Revista Cocapec

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Boa leitura.

EDITORIAL .....

A Cocapec, mais uma vez, foi classificada pela Revista Exame - Anuário Melhores e Maiores 2011 entre as 10 melhores empresas do agronegócio café alcançando a 2ª colocação neste ranking. Felizmente a recuperação dos preços do café ao longo de 2010 aliado à fidelidade e comprometimento de nossos cooperados e colaboradores permitiram dividirmos este resultado. Este reconhecimento mostra que os objetivos, de atendermos os anseios e necessidades de nosso cooperado para que estes se fortaleçam cada dia mais, vêm sendo alcançados com esmero. Apesar da evidente solidez da Cocapec, o atual cenário econômico mundial é controverso, pois mostra poucos sinais de recuperação. O socorro financeiro dado à países europeus endividados tem por finalidade estancar uma nova crise, a exemplo da ocorrida em 2008. Esta situação decorre de um período de crédito farto, barato e desregulamentado, num cenário antes favorável, mas que diante de uma incapacidade de refinanciamento deflagrou a crise financeira mundial. Várias medidas foram tomadas ao longo dos últimos três anos para revitalizar os mercados, principalmente, dos países considerados desenvolvidos. Os efeitos são sentidos na apreciação de diversas moedas, principalmente o nosso Real, e intensa valorização das commodities energéticas, metálicas e agrícolas. Se alguns países emergentes aparentemente estão enfrentando bem este momento, fica a preocupação com a valorização cambial, desindustrialização e até mesmo inflação. Claro que nos perguntamos se tudo isso não era previsível, só que já é tarde e o problema é de todos. Neste cenário, as commodities têm sido fortemente demandadas, principalmente pelos emergentes contribuindo para os altos preços internacionais. Para o café, isto não tem sido diferente, os anos pós-crise de 2008 mostraram que o consumo mundial não foi afetado, houve mudanças de hábitos, porém, o consumidor não abriu mão do cafezinho nas suas diferentes formas de consumo, uma característica peculiar deste produto. No momento o Brasil termina uma safra de ciclo de baixa produção que pode dar suporte às cotações, mas para o próximo ano agrícola devemos gerenciar nossa empresa rural com sabedoria. Devemos investir em tratos culturais, tecnologia e utilizar as ferramentas de comercialização de safra, zelando pelos compromissos assumidos com a nossa cooperativa e como consequência, contribuir para a existência de uma organização que nos mantém mais competitivos em mercados futuros adversos.

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COLHEMOS O QUE PLANTAMOS

Ricardo Lima de Andrade Diretor Secretário da Cocapec


Diretoria Executiva Cocapec João Alves de Toledo Filho – Diretor-presidente Carlos Yoshiyuki Sato - Dir. Vice-presidente Ricardo Lima de Andrade - Dir. secretário

Conselho de Administração Cocapec Giane Bisco Amílcar Alarcon Pereira João José Cintra Paulo Eduardo Franchi Silveira Erásio de Grácia Júnior José Henrique Mendonça

Conselho Fiscal Cocapec Zita Cintra Toledo Renato Antônio Cintra Ricardo Nunes Moscardini

EXPEDIENTE

Órgão informativo oficial da Cocapec e Credicocapec, destinado a seus cooperados

Cocapec Franca Avenida Wilson Sábio de Mello, 3100 - CEP: 14406-052 Franca-SP - CEP:14400-970 - CAIXA POSTAL 512 Fone (16) 3711-6200 - Fax (16) 3711-6270

Filiais Capetinga: (35) 3543-1572 Claraval: (34) 3353-5257 Ibiraci: (35) 3544-5000 Pedregulho: (16) 3171-1400

Diretoria Executiva Credicocapec Mauricio Miarelli - Dir. Presidente José Amâncio de Castro - Dir. Administrativo Ednéia Aparecida Vieira Brentini de Almeida - Dir. Crédito Rural

Conselho de Administração Credicocapec Carlos Yoshiyuki Sato Divino de Carvalho Garcia Élbio Rodrigues Alves Filho Paulo Henrique Andrade Correia

Conselho Fiscal Credicocapec João José Cintra Cyro Antonio Ramos Marcos Antonio Tavares

Credicocapec Fone (16) 3712-6600 - Fax (16) 3720-1567 - Franca-SP PAC - Pedregulho:(16) 3171-2118 PAC - Ibiraci (35) 3544-2461 credicocapec@francanet.com.br - www.credicocapec.com.br

Coordenação Eliana Mara Martins

Núcleo de Criação Comunicação/MKT COCAPEC

Diagramação Ideia Fixa Publicidade e Propaganda Apoio Gráfico / Fotos Marcelo Siqueira

Redação Luciene Reis Murilo Andrade

Jornalista Responsável Realindo Jacintho Mendonça Júnior - MTb/ 24781

Tiragem: 2.650 exemplares Home Page www.cocapec.com.br É autorizada a reprodução de artigos publicados nesta edição, desde que citada a fonte.

ED. 75 Setembro / Outubro 2011

ÍNDICE 08 ESPECIAL 10 TÉCNICA 14 TÉCNICA

Laboratório: satisfação garantida

Obtenha sucesso nas pulverizações pós-colheita

Uso de colhedeira em lavouras de 1ª safra já é realidade

38 NOVIDADES CREDICOCAPEC 52

Pedregulho ganha nova sede em outubro

30 CAPA

Sicoob Credicocapec no 2º workshop de Crédito Rural do Bancoob

COCAPEC ENTRE AS MAIORES DO AGRONEGÓCIO

A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados, mesmo sob pseudônimo, que são de inteira responsabilidade de seus autores.

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ESPECIAL

ESPECIAL

Setor de Cadastro promove campanha para regularizar dados dos cooperados Informações cadastrais atualizadas proporcionam agilidade no momento de negociar com a Cocapec Victor Alexandre Ferreira Setor de Cadastro

dade, não está incluso a Cocapec. Por tratos existentes em nossos arquivos e a isso, é necessário que os cooperados dificuldade de interpretação dos mesmos. É necessário que os providenciem junto a Cocapec matriz Caso seja de interesse emitir esse cooperados providenciem aditivo contratual, pedimos aos coopeou filial o novo aditivo contratual, assim facilitará os procedimentos comerciais, rados que procurem o setor de Cadastro junto a Cocapec matriz com a inclusão de uma cláusula em da Cocapec ou a filial mais próxima e se ou filial o novo aditivo que o proprietário do imóvel arrendado adéquem, pois assim ganha-se tempo nas concede anuência ao cooperado arren- contratual, assim facilitará os transações comerciais na cooperativa. Os dante ou parceiro agrícola a negociar procedimentos comerciais cooperados que não optarem pelo aditivo com cooperativas de produção e/ou deverão estar cientes que os proprietários crédito, tanto para contrair financiamendeverão assinar como intervenientes nos tos quanto nas trocas de cafés por insudocumentos de Cédula de Produtor Rural mos. A padronização via inclusão desta (CPR), Nota Promissória Rural (NPR) e an mosaic 216x143mm cafe.pdf 1 7/31/11 10:53 AM cláusula, se faz necessário em virtude dos diversos modelos de con- contratos de fixação de preços (venda futura).

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os meses de junho e julho o setor de Cadastro da Cocapec enviou para seus cooperados duas correspondências para atualização de dados. Na primeira, a Cocapec pede para que todos os cooperados que ainda não possuem foto cadastrada junto ao banco de dados, que entreguem na Cocapec matriz ou enviem por e-mail no endereço setor.cadastro@cocapec.com.br, foto recente e se possível 3x4. O intuito dessa campanha é melhorar o atendimento e promover segurança para os cooperados. Hoje a Cocapec possui quase 2 mil associados e a identificação por foto no sistema deixa tudo mais fácil e personalizado no momento da prestação do serviço por parte dos colaboradores da cooperativa. Atualmente, quando o produtor se torna cooperado, é providenciada a foto. A correspondência encaminhada em julho pelo Setor de Cadastro é fruto de uma pesquisa realizada pelo setor onde este verificou que, na maioria dos contratos de arrendamentos de cooperados que possuem anuência dada pelo proprietário da proprie6

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O intuito dessa campanha é melhorar o atendimento e promover segurança para os cooperados

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ESPECIAL

ESPECIAL

Laboratório: satisfação garantida A eficiência e rapidez das análises têm sido referência para a região

“Este tipo de análise é a base para o agrônomo trabalhar. Sem isso não tem como ter sucesso na lavoura”

da produtividade da região e para a elevação da renda do produtor. Segundo o cooperado Paulo Donizete Cintra proprietário da Fazenda Santa Terezinha em Claraval/ MG, este tipo de análise é a base para o agrônomo trabalhar. Sem isso não tem como ter sucesso na lavoura, a ampliação agilizou todo o processo que antes demorava e o trabalho ficou mais eficiente, finalizou. As melhorias realizadas já refletem nos números se compararmos com os do ano passado. Já nos

Mônica Martins Setor de Laboratório

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s propriedades rurais estão cada dia mais integradas neste mundo ágil, o que exige tomadas de decisões a curto prazo. Para isso o produtor precisa estar atento às mudanças e às novas tecnologias. Ciente desta realidade, a Cocapec investe em seus serviços com tecnologia para auxiliar na gestão das propriedades de seus cooperados. Um destes serviços merece destaque, o do laboratório de análises de solo e folha. Com a ampliação das instalações e aquisição de equipamentos mais modernos, desde dezembro de 2010 o prazo de entrega dos resultados, que chegou a 22 dias, passou

para cinco dias úteis, proporcionando agilidade no momento de realizar a compra dos insumos necessários a condução da lavoura de café. Para o Setor Técnico da cooperativa, contar com resultados rápidos e fiéis traz a segurança de uma boa recomendação dentro dos prazos. O aumento de análises realizadas pelos cooperados demonstra que estão preocupados em alcançar o máximo de produtividade em suas lavouras, mas de forma racional, empregando quantidades certas de insumos para a nutrição do cafeeiro, eliminando assim custos desnecessários. Isso contribui para a ampliação

“O prazo de entrega dos resultados, que chegou a 22 dias, passou para cinco dias”

Análise de p.H. em solo

ENTRE EM CONTATO COM O LABORATÓRIO E DEPARTAMENTO TÉCNICO COCAPEC Laboratório de análises de folha e solo da Cocapec

setor.laboratorio@cocapec.com.br (16) 3711-6256 Consulte seu agrônomo/técnico Alex Carrijo (16) 9222-3139 Alex Faleiros (16) 9233-5657 Antônio Carlos (35) 9991-1051 Eder Carvalho (16) 9231-6260 Evanilton (35) 9991-5252 Gabriel Rosa (16) 9209- 3347 Geraldo Junior (16) 9969-2745 Henrique Rheda (16) 9253-6165 Leonan Vilhena (16) 9222-1810 Luciano (16) 9215-1304 Marcelo Augusto (16) 9175-8366 Ricardo Ravagnani (16) 9233-1226 Roberto Maegawa (16) 9222-1067 Romulo (16) 9159-5377 Rubens Manreza (16) 9221-7681 Saulo Faleiros (16) 9215-9052

primeiros 3 meses de 2011, o volume de análises de folha superou o do ano de 2010 inteiro. Tudo isso sem alterar o quadro de colaboradores que continua ser de 9 pessoas. É uma importante variável que demonstra e justifica os investimentos realizados pela cooperativa. O setor também é referência pela sua eficiência e exatidão, qualidade e confiabilidade nos resultados. Por isso, é procurado por clientes de toda a região. Para saber quais os momentos certos de se realizar análises de folha ou solo, consulte o agrônomo de sua região, ele poderá ajudá-lo a se programar e ainda orientará a forma correta de se retirar folhas e solo para as análises.

