Revista Cocapec 84

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Ano 12 - Março/Abril de 2013 - nº 84 - COCAPEC / CREDICOCAPEC

Comitê Educativo

aborda as tendências do mercado de café

A importância do

recolhimento do Funrural

Seguro de vida

para o trabalhador rural



Uma boa coisa

D

um estoque de café recorde em depósito, esta situação foi motivada por diversos fatores já mencionados nas edições anteriores. Esperamos começar a safra 2013, que se aproxima daqui a dois meses (safra

agrícola 2012/2013), com um estoque ao redor de 450 mil sacas em nossos armazéns. Em contatos e reuniões com a equipe de campo, visando o planejamento da atividade de recebimento de cafés, realizamos análises e os dados nos levam a crer que receberemos um total de 750 mil sacas de café da safra a ser colhida em 2013. Teremos então que operacionalizar no ano o equivalente de 1,2 milhões sacas, somando nossos estoques atuais com o recebimento. Temos a previsão de recebimento de 1,5 milhões de sacas para a safra do próximo ano agrícola 2013/2014, faltando somente 1 ano e 3 meses, e este será o nosso grande desafio. É lógico que dentro de um ano podem ocorrer diversas intempéries que influenciam esta previsão, tais como, secas, ventos frios, severidade de doenças e pragas e geadas, porém, os planejamentos têm que ser feitos sobre as hipóteses mais difíceis. O planejamento e previsão de 1,5 milhão de sacas a serem recebidas pela Cocapec, como citado anteriormente, para a safra 2014, se baseia na informação do nosso corpo técnico e sua previsão tem por base também o aumento da área na área plantada nos últimos anos com os níveis de produtividade apresentados pelos cafezais, em função dos tratos preconizados pela Cocapec. Entra em produção na região, no ano agrícola 2013/2014, um total de 10 mil hectares de cafés, dos quais como de praxe 70% se destinam aos armazéns da Cocapec. Com os níveis de produção destas lavouras se espera um adicional de 300 mil sacas (7.000ha X 35 sc/ha = 245.000 sc, mais 55.000 sc dos plantios dos anos 2010 e 2011, já mais velhos) somando com o recebimento de 1,2 milhões de 2012, o qual no mínimo se repetirá em 2014, receberemos 1,5 milhões de sacas, portanto, é hora para começarmos a planejar

EDITORIAL

iferentemente de outros anos, a Cocapec passou o final de 2012 com

este recebimento. É uma boa coisa, reflexo do desenvolvimento e progresso da nossa região e dos cooperados. Cabe aos dirigentes proporem o planejamento e gestão eficientes para que este fato auspicioso tenha êxito, através da boa prestação de serviço pela cooperativa.

João Alves de Toledo Filho Presidente MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

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Expediente

ÍNDICE

Órgão informativo oficial da Cocapec e Credicocapec, destinado a seus cooperados Diretoria Executiva Cocapec João Alves de Toledo Filho - Presidente Carlos Yoshiuyuki Sato - Vice-presidente Ricardo Lima de Andrade - Dir. secretário Conselho Administrativo Cocapec Giane Bisco Amílcar Alarcon Pereira João José Cintra Paulo Eduardo Franchi Silveira Erásio de Grácia Júnior José Henrique Mendonça

Especial

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Condições de trabalho na lavoura

Conselho Fiscal Cocapec Zita Cintra Toledo Cyro Antônio Ramos André Luis Cintra Cocapec Franca Avenida Wilson Sábio de Mello, 3100 - CEP 14406-052 Franca – SP – CEP - 14400-970 CAIXA POSTAL 512 Fone (16) 3711-6200 Fax (16) 3711-6270 Núcleos Capetinga (35) 3543-1572 Claraval (34) 3353-5257 Ibiraci (35) 3544-5000 Pedregulho (16) 3171-1400 Diretoria Executiva Credicocapec Maurício Miarelli – Presidente José Amâncio de Castro – Dir. Administrativo Ednéia Aparecida Vieira Brentini de Almeida – Dir. Crédito Rural Conselho de Administração Credicocapec Carlos Yoshiuyuki Sato Divino de Carvalho Garcia Élbio Rodrigues Alves Filho Paulo Henrique Andrade Correia Conselho Fiscal Credicocapec Hélio Hiroshi Toyoshima João José Cintra Ricardo Nunes Moscardini Credicocapec Fone (16) 3712-6600 Fax (16) 3720-1567 Franca SP PA Pedregulho (16) 3171-2118 PA Ibiraci (35) 3544-2461 PA Claraval (34) 3353-5359 credicocapec@francanet.com.br www.credicocapec.com.br Revista Cocapec Coordenação Setor de Comunicação Fone: (16) 3711-6203/ (16) 3711-6291 apoio.revista@cocapec.com.br revista@cocapec.com.br Diagramação BZ Propaganda & Marketing Revisão Ortográfica Nathalia Maria Soares Jornalista Responsável Realindo Jacintho Mendonça Júnior-MTb/24781 Tiragem: 2.790 exemplares www.cocapec.com.br É autorizada a reprodução de artigos publicados nesta edição, desde que citada a fonte. ED. 84 MARÇO/ABRIL 2013 A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados, mesmo sob pseudônimo, que são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Cooperativismo

Entenda a AGO da Cocapec Técnica

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Controle de mato e ervas daninhas Credicocapec

Cooperativas de crédito crescem mais que bancos Conheça sua Cooperativa

Núcleo Capetinga

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NEGÓCIOS

Baixa na inscrição da propriedade Informe a Cocapec antes do processo para evitar problemas Por José Ribeiro | Coordenador Estoque Físico Cocapec / Murilo Andrade | Assistente de Comunicação Cocapec

O

cooperado que irá dar baixa em uma inscrição de sua propriedade, deve ficar atento em alguns procedimentos dentro da cooperativa para evitar transtornos em movimentações futuras. Antes de realizar a baixa é necessário verificar na Cocapec se existe algum processo em andamento como pedido de compra de produtos, insumos adquiridos ainda a retirar, venda futura e também se possui café depositado alocado na

inscrição da referida propriedade. Isso impossibilita a retirada das mercadorias, o recebimento das vendas e a comercialização de café. Sendo assim, é necessário substituir a inscrição que pretende desativar por outra ou concluir os processos pendentes antes da baixa. Desta forma, as operações se mantêm normalmente. Nos casos de inscrições já baixadas, o cooperado não conseguirá efetuar compras na cooperativa devido a inexistência do número

de inscrição válida no momento da emissão da Nota Fiscal. Sendo assim, para quem já fez a modificação, é necessário informar ao setor de cadastro o mais rápido possível, para que substituía por outra inscrição regular. Medidas simples podem prevenir sérios problemas e, a Cocapec, sempre parceira, proporciona ferramentas para colaborar com seus cooperados.

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NEGÓCIOS

A importância do recolhimento do Funrural A cooperativa deposita o valor em juízo para evitar transtornos futuros aos seus cooperados Por Rafael Dias Martins | Assessor Jurídico Cocapec

O

s produtores rurais sujeitamse às contribuições sociais à alíquota total de 2,1% incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção, com destinação à Seguridade Social. Trata-se da contribuição conhecida como Funrural. Por determinação legal a Cocapec é obrigada a reter dos cooperados e a recolher o Funrural ao Fisco, sob a alíquota acima mencionada. Esse recolhimento deve ocorrer até o dia 20 do mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de essas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física. Porém, exceto no tocante aos produtores rurais que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, a constitucionalidade dessas contribuições sociais passou a ser questionada perante o Poder Judiciário, pela incompatibilidade da disposição legal que prevê o Funrural com a Constituição Federal. Quando essas problemáticas foram

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trazidas à apreciação do Poder Judiciário em uma ação judicial proposta por determinada empresa, a decisão final coube ao Supremo Tribunal Federal (STF), que em sede do julgamento do Recurso Extraordinário – RE 363.852/ MG reconheceu a inconstitucionalidade desse tributo. Esclarece-se que essa decisão do STF somente gera efeitos entre as partes que figuraram no processo julgado mencionado acima. Portanto, a todos aqueles que se sentiam ou se sentem prejudicados, como foi o caso da Cocapec, incumbe buscar a tutela do Poder Judiciário, utilizando-se, inclusive, desta decisão precedente do STF como embasamento. Diante deste cenário, com o escopo de resguardar os interesses de seus cooperados, a Cocapec impetrou Mandados de Segurança, tendo como seus autores a sua Matriz (Franca/SP) e as unidades de Pedregulho/SP, Serra Negra/ SP, Claraval/MG, Ibiraci/MG e Capetinga/ MG, com o objetivo final de se ver desobrigada a recolher o Funrural por força de sentença, fator que geraria uma valorização ainda maior aos produtos

comercializados pelos cooperados. A Cocapec, ao adotar esse posicionamento, o fez com o apoio do Conselho de Administração e dos cooperados, foi assistida por seu Departamento Jurídico e por consultorias especializadas, que juntos concluíram ser este o caminho mais prudente, juntamente com a realização do depósito judicial integral desses valores devidos a título de Funrural, enquanto não houver uma decisão final transitada em julgado desobrigando-a. O depósito em Juízo de todos os valores decorrentes do Funrural serve como cautela frente à eventualidade de decisões desfavoráveis do Poder Judiciário ao fim dos processos. É importante alertar que provavelmente existem empresas que não adotaram essa postura mais cautelosa da Cocapec. Tais corporações, com a força de liminares foram desobrigadas a reter o Funrural e decidiram não realizar o depósito judicial dos valores enquanto o assunto é discutido em Juízo. Isso pode criar no produtor rural uma falsa expectativa de que está sendo


NEGÓCIOS

melhor remunerado em sua venda, por não ser descontado o valor do Funrural. Contudo, trata-se de uma solução meramente paliativa, haja vista que as liminares que são deferidas em ações judiciais, em Mandados de Segurança, são decisões modificáveis, provisórias e podem ser revogadas a qualquer tempo enquanto não houver uma decisão definitiva. Portanto, é totalmente arriscado não realizar o depósito judicial do Funrural por conta de uma liminar enquanto sua obrigatoriedade é apreciada em Juízo, eis que essa liminar pode ser revogada, bem como uma decisão final e definitiva pode decretar a obrigatoriedade de recolhimento, que terá se acumulado durante todo o curso do processo e será cobrado pelo Fisco de uma só vez, com todos os acréscimos legais e multa se não for feito o pagamento no prazo. Assim, cabe ao produtor rural avaliar os riscos de como comercializar seus produtos. Comercializando junto a empresas que não descontam a alíquota em razão de liminar, maior é o risco de uma dívida futura, pois essa pode ser revogada por decisão do

