atividades e processos do MMH. Serve igualmente como uma ferramenta de capacitação para as organizações membro e outros atores relevantes da área da juventude

10

A Bolsa tem uma estrutura colegial e é liderada por três formadores, eleitos por seis meses ou um ano. Há um responsável pela comunicação e visibilidade da Bolsa, outro responsável pela abordagem pedagógica e, por fim, outro pelo planeamento. Todos têm um formador júnior, que é responsável pelo processo de mentoria. Há dois tipos de membros: formador e pessoa de recurso (formadores acima dos 35 anos).

A Bolsa faz parte da estrutura do CJE e é também considerada uma ferramenta da ENF para os processos educativos desenvolvidos pelo CJE e um serviço disponível para as suas organizações membro.


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Data de Criação da Bolsa de Formadores

NYF

Bulgária

2013

Nr. de Membros

20

Formações implementadas por ano

15-20

Descrição sucinta da estrutura interna. Possuem alguns documentos internos?

Quem é responsável pela Bolsa e qual o seu nível de autonomia?

A Bolsa possui um coordenador, aprovado em sede de Assembleia Geral, e que é parte do grupo de formadores e que partilha a sua experiência e conhecimentos. O coordenador tem um adjunto, que apoia nas questões organizativas e no contacto com os formadores. Os formadores da Bolsa têm reuniões internas quase uma vez por mês

A Bolsa é parte da estrutura do NMF e um serviço disponível às suas organizações. É autónoma em termos das formações fornecidas e o seu conteúdo. A Bolsa responde perante a Assembleia Geral e a Direção.


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Formação de Formadores Nacional em Portugal, Espanha e Itália


Cooperação Internacional


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Cooperação Internacional Vivemos num mundo cada vez mais interligado, em que o que acontece em qualquer lugar do globo nos afeta a todos. A globalização cada vez mais crescente contribui para a perceção de que os problemas no mundo são partilhados por todos no planeta. Neste sentido, todas as divisões geopolíticas têm vindo a perder o seu sentido e tornam-se obsoletas. Os desafios globais dificilmente pode ser abordados a nível local ou nacional, não havendo, em muitos casos, alternativa para a cooperação internacional. Há um crescente entendimento de que as nossas sociedades assentam em valores fundamentais partilhados e na crença de que somos confrontados com problemas semelhantes, sendo, por isso, do nosso interesse cooperar. Isto também se aplica às áreas da juventude e da educação. Princípios básicos de sustentabilidade exigem que objetivos, valores e resultados nestes domínios sejam partilhados por nações e organizações e definidos numa atmosfera de confiança mútua e de cooperação. A cooperação internacional não significa meramente a transferência de recursos e de conhecimento, mas antes uma aprendizagem mútua e de troca de experiências. Deve igualmente contribuir para o desenvolvimento institucional e organizativo, comunicação recíproca e aprendizagem. A cooperação internacional deve ser vista como benéfica para todos os parceiros, com o intuito de desenvolver as suas capacidades para alcançar os objetivos. Deve ser uma experiência de fortalecimento e incluir uma vasta variedade de atores desde as bases até aos níveis nacionais e internacionais. Só esta pluralidade de atividades pode estabelecer o tipo de confiança e momento político necessário para alcançar os objetivos da cooperação internacional nas áreas da juventude e educação. Como as nossas sociedades se tornam cada vez mais interdependentes, são precisamente os jovens que estão mais expostos às mudanças e dinâmicas globais. A cooperação internacional entre Estados e diferentes regiões do mundo tem sido enriquecida com a dimensão juvenil, uma vez que são os jovens um dos grupos mais vulneráveis nas nossas sociedades de rápida mudança e são suscetíveis às discrepâncias entre as diferentes partes do mundo.

A agenda juvenil na cooperação internacional A agenda juvenil a nível internacional é bastante vasta tal como os desafios que enfrentamos: desde o


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acesso à educação, sistemas de saúde e mercado de trabalho, até à participação na transformação num cenário em conflito, desenvolvimento ambiental e sustentável, inclusão social e acesso a processos de decisão de alto nível. A cooperação juvenil internacional está presente a todos os níveis e envolve organizações juvenis, organizações internacionais e diferentes atores governamentais. Têm sido desenvolvido vários mecanismos de participação de uma larga variedade de atores. Sem querer ser exaustivo, a seguinte lista compreende instituições e organizações que têm demonstrado um interesse especial e têm uma experiência comprovada no estímulo da cooperação internacional em matéria juvenil: • Nações Unidas – ao nomear o Enviado Especial para a Juventude do Secretário Geral, por desenvolver o Programa Mundial de Juventude e ao realizar um processo inclusivo envolvendo os jovens na delineação da agenda de desenvolvimento pós-2015 (www.un.org/youthenvoy); • União Europeia – ao desenvolver políticas e programas de Juventude, que promovem a participação juvenil, desenvolvimento do trabalho juvenil e cooperação juvenil ao nível Europeu e global (por ex.: Serviço Voluntário Europeu, Erasmus Mundus, Juventude em Ação e Erasmus+); • Conselho da Europa – especialmente através do Centro Norte-Sul, que apoia constantemente a cooperação internacional no âmbito da Rede das Universidades de Juventude e Cidadania Global; • Fórum Europeu de Juventude – através da sua participação constante na influência da agenda juvenil a nível europeu; • Conselhos Nacionais de Juventude e organizações internacionais de juventude que trabalham a nível local e global para enfrentar os desafios internacionais. Por fim, importa referir os esforços realizados tanto por organizações juvenis como por instituições no reforço da cooperação juvenil entre as diferentes regiões do mundo. Referimos as seguintes: • Cooperação Juvenil Euro-África; • Cooperação Juvenil Euro-Árabe; • Cooperação Juvenil Latino-americana e Caribe;


