Ed. 5 - fevereiro / 2012
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Ano 3; volume 5; fevereiro de 2012; ISSN: 2176-7823
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Ano 3; volume 5; fevereiro de 2012. Conselho Editorial: Irmã Cláudia Chesini, Edilaine Vieira Lopes, Suzéte Maria Groehs, Susana Fernandes Pfarrius Ladeira, Bibiana Melissa de Oliveira João de Deus, Schirley Fleck, Karem Medeiros e João Pedro Ermel. Conselho Externo: Juracy Assmann Saraiva, Anamaria Cachapuz Cypriano e Marie Traude Schneider. Revisão Geral: Criseldes Maria Jucinsky (vice-diretora) Revisão: Me. Eliana Müller de Mello Projeto Gráfico e Diagramação: João Pedro Ermel Impressão e Edição: EDITORA FTD ACSC - COLÉGIO SANTA CATARINA Rua General Osório, 729 Novo Hamburgo - RS - 93510-160 (51) 3527.4862 http://www.colegiosantanh.com.br http://twitter.com/santanh http://blogdosantanh.wordpress.com A revista Santa@PublicAção é uma publicação (impressa e virtual) semestral do Colégio. Dúvidas, sugestões e comentários são sempre bem-vindos. E-mail publicacao@colegiosantanh.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Santa@publicação / Colégio Santa Catarina – Ano 1, v. 1, n. 1 (fev. 2010)- . – Novo Hamburgo: FTD, 2010- . v. : il. ; 30 cm. Semestral. ISSN 2176-7823 1. Educação - Periódicos. I. Colégio Santa Catarina.
(Bibliotecária responsável: Susana F. P. Ladeira – CRB 10/1484)
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SUMÁRIO Apresentação................................................................................................................................................................................04 Agradecimentos...........................................................................................................................................................................05 Editorial.........................................................................................................................................................................................06 Eco-história? História ambiental: por uma visão ambiental da história...................................................................07 Sustentabilidade e consciência ecológica: proposta desenvolvida com alunos de 3º ano do ensino fundamental.................................................................................................................................................................................11 Grupo de intervenção socioambiental (GISA): da autoria ao protagonismo ambiental......................................................................................................................................................................................17 Relato de experiência do trabalho desenvolvido com as turmas de 4º ano: as casas ecológicas......................................................................................................................................................................................37 O ensino por competência e a prática de projetos no curso técnico em administração...........................................................................................................................................40 Projeto de educação ambiental Ecosanta: consciência, ação e melhoria ambiental.......................45
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
Escolas Associadas da UNESCO
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Apresentação A educação socioambiental, preocupação de alguns e descaso de outros, merece, por parte dos cidadãos, uma análise consciente. As agressões ao meio ambiente causam desequilíbrios que geram reações e mudanças catastróficas em nosso planeta. Atos inconsequentes permitem atitudes descabidas de falta de respeito e de ética, diante das constatações de perigo e de destruição. O sofrimento humano, se não forem tomadas medidas enérgicas, será das gerações futuras. Quando nos propomos a contribuir para a formação geral dos educandos, precisamos estudar, alertar e refletir sobre as questões ecológicas, sobre os cuidados e preservação da natureza. O tempo tem nos mostrado o quão importante é economizar recursos naturais e que é compromisso de todos recuperar o que ainda pode ser remediado. A publicação de uma revista com artigos sobre Ecologia significa a grande preocupação que se tem com a pesquisa, com a conscientização da comunidade escolar sobre a matéria e as parcerias nessa causa, tentando salvar o Planeta Terra. As produções que integram a 5ª edição tratam de temas, projetos e relatos relacionados ao assunto meio ambiente: proteção, preservação, recuperação, reaproveitamento, economia e sustentabilidade. A pesquisa realizada pela professora Bárbara Jucinsky Schmitt, intitulada “EcoHistória? História Ambiental, por uma Visão Ambiental da História”, remete às abordagens da História, como Ciências, em relação às questões ecológicas, no decorrer dos tempos. As professoras, Aline Carvalho e Cássia Maiele Weber, com seus alunos do 3° ano do Ensino Fundamental, realizaram o projeto denominado “Sustentabilidade e Consciência Ecológica”. Além de terem a participação efetiva dos estudantes, obtiveram a ajuda de outras pessoas, cujos relatos e depoimentos constam na descrição do projeto.
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“Grupo de Intervenção Socioambiental (GISA): da autoria ao protagonismo ambiental”, projeto da Turma 73 do Ensino Fundamental, proposta das professorasmestras, Eliana Müller de Mello e Cíntia Bonemberger Ramos, a partir do lançamento do desafio do Jornal NH, “O Rio dos Sinos é nosso”, demonstraram empenho em todas as etapas, alcançando excelentes resultados. Os relatos de experiências do trabalho desenvolvido com as turmas do 4º ano do Ensino Fundamental, das professoras Jane Fleck, Karinini Staudt e Mara Capeletti, refletem o compromisso com a formação da consciência ecológica. O Bio Sabão do Santa, projeto que reaproveita o óleo de cozinha saturado, trouxe para o Colégio o “Selo Verde”, premiação concedida pelo Rotary Clube- Novo Hamburgo, em reconhecimento à iniciativa, como forma de preservar o solo, contribuindo para a sustentabilidade do planeta. Investir na pesquisa científica, relatar as práticas pedagógicas que fazem a diferença e desenvolver projetos ecológicos como o ECOSANTA são perspectivas cada vez mais planejadas pela equipe profissional do Colégio. A revista é a constatação disso. Parabéns! Estimados leitores, leiam e façam parte do mundo do Colégio Santa Catarina. Abraços,
Criseldes Maria Juncinsky Vice-diretora
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Agradecimentos Sustentabilidade: você sabe o que é? O mundo está cada vez mais rápido e as transformações são mais rápidas ainda. Nesse sentido, percebo que compartilhar o conhecimento é a grande chave para essas alterações, pois, inevitavelmente, temos de pensar a longo prazo. As demandas por informações práticas de como ser sustentável, tanto na escola como na empresa, são eminentes. No entanto, temos grandes aliados: as redes sociais e a busca crescente por um consumo consciente são exemplos a nosso favor. Dizem alguns pesquisadores que essa nova era, chamada “era do conhecimento”, poderá trazer profundas variações no modelo mental e todos esses fatores, associados à velocidade das mudanças, poderão ser a chave para um modelo mais sustentável. É necessário, portanto, compreendermos os princípios básicos da ecologia, para sermos ecologicamente alfabetizados, ou ecoalfabetizados e, assim, podermos utilizálos em nossa vida. Nessa perspectiva, é preciso investir em pessoas e publicações, como esta 5ª edição de nossa revista, que busca disseminar as ideias de sustentabilidade e consciência ecológica, sendo essenciais para o desenvolvimento do planeta. Segundo Capra (2006): A educação por uma vida sustentável estimula tanto o entendimento intelectual da ecologia como cria vínculos emocionais com a natureza. Por isso, ela tem muito mais probabilidade de fazer com que as nossas crianças se tornem cidadãos responsáveis e realmente preocupados com a sustentabilidade da vida; que sejam capazes de desenvolver uma paixão pela aplicação dos seus conhecimentos ecológicos à reformulação das nossas tecnologias e instituições sociais, de maneira a preencher a lacuna existente entre a prática humana e os sistemas da natureza ecologicamente sustentáveis.
Não basta termos um conhecimento ecológico básico, pois a educação para a sustentabilidade inclui desenvolver competências muito mais específicas que permitem colocar em prática esses conhecimentos, tais como: converter convicções em ações práticas e efetivas; aplicar a ética ambiental em novas situações, resolvendo problemas criativamente, e tendo a empatia e a habilidade de apreciar e ver sob múltiplas perspectivas. Nossa Instituição já está mobilizando a comunidade escolar acerca das questões ambientais, através do envolvimento da comunidade nos projetos desenvolvidos pelos nossos alunos nos diferentes níveis de ensino, uma vez que a escola é sempre a maior referência da comunidade. Conheçaos lendo esta edição que traz riquezas e possíveis soluções para os problemas de nosso tempo, de uma transformação efetiva da nossa percepção das relações com a natureza. Ambientalize-se, ecologicamente, através dos artigos desta edição. Boa leitura!
Bibiana Melissa de Oliveira João de Deus (em nome do Conselho Editorial)
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Editorial A revista "SANTA@PUBLICAÇÃO" confirma seus propósitos de dar forma às experiências pedagógicas que mereçam ser registradas na memória dos indivíduos. Com esse foco já definido nas edições anteriores, a opção inicial desta recaiu sobre "A Natureza como objeto de estudo da História Ambiental". Para entendermos o objetivo dessa História, precisamos conhecer o papel e o lugar da natureza na vida humana. Temos como segundo trabalho, na revista, "A sustentabilidade e consciência ecológica desenvolvidas por alunos de 3º ano do Ensino Fundamental do Colégio Santa Catarina." Foi feita uma análise cultural e histórica do ser humano, um estudo sobre seus padrões de comportamento, tudo isso um grande desafio para a escola e que resultou em vivência prática e significativa para todos, transpassando os limites da sala de aula. Tiveram ainda a oportunidade de observar a poluição da água que abastece a cidade, conhecer o Rio dos Sinos navegando no barco Martim Pescador, a necessidade do tratamento de esgotos e, principalmente, a importância e diferença que podemos fazer no mundo em que vivemos. Dessas observações, veio a constatação da possibilidade e vontade de ajudar a mudar o mundo e a elaboração do projeto para a construção de uma cisterna para reaproveitamento da água da chuva. Os depoimentos dos pais e alunos, durante a evolução da pesquisa e do trabalho, levaram todos a considerarem que mudança não requer ações extraordinárias e que a mudança mais difícil talvez seja começar no pouco, no lógico, no pequeno. Responsáveis por esse trabalho, as professoras Aline de Carvalho e Cássia Maiele Weber têm consciência da importância dessa conquista e de seus resultados principais que foram humanos, sociais e educacionais. Como continuação desses dois capítulos
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da "SANTA@PUBLICAÇÃO", vem o trabalho “Grupo de Intervenção Socioambiental(GISA): da Autoria ao Protagonismo Ambiental”. Eliana Müller de Mello e Cíntia Ramos apresentam o artigo fruto de experiência realizada com alunos da 7ª série do Ensino Fundamental. A sensação que se tem é que houve um planejamento com a antecipação dos temas e artigos desenvolvidos nesta 5ª edição da revista como uma espécie de unidade que deixa o leitor curioso sobre esse sonho de grande aldeia global. São enfoques que se abraçam nessa relação de cultura, discurso e linguagem científica, história, problemas ambientais e ser humano envolto nos mesmos interesses. As casas ecológicas, sua matéria de sucata, a conscientização das crianças, a iluminação e ventilação, a participação da família, a racionalização dessa participação, tudo foi escola, tudo deve ter feito crescer não só professora e alunos, mas pais, avós, tios e padrinhos também. Não poderia faltar, também, nesta 5ª edição da SANTA@PUBLICAÇÃO, a apresentação do trabalho sobre a Fábrica de Sabão. O reaproveitamento do óleo de cozinha saturado vem comprovar que é possível aproveitar materiais descartáveis para obter produtos com qualidade ambiental. O Selo Verde que recebeu do Rotary Club Novo Hamburgo foi o merecido reconhecimento desse trabalho. A descrição do Projeto ECOSANTA garantiu a certeza de que minha escola continua a mesma: os conhecimentos científicos apreciáveis e as experiências marcantes que educam para o mundo de hoje ainda são o foco dessa educação de qualidade da escola que quero para todos os meus descendentes. Anamaria Cachapuz Cypriano (representando o Conselho Externo)
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ECO-HISTÓRIA? HISTÓRIA AMBIENTAL: POR UMA VISÃO AMBIENTAL DA HISTÓRIA Bárbara Jucinsky Schmitt¹
RESUMO O presente artigo visa fazer um panorama geral da História Ambiental, um tema que tem se mostrado de extrema importância, devido à preocupação contemporânea com o meio ambiente. Palavras-chave: História Ambiental, Meio Ambiente, Natureza INTRODUÇÃO Todo o ser humano tem consciência do passado (definido como o período imediatamente anterior aos eventos registrados na memória de um indivíduo) [...] O passado é, portanto, uma dimensão permanente da consciência humana, um componente, inevitável das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana. O problema para os historiadores é analisar a natureza deste “sentido do passado” na sociedade e localizar as mudanças. (ERIC HOBSBAWM). (...) A mais retardatária das ciências sociais é a História, que vem se esgrimindo de uma pergunta: que história é ambiental? É a história do ambiente ou é uma nova maneira de encarar a história? (ENRIQUE LEFF).
Normalmente, a História é percebida como uma ciência que relata apenas o estudo do passado. Algo extremamente distante e intangível, muitas vezes vista pelos educandos como desnecessária, algo que ocorreu a muitos anos antes de seu nascimento, que não terá utilidade nenhuma em seu futuro: inútil para o “mundo fora dos muros da escola”. No entanto, essa ciência perpassa o conceito que o senso comum definiu. A História, diferente do pré-conceito, estuda a
relação de permanências e mudanças nas sociedades humanas. Durante muitos anos, os relatos relacionados ao estudo da História mostram uma relação conflituosa entre os seres humanos e a natureza. O meio ambiente foi visto como um fator a ser dominado, vencido; a natureza foi percebida como um obstáculo a ser ultrapassado. Nos últimos anos, a preocupação em associar o estudo da História a outras áreas do conhecimento, como a Geografia e a Biologia, tem se tornado evidente, tendo em vista que o ambiente está presente tanto nos discursos científicos, quanto políticos, gerando uma ressignificação para a concepção de mundo, de desenvolvimento e da relação natureza-sociedade. Tendo em vista esses dados, este artigo pretende fazer uma retomada dos processos e fatores que levaram ao trabalho do tema História Ambiental, dando ênfase ao estado do Rio Grande do Sul. 1. A NATUREZA COMO OBJETO DE ESTUDO DA HISTÓRIA Como já referido, a natureza, durante muitos anos, não foi objeto de estudo da História. Ela apenas era tida como algo a ser dominado. Aos poucos, esse tema está sendo abordado, principalmente quando se faz menção à relação entre sociedades e natureza. Segundo a visão materialista da História, mais conhecida como história Marxista, existe um tipo de periodização, preocupada com a problematização dos modos de produção. Com os estudos abordados a partir desse enfoque, a natureza começou a ser percebida como um elemento importante dentro da História.
1 Professora das disciplinas de História, Geografia e Vida Cidadã no Colégio Santa Catarina; graduada em História; pós-graduanda em História do Rio Grande do Sul.
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Para o autor Enrique Leff, o Marxismo, como teoria de estudo da História, tem uma visão singular da natureza. Em seu livro, “Saber Ambiental”, o economista afirma que através de uma percepção econômica que “a História Ambiental se orienta para os impactos das formas de organização social sobre a natureza através de diferentes etapas da história”. É possível perceber essa perspectiva do estudo da História, a partir de textos publicados nos anos setenta, nos quais os autores retratam a História socioambiental da América Latina, enfocando estratégias de 2 apropriação da natureza ou, ainda, retratando os modos de exploração e uso 3 dos recursos na Venezuela . Esses estudos limitaram-se a estudar os impactos sobre a natureza, enfatizando como os modos de produção e grupos sociais alteraram, destruíram ou transformaram os recursos naturais. É evidente a preocupação com a 4 relação ecologia e economia. Novos textos foram escritos a partir da década de 1970, baseados nas ideias da Nova História Cultural. Com o advento dessa nova forma de interpretar a História, tida como uma percepção mais interdisciplinar, preocupada em estudar pontos anteriormente deixados de lado pelos outros ramos de estudo dessa ciência, aconteceram novas iniciativas de pesquisas. Assim, a Nova História, caracterizada pela problematização, abre espaço para a pesquisa de temáticas mais específicas, como a História Ambiental.
campo recente de estudo. No entanto, mostra que não devemos nos preocupar apenas com as restrições que a natureza impôs às sociedades. Esse tema de estudo da História faz menção às compreensões, aos discursos e às explicações que as pessoas elaboram sobre a natureza e sobre as mudanças ambientais. Portanto, para entendermos o objetivo da História Ambiental, precisamos compreender que “a história ambiental trata do papel e do lugar da natureza na vida humana”. (GERHARDT apud WORSTER, P. 58, 2010). Segundo Donald Worster, reconhecido como um dos fundadores da História Ambiental, essa área do conhecimento aponta para três importantes níveis de estudo:
2. A HISTÓRIA AMBIENTAL Diferente do estudo da Natureza dentro da História, pela perspectiva de sua relação sociedade-natureza, a História Ambiental permite a associação de outras ciências ao estudo da História. Ela faz parte de um
No Brasil, a História Ambiental é um campo de estudos ainda mais recente. Dois livros sobre essa temática, envolvendo nosso país, devem ser destacados: “A luta pela borracha no Brasil” e “A Ferro e Fogo”,
Antes que se possa escrever sobre a História Ambiental, deve-se primeiro entender a própria natureza – especificamente como a natureza estava organizada e funcionava nos tempos passados. [...] O segundo nível da História Ambiental é mais diretamente de responsabilidade do historiador e de outros estudiosos da sociedade, pois se concentra na tecnologia produtiva, na medida em que interage com o meio ambiente. [...] Finalmente, formando um terceiro nível para o historiador ambiental está aquele tipo de encontro mais intangível, puramente mental, em que as percepções, ideologias, éticas, leis e mitos tornaram-se parte de um diálogo de indivíduos e de grupos com a natureza. (GERHARDT apud WORSTER, p.58, 2010).