Poder Judiciário, salientando-se que nos tribunais ainda há uma instabilidade nas decisões sobre o Funrural. Já se o produtor rural optar por comercializar seu produto onde se faz o depósito judicial do Funrural até uma decisão definitiva do Judiciário, como é o caso da Cocapec, terá descontada a correspondente parcela do tributo e, em contrapartida, contará com maior segurança, até mesmo por se levar em consideração que ele é o contribuinte do Funrural e pode ser responsabilizado pelo não recolhimento. Na hipótese de uma sentença final que obrigue a Cocapec de reter e recolher o Funrural, o montante devido já estará depositado em Juízo, com a correspondente correção monetária, propiciando-se a imediata quitação desta dívida, sem qualquer sanção. Através dessa conduta, não será necessária a arrecadação de recursos junto aos cooperados para pagar o Funrural no caso de decisão contrária aos nossos interesses, já que haverá saldo suficiente para a quitação de plano da importância que seria devida e acumulada no curso dos processos,

porque a Cocapec continua retendo o valor dos cooperados e depositando regularmente tal contribuição nos Mandados de Segurança. Por outro lado, havendo êxito da Cocapec nos Mandados de Segurança impetrados, daí em diante a mesma ficará livre de reter e recolher o Funrural na comercialização dos produtos agropecuários, o que valorizará em 2,1% o resultado da produção comercializada pelo cooperado. Além disso, o saldo total do Funrural que está sendo depositado em Juízo nos Mandados de Segurança será devolvido e distribuído aos cooperados, que receberão a quantia correspondente àquela que foi retida nas suas comercializações, com a devida correção monetária. Conforme o mais recente relatório apresentado em 24 de janeiro de 2013 pelas consultorias jurídicas que nos assistem, esses processos se encontram no tribunal em sede de apreciação ou interposição de outros recursos, sendo que as decisões até então proferidas concederam os nossos pedidos.

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NEGÓCIOS

Cooperado adquire edição comemorativa de 50 anos da Agrale Pela parceria, um exemplar foi disponibilizado para Cocapec Por Murilo Andrade | Assistente de Comunicação Cocapec

“A Agrale completou 50 anos em 2012, e para comemorar lançou uma edição especial de tratores na cor ouro” O cooperado Luiz Antônio Alves, juntamente com o seu filho André Luis Centofante Alves, receberam a placa comemorativa dos 50 anos da Agrale.

A

Agrale completou 50 anos em 2012, e para comemorar lançou uma edição especial de tratores na cor ouro, disponibilizando um exemplar para algumas de suas concessionárias, entre elas a Cocapec.

O cooperado Luiz Antônio Alves, proprietário do Sítio Santa Rita localizado no município de Itirapuã/SP, adquiriu o trator Agrale 4 100 4X4 e agora também faz parte desta história de sucesso. Também fez parte da campanha alusiva aos 50 anos da Agrale, encerrada no final de 2012, com a visitação à fábrica da Agrale, localizada na cidade de Caxias do Sul/RS, onde são fabricados a linha completa de tratores e também outros produtos. O representante comercial Mário Domingos da Silva Jr. (Marinho) que recebeu a homenagem em nome do cooperado.

O representante comercial Mário Domingos da Silva Jr. (Marinho) recebeu a homenagem na cerimônia realizada no sul.

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Segundo Flávio Crosa, diretor de vendas da Agrale, a iniciativa teve como objetivo reconhecer e estimular o bom relacionamento da rede com os produtores rurais e proporcionar maior aproximação entre os concessionários e os clientes que têm a marca Agrale como parte de suas próprias histórias. “O segmento de tratores foi o primeiro da empresa e continua um dos mais importantes e, por isso, o escolhido para a ação”, destaca o executivo. A campanha beneficiou 120 distribuidores e clientes de todo o país.


ESPECIAL

Cocapec

renova suas certificações A cooperativa também recebeu a verificação do Programa 4C Por Márcio Henrique Veloso | Gestor Armazém Café Cocapec Murilo Andrade | Assistente de Comunicação

E

m dezembro, a Cocapec recebeu as visitas das certificadoras Rainforest Alliance Certified e UTZ Certified. As vistorias fazem parte dos procedimentos das entidades para a renovação dos selos utilizados pela cooperativa. Nas auditorias foram analisados diversos pontos como: documentos de armazenagem, estrutura física, notas fiscais, relatórios, projetos sociais, entre outros. Isso se faz necessário para garantir que a unidade gestora cumpra com todas as normas propostas pelas entidades. De acordo com parecer das certificadoras divulgados em dezembro e janeiro, a Cocapec está em conformidade com os procedimentos exigidos e, com isso, os cooperados que também possuem as certificações, poderão armazenar seus cafés em locais também certificadas, o que é essencial. Outra verificação importante que a cooperativa recebeu em setembro foi a do Programa 4C, um acompanhamento necessário para garantir que o código de conduta estabelecido seja seguido pelos membros. Novamente a Cocapec está de acordo com as práticas recomendadas renovando a licença a partir de dezembro até início de junho, quando a cooperativa, será novamente avaliada. O mercado de café está cada vez mais exigente, não apenas na qualidade do produto final, mas também em todo o processo da produção ao consumo. A rastreabilidade já é uma realidade no setor e permite o monitoramento de todas as etapas. Além disso, as certificadoras e verificadoras acompanham a aplicabilidade das questões ambientais, sociais e econômicas, pilares fortes que pautam os ideais das entidades por uma cafeicultura sustentável.

A Cocapec está em conformidade com os procedimentos exigidos

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ESPECIAL

Condições de Trabalho na Lavoura

Com a aproximação do período de contratações de trabalhadores para colheita, surge a necessidade de estruturar a propriedade para receber e manter esta mão de obra. O empregador ou equiparado deve estabelecer as diretrizes a serem seguidas na organização e no ambiente de trabalho de acordo com a Norma Regulamentadora (NR) 31.

Por Alda Batista de Souza | Assistente de Segurança do Trabalho Cocapec / Rafael Dias Martins | Assessor Jurídico Cocapec

A seguir, abordaremos os itens Moradia e Alojamento, Transporte de Trabalhadores, Fornecimento de Água e Refeições e Instalações Sanitárias.

Moradia e Alojamento Caso o empregador rural ou equiparado ofereça moradias familiares aos trabalhadores, elas deverão possuir: a) capacidade dimensionada para uma família; b) construídas em locais arejados; c) paredes construídas em alvenaria ou madeira; d) pisos de material resistente e lavável; e) condições sanitárias adequadas; f) ventilação e iluminação suficientes; intempéries; h) poço ou caixa de água protegido contra contaminação; i) fossas sépticas, quando não houver rede de esgoto, afastadas da casa e do poço de água, em lugar livre de enchentes e a jusante do poço. Lembrando que é vedada, em qualquer hipótese, a moradia coletiva de famílias.

Nos alojamentos, o empregador deverá oferecer, entre outros itens, roupa de cama adequada as condições climáticas locais.

Já quando o empregador disponibilizar alojamentos, estes devem conter os seguintes requisitos: a) ter camas com colchão, separadas por no mínimo um metro, sendo permitido o uso de beliches, limitados a duas camas na mesma vertical, com espaço livre mínimo de cento e dez centímetros acima do colchão; b) ter armários individuais para guardar objetos pessoais; c) ter portas e janelas capazes de oferecer boas condições de vedação e segurança; d) ter recipientes para coleta de lixo; e) ser separados por sexo. Deverão ser fornecidas roupas de cama adequadas às condições climáticas locais. O empregador rural ou equiparado deve proibir a utilização de fogões, fogareiros ou similares no interior dos alojamentos. É vedada também a permanência de pessoas com doenças infectocontagiosas.

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ESPECIAL Transporte de Trabalhadores O veículo de transporte coletivo de passageiros deve cumprir as seguintes regras: a) Possuir autorização emitida pela autoridade de trânsito competente; b) Transportar todos os passageiros sentados (mesmo que o percurso seja dentro da propriedade); c) Ser conduzido por motorista habilitado e devidamente identificado; d) Possuir compartimento resistente e fixo, separado dos passageiros, para a guarda e transporte das ferramentas e materiais diversos.

Para os veículos adaptados, utilizados somente em situações excepcionais mediante autorização prévia da autoridade competente, são condições mínimas de segurança: a) Escada para acesso, com corrimão, posicionada em local de fácil visualização pelo motorista; b) Carroceria com cobertura, barras de apoio para as mãos, proteção lateral rígida, com 2,10m de altura livre, de material de boa qualidade e resistência estrutural que evite o esmagamento e a projeção de pessoas em caso de acidente; c) Cabina e carroceria com

sistemas de ventilação, garantida a comunicação entre o motorista e os passageiros; d) Assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e) Compartimento para materiais e ferramentas, mantido fechado e separado dos passageiros.

Os trabalhadores devem ser transportados sentados mesmo nos percursos dentro da propriedade.

Fornecimento de Água O empregador deve disponibilizar, em condições higiênicas, água potável e fresca em quantidade suficiente em todos os locais de trabalho, com copos descartáveis Fornecimento de Refeições Os locais para refeição deverão conter: a) boas condições de higiene e conforto; b) capacidade para atender a todos os trabalhadores; c) mesas com tampos lisos e laváveis; d) assentos em número suficiente; e) água potável, em condições higiênicas; f) depósitos de lixo, com tampas. Nas frentes de trabalho, as refeições devem ser levadas em recipientes ou caixas térmicas. Deve haver um local ou recipiente para a guarda e conservação de refeições, em boas condições higiênicas, independentemente do número de trabalhadores. Além disso, devem ser disponibilizados abrigos, fixos ou móveis, que protejam os trabalhadores contra as intempéries.

Nas frentes de trabalho deve haver abrigos para que os trabalhadores façam suas refeições.

individuais. Nas frentes de trabalho, deverão ser fornecidas garrafas térmicas individuais.

