Revista Farroupilha | Edição de Abril a Junho de 2021

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A PANDEMIA CONTINUA, E AGORA? REFLEXÕES E DICAS PARA OS PAIS Por Tiago Tamborini, psicólogo, especializado em comportamento de crianças e adolescentes e autor do livro “Como educar no século XXI? O guia antipânico para pais e mães porque eles sentem e percebem o

com o fato de seu filho se sentir as-

meio onde estão. Já com os adoles-

sim. O próximo passo é disponibilizar

centes, é uma conversa com troca,

alternativas, como deixar à disposi-

com o intuito de propor conscienti-

ção das crianças tinta, canetinhas,

zação e responsabilização sobre o

massinhas e jogos, propor interações

problema. Além disso, os conflitos

com a família, de preferência as que

seguem inevitáveis, pois, embora te-

envolvam a criatividade, como dese-

nhamos tido algumas flexibilizações,

nhar amarelinha no chão da sala com

a família ainda passa muito tempo

fita crepe ou fazer um tiro ao alvo na

dentro de casa, no mesmo ambiente.

parede da sala. Já os adolescentes

Por isso, a minha dica é transformar

precisam entender que eles tam-

Após mais de um ano de pandemia,

conflitos em construção. A primeira

bém podem ter um ócio criativo, dar

talvez um dos principais aprendiza-

pergunta é: o que está me levan-

limites também é importante. Eles

dos é entendermos que, muitas ve-

do ao conflito? Uma divergência de

podem aprender a tocar um novo ins-

zes, o limite é imposto pela vida, e

ideias, de desejo, de ação? Quando

trumento, aprender um novo idioma

não por pai e mãe. As crianças e os

observamos o que nos leva a essa di-

ou até mesmo desenvolver outro tipo

adolescentes estão compreendendo

vergência, trabalhamos nessa ques-

de competência, como cozinhar. Não

que o ‘não’, o proibido, não vem dos

tão. Parece óbvio, mas não costuma

tenha medo de que seu filho não en-

pais; vem da vida. É ela que está

acontecer assim no dia a dia. Somos

tenda esse limite. Imponha critérios e

nos limitando, educando-nos. E nada

capazes de discutir por horas sobre

traga alternativas.

como o filho entender que o limite im-

alguma coisa que não é exatamente

posto pelo pai e pela mãe é um refle-

aquilo que nos incomoda. Foque na

xo do que a vida exige de nós.

resolução do problema que está ge-

Mesmo com o retorno às aulas presenciais, é importante conversar com

rando o conflito. Você terá uma diminuição das energias conflituosas.

as crianças e os adolescentes sobre

Por fim, gostaria de dar algumas di-

o fato de que o cenário não voltou

cas para que as crianças e os ado-

à normalidade. Até os sete anos, a

lescentes não fiquem tanto tempo

criança tem o lugar da fantasia muito

nas telas. A primeira ação dos pais é

mais vivo, então é fundamental traba-

o “não”, ou seja, estabelecer regras

lhar aquilo que ela está fantasiando,

com os seus filhos. Nem sempre eles

buscar entender como ela está se

gostarão, não ficarão felizes, e você,

sentindo, o que ela teme etc. A partir

como pai ou como mãe, terá a res-

dos sete anos até a entrada na ado-

ponsabilidade de lidar, mesmo com

lescência, a fala precisa ser objetiva,

as suas inseguranças e ansiedades,

Acesse o QR Code abaixo e assista à palestra com Tiago Tamborini sobre o tema Ainda em pandemia: o equilíbrio entre as adaptações e as emoções.


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