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• Cooperação Juvenil Euro-Ásia Pacífico (a ser desenvolvida). Desenvolve-se igualmente cooperação intensa perto de “casa”. Muitas plataformas juvenis nacionais e Europeias cooperam estreitamente sobre assuntos de relevância para os jovens de toda a Europa. Neste sentido, partilham boas práticas e aprendem entre pares, amplificando o seu potencial de advocacy perante decisores políticos nacionais e internacionais. Os conselhos nacionais de juventude têm um papel importante a desempenhar nos seus países e na Europa, através dos esforços incansáveis de representação e defesa dos jovens. Focam-se nas necessidades e direitos dos jovens e continuam a cooperar com instituições nacionais e internacionais na criação de políticas públicas benéficas para os jovens. Os conselhos nacionais de juventude criam pontes entre as necessidades das suas organizações membro, compostas por organizações de cariz social, ambiental, educativo, politico, sindicatos e instituições locais, regionais e nacionais para o desenvolvimento de diálogos estruturados frutíferos por forma a contribuir para a vida social e política dos seus países. Importa dar o exemplo da plataforma cooperante que aglomera conselhos nacionais de juventude do sul e sudeste da Europa no seio do Fórum Europeu de Juventude. Estes países, desde Portugal até à Roménia, têm diversas perspetivas de políticas juvenis e diferentes realidades juvenis. Contudo, devido à sua proximidade regional e contextos similares, partilham vários desafios enfrentados pela juventude hoje em dia e tem-se provado que é absolutamente necessário fazer face a estas questões através da criação de abordagens e agendas comuns. Ao longo do tempo, a plataforma regional composta pelo CJE (Espanha), CNJ (Portugal), CNJC (Catalunha), ESYN (Grécia), FNG (Itália), KNZ (Malta), MMH (Croácia) e MSS (Eslovénia) cresceu em número e força. Com o desenvolvimento do trabalho juvenil na região, juntaram-se outros conselhos: NYF (Bulgária), CTR (Roménia) e KOMS (Sérvia). Ao longo dos anos, os parceiros tiveram a oportunidade de organizar várias atividades diferentes (através do programa Juventude em Ação e outros mecanismos existentes de cooperação) abordando assuntos relacionados com a Juventude, tais como cidadania ativa, emprego, questões ambientais e desenvolvimento sustentável, ENF e cooperação global. Outra prioridade importante para a parceria é o reconhecimento político da ENF e do papel dos conselhos


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nacionais de Juventude enquanto espaços de educação não-formal e informal, que criam oportunidades de aprendizagem que podem ser valiosamente reconhecidas e transferidas para sistemas educativos nacionais formais e vocacionais e para a área empresarial, por forma a contribuir para cidadãos de aprendizagem ao longo da vida. Processos de cooperação anteriores entre uma série de CNJs parceiros em estratégias educativas e formativas na criação e trabalho em prol de uma Bolsa de Formadores nacional em ENF resultou na garantia de uma maior qualidade nas atividades de formação e promoveu o reconhecimento do papel pedagógico desempenhado pelas ONG na abordagem à educação da aprendizagem ao longo da vida na sociedade. Com base nessas experiências, em 2012, os CNJs identificaram a necessidade de partilhar conhecimentos especializados numa perspetiva de longo prazo e continuar a apostar nas capacidades dos CNJs, fornecendo ferramentas e estratégias de formação específicas a instituições nacionais educativas, empresariais e governamentais. Outro assunto relevante para a parceria é o reconhecimento da profissão de formadores e facilitadores no mercado de trabalho europeu. Os formadores em ENF desenvolvem, através do seu trabalho, um vasto leque de competências em diversos tópicos e áreas, tais como dinâmicas de grupo, resolução de conflitos, planeamento estratégico, gestão e capacitação. Estas competências têm um enorme potencial para serem transferidas para outras áreas de trabalho, contudo, atualmente, não são ainda reconhecidas pela maioria dos países europeus.

A dimensão da cooperação internacional no nosso projeto Desta vez, a cooperação concretizou-se através de um programa de Parceria de Aprendizagem ao Longo da Vida, através do programa Grundtvig, o que permitiu aos CNJs desenvolver uma abordagem educativa comum e de advocacy através de uma série de reuniões internacionais e atividades nacionais. O foco sobre o reconhecimento da ENF e as competências dos formadores, bem como a introdução de novas abordagens para a educação (como o blended learning) no reforço das capacidades dos formadores, líderes juvenis e os jovens em geral, desenvolvido ao longo de uma série de eventos internacionais bem-estruturados, encontram-se enunciados na tabela abaixo. Estas foram complementadas por várias atividades nacionais que foram destinadas a integrar abordagens educativas desenvolvidas em conjunto


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e agendas políticas no contexto nacional. O projeto de cooperação produziu resultados concretos e mostrou-se muito benéfico para todos os parceiros. Colocou também em prática várias atividades de follow-up, de modo a que a cooperação continue nos próximos anos. Encontro

Lugares

Datas

1º Encontro: encontro de coordenação do projeto

Roma (Itália)

2º Encontro: Bolsa de Formadores

Zagreb (Croácia)

7– 10 Março 2013

3º Encontro: Desenvolvimento do trabalho juvenil

Varna (Bulgária)

6– 9 Junho 2013

Objetivos específicos

9 – 11 • Construção de um grupo de trabalho e equipas para implementar as Novembro 2012 tarefas e produtos do projeto, por forma a atingir os objetivos da parceria sobre como advogar por e criar condições para uma cidadania ativa; • Rever o projeto no seu todo e cronograma para uma gestão coorganizada durante a implementação do projeto; • Iniciar a partilha de uma metodologia comum para quando se lida com a capacitação de adultos. • Apresentação dos resultados da análise de necessidades das ONGs juvenis. • Partilha de experiências sobre a criação e gestão de Bolsas de Formadores. • Exploração de ideias de como tornar a Bolsa de Formadores mais relevante para as ONGs e CNJs. • Mais aprendizagem sobre a abordagem em blended learning e formas de integra-la na Bolsa e na plataforma online. • Rever o que foi alcançado com o desenvolvimento de estratégias de advocacy para o reconhecimento da ENF e os desafios nesse processo. • Continuar o desenvolvimento de uma estratégia de advocacy para o reconhecimento da ENF. • Apresentação do documento estratégico final desenvolvido em cooperação com os CNJs envolvidos no projeto “NFE South R-Evolution”. • Partilha sobre o estado do trabalho juvenil nos diferentes países. • Partilha sobre estratégias nacionais de advocacy pelo reconhecimento da ENF. • Negociação com os membros da direção do YFJ para uma cooperação futura. • Planear futuros passos do projeto. • Preparação do relatório intermédio do projeto.


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Encontro

Lugares

Datas

Objetivos específicos

4º Encontro: Cooperação Internacional

Liubliana (Eslovénia)

17 - 19 Outubro 2013

• Levar a cabo uma discussão de alto nível sobre o processo de Estrasburgo. • Comparar e avaliar as diferentes estratégias de advocacy pelo reconhecimento da ENF. • Apresentação de boas práticas de advocacy da parceria ao Parlamento Nacional Esloveno. • Colaborar e despoletar a discussão sobre o documento nacional sobre ENF no Parlamento Nacional. • Apoiar o desenvolvimento dos cursos e-learning. • Atualização sobre a implementação dos cursos de e-learning e avaliação do seu progresso. • Definir um plano de ação e divisão de tarefas para implementação contínua. • Trabalhar sobre o conteúdo dos cursos e-learning.

