Companheiros do Ano I.: Nº I.: 2ª Quinzena
OUTUBRO – 2009
VERDE
Informativo do Meio Ambiente e Cidadania
O mundo está de olho no Brasil e estamos caminhando para protagonizar o debate ecológico mundial
Como conter o desmatamento e dar agilidade às licenças ambientais? Como ter progresso sem agredir o meio ambiente? Pág. 6
Foto Marcello Casal JR-ABr
Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente
Doação de óculos – Projeto de tirar o chapéu Pág. 4 Jardins sustentáveis em alta Pág. 10 Estação Ecológica de Águas Emendadas
Gastronomia – Conheça a história do estrogonofe Pág. 11
Companheiros do Ano I.: Nº I – 2ª Quinzena
EDITORIAL
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VERDE
EXPEDIENTE
rojetos ambientais, derretimento de geleiras, crianças trabalhando em lixões, risco de extinção de algumas espécies, economia de energia, são algumas das expressões que já fazem parte do noticiário geral, da nossa rotina diária e preocupação. E ainda algumas situações que já vivemos, como produtos alimentícios mais caros - ou a falta deles- em decorrência das mudanças repentinas do clima. A luta contra todas essas evidências de agressão ao nosso planeta, não deve ser somente das autoridades públicas, que já carregam esse comprometimento, mas de cada um de nós nas atitudes diárias, economizando, não comprando produtos que desconhecemos a procedência e essencialmente questionando a nossa rotina. Reconhecendo que cada um de nós tem uma parcela importante nessa mudança de comportamento, apresentamos o informativo de meio ambiente e cidadania COMPANHEIROS DO VERDE como colaboração para a melhoria da nossa cidade, nossa fauna e nossa flora. Convidamos a todos para participar e se juntar a nós nesse desafio de construir uma mudança de comportamento em respeito e consideração a todo bem que a natureza nos faz. Nesse espaço, poderemos pensar juntos questões da mais alta relevância e nos inteirar das políticas públicas que estão acontecendo em favor do meio ambiente. Discutiremos também a cidadania, a participação que cada um pode dar para ajudar nessa luta. O preconceito com o diferente que tanto separa e dificulta o relacionamento comum e como contribuir para a melhoria do nosso meio. Faremos uma viajem sobre a história dos alimentos, teremos especialistas informando e discutindo questões da nossa biodiversidade e ambientalistas lutadores que carregam permanentemente a bandeira de alerta contra a destruição. Especialmente nessa primeira edição, agradecemos e destacamos aqueles que tornaram possível esse projeto se tornar realidade, acreditando e investindo sempre na educação como forma de crescimento intelectual e pessoal. Ao Governo que vem trabalhando incansavelmente, incentivando projetos e programas relacionados ao meio ambiente, aos colunistas que dedicaram tempo para escrever e dividir o conhecimento com todos, a uma jornalista profissional que tem vontade de fazer a diferença, à família que sempre incentiva e acredita, e essencialmente a Deus, que nos dá força para todo dia seguir em frente.
COMPANHEIROS DO VERDE companheirosdoverde@gmail.com
Publicação: Solução Audio Visual Ltda. End.: Condomínio San Diego, Lt. 15, sobreloja 03 Jardim Botânico - CEP 71.680-362 Fone/fax: (61) 3427 1225 Email: companheirosdoverde@gmail.com Direção Geral: Olga Christina Pedra Direção Administrativa e Financeira: Evelynne Pedra Jornalista Responsável: Helen Assumpção - Registro nº: 7618/DF Projeto Gráfico / Diagramação: Sérgio Linhares Fotógrafo: Jessé Vieira
Outubro 2009
“Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.”
Gn 1:21 HELEN ASSUMPÇÃO
Debate
Para dar início a essa discussão, é importante esclarecer o que vem a ser Educação Ambiental (EA). De acordo com a Lei Federal nº 9.795 de 27 de abril de 1999, Artigo 1º, “entende-se por educação ambiental os processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum ao povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. Isso significa que o cidadão deve rever sua atitude e postura no trato com o meio ambiente, o que, aliás, vem sendo discutida nos últimos anos pela sociedade, pelas instituições e pelos governos, mesmo que a passos lentos. A exemplo disso, vemos a poluição desenfreada das águas, do ar e do solo, que ocasionam mudanças no habitat de muitas espécies, favorecendo, assim, a extinção de animais e de plantas nativas. Para que a EA saia do papel e seja colocada em prática é necessário observar essas preocupações no dia-a-dia dos cidadãos. Segundo o doutor em História Cultural, Aylê-Salassié Quintão, os ambientalistas “agem localmente, mobilizando as populações nas ações de seu cotidiano, dentro de sua comunidade, onde os governos estão totalmente ausentes”. Daí, o ingresso, não só de conceitos, dará início à conscientização da população, alterando seu comportamento e costume que outrora agrediam ao meio ambiente, tornando-se, agora, um tanto mais ecológico. As ferramentas que agem com eficácia nessas situações estão ligadas ao marketing social. A partir do momento em que as pessoas são levadas a pensar sobre a atual gravidade que é a não preservação do meio em que vivem e suas consequências, certamente abrirão os olhos e serão mais cautelosos. A partir de um simples lobby voltado para o consumidor e empresas, já é possível notar mudanças no comportamento dessa relação.