Laboratório da Cocapec é sinônimo de qualidade e rapidez na Alta Mogiana

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TÉCNICA

TÉCNICA

Obtenha sucesso nas pulverizações pós-colheita Nesta fase é que se concentra a maior parte dos erros ocorridos na fazenda

Eder Carvalho Sandy Eng. Agrônomo - UNIAGRO

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colheita do café do ano de 2011 já se aproxima do fim, e como sabemos na fazenda produtora de café, os serviços são constantes o ano todo. A pós-colheita das lavouras é o período no qual a produção do ano seguinte é definida, com a florada que se aproxima com as primeiras chuvas. Juntamente com este inicia-se o período onde as lavouras recebem os tratos culturais do ano agrícola seguinte. Dentre os tratos culturais, a grande maioria destes é feita com o uso de máquinas agrícolas, onde cada operação é realizada com um implemento específico. Todas as operações na lavoura têm grande importância e precisam ser bem feitas, dentre elas as adubações, calagens, gessagens, foliares e herbicidas. Uma das operações que mais demandam perfeitas regulagens são as pulverizações e é nesta que se concentra a maior parte dos erros ocorridos na fazenda, diante disto segue algumas dicas de como minimizar problemas na 10

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fazenda com estas aplicações. Alguns aspectos têm grande destaque quando se faz o uso de equipamentos para cada situação e que os mesmos estejam devidamente regulados e calibrados para cada serviço a ser realizado. Podemos citar alguns que são fundamentais para ser ter sucesso em pulverização de cafeeiros. Aspectos operacionais Os resultados ou efeitos técnicos e econômicos da aplicação dos defensivos agrícolas estão apoiados basicamente por três premissas: • Bom produto; • Bem aplicado; • No momento certo; Para entendermos basicamente como, segue descrição de cada uma.

Bom produto O bom produto é caracterizado fundamentalmente pelo tipo e aspecto de sua formulação, dose efetiva, facilidade e uso seguro. Qualquer que seja o manejo de um produto através de sua diluição em água ou mesmo o uso de formulações prontas para uso (ultra baixo volume), são exigidas condições químicas e físicas adequadas, sem o que a geração de gotas se tornará incorreta, influenciando diretamente a sua dispersão e deposição sobre o alvo desejado. Formulações com solventes muito voláteis, de odores desagradáveis e não tolerados por pessoas e animais, causarão sem sombra de dúvida, traumas e rejeições ao seu uso. Por outro lado, composições instáveis sob condições de armazenamento, transporte e algumas situações de incompatibilidades como pH da água de diluição ou mesmo óleos, ao serem aplicados levarão a resultados ruins, inesperados ou até ao fracasso. Por outro lado, a diversidade das condições climáticas e ambientais, inadequação do equipamento e desconhecimentos ou mau uso dos parâmetros, durante a aplicação, poderão gerar insatisfações com o controle fitossanitário do café. O desempenho do produto está diretamente relacionada com os aspectos citados acima, então é fundamental que se analise junto ao seu técnico de confiança estes fatores, a fim de minimizar as perdas e conseguir uma melhor recomendação. Bem aplicado Um bom produto ou formulação só poderá ser comprovado após sua aplicação, ou seja, quando atingir adequadamente o alvo final, obtendo-se o resultado efetivo e esperado. Para isto deveremos considerar sob o aspecto da “Tecnologia de Aplicação” que três premissas deverão se observadas e obtidas sob todos os aspectos operacionais: • Diâmetro da gota; • Deriva da gota e • Deposição da gota. Qualquer que seja o tipo de formulação empregada ou do equipamento de aplicação, deveremos trabalhar com as unidades resultantes do processo que são as

gotas de pulverização. Estas gotas poderão ser geradas por processos físicos como pressão hidráulica sobre o líquido, termonebulização (a frio ou quente), bicos rotativos, pressão de correntes de vento ou eletrostáticos. O diâmetro da gota será sempre o aspecto que definirá que maneira o alvo final será atingido, favorecendo ou não a deposição em quantidade (densidade) suficiente para o controle e sucesso do produto aplicado. Alvos de superfícies grandes e posições mais ho-

“O diâmetro da gota será sempre o aspecto que definirá de que maneira o alvo final será atingido”

Filtro entupido prejudica e compromete a qualidade da pulverização

Condição ideal com ramais de bicos duplicados

Posicionamento de bicos incorretos, ângulos de trabalho inadequados

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TÉCNICA

TÉCNICA

rizontais são mais facilmente atingidos e cobertos com gotas de maior diâmetro, ao contrário de alvos mais estreitos, onde as gotas mais finas aderem com maior facilidade. O aumento da vazão de aplicação também tem influência direta sobre o diâmetro da gota. Quanto maior o volume utilizado, gotas de diâmetros maiores serão geradas e menor densidade de gotas por área será

Bicos com duplicadores formam uma cortina de gotas uniformes

Papel hidrossensível colocado no interior da planta para verificar a qualidade da pulverização

obtida. Entretanto, ao contrário do conceito generalizado de que um volume maior de líquido permite uma melhor pulverização, o procedimento certo e utilizar-se o menor volume, mas produzindo-se a maior quantidade possível de gotas, principalmente nas culturas com alta densidade de folhas, como é o caso do café. A questão mais importante, considerada como fator essencial, é a densidade de gotas, pois, quanto maior o número de gotas depositadas sobre o alvo desejado, maior será a dose do produto recebida pelo mesmo, melhorando a eficiência da aplicação. No momento certo - Uso de práticas de controle Este item não se relaciona com a hora ou espaço de tempo em que se deve efetuar a pulverização ou aplicação, mas sim em relação às condições em que o 12

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problema a ser controlado apresenta-se mais suscetível ao produto aplicado. Exemplos: o momento certo do controle da ferrugem do cafeeiro é quando menos de 5% das folhas apresentam sintomas de infecção (esporulação). Muitas das vezes o grande fator de insucesso de defensivos agrícolas não atingirem os objetivos para os quais foram usados, estão relacionados a fatores que

“Um bom produto só vai funcionar se for aplicado da maneira correta e no momento adequado para cada situação”

• Qual o alvo da aplicação, neste caso é o interior da planta, o que realça a importância de aplicarmos o produto de forma a este chegar no interior da mesma. • E por final a dose e a vazão devem estar perfeitamente adequadas para cada situação. Uma aplicação que tem fundamental importância, é a realizada para o controle de Ácaro da Leprose (Brevipalpus phoenicis), que tem difícil controle e exige uma perfeita aplicação para se ter um controle adequado em virtude do ácaro da leprose se distribuir por toda a copa, tanto externa quanto internamente. Para que haja um controle mais eficiente o volume de pulverização deve ser maior, produzindo-se o máximo de gotas com pequeno tamanho, para que estas penetrem na planta a se depositem por toda a parte interna da mesma, inclusive com molhamento nos galhos internos. Estas pulverizações devem ser efetuadas com

bombas do tipo turbo atomizadoras, que proporcionam maior penetração da calda no interior da copa das plantas e possibilita o tratamento uniformizado. Um volume de calda de aproximadamente 800L/há tem, com boa qualidade de gotas (pequenas) tem se demonstrado eficiente. Embora não seja o método mais econômico, em razão da quantidade de calda aplicada e sua pequena retenção na planta, e do tempo maior gasto durante a operação, é o processo que tem demonstrado ser mais adequado. Percebemos o quanto é importante, termos equipamentos adequados, calibrados e regulados a disposição na fazenda, pois é fato que um bom produto só vai funcionar se for aplicado da maneira correta e no momento adequado para cada situação. Para mais esclarecimentos e informações a Cocapec disponibiliza para seus cooperados o departamento técnico, com os agrônomos/técnicos, consulte o de sua região.

Pulverização ideal com angulação correta dos bicos

Papel hidrossensível após a pulverização demonstra a qualidade da aplicação e quantidade de gotas que estão chegando ao interior da planta

são inerentes a forma e o momento nos quais estes foram aplicados. Para exemplificarmos tal fato dentro da cultura do café podemos ilustrar com o exemplo da principal doença que ataca o cafeeiro, a ferrugem. Sabe-se que esta precisa de umidade e de temperaturas amenas para iniciar seu ciclo de infecção. No caso do cafeeiro o local da planta que mais oferece condições para o desenvolvimento da ferrugem é no interior da planta, em condição de baixa luminosidade e umidade disponível. Relacionando isto a forma que devemos aplicar os defensivos que controlam a ferrugem devemos observar os seguintes aspectos: • Se o produto é preventivo ou curativo para então tomarmos a decisão de que momento aplicarmos; Setembro / Outubro 2011

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TÉCNICA

TÉCNICA

Uso de colhedeira em lavouras de 1ª safra já é realidade Luciene Reis Setor de Comunicação

Cooperado utiliza mecanização sem restrições e colhe 100% de sua safra com o equipamento

A

mecanização da colheita já é uma realidade na cafeicultura da Alta Mogiana, onde a maioria dos produtores utiliza total ou parcialmente esta tecnologia. Muitos, que ainda não tem condições de adquirir o equipamento optam por alugar ou comprar em sociedade e, com o passar do tempo e redução de custos, conseguem ter sua própria colhedeira. Mas, apesar da região ter iniciado gradativamente e já há bastante tempo o uso destes equipamentos, seu emprego é restrito a lavouras desenvolvidas, pois muitos reclamam que a colhedeira “danifica” as culturas novas se usada nas primeiras safras, por abalar o sistema radicular da planta. No entanto, estes mitos caem por terra, quando o cooperado Helder Eugênio Branquinho fala de suas experiências. Há 25 na cafeicultura, atualmente com 92 hectares, ele comprou a primeira colhedeira em sociedade no ano de 2002. Desde então trabalha com este equipamento e há três anos

começou a fazer testes em lavouras com 2 e 3 anos de safra. Mas em 2011 inovou e fez uso colhedeira em lavouras de primeira safra. O produtor, após vários testes, conclui que o resultado de colher café com máquina dependerá exclusivamente da regulagem do equipamento, principalmente se for feito em plantios novos. “Não tenho problemas com a colheita mecanizada, pois esta não causa danos à lavoura, principalmente se comparada a colheita manual.” Todo este otimismo se deve ao aprendizado que ele adquiriu regulando o equipamento até que este fizesse o serviço adequadamente. O cafeicultor garante que os benefícios são inúmeros, “diminui custos com a apanha em mais da metade, torna-a mais uniforme e permite adequar o ritmo à pós-colheita, reduzindo prejuízos. Este sistema é benéfico até para a saúde, pois, há menos desgaste e estresse por não ter problemas com contratação de mão de obra temporária”. Para exemplificar, ele conta que em 1992

O segredo é o produtor entrar com o maquinário no momento certo na lavoura e fazer a regulagem correta do equipamento

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Tronco íntegro, sem danos após uso da colhedeira, que também não abala sistema radicular da planta

precisou de uma pessoa para cada saca de café que colheu, já no ano passado foi uma pessoa para cada 500 sacas de café colhidas. Helder Branquinho explica que para iniciar a colheita mecanizada em lavouras de segunda safra houve preparação, paciência e persistência. “Aluguei uma mini-colhedeira própria para lavouras novas e, baseado no que ela fez, modifiquei a minha para colher lavouras de segunda e posteriormente de primeira safra.” Os resultados não poderiam ser melhores, tanto que, atualmente a colheita de sua lavoura é 100% mecanizada, com o benefício de custos menores e preservação da planta, pois apresenta menos queda de folhas e chumbinhos e não abala o sistema radicular do café. Branquinho ensina que o segredo é o produtor entrar com o maquinário no momento certo na lavoura e fazer a regulagem correta (rotação, agressão e vibração) com o cuidado de, se necessário, passar a máquina duas vezes. Outro cuidado que o cafeicultor precisa ter para alcançar resultados positivos é usar o equipamento apenas em lavouras preparadas para recebê-lo, com espaçamento indicado, alinhamento e poda adequados, pois o impacto da colhedeira em lavoura que não foi preparada é grande, provocando muitos danos.