5º Encontro: Direitos dos Jovens

Bucareste (Roménia)

28 Fevereiro – 2 Março 2014

6º Encontro: Diálogo Estruturado

Valência (Espanha)

29Maio – 1 Junho 2014

7º Encontro: Avaliação

Lisboa (Portugal)

3–6 Julho 2014

• Partilhar boas práticas na promoção da ENF e a seu reconhecimento e validação. • Desenvolver um entendimento comum sobre direitos dos jovens a nível nacional e Europeu. Partilhar atividades implementadas nesta área pelos CNJs e discutir a cooperação futura neste tópico. • Avaliar o primeiro curso e-learning sobre desenvolvimento do trabalho juvenil e advocacy. • Preparar o próximo curso e-learning, respondendo à avaliação do curso anterior. • Revisão do orçamento conjunto. • Examinar o estado das publicações no que toca ao conteúdo e orçamentos. • Revisão do calendário das próximas mobilidades e cursos online. • Rever o relatório da Mobilidade na Roménia. • Segunda avaliação do processo dos cursos online. • Revisão do conteúdo da publicação. • Partilha de experiências sobre os processos de diálogo estruturado relacionados com as presidências Grega e Italiana. • Criação de um perfil de CNJs sobre o Diálogo Estruturado. • Enfoque na partilha de boas práticas da Bolsa de Formadores no processo de Diálogo Estruturado. • Rever o relatório da Mobilidade em Espanha. • Avaliar o projeto. • Preparação do relatório final do projeto.


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Encontros internacionais do projeto, visando diferentes atores e temas


E-learning


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O que é E-learning? O termo e-learning envolve a utilização de computadores e tecnologia como um veículo de troca de conhecimentos no âmbito da lecionação e aprendizagem. O formador pode imitar a experiência de umpara-um da sala de aula e transmitir instruções claras e completas graças à combinação de vídeo e áudio. Da perspetiva do participante, permite a possibilidade de pôr pausa ou rever e permite a vantagem de se poder movimentar, algo que a sala de aula nem sempre oferece.

Uma perspetiva global As tecnologias de informação e comunicação e especificamente o E-learning são essenciais por uma série de razões, especialmente na arena política, sociológica e económica, chegando a uma encruzilhada nos paradigmas atuais na aprendizagem e comunicação. O E-learning, especificamente, foi qualificado, após o Conselho Europeu de Lisboa, como uma abordagem centrada no participante “na utilização das novas tecnologias multimédia e da internet que melhora a qualidade da aprendizagem por facilitar o acesso a recursos e serviços, também como trocas e colaboração remotas”. O desenvolvimento da tecnologia no mundo moderno transformou a forma de interagir, trabalhar e de aprender em conjunto. A internet é uma ferramenta ponderosa e as tecnologias modernas oferecem muitas novas formas de aprender. Abrir um curso para “todos” é abstratamente possível (um curso tradicional), mas um curso E-learning necessita de formadores e facilitadores, que não têm exemplos a seguir. Temos de ter em mente igualmente que o E-learning produz um risco concreto de exclusão social devido ao fosso digital. Há organizações de juventude que optaram por escolher abrir certos cursos para todos, sem limites. Não são provavelmente exemplos de ENF que utilizam E-learning. Ao invés, é possível oferecer uma biblioteca de materiais e cursos numa variedade de assuntos. O E-learning possibilita a criação de mais oportunidades para os jovens (não tem custos de deslocação, mais flexibilidade, etc.), contudo tem a necessidade de recursos (formadores e facilitadores que disponibilizam tempo na criação dos cursos, na facilitação de discussões, a dar feedback, a responder


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a questões, etc.) e também dinheiro e tempo para criar uma plataforma funcional. Num contexto de E-learning, os formadores devem ter as competências fundamentais de um educador em ENF, para além de fortes competências digitais. Esta interpretação lata têm o enfoque nas novas aplicações e desenvolvimentos e tem em consideração a aprendizagem e a psicologia dos média. E-learning no youth work Um número crescente de universidades (com local físico), bem como faculdades mais recentes de funcionamento exclusivamente online, começaram a oferecer um conjunto selecionado de graus académicos e programas de certificação através da Internet numa grande variedade de níveis e numa ampla gama de disciplinas. Em 2000, a Comissão Europeia integrou formalmente o E-learninig no seu plano global 2000-2003, intitulado eEurope. Romano Prodi, Presidente da Comissão, referiu que a “eEurope é um roteiro para modernizar a nossa economia. Ao mesmo tempo, através da componente E-learning, oferece a todos, mas especialmente aos jovens, as competências e ferramentas que necessitam para serem bem-sucedidos numa nova economia baseada em conhecimento.” Os trabalhadores socioeducativos em prol dos jovens (youth workers) devem ter em conta esta realidade para melhorar as suas atividades e competências. Os jovens despendem muitas horas na internet, utilizando redes sociais, navegando, enviando e-mails e assim por diante. Estar na internet significa estar no seu mundo, e usar a tecnologia para prosseguir os seus objetivos é considerado uma mais valia, uma oportunidade para investir (e não perder) tempo. Hoje em dia, muitos jovens participam em blogs, software colaborativo, ePortefólios e salas de aula virtuais e, na maior parte das situações de E-learning utilizam uma combinação destas possibilidades. Assim, torna-se relevante a utilização de E-learning nas atividades educativas em prol dos jovens + a parte e (E-learning e educação não-formal).

E-learning e educação não-formal Os serviços E-learning evoluíram desde que os computadores foram utilizados pela primeira vez em Educação. Há uma tendência de evoluir para serviços baseados em blended learning (aprendizagem combinada), onde atividades baseadas na utilização de computadores são integradas com situações práticas ou presenciais. O