Tiragem: 10.000 exemplares quinzenais Contatos para consultas sobre espaço publicitário: dircompanheirosdoverde@gmail.com – 3427 1225 Colaboradores: Brasília: André Gubert, Leonardo Barreto, Anajúlia Heringer Salles. Goiânia: Jorge Pinheiro, Sibelle da Fonseca Okano. Webmaster: Felipe Gelbcke Fontes de pesquisas: Ag. Câmara, Ag. Senado, Ag. Brasil, Embrapa, Adasa e Ministério do Meio Ambiente. A imagem do buritizal da capa pertence oa banco de imagens do Ibama. Distribuição gratuita: Órgãos do GDF, Administração do Lago Sul, Administração do Jardim Botânico, Câmara Legislativa, Câmara Federal e Senado, Esplanada dos Ministérios, Campus do Uniceub, Rodoviária do Plano Piloto e locais de grande circulação em Brasília e na cidade de Goiânia. *Os artigos assinados não traduzem a opinião do jornal ‘Companheiros do Verde’.
Foto Werles Neves
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AGENDA ECOLÓGICA
Outubro 15
Dia do Professor
15
Dia do Educador Ambiental
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Dia do Engenheiro Agrícola
MEU BRASIL Outubro 2009
Companheiros do
VERDE
Pneus velhos
Fabricantes e importadores serão responsáveis pela armazenagem
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Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou resolução que obriga o mercado a armazenar adequadamente os pneus velhos. O texto já foi publicado no Diário Oficial da União do dia 1º de outubro e tem a finalidade de evitar a degradação ambiental e os riscos à saúde pública.
Dirigida a fabricantes e importadores de pneus novos, a determinação do Conama alcança também os distribuidores, revendedores, destinadores finais, consumidores e o Poder Público. Isoladamente ou de forma compartilhada, esses segmentos deverão se articular para implementar procedimentos adequados de coleta. Pela resolução, os pneus usados devem ser preferencialmente reutilizados, reformados e reciclados. Uma vez descartados, o ideal é que sejam depositados na própria fábrica ou em local próximo. A terceirização do serviço de coleta pelo fabricante ou importador não os exime de responsabilidade.
Anvisa diz que recomendou alteração de fórmula de refrigerantes para evitar contaminação
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garante ter recomendado, em 2007, que os fabricantes de refrigerantes alterassem a fórmula de algumas bebidas, sobretudo as de sabor laranja, como forma de prevenir a contaminação dos produtos pelo benzeno. Autoridades mundiais suspeitam que a substância, comprovadamente cancerígena, se formaria a partir da associação entre dois aditivos químicos usados como conservante e antioxidante. Segundo a associação de defesa do consumidor
Pro Teste, sete de 24 refrigerantes submetidos a testes continham benzeno. A Anvisa admite que especialistas continuam discutindo o assunto em todo o mundo, mas cita dados internacionais para minimizar os riscos da ingestão do benzeno em refrigerantes. A agência assegura ainda que a via mais comum de exposição à substância é a respiratória, sobretudo em áreas de tráfego intenso, proximidades de postos de gasolina ou onde haja grande concentração de fumaça de cigarro.
Destinação correta de embalagens de agrotóxicos cresce 17% no primeiro semestre
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o primeiro semestre do ano o Brasil conseguiu destinar mais 17,3% de embalagens plásticas vazias de agrotóxicos à reciclagem ou à incineração, na comparação com 2008. De janeiro a junho de 2009, 14.161 toneladas de embalagens de defensivos agrícolas tiveram a destinação correta no país. Os dados são do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV), entidade sem fins lucrativos que reúne 77 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola. Para Mário Fuji, gerente de Logística da empresa, o aumento do número de embalagens recolhidas demonstra mudança de postura do agricultor e das empresas do setor. “Mais uma prova de que o agricultor tem se preocupado em não deixar a embalagem jogada, contaminando rios e o meio ambiente como um todo”, afirmou Fuji à Rádio Nacional. Segundo o inPEV, desde o início do
projeto, em 2002, já foram encaminhadas para o descarte ambientalmente correto mais de 150 mil toneladas de embalagens. Somente no último mês de junho, foram 3.030 toneladas destinadas à reciclagem ou incineração. Mário Fuji afirmou que o Brasil tem se destacado mundialmente entre os países com maiores índices de destinação correta das embalagens plásticas de agrotóxico. “Nos Estados Unidos, por exemplo, de cada 100 embalagens plásticas colocadas no mercado de agrotóxicos 20% voltam. Na França, de cada 100, 74% são recicladas. No Brasil, em 100 embalagens 94% têm a destinação correta. Podemos olhar isso dentro de duas visões: os 94% são um bom número, mas ainda faltam 6% a serem recolhidos”. O gerente de Logística do inPEV destacou que o aumento do número de embalagens recolhidas é reflexo da parceria entre agricultores, produtores, revendedores e o Poder Público.