Instalações Sanitárias As instalações sanitárias devem atender às exigências abaixo: a) lavatório na proporção de uma unidade para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração; b) vaso sanitário na proporção de uma unidade para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração; c) mictório na proporção de uma unidade para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração; d) chuveiro na proporção de uma unidade para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração; e) ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de modo a manter o resguardo conveniente;

f) ser separadas por sexo; g) estar situadas em locais de fácil e seguro acesso; h) dispor de água limpa e papel higiênico; i) estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica ou sistema equivalente; j) possuir recipiente para coleta de lixo. Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizadas instalações sanitárias fixas ou móveis, compostas de vasos sanitários e lavatórios, na proporção de um conjunto para cada grupo de 40 trabalhadores ou fração, atendidos os requisitos listados acima, sendo permitida a utilização de fossa seca.

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ESPECIAL

Seguro de Vida para trabalhador rural Por Murilo Andrade | Assistente de Comunicação Cocapec

O

empregador deve proporcionar

condições adequadas de segurança no trabalho para seus funcionários com: o fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPI), condições estruturais e orientações.

Para as localidades que não possuem a obrigatoriedade, vale lembrar que prevenção nunca é demais

Mesmo com todos esses cuidados, a atividade agrícola não está totalmente livre de riscos de acidentes e, até mesmo de morte. Quando algo do tipo acontece, o contratante possui diversas responsabilidades,

Tranquilidade para todos

principalmente financeiras, que podem até culminar em ações judiciais, caso não preste a devida assistência. Pensando nisso, o Sindicato Rural de Franca, em seu dissídio 2012/2013, determinou a obrigatoriedade do seguro de vida rural nos municípios de Franca/ SP, Cristais Paulista/SP e Restinga/SP. O documento estabelece o benefício nos casos de morte natural, acidental e por invalidez, com indenização mínima no valor de R$ 13 mil, nos termos da

legislação vigente. O não cumprimento da cláusula, por parte dos empregadores destas cidades, fará com que ele seja o responsável pelo pagamento deste ressarcimento ao funcionário. Para as localidades que não possuem a obrigatoriedade, vale lembrar que prevenção nunca é demais. Essa é uma atitude sensata, que proporciona tranquilidade tanto para funcionários quanto para os empregadores rurais. Procure uma seguradora e se informe.



COOPERATIVISMO

Entenda a Assembleia Geral Ordinária

AGO da Cocapec A participação de todos é o principal ato cooperativo

N

o dia 27 de março acontecerá mais uma Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Cocapec. A Assembleia é o órgão máximo da hierarquia da cooperativa, respeitados os limites legais e estatutários. É formada pelo conjunto de cooperados e tem poderes para decidir sobre os negócios relativos ao objeto social, bem como toma as resoluções necessárias ao desenvolvimento e defesa da cooperativa. A Assembleia, normalmente é convocada e dirigida pelo diretor presidente, que é auxiliado por outro diretor da cooperativa, por ele indicado. Além disso, a diretoria é responsável por levar os assuntos para debate, apresentar os relatórios e colocá-los em votação, ou seja, deve primar pela razão comunicativa na cooperativa. As deliberações da Assembleia Geral devem ser conduzidas de modo que se respondam as seguintes perguntas: O que queremos? Para onde vamos? Quanto nos dispomos a investir? Para quando queremos? Quem, entre nós, será eleito para nos representar e fiscalizar? De acordo com o artigo 44 da legislação cooperativista, a Assembleia Geral Ordinária deve ser realizada anualmente nos 3 primeiros meses do ano, e deliberará sobre os seguintes assuntos, que deverão constar na ordem do dia:

I) Prestação de contas dos órgãos de administração, acompanhada de parecer do Conselho Fiscal, compreendendo: a)Relatório de gestão; b) Balanço patrimonial; c) Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade e o parecer do Conselho Fiscal. II) Destinação das sobras

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apuradas ou o rateio das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade, deduzindo-se, no primeiro caso, as parcelas para as reservas obrigatórias. III) Eleição dos componentes de administração e/ou da diretoria e do conselho fiscal. IV) Quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os de competência exclusiva da assembleia geral extraordinária.


COOPERATIVISMO Aprovação Todas as deliberações apresentadas na Assembleia Geral Ordinária (AGO) devem ser aprovadas pela maioria simples de votos dos presentes, onde cada cooperado independentemente do seu capital social terá um voto nas decisões a serem tomadas. A participação do cooperado é fundamental para as cooperativas, afinal, o cooperado é sócio e dono da sociedade, não havendo, portanto, receio algum em decidir abertamente pelo que acredita ser o melhor, procedendo assim da mesma maneira que na sua empresa rural, quando possui uma sociedade.

Comércio da Franca e Diário da Franca, enviado via correspondência e afixado nas dependências da Cocapec, nos locais de circulação dos cooperados. Além disso, nele constará local, data e horário das 3 convocações, quorum de instalação (quantidade de pessoas), descrição exata dos assuntos da ordem do dia, número de cooperados em condições de votar e assinatura do responsável pela convocação e demais formalidades do estatuto. A Cocapec debate todo o conteúdo abordado na Assembleia primeiramente nos Comitês Educativos, importante ferramenta de comunicação da cooperativa, e permite que o cooperado entenda de maneira mais detalhada os assuntos levados em pauta.

Convocação As Assembleias, quando constar a realização de eleição de conselho administrativo e/ou fiscal, devem ser convocadas com antecedência mínima de 30 dias. O Edital será publicado nos jornais

Referência: DUARTE, LAJYÁREA BARROS; VIEIRA, PAULO GONÇALVES LINS. Manual de Orientações Assembleia de Cooperativas. OCESP – Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo. São Paulo: Livronovo, 2009.


TÉCNICA

Controle do Ácaro da leprose O manejo evita o aparecimento de outras doenças Por Pedro Henrique dos Santos | Engenheiro Agrônomo/Uniagro

C

onhecido, também, como ácaro plano ou ácaro da leprose o Brevipalpus phoenicis tem sido constatado nas lavouras cafeeiras há pelo menos 60 anos. Em 1973, foi caracterizado como o responsável por transmitir o vírus causador da manchaanular do cafeeiro, por este vírus não ter ação sistêmica na planta, a presença do ácaro é essencial para a disseminação da doença.

10 Número de ácaros / folha

Apesar de ser uma praga de importância secundária, a sua presença tem trazido grandes problemas para a nossa região. Praticamente, o ácaro está presente em todos os cafezais. Os locais mais comuns onde a praga é encontrada são nas folhas, ramos e frutos, porém, há uma maior preferência pelas partes baixeiras e internas da planta, o que dificulta o controle.

Distribuição do ácaro da leprose em folhas e frutos da planta de café

8 6 4 Externa

2

Interna

0

Dano

16

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Média

Superior

Parte da planta

Os principais danos causados referem-se à queda precoce de folhas, principalmente as mais internas da copa, dando um aspecto de “planta oca”, os ferimentos causados servem de porta de entrada para doenças como, por exemplo, a cercosporiose. Além de os frutos atacados geralmente tornarem-se contaminados por microorganismos que ocasionam perda de qualidade da bebida.

Sintomas da virose nas folhas e grãos. Os primeiros grãos apresentam apenas raspados pelos ácaros sem a virose, os do meio já com a virose, e os últimos com cercosporiose, consequência da raspagem do ácaro que cria porta de entrada para cercóspora.

Inferior

Ramo retirado da parte inferior da planta. Nota-se a distribuição da virose, transmitida pelo ácaro. As folhas primárias de baixo pra cima aparecem com sintomas da doença, conferindo a distribuição do ácaro.

Número de ácaros e ovos / fruto

3 2.5 2 1.5 1 Ovos

0.5

Ácaros

0

Inferior

Média

Superior

Parte da planta

Paulo Rebelles Reis


TÉCNICA Controle Antes de tomar qualquer decisão em relação ao controle do ácaro da leprose, é necessário fazer o monitoramento da praga e verificar se realmente compensa, pois às vezes o prejuízo causado por ela é menor do que o gasto para eliminá-la. Para isso, é importante que o produtor, juntamente com o técnico, faça uma análise de sua lavoura e tome a melhor decisão. Em relação à época de controle,

encontra-se na literatura que a melhor época é pós-colheita, pois devido ao pouco enfolhamento do café, consegue-se atingir o alvo (ácaro) com maior facilidade. Por outro lado, é uma época em que as condições climáticas são desfavoráveis, como a baixa umidade relativa do ar, além da presença de poeira nas folhas, e o ácaro fica escondido, o que diminui a eficiência da aplicação. Além do nível populacional da praga estar elevado,

pois não há chuva e como é impossível controlar 100% da população, a taxa de recuperação ocorre mais rapidamente. Por exemplo, se há 1 000 000 de adultos e o controle é de 90%, logo sobrevivem 100 000 adultos para reproduzirem. Ao passo que, se a população for de 100 000 e o controle de 90% sobra 10 000 para reproduzirem, nota-se que a dificuldade de atingir altas populações nesse caso é menor.

2.500 Folha

2.000

Ramo Fruto

1.000 500 0 9/97 10 11 12 1/98 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1/99 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1/00 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Nº de ácaros

1.500

Fonte: Paulo Rebelles Reis

Mês / Ano

Sendo assim, uma sugestão seria a primeira aplicação ser feita logo no aparecimento dos chumbinhos, nessa fase o ácaro sai para se alimentar e depositar os ovos ficando mais fácil de ser atingido. Uma segunda aplicação, se necessário, seria fevereiro-março, condições em que a população encontra-se mais baixa, logo a taxa de recuperação dos níveis elevados é mais demorado, podendo assim na época seca, passar sem grandes prejuízos. A maior dificuldade de controle nessa época é conseguir atingir o

ácaro dentro da planta, pois o café está bem enfolhado, para isso é necessário escolher uma boa ponta de pulverização com altas vazões sem necessidade de aumentar muito a pressão. A quantidade de calda por hectare varia de 800 a 1200 litros dependendo do porte da planta. Para pequenos produtores, há a possibilidade de trabalhar com marcha do trator em 2ª reduzida, sem necessidade de trocar as pontas de pulverização, para os médios e grandes, o processo fica muito demorado, sendo necessário adaptar as pontas de maiores vazões.