Setor de Máquinas e Implementos Agrícolas da Cocapec

“Não tenho problemas com a colheita mecanizada em primeiras safras, pois não há danos à lavoura”

Também é importante ter em mente que, se a primeira experiência não foi o esperado, não é desistindo que alcançará todos os benefícios do maquinário, é preciso investigar o que aconteceu, procurar informações, fazer testes até obter a regulagem ideal, pois vale a pena. “Além de textos que pesquisei, consegui informações com o Dr. Fábio Moreira da Silva (Ufla/MG), que palestrou sobre ‘Gestão da Colheita Mecanizada’ no 1º Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana (Simcafé), realizado pela Cocapec. O que ele falou sobre o assunto no Simcafé é verdade, é preciso regulagem do equipamento. Para completar, após identificar quais

Na colheita mecanizada as pinhas são preservadas, sem perda significativa ao contrário da colheita manual

adaptações eram necessárias no equipamento solicitei os ajustes à equipe da Matão.” Helder não esconde o que sabe, na verdade faz questão de compartilhar os resultados de seus experimentos. “Eu passo a informação para quem pergunta, se optam por não usar, pelo menos fiz minha parte, pois aprender a usar a tecnologia em seu potencial máximo foi excelente.

A mecanização pode gerar a redução de custos operacionais, mas é necessário que o produtor faça um estudo e avalie qual a melhor opção de investimento, analisando se o equipamento é o adequado para a propriedade e se está dentro de suas possibilidades financeiras. Portanto, a Cocapec dispõe de um consultor para orientar o cooperado na decisão de aquisição de máquinas e equipamentos. Este profissional orientará quanto às melhores escolhas no campo através de visitas à propriedade, avaliando assim, as necessidades na parte de mecanização e indicando a melhor opção de investimento.

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Mais informações sobre máquinas e equipamentos adequados para sua propriedade: Mário Domingos (Marinho) (16) 9103-3011 (16) 3711-6295

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NEGÓCIOS

NEGÓCIOS

Colaborador da Cocapec participa de Mestrado Internacional em Ciência e Economia do Café O curso idealizado pela fundação Ernesto Illy foi realizado na cidade italiana de Trieste Setor de Torrefação

cais, para uma melhor absorção e aprimoramento dos assuntos discutidos em sala de aula. Para entendermos um pouco mais sobre o mestrado, destaco a seguir um dos principais temas estudados: a corrente do café. Este assunto é de grande importância e afeta todos aqueles inseridos na cadeia do café. Confira.

No campo

Corrente ou cadeia do Café Imaginamos a cadeia do café como uma corrente. E o que define a força desta corrente? A resposta é: sempre o seu elo mais fraco. De maneira simples, podemos exemplificar a cadeia, ou “corrente” do café:

Toda a cadeia é fortemente ligada e dependente, por isso devemos enxergá-la como um todo

A “corrente do café”

Indústria Na cafeteria No nosso corpo

Cultivo/Manejo

Genética

Armazém

Pós-colheita

(re)Benefício

Transporte

Moagem

Torrefação

Preparo

Emabalagem

Consumo

Serviço

Metabolismo

Participantes e organizadores do curso de mestrado

O

gestor Pedro Rodrigues Alves Silveira fala a seguir sobre o curso de mestrado, relacionado ao setor cafeeiro, que fez no exterior, acompanhe: Com o auxílio da Cocapec tive a grande oportunidade de participar do curso de pós-graduação organizado pela Fundação Ernesto Illy, em Trieste, na Itália, em parceria com outras 7 instituições, dentre elas universidades, centros de pesquisa, escola de negócios, além de outras, em uma parceria público-privada. Foram 5 meses na cidade italiana, no período de janeiro à maio deste ano, onde está um dos principais portos de recebimento de café da Europa. Eu e outras quinze pessoas, oriundas

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de doze diferentes países da África, Américas do Sul e Central, Ásia e Europa, fizemos o curso. A diversidade cultural dos participantes possibilitou imensa troca de experiências e vivências, enriquecendo ainda mais o meu aprendizado. A formação multidisciplinar foi a proposta do curso. Disciplinas como: biologia, agronomia, tecnologia, industrialização, gestão, economia, marketing, estratégias, entre outras, foram relacionadas ao agronegócio café e debatidas durante todo período. Além de todo estudo teórico, atividades práticas fizeram parte da formação, como por exemplo: visitas dirigidas ao porto de Trieste, armazéns, estufas, laboratórios e vários outros lo-

Fonte: Marino Petracco, Illy Caffè S. pa.

Os primeiros elos são os do campo, responsáveis pela origem e produção, que por sua vez se ligam aos da indústria, comércio, local de consumo, e finalizando temos os do consumo, e até mesmo os efeitos esperados por consumidores em seu corpo. Toda a cadeia é fortemente ligada e dependente, por isso devemos enxergá-la como um todo, não apenas como produtores, mas como intermediários, como uma indústria, e mais ainda, como consumidores. Se pensarmos, por exemplo,

que uma torra errada pode estragar o trabalho realizado nos elos anteriores e comprometer as etapas seguintes, as consequências podem variar desde a perda de todo um trabalho até efeitos mais duradouros, como a insatisfação dos consumidores ao produto final que pode ser irreversível. Desta forma, devemos sempre estar atentos ao que acontece em todos os segmentos, enxergar a cadeia com uma visão ampla considerando suas ligações e interações. Para trabalharmos em algo tão complexo em um mercado competiSetembro / Outubro 2011

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NEGÓCIOS

tivo, precisamos estar bem organizados, informados e, importante, atentos ao que acontece, para diminuir as possibilidades de erro e com isso alcançar os objetivos. Inovação e criatividade são necessárias ao encarar um desafio como este, mas em seu conceito moderno não são eficientes quando desenvolvidas com a participação de poucas pessoas. Portanto, levamos vantagem em ser uma cooperativa, com tantos membros dispostos a trabalhar com excelência e flexibilidade, para buscar sempre o melhor. O resultado esperado do investimento da cooperativa em formação é possibilitar a melhoria no desempenho da função de seu funcionário e, consequentemente resultados positivos para empresa e seus cooperados. Assim me coloco à disposição dos cooperados e colaboradores para me ouvir, trocar experiências e melhor servir à Cocapec. Em setembro defendo minha tese através de uma vídeo-conferência. Com isso receberei certificado de conclusão do curso.

Estufa da Universidade de Trieste com variedades e espécies de café

AromaLab – Equipamento para separação e identificação de diferentes aromas do café

Degustação de café espresso

Porto de Trieste – Itália

Illycaffè Fundada em 1933 por Francesco Illy, a illycaffè fabrica e vende em todo o mundo uma única mistura de cafés de alta qualidade composta por nove

tipos de Arábica pura. Atualmente é comercializada em 140 países, nos 5 continentes, e é servida em mais de 50 mil locais públicos.

Foi criada pela illycaffè e aberta a outros parceiros, com finalidade de

desenvolver o conhecimento, através de pesquisas fundamentadas na

ética e a sustentabilidade, mas também com atividades empresariais e da cultura do café.

Universidade de Trieste Universidade do Café de Trieste Distrito de Biomedicina

Universidade de Udine

Escola superior de Estudos Avançados Distrito do Café de Trieste

Fonte: www.illy.com

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Fundação Ernesto Illy

llycaffè S.p.A.

Fundação Ernesto Illy

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Organizadores

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NEGÓCIOS

NEGÓCIOS

Cocapec faz Dia de Campo Café com colaboradores Todos os participantes são da equipe do Departamento de Café da cooperativa Carlos Aurélio de Freitas Junior Setor de Classificação e Comercialização de Café

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o dia dois de julho, foi realizado na Fazenda São Francisco em Patrocínio Paulista/SP, um dia de campo que contou com a participação dos colaboradores do Departamento de Café da cooperativa que são os responsáveis pelo recebimento, armazenamento, movimentação, classificação e comercialização, além de colaboradores da torrefação da Cocapec. Os participantes acompanharam todos os processos de colheita manual e mecanizada, além do pós-colheita, como a secagem natural nos terreiros e em secadores, armazenamento em tulhas, beneficiamento e preparo dos cafés naturais e cerejas descascados. Ficou claro o quanto é importante todos os cuidados necessários em cada etapa e que todos os detalhes

realmente fazem a diferença e influenciam a qualidade do café. Por se tratar de uma fazenda certificada, os colaboradores conheceram todos os procedimentos que devem ser adotados desde a lavoura até a entrega do produto para depósito na cooperativa, e que são de responsabilidade do produtor. As etapas do processo dentro da cooperativa para garantir as exigências e a rastreabilidade do café, também foram abordadas. “Foi um dia preparado especialmente para esclarecer dúvidas e interagir o grupo com a vivência real de uma fazenda de café no período de colheita, conscientizando e reforçando a importância e o papel de todos os elos da cadeia do café”, concluiu o gerente do Departamento de Café Sr. Anselmo Magno de Paula.