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A era da política sustentável! *Leonardo Barreto – Cientista Político da Universidade de Brasília
Há algo novo no mundo político. O assunto era visto com preconceito e taxado como algo de “radicais”. Entretanto, os efeitos das mudanças climáticas inseriram o problema da conservação ambiental na agenda dos governos. A transformação é rápida e profunda. Nos Estados Unidos, Barack Obama utilizou a questão verde como solução para sair da crise econômica internacional. O investimento em novas tecnologias e fontes de energia possui capacidade de resgatar os empregos perdidos pela indústria tradicional. O Brasil não fica atrás. Atualmente, uma das pré-candidaturas mais prósperas é a de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula. Não há como saber se ela terá chances de vitória. Mas é possível prever que o tema ambiental terá parte importante nos debates presidenciais. Entretanto, deve-se pensar meio ambiente também no âmbito local. Todas as cidades possuem problemas dessa natureza, que são essenciais para o bem estar da população: reciclagem de lixo e entulho, saneamento básico, poluição do ar e sonora, transporte, etc. O que os políticos estão começando a compreender é que políticas públicas ambientais podem servir de pontes para resolver outros problemas como emprego, saúde, transporte e lazer. Para tanto, os cidadãos precisam apresentar suas demandas aos candidatos para que soluções verdes passem a ser parte do nosso cotidiano. leobarreto@hotmail.com
Câmara aprova criação da Semana de Educação Ambiental A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o projeto do deputado Maurício Rands (PT-PE), que cria a Semana de Educação Ambiental nas escolas de ensino fundamental e médio. A proposta segue agora para análise do Senado. Segundo o texto, que modifica a Lei 9795/99, sobre a educação ambiental, as atividades devem ocorrer na primeira quinzena do mês de junho para possibilitar que o evento seja realizado próximo a 5 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente - e da Semana Nacional de Meio Ambiente.
CIDADANIA
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Um novo olhar
Empresário beneficia carentes com doação de óculos “Para a construção de um mundo melhor é preciso que todos entendam que são responsáveis e não apenas o governo”. Foi com esse pensamento que o empresário Voriques Oliveira começou a mudar a vida de inúmeras pessoas do Distrito Federal ao idealizar e coordenar a campanha “De Olho no Social”, que tem como objetivo levar às comunidades carentes, consultas oftalmológicas e doação de óculos de grau. Segundo Voriques, a campanha, que está em sua quinta edição, nesse ano conta com algumas empresas que abraçaram a causa e deram sua parcela de contribuição. “O Rotary Club cedeu um ônibus que visita as comunidades, escolas, asilos, enfim, os locais em que as pessoas precisam de atendimento, um oftalmologista da Clínica INOB realiza as consultas e a Voriques Óptica doa as armações”, conta. Nos anos anteriores, a campanha atendeu cerca de quatro mil pessoas entre idosos, adultos e crianças. Neste ano, a meta é “atender mais de oitocentas”, revela o empresário. Perguntado sobre qual o sentimento em poder dar um “novo olhar” para essas pessoas, Voriques é pragmático. “É muito gratificante ver o sorriso de uma criança quando coloca os óculos e consegue enxergar”. Para colaborar basta doar sua armação usada em qualquer uma das lojas Voriques Óptica espalhadas pelo DF.
Foto Camila Calazans
Calçada Livre
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Com o objetivo de desobstruir as calçadas do bairro e atendendo ao disposto nas normas técnicas de acessibilidade, solicitamos a sua colaboração no sentido de adotar providências para a retirada da vegetação que invade a calçada, entre o cercamento e o meio-fio do passeio, ao longo da lateral e/ou fundos de seu lote. Pretende-se, assim, garantir a livre circulação aos pedestres, hoje tão prejudicada pelo plantio de espécies que oferecem riscos e representam obstáculos aos transeuntes. Com esta providência, os moradores poderão realizar suas caminhadas diárias e as crianças poderão passear com mais segurança nesse espaço tão importante para o lazer e a manutenção da saúde. A medida beneficiará a todos: moradores, comerciantes, estudantes e trabalhadores que por aqui transitam. Zelar pela qualidade de vida do local aprazível em que vivemos é dever de cada um de nós. As ações de acompanhamento e fiscalização das providências solicitadas serão desenvolvidas pela Administração Regional do Lago Sul, em conjunto com a Agência de Fiscalização e a Prefeitura Comunitária. Findo o prazo estipulado, o morador que não desobstruir o passeio ficará sujeito a multa, a ser aplicada pela Agefis, na forma da lei. Colabore, faça a sua parte e ajude a tornar o Lago Sul mais bonito!
O que é? Desenvolvimento sustentável → é o modelo de crescimento econômico global que satisfaz as necessidades atuais da humanidade sem comprometer a capacidade das futuras gerações para satisfazer suas próprias necessidades.
DICAS DE ECONOMIA Sabe aquele banho quente de chuveiro? Ele é o vilão número 1 do desperdício de água nas residências. Numa família de cinco pessoas, onde cada uma toma um banho de quinze minutos por dia, gastará, por mês, entre 7 mil e 14 mil litros de água. Reduzindo o tempo de banho para cinco minutos, o consumo cairá um terço desta quantidade.
“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.”
Victor Hugo
COMUNIDADE Outubro 2009
Companheiros do
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Eleição direta para administradores regionais
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oltou a ser tema de discussão na Câmara Legislativa do Distrito Federal o projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e que estabelece eleições diretas para a escolha dos administradores regionais do DF. A proposta não trará nenhum custo adicional aos cofres públicos, nem a criação de novos cargos, mas já encontra resistência de alguns parlamentares.
Marque na agenda Brasília será sede da reunião da Unesco em 2010 A 34ª reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco será no final de junho de 2010 em Brasília e tem como objetivo analisar e propor novas cidades e lugares para fazerem parte ou serem excluídos da lista do Patrimônio Histórico e Cultural. O Comitê é formado por países que aderiram à Convenção do Patrimônio Mundial.