2 MURRA, J. V. Formaciones econômicas y políticas Del mundo andino. Peru: IEP, 1975. 3 SANTOJA, M.& VARGAS, I. Antiguas formaciones y modos de producción venezoelanos. Caracas: Monte Ávila, 1974. 4 LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes. 2001.
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ambos de autoria do brasilianista Warren Dean. Influenciados pelas obras desse autor, muitos pesquisadores têm realizado produções no campo da História Ambiental. No estado do Rio Grande do Sul, também existem muitas pesquisas e ações inspiradas nessa temática. No Brasil, a História Ambiental é um campo de estudos ainda mais recente. Dois livros sobre essa temática, envolvendo nosso país, devem ser destacados: “A luta pela borracha no Brasil” e “A Ferro e Fogo”, ambos de autoria do brasilianista Warren Dean. Influenciados pelas obras desse autor, muitos pesquisadores têm realizado produções no campo da História Ambiental. No estado do Rio Grande do Sul, também existem muitas pesquisas e ações inspiradas nessa temática. 3. A HISTÓRIA AMBIENTAL NO RIO GRANDE DO SUL Segundo Warren Dean, a degradação do meio ambiente nestas terras, hoje conhecidas como Brasil, inicia-se antes mesmo da chegada dos europeus ao dito Novo Mundo. Em seu livro a “Ferro e Fogo”, no qual é feito um relato sobre a destruição da Mata Atlântica, o brasilianista afirma que as tribos indígenas que habitavam esta região já praticavam ações que alteravam as florestas, como o ato de plantar entre as árvores, local propício para agricultura, pois contém solos férteis, bem como pela utilização do método da coivara. Com a chegada dos europeus, a desestruturação da natureza se intensificou e o símbolo dessa destruição foi a retirada 5 indiscriminada do pau-brasil.
O Rio Grande do Sul, desde o século XVII, tem recebido levas de imigrantes europeus. Esse povoamento intensificou-se no século XIX com a chegada dos imigrantes alemães em 1824 e, posteriormente, com a chegada dos italianos em 1878. Nas regiões coloniais, as florestas foram retiradas com o uso de ferramentas e de fogo para, assim, darem lugar à agricultura de subsistência e ao abastecimento do mercado interno.6 No século XIX, o naturalista Auguste Saint-Hilaire já observava as descobertas feitas por ele e seus colegas, como Von Martius, por exemplo, que “levaram uma vida toda” para descobrir: em pouco tempo, teriam desaparecido e seriam nada mais do que monumentos históricos.7 No entanto, mesmo com os alertas dados, como o de Saint-Hilaire, a devastação do meio ambiente teve seqüência. Os anos se passaram até que atitudes foram tomadas em relação à defesa da natureza tanto no Brasil, quanto no Rio Grande do Sul. Em 1934, foi criado o Código Florestal Brasileiro. Em 1965, esse código foi reformado, resultando na criação de áreas como parques florestais, reservas e estações ecológicas. No Rio Grande do Sul, a partir do ano de 1947, foram criados os primeiros parques e reservas florestais, nas mais diversas regiões do estado. Em 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais, o IBAMA. Já no ano de 1996, um novo código florestal foi elaborado. Assim, a Fundação Zoobotânica, entidade ligada ao Governo do estado, tornou-se o órgão encarregado de promover e conservar a biodiversidade no Rio Grande do Sul. (GERHARDT, p.533, 2007).
5 Segundo autor Warren Dean, no livro A ferro e fogo, somente no ano de 1588, 4700 toneladas de pau-brasil passaram pela aduana portuguesa, talvez metade do verdadeiro volume. 6 No texto História Ambiental, incluso no livro República: da revolução de 30 à ditadura militar (1930-1985), o autor Marcos Gerhardt traz dados do projeto RADAMBRASIL, segundo os quais, cerca de 26,6% da área do RS era coberta de vegetação florestal antes da ação humana. Com a chegada dos europeus no século XIX, 90% desta área foi devastada. 7 DEAN, Warren. A Ferro e Fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Tradução de Cid Knipel Moreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
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Obviamente, não foram somente ações ligadas ao governo que foram responsáveis pela organização de pesquisas e discussões em torno do tema História-meio ambiente no Rio Grande do Sul. Algumas pessoas, de forma individual, fomentaram esses trabalhos. Nomes como Henrique Roessler e José Lutzemberger não podem ser esquecidos quando se trata da questão do meio ambiente no Rio Grande do Sul. Ambos são fomentadores de ideias e mentores da criação de entidades e pesquisas voltadas para a questão ambiental. CONCLUSÃO Mesmo com a realização de diversas ações voltadas para a preservação do ambiente natural, promovidas por entidades governamentais ou não, como também incentivadas por alguns ambientalistas, a situação da natureza no Rio Grande do Sul dispensa ainda muitos cuidados. Diversos problemas ambientais ainda são observados no Rio Grande do Sul, como o destino dado aos resíduos produzidos pelos habitantes e pelas indústrias; a situação do saneamento básico; a arenização do solo, na região da Campanha, onde, no ano de 1989, 3700 hectares já tinham este problema detectado; espécies animais e vegetais que correm o risco de extinção; o uso indiscriminado de produtos que agridem o meio ambiente, assim como o consumo desenfreado que acaba afetando a natureza; as queimadas, feitas até mesmo por agricultores que, sem informação, acabam por promover uma ação que ajuda a provocar o empobrecimento do solo. A História Ambiental tem se dedicado não apenas a relatar dados do passado, que mostram o quão o ambiente foi degradado pelas populações, mas também tem se preocupado em auxiliar na compreensão de que é necessário que todos façam sua parte.
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Pretende-se, portanto, criar a consciência da responsabilidade ambiental através do ensino da história do ambiente e da relação humana com este espaço. Com isso, buscase a promoção de novas atitudes em relação ao ambiente em que vivemos. REFERÊNCIAS DEAN, Warren. A Ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. GERHARDT, Marcos; NODARI, Eunice. Aproximações entre História Ambiental, Ensino de História e Educação Ambiental. In: BARROSO, Véra Lucia Maciel [et al]. Ensino de História: Desafios Contemporâneos. Porto Alegre: EST: EXCLAMAÇÃO: ANPUH/RS, 2010. ____. História Ambiental (1930-1985). In: GOLIN, Tau (Coord.); BOEIRA, Nelson (Coord.). GÉRTZ, René (Dir.). República: da Revolução de 1930 à Ditadura Militar. Passo Fundo: Méritos, 2007. – v.4 – (Coleção História do Rio Grande do Sul). HOBSBAWN, Eric. Sobre História. 2ª ed. São Paulo: Cia das Letras, 1998. LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2001. ____. Saber Ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001. MURRA, J. V. Formaciones econômicas y políticas Del mundo andino. Peru: IEP, 1975. SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. 2ª Ed. São Paulo: Hucitec, 1991. SANTOJA, M; VARGAS, I. Antiguas Formaciones y modos de producción venezoelanos. Caracas: Monte Ávila, 1974. WORSTER, Donald. Para fazer história ambiental. Estudos Históricos. Rio de Janeiro: CEPEDOC/Fundação Getúlio Vargas, n. 8, p. 199-201, 1991.
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SUSTENTABILIDADE E CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA: PROPOSTA DESENVOLVIDA COM ALUNOS DE 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Aline de Carvalho 8 Cássia Maiele Weber 9 INTRODUÇÃO Pensar o ser humano requer analisá-lo cultural e historicamente. Dessa forma, não há possibilidade alguma de considerá-lo em sua naturalidade de forma estanque, pois sua constituição está essencialmente ligada às suas relações e transformações. Padrões de comportamento, costumes, regras sociais, valores éticos e morais, estereótipos são transmitidos para as crianças todos os dias em suas famílias e escolas. Presenciamos, diariamente, através dos meios de comunicação, grandes problemas ambientais. Nesse sentido, percebeu-se a necessidade e a importância do estudo sobre a água e suas interfaces ambientais em sala de aula. A consciência ecológica tem mostrado sua essencialidade nos dias atuais. Com isso, evidencia-se a importância de associarmos, como educadores, a teoria à prática. Assim, possibilitamos ao educando um espaço para exercer seu papel transformador, participando ativamente do meio no qual está inserido, tornando-se um cidadão crítico e consciente. Sabemos que o ser humano não nasce civilizado, pois a civilização não é genética. Ela precisa ser ensinada, mediada e isso deve ocorrer na família, na escola. Frente a essas necessidades, esse relato constitui-se de propostas desenvolvidas com alunos do 3º ano do Ensino Fundamental do Colégio Santa Catarina. Com as pesquisas, com os estudos e os diversos trabalhos realizados, surgiu a necessidade de uma ação concreta, dando início a um projeto intitulado "Reaproveitando a água da chuva".
Incluem-se aqui relatos dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, etapas detalhadas do projeto, fotos, comentários dos envolvidos, bem como planos de aula. 1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL A educação ambiental é um grande desafio para as escolas, nos dias de hoje. Com toda sua real importância e complexidade, é preciso sair da teoria e buscar mecanismos para transformá-la em uma vivência prática e significativa para todos os educandos, transpassando os limites da sala de aula. De acordo com Pedro Jacobi, (...) o seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como referência que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano. (JACOBI, 2003, p. 189)
Assim, é preciso que também as crianças percebam seu papel em relação ao meio ambiente, desde sua formação inicial. Além disso, essa percepção deve mobilizar suas famílias e comunidade para uma possível transformação ambiental. Segundo Jacobi, a preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades. ( 2003, p.191)
Preocupar-se com um futuro sustentável precisa deixar de ser apenas uma
8 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Educação Física; formada no curso de Magistério de Nível Médio pelo Colégio Santa Catarina; professora das Séries Iniciais do Ensino Fundamental - alinec1902@yahoo.com.br 9 Graduanda do Curso de Licenciatura em Matemática (Unisinos); professora da área de Matemática e suas Tecnologias e Séries Iniciais do Ensino Fundamental; formada no Curso Normal de Nível Médio, pelo Colégio Santa Catarina - cassiaweber@yahoo.com.br
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inquietação. Objetivar esse futuro requer que atitudes conscientes e ecológicas façam parte da nossa rotina, da sociedade, das escolas, pois, conforme Freire: Educação para o desenvolvimento sustentável está a emergir como um conceito dinâmico que engloba uma nova perspectiva de educação que procura integrar todas as pessoas de modo a levar a assumir a responsabilidade de criar um futuro sustentável. ( 2007, p. 147)
Partindo dessas reflexões, nosso projeto ganhou forma e construímos nossos principais objetivos: conscientizar os alunos sobre a importância do reaproveitamento da água da chuva para a economia de água potável, através da construção de uma cisterna - tecnologia que possibilita economia ao ambiente e à comunidade escolar, contribuindo para o consumo consciente de água; permitir aos alunos a real participação e dedicação para a concretização do projeto, transformando-os em divulgadores dessa tecnologia ecológica, sustentável e de baixo custo. 2. ORIGEM DO PROJETO No Colégio Santa Catarina, todos os alunos adquirem um livro de leitura básica, que contempla os conteúdos do ano. Em 2011, o livro sugerido para os terceiros anos do Ensino Fundamental foi "Quem ama partilha", de Fernando Carraro. A partir desta leitura, as turmas mostraram-se muito motivadas com o assunto proposto pela história que, em seu enredo, contava sobre Vinícius, um menino que se preocupava apenas com coisas materiais e que não atentava para os problemas sociais e ambientais. Com o desenrolar da história, Vinícius tomou consciência de suas atitudes como cidadão e auxiliou famílias do nordeste brasileiro com
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a construção de cisternas, mobilizando todas as pessoas do seu convívio. Ao concluirmos a leitura e a exploração da história em sala de aula, os alunos tiveram contato com o autor do livro e, aos poucos, foram se identificando com a mensagem da história. Dando continuidade ao estudo, em sala de aula, iniciamos o trabalho sobre a água e suas interfaces ambientais. Inicialmente, estudaram-se os seus estados físicos e características, experimentos e a sua importância como bem natural esgotável. Nosso enfoque maior foi voltado à percepção da poluição da água que abastece a cidade de Novo Hamburgo. Dessa forma, foram feitas duas saídas de estudos. A primeira foi à COMUSA, estação de tratamento da água. Após, fomos conhecer o Rio dos Sinos, em São Leopoldo, a bordo do Barco Martim Pescador. Na COMUSA, os alunos visualizaram todos os processos de tratamento da água, desde sua captação até a chegada às nossas residências. Lá, demonstraram grande preocupação e indignação com a qualidade da água que era captada. Posteriormente, durante a navegação no Rio dos Sinos, essa preocupação aumentou, pois lá os alunos perceberam a ausência da mata ciliar e todas as suas consequências para o rio e para nós. Ainda presenciaram a chegada do esgoto pelos arroios, que desembocavam no rio. Questionaram, nesse momento, sobre o motivo pelo qual o esgoto não era tratado também antes de voltar ao rio, o que, como ciclo, diminuiria a poluição das águas. A partir de todas as percepções e reflexões ocorridas, notou-se a importância de uma ação concreta para modificar essa realidade, pois, de acordo com Daniel Walker:
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O ensino deve ser feito pela ação e estar voltado para a ação: “Só fazendo, aprendemos a fazer”. Além disso, é importante não ensinar o que tem valor apenas para a escola, e sim o que serve para a vida. (2002, P. 108).
Relacionando a história de Fernando Carraro com as saídas de estudo, surgiu a ideia da construção de uma cisterna em nosso Colégio, pois, com ela, reaproveitaríamos a água pluvial para atividades na escola, tais como irrigação da horta, limpeza das salas de aula e demais ambientes escolares, descarga nos vasos sanitários, dentre outros. Nosso objetivo, como educadoras, resume-se na percepção da importância e da diferença que podemos fazer no mundo. Seria utopia acreditar que poderíamos mudar o mundo sozinhas, mas, com certeza, essas ações são passos para atitudes conscientes, que juntas podem mudar a atual realidade. 3. CISTERNA: UM SONHO POSSÍVEL? Muitos caminhos estavam sendo abertos e muitas ideias foram levantadas. Afinal, há muito a ser feito no mundo em que vivemos, onde muitas ações e modificações se fazem necessárias. Mas o primeiro passo devia ser dado e, para o mesmo, queríamos algo significativo, algo que marcasse para sempre a vida de nossos alunos. Buscamos uma ação que motivasse e incentivasse a comunidade escolar e que os colocasse no compromisso, pois todos nós somos responsáveis pelo ambiente em que vivemos. Queríamos uma ação que proporcionasse uma reflexão às famílias, aos educadores do Colégio, à comunidade escolar e, principalmente aos nossos “pequenos grandes” alunos. Denominamos “pequenos grandes” alunos, pois, embora sejam ainda muito jovens, possuem dentro de si, uma vontade enorme de ajudar, de
mudar, de transformar, e isso os engrandece. Frente a todas as possibilidades, surgiu a ideia de construirmos uma cisterna em nosso Colégio, pois esse já era um sonho presente há algum tempo, porém ainda não havia saído do papel. Um projeto foi elaborado e passamos por várias etapas, até a sua aprovação pela direção do Colégio Santa Catarina, que confiou-nos esse desafio, essa oportunidade de crescimento e de conscientização. Com o projeto aprovado, iniciamos efetivamente nosso trabalho. Em grupos, confeccionamos cartazes para a divulgação do projeto, “porquinhos” com materiais recicláveis, cartazes informativos nas aulas de Informática. Contudo, antes de começarmos a divulgação, precisávamos conhecer um pouco mais sobre nossa própria proposta e sua funcionalidade e necessidades. Para isso, recebemos a visita de um grande colaborador de nosso projeto, o ecólogo Ubirací Pottes de Mello, que nos explicou sobre a construção de nossa cisterna, as alterações e materiais necessários, noção de valores e afins.
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Quando tudo parecia estar encaminhado, o trabalho estava apenas começando. Era hora de divulgar cartazes, distribuir os “porquinhos” pela escola e motivar a todos com a nossa proposta. Os alunos foram ativos nesse processo. Passaram em todas as salas de aula do Colégio, explicando o projeto e entregando cartazes de divulgação. Todavia, só isso não foi suficiente. Notouse a necessidade de envolver ainda mais a todos. Para isso, criamos um blog (www.cisternanosanta.blogspot.com) onde pais, alunos e colaboradores podiam ficar atentos a cada passo do projeto, a cada novo degrau que alcançávamos. Lá, postamos fotos, valores já arrecadados, datas importantes e tudo aquilo que envolvia o desenvolvimento do projeto. Além disso, lançamos uma ação entre amigos e vendemos chaveiros, doados pelo Rotary de Novo Hamburgo, para arrecadar a quantia necessária para a compra dos materiais. Iniciamos a arrecadação e, até o dia vinte de agosto, já tínhamos em caixa aproximadamente novecentos e cinquenta reais, o que motivou ainda mais nossos alunos. Já havíamos conseguido mais dinheiro do que o necessário. Dessa forma, os objetivos aumentaram. Agora, queríamos duas cisternas. Participamos da “Mostra Multidisciplinar do Colégio Santa Catarina”, onde compartilhamos nosso projeto, apresentamos mais uma vez a nossa proposta para toda a comunidade escolar, passando-lhe um pouco dos conhecimentos que foram sendo adquiridos ao longo do projeto. A partir dessa Mostra, nosso trabalho foi selecionado para compor a “Tecnisanta”, exposição de trabalhos científicos dos Cursos Técnicos de nosso Colégio. Mais uma vez tivemos a
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oportunidade de divulgar nossa iniciativa a alunos do nosso e de outros colégios, pais e empresários da região. Frente a todas essas propostas e mediações, pretendemos propor uma mudança, incentivar mais pessoas a praticarem ações conscientes e corretas, transpondo as barreiras e o comodismo. Atualmente, em um mundo movido a objetos descartáveis, facilidades, geralmente optamos por ações e objetos que não nos exijam grandes esforços, deixando de lado as questões e o olhar às necessidades ambientais e sociais, que são vitais. Dessa forma, desde o início até a concretização desse projeto, os alunos foram incentivados a participar e trabalhar, sentindo-se importantes, peças fundamentais dessa construção, dessa conquista. 4. PROJETO "REAPROVEITANDO A ÁGUA DA CHUVA": CONCRETIZANDO NOSSO SONHO! Com o dinheiro arrecadado, encomendamos as caixas d'água para a construção da cisterna, que não demoraram a chegar. A entrega foi feita no final do dia e, ao sairmos do prédio, logo visualizamos que as mesmas tinham chegado, para a alegria dos nossos pequenos. Quando eles viramnas, foi uma correria geral: todos queriam tocá-las, vê-las de perto, sacudir... Foi “pura alegria”, pois sentimos concretamente um dos resultados de todo o nosso trabalho e esforço. As caixas d'água tinham fundo azul, como de costume. Assim, vimos que precisávamos dar o nosso toque especial nela. Foi o momento de comprar tintas e enfeitar as nossas futuras cisternas, transformando-as em nossas obras de arte.