Demonstração de terreiro suspenso

Equipe recebe explicações em meio a lavoura de café

Participantes/equipe do Departamento de Café

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NEGÓCIOS

NEGÓCIOS

Balanço da Safra Comercial 2010/11 na região de atuação da Cocapec Grãos miúdos demandam maior quantidade do produto para completar a saca de 60kg Anselmo Magno de Paula Departamento de Café

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O

efeito da bianualidade esperado dos cafezais na safra 11/12, em grande parte da cafeicultura nacional e de forma mais intensa na região da Alta Mogiana apresentou um componente a mais que intensificou a redução do volume colhido desta safra. O prolongado período de estiagem no ano passado somado a altas temperaturas no período de pré e pós-florada contribuíram fortemente para que a redução fosse ainda mais acentuada do que o esperado. A chuva que chegou tarde demais prejudicou principalmente o pegamento do chumbinho, além do que, possivelmente outros fatores climáticos interferiram no enchimento dos grãos, tornando os frutos com uma casca muito espessa, prejudicando o rendimento na hora do beneficiamento do café. Outro acontecimento que comprometeu o volume da produção da lavoura foi um forte vendaval acompanhado de uma intensa chuva na nossa região, ocorrido no início do mês de junho. O fenômeno atingiu diversas lavouras na região derrubando muito café no chão, deixando os produtores frustrados com a quantidade colhida no pé, chegando em alguns casos da colheita que no chão tinha mais café do que na árvore. Mas se de um lado a safra ficou abaixo da expectativa, do outro, o fator qualidade não foi alterado. Pelo contrário, bebida continua excelente e atende aos requisitos dos compradores cada vez mais exigentes. Para a próxima safra, seu potencial é otimista. A florada está começando a dar sinais principalmente nas lavouras mais novas, com o botão floral em desenvolvimento. As experiências vividas confirmam a importância da água no solo atrelado a temperaturas amenas para um bom pegamento da florada. Neste contexto, reforça a

importância da lavoura bem conduzida prevendo otimizar ao máximo suas produções. Mercado De fato temos um momento de grande incerteza na economia mundial. O produtor fica indeciso sobre qual melhor momento vender sua produção. Se de um lado temos um fundamento positivo que o mercado continua muito ajustado, com baixos estoques, nessa análise a indicação é para não vender. Por outro lado, o movimento financeiro, a desordem da economia mundial, de maneira genérica sinaliza a desvalorização das commodities interferindo diretamente na redução dos preços do café como ocorrido em 2008. Numa outra análise, acredita-se que o valor das empresas, ou seja, suas ações desvalorizem muito mais do que as commodities, em especial, as agrícolas porque apesar das turbulências e de um consumo crescente, essas apresentam de maneira geral forte equilíbrio de oferta e demanda. O mercado da commodity café desde a safra do ano passado continua e deverá continuar muito equilibrado. Existe sempre um ceticismo em relação à produção brasileira, onde os importadores acham que o volume colhido é sempre maior do que o divulgado. A esperança é que ocorra no mínimo o que aconteceu na crise de 2008 para 2009 que, com todas as idas e vindas, o consumo de café cresceu. De maneira geral acreditamos num mercado muito firme, já que os estoques atuais pelo mundo continuam muito baixos, o bom nível de exportação que o Brasil vem desempenhando, e a ausência de outros países despontando na produção para suprir alguma deficiência no abastecimento, traduzem otimismo com os preços futuros.

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NEGÓCIOS

Cocapec participa do VI Seminário Internacional do Café no Rio de Janeiro Cocapec participa do VI Seminário Internacional do Café no Rio de Janeiro Murilo Andrade Setor de Comunicação

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os dias cinco e seis de setembro, aconteceu o VI Seminário Internacional do Café, realizado na cidade do Rio de Janeiro. O evento reuniu diversos profissionais ligados ao setor cafeeiro que tiveram uma intensa agenda com diversas palestras onde foram debatidos os mais variados temas envolvendo o café. Foram mais de 200 participantes vindos de todo Brasil e também do exterior, dentre os participantes políticos, representantes de cooperativas, economistas, executivos, além de outros um público bastante variado que pode observar as diferentes áreas em que o café está envolvido. Temas como economia, política, industrialização, social, safras, produção, novidades, mercado interno e externo e situação de cada região produtora de café, estiveram no centro das discussões nos dois dias de evento. Representando a Cocapec esteve o presidente João A. Toledo Filho, o diretor secretário Ricardo Lima Andrade e o gerente do Departamento 26

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A participação ativa da cooperativa neste evento traz não só prestígio, mas também experiências que foram compartilhadas com os demais presentes de Café, Anselmo Magno de Paula. O colaborador Anselmo proferiu uma palestra no segundo dia do evento. Ele falou durante 40 minutos para mais de 200 profissionais, direta ou indiretamente ligados ao café, sobre o levantamento histórico do parque cafeeiro e estimativa de safra

na Alta Mogiana. Além de toda a explanação técnica do tema, nosso colaborador ainda deu uma descrição sobre a Cocapec mostrando alguns números, como a quantidade de cooperados e colaboradores, além de informações sobre a área de atuação da Cocapec, estrutura, departamento técnico e comercial e seus serviços prestados aos cooperados.

Cronograma do VI Seminário Internacional do Café

SEGUNDA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO

TERÇA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO

> Ministro da Agricultura (*) As linhas de ação para os anos de 2011/13

>Sr. Guilherme Braga - Diretor Executivo do CECAFÉ A situação do mercado mundial do café

> Sr. Antonio Anastasia - Governador de MG A importância social do café, o papel do governo e a criação do fundo estadual

> Sr. Robério Oliveira Silva - Diretor do DENAC - MAPA A situação da cafeicultura brasileira e os programas de governo

> Dr. Renato Casagrande - Governador do ES A situação da cafeicultura do Estado e o papel do governo > Sr. Ricardo Villaveces - Federação Cafeic. Colômbia O fundo colombiano do café e a situação da cafeicultura local > Sr. Ademiro Vian - FEBRABAN Como vamos financiar a expansão do setor café > Sr. Tarcisio Rubner - Banco do Brasil Avaliação do setor e planos do BB de financiamento > Senador Ricardo Ferraço A importância social do café e a necessidade de políticas públicas > Sr. Américo Sato - Presidente da ABIC Desafios do setor industrial e da economia cafeeira nacional > Sr. Paulo Rabelo de Castro A tendência do câmbio para 2011/12 > Sr. John Welch - MacQuarie A situação econômica dos principais países produtores de café > Sr. Luiz Otávio Araripe Os fundamentos e a tendência do preço do produto > Sr. Silvio Porto - Diretor da CONAB As safras brasileiras de café para os anos de 2011/13 > Sr. Ivan Wedekin - Diretor Geral da BMM Desenvolvimento da comercialização de café nos mercados físico e futuro > Sr. Edilson Alcântara Novas ferramentas para os agentes do setor

> Sr. Sergio Wanderley - FGV A pressão internacional por aumento da produção agrícola > Sr. Octávio Pires - Diretor Supply Chain Dreyfus A importância dos contratos futuros da BM&F e da ICE

A participação ativa da cooperativa neste evento traz não só prestígio, mas também experiências que foram compartilhadas com os demais presentes. É a oportunidade de levar o nome da Cocapec para os mais diversos públicos. Além disso, é um ótimo momento para conhecer as novidades que envolvem o setor e trazer os conhecimentos adquiridos para a realidade da cooperativa. Isso só é possível em encontros como este, com a presença de participantes dispostos a aprender e dividir conhecimento. Para saber mais sobre as palestras ministradas no VI Seminário Internacional do Café acesse: http://www.seminariocaferj.com

Foram mais de 200 participantes vindos de todo Brasil e também do exterior

O evento contou com a participação do governador de Minas Gerais Antônio Anastasia

> Embaixador Jorio Dauster A criação do FUNCAFÉ e o papel de fundos estabilizadores > Sr. Lucio Dias - Cooxupé A situação da cafeicultura e a perspectiva da safra de 2012/13 de Minas > Sr. Francisco Sérgio de Assis - Federação Caf. Cerrado A situação da cafeicultura e a perspectiva da safra de 2012/13 do cerrado > Sr. Anselmo Magno de Paula – Gerente do Departamento de Café da Cocapec Levantamento histórico do parque cafeeiro e estimativa de safra na Alta Mogiana > Cooperativa de São Gabriel - COOABRIEL A situação da cafeicultura e a perspectiva da safra de 2012/13 do Espírito Santo > Sr. Carlos Melles - COOPARAISO A situação da cafeicultura e a perspectiva da safra de 2012/13 de Minas > Sr. Fernando Romeiro de Cerqueira - COOCAFÉ A situação da cafeicultura e a perspectiva da safra de 2012/13 da zona da mata > Sr. João Lopes Araujo - Ass. Produtores Café da Bahia A situação da cafeicultura e a perspectiva da safra de 2012/13 da Bahia

> Sr. Carlos Brando - P&A Marketing Internacional Como a produção brasileira pode crescer e melhorar qualidade > Sr. Niwton Moraes - Secretaria de Agricultura de MG Os pequenos produtores e as regiões de minas com carência de infraestrutura > Sra. Lilian Miranda - Diretora de café da Nestlé A evolução do mercado brasileiro de café

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CAPA

CAPA

Cocapec entre as melhores e maiores do agronegócio Resultado é mérito dos comprometidos cooperados e colaboradores da cooperativa Luciene Reis Setor de Comunicação

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Cocapec foi classificada pelo Anuário Melhores onde a cooperativa está em 848º lugar, implica em a e Maiores da Revista Exame 2011, esta pesqui- empresa ter um faturamento anual de pelo menos 192 sa mede o desempenho das empresas, tomando milhões de dólares. O critério de classificação utilizado é como base as demonstrações individuais como liquidez, o da receita de vendas (faturamento bruto), um indicador faturamento e patrimônio. da contribuição da empreNo agronegócio a cooperasa para a sociedade em tiva foi a 2ª melhor do setor termos de produtos e sercafé, 33ª entre as 50 que A cooperativa foi a 2ª melhor viços oferecidos no ano mais cresceram em faturaanalisado. do setor café mento e, das 400 maiores, Para o vice-presia 186ª. E, no ranking das dente da Cocapec, Carlos 1000 maiores empresas em vendas do país alcançou a Yoshiyuki Sato é mérito dos comprometidos cooperados e 848º posição. colaboradores da cooperativa, ela estar entre as melhores As 400 em destaque do agronegócio são classi- empresas do Brasil, consolidando o árduo trabalho realificadas dentre produtores agropecuários, empresas que zado em seus 26 anos. Ele destacou também, o orgulho fornecem insumos ou prestam serviços a esse público e que a Cocapec tem de dividir com sua região de atuação, as indústrias que compram o produto agropecuário para esta projeção nacional. processamento. Neste ranking a Cocapec ganhou posiEm 2010, período analisado pela equipe da Exações indo do 248º lugar para o 186º. Entre estas empre- me neste último anuário, a Cocapec apresentou um sas a Revista Exame classificou ainda as 50 com maior crescimento em faturamento de 37,6% em comparação expansão no faturamento, na qual a Cocapec ficou em à 2009 e registrou sobras de R$ 5,9 milhões. O valor foi 33ª colocação. destinado para novos investimentos como a aquisição de Já para figurar entre as 1000 maiores do Brasil, terreno e construção da nova filial de Claraval, promoção

Posições alcançadas pela Cocapec no Raking do Anuário* Exame nos últimos cinco anos

Anuário Revista Exame Agronegócio

Anuário Revista Exame 1000 Maiores Empresas do Brasil

500 Maiores do Agronegócio 2007/2008

400 Maiores do Agronegócio 2008/2009

Edição 2009

10 Melhores do Setor Café

10 Melhores do Setor Café

10 Melhores do Setor Café

238ª

248ª

186ª

10 Melhores do Setor Café

362ª Maiores do Agronegócio

10 Melhores do Setor Café

400 Maiores do Agronegócio

Edição 2010

400 Maiores do Agronegócio

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400 Maiores do Agronegócio

50 Maiores Agronegócio/ Crescimento do Faturamento

980ª

848ª

1000 Maiores Empresas do Brasil

Nestas duas edições a Revista Exame trabalhava o anuário do Agronegócio e o de Empresas Nacionais de forma separada