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E-learning está naturalmente adequado ao ensino à distância e aprendizagem flexível, mas também pode ser usado em conjunto com o ensino presencial, o caso em que a aprendizagem combinada (blended learning) é o termo vulgarmente utilizado. O pioneiro em E-learning, Bernard Luskin declara que o “E” tem que ser compreendido no seu sentido lato, para que o E-learning seja eficaz. Luskin afirma que o “E” tem que ser interpretado para significar entusiasmante, energético, empolgante, excelente e educativo, para além de “eletrónico”, que é a interpretação tradicional. Esta interpretação mais lata permite que aplicações do século XXI, aprendizagem e psicologia dos média entrem na equação. É possível utilizar várias abordagens e perspetivas pedagógicas para o E-learning, tais como o método socialconstrutivista. Esta pedagogia é particularmente bem-sucedida pelo uso de fóruns de discussão, blogs, wikis e atividades de colaboração online. Esta abordagem colaborativa proporciona a criação de conteúdo educativo a um grupo mais amplo, incluindo os próprios estudantes. O E-learning e a ENF têm algumas características comuns, como uma “comunidade de práticas” e o “conteúdo produzido entre pares”, que são essenciais para o processo de E-learning e de ENF. A maior parte dos cursos E-learning incluem visões construtivistas do processo educativo, que formam igualmente a base das teorias e práticas da aprendizagem não-formal. A ENF é participativa, consciente e interativa. Há outras características menos semelhantes e incluem a participação voluntária, cursos desenhados com objetivos em mente e grupos de aprendizagem orientados para o processo. Estas e outras semelhanças apoiam a introdução e desenvolvimento do E-learning nas práticas formativas da maioria dos principais atores políticos Europeus, como o Conselho da Europa, centro de recursos da SALTO, a Comissão Europeia, entre outros. Na maioria dos casos, o E-learning não é visto como substituto da formação residencial, mas sim como uma ferramenta adicional e complementar de aprendizagem. A formal não é apenas possível, mas provavelmente vencedora. Por exemplo, podemos ver como um curso de E-learning permite a participação e contribuição de cada indivíduo, por exemplo, através da troca de experiências e aprendizagem uns com os outros num fórum ou através de trabalho em grupo; os indivíduos reúnem-se e, em seguida, juntam-se com um formador (o que, no contexto da educação, também está incluído no grupo). O E-learning no contexto da ENF tem as suas mais-valias, mas também fraquezas. Ambas utilizam cursos


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“cara-a-cara” que beneficia os participantes. Por exemplo, o E-learning permite a cobertura e o acesso a mais participantes, assincronia e flexibilidade, sendo mais-valias do E-learning. Contudo, manter a motivação dos participantes online pode tornar-se um desafio. O aspeto emocional do participante é inexistente num contexto de E-learning, e as emoções são consideradas como muito importantes na ENF e nas organizações juvenis.

O que é uma aprendizagem combinada (blended learning)? Uma abordagem de aprendizagem combinada reúne métodos de cara-a-cara com atividades mediadas através de computadores para formar uma abordagem instrutiva integrada. No passado, os materiais digitais tinham um papel suplementar, apoiando a instrução cara-a-cara. Por exemplo, uma abordagem combinada a um curso tradicional cara-a-cara pode passar pela turma se reunir uma vez por semana ao invés do formato de sessão de três horas. As atividades de aprendizagem que de outra forma teriam ocorrido na sala de aula podem ser transferidas para o mundo online. Até ao presente não há ainda nenhuma definição consensual sobre aprendizagem combinada. Além disso, os termos “combinada”, “híbridos” e “de modo misto” são usados alternadamente na literatura de pesquisa atual. O objetivo de uma abordagem combinada é unir os melhores aspetos de ambas as aprendizagens: a cara-a-cara e a online. Se, por um lado, os encontros cara-a-cara podem ser utilizados para envolver os participantes em experiências interativas avançadas, a parte online do curso pode, por outro lado, proporcionar aos participantes conteúdos ricos em multimédia, a qualquer hora do dia, em qualquer lugar em que o aluno tenha acesso à Internet, permitindo um aumento na flexibilidade de horários para os alunos. Para além da flexibilidade e conveniência para os alunos, existem evidências de que uma abordagem de ensino combinado pode resultar em ganhos de resultado de aprendizagem e aumentar a retenção de inscrição.

O curso de formação online sobre Desenvolvimento do Trabalho Juvenil implementado pelo FNG No âmbito do projeto de cooperação, os parceiros desenvolveram e implementaram quatro cursos


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E-learning sobre os seguintes tópicos: desenvolvimento do trabalho juvenil, cooperação internacional, direitos dos jovens e diálogo estruturado. O primeiro curso E-learning é apresentado e discutido em detalhe: Curso E-learning sobre desenvolvimento do trabalho juvenil Emboras as organizações devam ter experiência em processos participativos, os CNJs podem enfrentar desafios no envolvimento com os seus membros e na consideração das suas necessidades de uma forma sustentável. Da perspetiva de um CNJ, é crucial compreender como garantir que um CNJ não compita com as suas organizações membro e como advogar pelos assuntos identificados. A Bolsa de Formadores do FNG, responsável pela implementação do primeiro curso do projeto, criou um curso online específico destinado a este fim. Os principais tópicos do curso foram o planeamento estratégico, desenvolvimento de políticas juvenis e advocacy. Os objetivos do curso foram: • Compreender a importância de ser uma plataforma sustentável, por forma a envolver os membros nos assuntos comuns; • Troca de realidades em relação ao papel dos CNJs; • Proporcionar conhecimentos para o desenvolvimento e sustentabilidade dos CNJs; cooperação entre CNJs, planeamento estratégico, desenvolvimento de políticas e advocacy; • Refletir sobre a importância da gestão de conhecimentos e a sua aplicabilidade ao planeamento estratégico; • Compreender o papel das políticas de juventude e o seu desenvolvimento no contexto de um CNJ; • Estudar formas de desenhar e implementar estratégias de advocacy; • Fornecer conteúdos pelo envolvimento da Bolsa de Formadores e a implementação de formação contínua sobre o conteúdo de desenvolvimento de trabalho juvenil; • Elaborar diretrizes para as pessoas envolvidas em conselhos nacionais de juventude para apoiar a participação dos jovens que enfrentam desvantagens em planeamento estratégico, desenvolvimento de políticas e criação de estratégias de advocacy.


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Grupo alvo: Este curso destinava-se a jovens líderes e formadores. De facto, os principais atores na capacitação das organizações de juventude são os formadores, por terem a capacidade de ampliar o conhecimento, ferramentas e capacidade de cada um dos membros. Contudo, o papel dos líderes juvenis é igualmente crucial, uma vez que têm o poder de decidir sobre o desenvolvimento estratégico da organização juvenil à qual pertencem. Por estas razões, é importante incidir sobre estes dois grupo-alvos. Estrutura do curso online: O curso estava dividido em cinco módulos temáticos, cada um subdividido em duas ou três unidades. Cada módulo podia ser utilizado de forma independente, mesmo que tenha sido desenvolvido como parte de uma fluência integrada. As ferramentas implementadas neste curso foram: chats, fóruns, quizzes, wikis, video-conferências, skype, links. Recursos: garantia de qualidade em ENF e estratégias de desenvolvimento de trabalho juvenil do YFJ, a empresa de criação de conhecimento, Nonaka / Takeuchi; o kit de ferramentas sobre advocacy da WAGGGS e outros. Cada módulo, composto por unidades, continha o seguinte: 1. Esquema temático de referência 2. Atividades 3. Dicionário de termos técnicos utilizados para a descrição do esquema de tópicos 4. Bibliografia dos documentos utilizados para elaborar o módulo e o tema relacionado 5. Bibliografia web, sugestões de links relacionados com um tema específico No final do curso, cada participante recebeu um certificado de participação. Programa: O programa foi desenvolvido durante cinco semanas sobre os seguintes temas: • Semana de introdução: E-learning em resumo/ panorama sobre o projeto NFE Southern rEvolution • Módulo nº. 1: Conhecer-se um ao outro e introdução ao curso sobre desenvolvimento de trabalho juvenil


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• Módulo • Módulo • Módulo • Módulo

nº. nº. nº. nº.