PARQUE DA MINHA CIDADE Parque Asa Delta
Foto Adm. Lago Sul
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Parque Ecológico do Anfiteatro Natural do Lago Sul, mais conhecido como Parque Asa Delta foi criado em 14 de janeiro de 1998 e possui uma área total de 10 hectares. Por oferecer uma grande área verde vazia, o parque é ideal para a prática de esportes radicais, como a asa delta. O parque é administrado pelo Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) e pela Administração Regional do Lago Sul.
Mais informações:
Parque Ecológico do Anfiteatro Natural do Lago Sul. Endereço: Entre as QL 12 e 14 do Lago Sul. Telefone: 61 3321 5621
Abrace um Parque Programa viabiliza investimentos em unidades ecológicas por meio de parcerias
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ais de R$ 4,4 milhões estão sendo investidos nos parques do Distrito Federal por meio do programa ‘Abrace um Parque’, de iniciativa do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) que atualmente beneficia dez unidades. Outras dez propostas estão em análise e poderão ser implantadas.
Criado em 2008, o programa ‘Abrace um Parque’ visa garantir a implantação gradativa e planejada dos 73 parques do DF. Isso se dará por meio de parcerias entre governo, empresas públicas, instituições, organizações não governamentais e voluntários.
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Municípios recebem tratamento gratuito para fumantes O tratamento gratuito oferecido a fumantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegará a 3 mil unidades de saúde de 1.200 municípios brasileiros no ano que vem. O programa começou em 2004 e hoje cerca de 800 unidades de 500 municípios oferecem o tratamento, segundo informações da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A chefe da Divisão de Tabagismo, Tânia Cavalcante, informou que o tratamento consiste na entrega de medicamentos gratuitos e, principalmente, na orientação feita pelos profissionais de saúde do SUS. “Existe uma demanda grande nas unidades de saúde. A maior parte dos fumantes brasileiros quer deixar de fumar, e o Sistema Único de Saúde visa a atender as pessoas que não têm como pagar pelo tratamento ou que não têm plano de saúde”, afirmou. Segundo Tânia, 1.200 municípios ainda não são suficientes para atender à demanda nacional pelo tratamento. Ela disse que a implantação do programa é demorada devido à necessidade de capacitação dos profissionais de saúde. “O principal aspecto do tratamento não é o medicamento, é a abordagem cognitiva e comportamental, da forma mais adequada possível. por um profissional treinado”, acrescentou.
Portadores de deficiência contam com site de empregos
Já está no ar o primeiro site de empregos desenvolvido para atender exclusivamente a portadores de deficiência visual, auditiva, física ou intelectual. O site www.selursocial.org.br vai hospedar o Sistema Integrado de Vagas e Currículos para Pessoa com Deficiência. O sistema permitirá que essas pessoas cadastrem, de forma gratuita, seus currículos e tenham acesso a vagas de emprego, sem a ajuda de terceiros. Da mesma forma, empresas poderão consultar perfis profissionais e contratar pessoas portadoras de deficiência para cumprir a Lei de Cotas.
Um terço dos tubarões já está em extinção
Pela primeira vez, biólogos e conservacionistas estimaram a população das 64 espécies de tubarão em todos os oceanos. E descobriram que nada menos do que um terço deles corre perigo de desaparecer em pouco tempo. A principal causa é a pesca. O maior predador dos mares é indefeso frente aos pescadores. Temido e odiado por muita gente, o tubarão é essencial ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Ele está no topo da cadeia alimentar dos oceanos e o declínio da população de tantas espécies poderá causar uma verdadeira tragédia ambiental. Além disso, lembram os conservacionistas, a fama de devorador de gente é injusta. De acordo com o estudo do Grupo de Especialistas em Tubarões da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), a percentagem de tubarões ameaçados de extinção é maior para as espécies capturadas por barcos em alto-mar (52%).
ENTREVISTA
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Companheiros do
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Entrevista
Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc
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Como conter o desmatamento e dar agilidade às licenças ambientais? Como ter progresso sem agredir o meio ambiente?
á pouco mais de um ano e três meses no cargo, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fala com exclusividade ao jornal Companheiros do Verde e revela que busca reverter a idéia negativa de que a pasta anda na contramão do desenvolvimento. “O que não concordo é com o progresso a qualquer custo”. Sobre o Código Florestal Brasileiro, Carlos Minc comenta que “qualquer mudança precipitada pode significar um retrocesso”. Companheiros do Verde - O presidente Lula o nomeou delegando duas missões importantes, e porque não dizer polêmicas: conter o desmatamento da Amazônia e dar agilidade nas licenças ambientais para obras de infra-estrutura. Que balanço o senhor faz do resultado até aqui? Carlos Minc - Fui convidado para o cargo. No início não queria, mas depois pensei melhor e aceitei. Os desafios, além desses que você cita, são muitos. O papel