Coletânia Noites Culturais

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Coletânea

Noites Culturais

O encontro do Universo que somos com o Universo que nos transcende.

1ª EDIÇÃO


Coletânea Noites Culturais

Colégio Recanto 1ª edição Rio de Janeiro 2016


Prefácio : Noites Ela não foi de salto. Ela foi de jardineira, cabelo bagunçado e bota. Ela fez uma pintura do David Bowie no rosto só para se sentir um pouco mais livre essa noite. Ela quis sentir sua alma sendo inspirada pela paixão intergaláctica do grande herói. Ela quis cantar. Abrir sua mente e dizer a todos que, naquele momento, ela era mais leve. E, leve como uma pena, permitiu-se voar. Deixou-se boiar na imensidão desse universo cheio de mistérios e melancolias. Deixou-se sentir insignificante para que nada nunca aumentasse o seu ego. Sentiu-se mais humilde. Mais humana. Atravessou aquele pátio como se fosse a primeira ou a última vez, porque ela pôde sentir a ansiedade correndo por suas veias. 7

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Tornou-se vento e som. Buscou em si as contrariedades de simplesmente ser. E simplesmente foi.


Pois, como já dizia Mário Quintana: um autor que nunca se contradiz, deve estar mentindo. Dançou junto com as estrelas de Friedrich Nietzsche no céu de Galileu. Ao mesmo tempo, permaneceu perto do chão, não querendo ter as asas de Ícaro. Querendo voar suficientemente alto, nunca alto demais. Sempre dando espaço para todas as constelações a serem formadas. Por fim, aconchegou-se nos anéis de Saturno, sendo embalada por seu giro constante e se entregando à escuridão reconfortante, abraçada aos pontinhos de luz e de poeira cósmica e se permitindo ser, também, pequena como sabe que é. Ela não foi de salto. Foi de alma e coração." Natália Gulias


Cresces a cada supernova Choca-se, colide e explode Ruma à própria cova Universo, escrevo a sua ode És o ser que tudo pode Arquiteto do amanhecer O tecer do anoitecer Perpassa por tuas agulhas A linha da criação O que há em tuas fagulhas Está além da imaginação. Poema recitado pela aluna Bruna Coelho


Lunar Homem lua, que meio ao pranto, sempre atento Sentado à beira, na margem do mundo, de tanto tormento Alucinações ao alto, fragmentações do espaço, homem lua fica ao canto De tanta melancolia, astronauta quer aterrizar. O que há de mais belo no universo, se não o doce momento? Homem lua volta, fuga. Coração entope de amor, paixão é manto. Ao todo, nos perdemos para nos encontrar, Lamento. Distâncias, proporções, pertencentes ao mesmo pranto Explosão definitiva, homem lua Mulher sol, tanto detalhe solto ao vento Se constrói em cada estrela, o pensamento Longe, do lado, apaixonado. Lua e sol Meses Anos Auroras boreais Encontro e magnitude E é pra terra que eclipse se faz Sem latitude ou longitude. Yasmin Milani


Buracos amargos pés e mãos atados autoridades armadas E nãoo autorizadas autoridades brincam com minha liberdade Ate quando vou ficar só? sanidade solidão já não sei mais quem quer mesmo me dar a mão é pedir demais poder ter profundidade? quero dançar minha musica Não peço que ninguém dance também afinal nem todos conseguem escutá-la so quero o direito de ser o meu eu livre de qualquer medo de ser julgada dificil é encontrar alguém que no meio de tanta cabeça fechada veja tudo como arco-iris sejamos cada um a cor que bem entendermos ou se capazes formos sejamos todas as cores infinitas dores parem de crescer sejamos cada um aquilo que devemos ser.

Carolina Gaspar Vereza


Será que a vida é apenas um título onde facilmente seja apagado de nossas memórias ou será um objeto de tortura que estamos remetidos a aturar ? Porque as pessoas só sentem falta quando perdem? Porque não valorizam enquanto tem, ou amam do melhor jeito enquanto podem? Será que a resposta está na morte? Ou estará no sofrimento que o corpo é encarregado de sentir quando se está mais sozinho. Se eu tivesse todas estas respostas provavelmente não estaria aqui e sim em outro local, um local escuro como o preto e silencioso como um lago. Gabriel Robinault


Olá, vim aproveitar esse pequeno tempo pra fazer um apelo Olhem para estrelas. Olhem mesmo. Observem como elas brilham. São lindas né? Sabia que dizem que cada átomo do nosso corpo já foi uma estrela um dia? Se somos feitos disso, nós brilhamos tanto quanto, mas as vezes não percebemos isso. Em alguns momentos, só percebemos o brilho dos outros como se fôssemos incapazes de ter essa cintilação toda. Em outras vezes, só vemos o nosso brilho, como se fôssemos o Sol, aquele gigante. Saibam que cada um tem seu raio dentro de si, e todos somos enormes. Abra os olhos. Abra os olhos a ponto de ter que fechá-los de tanta luz que os atinge. Olhe para as luzes ao seu redor. Sei que é difícil e dói no inicio, mas viver sem ver o que ha de mais bonito no mundo não é viver. Giullia Bertrand Marçano



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