2: 3: 4: 5:

Planeamento Estratégico Desenvolvimento de Políticas de Juventude Advocacy Unidade de Avaliação

Cada semana correspondeu aos módulos que iam sendo progressivamente colocados online e disponíveis nível a nível. Os tutores apoiaram o desenvolvimento pedagógico dos participantes através de e-mail mas também através de fóruns e chat da plataforma, onde é possível discutir e cooperar entre pares. Exemplo: Módulo 3: Estrutura de desenvolvimento de políticas de juventude • Porquê falar sobre políticas juvenis e o que são? • Principais atores • O que é um documento político? • O processo político: o quê, quando e quem? • Estrutura de um documento político Missão e visão Introdução Resumo de contextualização O corpo do documento político Recomendação Extra Tarefas Staff: A Bolsa de Formadores responsável pelo curso foi composta por três formadores e um tutor. Cada formador estava responsável por um módulo e as tarefas estavam divididas, criando uma rotação por forma a cobrir as necessidades de aprendizagem de cada participante. O tutor foi responsável por manter a comunicação com os participantes. Procedimentos de seleção: Os participantes foram selecionados através de uma chamada para participantes difundida pela rede


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dos CNJs envolvidos no projeto. Cada CNJ fez a seleção do seu grupo de participantes. Resultados: O curso online de formação envolveu 16 participantes, metade deles formadores e a outra metade líderes juvenis.

Dicas para organizar um curso online eficaz: • Manter viva a interação entre os participantes e formadores, dar feedback, utilizar sempre algo visual nos módulos para complementar as partes escritas; • Concentrar-se na verdadeira motivação escrita na ficha de candidatura para selecionar os participantes; • Garantir que todos os participantes têm o mesmo nível de conhecimento da plataforma antes de iniciar o curso; • Calcular o tempo certo para acompanhar o curso, permitindo flexibilidade aos participantes.


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Advocacy


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O que é advocacy? Advocacy é definido como o processo político e social que é levado a cabo por um indivíduo ou um grupo (ex: grupos de advocacy, empresas, ONGs, think thanks, etc.), que tem como objetivo a influência da tomada de decisão e de políticas públicas, bem como a alocação de recursos. Os processos e metodologias de advocacy pretendem alterar políticas, posições, programas ou leis de qualquer tipo de instituição, tal como Governos, uma agência ou instituição internacional ou qualquer tipo de organização. Onde quer que a mudança tenha que acontecer, o processo de advocacy tem um papel a desempenhar. Se quer mais fundos para desenvolver um projeto, novos programas para enfrentar o desemprego juvenil, leis para tornar a educação mais acessível ou mais atenção para um programa de saúde, o advocacy pode ajudá-lo a realizar o seu objetivo!

Advocacy e organizações juvenis As organizações juvenis e os CNJs estão em excelente posição para influenciar atitudes políticas e sociais, uma vez que estão próximos da comunidade e são vistos como representantes dela, nos níveis local, nacional, regional e internacional. Considerando que os próprios CNJs utilizam métodos não-formais para implementar as suas atividades, têm, assim, um papel crucial em advogar pelo valor acrescentado da ENF nos processos educativos e no desenvolvimento da comunidade. Os esforços de advocacy dos CNJs concentram-se igualmente no reconhecimento e validação da ENF, nomeadamente as competências, conhecimentos e atitudes que os jovens adquirem em contextos de ENF, a vários níveis: A nível local, as organizações juvenis, um dos principais “fornecedores” de ENF, beneficiam do conhecimento e perícia da Bolsa de Formadores e capacitam os jovens para terem impacto a nível da comunidade, contribuindo, assim, para o reconhecimento social da ENF. A nível nacional, CNJs, plataformas de organizações juvenis, têm um papel crucial nos processos de advocacy para o reconhecimento jurídico e político da ENF. Para além disso, ao utilizar metodologias de educação não-formal na implementação das suas atividades, fazem lobby diretamente junto dos decisores políticos: • Ministros responsáveis por: Educação, Juventude, Emprego, entre outros;


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• Agências Nacionais (Erasmus+) • Agências/ Institutos/ Autoridades Nacionais de Juventude • Comissões de Parlamentos Nacionais (Juventude e/ou Educação) • Comissões Presidenciais • Órgãos Consultivos relacionados com Juventude e/ou Educação • Partidos Políticos Outros stakeholders que têm interesse em ENF: • Universidades/ Academia • Sindicatos • Entidades patronais • Outras ONGs • Agências nacionais de emprego • Organizações de Recursos Humanos A nível Europeu e internacional, os Conselhos Nacionais de Juventude do Sul da Europa envolvidos no projeto, têm uma voz unida no âmbito do Fórum Europeu de Juventude, através do qual fazem advocacy junto da Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Conselho da Europa e agências das Nações Unidas. Ao mesmo tempo, reúnem esforços a nível regional no sentido de exortar a implementação de documentos Europeus e internacionais pelo reconhecimento da ENF em todos os países da União Europeia. Neste sentido, os parceiros deste projeto acordaram num documento político para advogar fortemente a vários níveis:

Entendimento comum sobre o reconhecimento da ENF – Documento Político “R-Evolução da Educação Não Formal do Sul da Europa: Empoderar a educação não-formal no Sul da Europa”, um projeto promovido pelo Forum Nazionale Giovani – FNG (Itália), Mladinski svet Slovenije – MSS (Eslovénia), Conselho de Juventude da Roménia – CTR (Roménia), Национален младежки форум – NYF (Bulgária), Mreža mladih Hrvatske – MMH (Croácia), Consejo de la Juventud de España – CJE (Espanha), Conselho Nacional de Juventude – CNJ (Portugal) and Εθνικό Συμβούλιο Νεολαίας ESYN (Grécia), acordaram numa estratégia educativa e perspetiva comuns relacionada com o reconhecimento da Educação Não-Formal e a sua importância.