do Ministério é defender todos os biomas e estamos caminhando nesse sentido. Quanto à Amazônia, a redução do desmatamento já chega a 45%, o que é muito bom, mas ainda não temos o que comemorar. Nosso objetivo é banir o desmatamento ilegal da Amazônia. As áreas já degradadas são mais do que o suficiente para as atividades agropecuárias, é só reaproveitá-las. Não precisa mais cortar nenhuma árvore. O mundo está de olho no Brasil e estamos caminhando para protagonizar o debate ecológico mundial. Temos metas de redução de emissões de CO2 que dependem do fim do desmatamento. É uma política do governo Lula, está no Plano Nacional sobre Mudanças do Clima, que foi assinado em dezembro do ano passado. - No que diz respeito ao licenciamento, fizemos o plano Agiliza I, que reduziu o tempo de tramitação dos processos no Ibama, simplificamos alguns procedimentos sem abrir mão do rigor necessário para reduzir o impacto ambiental dos empreendimentos, principalmente os de infraestrutura em áreas críticas para o meio ambiente. Agora estamos no Agiliza II que, com a experiência adquirida no primeiro, poderá ser ainda mais eficiente. Estamos fazendo isso apenas com mudanças de rotinas
cumprir a obrigatoriedade de respeitar os 80% pesadas, burocracias que emperravam as lide área preservada e isso vai permitir com que cenças. É preciso dizer, também, que o meio sobre mais terra para plantar. ambiente está caminhando a passos largos no CV - Qual a marca que o senhor gostaria sentido de reverter uma imagem negativa de de deixar na sua administração? setor que trabalha contra o desenvolvimento. CM - Não dá para antecipar o julgamenAo contrário, somos parceiros do desenvolvito que a história faz, mas posso dizer que estou mento, desde que, é claro, seja respeitada a consciente de estar fazendo o melhor possível preservação do meio ambiente. O que não conpela preservação do meio ambiente. Desde que cordo é com progresso a qualquer custo. estava no exílio, nos anos de chumbo, comecei CV - Como andam as discussões sobre a levantar essa bandeira. Saio em março para a reforma do Código Florestal Brasileiro? O sevoltar ao palanque, às campanhas, e minha exnhor aposta numa negociação entre ambientapectativa é não ter deixado ela cair. listas e ruralistas? CM - O assunto está no Congresso há 12 anos e nós somos a favor de mudanças. Mas não Estou é qualquer tipo de mudança. Temos que alterar consciente o que precisa ser alterado sem abrirmos mão das garantias para o meio ambiente. Tenho ido de estar sempre ao Congresso e recebido parlamentares fazendo em meu gabinete, não importa se ambientao melhor listas ou ruralistas, e repito sempre que não podemos desfigurar as leis ambientais. Tepossível pela mos a legislação mais elogiada lá fora. Foi preservação um avanço e qualquer mudança precipitada pode significar um retrocesso. Todo cuidado do meio é pouco. ambiente CV - O que a agricultura familiar ganha com o Código Florestal? CM - Não é só o pequeno agricultor, que produz 80% do alimento desse país, mas todos ganham. Se não preservarmos as encostas, as margens dos rios que são áreas de preservação permanente, comprometeremos a própria produção, reduzindo a oferta de água e terra para plantar. O meio ambiente responde ao que o homem faz com ele. As enchentes em Santa Catarina, por exemplo, seriam bem menos catastróficas se tivesse havido respeito às encostas e áreas de preservação. Concordamos que a agricultura familiar some a reserva legal e a APP para Foto Valter Campanato-ABr
Companheiros do
Outubro 2009
VERDE
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RECICLAGEM
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Companheiros do Ano I.: Nº I – 2ª Quinzena
VERDE
Setor Transporte é o mais novo parceiro da campanha
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om a participação da secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Samyra Crespo, e do vice-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues, foi oficializada, nesta terça-feira (7/10), em Brasília, a adesão da Confederação à campanha “Saco é um Saco”, lançada pelo Ministério em junho deste ano para estimular o consumidor a reduzir o uso de sacolas plásticas e, sempre que possível, recusar. A CNT, que atua em todo território brasileiro, tem o objetivo de levar a mensagem sobre a importância de consumir sacolas plásticas de maneira consciente. “A CNT é de total importância para a campanha, por alcançar todo o País e divulgará de forma positiva para incentivar a redução no uso dessas sacolas descartáveis”, disse Samyra. O vice-presidente da CNT ressaltou a relevância da preservação do meio ambiente e que a da adaptação a novos hábitos. “Precisamos do consumo consciente e acabar com o excesso no uso de sacolas plásticas”, disse Rodrigues.