33ª

259ª Maiores do Agronegócio

Edição 2011

1000 Maiores Empresas do Brasil

A partir de 2009 a revista exame passou a trabalhar o agronegócio e as empresas com atuação do Brasil num mesmo anuário o que permitiu que cooperativas como a Cocapec pudessem fazer parte do ranking das 1000 maiores do país

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CAPA

OPNIÃO

No agronegócio é 33ª entre as 50 que mais cresceram em vendas e, das 400 maiores, a 186ª

das marcas de café, manutenção de campanhas e projetos e, aumento do capital social. Segundo João Alves de Toledo Filho, presidente da cooperativa, o desenvolvimento apresentado ocorreu devido aos investimentos realizados pela Cocapec e ao recebimento de mais de 1 milhão de sacas de café de seus cooperados. “A percepção adquirida pelo produtor da Alta Mogiana quanto à necessidade de investir em suas lavouras e as condições de preço e prazo de compra de produtos oferecidos pela Cocapec possibilitaram resultados satisfatórios, per-

O cafezinho que fala Ellen Fensterseifer Woortmann*

O

cafezinho faz parte do conjunto constituído pela comida e, como tal, “fala” de práticas, valores e possui dimensões simbólicas interessantes. Ele é parte de uma linguagem. Tomar cafezinho junto significa compartilhar, tornar um momento ritual, marcá-lo como algo que nos aproxima, reforça laços. Pode ser também uma pausa no cotidiano. Quando se recebe alguém em casa, principalmente quando não é alguém muito conhecido, e se “passa um café” novo, esse é um claro sinal de boas vindas: a presença da pessoa é desejada. Inversamente, servir um café morno ou requentado é ofensivo, significa que a pessoa deve se retirar logo.

No ranking das 1000 maiores empresas em faturamento do país alcançou a 848º posição

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mitindo que figurássemos no Anuário da Exame”, assinala João Toledo. Os fatores apresentados, mais o crescimento no consumo nacional de café aliado à exigência por grãos de qualidade, característicos na região em que a cooperativa atua, impulsionaram os negócios para os cooperados da Cocapec, mantendo-a, nos últimos anos, entre as 10 melhores do agronegócio café, sendo que, em 2010 obteve o 1ª lugar nesta categoria. “Figurar novamente neste ranking mostra os resultados do trabalho contínuo e da confiança e fidelidade de nossos 2 mil cooperados e dedicação dos nossos colaboradores”, assegura o diretor secretário Ricardo Lima de Andrade. Setembro / Outubro 2011

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OPNIÃO

OPNIÃO

adaptação da tradição aos novos tempos. Por outro lado, ainda hoje, em lugares tradicionais no Sul, cafezinho e chimarrão falam de níveis de relações diferenciadas, ou de proximidade de relações: a parentes, amigos próximos, íntimos, oferece-se chimarrão; já aos estranhos, aos “de fora”, um cafezinho recém-coado ou morno. Já entre os ítalo-brasileiros, do mesmo modo que ocorre com a cachaça - que no verão é servida com gelo, limão e açúcar, a caipirinha, enquanto que no inverno o serrano é servido em temperatura ambiente, com limão e açúcar, “aquecido” com canela -, o cafezinho fala de estações do ano. Se na primavera e verão ele é servido “puro”, no outono e principal-

O cafezinho fala de práticas e preferências hábito tradicional de os homens lançamentos de livros e questões culinárias. No Acre e em Goiás, por exemplo, o termo serem servidos na sala principal teóricas, onde alunos são orientacafezinho supõe café com açúcar, porque a bebida já da casa, ao passo que nós mulhe- dos informalmente, mas também é é coada com açúcar, “com mel”, o que faz com que, res fomos convidadas a tomá-lo na o espaço em que casos e causos necessariamente, o café seja sempre consumido com cozinha. O bule, xicrinhas esmalta- são confidenciados. Já no Cafeziaçúcar. das, o “açúcar preto” (mascavo) e nho da Câmara dos Deputados e O cafezinho “fala” de níveis distintos de consu- o café eram os mesmos, mas a an- nas chamadas “bocas malditas” mo, sinaliza situações de vida precária, de penúria e tiga separação espacial por gêne- das cidades... bem, outros assunaté precisão. Isso quando, por exemplo, estratégias ros era evidente: lugar de mulher é tos são discutidos... são empregadas para substituir o pó de café O cafezinho tampor cevada ou por milho ou feijão torrados. bém fala de identidade. Ou quando o pó de café, depois de coado, é Na fronteira gaúcha, por seco e reutilizado. Ou ainda, situação mais exemplo, no “tempo dos Tomar cafezinho junto crítica, quando o café tem que ser substituantigos”, ao lado do hásignifica compartilhar, tornar ído por chá de plantas coletadas, como cabito de tomar chimarrão, pim santo ou cidró. tomava-se o tradicional um momento ritual, marcá-lo Ele também fala do lugar em que é café de chaleira: o pó do como algo que nos aproxima, servido. Pode ser um cafezinho mantido café era colocado dentro quente em máquina, num restaurante de beida chaleira com água; reforça laços ra de estrada, já com açúcar e servido em levantada a fervura, um copo de vidro ou plástico. Ou, ao ser servido tição incandescente era em um restaurante de bom nível, o cafeziintroduzido para decannho será uma variedade gourmet, coado na mesa em na cozinha! tar o pó. Atualmente, enquanto o Ainda, cafezinho designa o café de chaleira praticamente decoador de cristal, puro, acompanhado com açúcar mascavo ou branco, adoçante, biscoitinho, casca de espaço em que é servido. Assim, sapareceu do cotidiano das casas laranja cristalizada, chocolate com menta, cremes, o Cafezinho do Departamento de urbanas e fazendas, a prática é, ao degustado em xícara delicadamente ornada com um Antropologia da UnB - na verda- lado do chimarrão, nos Centros de de, uma passagem adaptada com Tradições Gaúchas em todo Brasil, guardanapo de renda. O cafezinho também fala de relações de gêne- mesa e poltronas, doadas pelos altamente valorizada como símboro. Como pesquisadora, em visita a uma conceituada professores - constitui o lugar em lo de identidade gaúcha: esse é fazenda goiana, em Serranópolis, estranhei muito o que são comentados os últimos o cafezinho servido, numa clara

mente no inverno, ele é “aquecido” com graspa, fazendo face às baixas temperaturas e aquecendo as relações entre as pessoas. Finalmente, se o cafezinho constitui uma linguagem, nem sempre o uso dos mesmos termos, traduzidos, implica em significados análogos. No Brasil, via de regra, “café forte” significa o uso de maior quantidade de pó, de variedades consideradas fortes - como a robusta - e com torrefação forte: o cafezinho é aí pensa-

do como estimulante. No entanto, cuidado! Essa expressão não deve ser confundida com o “café fuerte” tal como é conhecido em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, uma mistura de pó de café industrializado à qual é misturado sangue de boi desidratado e pulverizado. Esse cafezinho, consumido basicamente pelos homens adultos, é pensado como estimulante, mas também como bebida energética e afrodisíaca!

* Ellen Fensterseifer Woortmann é antropóloga, professora da Universidade de Brasília (UnB) e apreciadora de um bom cafezinho.

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OPNIÃO

OPNIÃO

A Juventude e o Cooperativismo Luciana Santos*

nômico que se propõe a enfrentar os desafios do mercado sem deixar de promover a coletividade e os princípios que norteiam o seu desenvolvimento. Ele carrega consigo os desafios e aprendizados coletivos que tanto prezamos quando jovens, sem cair na visão ingênua de que não existe concorrência e de que não é preciso superar continuamente os próprios limites. É o cooperativismo que tem maior potencial de canalizar a energia da juventude, favorecendo não só o lado humano, mas também o econômico, de forma coletiva.

A proposta da ACI nos convida a pensar a juventude independentemente de faixas etárias ou situação familiar; mas como potencial de desenvolvimento do futuro cooperativista. Pensar o jovem hoje nos permite aproveitar seus potenciais, diversificar as ideias de desenvolvimento do negócio e promover a sustentabilidade da organização. Ao mesmo tempo, oferece esperança àqueles que se identificam com seus princípios, mostrando que não precisam abrir mão deles para sobreviver no mercado.

* Luciana Santos é analista de projetos sociais do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP)

E

m agosto de 2011 se encerra o ano internacional da juventude, proclamado pela Organização das Nações Unidas. O final de um ciclo é sempre um convite a refletir e nesse caso não há como ser diferente. Afinal, a juventude pode representar uma grande ameaça ou um grande potencial para uma sociedade. É dela que depende o futuro daquilo que nos é caro, do mundo com o qual queremos contribuir, do mundo em que nossos filhos e netos viverão. Este ano, alinhada à proposta da ONU de pensar a juventude, a Aliança Cooperativa Internacional sugeriu para o dia internacional do cooperativismo, comemorado sempre no primeiro sábado de julho, o tema “Juventude: futuro do cooperativismo”. A proposta foi de lançar o desafio de apresentar aos jovens todo o potencial que o cooperativismo tem de ser um caminho ético e sustentável.

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Se fizermos o exercício de lembrar os nossos sonhos e percepções de mundo quando jovens, certamente perceberemos que a coletividade e os princípios de grupo eram muito importantes. Nessa fase, é forte o sonho de disseminar valores que podem fazer nosso mundo melhor. É forte também a noção de coletividade como instância superior ao indivíduo isolado. No entanto, conforme se dá o processo de inserção no mercado de trabalho e nas instituições que a ele se voltam, o discurso predominante combate esse sonho, apontando como único caminho possível para sobreviver a competição de todos contra todos. Muitas vezes esse discurso vence a esperança, fazendo com que ideais de coletividade pareçam tolos ou muito frágeis. Na mão contrária, o cooperativismo se apresenta como uma alternativa à esperança juvenil. Isso porque se trata de um sistema eco-

O cooperativismo se apresenta como uma alternativa à esperança juvenil

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NOVIDADES

NOVIDADES

Pedregulho ganha nova sede em outubro Espaço conta com uma área quase sete vezes maior que a anterior Murilo Andrade Setor de Comunicação

