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A pandemia continua, e agora? Reflexões e dicas para os pais

Por Tiago Tamborini, psicólogo, especializado em comportamento de crianças e adolescentes e autor do livro “Como educar no século XXI? O guia antipânico para pais e mães

Após mais de um ano de pandemia, talvez um dos principais aprendizados é entendermos que, muitas vezes, o limite é imposto pela vida, e não por pai e mãe. As crianças e os adolescentes estão compreendendo que o ‘não’, o proibido, não vem dos pais; vem da vida. É ela que está nos limitando, educando-nos. E nada como o filho entender que o limite imposto pelo pai e pela mãe é um reflexo do que a vida exige de nós.

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Mesmo com o retorno às aulas presenciais, é importante conversar com as crianças e os adolescentes sobre o fato de que o cenário não voltou à normalidade. Até os sete anos, a criança tem o lugar da fantasia muito mais vivo, então é fundamental trabalhar aquilo que ela está fantasiando, buscar entender como ela está se sentindo, o que ela teme etc. A partir dos sete anos até a entrada na adolescência, a fala precisa ser objetiva, porque eles sentem e percebem o meio onde estão. Já com os adolescentes, é uma conversa com troca, com o intuito de propor conscientização e responsabilização sobre o problema. Além disso, os conflitos seguem inevitáveis, pois, embora tenhamos tido algumas flexibilizações, a família ainda passa muito tempo dentro de casa, no mesmo ambiente. Por isso, a minha dica é transformar conflitos em construção. A primeira pergunta é: o que está me levando ao conflito? Uma divergência de ideias, de desejo, de ação? Quando observamos o que nos leva a essa divergência, trabalhamos nessa questão. Parece óbvio, mas não costuma acontecer assim no dia a dia. Somos capazes de discutir por horas sobre alguma coisa que não é exatamente aquilo que nos incomoda. Foque na resolução do problema que está gerando o conflito. Você terá uma diminuição das energias conflituosas.

Por fim, gostaria de dar algumas dicas para que as crianças e os adolescentes não fiquem tanto tempo nas telas. A primeira ação dos pais é o “não”, ou seja, estabelecer regras com os seus filhos. Nem sempre eles gostarão, não ficarão felizes, e você, como pai ou como mãe, terá a responsabilidade de lidar, mesmo com as suas inseguranças e ansiedades, com o fato de seu filho se sentir assim. O próximo passo é disponibilizar alternativas, como deixar à disposição das crianças tinta, canetinhas, massinhas e jogos, propor interações com a família, de preferência as que envolvam a criatividade, como desenhar amarelinha no chão da sala com fita crepe ou fazer um tiro ao alvo na parede da sala. Já os adolescentes precisam entender que eles também podem ter um ócio criativo, dar limites também é importante. Eles podem aprender a tocar um novo instrumento, aprender um novo idioma ou até mesmo desenvolver outro tipo de competência, como cozinhar. Não tenha medo de que seu filho não entenda esse limite. Imponha critérios e traga alternativas.

Acesse o QR Code abaixo e assista à palestra com Tiago Tamborini sobre o tema Ainda em pandemia: o equilíbrio entre as adaptações e as emoções .

ENSINO REMOTO E O USO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Por Ednei de Bem, gerente de Tecnologia Educacional (TE) do Colégio Farroupilha

A educação é um direito fundamental de todas as pessoas, promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências por meio do processo de ensino e aprendizagem com a colaboração da sociedade. Por isso, uma das influências na evolução da educação é o grande número de mudanças sociais e tecnológicas ocorridas ao longo do tempo. Historicamente, a educação sofreu grandes influências das revoluções industriais, bem como ocorre atualmente com a Quarta Revolução Industrial, chamada Indústria 4.0. Os avanços tecnológicos impactam diretamente a sociedade e o mercado de trabalho, resultando na inserção de tecnologia no meio educacional.

Em 2020, com a chegada da pandemia, iniciou-se um movimento muito grande na educação, no qual fez acelerar o uso dessas tecnologias no meio educacional. O ensino remoto foi a alternativa encontrada para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem. A virtualização da sala de aula trouxe a necessidade do uso de equipamentos tecnológicos como smartphone, laptop, desktop, tablet, entre outros. Além disso, houve a necessidade de descobrir e utilizar ferramentas tecnológicas educacionais para promover o desenvolvimento das habilidades e competências em todas as áreas de conhecimento descritas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A tecnologia está muito presente em nossas vidas, mas nunca na história esteve tão presente na educação como agora.

Para um ensino remoto de qualidade, a escola precisa estar ciente de seu nível de maturidade tecnológica, bem como promover formações continuadas aos seus educadores. As aulas remotas precisam ser cada vez mais inovadoras e atrativas para manter o interesse dos estudantes. Para isso, o planejamento pedagógico deve considerar não somente o uso dessas tecnologias, mas também a transformação desses estudantes em aprendizes ativos e criativos, e não apenas em consumidores passivos de tecnologia, conforme destaca a competência geral cinco da BNCC.

O ensino remoto trouxe consigo muitos desafios, mas também muito aprendizado tanto no uso das tecnologias quanto na nossa postura diante da mudança, oportunizando o desenvolvimento das habilidades tecnológicas do século XXI de maneira crítica, competente e ética.

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