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VERDEMAIS Anajúlia Heringer Salles VERDEMAIS é um novo espaço onde se pretende provocar diálogo e reflexão no qual o conhecimento e as informações sobre as coisas do meio ambiente inclusive, se tornem cotidianamente uma preocupação, um motivo de cuidado de todos. Atualmente poucos são os jornais que tratam especificamente desse assunto, e menos ainda os que incentivam informações com isenção dos dois lados da moeda. O desafio do novo é sempre um processo incerto com múltiplas possibilidades de construção de interesses coletivos legítimos. É um espaço onde as “utopias possíveis” estarão atiçando as consciências, os sentimentos e os conhecimentos dos antigos e novos Companheiros do Verde. Nos últimos anos, estamos vivenciando um processo de intervenção desenfreada no Distrito Federal. A assepsia urbana solapa nossas possibilidades futuras de termos mantidas a qualidade de vida que sempre caracterizou o Distrito Federal. Contudo, ainda temos o privilégio de observar da nossa janela o colorido dos ipês amarelos que prenunciam a estação seca, tucanos pousando nos nossos jardins e de comermos gabirobas colhidas no cerradinho do lado. Por um lado, toda melhoria que nos traz conforto é muito bom. Mas, por outro, é preciso optar para alternativas sustentáveis que tragam menos consequências danosas para o meio ambiente e consequentemente para nossa saúde. Falaremos de assuntos ligados as nossas ações sobre o meio ambiente e quais suas consequências para nossas vidas. Falaremos também sobre flores e educação, ciência e cultura e juntos construiremos um jeito de “Ver de Mais” para conquistar “Mais Verde”. Foto Arquivo pessoal
“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.” Johann Goethe
GOIÂNIA Outubro 2009
Companheiros do
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A cidade mais verde do Brasil
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AMBIENTE-SE
Goiânia é a campeã em qualidade de vida e preservação ambiental
Foto Mauro Júnio
Goiânia não recebeu do Instituto Brasil Américas o título de “Capital Brasileira com Melhor Qualidade de Vida” por acaso. Desde 2005, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), hoje transformada em Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e a prefeitura de Goiânia vem investindo intensamente na preservação das áreas verdes da cidade. O número de parques totalmente implantados, que em janeiro de 2005 era de apenas seis, foi praticamente triplicado, saltando para 21, em dezembro de 2008, tornando-se referência nacional em termos de preservação ambiental. A cidade também vem investindo maciçamente na arborização urbana. Através do Programa Plante a Vida, implantado em junho de 2005 - e considerado hoje o maior programa de plantio voluntário do mundo -, mais de 1 milhão de mudas de espécies nativas do cerrado foram distribuídas à população de Goiânia. Conforme levantamento da Agência, cerca de 81% das pessoas que recebem as mudas fazem o plantio correto e garantem a sobrevivência da árvore. Conforme um estudo realizado pela Agência, Goiânia é a capital brasileira que possui maior número de metros quadrados de áreas verdes por habitantes no Brasil. Para ser ter uma ideia, Goiânia possui 94 m² de áreas verdes por habitante, superando Curitiba, que possui 51 m² de área verde por habitante e era, até então, considerada a capital brasileira que ocupava o primeiro lugar no ranking desse tipo de comparativo. A campeã mundial, a cidade de Edmonton, no Canadá, tem um quantitativo pouco maior: 100 m² de área verde por habitante. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU) é recomendável que uma cidade tenha pelo menos 12 m² de área verde por habitante. Goiânia supera hoje em quase oito vezes esse índice. O objetivo comum é garantir uma cidade cada vez mais verde para esta e para as futuras gerações , explica o presidente da AMMA, Clarismino Júnior.
“
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PAPO VERDE DIZ-ME ONDE TU MORAS...
*Sibelle da Fonseca Okano é advogada ambiental Iniciamos a nossa comunicação neste mês, dedicado ao despertar da consciência ambiental planetária. Escolhemos o título “PAPO VERDE” pensando tratar-se de um espaço para abordarmos os temas atuais e controversos da questão da qualidade ambiental e a sua conexão com a nossa qualidade de vida. “PAPO VERDE” será isso mesmo: um espaço aberto, democrático ao pé da letra, com um tom informal (mas não descompromissado ou irresponsável), com o propósito profissional e ético de Foto Arquivo Pessoal facilitar a compreensão desses problemas, cujas origens relacionam-se a uma crise ambiental, levantando as suas causas e conseqüências - e principalmente, na intenção de fomentar a opinião crítica e cidadã, que certamente nos levará a encontrar soluções que estejam ao seu alcance e de sua comunidade. Respirar ar puro, ter acesso a padrões que garantam boa saúde e perspectiva de vida longeva, é princípio fundamental - que tanto nós (os civis), quanto eles (os que se encontram no poder, por nossa vontade e em nosso nome, pois afinal, nós os elegemos) devem zelar, porque esses direitos essenciais medem o grau de respeito pela dignidade humana em cada sociedade. Através deste PAPO VERDE, discutiremos as possibilidades de ter um espaço mais aprazível para viver e conviver, e cá entre nós, falar de meio ambiente já ultrapassou o conceito do politicamente correto, não é só mais uma “onda” ou uma mera obrigação imposta por alguma lei de educação - é primordialmente uma busca de garantias para a própria sobrevivência. Estejam convidados a participar deste círculo de cultura, que atrevidamente apontará os nossos principais desafios ambientais neste início de século, observando as medidas que pipocam mundo afora, na tentativa de preservar alguns nacos da nossa casa - porque afinal de contas, ecologia, numa análise bem simplória, nada mais é do que o “estudo da casa”... aquele lugar aonde se vive.