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provada pelos cooperados na Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada em 25 de março de 2010 e um ano e meio após o início das obras, a nova unidade de Pedregulho/SP será entregue em outubro. Devido ao crescimento de suas atividades, a filial apresentava necessidade de expandir sua área. O antigo endereço não atendia mais as demandas da cooperativa devido ao seu tamanho. Atividades como entrada e saída de mercadorias, estoque, loja, além de outras, ficaram comprometidas segundo Edivaldo Simões de Oliveira, coordenador Cocapec Pedregulho. A construção foi iniciada em abril de 2010 e está prevista para terminar em outubro de 2011. O investimento de R$ 3,85 milhões foi empregado na aquisição do terreno de 24 mil m² e na construção da loja e armazéns. O espaço conta com uma área quase sete vezes maior que a anterior que era de 3.5 mil m². A capacidade do armazém que antes era de 50 mil sacas, praticamente triplicou. A nova localização trará também benefícios a logística. Por ser fora da cidade facilita o acesso a cooperados e agiliza todo processo de carga e descarga uma vez que os caminhões terão mais espaço para suas manobras. O carregamento de cafés, adubos, defensivos entre outros, será feito de forma mais rápida, o que gera maior eficiência nos serviços prestados ao cooperado. A área de atendimento e os estoques da loja também foram ampliados, o que permitirá uma melhor organização, maior variedade, quantidade e controle dos produtos. No mesmo local funcionará o novo Posto de Antedimento ao Cooperado (PAC) da Credicocapec. Uma novidade proporcionada pela mudança de endereço é a criação do setor de máquinas e implementos. Todos os produtos já oferecidos na matriz serão disponibilizados na unidade. O cooperado terá maior comodidade no momento de fazer suas compras, pois não será mais necessário se deslocar até Franca para efetuar os trâmites necessários para aquisição dos equipamentos. A construção dessa nova sede fortalece ainda mais o núcleo de Pedregulho. Mostra como a Cocapec prima pelos seus cooperados e sempre busca oferecer serviços de excelência, trazendo benefícios, dinamismo e bem estar a quem acredita na cooperativa. 38

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Armazém de café já funciona desde junho de 2010

O espaço abrigará a loja, escritórios e a Credicocapec

Projeto da nova sede Números da nova sede

Investimento:

Capacidade do armazém:

Área do armazém:

Área total:

R$ 3.85 milhões 140 mil sacas 2.6 mil m²

Estrutura metálica na construção do armazém de café

Interior do armazém de café

24 mil m²

A nova sede da filial em Pedregulho está localizada na Av Orestes Quércia, nº 611, Zona rural.

A localização beneficia todo o processo de logística

Loja terá mais espaço e trará maior conforto ao cooperado

A balança já está preparada para receber a produção Setembro / Outubro 2011

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NOVIDADES

NOVIDADES

Galileu é o novo presidente do Sindicato Rural Entre suas metas está aumentar a prestação de serviços e o número de sócios Realindo J. Mendonça Júnior Cooperado e Jornalista

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Cafeicultor Galileu de Oliveira Macedo é o novo Presidente do Sindicato Rural de Franca. A posse foi dia 29 de agosto, juntamente com a nova Diretoria e terá mandato de 3 anos. O novo presidente vem de uma família tradicional na agricultura e durante toda a vida deu continuidade ao trabalho que há 80 anos já tinha destaque na região de Jeriquara. Foi sócio- fundador da Cocapec (Galileu é o cooperado número 15) e integra também o quadro da Credicocapec. Uma de suas principais metas a frente do Sindicato é aumentar a prestação de serviços e o número de sócios, tendo em vista que a base territorial abrangida pelo Sindicato inclui os municípios de Franca, Jeriquara, Cristais Paulista, Restinga, Ribeirão Corrente e São José da Bela Vista com aproximadamente 2.000 agricultores. A área de atuação do Sindicato é bastante diversificada, abrangendo, café, soja, cana, tomate, batata, milho, hortaliças, criação de gado leiteiro e de corte, suínos, granjas de frangos e ovos, e áreas de eucalipto. Para Galileu o

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crescimento e a variedade da produção regional devem-se ao trabalho dos produtores, mas é preciso melhorar a representatividade política dessa classe, adotando iniciativas que possam permitir a continuidade do crescimento apresentado nos últimos anos. Segundo Galileu o Sindicato Rural tem sido atuante em muitas áreas, como a prestação de vários serviços aos seus associados: escrituração da fazenda, contabilidade rural, admissão de funcionários, orientações sobre ITR, cursos em parceria com o Senar e trabalhos ao lado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, de forma a garantir os melhores resultados. “Vejo um futuro promissor para a classe rural e entendo que os produtores, mesmo não sendo associados, podem procurar o Sindicato, pois o objetivo é a prestação de serviços a este público. Convido os produtores a se aproximarem do Sindicato Rural de Franca, pois esse entrosamento será sempre importante e valorizado. Pretendemos lutar ao lado de parceiros como o Banco do Brasil, Cocapec, Credicocapec, Cati, Casa da Agri-

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Cerca de 100 pessoas estiveram presentes no evento

Cocapec e Pfizer fazem parceria para lançar produto Murilo Andrade Setor de Comunicação

Novo método é uma revolução na hora de castrar o boi, o produto torna o animal infértil gradativamente

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Galileu de Oliveira Macedo, cooperado da Cocapec e novo presidente do Sindicato Rural de Franca

cultura, Senar, Faesp , Sindicato dos Trabalhadores Rurais e outras instituições parceiras, fomentando a pesquisa e todas as iniciativas importantes para a agricultura da região já que os seus objetivos são comuns”, finalizou. O Sindicato Rural tem 390 associados, com sede na Avenida Wilson Sábio de Mello, 1.490, prolongamento da Avenida Santos Dumont.

Cocapec, reconhecida por estar sempre em busca de novas tendências tecnológicas nos mais diversos seguimentos, foi escolhida pelo laboratório Pfizer para ser sua parceira no lançamento regional de seu mais novo produto: Bopriva. Cerca de 100 pessoas entre cooperados pecuaristas de gado de corte, clientes, veterinários da região e representantes de todas as filiais, estiveram presentes ao encontro realizado no dia 19 de maio no restaurante NonoMio em Franca/SP. Os convidados receberam todas as explicações e especificações do produto através da equipe do departamento técnico da Pfizer. Segundo os técnicos, por ser uma vacina o novo método é uma revolução na hora de castrar o boi, o produto torna o animal infértil gradativamente o que facilita seu manejo. Além de eliminar os problemas causados pela castração cirúrgica (in-

fecções, bactérias e até a morte), um dos maiores benefícios da nova técnica é o melhor acabamento da carcaça que resulta numa maior qualidade da carne. Os presentes tiveram ainda a oportunidade de conhecer e manipular o aplicador desenvolvido exclusivamente para aplicação segura da vacina. Após as explicações técnicas os profissionais abriram espaço para perguntas onde todos puderam tirar suas dúvidas. Em seguida, um jantar foi servido aos convidados. O evento contou ainda com a demonstração de mais um produto do laboratório, o endectocida Treo. Segundo Claudia Baston, gestora de loja da cooperativa, eventos como este, são uma ótima oportunidade de estreitar o relacionamento do fornecedor e cooperativa com cooperados, clientes e profissionais da área, um contato que é sempre positivo, através da difusão de tecnologia. Setembro / Outubro 2011

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SOCIAL

Convênio Cocapec SENAR promove cursos em Ibiraci e Claraval

Jovens que participaram do Curso de Pintura Participantes também fizeram desenhos variados

Raquel Cintra Rosa Unidade Cocapec Ibiraci

Curso Terrereiro A Cocapec e o SENAR no intuito de continuar a capacitação de produtores e trabalhadores rurais promoveu um curso de Terrereiro, onde os 11 participantes foram orientados como manter a qualidade do produto colhido através dos cuidados no terreiro durante a secagem do café, além de promover a saúde e a segurança no trabalho. Para esse curso a Cocapec contou com a colaboração do cooperado José Marcos Chicaroni proprietário da Fazenda Cafeeira São Judas Tadeu, que abriu as portas de sua propriedade para receber os participantes. Curso Pintura em Tecido Também, através da parceria Cocapec e Senar, foi realizado o curso de Pintura em Tecido, na Comunidade Porteira da Pedra, município de Claraval, com a participação de 10 jovens. As participantes aprenderam como misturar as tintas para criar novas cores a partir de cores primárias, além de técnicas para a conservação do vestuário.

Abaixo a grade de cursos a serem desenvolvidos pelo Senar e pela Cocapec. - Aplicação de Agrotóxicos - Tratorista - Manutenção de Colhedora de Café - Poda Manual e Mecanizada - Motosserra - Roçadora Shindaiwa - Ordenhadeira Mecânica - Classificação e Degustação de Café - Prevenção de Acidentes - Motoniveladora (Patrol) - Produção Artesanal de Alimentos (quitandas) - Artesanato com Papel Machê

Aula prática de manejos corretos

Participantes recebem informações sobre cuidados pós-colheita

Outros treinamentos também poderão ser agendados de acordo com a demanda. Para obter mais informações sobre os cursos que ocorrerão, entrar em contato com Raquel Cintra Rosa pelo telefone (35) 3544-5000.

O que é o Senar?

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é uma instituição de direito privado, vinculado à confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e às Federações de Agricultura, administrada por um Conselho com representantes da classe patronal rural, do governo e dos trabalhadores rurais. Os recursos são originários da contribuição de produtores rurais e instituições como sindicatos, federações, profissionais liberais e agroindústrias.

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CAFÉ E ALGO MAIS

CAFÉ E ALGO MAIS

Turismo Rural: Rota do Café Propriedades cafeeiras investem no setor como forma de diversificar a renda

Murilo Andrade Setor de Comunicação

E

stima-se que 3% da população mundial procuram o turismo rural como forma de entretenimento. O setor cresce em média, 6% ao ano segundo a Organização Mundial do Turismo. No Brasil esta atividade é relativamente nova, tendo iniciado cerca de 20 anos. Porém, com grande potencial e a diversidade rural do país, o seguimento se desenvolveu rapidamente e se espalhou por diversas regiões. Pessoas, tanto dentro quanto fora do país, estão dispostas a colocarem os pés na terra e abertas para conhecer

Contato com animais é um grande atrativo

ao visitante. claro, das atrações naturais como montanhas Café e Turismo Rural e vales presentes na região. Maiores inforVárias propriedades produtoras de mações http://www.preservale.com.br. Mas O visitante café investem no setor de turismo como foro exemplo mais bem sucedido relacionado recebe ma de diversificar a renda. Muitos produtores ao café vem do norte do Paraná. A região foi viram nessa fatia de mercado uma maneira uma das vencedoras do prêmio Roteiros do informações de diferenciada de utilização do grão. O visitanBrasil, realizado no 6º Salão do Turismo em todas as etapas te recebe informações de todas as etapas do São Paulo e reconhecido pelo Ministério do do cultivo do cultivo do produto como: plantio, colheita, seTurismo. O roteiro paranaense superou os já cagem, torrefação e industrialização. Porém, consagrados destinos nacionais como praias, produto cada localidade tem seu modo de explorar parques ecológicos, urbanos, e levou o troféu. esta atividade, seguindo as características Mas claro que isso não aconteceu de forma da região onde se encontra. É o caso de alsimples. Muito trabalho foi realizado principalgumas fazendas que além de toda a explanação sobre o café, mente no seu planejamento que aconteceu 20 meses antes do traz o fator histórico, referente à sua estrutura, como diferencial. início da rota em 2008. Hoje o projeto abrange 15 municípios e Mas isso não quer dizer que onde não exista este elemento o tu- 30 empreendimentos. A região conta com um mix de atrações rismo rural não pode ser instalado. Muito pelo contrário. Várias fa- variadas como pousadas, restaurante, artesanato, ecoturismo, fazendas, sítios e até propriedades menores que não possuem este zendas históricas e cultura, onde o próprio visitante é que escolhe atrativo tem um grande faturamento recebendo visitantes curio- a melhor forma de aproveitar as opções. Para saber mais acesse sos e dispostos a conhecer um pouco mais da cultura cafeeira. http://www.rotadocafe.tur.br. Rota do Café Estes são alguns exemplos eficientes de turismo rural Dentro do turismo rural existe um seguimento chamado existentes no Brasil. Com certeza uma das melhores formas de de rotas. As rotas se instalam em localidades com característica se explorar o campo hoje. A atividade movimenta toda uma redefinidas e que são identificadas pelas atividades e/ou atrativos gião, gerando emprego, renda, e diversificação da cultura local. existentes na região. Culturas como o açúcar, vinho e claro, o A hospitalidade do povo simples do campo é cativante. Seguracafé, já possuem suas rotas por todo país. Em relação ao café, mente este é um dos segredos do sucesso da atividade turística. podemos destacar a região fluminense do Vale do Paraíba que Para quem quiser se profissionalizar na área, uma boa além de toda a explicação técnica sobre o cultivo do café con- opção na região é o curso de Técnico em Turismo oferecido ta com fazendas históricas que atraem um público em busca pelo Senac/Franca. Os interessados podem acessar http://www. de informação, curiosidades, boa comida e muita história, além, sp.senac.br/franca.