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5. DEPOIMENTOS DE ALUNOS E PAIS "Eu senti, nas duas saídas de estudo, a importância da água. Antes, eu achava que a água caía do céu, enchia o rio e pronto, não acabava. Também o que me chamou mais atenção foi quando no barco, lá de cima, eu vi a sujeira que o Rio dos Sinos tem." "Na Comusa, a única coisa que vi foram as máquinas. Impressionei-me com a poluição do Rio dos Sinos, com a falta de cuidado das pessoas com a nossa água. Que desperdício de água!" "Eu senti tristeza por ver que a água que a gente toma vem de um Rio tão sujo. O que me chamou mais a atenção foram quantos objetos e resíduos tinham na água." "Quando cheguei à Comusa, adorei. Mas quando cheguei ao Rio dos Sinos, admito, assustei-me com a poluição da água. E ainda mais que é a água que nós bebemos. Espero que as turmas 33 e 34 consigam mudar um pouquinho disso para um mundo melhor." "O projeto veio a estimular a pesquisa. Proporcionou através desta, o entendimento do processo de reaproveitamento da água da chuva. Considero o desenvolvimento deste estudo muito importante para as crianças, pois a teoria é aplicada à prática. Sempre é mais construtivo para elas adquirirem o conhecimento, aplicando-o à nossa realidade. Esse tem sido um dos pontos de estudo que mais estimulou nosso filho a entender e buscar a prática do mesmo. Além da empolgação de construir uma cisterna na escola, também sugeriu esta construção em casa. Pensamos que, no futuro, todas as crianças que participam do projeto de construção de uma cisterna terão a capacidade de praticar e construir uma nova e possível realidade." "Achamos que é uma iniciativa muito louvável e educativa. Fechou o ciclo de tudo o que já vinha sendo trabalhado: visita à Comusa, Martim Pescador, a necessidade de preservar este recurso que em alguns lugares já é bastante escasso. Na teoria, é tudo muito bonito,
mas executar este projeto, arregaçar as mangas e colocar em prática que é o verdadeiro aprendizado. Acreditamos ser muito importante para o desenvolvimento porque coloca em prática os ensinamentos. Nosso envolvimento tem sido ajudando a vender a rifa e chaveiros, acompanhando o blog, incentivando. Até estamos motivados a fazer uma cisterna em casa também. Observamos como o projeto tem sido relevante para a Sofia, pois ela está mais cuidadosa em relação ao gasto da água. Parabéns pelo trabalho!" "O projeto referente à construção da cisterna é algo inovador para nós pais, por se tratar de uma região chuvosa e sem seca. Creio ser muito importante todo o conhecimento seguido da prática para o aluno, pois o aprender fazendo é o que constrói valores. Gostamos muito do trabalho desenvolvido pela escola, pela turma e pelas professoras." "Achamos muito interessante por partir do interesse dos alunos e a colaboração das professoras e dos pais envolvidos no projeto, despertando nas crianças a importância dos cuidados com o "meio ambiente" e conscientizado-as de que são responsáveis por sua recuperação. Nosso filho está bastante envolvido, demonstrando ter aprendido muito e também se esforçando em colaborar para a escola ter uma cisterna. É uma ação muito importante porque, além do conhecimento adquirido, será uma experiência inesquecível em sua vida. Parabéns a todos pelo trabalho!"
CONSIDERAÇÕES FINAIS Pensar em mudança não requer ações extraordinárias, nem resultados imediatos e impostos. A mudança, por mais difícil que seja, deve começar no pouco, no “lógico”, no pequeno. Muitas vezes esperamos grandes oportunidades para agir, para fazer algo e deixamos passar o que é, realmente, essencial.
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Ao final do projeto “Reaproveitando a água da chuva”, podemos concluir e perceber a relevância desse projeto na vida, no cotidiano e na educação de nossos alunos. Temos a certeza de que, a partir dessa proposta, a vida de nossos alunos, a rotina diária em casa, na escola, na comunidade, não será mais a mesma do que há alguns meses, pois neles está a vontade ardente de ajudar, de mudar e a experiência viva de que é possível, de que pequenas ações fazem a diferença e ajudam a mudar a realidade. Esse projeto foi uma experiência ímpar, tanto para os alunos, quanto para nós educadoras, pois cada passo foi pensado e executado com muita cautela, paciência e persistência. Cada obstáculo, cada vitória e conquista, cada decisão, foram pensadas no coletivo, na troca e no intuito de fazer o melhor. Empenho e dedicação não faltaram, pois cada um fez o possível para que o projeto fosse um sucesso. Todos os alunos do Colégio, famílias, profissionais e colaboradores foram responsáveis por essa conquista, que mais uma vez comprova que “a união faz a força”. Concluímos esse projeto com a sensação de missão cumprida, de esforços recompensados, pois os resultados já estão acontecendo desde o início. Além da economia de água tratada, do reaproveitamento da água da chuva, os principais resultados foram humanos, foram sociais, foram educacionais e esses já se concretizaram e, hoje, já estão dando frutos maiores do que os esperados. REFERÊNCIAS FREIRE, Ana Maria. Educação para a Sustentabilidade: Implicações para o Currículo Escolar e para a Formação de Professores. Centro de Investigação em Educação. Portugal: Universidade de Lisboa, 2007.
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GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. São Paulo: Papirus, 2007. GUIMARÃES, Mauro. A formação de educadores ambientais. São Paulo: Papirus, 2007. JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. São Paulo: Cadernos de Pesquisa, 2003. P R O D A N O V, C . C . M a n u a l d e Metodología Científica. Novo Hamburgo: Feevale, 2003. WALKER, Daniel. Comenius: o Criador da Didática Moderna. Juazeiro do Norte: EBookLibris, 2002.
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GRUPO DE INTERVENÇÃO SOCIOAMBIENTAL (GISA): DA AUTORIA AO PROTAGONISMO AMBIENTAL 10
Eliana Müller de Mello Cintia Jung Bonenberger Ramos11 INTRODUÇÃO Hoje, as questões ambientais fazem com que as pessoas passem a se preocupar com o ambiente no qual estão inseridas. Já não cabe mais cruzar os braços e, apenas, se apresentar como mero espectador. Há que se envolver e participar das decisões relativas ao assunto. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1998, p.169) “como é possível, dentro das condições concretas da escola, contribuir para que os jovens e adolescentes de hoje percebam e entendam as consequências ambientais de suas ações nos locais onde trabalham, jogam bola, enfim, onde vivem?” Ações simples como não jogar lixo nas vias públicas, não derrubar árvores, não sujar rios e arroios são atitudes que requerem pouco comprometimento e engajamento. Para que haja real comprometimento e engajamento, será de suma importância que os educadores desenvolvam desencadeadores motivacionais capazes de incutir nos alunos a necessidade, cada vez maior, de estarem atentos aos problemas ambientais e o gosto pelo que estão fazendo. É imprescindível ter-se a visão de uma educação radicalmente preocupada com a informação, proporcionando aos educandos, oportunidades para se sentirem motivados, além de tomarem conhecimento do que acontece à sua volta. Segundo DIAS (1992, p. 35), “a Educação Ambiental deveria se tornar parte essencial da educação de todos os cidadãos”. Observa-se que na área da Educação há projetos pouco ambiciosos, desempenhando, tão somente, o fator
informativo. No entanto, deveriam buscar caminhos mais audaciosos, como desafiar os educandos à criação de espírito científico e, com isso, se tornarem agentes de sua transformação. Nota-se uma preocupação crescente com a qualidade de vida nas cidades, tal a complexidade dos socioecossistemas urbanos. Hoje, a proposta é envolver o cidadão, proporcionar-lhe, por meio de projetos dentro das escolas, melhoria no ambiente em que vive, transformando o educando em um cidadão participativo. Desse modo, acertadamente DIAS (2002, p. 222) considera que “os recursos didáticos devem, paralelamente, oferecer os elementos sensibilizadores capazes de despertar nas pessoas o sentimento de pertinência e permitir-lhes conhecer e compreender os fascinantes mecanismos da natureza”. Faz-se necessário usar a motivação atrelada a temas importantes, insertos na Educação Ambiental, para que se sintam envolvidos e, assim, conduzidos a uma reflexão referente a assunto tão relevante. Como aponta CASCINO (1999, p. 91), “o lema agir local, pensar global é constantemente desconsiderado”, entretanto, é preciso reverter tal situação. Para isso, torna-se imperioso o comprometimento das comunidades com os problemas que a envolvem, criando uma consciência do ambiente em que estão inseridas Nessa perspectiva, o projeto “GISA” foi implantado com a finalidade de promover o conhecimento ambiental para contribuir na
10 Mestre em Educação, pós-graduada em Linguística Aplicada, especialista em Metodologia de Ensino, graduada em Letras. Prêmio internacional recebido: “Equidad el educacion/2009”-Cuba. Prêmio nacional “Direitos Humanos em Educação/2010”-UNESCO/MEC/PAÍSES IBEROAMERICANOS. 3 Prêmios estaduais: “Prêmio Educação RS/2008”-SINPRO, “Professora destaque do RS/2007” Grupo Sinos e “Personalidade Feminina Gaúcha/2006” MEC/SEC. Prêmio municipal “Professora cidadã/2008”Casa Literária POEBOM. elianamuller@uol.com.br 11 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática – ULBRA; Bacharel em Química – ULBRA; graduada em Licenciatura em Ciências Habilitação Química – ULBRA; professora da educação básica - Ensino Médio e Fundamental cintiabonenberger@hotmail.com
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transformação da sociedade, enfocando planos de ação em benefício da qualidade das águas do Rio dos Sinos e de seus afluentes. A concepção que norteou o projeto foi de desenvolver atividades em uma visão integrada, envolvendo escola e comunidade. BRANDÃO (1990) afirmou que a participação dos grupos sociais, populares e intelectuais comprometidos com a causa popular, permite a apropriação de um novo poder que lhe é dado pelo conhecimento. O projeto teve como objetivos: desenvolver a capacidade de observação e pesquisa do aluno; estimular seu senso crítico em relação às questões ambientais; despertar a consciência da importância da preservação do meio ambiente e do respeito à natureza; incentivar a participação e o trabalho na busca de soluções para a melhoria da qualidade de vida de todos. Portanto, neste artigo, são apresentadas as principais etapas do projeto “GISA”, desenvolvido pela turma 73 (2011), sétima série do Ensino Fundamental do Colégio Santa Catarina. DIAGNÓSTICO DO CONHECIMENTO PRÉVIO E SENSIBILIZAÇÃO Em julho de 2011, iniciaram-se as atividades com 22 alunos matriculados na 7ª série, turma 73, no Ensino Fundamental, período de grande importância na educação do indivíduo, fase esta em que se encontram receptivos à ideias. Em um primeiro momento, durante as aulas de Ciências e Português, foi feito um diagnóstico do conhecimento prévio dos alunos, através de perguntas abertas e fechadas, a respeito da problemática ambiental que está ocorrendo na bacia hidrográfica do Rio dos Sinos. Essas perguntas geraram dados preliminares que possibilitaram esclarecer aos alunos conceitos sobre meio ambiente e as causas e as consequências das relações da ação antrópica sobre a qualidade ambiental do
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Rio dos Sinos e de todo o seu entorno. Na etapa de sensibilização do projeto, foi utilizado o vídeo “Lixo é Luxo” e através dele foi identificado junto aos alunos uma mensagem marcante que iria servir de base para a discussão: “a falta de consciência leva as pessoas a jogarem o seu lixo pela janela e não se dão conta de que a rua também faz parte de sua vida, faz parte do lar, da cidade inteira”. A partir desse filme, promoveram-se debates sobre as doenças causadas pelos resíduos sólidos, que constituem um problema sanitário quando não recebem cuidados convenientes já que podem apresentar microorganismos prejudiciais à saúde humana. Em parceria com o Projeto Peixe Dourado/Escola Pólo 25 de Julho de Campo Bom/Comitesinos, os alunos participaram de um bate-papo com a bióloga, Margarida Telles, educadora ambiental premiada nacionalmente, acerca do biomonitoramento das águas através da coleta e observação de macroinvertebrados bioindicadores da qualidade da água, nos arredores da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Foi um momento ímpar, singular e, realmente, inigualável. A bióloga veio acompanhada pela diretora pedagógica Scheila e pelos alunos monitores ambientais da escola pólo de Campo Bom. Esse batepapo foi acerca dos bioindicadores da qualidade da água, como “Chironomidae”, “Ephemeropteras”, “Plecopteras” e “Trichopteras”.
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ESTUDO DO MEIO - ARROIO PAMPA Sabendo que a inserção de atividades experimentais e saídas de campo no currículo pode contribuir na definição de diversos conceitos científicos e sociais, pensou-se que o conhecimento da realidade da água e da população ribeirinha do arroio Pampa e do banhado próximo poderia contribuir na formação de um cidadão crítico que tenha compromisso com a cidadania. Em parceria com a Escola Pólo do COMITESINOS, trabalhamos com os alunos o Biomonitoramento das Águas através de coleta e observação de macroinvertebrados bioindicadores da qualidade da água, no Arroio Pampa e no banhado, bairro Canudos, Novo Hamburgo. O biomonitoramento é a observação contínua de uma área com a ajuda de bioindicadores. Os organismos mais utilizados no monitoramento biológico d'água dos rios são os macroinvertebrados bentônicos. A escolha dos macroinvertebrados bentônicos para o biomonitoramento rápido justifica-se: pelos diferentes níveis de tolerância a determinadas condições ambientais (poluentes); ciclos de vida relativamente longos; vida sedentária e abundância desses organismos no ambiente aquático. Nesta saída de campo, a primeira observação dos alunos, quando chegaram ao arroio Pampa, foi a falta da mata ciliar e a ocorrência da erosão. De acordo com o Código Florestal, em riachos estreitos com menos de 10 metros de largura, a vegetação nativa deveria ter uma extensão lateral de 30 metros, no mínimo. A mata forma uma cobertura acima da superfície da água, diminuindo a evaporação da mesma, fornecendo material orgânico para a cadeia alimentar e funcionando como filtro de nutrientes e sedimentos finos, deixando, dessa forma, a água transparente. Os alunos constataram a completa inexistência de mata ciliar nesse Arroio.
Observou-se que a destruição da mata ciliar está afetando diretamente a todos da comunidade, em especial, em épocas de chuvas. A vegetação presente nas margens de rios serve como filtro que evita que os sedimentos trazidos pela erosão se depositem no fundo, o que levaria ao assoreamento, à diminuição de seus volumes e à perda da qualidade da água. Além disso, constatou-se que, frequentemente, está sendo depositado muito lixo nas margens do arroio Pampa, como sapatos, roupas, materiais de construção, móveis, entre outros. Esse lixo não se degrada rapidamente na natureza, aumentando a possibilidade de cheias quando chove na região. Observou-se que o curso d'água do arroio Pampa está praticamente retilíneo, resultado da urbanização do local. De maneira geral, não existem cursos d'água naturais retilíneos, mas sim com diversas curvas acentuadas. Essas dobras garantem a diversidade estrutural dos habitats e diminui a velocidade da água em períodos de cheia.
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O cheiro putrefato e a cor escura da água coletada já indicam o quanto ruim está a sua qualidade. Mas, muitas vezes, apenas fazendo essa análise visual, não é possível fazer uma avaliação da quantidade de gás oxigênio nesta água. Procurou-se, então, macroinvertebrados em, aproximadamente, 20 metros das margens do curso d´água com o auxílio de puçá aquático, pinças, bandejas e frascos. Neste dia, o nível da água estava elevado, o que dificultou a coleta de grande quantidade de macroinvertebrados no leito do Arroio.
Infelizmente, apenas quironomídeos foram encontrados naquela manhã. Esses organismos sobrevivem em ambientes com severa poluição orgânica e com baixa quantidade de oxigênio dissolvido.
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Os quironomídeos conseguem sobreviver nesses ambientes porque apresentam a eritrocuorina, pigmento respiratório com alta afinidade pelo oxigênio. Tabelas e cálculos indicaram a qualidade da água como “muito ruim”. Esse impacto ambiental é decorrente, principalmente, de descargas de esgotos domésticos encontrados ao longo do arroio Pampa. Existem outras espécies bioindicadoras de qualidade da água como as Ephemeropteras, Plecopteras eTrichopteras. Sendo estas encontradas em águas com altas concentrações de oxigênio. Todavia, essas espécies não foram encontradas no arroio Pampa. Esse resultado também justifica baixa biodiversidade nas proximidades desse arroio. As alterações na qualidade de água, resultantes dos processos de evolução natural e de ação antrópica, manifestam-se pela redução acentuada da biodiversidade aquática, em função da desestruturação do ambiente físico, químico e alterações na dinâmica e estrutura das comunidades biológicas. O uso de bioindicadores (espécies, grupos de espécies ou comunidades) permitiu uma avaliação integrada dos efeitos ecológicos causados por múltiplas fontes de poluição no arroio Pampa.