cyberfam@terra.com.br
*Jorge Pinheiro Ambientalista
Gelo do ártico pode sumir no verão a partir de 2023 Se o degelo registrado no verão do hemisfério norte continuar no ritmo verificado neste ano, o banco de gelo do Ártico pode desaparecer até 2023, afirmou o coordenador do projeto europeu Damocles, Jean-Claude Gascard, em entrevista ao jornal Lê Parisien, se mostrando surpreso com a rapidez com que o gelo derrete no verão. A diminuição do banco de gelo no final do verão foi constatada pelos cientistas da embarcação Tara, que faz parte do programa europeu Damocles, que iniciou sua expedição em setembro de 2006. O objetivo do projeto é, se possível, antecipar as mudanças geradas pelo aquecimento global. Para se ter uma ideia, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), havia previsto que tal mudança só ocorreria na segunda quinzena do século. Há trinta ou quarenta anos, a espessura média do gelo na região era de 3 metros, hoje, é de 1,5 metro o que equivale a uma perda de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, principalmente onde o gelo é mais jovem, se derretendo com mais facilidade. Entre os principais fatores causadores do derretimento, podemos destacar o forte aumento da absorção da energia solar pelo oceano, de 80% o que geraria o aquecimento local das águas oceânicas. A grande concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, principalmente acentuado pela ação do homem, já está cobrando seu preço no Ártico onde não é difícil imaginar o que todo esse gelo derretido pode acentuar no avanço do mar nas regiões de cidades litorâneas. reis.pinheiro@brturbo.com.br
PAISAGISMO
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Companheiros do Ano I.: Nº I – 2ª Quinzena
VERDE
Outubro 2009
Recanto e aconchego
Jardins sustentáveis promovem a integração do homem com a natureza
A
ntigamente existia a casa e o quintal. A casa tinha toda nossa atenção e no quintal ficavam os cacarecos, o que não servia para nada. O chão era de terra batida e varrido diariamente, e as plantas quase não existiam. Hoje as pessoas descobriram que o quintal pode trazer as mais diferentes percepções de aconchego, bem estar, paz, surpresa, beleza e muito mais. Essa realidade trouxe novas necessidades que alteraram em muito os horizontes do paisagismo, tornando-o muito mais importante do que no passado para o equilíbrio e a qualidade de vida das populações urbanas. Nisso se insere o paisagismo sustentável que tem características locais próprias, ou seja, se utiliza de espécies vegetais da região, adaptadas ao ambiente, sem interferir no ecossistema. A agrônoma e paisagista, Andrea Gaudino, explica que um jardim sustentável reduz os gastos com insumos na implantação e manutenção, mas algumas funções específicas são essenciais para o desenvolvimento até a maturidade do ambiente. “O jardim deve ter funções de absorver água, fornecer abrigo e alimento para a fauna e permitir a recomposição das espécies vegetais originais da área”, esclarece. Muitas pessoas, inconscientemente, antes de construir mandam ‘limpar’ o terreno por considerem que os arbustos e plantas existentes são meramente ‘mato’. Para essas
situações, a agrônoma recomenda que, antes de qualquer ação, o proprietário deve procurar a ajuda de um profissional responsável com as questões ambientais para avaliar a área. “Ele fará um projeto integrado à paisagem existente e as características físicas do terreno e entorno”, e completa “o importante é mudar o olhar em relação à paisagem natural e descobrir o que ele pode nos oferecer”.
como o uso de insumos agrícolas biodegradáveis, o mínimo de movimentação do solo, o reaproveitamento da água da chuva e da residência, o uso de energia solar para iluminação do jardim e materiais reciclados, entre outros.
*Espécies do cerrado Ipê-amarelo
Quem nunca contemplou a beleza da fl oração dos ipês-amarelos em meio à seca Percepções Os jardins sustentáveis do cerrado po- da Capital Federal? Por conta do colorido, as dem ser verdadeiros recantos de prazer, numa flores dos ipês atraem muitos polinizadores e combinação perfeita entre sustentabilidade e na medicina popular, algumas espécies têm beleza. “Beleza temos de sobra nos buritis, propriedades curativas. nas canelas de ema, nos ipês, nas cagaitas, Buriti na imensidão do céu e no deslumbrante pôrConsiderada a palmeira mais abundante do-sol do cerrado”, elenca Andrea. do país, produz anualmente grande quantidaO projeto paisagístico deve fazer uso de de frutos, que podem ser consumidos ao das percepções e ser agradável e confortável natural, na forma de sucos, sorvetes, doces criando um ambiente de sensações que fasou desidratados. cine e encante o usuário. Um jardim que não explorar os sentidos é um jardim incompleto. Copaíba “Ele deve ter cor, forma, aroma, sons, textuÁrvore de grande porte, a beleza vem ra e sabor. Quanto mais um jardim consegue das folhas que nascem avermelhadas e na veaguçar todos os sentidos, melhor cumpre o lhice, ficam verdes. O óleo retirado do tronco seu papel”, descreve a paisagista. é considerado de alto valor farmacêutico. *Tombadas como patrimônio ecológico do DF
Principais características
Além da utilização da vegetação existente que confere aspecto de jardim já formado - o que proporciona economia de recursos -, o jardim sustentável tem outras atitudes que devem ser observadas,
O cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, perdendo em tamanho somente para a Floresta Amazônica. Sua flora é riquíssima, só agora começa a ser conhecida, existindo cerca de mil espécies de árvores, três mil espécies de ervas ou arbustos e quase quinhentas trepadeiras.
“A natureza não faz nada em vão.”
Aristóteles
ENTRETENIMENTO Outubro 2009
Companheiros do
VERDE
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Ano I.: Nº I – 2ª Quinzena
CURIOSIDADES DA GASTRONOMIA com André Gubert
andre.bistrot@gmail.com
A história do estrogonofe Stroganov é o nome de uma proeminente e influente família da nobreza russa durante os séculos XV ao início do século XX. Atualmente, Stroganov é um museu em São Petersburgo - segunda maior cidade russa - que já foi um palácio e a residência dessa nobre família. Conta a história, que um antigo general russo que pertencia a essa família trouxe para o palácio um tipo de refeição muito utilizada por soldados russos nos séculos XVI e XVII, e que era composta de carne em pedaços conservada em sal grosso e em um tipo de aguardente. Na hora da refeição, eles cozinhavam e adicionavam creme de leite azedo. Já no final do século XVIII, um chefe de cozinha francês que era empregado do palácio dessa família, aprimorou a receita acrescentando cogumelos de sua terra natal com mais algumas especiarias. A receita acabou indo para a França, junto com parte da nobreza russa, fugindo da Revolução Russa, em 1917. Cada vez mais difundida, a receita acabou tendo seu nome afrancesado e passou a se chamar strogonoff e no Brasil, acabou se chamando estrogonofe. Aproveitando a história, darei hoje uma sugestão para uma receita de estrogonofe.