tudo que o campo pode oferecer. Mas o que é turismo rural? Basicamente são visitas em propriedades rurais que produzem um ou vários tipos de produtos onde os turistas tem a oportunidade de presenciar todo processo de campo. Essas caminhadas são dirigidas por guias que fornecem toda explicação da cultura produzida pela propriedade ao visitante. Além disso, muitas localidades que exploram este seguimento colocam a disposição dos frequentadores alguns atrativos a mais como restaurantes, pousadas, artesanatos, passeios ecológicos e históricos e muito outros. Isso tudo para tornar a localidade mais atraente e agradável

Sabores do campo para encantar os visitantes

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EVENTOS

CAFÉ E SAÚDE

COCAPEC ESTÁ APTA A RECEBER CAFÉS UTZ DESDE 2010 Conselho da Utz Certified faz sua reunião anual no Brasil

O

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Estudo desenvolvido em Portugal procura desvendar mitos sobre a ingestão do café Adaptação de texto do RCM Pharma

P&A Marketing Internacional

s membros do conselho da iniciativa de sustentabilidade Utz, empresa da qual os armazéns da Cocapec - Matriz possuem certificado desde 2010, estiveram no Brasil para sua reunião anual. O evento, realizado regularmente na sede da organização na Holanda, ocorreu no Brasil nos dias 26 e 27 de agosto. O grupo escolheu o Brasil para sediar sua reunião dada a posição de destaque que o país ocupa no mercado internacional de cafés e sua relevância como maior fornecedor mundial de cafés certificados Utz. Em 2010, cerca de 1 milhão de sacas de café com a certificação Utz foram exportados pelo Brasil. Entre todos os cafés Utz comercializados no mundo, provenientes de 23 países produtores que adotam as boas práticas agrícolas e os critérios ambientais e sociais estabelecidas pela Utz Certified, 38% são do Brasil, 22% são do Vietnã e 18% são de Honduras. O Brasil produz hoje o maior volume de cafés certificados do mundo; em verdade, o país é a maior fonte de cafés sustentáveis do planeta. O mercado interno também começa a se conscientizar da importância da certificação; no ano passado aproximadamente 200.000 sacas de café certificado Utz foram comercializadas dentro do Brasil e utilizadas pela indústria para preparar cafés vendidos a consumidores brasileiros. Juntamente com os membros do conselho do sistema Utz de sustentabilidade, também estavam no Brasil o diretor executivo da Utz, sua diretora comercial e uma das executivas

Café pode reduzir risco de AVC em mulheres

de marketing e comunicação. Eles aproveitaram a semana no país para conhecer melhor o mercado de café e os hábitos de consumo da população. Em São Paulo, visitaram diversos pontos de venda de café como supermercados, padarias, cafeterias, lojas especializadas e restaurantes. Os representantes da Utz também estiveram na ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) e no CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café) para reuniões de trabalho. No interior dos estados de Minas Gerais e São Paulo, eles tiveram a oportunidade de visitar fazendas de pequeno e médio porte e conhecer instalações de processamento, benefício e armazenamento de café. Entre as considerações feitas pelo conselho durante sua reunião está a necessidade de ampliar o sistema de suporte aos produtores brasileiros, tanto de Arábica quanto de Conilon, e de desenvolver mais marcas de café com a certificação Utz no mercado interno, similar ao que já vem sendo feito pelos cafés especiais. Além de café, a Utz também trabalha com a certificação de cacau e chá, e realiza a rastreabilidade de óleo de palma africana (dendê), entre outros produtos. A Utz foi fundada em 1997 e hoje está presente em mais de 60 países ao redor do mundo. Em 2010, os armazéns da Cocapec – Matriz, localizada em Franca/SP, receberam a certificação e estão aptos a receber cafés UTZ, preservando a rastreabilidade do produto e realizando os procedimentos e boas práticas que constam no código de conduta atendendo as necessidades dos cooperados que possuem propriedades certificadas e as exigências do mercado.

M

ulheres que bebem entre uma e duas xícaras de café por dia têm menor probabilidade de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), do que aquelas que não consomem a bebida. A conclusão é de uma investigação norte-americana, do grupo de mamografia de Karolinska, que abrangeu um total de 34.670 mulheres sem históricos de doenças cardiovasculares. O estudo teve uma duração de 10 anos, ao fim dos quais a equipe constatou 1.680 ocorrências de problemas cardíacos diversos e, após a análise dos fatores de risco, o consumo de café foi associado com um menor risco estatisticamente significativo de AVC total e enfarte cerebral. O café tem efeito antioxidante, diminui a acumulação de gorduras saturadas e reduz a resistência à insulina, propriedades que podem minimizar o risco de AVC. Este estudo vem, por isso, reforçar que a cafeína - frequentemente considerada como prejudicial à saúde - pode, afinal, ter um efeito protetor em relação a várias patologias, como é o caso dos Acidentes Vasculares Cerebrais – considera o professor e neurologista Rodrigo Cunha. Em Portugal, o AVC tem uma dimensão alarmante: a taxa de mortalidade é de cerca de 200/100 mil habitantes (o que corresponde a duas mortes por hora), sendo uma das mais elevadas da União Europeia. É responsável pelo internamento de mais de 25 mil doentes/ano e por elevado grau de incapacidade - 50% dos doentes que sobrevivem a um AVC ficam com limitações permanentes nas atividades da vida diária. O Programa “Café e Saúde” foi implementado em Portugal em 2007, pela Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) com o objetivo de mudar a atitude dos profissionais de saúde em relação ao consumo de café. É um projeto de informação, dirigido a profissionais da saúde, que procura esclarecer e desvendar mitos sobre a ingestão do café, reunir evidência científica quanto aos benefícios inerentes ao seu consumo na prevenção de algumas patologias e estimular o conhecimento específico sobre esta temática. Criado pela OIC (Organização Internacional do Café) apoia, atualmente, programas em Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Finlândia, França, Holanda, Rússia e Reino Unido. Setembro / Outubro 2011

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CURTAS

COOPERATIVISMO

Educação, formação e informação O 5º princípio se preocupa com a capacitação dos envolvidos na sociedade cooperativa Bruna Malta Cooperada

Brasil Destina mais de 18 mil toneladas de embalagens vazias de agrotóxico O volume é 11% maior que 2010 quando foram processadas 16.838 toneladas. Os dados se referem ao primeiro semestre do ano. Segundo o INPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) o número exato recolhido é de 18.635 toneladas. Todo material acumulado teve a destinação ambiental correta realizada pelo Sistema Campo Limpo (logística reserva de embalagens vazia de agrotóxicos).

Dia do Agricultor é marcado por homenagens em Cristais Paulista O Dia do Agricultor, comemorado em 28 de julho, foi marcado por homenagens, almoço especial e mensagem em vídeo gravada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) aos produtores. O evento aconteceu na cidade Cristais Paulista e foi organizado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão ligado ao Governo do Estado de São Paulo, e reuniu mais de 500 produtores, autoridades e políticos de 13 municípios abrangidos pela Cati regional. Roberto Maegawa, Coordenador do Setor Técnico, representando a Cocapec e falou aos presentes sobre a importância do agricultor na produção de alimentos. Não podemos deixar de lembrar que uma cooperativa preza pelo desenvolvimento social e econômico de seus membros. Para isso, o 5º princípio busca o aprimoramento dos conhecimentos com objetivo de melhorar a capacidade de produção do grupo. De olho neste princípio, a Cocapec investe constantemente em cursos, treinamentos, palestras e tecnologias de difusão da informação como revista, site e mensagem de celular. Todo este esforço contribui para que os cooperados estejam cientes dos assuntos relacionados ao mundo do agronegócio café. Podemos citar um exemplo importante e que marcou a história da cooperativa, como o curso de pós-graduação em gestão do agronegócio café promovida pela Fundação Instituto de Administração, ligado à Universidade de São Paulo. Esta iniciativa proporcionou aos alunos um conhecimento aprofundado sobre

os seus negócios, discutindo temas importantes como mercado, tecnologia e produção. Outro exemplo importante é a realização anual do Simcafé que traz além das novidades tecnológicas, informações técnicas atuais. Outra ferramenta importante disponível aos cooperados é a mensagem de celular que permite levar informação de maneira rápida e objetiva e permite que os associados tomem decisões que beneficiam seu negócio dentro do prazo necessário. Além da revista que oferece uma reflexão sobre temas necessários para os cafeicultores. Este princípio também contribui para que a cooperativa incentive ações de educação. Na Cocapec existem projetos que beneficiam cooperados e familiares, como os Encontros de Mulheres e Crianças, Comitê Educativo e outros.

5º Princípio: Educação, formação e informação

As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

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Quase metade da agroprodução passa por cooperativas Você sabia que 50% da produção agro do país passa direta ou indiretamente por alguma cooperativa? Isso acontece pela variedade de produtos do setor como: café, frango e até iogurte. O reflexo disso na economia é a geração de 146 mil empregos, o que beneficia diretamente mais de três milhões de pessoas.

‘Movimento Sou Agro’ nos meios de comunicação Para reposicionar a imagem do agro junto à sociedade brasileira o ‘Movimento Sou Agro’ estará até outubro com sua campanha publicitária. Meios de comunicação como tv, rádio, revistas, cinema, mídia eletrônica em elevadores e internet foram definidos para sua divulgação. Na internet, além do portal, está disponível um conteúdo acadêmico mais específico para o setor. Lima Duarte e Giovanna Antonelli estrelam as peças publicitárias. O objetivo da campanha é destacar a importância e os benefícios gerados através do agro brasileiro como, por exemplo, a geração de empregos, renda, tecnologia, além de garantir o abastecimento interno do país e saldo positivo na balança comercial. Saiba mais http://souagro.com.br/. Setembro / Outubro 2011

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BOLETIM Veja nos quadros abaixo os índices pluviométricos coletados na matriz em Franca/SP e na filial de Capetinga/MG. Os dados apresentam um comparativo dos últimos cinco anos.