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O uso de bioindicadores tem sido corrente na avaliação de impactos ambientais provocados pela má administração do ambiente, pois animais, plantas, microrganismos e suas complexas interações com o meio ambiente respondem de maneira diferenciada às modificações da paisagem, produzindo informações, que não só indicam a presença de poluentes, mas como estes interagem com a natureza, proporcionando uma melhor indicação de seus impactos na qualidade dos ecossistemas (SOUZA, 2001). Essas atividades despertaram o interesse dos alunos porque eles coletaram, contaram e já identificaram como estava a qualidade das águas sem precisarem enviar a um laboratório para análise. Isso auxiliou, também, na formação da consciência dos alunos para a importância da preservação dos ecossistemas aquáticos. DIAGNÓSTICO DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DO ARROIO PAMPA Os alunos entrevistaram moradores de 48 residências que se localizam nas margens do Arroio Pampa. Essa entrevista gerou os seguintes dados: 2% das pessoas separam os materiais recicláveis; 94% não recebem nenhum tipo de informação sobre coleta seletiva; 15% não dispõem seu lixo em sacos plásticos ou latas fechadas; 94% observam na superfície do rio restos de comida, materiais recicláveis, blocos, pneus e animais mortos; 56% dos moradores estão em áreas de risco, muito próximas ao lixo depositado no local; 15% não têm saneamento básico; 48% não têm pavimentação; 83% não têm áreas de lazer, e os 17% restantes referem-se a uma quadra como único meio de lazer; 21% dos moradores já contraíram doenças da água do Arroio. Constatou-se, portanto, a grande falta de conhecimento dos moradores em relação ao ambiente em que estão inseridos.
EXPERIÊNCIA DE PRODUÇÃO PLÁSTICA POÉTICA – SURREALISMO: INSTALAÇÃO Durante a saída de campo ao Arroio Pampa, os alunos também recolheram muito lixo, depositado dentro e nas margens do Arroio. Recolheram garrafas PET, embalagens e sacolas plásticas, cobertores, pneus, sapatos, roupas, carpetes, móveis e peças de veículos. Mas o que mais chamou a atenção foram os vasos sanitários e pias de banheiro jogados próximo ao Arroio. Todo esse lixo, recolhido no Arroio Pampa, foi exposto, durante quinze dias, no pátio da Escola, com uma placa de identificação do material, a fim de alertar e conscientizar a comunidade escolar (famílias, alunos, funcionários, visitantes, etc).
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Depois desse período, na disciplina de Artes, os alunos organizaram esse “lixo” para produção de uma “Instalação” – produção plástica poética surrealista. O conceito de Instalação, já trabalhado teoricamente e visualmente com a turma, possibilitou a ideia dos Ready Mades, e logo o artista Marchel Duchamps veio à tona. Separamos os vasos sanitários e pias, guarda-chuvas e limpamos todos os objetos com luvas. A professora motivou os alunos para que colocassem a “mão na massa”. Nos demais encontros, os alunos criaram uma cortina com latinhas de refrigerantes, também selecionadas no lixo da escola, prédios, mobiliários e peças de uma casa. Foi visível a participação efetiva dos alunos. Depois, uma “Fonte do Santa” começou realmente a ser montada e todos demonstraram uma imensa satisfação. A mesma foi colocada próximo ao bar e logo os alunos da Educação Infantil ocuparam o espaço “experimentando” a Instalação. Foi realmente muito significativo poder vivenciar o que o conceito de Instalação propõe: “a necessidade de mexer com os sentidos do público, de instigá-lo, quase obrigá-lo a experimentar sensações, sejam agradáveis ou incômodas. Isso faz da Instalação um espelho de nosso tempo”. Esse “mexer” foi o movimento que ocorreu na produção desse trabalho, o vivenciar o inesperado, a arte como possibilidade de reflexão. Já afirmava Mondrian: “a natureza é a pergunta; a arte, a resposta.” A exposição da Instalação foi visitada por centenas de pessoas, durante a “Mostra Multidisciplinar”, que ocorreu no dia 20/08, na Escola. Esse evento foi aberto à comunidade e recebeu visita de inúmeros estudantes, familiares e comunidade em geral.
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PESQUISA E ELABORAÇÃO DE PANFLETO Nesse projeto, as exposições não apresentaram apenas possíveis soluções aos problemas do Arroio, mas foram além das explanações teóricas e tornaram-se ações concretas. Uma dessas ações originou uma campanha educativa desenvolvida pelos alunos, que distribuíram pelo bairro Canudos/NH 1000 (mil) panfletos informativos acerca do ambiente local com “Dicas da Turminha do Santa”.
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INTERVENÇÃO SOCIOAMBIENTAL PLANTIO DE ÁRVORES O projeto GISA, também, promoveu um conjunto de ações de cunho socioambiental para os alunos da Creche Chapeuzinho Vermelho, que atualmente atende crianças de 2 a 5 anos de idade. Participaram das atividades 58 crianças, contando com o apoio dos professores e dirigentes da Instituição, em que foram ministradas oficinas interativas utilizando fantoches confeccionados com materiais recicláveis, momento de pintura livre, cantigas de roda e educação ambiental lúdica, com o intuito de semear naqueles que são o futuro da nação a semente do saber sustentável. O principal objetivo foi o de sensibilizar, conscientizar e mobilizar essas crianças para o seu meio ambiente, em especial para o tema da preservação das águas do arroio e banhado daquela localidade. No primeiro contato com as crianças da Creche Chapeuzinho Vermelho, filhas dos moradores das margens do Arroio Pampa, ouvimos os seguintes depoimentos: … na minha casa tem um montão assim de ratos. Meu mano pega eles e prende dentro duma caixa. Aí a gente brinca com eles. um dia meu mano grande abriu a barriga dum filhotinho... eca... é muito cheiro ruim, né ... (depoimento da criança M.S. - 4 anos) ... quando é bem quente, o meu pai me deixa tomar banho no arroio porque é bem legal, né... (depoimento da criança C. R. – 4 anos)
O estudo de percepção ambiental possibilitou a obtenção de informações sobre a cultura, o perfil socioeconômico e a forma como essas pessoas percebem, usam e conservam seu meio ambiente. Nesse contexto, o lixo é um dos maiores problemas urbanos atuais e, também, está presente no ambiente da Creche Chapeuzinho
Vermelho. Diante desse fato, atividades de educação ambiental foram promovidas, visando à sensibilização ambiental. O diálogo e o envolvimento dessas crianças foram estimulados como forma de valorização da pessoa humana e de promoção de autonomia, em um ambiente descontraído e alegre, favorável a uma aprendizagem ambiental de resultados. Foram desenvolvidos momentos de discussões sobre o problema do lixo e de busca de alternativas adequadas para lidar com esse desafio, promovendo a participação ativa das crianças. Os resultados deste projeto mostraram que a educação ambiental com crianças favorece a construção de uma cidadania ambiental na mais tenra idade e deve ser promovida com um olhar de encantamento e fantasia, em relação ao seu mundo, abusando de brincadeiras orientadas e de momentos de interação com a natureza, esteja ela degradada ou conservada. A sensibilização promovida pelo projeto foi percebida pelos depoimentos feitos pelas crianças. A proposta das crianças serem cidadãs, atuantes na manutenção de um meio ambiente limpo, culminou na aceitação empolgada para o plantio de árvores nativas para recuperação da mata ciliar do banhado. Em relação à estrutura e área externa da escolinha, optou-se em realizar plantio de árvores e ornamentação dos canteiros da Creche com a participação das crianças, educadoras e o grupo de alunos de 7ª série, membros do projeto. Para a Comunidade, planejou-se uma caminhada no entorno do espaço físico da creche, onde as crianças e educadores distribuíram de “casa em casa” junto aos moradores da comunidade, panfletos confeccionados pelos alunos do Colégio. A busca em mobilizar diversos agentes em um processo de mobilização e educação ambiental exigiu que se desenvolvesse um
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trabalho no mínimo com um esforço multidisciplinar. Daí a necessidade de procurar abranger e compreender diversas formas de conhecimento e interação de atores, convergindo e debatendo, buscando ações e resoluções com objetivos em comum. Isso possibilitou um valor diferenciado à experiência, sendo que o processo de sensibilização ocorreu cotidianamente e não pontualmente. As atividades desenvolvidas junto à Creche, através do projeto GISA, buscaram despertar nos participantes formas de pensar e agir sobre o meio ambiente comunitário que implicassem na interrelação de temas como política e organização socioambiental da comunidade. Almejou-se desenvolver uma prática de educação ambiental voltada a mobilizar a comunidade e a atuação da Creche, como agentes de sensibilização/instigação das pessoas em relação aos problemas socioambientais da localidade do Arroio Pampa e do banhado. A diversidade de opiniões e pontos de vista acerca do projeto refletiu junto aos atores que interagiram nas ações em benefício do meio ambiente local. Isso se evidenciou nos depoimentos das educadoras da creche. Uma das educadoras da creche considera que: As ações em educação ambiental são de grande importância na educação infantil visto que é nesta fase em que as crianças aprendem seus principais valores e levam estes para toda a vida. As crianças aprendem a preservar, reciclar, cuidar e respeitar a natureza, assim consequentemente refletem em sua família, visto que acaba interferindo também no comportamento da criança em casa que começa a chamar a atenção de seus familiares para reciclar o lixo, não jogar lixo nos rios, arroios como é o caso do arroio Pampa, plantar e cultivar árvores e plantas. (Depoimento educadora A)
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Percebe-se, assim, que as educadoras reconheceram a importância das atividades em Educação Ambiental em âmbito escolar e a necessidade da participação das crianças nesse processo. No dia 24 de agosto, foi feito o plantio de árvores nativas para o início da reconstrução da mata ciliar em torno do banhado, próxima à Creche Chapeuzinho Vermelho. Vinte mudas nativas foram adquiridas no horto florestal do município, mantido pela prefeitura. Na tentativa de reproduzir o ambiente natural, plantaram-se mudas de 11 espécies nativas: Ipê roxo, Amoreira, Chal chal, Ipê amarelo, Guajuvira, Ingá, Amora, Goiabeira, Araçá, Pata de vaca e Canela. A mata ciliar com maior diversidade de espécies apresenta uma capacidade maior de recuperação, melhor ciclagem de nutrientes, maior atratividade à fauna, maior proteção ao solo contra processos erosivos e maiôs resistência a pragas e doenças. Na hora do plantio dessas árvores, seguiram-se algumas recomendações técnicas do jardineiro da escola, Miro.
Durante um ano, esta turma monitorou o crescimento destas árvores nativas e, após um crescimento significativo dessas mudas, a turma já está se programando para continuar o plantio de novas mudas a fim de recuperar a mata ciliar em torno do banhado.
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No entanto, não foi somente em torno do banhado que foi trabalhado com os alunos da Creche Chapeuzinho Vermelho. Também decidimos ensinar àquelas crianças de 5 anos de idade a diferença entre a mata ciliar e um jardim: jardim é um terreno onde se cultiva principalmente plantas ornamentais ou que dão flores, para apreciação; mata ciliar são faixas de matas ou florestas que ocorrem nas margens de cursos de água, tais como rios, riachos, açudes, banhados etc.
I CONCURSO FOTOGRÁFICO “ R E S P O N S A B I L I D A D E SOCIOAMBIENTAL SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOS SINOS” O I concurso de fotografia ofereceu aos alunos do Colégio Santa Catarina a oportunidade de, através de uma fotografia original, expressar seu orgulho e dedicação para melhorar, preservar e proteger o meio ambiente em que vivem. Foram entregues 260 fotos. A Exposição ocorreu no período de 22/08 a 30/08/11, no Salão Social da Escola. Essa exposição aconteceu durante a “V Tecnisanta” – mostra de trabalhos científicos dos cursos técnicos. Dessa forma, a exposição fotográfica foi visitada por centenas de pessoas, tanto empresários da região, durante o “Café para Empresários e Avaliadores das fotos”, como pela comunidade de estudantes da própria Escola e de escolas visitantes, bem como pela comunidade escolar.
A premiação das fotos vencedoras ocorreu no dia 30/08/11. A foto vencedora do concurso, intitulada “Liberta-me da Poluição”, representou a imagem do Rio dos Sinos acorrentado pela mão humana. A aluna tirou a foto de um ângulo fabuloso de onde uma corrente, corroída pela passagem do tempo, proíbe a entrada das pessoas pelo perigo da grande enchente, na qual o Rio transbordou em um eterno pedido de socorro.
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possui um importante papel na conscientização ambiental da população. No mês de julho e agosto, a turma 73 enviou mensagens de conscientização ambiental por meio de torpedos no celular. Foram mensagens de reflexão sobre a problemática do Rio dos Sinos. Dezenas dessas pessoas deixaram recados, retornando uma resposta às mensagens enviadas, parabenizando a nossa iniciativa e manifestando total apoio ao projeto. Seguem abaixo alguns desses recados:
Acerca da relevância do projeto GISA – Grupo de Intervenção SocioAmbiental, uma avaliadora do “I Concurso Fotográfico” afirmou que: A educação pelo olhar fala alto, mas no interior; ensina, também, a dar sentido para a vida, para o planeta... e só assim atinge-se a consciência humana. Enfim, o Colégio Santa Catarina ensinou, através deste projeto socioambiental, a "olhar". Dessa forma, o aluno aprendeu, com certeza, a "olhar" o mundo e a valorizar o respeito com o outro e, consequentemente, com o ambiente. (C. M.- avaliadora do concurso - Arteterapeuta, 30/08/11)
O evento foi aplaudido de pé pelas centenas de pessoas que estavam prestigiando. Foi um momento único, singular e extremamente emocionante. USO DE MENSAGENS DE TEXTO (SMS) O telefone celular, pelo custo bem mais baixo em relação a computadores e pela facilidade propiciada pelos planos prépagos, tem se constituído uma porta de entrada ao universo das tecnologias de comunicação e informação e, portanto,
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“Parabéns! Temos que abraçar a luta da conscientização!” (I. P) “Nada melhor para pensar o planeta, do que ver ele em sua plenitude... t o t a l m e n t e p r e s e r v a d o . . . ( T. G . ) “Desejo para a humanidade um mundo mais justo, equilibrado em todos os s e n t i d o s . ” ( N . J . ) ”Como cidadã sonho com o nosso rio l i m p o e e m p a z ” . ( T. M ) “Uma maravilha a campanha. Tomara que muitas pessoas se engajem nela. Conte comigo!” (G.W.) “Recebi sua mensagem. Ficou muito bacana! Sou fotógrafa e as questões com o Rio dos Sinos também me preocupam. Temos que fazer a nossa e mais um pouco da parte de outros... Boa sorte e bom trabalho”. (C.G.) “Adorei a sua mensagem. Também mostro preocupada com o nosso Rio, vendo muitas pessoas desperdiçando água e poluindo o Rio. Percebo que devemos agir logo, antes que a própria natureza e o meio ambiente acabe com nossos ascendentes”. (R.C.)
Uma grande parte de nossos alunos possui celulares equipados com câmeras. Muitos deles registraram, durante as saídas de campo, os impactos da ação humana nas águas do Rio dos Sinos. Essas imagens em vídeo também foram enviadas pelo celular, multiplicando o trabalho de conscientização e sensibilização em relação à problemática das águas do Rio dos Sinos. O uso de
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mensagens de texto (SMS) funcionou como auxílio precioso nessas discussões. A aluna JF da 7ª série comemora: O objetivo era surpreender as pessoas e isso funcionou muito bem. Tivemos um retorno muito positivo e muito rápido também. A pessoa, pelo celular, era surpreendida pela mensagem de SOS Rio dos Sinos. Isso levou as pessoas a pensarem mais sobre as questões ambientais. Temos certeza disso.