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Estes parceiros são membros do SYC – Conselhos de Juventude do Sul, um grupo informal de Conselhos Nacionais de Juventude que cooperam a nível Europeu nas áreas da educação, formação, cooperação global e advocacy junto de instituições nacionais, Europeias e internacionais. A Educação Não-Formal (ENF) tem uma longa história e é vista, em muitos países, como uma importante forma de aprendizagem, desenvolvimento pessoal e formação para participação ativa na sociedade. Assim, consideramos a ENF como um processo organizado que dá a possibilidade aos jovens para desenvolver os valores, aptidões e competências que de outra forma não desenvolvem em contexto de educação formal. Estas competências (também denominadas de ‘soft skills’) incluem uma vasta gama de competências tais como interpessoais, liderança, planeamento, organizativas, coordenação e competências de resolução de problemas práticos, trabalho em equipa, autoconfiança, disciplina e responsabilidade. O que é particular sobre a educação não-formal é o facto dos jovens estarem ativamente e voluntariamente envolvidos nos processos educativos/ formativos. Os métodos utilizados pretendem fornecer aos jovens as ferramentas para desenvolverem as suas aptidões e atitudes e este processo de aprendizagem tem como uma das principais características o princípio de aprendendo, fazendo. O processo de reconhecimento da ENF é uma discussão antiga e, apesar de ter sido amplamente debatida, não foi ainda possível encontrar uma visão ou entendimento comum sobre o assunto. É, no entanto, importante notar que, ao longo dos últimos anos, várias iniciativas têm sido desenvolvidas que contribuíram para a aproximação de uma perspetiva comum entre as principais partes interessadas sobre a importância de promover este reconhecimento e como tal deve ser alcançado. Entre outros atores, o Conselho da União Europeia, em documentos tais como a Resolução do Conselho de 20 de Dezembro de 2012 sobre a validação da educação não-formal e aprendizagem informal (2012/C 398/01); a Comissão Europeia; o Conselho da Europa; o Fórum Europeu de Juventude, através da sua Tomada de Posição sobre Educação Não-Formal; Indicando e assegurando a Qualidade (0009-08) Reação do Fórum Europeu da Juventude face à proposta da Comissão para uma Recomendação do Conselho sobre a Validação da Aprendizagem Não-Formal e Informal; e a UNESCO têm pedido aos Estados-Membros para desenvolver ferramentas e políticas para o reconhecimento da Educação Não-Formal. A Declaração


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e Plano de Ação do Simpósio de Estrasburgo, que teve lugar em Novembro de 2011, e o documento “Caminho 2.0 pelo reconhecimento da aprendizagem/educação não-formal e do youth work na Europa” são bons exemplos do trabalho que tem sido desenvolvido neste âmbito. O processo de reconhecimento é igualmente fundamental para o alcance dos objetivos da Agenda UE 2020, para o desenvolvimento de uma sociedade Europeia baseada no conhecimento, tal como contido na publicação “Qualidade na Educação e Formação Não-Formal no âmbito do youth work Europeu”, apoiado pelo SALTO e a Parceria entre a Comissão Europeia e o Conselho da Europa na área da Juventude. Para os parceiros deste projeto, o reconhecimento da aprendizagem/ educação não-formal tem quatro dimensões, igualmente importantes, que devem ser consideradas como um todo: • Reconhecimento individual: reconhecimento pelo participante, compreendendo o seu processo de aprendizagem e utilizando-o em diferentes situações e contextos; • Reconhecimento social: reconhecimento pela sociedade, valorizando o impacto positivo do youth work e da aprendizagem/ educação não-formal nos jovens e na sociedade; • Reconhecimento político: Reconhecimento através de políticas, tendo em conta o valor do youth work e da aprendizagem/ educação não-formal nas estratégias e decisões políticas; • Reconhecimento formal: Reconhecimento através de ferramentas e instrumentos, valorizando os resultados de aprendizagem individuais. Apesar de haver vários agentes a desenvolver atividades de ENF, é importante reconhecer que as organizações de Juventude são os principais espaços de ENF. Este reconhecimento deve conduzir à valorização social e política de todo o trabalho empreendido ao longo dos anos no desenvolvimento de ferramentas, métodos e atividades de ENF, e este reconhecimento deve ser materializado através do envolvimento das Organizações de Juventude em todos os processos desenvolvidos a nível Europeu, nacional, regional ou local em prol do reconhecimento da ENF. Consideramos que a Qualidade e Garantia de Qualidade devem ser um dos principais elementos de garantia do reconhecimento universal da importância da ENF na sociedade, como um processo de desenvolvimento de competências pessoais, culturais, sociais e linguísticas, que preparam as pessoas para melhor desempenharem o seu papel enquanto cidadãos. Consequentemente, os parceiros deste projeto consideram que os seguintes princípios devem ser sempre


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assegurados pelos prestadores de ENF: • Os objetivos da formação ou da atividade de ENF satisfazem as necessidades identificadas pelos participantes e pela sociedade; • Os objetivos são claros e podem ser identificados no programa do evento; • As metodologias utilizadas são adequadas ao processo de aprendizagem e ao grupo-alvo; • Os recursos necessários estão disponíveis; • Os recursos utilizados são sustentáveis, rentáveis e de forma responsável; • Os educadores têm as competências necessárias para facilitar o processo de aprendizagem que pode ser identificado no programa do evento; • Os educadores estão preparados previamente ao evento com informação sobre o grupo-alvo, o local e os recursos disponíveis; • Os aprendizes são chamados a contribuir para o processo educativo; • Os participantes compreendem os resultados de aprendizagem e são capazes de os reproduzir e transferir; • Métodos de avaliação consistentes, incluindo autoavaliação, revisão externa e entre pares, são utilizados para avaliar a qualidade dos eventos; • Todos os atores estão envolvidos no processo contínuo de avaliação; • Os resultados de avaliação estão amplamente acessíveis. Valores como igualdade de género, respeito intercultural e Direitos Humanos devem ser considerados como aspetos transversais a serem abordados em qualquer atividade de ENF. Considerando o exposto, Forum Nazionale Giovani – FNG, Mladinski svet Slovenije – MSS, Romania Youth Council – CTR, Национален младежки форум – NYF, Mreža mladih Hrvatske – MMH, Consejo de la Juventud de España – CJE, Conselho Nacional de Juventude – CNJ and Εθνικό Συμβούλιο Νεολαίας ESYN - (Grécia) os parceiros do projeto NFE South R-Evolution, incitam os Governos nacionais e os órgãos Europeus a desenvolver políticas e adotar medidas concretas na promoção e incentivo de reconhecimento da ENF nas suas quatro dimensões.