Acompanhe nas tabelas que seguem a média mensal do preço de café arábica, milho, boi e soja segundo índice Esalq/BM&F.

Média mensal do preço de Café Arábica* lndice Esalq/BM&F** 2010 R$

Índice pluviométrico* de Franca nos úl mos 5 anos Ano 2007 2008 2009 2010 2011 Média

jan 545 325 382 461 328 408,2

fev 175 230 228 158

mar 113 128 282 274

145 365 187,0 232,2

abr 117 108 53 16

mai 45 38 58 17

jun 4 32 32 12

jul 72 0 21 1

ago 0 26 30 0

set 3 39 137 110

146 88,0

1 31,8

29 21,8

0 18,8

24 16,0

72,1

out 75 87 262 102

nov 190 168 77 339

dez 273 410 382 221

131,5 193,5 321,6

*Dados em milímetros ob dos na Cocapec Matriz - Franca, SP

Média mensal do preço* de Soja

US$

R$

US$

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

280,75 278,68 279,70 282,18 289,46 305,99 302,36 313,93 328,23 327,15 355,51 387,04

157,51 151,36 156,48 160,51 159,35 169,18 170,77 178,37 190,88 194,01 207,33 228,21

433,37 495,98 524,27 524,48 530,76 514,99 457,81 470,62

258,54 297,29 315,94 330,82 329,11 324,35 292,92 249,68

Média Anual

310,92

177,00

494,03

299,83

**Saca de 60 kg líquido, bica corrida, tipo 6, bebida dura para melhor

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média Anual *Fonte: Índice Esalq/BM&F

nos úl mos 5 anos

Ano

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

2007 2008 2009

745 573

238 236

135 116

66 78

61 40

0 5

0 0

0 26

69 37

58 113

217 222

280 428

354

249

286

165

54

21

17

24

128

156

193

389

2010

327

95

206 538 399 120 479,6 187,6 256,2

51

12

6

0

0

87

116

302

235

136 99,2

0 33,4

8 8,0

0 3,4

0 10,0

80,3

2011 Média

*Dados em milímetros ob dos na Filial da Cocapec

110,8 233,5 333,0

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média Anual *Fonte: Índice Esalq/BM&F

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75,70 77,03 79,03 82,33 80,81 82,16 84,12 88,95 93,49 100,62 113,01 104,90 88,51

R$

US$

42,47 41,84 44,22 46,83 44,49 45,41 47,51

103,07 104,30 105,46 104,23 100,41 97,22 99,34 101,15

61,49 62,52 63,55 65,74 62,26 61,23 63,57 63,34

101,90

62,96

59,66 65,91 61,85

50,43

US$

39,80 37,70 34,14 34,49 35,59 36,16 38,58 41,32 42,59 44,88 48,96 48,52

22,36 20,50 19,10 19,62 19,59 19,99 21,79 23,47 24,77 26,61 28,55 28,61

49,63 49,28 49,54 47,19 47,83 47,88 48,50 49,38

40,23

22,91

48,65

30,07

2010

US$

50,54 54,37

R$

Média mensal do preço* de Milho

2011

2010 R$

US$

29,61 29,54 29,86 29,76 29,66 30,16 31,04 30,92

Média mensal do preço* de Boi

Índice pluviométrico*

2011

2010 R$

2011

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média Anual *Fonte: Índice Esalq/BM&F

2011

R$

US$

R$

US$

19,66 18,35 18,46 18,16 18,67 19,43 18,81 20,57 24,35 25,15 28,29 28,26

11,04 9,96 10,33 10,33 10,28 10,73 10,62 11,69 14,16 14,92 16,49 16,72

30,35 31,68 31,44 29,94 28,69 30,75 30,31 30,20

18,11 18,99 18,94 18,88 17,79 19,36 19,39 18,31

21,51

12,27

30,42

18,80

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SICOOB CREDICOCAPEC NO 2º WORKSHOP DE CRÉDITO RURAL DO BANCOOB

Alberto Rocchetti Netto

N

o dia 8 de julho de 2011 aconteceu em Brasília o 2º Workshop de Crédito Rural do Bancoob. Na ocasião, o SICOOB CREDICOCAPEC foi representado pela Diretora de Crédito Rural, Ednéia Aparecida Vieira Brentini Almeida, e pelo Gerente Geral, Alberto Rocchetti Netto. Na ocasião, o Sr. Deoclécio Pereira de Souza do Banco Central do Brasil explicou as mudanças que estão sendo implementadas no RECOR (Regulação e Controle das Operações Rurais). O RECOR é um sistema disponibilizado pelo BACEN a todas instituições financeiras pertencentes ao SNCR – Sistema Nacional de Crédito Rural, com a finalidade de dotar o BACEN dos meios necessários ao cumprimento de suas atribuições de direção, coordenação e fiscalização do Crédito Rural concedido ao setor agropecuário no país. Com a implantação do novo sistema haverá um melhor acompanhamento das operações de crédito rural, a fim de efetuar um levantamento estatístico dos empréstimos concedidos mais detalhado e dotar de instrumentos de fiscalização mais eficientes capazes de apontar indícios de duplicidade, evitando assim, o paralelismo de assistência creditícia (alínea “a” do art. 39 do Decreto nº 58.380). O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 foi a pauta da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com os 107,2 bilhões de reais, este será o ano com maior volume de recursos disponíveis ao setor agropecuário. Entre as principais mudanças e medidas de incentivo que refletiram na cafeicultura estão a elevação e a unificação dos limites de custeio para R$ 650 mil e de comercialização/estocagem para R$ 1.3 milhão por produtor/ safra. Num cenário caracterizado pelos baixos estoques mundiais, tendência de elevação gradual da Selic, relativa estabilidade da taxa de câmbio e preços agrícolas em níveis historicamente elevados, o produtor, que está motivado em expandir área cultivada, vê com bons olhos o PAP 2011/2012. O Bancoob apresentou o projeto ACREDITAR, que se trata de um grande projeto de crédito do Sicoob. Com o intuito

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Sescoop realiza Curso de Conselho Fiscal para o Ramo de Crédito na cidade de Franca Ana Elisa Leal Barbosa

N

Integrantes de cooperativas da Cocecrer no 2º Workshop de Crédito Rural do Bancoob

de ter a gestão centralizada dos riscos de crédito (Resolução CMN 3.721/09), o projeto é sustentado por três pilares: Uniformização, Modernização e Automatização. A implantação do projeto Acreditar, que está prevista para ocorrer em 2013, vai trazer ao sistema, além da redução de custos, soluções corporativas com processos modernos, ágeis e adaptados à realidade do Sicoob. Uma das etapas do projeto é a Gestão Eletrônica de Documentos – GED, que tem como principais objetivos a agilidade e a segurança das operações de crédito. Um processo de BNDES/Finame, por exemplo, hoje é todo montado na cooperativa singular e encaminhado via malote ao Bancoob passando pela Central, o que leva alguns dias até chegar ao seu destino final. Com a implantação da GED, e a eliminação do fluxo físico, os documentos serão digitalizados e encaminhados na mesma hora para o banco. Além disso, as consultas ao processo serão mais ágeis, pois haverá a possibilidade de verificação de documentos e situação a qualquer momento.

os dias 9 e 10 de junho foi realizado na Credicocapec através do Sescoop, o curso de Conselho Fiscal do Ramo de Crédito. O curso teve a coordenação do consultor do Ramo de Crédito do SESCOOP/SP - Gil Agrela e a instrutoria do Auditor Externo - Miguel Afonso Gentile, ambos profundos conhecedores do ramo. Participaram da formação doze conselheiros fiscais das cooperativas: Cooperativa de Crédito Rural Cocapec - Sicoob Credicocapec; Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos e demais Profissionais da Saúde da Região da Alta Mogiana - Credimed; Cooperativa de Crédito Mútuo dos Empresários de Franca e Região - Sicoob Cred - Acif, todas da cidade de Franca/SP e Cooperativa de Crédito Credicitrus - Sicoob Credicitrus da cidade de Bebedouro/SP. Segundo Gil Agrela, o objetivo do treinamento realizado na Credicocapec, foi dar aos participantes através de estudos de casos de outras cooperativas, conhecimentos e habilidades sobre atividades práticas do conselho fiscal, fornecendo dessa forma, meios para que estes exerçam com maior excelência suas atribuições. Como se sabe, o Conselho Fiscal exerce importantes funções dentro da cooperativa. São atribuições deste conselho: a vigilância assídua sobre operações, atividades e serviços da cooperativa; também examinar e apresentar à Assembléia Geral parecer sobre o balanço anual e contas que o acompanham e ainda dar conhecimento ao Conselho de Administração das conclusões de seus trabalhos, bem como denunciar irregularidades por ventura constatadas. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo - SESCOOP/SP se dedica a oferecer ações para o desenvolvimento das

cooperativas, seus integrantes e comunidade, através da formação profissional e da promoção social. A Credicocapec ficou honrada em receber o SESCOOP enquanto disseminador do curso e também os conselheiros fiscais, que através do curso de Conselho Fiscal voltado para o ramo, puderam acrescentar mais experiência à prática de suas atribuições, contribuindo para o bom andamento das cooperativas à que estão ligados.

José Amâncio de Castro, Gil Agrela, Edinéia Brentini, Maurício Miarelli e Miguel Afonso Gentile no encerramento do curso

Gil Agrela, Miguel Afonso Gentile e Conselheiros Fiscais participantes do curso Setembro / Outubro 2011

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CONHEÇA SUA COOPERATIVA

Equipe Armazém de Insumos

Armazém de Insumos Murilo Andrade Setor de Comunicação

O

Armazém de Insumos da Cocapec é responsável por todo estoque de produtos da cooperativa. O departamento gerencia e controla todo o estoque físico como: adubos, fertilizantes, sementes, sacarias, produtos agroquímicos, peças agrícolas, alimentação animal e material de colheita. Também é neste setor que o cooperado retira os produtos adquiridos na loja. O trabalho da equipe deste setor começa com a chegada dos produtos à cooperativa. Eles fazem a conferência, separação e destinação para o local específico dentro do armazém. No caso de sacaria é feita a seleção, conserto e classificação e somente após finalizar este processo o produto é disponibilizado aos cooperados. Organização e controle são os princípios que pautam o Armazém de Insumos. Onde a competência de seus colaboradores faz toda diferença.

Colaboradores do Setor Armazém de Insumos

Supervisor Controle Estoque/Físco:

Carlos Donizetti da Silva / (16) 3711-6234 armaz-insumos.matriz@cocapec.com.br

Assistentes Controle Estoque/Físico: Adalton Eugênio Pereira Alex Henrique Camilo Denis Roberto da Silva Marcelo Reis Junqueira

Conferente Armazém de Insumos: Lacordaire Henrique Camilo

Motorista – Transferência: Marti Antônio da Silva

Auxiliar Administrativo Armazém de Insumos: Jean Carlos de Barros

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