Considerando os objetivos propostos, foram obtidos resultados significativos, uma vez que se criou uma sensibilização a partir de atividades socioambientais e participação efetiva das pessoas envolvidas pelas ações. CARTA DE COMPROMISSO Uma CARTA DE COMPROMISSO foi elaborada pelos alunos, com a orientação da professora de Língua Portuguesa, a qual foi encaminhada aos órgãos públicos da cidade de Novo Hamburgo e à Associação do Bairro Canudos, a fim de apresentar as soluções observadas pelos próprios alunos. A CARTA, elaborada pelos alunos e com ideias também vindas dos pais por escrito, teve a intenção de firmar um compromisso com os órgãos públicos de NH e, também, com a Associação do Bairro Canudos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Te n d o p o r b a s e a o b s e r v a ç ã o participante, relatos e a realização de entrevistas semiestruturadas com integrantes da comunidade, nossa análise considera este projeto para além do espaço escolar, levando em consideração a influência que as ações em educação ambiental possam ter originado na vida cotidiana das pessoas que participaram e a forma que promoveram o exercício da cidadania na comunidade. Norteados pelas seguintes questões: a) ampliação do entendimento da comunidade sobre o tema Rio dos Sinos e entornos; b) possibilidade de superação da estrutura disciplinar e c) inserção da temática ambiental nas disciplinas da escola, desvelaram-se possíveis indicadores cotidianos de limitações e perspectivas que projetos sociais em educação ambiental, realizados em escolas e comunidades urbanas, podem apresentar no decorrer de seu processo. Concluímos, relacionando esses indicadores com a questão do desenvolvimento social, político e cultural de comunidades nas periferias urbanas, que o projeto GISA foi um sucesso. Desenvolvemos um projeto que teve como intenção o estímulo ao exercício da cidadania, mostrando que é possível
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envolver e ativar ações em torno de um espaço e causas em comum. Desse modo, acreditamos na construção de uma educação ambiental pautada em um processo contínuo de aprendizagem e exercício da cidadania, despertando nas pessoas uma visão mais ampla e crítica da realidade e uma atuação de fato comprometida com a transformação do espaço social onde vivem. Os relatos e tantos outros, que não estão aqui transcritos, trazem à tona o que pode ter sido uma das facetas mobilizadoras dessa iniciativa, demonstrando o potencial que projetos sociais em educação ambiental podem ter. Os objetivos do projeto de educação socioambiental na comunidade foram alcançados. Isso gerou uma possível consciência ambiental. Os depoimentos da comunidade escolar envolvida nele cooperam nesse aspecto, trazendo diversas percepções e opiniões, complementando e fortalecendo nossa análise. Um dos membros do conselho de pais, enquanto interagia em uma das atividades do projeto com as crianças na creche, foi questionado se essa iniciativa estaria alcançando seus objetivos, conforme relato abaixo: O projeto proporcionou mudanças e deu orientação e acho que tá na hora da comunidade fazer a sua parte
Já a educadora S., da creche, opinou: [...] as pessoas da comunidade também foram atingidas positivamente com o projeto visto que passaram a dar mais atenção ao banhado ao lado da escola que muitas vezes os moradores deixavam animais mortos, o mato abrigava cobras, aranhas, mosquitos, lixo, também passou-se a ter mais cuidado em não jogar lixo no chão, cuidar das árvores da rua. Tudo isso é reflexo de um trabalho que ultrapassou as crianças e expandiu-se em grande parte à comunidade.
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No decorrer do projeto, apesar das dificuldades, optou-se em realizar esforços no sentido de promover atividades não difusionistas e sem imposições, pautandose em desenvolver, conforme Freire (1988), metodologias participativas e dialógicas. Nessa perspectiva, utilizou-se, também, a Educação Popular em Ambiente, cuja metodologia abarca as bases teóricas propostas por Freire (1988) e propõe ações educativas socioambientais que estejam conectadas ao modo de ver e enfrentar problemas ambientais das comunidades em que são desenvolvidas (VASCONCELLOS, 2001).
Conforme Vasconcellos, as áreas naturais protegidas oferecem oportunidades únicas para a (re)aproximação das pessoas aos ambientes naturais, aliando conhecimento, reflexões, desafios, afetividade, curiosidade, imaginação e noção de pertencimento, o que facilita o cumprimento dos objetivos da educação ambiental e da conservação da natureza. Tendo por base as questões que nortearam nosso projeto, podemos dizer que ele deve ser observado não como um modelo a ser seguido e reproduzido, mas como um exemplo para estudantes, multiplicadores e trabalhadores em educação, dos possíveis caminhos que as iniciativas em educação ambiental podem ter. Desse modo, instiga-se o desafio da
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busca de uma atuação calcada na proposição de processos de formação, assumindo-se como educação permanente de modo articulado nos espaços de educação formal (escola / creche / comunidade, etc.).
ensino-pesquisa e extensão na perspectiva da interdisciplinaridade. O sucesso da iniciativa foi realmente animador sobre todos os aspectos. Cabe salientar que esse projeto recebeu medalha ouro na maior premiação do RS: 5º Prêmio RIO DOS SINOS É NOSSO. No ano de 2011, essa competição envolveu alunos da rede municipal, estadual e privada dos 32 municípios da Bacia Hidrográfica do Sinos, ficando apenas 3 escolas finalistas. O Santa recebeu o 1º lugar, medalha ouro, e destacou-se pela excelência na educação e qualidade de ensino através do projeto GISA – Grupo de Intervenção Socioambiental, desenvolvido pelos alunos da turma 73.
O projeto oportunizou o contato das crianças, comunidade e educadores com o tema ambiental, e isso proporcionou momentos de reflexividade sobre os problemas ambientais que desencadeavam processos de vulnerabilidade a problemas de saúde, enfrentados na comunidade próxima ao Arroio e ao banhado local e na sociedade em geral. Portanto, o projeto “GISA” foi implantado com a finalidade de promover o conhecimento ambiental para contribuir na transformação da sociedade, enfocando Planos de Ação em benefício da qualidade das águas do Rio dos Sinos e de seus afluentes. Esse projeto representou uma experiência inovadora que permitiu articular
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A partir da proposta do Projeto Baleia Franca, em setembro de 2000, foi criada a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, Unidade de Conservação Federal. Essa proposta tem como objetivo harmonizar as atividades humanas e a presença das baleias, ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais, a ocupação e utilização do solo e água, localizada no litoral centro-sul do estado de Santa Catarina. A APA abrange uma área costeira que tem seu limite norte na Lagoinha do Leste (sul da Ilha de Santa Catarina), estendendo-se em direção sul até o Balneário Rincão, e a leste 5 milhas náuticas no mar, totalizando uma área de 156.100 hectares e aproximadamente 130 km de costa.
DEPOIMENTOS DOS PAIS E ALUNOS EM RELAÇÃO AO PROJETO GISA As contribuições da comunidade escolar trazem para a análise importantes considerações, pois ressaltam a importância das atividades desenvolvidas pelo projeto tanto para as crianças da creche, bem como para a comunidade escolar em si.
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As ações em educação ambiental realizadas contaram, muitas vezes, com a participação dos pais e comunidade escolar, tanto em atividades pedagógicas focadas nas crianças e nos próprios alunos da Escola, como nas mobilizações comunitárias. A partir disso, o conteúdo específico teve uma abrangência muito maior pela politização do debate acerca do tema ambiente e saúde, pois nessas temáticas, a transformação ambiental pela ação humana e consequentemente das relações estabelecidas dos homens entre si são determinantes nesse sentido. Emerge assim, a questão da cidadania, por ser um campo permeado de proposições e ações, desde o âmbito institucional, quanto individual e coletivo, formal e informal, ou como evocava Paulo Freire a necessidade do indivíduo “ser e estar”. A cada dia que passa, percebemos mais a importância da preservação ambiental. O projeto GISA contribuiu para um processo de conscientização, envolvendo alunos e, principalmente, a população ribeirinha. Mostrou que todos somos responsáveis pelo futuro do meio ambiente. (T. W. – mãe de aluno) Meu filho começou a frequentar o Colégio Santa Catarina neste ano. Foi por acreditar na proposta pedagógica dessa escola que optamos por ela. E valeu a pena, pois, em menos de um ano, o João Gabriel participou de várias atividades e ações do Projeto GISA, que ele, até então, nunca havia vivenciado. Esse projeto despertou o interesse e a expectativa do meu filho em fazer novas descobertas. A oportunidade única em poder participar da viagem a Imbituba, com certeza, também jamais será esquecida. São lembranças de momentos inesquecíveis que ficarão para a vida inteira. A turma 73 está de parabéns pela conquista do prêmio, juntamente com as duas professoras responsáveis pelo projeto. (L. D. – mãe de aluno)
Achei muito importante essa competição relacionada ao meio ambiente, pois é muito importante a conscientização das crianças e dos adultos sobre o ambiente em que vivemos. Cada pessoa deve preservar o ambiente em que vive, ou seja, não colocar lixo nos rios, por exemplo. É preciso da ajuda de todos para que possamos viver em um ambiente melhor, ou seja, com ar puro para respirar melhor e sem poluição para evitar as doenças futuras. Ame a natureza acima de tudo... Ainda está em tempo para mudarmos e termos consciência em busca de um mundo melhor. A premiação foi muito especial para todos nós, pais e alunos. Foi uma vitória conquistada por todos, pois cada um deu um pouco de si. Estou muito orgulhosa da turma 73 e também das professoras que participaram deste projeto maravilhoso. Essa conquista foi um gesto muito bonito. Parabéns Colégio Santa Catarina. (M. R. - mãe de aluno) Esse projeto foi muito importante porque vem somando para a construção de uma sociedade mais consciente ecologicamente e ambientalmente. A premiação é um estímulo para que não somente as crianças, mas que, por intermédio delas, também os adultos se mobilizem em ações socioambientais. (J. M. - pai de aluno) A importância do GISA se dá uma vez que o projeto, desenvolvido pela escola, contribui significativamente para a formação humana e educacional das crianças. Minha filha se empenhou em um trabalho árduo de conscientização, e sei que o mesmo terá efeito para a melhoria e conservação do Rio dos Sinos. Esse prêmio demonstrou que a escola tem uma preocupação com as questões ambientais e, da mesma forma, transmite essa visão de sustentabilidade para os seus alunos. Pautado na conservação ambiental, esse projeto abre frente para novas iniciativas, uma vez que teve repercussão nacional. (R. M. - mãe de aluno)
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A competição foi importantíssima para a conscientização ambiental dos alunos da turma 73, das outras turmas e também das pessoas de fora da escola que trabalharam no projeto GISA. A premiação foi a prova de que é possível fazer um trabalho sério de conscientização ambiental nas escolas, pois mudamos o modo de pensar de todos os indivíduos envolvidos no projeto. Ela também foi uma recompensa pelo bonito trabalho feito pela turma. (R. S. - mãe de aluno) Quando se tem algum prêmio em jogo, acaba-se estimulando o interesse do aluno em relação ao assunto, pois, assim, ele vai estudar muito mais e se esforçar mais para alcançar o objetivo que será o prêmio. (L. R. e R. S. - pais de aluno) Percebo a importância da competição não como finalidade para ganhar um prêmio e sim o desafio de encarar uma situação, vivenciar e tentar, através do trabalho em equipe, descobrir uma solução ou, pelo menos, amenizar danos causados à natureza que refletem em nossa vida. Bem, mas nada como um prêmio depois de um trabalho bem feito. As crianças desenvolveram o projeto GISA, batalharam por ele. O prêmio é um estímulo para que os jovens alunos não abandonem essa garra e busquem sempre a realização de trabalhos que iniciem, desenvolvam, concluam e cresçam com as experiências. Esses sim são os verdadeiros prêmios que jamais serão esquecidos. (C. R. - mãe de aluno) A competição faz parte da vida do ser humano bem antes do seu nascimento. É através da competição que evoluímos e buscamos o nosso aprimoramento, dando o nosso melhor em busca da vitória, da conquista e do reconhecimento. A competição está diariamente inserida em nossa vida de forma intrínseca e, muitas vezes, competimos de forma involuntária. Acredito que, para os alunos da turma 73, esse importante projeto de ações em
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benefício do Rio dos Sinos serviu como uma experiência inesquecível e levarão esse aprendizado para o resto da vida, pois demonstraram amadurecimento ao traçar uma estratégia, e dedicação ao superar os obstáculos em prol do projeto. Naturalmente, o foco principal de uma competição é a conquista do prêmio, chegar em primeiro e ver todo o esforço reconhecido. Mas é fundamental estar preparado também para a derrota, pois é ela que nos fortalece para alcançarmos objetivos maiores. Participar desse projeto foi uma excelente oportunidade de aprendizado e uma experiência para outros grandes desafios que esses jovens terão pela frente. (T. L. - pai de aluno) Essa competição foi de extrema importância, pois ajudou a conscientizar não só as pessoas que participaram do projeto, mas também a nossa família. Enquanto minha filha ia fazendo atividades diferenciadas, desenvolvidas pelo projeto GISA, também ia nos ensinando e nos conscientizando sobre a importância do cuidado com as águas do Rio dos Sinos e seus afluentes. A premiação “Rio dos Sinos é Nosso” significa muito para a turma 73, pois eles desenvolveram um projeto muito bacana de conscientização tanto da população ribeirinha do arroio Pampa, quanto das pessoas que estavam acompanhando as atividades do projeto. Como os alunos do projeto GISA, do Colégio Santa Catarina, esperamos que as pessoas se conscientizem e aprendam a cuidar das águas dos arroios e dos rios, principalmente do Rio dos Sinos. Nós aprendemos e acompanhamos, por isso também vamos cuidar mais e preservar mais, pois cada ação que fizemos faz toda a diferença. (C. L. - mãe de aluno) Achei muito importante este projeto com a participação dos alunos, entre eles o meu filho Pedro Henrique Cervo. Esse projeto conseguiu não somente a integração dos alunos com a comunidade, mas também a valorização
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e a preservação da água que bebemos e do meio ambiente em que vivemos. Devemos também levar em consideração que a competição foi de grande importância, pois teve a participação de muitas escolas e o Colégio Santa Catarina saiu como vencedor. Através desse projeto, o “Santa” conseguiu colocar em destaque a qualidade de ensino da escola, já que recebeu, além do prêmio “O Rio dos Sinos é Nosso”, outra premiação a nível de Brasil. Parabéns a todos que participaram do projeto. (M. C. - mãe de aluno)
Reafirmamos que a temática “educação ambiental” despertou nos grupos sociais (comunidade de uma vila e do Colégio Santa Catarina) novas formas de compreensão e reflexão. Com isso, abriram-se diversas possibilidades para realização de práticas interdisciplinares, renovação da estrutura escolar, ampliação do olhar da comunidade em relação a suas problemáticas, o que leva a uma interferência crítica e responsável sobre a realidade, e consequentemente, práticas de cidadania e de construção da autonomia, tanto individual como coletiva. Conforme os depoimentos dos alunos participantes do projeto: Quando a professora Eliana nos apresentou o projeto, eu achei que iria ser uma chatice... Imagina só: eu ir a um arroio cheio de lixo - claro que não queria e nem iria. Mas depois que vi aquele arroio com tanto lixo, depois que fomos à creche, de ter visto o brilho nos olhos daquelas crianças, depois que entrevistamos a população ribeirinha, depois que percebi o desespero daquela gente, das lágrimas nos olhos, da falta de perspectiva, da falta de qualidade de vida, da ausência completa do que é básico para a sobrevivência, da falta de esperança, de ser tratado como gente, bem, eu já não estava mais fazendo por mim ou pelo projeto. Eu precisava fazer a minha parte e tentar buscar uma
esperança, nem que fosse bem pequena, para aquelas pessoas que vivem no lixo e do lixo. O projeto GISA não conscientizou apenas a população, a escola, mas, principalmente, a mim. Eu mesmo mudei... Realmente, agora posso dizer que sou uma pessoa consciente ambientalmente. (J. R.) Só o fato de ter participado do projeto GISA já foi um prêmio para mim. Esse projeto me ensinou e me fez perceber, ainda mais, como é importante preservar os arroios, pois suas águas vão parar no Rio dos Sinos, e também a contribuir com a preservação dos recursos naturais. Fizemos muitos trabalhos de conscientização da população e minha também, lógico! Aprendi a lidar e a cuidar ainda mais da natureza e a buscar soluções práticas para os problemas ambientais ao meu redor. Além de nossa turma ter ganhado o prêmio “O Rio dos Sinos é Nosso”, esperamos também que os arroios e, principalmente, o Rio dos Sinos saia ganhando e que as pessoas estejam conscientizadas sobre a poluição e falta de conservação das águas dos rios e arroios em geral. Este trabalho foi muito legal e vou lembrar dele para sempre. Agora, continuarei lutando pelo Rio dos Sinos. (J. C.) O projeto “O Rio dos Sinos é Nosso” não foi realizado para beneficiar somente as escolas participantes, mas toda a comunidade do RS. Todas as ações feitas por alunos e professores ajudaram a conscientizar grande parte da população. Para a nossa turma, o projeto GISA foi o mais importante e não apenas o prêmio. Esse projeto nos conscientizou sobre a nossa grande responsabilidade e compromisso com o meio ambiente e com o futuro do planeta. (J. F.). O projeto GISA foi um acontecimento incrível, porque realmente mudou minha vida e meu jeito de ser. Antes eu não me preocupava mesmo com o meio ambiente. Jogava lixo no chão, sem perceber que eu poderia estar
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“matando” o meio ambiente aos poucos. Era um ignorante total. Quando o projeto começou, achei que seria algo que não mudaria nada na minha vida. Mas aos poucos, tudo foi melhorando... sem perceber, já colocava o papel de bala no bolso até encontrar uma lixeira, comecei a observar mais a natureza e, principalmente, percebi e me senti fazendo parte desse ambiente. Bem, o projeto GISA foi importantíssimo para minha evolução como ser humano. O projeto ajudou também muitas pessoas a se darem conta de que a hora de mudar é agora, imediatamente. A premiação? Foi um momento mágico... eu estava muito nervoso e tenso com aquele momento. Ficamos muito felizes já que o nosso trabalho tinha sido escolhido como o melhor de todos. Realmente, merecíamos o primeiro lugar, porque trabalhamos para isso e tivemos muitos resultados positivos. (E. S.) Nesta competição, aprendemos a trabalhar em equipe, um ajudando ao outro, sempre. Ela nos fez crescer, amadurecer e perceber que unidos somos mais fortes. O projeto GISA levou conscientização não só para a população ribeirinha do Arroio Pampa, mas também a nós, pessoas envolvidas com as ações do projeto. Aprendemos muito, muito mesmo. Não ganhamos apenas um prêmio, mas sim um aprendizado que levaremos para toda a vida. Amei o projeto GISA. (M. F.) Para mim, o projeto GISA foi muito importante porque aprendi muito. É claro que eu já sabia que o Rio dos Sinos estava poluído, mas eu nunca tinha ido lá para presenciar isso. Poder mudar essa situação foi, realmente, muito gratificante para mim e garanto que também para todos que participaram. O GISA mudou para sempre o meu modo de ver as coisas, me fez crescer como aluna e como pessoa. Agora, eu tenho ainda mais consciência de meus atos e das consequências que eles podem trazer. Além de termos nos conscientizado,
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conscientizamos também as pessoas da nossa comunidade e a população ribeirinha do Arroio Pampa, que participou do nosso projeto. A melhor parte, em minha opinião, foi desenvolver um trabalho com a Creche Chapeuzinho Vermelho e ver a alegria daquelas crianças enquanto plantavam, recolhiam o lixo e aprendiam sobre a importância do meio ambiente. Com certeza, o GISA (Grupo de Intervenção Socioambiental) marcou para sempre a minha vida com ótimas lembranças e muita satisfação de ver que já mudamos muita coisa. (V. L.) Este projeto é um incentivo para cuidarmos do meio ambiente para termos uma vida saudável, melhor e de qualidade. O projeto conscientizou um grande número de pessoas que se envolveram nas ações que realizamos em prol das águas do Rio dos Sinos. Foi uma honra ter participado do projeto GISA (Grupo de Intervenção SocioAmbiental). Contribuímos com tudo o que podíamos, e isso nos ajudou a nos tornarmos pessoas melhores, a nos tornarmos gente de verdade. Receber o prêmio também foi uma satisfação, pois, depois de tanto esforço e de muito trabalho, recebemos uma viagem a Santa Catarina. Somos pessoas privilegiadas por termos participado do GISA. Curtimos a viagem e, no fim de tudo, podemos dizer: o Santa foi pra Santa! (F. R.) Através do projeto GISA, conscientizamos um grande número de pessoas de como preservar os rios e arroios. Depois que nós fomos consagrados como escola campeã, na premiação “O Rio dos Sinos é Nosso”, senti-me honrado por ter feito um trabalho de preservação ambiental tão bom. Em minha opinião, não foi a medalha nem a viagem que ganhamos o que mais importou para a nossa turma, mas sim o fato de sabermos que estamos fazendo algo para melhorar o mundo. E isso significa que nos tornamos seres humanos muito melhores do que éramos. (P. C.)