É importante que o produtor, juntamente com o técnico, faça uma análise de sua lavoura e tome a melhor decisão

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TÉCNICA Tabela de Pulverização Variedade

Espaço(m)

Velocidade km/h

Marcha (MF)

Vazão (lt/ha)

CATUAI

3,8 A 4,0

4,5

3 REDUZIDA

1000

Tipo de Bico TXK8

CATUAI

3,8 A 4,0

5,5

4 REDUZIDA

1000

TXK8 Duplicado

MUNDO NOVO

3,9 A 4,2

5,5

4 REDUZIDA

1000

J4 difusor 2 furos

MUNDO NOVO

3,9 A 4,2

6,5

1 SIMPLES

1000

TXK8

MUNDO NOVO

3,9 A 4,2

6,5

1 SIMPLES

800

TXK8 Duplicado

MUNDO NOVO

4,3 A 5,0

4,5

3 REDUZIDA

1200

J4/J5 difusor 2 e 3 furos

MUNDO NOVO

4,3 A 5,0

5,5

4 REDUZIDA

1200

TXK8

MUNDO NOVO

4,3 A 5,0

5,5

4 REDUZIDA

1000

TXK8 Duplicado

MUNDO NOVO

5

6,5

1 SIMPLES

600

TXK8 dup.unilateral

ESQUELETADO

3,8 A 4,3

6,5

1 SIMPLES

1000

J4 difusor 2 furos

ESQUELETADO

3,8 A 4,3

6,5

1 SIMPLES

800

TXK8 Fonte: Matheus Alvim

É altamente recomendável a rotação de produtos com ingredientes ativos e com modos de atuação diferentes, de modo a evitar o aparecimento de populações de ácaros resistentes. Para melhor eficiência de controle, é recomendado produtos que tenham também a ação ovicida (efeitos sobre ovos), pois a quantidade de ovos é maior que as outras fases, como adultas e larvais. Portanto, apenas o controle dos adultos não é eficiente, já que ao eclodir os ovos, a população restabelece rapidamente.

Outro aspecto importante é a seletividade dos produtos a ácaros predadores (inimigos naturais do ácaro da leprose), pois estes exercem um papel fundamental no controle natural. É importante que o produtor decida junto com o técnico qual produto utilizar já que tem outros fatores que influenciam na decisão como: preço, disponibilidade de produtos, toxicidade ao aplicador e ao ambiente, período de reentrada na lavoura e carência (intervalo entre aplicação e colheita).

Para melhor eficiência de controle, é recomendado produtos que tenham também a ação ovicida (efeitos sobre ovos), pois a quantidade de ovos é maior que as outras fases

Alguns produtos indicados para uso do controle do ácaro da leprose Nome Comercial

Ingrediente Ativo

Dosagem/ha

Formulação

Envidor

Spirodiclofen

300 mL

SC

Meothrin

Fenpropathrin

400 mL

Ortus

Fenpiroximate

Talento

Hexythiazox

Vertimec Omite

Classe Toxidade

Ácaros Predadores

Grupo Químico

III

Seletivo

Ketoenoles

EC

I

Não Seletivo

Éster piretróide

1-2 Litros

SC

II

Não Seletivo

Pirazol

12 g

WP

II

Seletivo

Carboxamida

Abamectim

400 mL

EC

III

Seletivo

Avermectin

Propargito

1,5 Litros

EC

I

Seletivo

Sulfito de Alquila

Fonte: Classificação Toxicológica: I – Extramente tóxico; II – Altamente tóxico; III – Medianamente tóxico; IV - Pouco tóxico. Fonte: Agrofit (Jan 2013).

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Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013



TÉCNICA

Cuidados na pré-colheita Por Luciano Ferreira Coelho | Engenheiro Agrônomo/Uniagro Colaboração de Mário Domingos da Silva Jr. (Marinho) | Representante Comercial e Paulo Augusto Ferreira | Analista de Projetos

A

qualidade do café não é determinada somente por características físicas e químicas do grão, mas também por fatores de pré-colheita. Seguindo essa linha de raciocínio, pensando em cada vez mais orientar o nosso cooperado, esta matéria irá tratar de tal assunto. A colheita em si, de modo geral, já é uma operação em que o produtor possui experiência de como fazê-la, mas vale ressaltar que uma boa safra começa antes mesmo do café estar ao ponto de ser colhido. Seguido de uma adubação equilibrada, um correto manejo fitossanitário e de plantas daninhas antes da colheita, a arruação é uma operação necessária. É preciso manter o chão limpo para aproveitar os frutos que caem após a maturação. Porém, grande parte dos cafeicultores

20

A arruação química é a mais indicada por causar menos danos ao solo

não mais a realizam devido a este revolvimento superficial do solo, o que pode prejudicar o sistema radicular da planta. Mas então como proceder? Uma das maneiras viáveis e que causa menor dano ao solo e raízes é a arruação química, ou seja, com o uso racional de herbicidas. Após um manejo mecânico (roçadeira) o produtor consegue manter sua área “no limpo” tanto na linha como na entrelinha e realizar normalmente a colheita e varrição dos grãos caídos. Estando com a lavoura preparada para a esperada colheita, vamos agora dar foco a outra diretriz que não deve jamais ser esquecida, o local e forma de recebimento e secagem do café vindo do campo, ou seja, o terreiro de secagem. Resumindo, pode- se dizer que é nesta fase que o produtor pode agregar ou, caso não proceda

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corretamente, prejudicar a qualidade do seu produto. É nesta fase que várias ações podem determinar o sucesso do seu café se tratando do tipo de bebida e qualidade visual dos grãos. De forma prática, o produtor deve verificar as condições de seu terreiro como: rachaduras, presença de alguma planta daninha, limpeza e isolamento contra a entrada de animais. Outro fator importante é realizar a manutenção das máquinas e equipamentos que serão utilizados na colheita. Com isso, o produtor terá tempo hábil para fazer qualquer reparo e eventual troca de peças, todas disponibilizadas nas lojas da Cocapec. Veja quais itens o cafeicultor deve ficar atento no momento da revisão:


TÉCNICA Recolhedora (Robust-Eco): • mancais, rolamentos e retentores; • taliscas de garganta e esteira de limpeza; • correias de transmissão de movimento; • cardan TDP (tomada de força) e gargantas; • reapertar todos os parafusos; • engraxar todos os pontos de lubrificação; • verificar as peneiras (garganta/bica de jogo);

O setor de máquinas e implementos da cooperativa aconselha o produtor rural a manter, em sua propriedade, peças para a reposição. Desta forma,

o cooperado poderá fazer os devidos reparos com rapidez no período da colheita. Adicionalmente a Cocapec já se estruturou fisicamente para

disponibilizar essas peças na época da colheita, através de área específica para estocagem na matriz.

Rastelo: • rótula; • rolete central; • talisca da vassoura; • cardan TDP (tomada de força); • borracha aparadora e cortina protetora; • nível de óleo nas caixas; • verificar vazamentos das mangueiras do hidráulico; • verificar o estado de conservação da mangueira sanfonada.

Colheitadeira: • Conferir o nível de óleo; • Correia do vibrador; • Verificar varetas; • Conferir as recolhedoras É necessário verificar possíveis buracos comuns nos terreiros de café e fazer os devidos reparos

Em conjunto com outros fatores, uma pulverização bem feita contribui para uma melhor produtividade.

Feito tudo isto, pode se dizer que o cooperado está preparado para o início da colheita. Lembrando que a Cocapec está à disposição para ajudá-lo em mais esta fase do trabalho.

MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

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CAPA

Comitê Educativo aborda as Tendências do mercado de café Por Anselmo Magno de Paula | Gerente de Comercialização de Café Cocapec

C

om o intuito manter o seu cooperado bem informado, a Cocapec e o Sicoob Credicocapec, através do Comitê Educativo, realizaram uma rodada de palestras sobre as “Tendências do mercado de café”, apresentado pelo gerente de comercialização de café Anselmo Magno de Paula. As reuniões aconteceram nos meses de dezembro e janeiro nos comitês de Franca, Patrocínio Paulista, Itirapuã, Capetinga, Claraval e Ibiraci. A seguir, acompanhe as perspectivas para 2013.

Tendências do mercado de café A safra de 2012 foi de ciclo de alta produção e não foi diferente na região da Cocapec. Para este ano, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para um ciclo de baixa produtividade, devido à bienalidade, que por sua vez está cada vez mais equilibrada, por conta aos novos plantios, tratos culturais e os avanços tecnológicos do setor. Com um volume considerável de café disponível, os valores comercializados não foram satisfatórios e, reagindo a

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Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013

isto, o produtor preferiu aguardar uma melhora no mercado, muitas vezes através da estocagem, para poder negociar sua safra. Mas o que realmente ocasionou este comportamento mercadológico? A resposta, que não é tão simples assim, baseia-se na combinação de fatores, destacando os novos plantios, a crise internacional e a forte demanda do café robusta. Números da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) de Franca/SP, revelam a liberação de aproximadamente 70

milhões de mudas nos últimos 3 anos. Claro que estes dados não refletem apenas às novas áreas, pois também apresenta renovação, mas, mesmo assim os dados são impressionantes, uma vez que está acontecendo em todas as localidades cafeeiras, o que faz com que a bienalidade fique cada vez menos acentuada. Outro fator importante que influencia diretamente nos preços é a crise econômica mundial. Os principais mercados consumidores, Europa, Japão e Estados Unidos,


CAPA

Os armazéns da Cocapec registraram recorde de recebimento de café devido a maior safra da história do Brasil.

estão mudando o comportamento de consumo. As torrefadoras não estão dispostas a pagar valores maiores pelo grão, pois sabem que o giro do produto no varejo não é o mesmo devido a recessão. O mundo está bebendo mais café, mas busca alternativas mais baratas para continuar apreciando a bebida. Uma delas é o café robusta que, atualmente, possui uma precificação interessante para atender os interesses dos torrefadores e o “bolso” dos consumidores. No Brasil, a variedade robusta é produzida principalmente nos estados do Espírito Santo e Rondônia, devido às condições climáticas favoráveis para o cultivo da espécie. No mundo, o lugar de destaque é o Vietnã, que em 2012 teve uma produção recorde, e um volume de 29,5 milhões de sacas exportadas, acreditem, eles exportaram mais café que o Brasil. Outra vantagem deste café é que possui pequena variação do ciclo de alta e baixa, assim a produtividade se mantém. Incrementos em tecnologias, desde o manejo da lavoura até a mecanização da colheita e a produção do cereja descascado fez o mercado ter um olhar diferenciado para o robusta, enxergando neste, a possibilidade de suprir as necessidades instituídas pela atual situação financeira. A consequência desta mudança é que hoje o robusta baliza os preços do arábica. No ano passado,

quando o Brasil também teve recorde na sua produção, foram exportados 28,3 milhões de sacas, frente a 33,6 milhões em 2011, uma redução de 5,3 milhões de sacas. O Brasil diminuiu a exportação porque o mercado esteve pouco ativo e os cafeicultores venderam menos. Mas como o consumo só aumenta, foi necessário substituir a falta de oferta do arábica, e neste momento o café robusta apareceu como opção, apresentando valor interessante para as torrefadoras e o público final. As oportunidades de mercado sempre existirão, mas estar atento a elas requer a tomada de decisões mais rápidas, principalmente na hora da venda do café, mas não precipitada, seguindo talvez uma disciplina que os produtores de grãos

Comitê em Ibiraci/MG realizado no dia 30 de janeiro.

MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

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CAPA

desempenham. O mercado está atropelando e é importante que se tenha uma estratégia, pois a forte volatilidade tem predominado nos últimos anos. Em 2011 e 2012, os preços praticados mostraram uma relação de troca, no mínimo, muito atraente. Mas como o cafeicultor tinha uma expectativa de alta ainda maior, reteve sua comercialização. Certamente, muitos tiveram um excesso de otimismo. Atualmente, segurar o café em estoque pode não ser mais uma estratégia exclusiva para forçar uma alta nas cotações, pois uma infinidade de variáveis influenciam os preços. É necessário ter uma visão global do setor e não apenas acreditar que uma produção menor nesta ou naquela região, de maneira isolada reflete a cafeicultura como um todo. Em todo o caso, o Brasil continua sendo uma potência no café arábica e é quem tem a possibilidade de atender a demanda mundial pela bebida para 2020, se no mínimo preservar as taxas de crescimento de consumo, a projeção é de 165 milhões de sacas. O país possui um grande conhecimento tecnológico que reflete diretamente na produtividade, tanto que, se analisarmos, a grande maioria dos cafeicultores cresceram sua produção na última década. Através dos Comitês Educativos e outros meios, a Cocapec procura posicionar os seus cooperados sobre o cenário atual do mercado, fornecendo informações necessárias e possibilitando uma visão geral da situação para que seus associados tomem decisões corretas, pensando no futuro do seu negócio.

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Comitê em Claraval/MG realizado em 4 de dezembro.

Comitê em Capetinga/MG realizado no dia 16 de janeiro.

Reunião dos comitês de Franca/SP Patrocínio Paulista/SP e Itirapuã/SP



TÉCNICA

Análise e Adubação de Solo Por Felipe de Carlos Ferreira | Engenheiro Agrônomo/Uniagro

V

amos iniciar a abordagem deste assunto ressaltando que, um dos aspectos mais importantes ligados à fertilidade do solo e ao uso eficiente de corretivos e fertilizantes, é que os laboratórios que se dedicam a execução de análises de solos, como instrumento básico e insubstituível nas tomadas de decisão, apresente confiabilidade nos seus resultados. Para isso, existe um programa de controle de qualidade realizado anualmente e os laboratórios que estiverem dentro dos padrões preestabelecidos, recebem um selo de qualidade para seus resultados. No caso do nosso laboratório, o órgão responsável pela avaliação da confiabilidade dos resultados é o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Metodologia para retirada de amostra de solo: 1- Antes da implantação da lavoura: as amostras de solo devem ser retiradas em duas profundidades (na mesma perfuração), de 0-20 cm e de 20-40 cm, para possibilitar orientação sobre a necessidade de correção diferenciada, importante na formação do cafezal. 2- Em lavouras já implantadas: a coleta das amostras deve ser feita na projeção da saia, em ambos os lados da linha, na faixa onde são feitas as adubações. É necessário realizar a limpeza do local antes da retirada das amostras

3- Em lavouras irrigadas por sistema de gotejamento (irrigação localizada): quando se usa a ferti-irrigação, as amostras devem ser retiradas onde é feita a adubação, ou seja, deve ser retirada sob a saia dos cafeeiros, coincidindo com os bulbos.Os bulbos são formados logo abaixo dos gotejadores.

Considerações importantes - A coleta das amostras é feita em movimentos de “zig-zag” pela lavoura toda. - Retirar em torno de 20 sub-amostras em uma área de 20 hectares no máximo, para compor a amostra representativa.

O local correto para a retirada é próximo ao tronco do cafeeiro, abrindo a saia para uma melhor eficácia do trabalho.

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Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013

- A amostra deve ser o mais homogênea possível quanto ao tipo de solo, idade e variedade da lavoura, adubações anteriores, etc. - Esperar um prazo de pelo menos 60 dias da adubação potássica para realizar a amostragem, e ao mesmo tempo observar se houve chuva significativa na pós-adubação, pois poderá haver mascaramento dos resultados.


TÉCNICA - O instrumento mais utilizado para retirada das amostras de solo é a sonda, que é feita de material que não contamina as amostras. É importante não usar instrumentos “caseiros” pois este tipo de material pode contaminar as amostras de solo. -Evitar locais com manchas,

formigueiros, áreas mal drenadas e com acúmulo de esterco. - Quanto à quantidade de solo que se deve enviar para o laboratório, existe uma embalagem específica para colocar o material, contendo os campos para serem preenchidos com informações de identificação

da amostra, do proprietário, da lavoura e uma marcação de volume. - A retirada de amostras em locais incorretos leva a grandes diferenças nos resultados, e, consequentemente, a erros nas recomendações. Veja a tabela:

Tipos de amostra

pH (H20)

M.O. (%)

P (mg/dm3)

K (mg/dm3)

Ca (Cmolc/ dm3)

Mg (Cmolc/dm3)

V (%)

1- Amostra padrão, na projeção da saia do cafeeiro

5,00

3,41

8,10

72,00

1,43

0,32

27,80

2- Amostra 30cm fora da saia

6,00

2,36

16,60

64,00

2,80

0,78

61,90

3- Amostra no meio da rua

6,10

3,00

8,10

46,00

3,09

1,02

66,80

Fonte: Fagundes, A. V. et alli, Anais do 35º CBPC, Mapa/Procafé, 2009, p.81

Como se observa na tabela 1, uma amostragem incorreta desconsideraria a necessidade de calagem na amostra 2 e 3, quanto a primeira, feita pelo procedimento correto, mostra claramente a necessidade do contrário. Passada esta etapa, o próximo passo é a interpretação da análise de solo para recomendação de calagem, gessagem e adubação de produção e vegetação. Com isso, existem tabelas com parâmetros padrões para a comparação com resultados obtidos. A interpretação dos resultados da análise química do solo visa conhecer as quantidades disponíveis dos nutrientes no solo. Para isso, os teores nutricionais são classificados em:

Local incorreto para a retirada do solo

a) Teor baixo: devem ser utilizadas adubações altas, pois além da demanda da planta, o solo necessita de complementação para melhorar sua fertilidade; b) Teor médio: deve-se fornecer toda a demanda da cultura; c) Teor alto: deve-se efetuar adubações de manutenção, podendo até reduzir para determinados nutrientes que apresentam comportamento de se acumularem no solo.

Resumindo: Adubação = fornecimento pelo solo - exigência da cultura

Muitos cafeicultores fazem a retirada no centro da rua, o local não é aconselhado, pois, por estar longe da planta, compromete o resultado da análise.

MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

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TÉCNICA A observação da lavoura também pode auxiliar na avaliação da disponibilidade de nutrientes no solo, facilitando a interpretação da análise química, os sintomas nos cafeeiros, a produtividade histórica, o tipo de mato permitem desenhar o estado geral da lavoura. Algumas considerações podem ser feitas, como: mesmo um solo fértil, pode não ser tão produtivo assim como se pensa. Apesar de um solo fértil conter os nutrientes essenciais em quantidades

adequadas e balanceadas para o normal crescimento e desenvolvimento das plantas cultivadas, se ele tiver um manejo incorreto, pode transformar-se em um solo de baixa fertilidade, devido principalmente a não reposição dos nutrientes, que é feita através da adubação racional. O maior indicador de fertilidade que pode ser tomado como referência é a acidez que, quanto maior, mais baixa é a fertilidade do solo. O fato de o Brasil possuir

grandes extensões de terra com problemas de fertilidade relacionados com a alta acidez e toxidez por alumínio (Al), além da alta capacidade de fixação de fósforo (P), é em grande parte, consequência de sua localização na região tropical, onde a remoção de nutrientes do solo é mais acelerada, em razão das condições de altas temperaturas e precipitações (chuvas).

Porque devemos adubar? A ilustração abaixo responde fielmente a pergunta acima, acontece que, depois que o nutriente está no solo, ele sofre inúmeras interferências, podendo ser fixado (no caso do fósforo e zinco principalmente), trocado com a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) do solo (que determina a capacidade do solo em segurar os nutrientes, no caso do Cálcio, Magnésio e Potássio,), lixiviado (perda de nutrientes através do perfil vertical do solo, no caso do nitrogênio principalmente), perdido por erosão (caso de todos os nutrientes). A perda mais esperada que deve ocorrer numa adubação é a absorção pela planta. Leitura de potássio em uma amostra de solo.

ADUBAÇÃO

SOLUÇÃO DO SOLO EROSÃO

LIXIVIAÇÃO CTC DO SOLO

Uma adubação racional quer dizer uma adubação mais adequada dos cafeeiros, através do uso conjunto dos variados nutrientes (macronutrientes e micronutrientes), que são fornecidos nos corretivos e fertilizantes minerais e orgânicos, sempre de forma equilibrada e observando as necessidades, diante das características do solo e da

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ABSORÇÃO RADICULAR

Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013

FIXAÇÃO

lavoura a ser adubada, buscando assim evitar faltas ou excessos. Nos momentos de crise, o cafeicultor fica descapitalizado e desmotivado, reduzindo todo o manejo nos cafezais, quando o correto, aí sim, seria eliminar os desperdícios, mantendo a adubação racionalizada, por se tratar de um

fator que influi diretamente na produtividade, e consequentemente, nos menores custos de produção. Para mais informações sobre utilização de Fertilizantes, épocas de aplicação e fontes a utilizar, consulte o Técnico responsável pelo seu atendimento.