Advocacy a nível nacional em Portugal No que toca o trabalho de advocacy em prol do reconhecimento da ENF, dois grupos parlamentares, o


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PSD e o PS, apresentaram propostas de resolução que exigiam o desenvolvimento de mecanismos de validação das competências desenvolvidas em atividades juvenis informais e não-formais e em youth work. No seguimento dessas propostas de resolução, foi criado um Grupo de Trabalho Nacional composto por membros da direção do CNJ, Secretariado, Bolsa de Formadores e representantes das organizações membro por forma a apresentarem o ponto de vista do CNJ e das organizações que o compõem sobre o reconhecimento da ENF nas suas quatro dimensões, tal como descrito no documento político adotado pela parceria. Foi desenvolvida uma tomada de posição, tendo por base as reflexões e conclusões do Grupo de Trabalho Nacional, tendo sido disseminada entre os membros do Parlamento, o Conselho Nacional de Educação e organizações membro. A nível Europeu, um membro da direção do CNJ participou na Task Force sobre Educação de Qualidade, organizada pelo Fórum Europeu de Juventude, onde se discutiu a complementaridade entre as diferentes ‘Educações’, para uma melhor educação e para assegurar a sua qualidade. Foram feitas recomendações à direção do YFJ para promover um documento político sobre esta matéria no Conselho de Membros de Novembro de 2013. A nível nacional, foi criado um grupo de trabalho sobre educação de qualidade para promover o debate entre as organizações membro do CNJ sobre o tema com o intuito de apoiar o trabalho do representante do CNJ na Task Force do YFJ. O CNJ fez igualmente parte do Grupo de Trabalho sobre ENF do YFJ. Através desta participação, o CNJ visava levar a sua experiência ao debate Europeu e trazer de volta a Portugal as principais perspetivas e reflexões sobre ENF na Europa – por forma a melhorar o conhecimento das organizações membro, trabalho de advocacy e prática em ENF. Enquanto membros do Grupo de Trabalho do YFJ sobre ENF, o CNJ foi convidado a apresentar o projeto ‘NFE South rEvolution’ na Semana de ENF em Bruxelas em Outubro 2012. O evento teve lugar nos escritórios das Nações Unidas e reuniu jovens de todos os países Europeus. Ademais, teve lugar um evento de dois dias na Universidade de Coimbra sobre o tema do reconhecimento da ENF. Teve como objetivo incitar a discussão entre youth workers, jovens líderes, professores, educadores e jovens sobre a importância da ENF e as formas de a reconhecer. As recomendações e os resultados alcançados foram apresentados numa sessão pública à Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude, Instituto Português de Desporto e Juventude, I.P, académicos e jovens.


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Assembleia Nacional da Eslovénia Simpósio do MSS sobre o Reconhecimento da Educação Não-Formal


Apresentação dos SYC


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Conselho Nacional

de Juventude de Itália

- FNG

O Conselho Nacional de Juventude de Itália foi reconhecido pelo decreto-lei nº 311 do Parlamento Italiano a 30 de Dezembro de 2004, e é a única plataforma nacional de organizações juvenis italianas que garante a representatividade de mais de 4 milhões de jovens de todo o país. É composto por 72 organizações de Juventude nacionais, 3 organizações candidatas a fazerem parte da plataforma e 4 observadores, oriundos de diferentes áreas do associativismo juvenil: organizações estudantis, associações que trabalham com educação não-formal e mobilidade, departamentos juvenis de partidos políticos, sindicatos, associações religiosas, fóruns regionais de juventude, organizações desportivas, entre outras. A participação de youth workers é promovida através de 10 grupos de trabalho temáticos, que dão a possibilidade às organizações membro de participarem no processo de tomada de decisão da plataforma. Desde 2008, o FNG é membro de pleno Direito do Fórum Europeu de Juventude, que representa os interesses dos jovens europeus junto de instituições internacionais. Desde Novembro de 2011 que o FNG foi eleito para o Conselho Consultivo da Juventude do Conselho da Europa.

Conselho Nacional

de Juventude

Via Novara, 41 00198 Roma, Italy +39 06 45476623 www.forumnazionalegiovani.it info@forumnazionalegiovani.it

(CNJ)

O Conselho Nacional de Juventude (CNJ), criado em 1985, com estatuto jurídico aprovado pela Assembleia da República, através da Lei 1/2006, é a Plataforma representativa das organizações de juventude de âmbito nacional, abrangendo as mais diversas expressões do associativismo juvenil (culturais, ambientais, escutistas, partidárias, estudantis, sindicalistas e confessionais), sendo neste momento composto por 36 organizações. Saliente-se que o CNJ desenvolve o seu trabalho em torno das seguintes áreas: Ambiente e Qualidade de Vida; Associativismo e Participação Juvenil; Educação e Formação; Emprego e Assuntos Sociais; Cultura e Criatividade e Relações Internacionais e Cooperação.

Rua dos Douradores n.°106-118, 4° piso 1100-207, Lisbon PORTUGAL +351218802139 geral@cnj.pt www.cnj.pt


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Conselho Nacional

de Juventude da

Eslovénia (MSS)

O Conselho Nacional de Juventude da Eslovénia é uma organização representativa que reúne todas as organizações juvenis nacionais, independentemente dos seus vários interesses ou orientações ideológicas ou políticas. Os seus esforços e atividades são baseados na premissa de que o associativismo jovem deve ser autónomo e integrado numa sociedade livre e democrática. Desde a sua criação (Abril de 1990), o MSS tem feito contribuições valiosas na cooperação entre organizações juvenis a nível nacional, local e internacional. Desde 2001, o MSS foi registado com base na Lei de Conselhos de Juventude, que regula o seu estatuto, funcionamento, atividades e financiamento e impõe ao Governo, Ministérios e outras autoridades do Estado o dever de o informar sobre a elaboração de leis e regulamentos que têm um impacto imediato sobre a vida e trabalho dos jovens.

Rede

de Juventude

Croata - MMH

A Rede de Juventude Croata é uma aliança de organizações lideradas por jovens e para jovens, de âmbito nacional e local. É uma plataforma heterogénea que liga diferentes organizações (de advocacy, cultura, ecologia, informação, tempos livres, intercâmbio, minorias, desporto, educação não-formal...), que partilham um interesse conjunto de desenvolver políticas de juventude ao nível nacional e regional/local. Atualmente o MMH é composto por 68 organizações membro. Os principais objetivos do MMH são o de consciencializar os jovens para uma participação ativa e responsável através da criação de redes e do empoderamento de organizações juvenis e dos jovens; codesenvolver e advogar por políticas de juventude de qualidade a nível local, nacional e internacional através da colocação dos direitos dos jovens na agenda social; contribuir para o desenvolvimento da sociedade civil através da participação na conceção e implementação das políticas relacionadas com o desenvolvimento da sociedade civil. Tendo estes objetivos em mente, o MMH debate-se por ser o principal ator na definição da agenda juvenil e empoderar as suas organizações membro para maximizarem o seu impacto nas comunidades. O trabalho do MMH foca-se em três áreas programáticas principais: Políticas de Juventude, Direitos dos Jovens e Trabalho Juvenil. O MMH também estabeleceu uma Bolsa de Formadores composta por um grupo de formadores sazonais com experiência na área da educação não-formal numa variedade de tópicos. Contribui para o aumento das capacidades e empoderamento das organizações juvenis, jovens e outros atores relevantes para a área juvenil. Para mais informação sobre a organização, visite: www.mmh.hr.