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Por meio do projeto GISA, todos saíram ganhando, mas principalmente o Rio dos Sinos, que agora ganhou muito mais apoio das pessoas e da própria população ribeirinha. Foi com essa vontade de transformar uma realidade degradada e poluída que formamos um exército para ajudar ainda mais as águas desse rio, que é tão importante para nós. O recebimento desta premiação só veio reconhecer o trabalho sério e de responsabilidade que nós, grupo de intervenção socioambiental GISA, realizamos. Isso é tão verdadeiro que, durante esta semana, recebemos outro prêmio, mas agora NACIONAL: “Prêmio Ford de Sustentabilidade” e, de novo, fomos reconhecidos pelo projeto que desenvolvemos em benefício do ambiente. (C. M.)
fundamental e médio – das redes pública e particular que criaram e implementaram projetos que incentivam significativamente a conservação do meio ambiente e que envolvam diretamente a participação de seus alunos. Em dezesseis anos, a Ford premiou 70 personalidades e entidades dedicadas às causas ambientais, somando mais de 3,6 mil projetos inscritos, oriundos de todas as regiões do Brasil. O Prêmio Ford Motor Company de Conservação Ambiental elege todo o tipo de iniciativa bem-sucedida voltada à preservação do meio ambiente que sirva como modelo inovador e replicável no Brasil. É o mais importante reconhecimento aos projetos ambientais do País. Conforme email recebido:
UM QUASE FINAL... Portanto, essa experiência foi enriquecedora não apenas para nós professores que experimentamos (ousamos!), mas para servir de referência e encorajar outras iniciativas. Nesse sentido, cabe salientar que o GISA recebeu, também, o 1º lugar O Prêmio Ford de Conservação Ambiental, que é uma iniciativa da Ford Motor Company Brasil Ltda., destinada a encorajar e reconhecer projetos de proteção à natureza e à biodiversidade, assim como aqueles ligados ao uso sustentado de recursos naturais no Brasil. As categorias do Prêmio foram concebidas para apoiar tanto pessoas físicas, relacionadas a projetos de proteção à natureza e à biodiversidade, como organizações não governamentais, entidades comunitárias, empresas privadas, instituições de ensino infantil, fundamental e médio, bem como órgãos/agências governamentais na área de conservação da natureza no território brasileiro. O Colégio Santa Catarina participou na categoria “Meio Ambiente nas Escolas”, oferecido a Instituições de Ensino de Educação Básica - nos níveis infantil,
A Ford tem o prazer de informar que o Colégio Santa Catarina é o grande vencedor do 16º Prêmio Ford de Conservação Ambiental na categoria MEIO AMBIENTE NAS ESCOLAS. Como antecipado, temos a satisfação de convidá-lo para a Cerimônia de Premiação, que acontecerá em São Paulo, em 5 de dezembro, durante o 1º Seminário Ford de Sustentabilidade. O evento acontece no MAM, Museu de Arte Moderna, em São Paulo - Parque do Ibirapuera, Portão 3, Avenida Pedro Álvares Cabral. (recebido em 21/11/11).
O sucesso da iniciativa foi realmente animador sobre todos os aspectos: conseguimos articular teoria e prática; exercer a integração e interdisciplinaridade; comprometer os alunos com o trabalho; sensibilizá-los para a importância das ações ambientais em benefício da qualidade do Rio dos Sinos e entornos e, principalmente, oportunizamos que os nossos alunos contribuíssem para uma sociedade formada por verdadeiros SERES HUMANOS e buscassem um planeta diferente, uma sociedade de respeito ao próximo e ao ambiente... enfim, uma sociedade de
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gente... gente que faz e fez a diferença em nosso planeta. Conforme destaca uma aluna participante do projeto: Venho de uma família extremamente consumista, individualista, racista e sem nenhuma preocupação com o planeta e nem mesmo com a problemática ambiental e social enfrentada por outras pessoas. Quando fui incentivada pela escola a realizar entrevistas socioambientais com os moradores do Arroio Pampa, em Canudos, não pude imaginar que, terminada a minha últimafolha de questionário, perguntei a última questão ao meu entrevistado, negro, beirando seus 94 anos, sentado em um banquinho no meio de uma montanha de lixo, separando as latinhas: “qual teria sido o fato mais marcante em toda sua vida, trabalhando na separação do lixo”. E ele, calmamente, respondeu-me: “foi quando uma menina branca sentou-se ao meu lado neste banquinho e se interessou pela minha vida”. Abracei-o como nunca havia abraçado alguém e senti vergonha pelos pensamentos fúteis, banais, hipócritas e individualistas que foram cultivados pela minha família até os meus 14 anos de vida. Levantei daquele banquinho que havia, então, mudado a minha vida... quase que por encanto começou uma chuva fininha... chovia e as minhas incessantes lágrimas misturavam-se com as gotas daquela chuva que teimavam em correr pelas minhas faces talvez pela vergonha, mas também por ter-me tornado gente! (aluna KGN 25/08/11).
REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05/10/1988. Brasília: Senado Federal, 1988. ________. Lei no 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996. ________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial Secretaria de Educação Básica. Parâmetros
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curriculares nacionais: adaptações curriculares, 1998. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 8. ed. São Paulo: Gaia, 2003. JACOBI, P. R. Educação Ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250, maio/ago. 2005. Mc LAREN, P. Multiculturalismo crítico. Rio de Janerio: Cortez, 1998. UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994. VASCONCELLOS, Celso dos S. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. Cadernos Pedagógicos do Libertad; v. 2; São Paulo; Libertad, 2005.
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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO COM AS TURMAS DE 4º ANO: AS CASAS ECOLÓGICAS 12
Jane Fleck Karinini Elisiane Staudt13 14 Mara Regina Capeletti Foi com muito entusiasmo que, no 1º trimestre, os alunos do 4º ano, das turmas 41, 42 e 43, participaram da confecção e construção das maquetes das “casas ecológicas”. Esse trabalho, com certeza lhes acrescentou algo a mais no seu processo de aprendizagem. Foram apresentados trabalhos a partir da leitura do livro “Cuidando da Vida no Planeta”, reforçando conteúdos referentes a uma das áreas de conhecimento, ou seja, a Área de Ciências da Natureza e suas Te c n o l o g i a s . S u r g i r a m m u i t o s questionamentos e reflexões acerca do que cada um poderia fazer para colaborar na preservação do planeta Terra, a nossa casa. Leituras, conversas, produções textuais coletivas, hora do conto, cartazes e listas de ações, casas ecológicas, muitas foram as atividades e propostas desenvolvidas pelas turmas. Uma das atividades mais significativas foi a conscientização de que atitudes simples e práticas que todos podemos ter e fazer já estão colaborando com a preservação do planeta. Percebemos, por exemplo, que trocar as lâmpadas comuns, que geram luz e calor, por fluorescentes que somente geram luz é uma ótima alternativa de economia de energia elétrica. Refletimos, também, acerca da economia da água nos diferentes momentos da nossa higiene e da higiene da nossa casa. Percebemos que andar a pé, de bicicleta e de carona evita a poluição atmosférica, diminuindo os gases causadores do efeito estufa. A partir de todas essas leituras, reflexões e diálogos, foi lançada a proposta de
construirmos maquetes de “casas ecológicas”. Elas deveriam ser construídas somente com materiais de sucata e seria um trabalho realizado em conjunto com as famílias. A proposta foi muito bem aceita pelas crianças. Muito empolgados, cada aluno começou seu trabalho, envolvendo a sua família. Os relatos e o envolvimento das famílias também foram significativos, pois a maioria dos alunos contou também com a colaboração dos pais e avós. Sempre gosto de participar na elaboração e confecção dos trabalhos propostos pela professora. A maquete da casa ecológica foi um trabalho especial. Primeiro, por causa do tema proposto. Importantíssima essa conscientização desde a infância. Acho que educando os pequenos, será a única forma de deixarmos um mundo melhor para eles e seus filhos; segundo, porque o assunto veio de encontro à minha profissão de arquiteta e ao que tenho buscado no cotidiano do meu trabalho. Procuramos trabalhar a questão do reaproveitamento de materiais, o uso de materiais mais naturais, mais térmicos (por exemplo, o telhado verde), que demandem menos energia e manutenção. O resto da água da chuva e a utilização da água para irrigação dos jardins, limpeza de calçadas e tantos outros fins; o melhor aproveitamento dos recursos naturaisiluminação e ventilação - que garante menos utilização de lâmpadas, ventiladores e condicionadores de ar; o tratamento adequado do esgoto: tudo isso contribui para a menor poluição dos nossos rios e garante melhor qualidade de nossa água e sobrevida da vegetação do entorno. Enfim, o
12 Licenciada em pedagogia e supervisão escolar pela Feevale, formada no curso de Magistério de Nível Médio pelo Colégio Santa Catarina; professora das séries iniciais do Ensino Fundamental - janefleck@gmail.com 13 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Internacional de Curitiba, formada no Curso de Magistério de Nível Médio pelo Colégio Santa Catarina; professora das séries iniciais do Ensino Fundamental – karinini@sinos.net 14 Graduanda em Pedagogia e Supervisão Escolar pela Feevale, formada no Curso de Magistério Nível Médio pelo Colégio Santa Catarina; professora das séries iniciais do Ensino Fundamental - mrc.capeletti@gmail.com
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momento de estarmos envolvidos com a confecção da maquete foi importante para trocarmos ideias, discutirmos o assunto e também uma forma de participarmos e darmos nossa contribuição para melhorar um pouquinho o mundo em que vivemos”. (Sra. S. P., mãe de aluno da turma 41). A maquete da casa ecológica foi idealizada, objetivando demonstrar os procedimentos adequados do ponto de vista ecológico na construção civil e abrigar atividades relacionadas à educação ambiental. Fizemos pensando no aproveitamento e tratamento dos resíduos, dos condicionantes naturais (sol e vento) e na busca da racionalização de energia. Envolvemo-nos com esse trabalho desde o primeiro dia em que foi proposto pela professora. Começamos a idealizar a maquete: como seriam feitas as paredes e o telhado, para isso usamos um material reciclável (PVC). Foram três dias de trabalho. Discutimos o que cada um faria: o Davi ficou com a parte da pintura das janelas, das lixeiras que deveriam ser coloridas, cada uma com sua respectiva cor para reciclagem; e nós, os pais, com a parte do recorte das paredes e do telhado; foi feita a cisterna para o reaproveitamento da água da chuva, o telhado com placas de energia solar, as plantas seriam regadas com a água da cisterna. Percebemos a importância do projeto ser colocado em prática quando tivermos a nossa casa própria, com direito à reciclagem, aproveitamento da água, tratamento dos resíduos, racionalização da energia elétrica. Nesse trabalho ficamos mais unidos, sem TV, computador ou qualquer outro aparelho que pudesse tirar nossa atenção. Foi um domingo inteiro conversando, aprendendo e explicando para o nosso filho a importância de preservar o meio ambiente. (mãe de aluno da turma 42) Achei muito bom e completo o trabalho sobre a Casa Ecológica. Minha filha, além de pesquisar e aprender mais
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sobre preservação do meio ambiente, criou formas alternativas dentro de sua maquete para reaproveitamento da água da chuva e utilização da energia solar, sempre reciclando materiais. Considero muito importante desafiar as crianças desde cedo a buscarem alternativas para o bem do nosso planeta. (L., mãe de aluno da turma 43). Achei muito interessante fazer a casa ecológica, pois aprendemos como é bom reciclar e sobre como podemos reutilizar a água da chuva e a energia solar. Foi bom o Fernando Carraro ter vindo olhar o nosso trabalho, porque foi ele quem escreveu o livro que nos inspirou. (Aluna M. H., turma 43).
A aluna F. da turma 43 já acha que a “casa ecológica” é uma ideia para o futuro, porque contribuirá muito para a recuperação do nosso planeta, por ser construída com materiais ecológicos. A aluna relata: Aprendi que, no telhado, tem placas solares, que captam a energia solar para aquecer a água de toda a casa, assim evita-se o uso da energia elétrica. Ela também possui o reservatório de água usada, que faz com que a água seja passada por filtros, sendo purificada para o reaproveitamento em toda a casa. Nos seus telhados, ela tem as calhas coletoras da água da chuva. Ela possui a caixa de esgoto, que também passa por um processo de purificação para que diminuir a poluição dos canos embaixo da terra. As lâmpadas fosforescentes também são usadas na casa, pois gasta menos que as lâmpadas normais. Acredito que esta casa nos ajudará bastante no futuro, assim não vamos passar por tempos difíceis! O nosso planeta, com certeza, ficará mais limpo e saudável para as gerações futuras. (F. M. da turma 43). Construir a maquete da casa ecológica foi muito importante porque através dela conseguimos demonstrar o quanto é útil e fácil manter a ecologia e a sustentabilidade nos lares. Nela foi
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representada a cisterna para o aproveitamento de água, a horta com frutas e alimentos orgânicos, painéis solares para captação de energia e telhado ecológico. (aluna C, mãe C.T, dinda R. C, dindo J. F. - turma 41).
Realmente, este trabalho foi muito produtivo e interessante. Além disso, apresentamos o nosso trabalho para o autor Sr. Fernando Carraro, quando veio conversar conosco aqui no “Santa”. A palestra do autor e o carinho demonstrado por ele às crianças e aos seus trabalhos foram muito gratificantes para os alunos e, também, para nós professoras. SegundoCarraro,
(...) estou ainda impressionado com a qualidade, perfeição e dedicação com que os alunos e familiares se empenharam em produzi-las... Em centenas de escolas que já visitei, vi muita coisa interessante desde projetos, trabalhos e teatros com nossos livros. Mas... as casas ecológicas que os alunos do Santa fizeram por conta da leitura do livro Cuidando da vida no planeta me surprendeu... Não vejo a hora de receber o CD com as fotos para mostrar para os meus editores... É isso que esperamos dos livros que escrevemos. Que produzam frutos, transformações... Que eles incentivem nossos leitores a fazerem a diferença, a deixarem a sua marca neste planeta para orgulho de seus filhos e netos... Tenho certeza de que muitos desses alunos quando forem construir suas casas vão se lembrar desse trabalho e farão valer seus conhecimentos... São fatos assim que nos animam a continuar escrevendo e que animam as escolas a continuar existindo. (Fernando Carraro).
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O ENSINO POR COMPETÊNCIA E A PRÁTICA DE PROJETOS NO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO 15
Bárbara Rodrigues Bibiana Melissa de Oliveira João de Deus16 Preparar o profissional para enfrentar os desafios do mercado de trabalho é o objetivo do ensino por competência, que procura desenvolver no aluno conhecimento em diversas áreas, mas competência em uma área específica. Muito se tem falado sobre competências, na escola, nos ambientes de trabalho, na mídia. O conceito de competência também tem sido questionado por alguns autores que o relacionam com o modelo de qualificação que privilegia a especialização. O silêncio e a fragmentação das tarefas saem de cena para dar espaço à comunicação e à interatividade, onde o savoir-faire e o ambiente subjetivo do indivíduo entram em cena. Aspectos antes desconsiderados, tais como os componentes cognitivos e os componentes socioafetivos passam a ser valorizados na formação e no exercício do trabalhador. Novos conhecimentos e habilidades são exigidos, visto que a otimização das atividades utiliza novas formas de organização do processo produtivo e novas tecnologias. (SIMIONATO, 2003)
Nessa situação, o aluno é o agente. Não adianta o estudante somente receber o conteúdo transmitido pelo professor, ele tem de ter habilidades para resolver problemas, enfrentar os desafios do dia a dia. A competência é uma construção mental e não a mera resolução de tarefas. Quem sabe fazer deve saber por que está fazendo desta maneira e não de outra. Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por resolução de problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos, habilidades e valores.