TÉCNICA

Controle de Mato de Ervas Daninhas A orientação de um técnico garante eficiência Por Gabriel Rosa | Engenheiro Agrônomo/Uniagro Marcelo Augusto Ferreira | Engenheiro Agrônomo/Uniagro

U

m conceito amplo de plantas daninhas, diz que é “qualquer planta encontrada em local indesejado”. Em média, elas são responsáveis por 30 a 40 % de redução na produção agrícola mundial. Além disso, provocam a redução na produtividade e aumento nos custos, pois, elas competem com o cafeeiro por água, luz, espaço e nutrientes minerais essenciais, principalmente nos períodos de adubações. Para que isso não ocorra, é necessário manter a lavoura limpa, principalmente na projeção da saia, que é o local onde ocorrem todos os tratos culturais, nutricionais, fitossanitários e o manejo destas ervas. Porém, elas podem se tornar aliadas quando utilizadas na proteção do solo, contra erosão e baixas temperaturas, inimigos naturais e fornecimento de nutrientes. O aumento da infestação de plantas daninhas problemáticas está relacionado com alguma falha no controle usualmente feito pelos produtores rurais, principalmente quando se usa herbicidas e roçadas de forma indiscriminada e sem orientação. Para evitar isto, o agricultor deve adotar práticas de manejo visando o controle racional do mato como, por exemplo, não utilizar estercos que contenham tiririca ou gramas, limpar bem a roçadeira e outros implementos de arrasto quando sair de talhões problemáticos e fazer o manejo dos não infestados para depois fazer o controle dos que já possuem o problema. A orientação é associar duas ou mais técnicas para se atingir o nível de controle desejado evitando a predominância de algumas espécies.

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Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013

1) Capina Manual É particularmente indicada para cafezais em formação quando não utiliza-se do controle químico de pré-emergência, ou no caso da infestação ocorrer muito próxima ao tronco do cafeeiro (cipós , trapoeraba), impedindo as roçadas ou aplicações de herbicidas. Vale lembrar que esta operação é de baixo rendimento, custo elevado e eficiência limitada, porém não pode ser dispensada. 2) Roçadas Este tipo de controle é tratorizado com roçadeiras, e/ou trinchas. Pode também ser com roçadeira costal/manual. A roçada com tratores tem menor custo e maior rendimento operacional, sendo muito importante para esse tipo de manejo. O mato roçado pode ficar na projeção da saia, protegendo esta faixa e fornecendo nutrientes para a planta. Porém, a rebrota dentro do período chuvoso é mais rápida e por isso deve ser repetido com frequência, o que favorece a compactação do solo e a seleção de plantas daninhas rasteiras. O uso da trincha tem um rendimento operacional menor e maior custo quanto à aquisição e manutenção do equipamento, porém, como faz o corte do mato mais baixo que a roçadeira, dura mais tempo, e ainda facilita no processo de arruação, podendo até ser desnecessário fazê-lo com outro implemento. A roçadeira costal/manual é um equipamento muito utilizado em propriedades pequenas ou de topografia acidentada, pois promove um corte do mato mais baixo com um bom rendimento. 3) Aplicação de herbicidas Atualmente é o método mais utilizado no controle de ervas daninhas. No entanto, o uso de herbicidas de um mesmo modo de ação e em dosagens incorretas (sub ou super dosagem) tem favorecido, ao longo dos anos, a seleção de algumas espécies de plantas daninhas, o que dificulta o seu controle.


TÉCNICA

Outro aspecto negativo do uso indiscriminado deste tipo de produto é o alto grau de intoxicação de cafezais. No entanto, quando usados corretamente, desempenham com segurança e eficiência o seu papel, transformandose em ferramentas indispensáveis para quem encara a cafeicultura com profissionalismo.

Veja algumas medidas para garantir a eficiência na aplicação: - identifique as espécies de plantas daninhas nos diferentes talhões; - escolha os herbicidas baseado no item anterior e NÃO apenas pelo preço. Peça sempre a orientação para um profissional habilitado (engenheiro agrônomo ou técnico agrícola); - alterne o uso de herbicidas com diferentes modos de ação para não favorecer a predominância de uma

determinada espécie de planta daninha; - treine os aplicadores; - faça a manutenção e regulagem dos equipamentos, utilizando bicos adequados; - não se esqueça de calibrar e regular os pulverizadores costais ou tratorizados antes e durante as aplicações; - confira sistematicamente o consumo dos herbicidas durante as aplicações.

O aumento da infestação de plantas daninhas problemáticas está relacionado com alguma falha no controle usualmente feito pelos produtores rurais

Vale ressaltar que o produtor rural só deve utilizar herbicidas que tenham registro para a cultura do café e que estejam regulamentados perante os países importadores do café brasileiro. Também é obrigatório o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os aplicadores. Importante lembrar de efetuar a tríplice lavagem das embalagens dos produtos, que devem ser devidamente devolvidas.

Combinação de processos: O uso de diferentes processos de controle de mato no cafezal é muito comum por atender a várias necessidades de ciclos de cultura e épocas do ano. As combinações devem ser adequadas à propriedade e às lavouras, levando-se em conta os custos da operação. O produtor deve observar alguns itens como: disponibilidade de equipamentos, mão-de-obra disponível, estágio da lavoura e do mato, sistema de produção adotado, condição climática vigente, necessidade de proteção de solo e o custo e eficiência dos processos. Técnicas associadas: pré-emergência na linha de plantio + manejo de mato na entrelinha

MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

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TÉCNICA

Planta daninha necessitando de controle manual.

“Vale ressaltar que o produtor rural só deve utilizar herbicidas que tenham registro para a cultura do café As combinações mais comuns são: - capina (manual ou roça carpa) na linha + roçada ou herbicida de pós-emergência na rua;

Plantio sem herbicida pré-emergente, necessitando de capina manual, causando competição e atraso no desenvolvimento do café.

- capina manual na linha + capina mecanizada na rua; - herbicida na linha + roçada na rua; - capina, seguida de herbicida de pré-emergência na linha (mais usado em café novo) + roçada na rua;

Cafeeiro em produção com manejo de mato livre de plantas daninhas, controlado na projeção da saia.

Lavoura em produção com controle químico na projeção da saia + roçada central (muito utilizada).

Planta com alto grau de intoxicação de glifosato. Uso indiscriminado de herbicida, com falta de calibração.

- roçadas (1-3 seguidas) combinadas com capinas ou herbicidas para eliminar o mato rasteiro (trilhação); - uma aplicação de herbicida de pós-emergência em novembro (trilhação projeção da saia do cafeeiro), 2 a 3 roçadas até fevereiro, outra aplicação de herbicida de pós-emergência em março, antes da arruação. (processo mais utilizado por nossos cooperados). Portanto, na cafeicultura moderna, não temos uma só forma de controlar as plantas daninhas, e sim uma gama de processos que, de acordo com as condições econômicas e estruturais do produtor, vão nos ajudar no controle em cada fase da lavoura e das plantas daninhas. Para melhor avaliação do momento certo das operações é necessária uma assistência técnica do engenheiro agrônomo na propriedade rural, pois muito se ganha em fazer o melhor controle no momento certo.


TÉCNICA

Monitoramento e controle de ferrugem tardia A doença continua no cafeeiro sendo um problema

Por Luciano Ferreira Coelho Engenheiro Agrônomo/Uniagro

econômico na lavoura

C

aro leitor e cooperado, completamos 43 anos de convivência com a ferrugem do cafeeiro, desde a constatação dessa grave doença no Brasil em janeiro de 1970.

No início, temíamos pela história de outros países, e que a ferrugem pudesse acabar com nossa cafeicultura. Porém, graças aos esforços em pesquisa, e difusão de tecnologia, as lavouras cafeeiras no Brasil foram renovadas em áreas mais propícias, com sistemas de plantio e tratos mais adequados e, assim, nossos cafezais se tornaram mais produtivos. Foi desenvolvido o controle químico eficiente e selecionadas variedades resistentes à doença. Com isso, a ferrugem provocou mudanças positivas na nossa cafeicultura. Ela foi um mal que veio para o bem, ou como se costuma dizer, ela foi um mal necessário.

No entanto, a ferrugem continua sendo um problema econômico importante na lavoura cafeeira, exigindo o uso constante de medidas de controle para evitar os sérios prejuízos que causam perdas na produção. E a doença continua evoluindo. Ora aparecendo raças novas do fungo, que dificultam pela perda de resistência de materiais genéticos desenvolvidos, ora pela maior tolerância de populações do fungo da ferrugem aos fungicidas usados, reduzindo a eficiência do controle químico e exigindo novas soluções, muitas vezes mais custosas. O entendimento de como a ferrugem causa danos, a influência dos fatores mais importantes na gravidade da doença e a tecnologia de controle, embora bem dominados pelos técnicos, ainda deixam a desejar na aplicação prática pelos produtores. Sabe-se que os danos à

produtividade dos cafeeiros resultam da intensa queda de folhas das plantas, que ocorre antes do florescimento e, por isto, o pegamento da florada é pequeno. Além disso, as plantas, com baixa densidade foliar ou poucas folhas, emitem muita brotação de ramos ortotrópicos (“ladrões”), que devem ser retirados, através de desbrotas, onerando também o custo de produção.

A época de aplicação de fungicidas depende do tipo de controle (sistema), da recomendação técnica e dos produtos utilizados, que resultam no residual. Porém ela deve abranger todo o período infectivo, sendo muito importante cobrir, com pulverizações utilizando fungicidas adequados, o fim do ciclo infectivo, em abril/maio, para evitar a ferrugem tardia e a consequente desfolha na pré-florada.

O período de infestação da ferrugem acontece de novembro/dezembro até abril/maio, começando mais cedo nas regiões com altitude mais baixas e com temperaturas mais altas. No início, ocorre a passagem da doença das folhas velhas, remanescentes com pústulas, para as novas. Porém, a presença de inóculo não é limitante, uma vez que os esporos do fungo podem ser disseminados, a longas distâncias, pelo vento.

Por fim, cabe ao técnico que o assiste, orientá-lo no sentido de alcançar um bom controle da ferrugem, através do uso de produtos preventivos e/ou curativos com registro para a cultura se baseando em resultados, segurança na aplicação, praticidade e eficácia dos mesmos. Para mais esclarecimentos consulte o técnico de sua região ou núcleos da cooperativa.