Erjavčeva 4 Ljubljana SLOVENIA +386 (0)1 425 60 55 info@mss.si www.mss.si

Vladimira Nazora 22, 10000 Zagreb CROATIA +38514573937 info@mmh.hr www.mmh.hr


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Conselho

de Juventude da

Roménia - CTR

O Conselho de Juventude da Roménia, abreviado como CTR, é a entidade legal com fins não-lucrativos, não-governamental e autónoma, fundada por livre associação das estruturas não-governamentais interessadas, de/ para a juventude. O principal objetivo do CTR é agir em prol da proteção e promoção dos direitos dos jovens e aumentar a participação ativa dos jovens romenos, tanto os residentes na Roménia ou no estrangeiro, da vida comunitária em que trabalham, bem como apoiar e promover os interesses comuns das suas organizações membro a nível local, regional, nacional, Europeu e internacional.

Conselho

de Juventude da

Bulgária - NYF

ValterMaracineanu Square, no. 1-3, 5th entrance, 1st floor, room 139-141, sect. 1 010155, BUCHAREST ROMANIA +40 021 310 09 80 office@ctr.ro www.ctr.ro

O Conselho Nacional de Juventude da Bulgária é a organização representativa que compreende 26 organizações de juventude. Os seus principais valores são a liberdade, igualdade, tolerância e solidariedade. O NYF foi criado para representar os interesses dos jovens, realçando a importância das organizações de juventude, o seu desenvolvimento e participação nos processos públicos políticos e sociais, garantindo um diálogo estruturado efetivo através da cooperação com atores e instituições relevantes, decisores políticos da área juvenil. As principais prioridades do NYF são: educação, atividade cívica, políticas demográficas, atividades saudáveis e físicas, emprego jovem e desenvolvimento sustentável. A NYF é organização membro do Fórum Europeu de Juventude desde 2012.

35 Vassil Levski Blvd., ground floor 1000, Sofia BULGARIA +359886100620 secretariat@nmf.bg www.nmf.bg


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Conselho Nacional

de Juventude da

Grécia – ESYN

O Conselho Nacional de Juventude da Grécia foi fundado em Julho de 1998, após esforços consideráveis por parte de organizações juvenis políticas e sociais gregas e obteve uma administração eleita em novembro do mesmo ano; é uma federação independente, não-governamental e sem fins lucrativos de organizações de juventude. Atualmente, mais de 59 organizações juvenis (6 juventudes partidárias e inúmeras organizações não-governamentais de Juventude) são membros do ESYN. Assim, a maior parte dos jovens que pertencem a uma organização são parte desta federação. O seu objetivo é o de fortalecer o papel e coordenar as ações das suas organizações membro. O ESYN, de acordo com o número de membros das suas organizações membro, representa mais de 350 mil jovens gregos. Com o objetivo de continuamente formar e informar os jovens sobre as questões que lhes dizem respeito, o ESYN implementa workshops, conferências, programas culturais e outros, seminários e atividades que visam diretamente os jovens.

Conselho Nacional

de Juventude da

Kougioumtzoglou 11 Elefsina 19200, Elefsina GREECE 0030 210 5548340 secretariat@esyn.gr www.esyn.gr

Catalunha - CJNC

O Conselho Nacional de Juventude da Catalunha é a plataforma que reúne 91 organizações juvenis nacionais e conselhos locais de juventude. O CNJC é uma associação baseada numa entidade pública com personalidade jurídica. Fundada em 1979, o CNJC promove os interesses dos jovens na sociedade e perante o Governo. Mais de 175 000 jovens catalãs participam nas organizações membro do CNJ, incluindo associações educativas (tempo livre e escuteiras), sindicatos de jovens e trabalhadores, trocas culturais, conselhos juvenis políticos, sociais e locais. O CNJC visa incentivar a participação, coordenação das associações juvenis e estruturar o diálogo com o Governo sobre assuntos que dizem respeito à juventude. O Conselho Nacional de Juventude da Catalunha é membro de pleno Direito do Fórum Europeu de Juventude desde 1985. Plaça Cardona, 1-2, 1r Barcelona 08006 Spain Phone : +34 933 683 080 international@cnjc.cat, www.cnjc.cat/


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Conselho

de Juventude de

Espanha - CJE

O Conselho de Juventude de Espanha é a plataforma de organizações de juventude formalmente estabelecida por lei em 1983. Os seus membros são plataformas regionais de juventude que funcionam em Espanha, bem como outras organizações nacionais de juventude. O principal objetivo é a promoção da participação juvenil no desenvolvimento político, social, económico e cultural de Espanha no contexto global, tal como previsto no artigo 48º da Constituição de Espanha. Atualmente, estão envolvidas neste projeto conjunto 76 organizações juvenis. Debatemo-nos para alcançar uma plataforma plural, por forma a que as várias ideologias e sensibilidades que constituem o movimento juvenil espanhol possam trabalhar em conjunto e trocar ideias e experiências. Ademais, desejamos canalizar todas as propostas, reivindicações e apelos das nossas organizações membro às Autoridades, parceiros sociais e meios de comunicação. Em última análise, o nosso trabalho destina-se a encontrar respostas para os problemas, preocupações e aspirações dos jovens espanhóis e melhorar a sua qualidade de vida. A participação no Conselho de Juventude em Espanha é tanto um Direito como um compromisso: por um lado, participar no desenvolvimento de políticas que direta ou indiretamente afetam os jovens e, por outro lado, propor soluções para os problemas enfrentados pelos jovens. A nossa capacidade representativa, crítica e de trabalho reivindicativo ajudaram-nos a tornarmo-nos uma parte interessada legítima na defesa dos interesses dos jovens, bem como a alcançar gradualmente novas arenas onde a juventude não é mais um espetador, mas um participante ativo. ASSIM O NOSSO TRABALHO IRÁ CONTINUAR.

Calle Montera, 24 - 6th floor 28.030, Madrid SPAIN +34 91 7010420 info@cje.org www.cje.org



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