Ingredientes
bos e cortada em cu a) • 1 kg de carn uma carne maci lg a ou o h n ti a p (file mignon, de oliva e sopa de azeite d es er lh co 5 • édias picadas • 2 cebolas m • Sal reino • Pimenta do e conhaque • 2 colheres d caldo de carne mate • 2 xícaras de a de poupa de to p so e d es er lh ignon) co • 2 gumelos (champ co e d á ch e d s ra • 1 e ½ xíca tarda tipo Dijon os m e d a p so e d • 2 colheres mais forte) (pode ser escura e de leite • 400g de crem
BICHO AMIGO
Nhonha foi o meu melhor presente de aniversário. Veio dentro de um iglu acolchoado e uma fita vermelha no pescoço. Comeu escovas de dente, sapatos prediletos e meias com chulé. Dorme cedo e acorda tarde. Gosta de fiozinhos de banana e de sementinhas de girassol. Disputa o lugar no travesseiro comigo, prefere carinho no nariz, agradece com uma lambida na perna a ração de cada dia. Me chama para dormir quando já passam das onze da noite! Chora para tomar sol assim que acorda. Tem ciúmes do quarto, gosta de tirar fotos personalizadas, adora o Tiago, não gosta de perfume doce e adora fuçar o lixo do banheiro. Não gosta de cenoura, toma somente água gelada, não gosta que apontem o dedo para o seu focinho, dorme de bruços e gosta de participar do churrasco no fim de semana. Nhonha é minha melhor amiga e companheira. Me escuta e sente o que eu sinto. É a prova mais concreta que os animais sentem e amam nossos familiares e amigos, assim como nós não somos capazes de amar. O amor verdadeiro e puro, sem nada em troca. Evelynne, estudante de direito
•Envie a foto e a história do seu bicho amigo para companheirosdoverde@gmail.com
ESPAÇO DA ÁGUA
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Ano I.: Nº I – 2ª Quinzena
Companheiros do
VERDE
Outubro 2009
A importância dos comitês de bacia no Distrito Federal
O
Fórum Mundial da Água, ocorrido em março de 2009 em Istambul, Turquia, com a presença 182 países, trouxe à tona informações sérias sobre a água no mundo, bem como recomendações para a Convenção do Clima, reuniões do G-8, governos e outras instâncias de decisão. A começar pelo fato de mais de 1 bilhão de pessoas já não terem acesso a água de boa qualidade e 2,5 bilhões não disporem de redes de coleta de esgotos. Como a população mundial continua crescendo à razão de 80 milhões de pessoas por ano, são mais 64 bilhões de metros cúbicos anuais no consumo global de água. Doenças veiculadas pela água são a segunda causa de morte de crianças com menos de 5 anos: 4,2 mil por dia. Dessas crianças, 125 milhões vivem em casas sem água potável de boa qualidade; 23% da população mundial defeca ao ar livre, porque não dispõe de instalações sanitárias nem de redes de esgoto - o que leva a ONU a concluir que, se o saneamento fosse universalizado, seriam reduzidas em 32% as doenças diarréicas, que matam, junto com outras veiculadas pela
água, 1,7 milhão de pessoas por ano (no Brasil, perto de 80% das internações pediátricas e das consultas na rede pública se devem a essas doenças). Reduzir esses dramas e caminhar em direção aos Objetivos do Milênio exigirá enfrentar muitos condicionantes: o aumento da população; as regras para compartilhamento dos aquíferos pelos vários países; impedir que mudanças do clima façam ainda mais vítimas entre os pobres e continuem a derreter os gelos das montanhas, mudanças no padrão de consumo e no mercado de alimentos e mais planejamento, controle da poluição, regras para expansão urbana desordenada e redução do desmatamento. A situação brasileira, nesse quadro, poderia ser até privilegiada, já que dispomos de 12% do fluxo superficial de água no mundo, além de grandes depósitos subterrâneos. Mas além da distribuição geográfica da água ser muito desigual (72% na Amazônia, 6% no Sudeste), há anos que todas as nossas bacias hidrográficas, da Bahia ao Sul do País, estão em “situação crítica” por causa de poluição, desperdício ou conflitos pelo uso. E a situação do abastecimento de água e sa-
neamento continua dramática. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), são 34,5 milhões de pessoas (28,6% da população urbana) que não dispõem de redes de coleta de esgotos, mas se a elas se acrescentarem os que contam apenas com fossas, chega-se perto de 50%. Quase 10% não têm suas casas ligadas a redes de abastecimento de água. Mas a “universalização” das redes de esgotos e de água só acontecerá em 20 anos. Há necessidade urgente do gerenciamento dos recursos hídricos, e este gerenciamento se faz com as instituições organizadas no seu sistema que no DF esta prestes a completá-lo, tendo o Conselho, a SEDUMA, como responsáveis pela política, a ADASA e IBRAM como implementadores desta política e os COMITÊS com a efetiva participação da sociedade, no chamado parlamento das águas. Os comitês em número de 3 ( Paranoá, Afluentes do Preto e Afluentes do Maranhão), estão em fase de mobilização da sociedade para definição do regimento, eleição dos representantes e eleição da diretoria definitiva, cujo processo esta programado para findar em março de 2010. Portanto é fundamental o conhecimento da sociedade do DF e sua participação nas reuniões preparatórias e engajamento no processo e participação nos Comitês.
Paulo Cotta Núcleo de Comunicação e Imprensa 3961-4909 / 9942-1432
Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal Leia mais, conheça e participe do COMPANHEIROS
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