A ferrugem causa a queda das folhas que, consequentemente, afeta a produtividade.

Muito importante cobrir, com pulverizações utilizando fungicidas adequados, o fim do ciclo infectivo, em abril/maio, para evitar a ferrugem tardia e a consequente desfolha na pré-florada MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

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PRODUÇÃO ANIMAL

Silagem

Ensilagem do milho em fazenda leiteira

Excelente opção para seca Por Paulo Correia | Médico veterinário Uniagro/Cocapec, Mestre em medicina veterinária e professor universitário

S

abemos que é preocupação de todo pecuarista, tanto de gado leiteiro como quem confina para terminação ou recria, que a qualidade e quantidade de uma boa comida na época da seca é de extrema importância, e quem a tem guardada pode dormir mais tranquilo...

Para armazenar esta comida requer muito cuidado e preparo. Estamos falando de silagem, que é um alimento volumoso, cujo preparo é chamado de ensilagem, processo de cortar a forrageira verde , picá-la e armazená-la sem a presença de ar (oxigênio), compactada e conservada em local próprio chamado silo, que é construído próximo ao local onde serão tratados os bovinos, facilitando o trabalho e diminuindo transportes. A silagem de boa qualidade é a reserva de volumoso que o proprietário tem para substituir o pasto na época seca. A sua conservação é feita por uma boa compactação, que requer passar o trator, várias vezes sobre os pedaços ( ideal de 2 a 3cm) de forragem picadas, retirando assim, o ar de dentro da massa, promovendo o desenvolvimento de bactérias anaeróbias produtoras de ácido lático, que fermenta e conserva a silagem. Ao compactar as camadas de forragem picadas, deve-se tomar o cuidado para que o pneu do trator não suje de terra ou barro a silagem, danificando a sua fermentação. Após encher o silo, é necessário vedar com lona plástica de boa qualidade, impedindo a entrada de ar e água.

34

Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013

Os silos mais utilizados em nossa região são os horizontais: tipo trincheira ou o de superfície. O trincheira é de fácil carregamento, compactação e descarregamento. Tem forma trapezoidal e sua construção não é tão dispendiosa. Já o de superfície é o mais barato de se construir, pois é feito em cima do solo, sem necessidade de investimentos. Forra-se o solo com uma camada de palha para drenar a umidade. A seguir, vão se colocando as camadas de forragem picadas e compactando-as seguidamente, tentando dar ao silo um formato trapezoidal invertido. A altura média na linha central deve ser em torno de 1,5 metros, ficando as partes laterais com média de 1,20m, dando um formato abaulado. Para fechar o silo coloca-se uma lona branca resistente em toda extensão, prendendo as beiradas ao chão e colocando terra por cima da lona, ajudando a compactar e vedar melhor o ar. Importante cercar todo local para que não entre nada: cão, galinha, cavalo, bezerro, que pode danificar a cobertura. As melhores forrageiras para ensilagem são: o milho e o sorgo, devido ao elevado teor de açúcares solúveis, favorecendo melhores fermentações no silo. A cana tem um alto teor de açúcares solúveis, porém não é uma boa silagem, pois geralmente tem uma fermentação alcoólica e perde parte do material. Há bastante tempo, quando alguns proprietários de Ibiraci/MG e Claraval/MG começaram a ensilar a cana de açúcar, perguntaram-me a respeito da qualidade

desta prática. Fui consultar um professor de nutrição na Unesp em Jaboticabal e, segundo ele “não é necessário ensilar a cana, pois é um silo em pé, basta somente picar, triturar e dar ao gado”. Outra forrageira que podemos ensilar é o capim elefante (napier, cameron, etc), que tem um bom teor de carboidratos solúveis. Se o capim estiver já meio maduro pode-se misturar com cana picada, na proporção de 20%, melhorando a fermentação, dando uma boa silagem. Para melhorar as condições de fermentação da silagem e reduzindo perdas nutricionais, deve-se usar um aditivo na ensilagem. É um produto à base de bactérias lácticas, que é diluído em água e pulverizado sobre as camadas. Após o silo fechado podemos fornecer a silagem ao gado com 45 dias aproximadamente. E se não aberto, o silo e a silagem pode durar até mais de um ano, quando bem conservado. O produtor sabe do trabalho que dá para produzir uma silagem de boa qualidade. Mas sabe também das grandes vantagens e tranquilidade de um bom volumoso guardado para a época da seca. Consulte sempre seu veterinário. A Cocapec disponibiliza boas sementes de milho/surgo e todo material necessário para a confecção de um silo de primeira qualidade. Fonte: Embrapa, gado de corte



CURTAS

Curtas Atualize seu endereço e telefones no cadastro Manter o endereço e telefones atualizados no cadastro permite que a Cocapec mantenha uma comunicação eficiente com seus cooperados. É bem simples. Sempre quando houver alguma alteração, basta comparecer ao setor de Gis/ Cadastro na matriz, ou entrar em contato com qualquer colaborador nos núcleos e passar as novas informações. Esta é uma medida rápida e fácil que proporciona agilidade nos procedimentos internos da cooperativa.

Site da Cocapec permite acesso exclusivo ao cooperado Um dos vários benefícios que a cooperativa oferece ao seu cooperado é a oportunidade de consultar o Extrato de Títulos em Aberto e a Relação de Lotes de Café. Com isso, o associado pode acompanhar estas movimentações e se planejar melhor. Para ter acesso a estes dados, basta entrar em contato com o Setor de Cadastro e solicitar a senha da matrícula. Em seguida, é só entrar no site da cooperativa (www.cocapec.com.br) e, no topo da página, utilizar o espaço de consulta.

Cocapec inicia o ano com novos cooperados Nos dias 11 e 23 de janeiro, aconteceu a tradicional reunião de novos cooperados. Produtores rurais das cidades de Capetinga/MG, Claraval/ MG, Cristais Paulista/ SP, Guará/SP, Jeriquara/

SP, Restinga/SP, Ribeirão Corrente/SP, Rifaina/SP, Patrocínio Paulista/SP e Pedregulho/SP, agora fazem parte do quadro social da cooperativa. A Cocapec deseja boasvindas a todos.

Curso de técnicas de atendimento Entre os dias 7 e 10 de janeiro, colaboradores, vendedores de café e agrônomos, participaram do curso sobre as técnicas de vendas ministrado pelo consultor José Ruy Camargo de Souza Leite, diretor da Millenium Consultoria. Divididos em dois grupos, os participantes aprenderam diversas técnicas

36

que auxiliarão em um melhor atendimento aos cooperados. Curso como este são importantes para a reciclagem dos profissionais da cooperativa proporcionando mais eficiência na execução do trabalho, atendendo melhor a necessidade dos cooperados.

Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013



Cooperativas de crédito crescem mais que bancos, diz Valor Econômico Por Mônica Izaguirre Fonte: Valor Econômico 08/01/2013

O

ano de 2012 foi bom para as cooperativas de crédito no Brasil. Os ativos dessas instituições romperam a marca histórica da centena de bilhões, alcançando R$ 103,15 bilhões em setembro, segundo consolidação dos balanços enviados no último trimestre ao Banco Central. Com mais de seis milhões de associados, linha ultrapassada em junho, e um estoque de empréstimos e financiamentos que cresceu mais de 600% nos últimos dez anos, se formassem um banco, o conjunto das cooperativas corresponderia ao oitavo maior conglomerado financeiro do país em ativos totais. Em rede própria de atendimento, seriam o terceiro maior conglomerado, com mais de 5 mil pontos atingidos em novembro, atrás apenas de Banco do Brasil e Bradesco. A participação nas operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) está em torno de 2%. O percentual sobe em alguns nichos, como financiamentos rurais com recursos livres e empréstimos mediante desconto de títulos, dos quais elas respondiam, respectivamente, por 17,5% e 8,6% do saldo em junho. Os números foram fornecidos pelo diretor de relações institucionais do BC, Luiz Edson Feltrim, em entrevista ao Valor. Os dados mostram que em 2012,

38

Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013

até setembro, o cooperativismo cresceu num ritmo mais forte que o do conjunto do SFN, tanto em ativos totais quanto em saldo de operações de crédito. A velocidade de avanço do patrimônio líquido e dos depósitos captados também superou a média. Considerando-se apenas as instituições bancárias, universo do qual fazem parte como captadoras de depósitos à vista, as cooperativas também vêm crescendo mais rápido que o conjunto já há vários anos. Com isso, a participação no sistema tem aumentado em relação a diversos indicadores. O segmento tem crescido em operações, rede e universo de depositantes (necessariamente os próprios associados) apesar da queda do número de cooperativas singulares (que não são cooperativas de cooperativas, estas chamadas de cooperativas centrais). Após atingir o número de 1.427 no fim de 2007, ano em que ainda houve aumento de cooperativas, a quantidade de instituições caiu nos anos seguintes. Houve redução mesmo com o surgimento de novas cooperativas, pois as que desapareceram foram em maior número. No fim de setembro de 2012, restavam em atividade 1.231, 196 a menos que no fim de 2007.


Um “saudável” processo de concentração para ganhar escala explica o descompasso entre a evolução do número de cooperativas singulares e o crescimento dos demais indicadores do segmento, disse Feltrim. Ao fazer tal afirmação, ele apresentou um levantamento sobre os motivos de desaparecimento de cooperativas entre 2010 e setembro de 2012. Nesses quase três anos, 172 instituições deixaram de existir, provocando redução líquida de 135 no número total de cooperativas. Precisamente 89, mais da metade, sumiram porque foram incorporadas a outras, informou o diretor do BC, destacando que há um esforço para ganhar escala e, assim, reduzir custos. Somente três saíram do mercado porque sofreram liquidação extrajudicial pelo BC nesse período. Os cancelamentos de ofício, que somaram 21, também são iniciativa do BC. Mas o diretor explicou que referem-se a cooperativas que desistem de operar sem avisar antes a autoridade supervisora, que vai atrás para saber o que houve, por exemplo, quando deixa de receber relatórios contábeis obrigatórios e regulares. O restante das 172 saiu do mercado por decisão dos próprios cooperados, mediante processos como liquidação ordinária, mudança de objeto social, extinção, ou por falência (um caso apenas desde 2010). Chefe do departamento de organização do sistema financeiro por mais de 12 anos, até maio de 2011, Luiz Edson Feltrim integrou o grupo de especialistas do governo cujos estudos se desdobraram, desde 2003, numa profunda mudança no arcabouço normativo do crédito cooperativo no Brasil. Na opinião do diretor, as regras prudenciais adotadas, semelhantes às aplicáveis aos bancos, como a limitação de operações em função do capital, foram um importante fator de crescimento sustentado do segmento nos últimos anos.