A discussão sobre pedagogia de projetos não é nova. Ela surgiu no início do século XX, com John Dewey. Já nessa época, a discussão estava pautada em uma concepção de educação como um processo de vida e não uma preparação para a vida futura, sendo que a escola representava a vida presente. Atualmente, no entanto, as escolas têm definido como objetivo de seu projeto pedagógico a formação do cidadão crítico, criativo, capaz de estabelecer relações e fazer julgamentos; deve ser bem informado, capaz de se perceber no grupo e atuar no sentido de seu fortalecimento e de sua coesão. Um dos pontos mais fortes no ensino por competência é a parceria das escolas com empresas. No caso do Colégio Santa Catarina, a empresa fica dentro do próprio local de aprendizado. O Projeto da Fábrica de Sabão oportuniza ao aluno a participação na definição dos temas, fortalecimento da sua autonomia, comprometimento e responsabilidade compartilhada, confronto de ideias, experiências e resultados de pesquisa, produção de conhecimentos significativos e funcionais, valorização de diferentes habilidades e potencialidades. Possibilitalhe, enfim, a apreender e interpretar conceitos, utilizando o conteúdo próprio de diferentes disciplinas, tendo uma visão global da realidade. Um projeto de trabalho não pode ser considerado apenas como um método de ensino, mas como uma postura que reflete uma concepção do conhecimento como produção coletiva, em que a experiência vivida e a produção cultural sistematizada se entrelaçam, dando significado a aprendizagens construídas.
15 Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Feevale, MBA em Administração e Marketing pelo Grupo Educacional Uninter, Formação Pedagógica pela Universidade Feevale - 2011 (em andamento); coordenadora do projeto Fábrica de Sabão e professora do curso Técnico em Administração e Informática do Colégio Santa Catarina. 16 Mestranda em Desporto para Crianças e Jovens, pós-graduada em Psicopedagogia, graduada em Pedagogia – Supervisão Escolar. bibianam@gmail.com.
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Uma das grandes oportunidades que tivemos foi poder interagir com a Fábrica de Sabão, podendo aplicar nela conhecimentos aprendidos em sala de aula. Um dos privilégios, também, foi poder usar a teoria na prática, desde conhecimentos sustentáveis, sociais e administrativos. Eu tenho certeza de que nada seria o mesmo se não fosse a vontade e o e s f o r ç o d e c a d a u m . Va l e u a oportunidade, levarei adiante. (aluno I. F., do Curso Técnico em Administração)
Os projetos contribuem para o desenvolvimento da capacidade, exigida dos profissionais da atualidade, compondo o quadro de atributos genéricos incorporados ao modelo de competências. Isso inclui: iniciativa, criatividade, diagnóstico da situação, tomada de decisão, comunicação interpessoal. A atividade de projetos é simbólica, intencional e natural no ser humano. Por meio dela, o homem busca a solução de problemas e desenvolve um processo de construção de conhecimento, que tem gerado tanto as artes quanto as ciências naturais e sociais. A elaboração do projeto constitui a etapa fundamental de toda pesquisa que pode, então, ser conduzida graças a um conjunto de interrogações, quer sobre si mesma, quer sobre o mundo à sua volta. Projeto é a atividade organizada com o objetivo de resolver um problema. Criar um projeto é definir um resultado a ser alcançado. O ensino da sustentabilidade, portanto, deve começar com projetos. Eles enfatizam o pensamento crítico, a resolução de problemas, a tomada de decisões, análise, o aprendizado cooperativo, liderança e a capacidade de comunicação. O Projeto da Fábrica de Sabão começou em 2007, com um pequeno projeto rudimentar. Mas hoje, depois de quase
quatro anos, vem crescendo tanto na qualidade quanto na produtividade. Esse projeto concretiza uma forma de contribuir, efetivamente, com a preservação e utilização de recursos naturais e, ao mesmo tempo, colabora com o reaproveitamento de materiais, como o óleo de cozinha saturado, que contamina a terra e a água. Em abril de 2008, o Curso Técnico em Administração iniciou oficialmente o projeto da Fábrica de Sabão, para que a teoria aprendida no curso fosse aplicada na realidade. A Fábrica foi dividida em 04 setores, como uma empresa real: Departamento de Marketing, que é destinado a fazer pesquisa de mercado, análise, planejamento e controle dos processos; Departamento de Finanças, que trata dos assuntos relacionados à administração das finanças de empresas e organizações e está diretamente ligada à Administração, Economia e Contabilidade; Departamento de Produção, que coordena a programação da produção, controle de qualidade, requisitos de mão de obra, de materiais e estoque de produtos acabados; Departamento de Recursos Humanos, que tem a função de selecionar, gerir e nortear os colaboradores na direção dos objetivos e metas da empresa. Esse modelo segue até hoje. A fábrica tem como objetivo desenvolver valores intrínsecos à valorização e preservação da vida no planeta, através da conscientização da comunidade escolar e da sociedade em geral, sobre a necessidade de contribuir com questões socioambientais, a fim de viabilizar ações ecologicamente corretas e sustentáveis. A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais surgiu com a percepção, após a Revolução Industrial, de que a capacidade do ser humano de alterar o meio ambiente aumentou significativamente, levando a consequências positivas e
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negativas, evidenciando uma interdependência entre e o meio ambiente. A constatação da existência de limites ambientais ao crescimento econômico vem levando a uma preocupação crescente com a elaboração de políticas que permitam a conciliação da atividade econômica com a proteção ambiental, ainda que em um primeiro momento pareça inviável conciliar essa dualidade. Conforme a autora Seiffert (2010): As consequências ambientais adversas da ação humana vêm tomando proporções alarmantes nas mais variadas regiões do globo. Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, a aglomeração de pessoas vê, apresentando efeitos destrutivos no meio ambiente.
A preocupação com o meio ambiente sempre foi uma constante ao longo da história do Colégio Santa Catarina e focouse na reciclagem do óleo de fritura, já que é possível aproveitar materiais considerados descartáveis para obtenção de produtos com qualidade ambiental. Com essa finalidade, o Colégio propôs uma nova ideia, unindo conhecimentos aplicados no Curso Técnico em Administração com outros saberes acadêmicos. Assim, os alunos puderam aplicar as teorias estudadas e apreendidas, transformando-as em prática nessa inovadora e empreendedora forma de preservação ambiental, retirando de circulação o óleo de cozinha já usado e transformando-o em sabão. Uma distinção importante envolve os conceitos de preservação e conservação, que está diretamente relacionada com os pressupostos do desenvolvimento sustentável. No conceito de conservação está implícito o uso racional de um recurso qualquer, o que pressupõe manejo para obter rendimentos economicamente viáveis,
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garantindo, todavia, sua renovação e sustentação. Conforme M. F., aluno do segundo ano do Curso Técnico em Administração: A fabrica de sabão é um projeto sustentável de extrema importância para a sociedade e também para a comunidade, que se envolve para a preservação do meio ambiente, tendo em vista a reutilização de óleo saturado. Assim, todos nós, envolvidos com este projeto, além de contribuirmos para o meio ambiente, temos a oportunidade de trabalharmos e adquirirmos experiência com a fábrica.
Segundo “World Wildlife Fund” (Fundo Mundial da Natureza), o desenvolvimento sustentável é capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Sabendo que o futuro é incerto e que, a cada dia, mais a natureza pede socorro, existe a necessidade dessa interpretação mais ampla da educação. É preciso mudar o foco e escolher temas que ofereçam as ferramentas para construir um futuro sustentável. Isso envolve um aprendizado contínuo e interdisciplinar. Com o Projeto da Fábrica de Sabão, alcançamos muito mais que os alunos e a comunidade escolar, conseguimos atingir, através da mídia, um número considerável de pessoas que estão acreditando neste trabalho. No mês de junho deste ano, o Colégio ganhou o Selo Verde do Rotary Club Novo Hamburgo. Esse reconhecimento foi entregue pelo presidente Hipóllyto Brum Júnior ao projeto Fábrica de Sabão, como forma de exaltar essa iniciativa de preservação do meio ambiente e de responsabilidade social. A reportagem na Revista Expansão destacou, também, o projeto da Fábrica:
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Através dessa reportagem, tivemos a honra de participar do programa Hoje em Dia - RS da TV Record, conforme link http://www.videolog.tv/video?697041 (reportagem TV - programa Hoje em Dia). Participamos também da seleção para o “Projeto Empresa Amiga do Meio Ambiente”, promovido pela ACI - Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha e a Fundação Desenvolvimento Ambiental (Fundamental), que certifica empresas nas categorias: ouro, prata e bronze, que desenvolvem uma gestão ambientalmente recomendável. Dentro dos parâmetros estabelecidos para esse projeto, a cada ano, ocorre uma auditoria que habilita as empresas à certificação. São auditadas questões como a representação institucional dos encarregados do meio ambiente e a existência de programas de educação ambiental para o público interno e externo. A existência de quadros técnicos responsáveis e específicos de meio ambiente também é observada, assim como a participação em eventos e atividades afins. Na 6ª edição do projeto “Empresa Amiga do Meio Ambiente”, o Colégio, devido as atividades desenvolvidas na área do meio ambiente, conseguiu adquirir a medalha de prata, sendo a primeira escola a receber essa certificação. E sempre é bom lembrar: sustentabilidade rima com educação. É importante que haja coerência e articulação entre os projetos ligados à sustentabilidade. Não podemos mais esperar que a natureza retribua com a sua singela existência para nossos dias se não apreendermos a conviver com respeito; respeito pela água, ar, terra, animais racionais e irracionais. Respeitando lugares de convívio e o que está próximo, treinamos para cuidar de tudo e de todos. Não é possível salvar o Ártico se nossas ruas, rios e palavras estão carregados de poluição.
Existem muitas possibilidades de gestos concretos e possíveis como a Fábrica de Sabão. A Fábrica não tem a pretensão de frear a contaminação das águas, lençóis freáticos. Mas temos a certeza de que é preciso ensinar formas de sustentabilidade, criar formadores de opinião sérios e que pratiquem essa idéia. Essa é a única oportunidade de saúde para o planeta e para a humanidade. Conscientizar para a necessidade da preservação do meio ambiente, partindo de pequenas ações ecologicamente corretas, é um dos nossos principais objetivos como Escola que prima pelas questões sustentáveis. Que possamos continuar firmes, podendo contar com o apoio das famílias, sociedade, parceiros e colaboradores. A Fábrica depende de vocês para continuar contribuindo com as causas ambientais. Continue colaborando, precisamos de vocês, afinal: “pequenas ações podem mudar o mundo.” Aposte nessa ideia!
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REFERÊNCIAS DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental, Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 2005, editora Atlas. MIZUKAMY, Maria Teresa. Síntese do livro Ensino: abordagens do Processo. São Paulo: EPU, 1988. SEIFFER, Maria Elizabete Bernardini. ISO 14 001 – Sistema de Gestão Ambiental 2006, editora Atlas. S I M I O N AT O , M a r g a r e t h F. ; Desmistificando Competências, paper, out/2003
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PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ECOSANTA: consciência, ação e melhoria ambiental 17
INTRODUÇÃO Ao longo dos últimos anos, a Educação Ambiental vem sendo aplicada como uma possível solução para os diversos problemas de degradação do meio ambiente. No Colégio Santa Catarina, existem iniciativas de conscientização ambiental que, por meio da informação, estão trabalhando para melhorar a qualidade de vida em nosso município. Sendo assim, no ano de 2011, decidiu-se formalizar e divulgar esses trabalhos através de um projeto maior, chamado ECOSANTA. O ECOSANTA é um projeto de Educação Ambiental que apresenta um conjunto de atividades que busca informar e sensibilizar a comunidade escolar sobre a temática ambiental, estimulando o envolvimento em ações que promovam hábitos sustentáveis, além de propiciar reflexões sobre as interações da sociedade com o meio ambiente. Educação Ambiental, segundo o documento final da Conferência de Tbilisi, 14 a 26 de outubro de 1977, é: O resultado de uma reorientação e articulação das diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente fazendo possível uma ação mais racional e capaz e responder às necessidades sociais (DIAS, 2004, p. 106).
Cintia Jung Bonenberger Ramos Daiane Trindade Costa18 Ingrid Teixeira19 20 Isabel Cristina Gouvêa Wildt Maristela Ilha21 22 Rosangela Rodrigues de Assis Concordando com Dias, os organizadores do projeto ECOSANTA, acreditam que: A educação ambiental é percebida como um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais, presentes e futuros. (DIAS, 2006, p.25)
A Educação Ambiental, no Santa, está ocorrendo em diversos momentos, disciplinas, e ambientes formais e não formais. Incluem-se aqui os relatos e informações das atividades desenvolvidas no Colégio neste ano de 2011. Dentre elas, estão: os trabalhos artísticos com material reciclado, construção de cisternas, pesquisas e avaliações sobre o a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, blogs ambientais, grupo de agentes ambientais, trilhas ecológicas.
17 Licenciada e Bacharel em Ciências - Habilitação Química; mestre em Ensino de Ciências e Matemática; professora de Ciências do Ensino Fundamental e Química do Ensino Médio do Colégio Santa Catarina. 18 Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas; pós-graduanda em Gestão Ambiental; professora de Ciências do Ensino Fundamental do Colégio Santa Catarina. 19 Licenciada em Ciências: Habilitação Química; pós-graduada em Educação Ambiental; professora de Química do Ensino Médio do Colégio Santa Catarina. 20 Licenciada em Ciências e Matemática para o Ensino Fundamental (séries finais); licenciada em Ciências- Habilitação Química e Bacharel em Química; especialista em Informática na Educação; professora do Instituto de Química, nos cursos de Ciências e Engenharia Química da PUCRS; professora de Química no Ensino Médio e Curso Normal de Nível Médio do Colégio Santa Catarina e Ensino Médio do Instituto Rio Branco em São Leopoldo. 21 Licenciada em Ciências Biológicas; especialista em Botânica; professora de Biologia do Ensino Médio do Colégio Santa Catarina e professora nos Cursos Técnicos de Enfermagem (Anatomia e Fisiologia Humana) e Técnico em Segurança do Trabalho (Educação Ambiental) da Escola Técnica FACCENTRO NH. 22 Licenciada em Ciências e licenciatura em Matemática; especialista em Matemática - Formação do Professor de Matemática; coordenadora da Área de Ciências Naturais do Colégio Santa Catarina; professora de Ciências e Matemática no Ensino Fundamental; Matemática no Ensino Médio e Didática da Matemática no Curso Normal de Nível Médio do Colégio Santa Catarina; professora de Matemática da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Mário Sperb de São Leopoldo.
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JUSTIFICATIVA Todos os dias o meio ambiente apresenta os reflexos dos atos irresponsáveis do homem durante os últimos anos. Poluição, desmatamentos, queimadas são transformados em enchentes, aquecimento global e tornados sem precedentes. A falta de consciência e a ânsia pelo crescimento desordenado cobram seu preço. Está cada vez mais caro utilizar os recursos naturais outrora tão abundantes no planeta. Obviamente, ações deliberadas de violência contra o meio ambiente devem ser punidas de acordo com as leis vigentes e fiscalizadas pelos órgãos competentes. Porém, muitas ações que, de alguma forma, afetam o equilíbrio ambiental são oriundas de atitudes inconscientes, quase ingênuas por parte do ser humano. Pequenas doses de conhecimento que, por algum motivo foram deixadas para trás ao longo da educação, fazem falta hoje em dia. O simples hábito de não separar o lixo ou deixar a torneira aberta durante o escovar dos dentes, quando multiplicados por todos os habitantes do planeta, representam toneladas de lixo misturado e bilhões de litros de água desperdiçada ralo abaixo. Dessa maneira, trabalhar a consciência ambiental durante a formação do caráter é fundamental para a preservação da vida nas próximas gerações. Sendo assim, Silva e Pessoa afirmam que: Uma atividade de Educação Ambiental deve se constituir um processo contínuo, no qual os indivíduos e comunidades envolvidas tomem consciência da possibilidade de um colapso ecológico e adquiram conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem aptos a agir, individualmente e coletivamente, tendo como princípio básico o respeito a todas as espécies de vida (Silva & Pessoa, 2011, pág. 4).