Se formassem um banco, o conjunto das cooperativas corresponderia ao oitavo maior conglomerado financeiro do país em ativos totais

MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

39


BOLETIM - RELAÇÃO DE TROCA RELAÇÃO DE TROCA DE CAFÉ Valores referente ao mês de janeiro de 2013 PRODUTOS

Preço unitário SP

Preço unitário MG

Relação de Troca SP

Relação de Troca MG

Sulfato de Amônio

UNID. t

R$ 860,00

R$ 920,00

R$ 2,53

R$ 2,71

Uréia

t

R$ 1.280,00

R$ 1.270,00

R$ 3,76

R$ 3,74

Super Simples Pó

t

R$ 780,00

R$ 820,00

R$ 2,29

R$ 2,41

Super Simples Gr

t

R$ 800,00

R$ 880,00

R$ 2,35

R$ 2,59

Cloreto de Potássio Gr

t

R$ 1.250,00

R$ 1.290,00

R$ 3,68

R$ 3,79

Adubo 21.00.21

t

R$ 1.100,00

R$ 1.155,00

R$ 3,24

R$ 3,40

Nitrato de Amônio

t

R$ 1.000,00

R$ 1.050,00

R$ 2,94

R$ 3,09

CUSTO (R$/HA) por segmento BICHO MINEIRO

CERCOSPORA

KG/L/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

Abamectina Nortox

0,4

R$ 19,60

R$ 7,84

Priori xtra

0,75

R$ 118,00

R$ 88,50

Curyon

0,8

R$ 61,10

R$ 48.88

Amistar

0.1

R$ 480,00

R$ 48,00

Danimen

0,2

R$ 87,00

R$ 17,40

Cuprozeb

3

R$ 20,25

R$ 60,75

R$ 5,00

Tutor

2

R$ 23,97

R$ 47,94

PRODUTO

PRODUTO

KG/L/HA

Fastac

0,2

R$ 25,00

Karate Zeon 250 CS

0,04

R$ 44,50

R$ 1,78

Tebufort

1

R$ 22,70

R$ 22,70

Nomolt

0,4

R$ 89,00

R$ 35,60

Opera

1,5

R$ 75,53

R$ 113,30

Supera

2

R$ 23,00

R$ 46,00

Rimon

0,3

R$ 55,30

R$ 16,59

Vertimec

0,4

R$ 50,00

R$ 20,00

KG/L/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

Verdadero WG

1

R$ 368,00

R$ 368,00

Counter

35

R$ 13,93

R$ 487,55

Actara WG

1,4

R$ 229,73

R$ 321,62

KG/L/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

INSETICIDAS DE SOLO PRODUTO

HERBICIDA PRÉ-EMERGENTE PARA CAFÉ

FERRUGEM PRODUTO

PRODUTO

KG/L/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

Galigan Ce

2,5

R$ 48,90

R$ 122,25

Goal

2,5

R$ 48,90

R$ 122,25

HERBICIDAS

Alto 100

0,75

R$ 62,40

R$ 46,80

Opera

1,5

R$ 75,53

R$ 113,30

Cuprozeb

3

R$ 20,25

R$ 60,75

Tilt

1

R$ 80,09

R$ 80,09

Priori xtra

0,75

R$ 118,00

R$ 88,50

Supera 350 SC

2

R$ 23,00

R$ 46,00

KG/L/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

1,5

R$ 23,50

R$ 35,25

PRODUTO

KG/L/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

Glifosato

3

R$ 9,95

R$ 29,84

Zapp QI

2,1

R$ 13,00

R$ 27,30

Gramocil

3

R$ 19,68

R$ 59,04

Aurora

0,08

R$ 299,80

R$ 23,98

Flumizim

0.1

R$ 330,50

R$ 33,05

Roundup WG

1.5

R$ 20,00

R$ 30,00

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

BROCA PRODUTO Lorsban

PRODUTO

PHOMA PRODUTO Amistar

40

MANCHA AUREOLADA

KG/L/HA

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO - (R$)/HA

0,1

R$ 480,00

R$ 48,00

Tebufort (Tebuconazole)

1

R$ 22,70

R$ 22,70

Cantus

0,15

R$ 531,58

R$ 79,74

Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013

KG/L/HA

Cobre Recop

3

R$ 17,00

R$ 51,00

Cuprozeb

2,5

R$ 20,25

R$ 50,63

Supera

2

R$ 23,00

R$ 46,00

Kasumin

1

R$ 64,50

R$ 64,50

Tutor

2

R$ 23,97

R$ 47,94


BOLETIM - RELAÇÃO DE TROCA Média Mensal do Preço do Café Arábica - Comparativo dos últimos 5 anos (R$) 550 550 500 500 450 450 400 400 350 350 300 300 250 250 200 200 150 150 100 100

Jan Jan 2009 2009

Fev Fev 2010 2010

2011 2011

Mar Mar 2012 2012

Abr Abr 2013 2013

Maio Maio

Jun Jun

Jul Jul

Ago Ago

Set Set

Out Out

Nov Nov

Dez Dez Fonte: Esalq/BM&F Fonte: Esalq/BM&F

Média mensal do preço de Café Arábica* índice Esalq/BM&F 2012

Média mensal do preço* de Milho índice Esalq/BM&F

2013

2012

R$

US$

R$

US$

Janeiro

485,04

271.39

341,17

168.18

Fevereiro

441,31

256.93

Março

387,53

Abril

379,53

Maio

2013

R$

US$

R$

US$

Janeiro

31,08

17.39

32,75

16.15

Fevereiro

28,40

16.54

216.18

Março

28,89

16.11

204.47

Abril

25,83

13.92

382,65

192.69

Maio

24,91

12.54

Junho

360,31

175.76

Junho

24,13

11.77

Julho

408,06

201.05

Julho

28,80

14.19

Agosto

378,48

186.63

Agosto

33,25

16.39

Setembro

385,92

190.38

Setembro

32,23

15.90

Outubro

374,98

184.75

Outubro

31,35

15.45

Novembro

355,23

171.64

Novembro

34,09

16.46

Dezembro

341,40

164.16

Dezembro

34,96

16.81

MÉDIA ANUAL

390,04

201.34

MÉDIA ANUAL

29,83

15.29

32,75

16.15

341,17

168.18

Fonte: Índice Esalq/BM&F

*Saca de 60 kg líquido, bica corrida, tipo 6, bebida dura para melhor

Índice pluviométrico* de Franca nos últimos 5 anos Ano

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

2009

382

228

282

53

58

32

21

30

137

262

77

382

2010

461

158

274

16

17

12

1

0

110

102

339

221

2011

328

145

365

146

1

29

0

24

32

115

135

274

2012

317

158

150

125

28

115

28

0

67

69

196

159

172.2

267.6

85.1

26.1

47.0

12.5

13.5

86.5

137.0

186.9

259.0

Out

Nov

Dez

2013

297

Média Mensal

357.0

*Dados em milímetros obtidos na Cocapec Matriz - Franca, SP

Índice pluviométrico* de Capetinga nos últimos 5 anos Ano

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

2009

354

249

286

165

54

21

17

24

128

156

193

389

2010

327

95

206

51

12

6

0

0

87

116

302

235

2011

399

120

538

136

0

8

0

0

8

186

161

306

2012

523

80

245

103

50

134

19

0

55

104

265

198

2013

321 136.0

318.8

113.8

29.0

42.3

9.0

6.0

69.5

140.5

230.3

282.0

Média Mensal

384.8

*Dados em milímetros obtidos na Cocapec de Capetinga, MG

MARÇO / ABRIL 2013 | Revista Cocapec nº 84

41


CONHEÇA SUA COOPERATIVA

Cocapec Núcleo Capetinga Por Joana Darc Silva | Coordenadora do Núcleo de Capetinga e Murilo Andrade | Assistente de Comunicação Cocapec

A loja será ampliada proporcionando mais conforto ao cooperado

I

naugurado em 1999, o núcleo de Capetinga/MG foi o terceiro da cooperativa, e desempenha um papel de destaque na economia da região que compreende os municípios de Cássia/MG e São Tomás de Aquino. Na unidade, está à disposição dos mais de 140 cooperados, a armazenagem e comercialização de café, assistência agronômica e veterinária, condições para aquisição de insumos, máquinas e produtos de forma geral. Em 2013, o núcleo irá receberá novos investimentos que trarão melhorias para os associados da região, como ampliação da loja, que proporcionará mais conforto para os cooperados, construção de um novo armazém e a implantação do sistema de granelização para melhor atender os cooperados através do recebimento de café da região que cresce continuamente.

Colaboradores do núcleo de Capetinga

O núcleo da Cocapec em Capetinga/MG está localizado na Rua Joaquim Luisa, 390.

Colaboradores do núcleo de Capetinga Joana Darc P. L. da Silva Coordenadora Núcleo Capetinga (35) 3543-1572 cocapec.capetinga@cocapec.com.br

Luiz Fernando dos Santos Mendonça Assistente Contador Estoque Físico

Ricardo Faleiros Guilherme Adilson Marques da Silva Conferente de Armazém Núcleo

Vendedor apoio.capetinga@cocapec.com.br O armazém receberá investimento aumentando a sua capacidade

42

Revista Cocapec nº 84 | MARÇO / ABRIL 2013


NO 5º SIMCAFÉ,

PARTICIPE DAS PALESTRAS, E COLHA OS RESULTADOS.

*ESTANDE S DE EMPR ESAS E EXPOSIÇ ÃO DE MÁ QUINAS E IMPLEM ENTOS.

Dias 17 e 18 de Abril Salão Villa Ventura

Rodovia Ronan Rocha Km 29 – Franca SP (Ao lado do Pesque e Pague 3 Porteiras)

INFORMAÇÕES: (16) 3711-6235 giscadastro@cocapec.com.br

TEMAS DAS PALESTRAS: Código Florestal • Gestão da Propriedade Rural • Qualidade na Aplicação de Defensivos • Manejo e Fertilidade do Solo • Monitoramento de Pragas e Doenças • Irrigação na Cafeicultura •



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