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Apoiados pela Campanha da Fraternidade de 2011, cujo tema é "Fraternidade e a vida no planeta", os professores do Colégio Santa Catarina empenharam-se na concepção de um projeto de educação ambiental, para o qual toda a comunidade escolar foi convidada a participar e construir juntos o caminho para um futuro melhor, mais humano e mais consciente. Dada tal justificativa, pode-se afirmar que o público alvo são os educadores, funcionários, alunos e comunidade escolar em geral, incluindo os pais e responsáveis pelos alunos matriculados. O projeto ECOSANTA tem como meta provocar o senso crítico dos envolvidos sobre o desenvolvimento sustentável. Tem como principais objetivos: conscientizar a comunidade escolar sobre a importância do meio ambiente e, assim, estimular uma mudança de mentalidade e atitude; perceber o lixo não apenas como fonte poluidora, mas também como matéria-prima e fonte de renda; monitoramento constante e promoção da melhoria contínua no processo de educação ambiental. Para tanto, foram realizadas atividades dentro e fora da escola, tais como: ações lúdicas, oficinas, palestras, treinamentos de funcionários, instalações de lixeiras e gincanas. Assim, o projeto teve como metas: a participação dos educadores da escola nas discussões e no seu desenvolvimento; o envolvimento efetivo dos alunos nas atividades realizadas; formação continuada de educadores e educandos no conhecimento em educação ambiental para disseminação de informações sobre como preservar o meio ambiente; realização de treinamentos semestrais com os funcionários, para a correta separação e acondicionamento de resíduos; saídas de campo para a conscientização ambiental; incentivo à redução da geração de resíduos
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sólidos e do consumo de água e luz, através de ações práticas de educação ambiental; criação de um blog para a divulgação de atividades socioambientais no Colégio e município, assim como curiosidades, dicas e notícias relativas à preservação ambiental e sustentabilidade. METODOLOGIA O Colégio Santa Catarina já vinha desenvolvendo ações ambientais, como o projeto BioSabão (Fábrica de sabão) e a reciclagem de lixo orgânico através da compostagem, mas não havia um projeto maior que integrasse todas as atividades. Assim, a partir de dezembro de 2010, os professores se uniram para elaborar um Projeto de Educação Ambiental, posteriormente intitulado ECOSANTA. O projeto está fundamentado sobre três pilares principais: Consciência (Eu Sei): processo de aprendizado e percepção da ação, não somente pontual, mas sim para a vida. Nesse ponto, o objetivo é trabalhar o caráter, a sensibilização e a teoria, partindo do treinamento dos responsáveis pelo recolhimento do lixo, adequação das lixeiras da escola para a separação e reciclagem, passando pela discussão, debates e formação de grupos de trabalho na escola. Ação (Eu Faço): momento no qual a comunidade coloca em prática os seus conhecimentos para trabalhar a gestão de resíduos sólidos (lixo). Está sendo formado um grupo de monitores ecológicos que farão o controle das ações e terão a responsabilidade de promover a integração necessária para o bom andamento do projeto. Práticas em campo, gincanas e a Semana do Meio Ambiente figuram como os principais eventos de aprendizado e integração entre os envolvidos. Monitoramento e Evolução (Eu Melhoro): neste ponto, o objetivo é verificar e medir se
as ações realizadas estão sendo eficazes, caso não estejam, propor novos procedimentos. DESENVOLVIMENTO Entre as ações realizadas temos: 1 Apresentação do projeto aos professores e discussão sobre temas que podem ser abordados, dificuldades, expectativas e sugestões.
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2. Continuação do Projeto BioSabão (Fábrica de Sabão) O Curso Técnico em Administração do Santa continua gerenciando a fábrica de sabão. A comunidade escolar contribui com a ideia do destino correto do óleo de cozinha, usado para a fabricação de sabão em barra e pasta e, neste ano de 2011, o detergente de cozinha.
Cada turma personalizou uma caixa de papelão para o destino do papel, um dos principais resíduos com valor comercial. Outras duas lixeiras foram disponibilizadas: uma para o lixo molhado e a outra para o lixo seco. Além disso, uma cartilha com informações sobre os tipos de resíduos foi disponibilizada para cada sala de aula.
3. Reuniões quinzenais com monitores ecológicos e alunos interessados para planejar ações e discutir temas relacionados ao meio ambiente.
4. Instalação de lixeiras para correto acondicionamento de resíduos.
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5. Instalação de secadores de mãos nos banheiros com intuito de reduzir o consumo de papel toalha.
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6. Substituição de copos descartáveis por canecas e copos de vidro. Durante os eventos e reuniões realizadas por funcionários e professores no Colégio, foi abolido o uso de descartáveis para redução de resíduos sólidos.
Não obstante, trata-se aqui a questão simbólica do sequestro de carbono, tendo em vista as grandes áreas de desmatamento, onde a geração de O2 é reduzida. Na falta de vegetação, a fotossíntese fica prejudicada e, consequentemente, a produção de O2. Com essa ação, também foi trabalhada a necessidade do estudo sobre as particularidades de cada espécie para a manutenção da vida, que é responsabilidade da turma. Entendo que este projeto consiste numa tentativa de preservação do planeta. Cada um deve fazer a sua parte! Já comecei a repensar meus hábitos através da adoção da planta na sala de aula e estou montando um jardim com minha mãe. Dá trabalho, mas é n e c e s s á r i o e r e c o m p e n s a d o r. (depoimento de uma aluna do Ensino Médio)
7. Sequestro de carbono As turmas foram convidadas a adotar uma planta para cuidar na sala de aula durante o ano, implicando dedicação e atenção diária.
8. Criação do Jardim Aromático Plantio de ervas medicinais por uma turma de alunos de 6ª série com o objetivo de disponibilizar chás in natura para consumo na enfermaria. Essa ação leva também à redução de resíduos, pois não precisamos adquirir chás industrializados, embalados em saquinhos e caixinhas de papel.
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Se a criança é levada a buscar seu material, a fazer sua elaboração, a se expressar argumentando, a buscar, fundamentar o que diz, a fazer uma crítica ao que vê e lê, ela vai amanhecendo como sujeito capaz de uma proposta própria. (Pedro Demo, D i s p o n í v e l e m http://www.educacional.com.br:entrevist as/entrevista0035.asp)
9. Compostagem Todo o resíduo orgânico gerado é encaminhado a uma composteira. O húmus formado nela é usado para a adubação do solo nos jardins e horta do Colégio.
10. Envolvimento de toda comunidade escolar no planejamento da semana do meio ambiente. O Canil Municipal de Novo Hamburgo
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Centro de Proteção aos animais - CEMPRA, realizou uma exposição de filhotes, na tarde do dia 08/06/2011, no Colégio Santa Catarina. Diariamente, cerca de cinco animais em situação de risco são recolhidos e tratados para tornarem-se aptos à adoção. Além desse serviço, o Canil também realiza, para a população de baixa renda, a castração de animais (machos ou fêmeas), a um custo acessível.
Durante a semana, os professores trabalharam com suas turmas assuntos relacionados aos problemas ambientais e à valorização da biodiversidade. O Grupo Ecofriends organizou o jogo da reciclagem, a fim de verificar se os alunos estão conscientes sobre o descarte correto do lixo. O jogo foi realizado na tarde do dia 9 de junho, durante o intervalo. Os agentes ambientais convidaram os alunos e entregaram quatro tipos diferentes de lixo, pedindo que colocassem na lixeira adequada. Todos os alunos participantes que descartaram os lixos corretamente receberam um selo verde do grupo de Apoio Ambiental do Projeto ECOSANTA. - No dia 10 de junho, durante o encerramento da Semana do Meio Ambiente, as turmas de 5ª série realizaram o plantio de uma árvore nativa. A mesma foi identificada pela turma e recebeu cuidados
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dos alunos. O monitoramento deverá continuar nos próximos anos.
11. Arte com lixo:
os professores de Educação Artística desenvolveram trabalhos de reciclagem com as turmas do Ensino Fundamental e Médio - a partir de diversos materiais, tais como: caixas de leite, jornais, garrafas pet, etc. Uma das ações realizadas foi um desfile de roupas criadas com material reciclado no evento de encerramento do TECNISANTA.
12. Realização de campanhas educativas a fim de informar e incentivar a população em relação à problemática ambiental. Mostra multidisciplinar: exposição de trabalhos realizados pelos alunos. O assunto sustentabilidade e preservação ambiental foi foco dos trabalhos.
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A característica emancipatória da educação exige pesquisa como seu método formativo, pela razão principal de que somente um ambiente de sujeitos gesta sujeitos. (Pedro Demo, 1998, pág. 8).
13. Realização de palestras, treinamentos e cursos sobre meio ambiente. 13.1 Foram realizados treinamentos periódicos aos funcionários que trabalham na higiene, conservação, manutenção, segurança e cozinha. 13.2 Todas as turmas do Ensino Fundamental, Médio e Técnico participaram da apresentação do Projeto de Educação Ambiental ECOSANTA, quando foram orientados sobre as novas lixeiras e a correta separação do lixo. No curso de Enfermagem, houve uma palestra específica sobre o descarte do lixo hospitalar. Os trabalhos oportunizaram maior envolvimento dos alunos quanto à responsabilidade com o meio ambiente. Com isso, experimentaram a “necessidade de escolha não somente a avaliar, renunciar, mas também a antecipar os benefícios e as consequências de seus atos” (Marpeau, 2002, pág. 79). Como professora vou tentar transmitir, o quanto puder, este maravilhoso sentimento para os meus alunos: a paixão pela harmonia do meio ambiente. Lembrando a todos que conheço, sempre do seguinte: Quando a última á r v o r e t i v e r c a í d o , Quando o último rio tiver secado, Quando o último peixe for pescado, Vocês vão entender que dinheiro não se come! Segundo o email que recebi, o mérito desta frase é do Greenpeace. (depoimento de uma aluna do curso normal)
13.3 No dia 07 de junho, os alunos das turmas das 6ª, 7ª e 8ª séries participaram de uma palestra sobre “consumo consciente”,
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ministrada pelo publicitário Willian Zanette, gerente do Núcleo de Tecnologia Criativa da AG2/Publicis Modem. A principal ideia abordada pelo palestrante teve relação com a aprendizagem significativa de Ausubel (Moreira, 1999, pág. 156), pois o assunto abordado esteve relacionado à estrutura cognitiva do aprendiz, de maneira não arbitrária e não literal. Sendo assim, através de discussões, observou-se que os alunos manifestaram uma disposição para relacionar as atitudes atuais à mudança de comportamento no consumo consciente.
14. Abordagem dos professores em sala de aula sobre temas ambientais em diferentes atividades: vídeos, brincadeiras, avaliações, simulado, entre outros. Enunciado de uma questão de matemática do simulado da 3ª série do Ensino Médio: O Colégio Santa Catarina, empenhado nas questões ambientais abordadas na Campanha da Fraternidade de 2011, “Fraternidade e a Vida no Planeta”, está disponibilizando lixeiras para a separação do lixo na escola. As lixeiras disponíveis no mercado, com cores diferentes para cada tipo de material que pode ser reaproveitado, estão representadas abaixo.
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Algumas dessas lixeiras estão sendo adotadas nas dependências da Escola. Azul – vermelho – verde – amarelo – lilás – marrom – cinza – preto – laranja – branco
E C O S A N T A : http://ecosanta.wordpress.com/ P R O J E T O C I S T E R N A : http://www.cisternanosanta.blogspot.com/ S O S S U S T E N TA B I L I D A D E http://sosustentabilidade.wordpress.com/ Os blogs, também denominados diários virtuais, em seu aspecto estrutural de publicação, se apresentam na forma de uma página web atualizada frequentemente, composta por pequenos parágrafos apresentados de forma cronológica, como uma página de notícias ou um jornal que segue uma linha de tempo com um fato após o outro invés de ficar à margem deste processo” (Mantovani,2006, pág. 331).
Professores e alunos iniciaram a utilização dessas tecnologias para explorar o seu potencial pedagógico, tendo em vista a formação de novos ambientes de ensino e aprendizagem. O quadro explicativo acima é um exemplo de como o planejamento das aulas é uma tarefa importante para os professores, pois estão extraindo do tema “Ambiente Sustentável” perguntas básicas, geradoras e que resgatam situações-problemas que deram origem ao projeto ECOSANTA. Conforme afirma Vasconcellos, “isto deve fazer parte do plano de aula, uma vez que se forem adequadamente captadas, estas perguntas poderão provocar e desencadear, de forma significativa e participativa, o processo de construção do conhecimento em sala de aula”. (Vasconcellos, 2005, pág. 109)
16. Trilha de observação de fauna e flora da nascente do Rio dos Sinos (Caraá). No dia 15 de outubro de 2011, os alunos do grupo Ecofriends, juntamente com as professoras de Ciências do Ensino Fundamental, foram até a cidade de Caraá conhecer a região da nascente do Rio dos Sinos.
15. Comunicação As informações e resultados de algumas ações realizadas no colégio estão sendo comunicadas através de blogs, abaixo relacionados:
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Durante a trilha, os Ecofriends observaram a riqueza da mata ciliar, biodiversidades de aves, insetos, aracnídeos e crustáceos, assim como alguns peixes que apareciam nas margens do rio. Foram realizadas coletas de macroinvertebrados para análise da qualidade do ambiente através do estudo da biodiversidade local.
Grande, em Viamão. Todos tiveram a oportunidade de manter um maior contato com a natureza através de trilha na mata, passeio no arroio de águas cristalinas e observação de aves silvestres dentro de um grande viveiro. Além disso, tivemos a orientação de monitores quanto à ecologia da fauna e flora nativa e exótica.
Depoimento dos Ecofriends: Eu adorei a saída de campo! Nós tivemos muitos obstáculos na mata ciliar, mas, quando chegamos lá na cachoeira da nascente, NOSSA... que LINDO! A água é fria e limpa, podíamos ver peixes, crustáceos e macroinvertebrados o tempo todo. (depoimento de um aluno do Ensino Fundamental) A visita à cachoeira da nascente do Rio dos Sinos, além de unir o grupo, foi muito boa para aprendermos coisas novas em um lugar diferente: no meio da mata virgem. (depoimento de uma aluna do Ensino Fundamental)
17. Capacitação de Educação Ambiental de professores e funcionários na Fazenda Ecológica Quinta da Estância Grande. No dia 22 de outubro de 2011, em comemoração ao Dia do Professor, um grupo de profissionais do Santa passou o dia na Fazenda Ecológica Quinta da Estância
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Neste ano, em homenagem ao Dia do Professor, recebemos um presente 'pralá-de-especial' aqui no Santa, dado pelo GRÊMIO dos professores: um belo passeio à Fazenda Quinta da Estância Grande, em Viamão. O dia ensolarado colaborou para que pudéssemos participar de todas as atividades sugeridas, como caminhada ecológica nos arredores da fazenda, uma aula experimental de “autohidroterapia” que favoreceu a nossa saúde física e mental,
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a apreciação das mais diversas espécies de animais existentes, conhecer uma família de bugios, em que uma das fêmeas se aproximou para nos apresentar o seu filhote de sete meses de vida, entre outras coisas, sendo que, tudo isso foi acompanhado por uma verdadeira orquestra de cantos de pássaros. Este ambiente rural e especialmente ecológico contribuiu para aprendermos um pouco mais sobre o devido respeito que o meio ambiente precisa receber. Além disso, o Colégio recebeu o Selo “Carbon Free”, pois todo o gás carbônico gerado por nosso grupo nesse passeio foi neutralizado na fazenda. Mas, principalmente, os momentos divertidos estarão no nosso coração, desde o suspense da viagem a Viamão, até nossos cantos no trator, que roubou de cada um muitas e muitas risadas!” (depoimento da professora Tânia R. F. Stréb).
CONCLUSÃO O desafio ambiental está no centro das contradições do mundo. Afinal, podemos afirmar que a ideia de estarmos mergulhados em um mundo ocupado com a globalização da economia é, ao mesmo tempo, sinônimo de desrespeito com os limites que separam o progresso da utilização desordenada dos recursos naturais que o planeta nos oferece. Em meio a esse contexto, não é simples realizar na prática um projeto de educação ambiental, pois, às vezes, até nós, professores, mesmo compreendendo a ideia e concordando com ela, faltam-nos estratégias para concretizar ações sustentáveis. Com o ECOSANTA, pretende-se oferecer mais propostas de trabalho para transformar a realidade ambiental do Colégio. Sendo assim, o grupo de professores da área das Ciências da Natureza possui um grande desejo de implantar um projeto de Educação para Gestão Ambiental, em que todas as
ações do Colégio Santa Catarina apontem para um meio ambiente ecologicamente equilibrado e preservado para as futuras gerações. Agradecemos à colaboração de todas as pessoas que, de alguma forma, aderiram à nossa causa. Parabenizamos àqueles professores que tiveram tamanha inspiração e motivação na construção e execução de projetos e atividades ambientais. Também merecem uma atenção especial os colaboradores do Santa e os pais envolvidos, que mostraram muito empenho na execução dos trabalhos que aconteceram em 2011. Somos gratos à Direção e à Coordenação do Santa, pela atenção, seriedade, competência, confiança, compreensão e apoio durante toda essa jornada. E, por último, mas não menos importante, muito obrigada pela generosidade da APAMA, que nos deu incentivo financeiro para aperfeiçoarmos nossos trabalhos. Contamos com todos vocês no próximo ano letivo para, de um modo significativo, continuarmos a desenvolver a consciência cidadã de nossa sociedade quanto aos seus atos frente ao meio ambiente. REFERÊNCIAS CASIMIRO, Vitor. Entrevista. A criança é um grande pesquisador - Pedro Demo. D i s p o n í v e l e m http://www.educacional.com.br:entrevistas/ entrevista0035.asp> Acessado em 26/10/2011. DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. 3a Ed., Editora Autores Associados, 1998. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São Paulo: Gaia, 2004. DIAS, Genebaldo Freire. Educação e Gestão Ambiental.1 ed. São Paulo: Gaia, 2006.
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A 5ª edição da revista Santa@PublicAção vem ao encontro do Projeto de Gestão Ambiental do Colégio Santa Catarina, o ECOSANTA, que promove e incentiva ações internas e no entorno do Colégio, visando o engajamento de toda comunidade escolar nas questões do meio ambiente. Alguns projetos destacam-se pela sua relevância. Dentre eles, podemos citar: os Ecofriends, o grupo GISA, a distribuição das lixeiras, o apadrinhamento de plantas pelas turmas, as cisternas, a utilização de “lixo” na arte e outros. (Rosangela Assis - Coordenadora do ECOSANTA)
É gratificante ver os projetos ambientais do Santa funcionando. Aproximar a realidade, o dia a dia com as teorias, não é tarefa fácil. Todavia, no Santa, isso tornou-se prática normal. A reutilização do óleo de cozinha, as cisternas, o grupo Ecosanta são exemplos de que podemos ter uma sociedade de consumo viável. Colaborei em alguns desses projetos e o entusiasmo dos alunos é indescritível. É educar pelo exemplo. (Ubirací Pottes de Mello - pai de alunos da escola; Paisagista-Ecólogo)
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
Escolas Associadas da UNESCO
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