N.º 65 Distribuição Gratuita 1.º semestre de 2016
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N.º 65 Distribuição Gratuita 1.º semestre de 2016
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SUMÁRIO + EDITORIAL
Fernando de La Vieter Nobre Presidente e Fundador da AMI
GUINÉ-BISSAU entre a desilusão e a esperança sempre viva! É uma das raras vezes, se bem me recordo, que escrevo um editorial na revista AMINotícias sobre um país específico. Faço-o, porque foi exatamente há 30 anos, no Verão de 1986, que fui pela primeira vez à Guiné-Bissau. Porque foi na Guiné-Bissau que a AMI abriu a sua histórica primeira missão em Lugadjole, no setor do Boé, na região de Gabu, em 1987, lá se mantendo desde então, atualmente nas regiões de Bolama e de Quinara. Porque amo a Guiné-Bissau, tenho lá ido muitas dezenas de vezes e guardo lá muitos amigos. Porque conheci muitas personalidades históricas guineenses e portuguesas que influíram sobre o seu passado, presente e futuro tais como, os ex-presidentes Luís Cabral (no exílio), Nino Vieira, Kumba Yalá, o Brigadeiro Ansumane Mané, vários primeiros-ministros e muitos
ministros, nomeadamente da saúde, mas não só e… o comandante Alpoim Galvão, entre outros… Sim, amo a Guiné-Bissau. Eu, português natural de Luanda/ Angola, aprendi a conhecer muitos dos seus povos (fulas, mandingas, balantas, biafadas, bijagós, papéis, macanhas, manjacos…) e os seus homens grandes e régulos por quem tenho respeito, amizade, estima e profunda admiração pelo espírito de sacrifício e resiliência com que têm enfrentado (e sobrevivido) décadas de carência, sofrimento, instabilidade político-militar, mas também sempre com uma esperança renovada, muitas vezes gorada, no seu futuro e no seu real desenvolvimento… o que é possível, desejável e alcançável. A AMI, durante as últimas três décadas, investiu na Guiné-Bissau mais de cinco milhões de euros em múltiplos projetos de desenvolvimento e de emergência (levantamento da Junta Militar, epidemia de cólera e prevenção do Ébola) e enviou muitas dezenas de missionários leigos que deram e continuam a dar o seu melhor junto das autoridades centrais e locais, assim como junto de ONG guineenses e do admirável povo da Guiné. Mas evidentemente, e de longe, isso não chega! O presente e o futuro da Guiné-Bissau depende, antes de tudo, e como no seu passado, do seu povo e dos seus governantes. É fundamental que os seus líderes civis e militares, tal como em qualquer parte do mundo, saibam pôr os interesses legítimos e vitais do povo da Guiné-Bissau acima dos seus interesses pessoais, assim como dos interesses partidários e étnicos e, assim, criar o clima de consenso, confiança e estabilidade necessários e essenciais para que haja união no esforço, esperança e real desenvolvimento. Só assim será possível também reconquistar a credibilidade junto da comunidade internacional e dos investidores, sem a qual nada é possível! A Guiné-Bissau perdeu as últimas duas décadas, e na fase de aceleração atual da economia global e dos perigos extremistas que se lhe avizinham é urgentíssimo que o país, com o apoio determinado da comunidade internacional, Portugal incluído evidentemente, e a vontade dos seus dirigentes, elimine de uma vez por todas, o terrível estigma, que lhe pesa horrivelmente, de ser um estado narcotráfico como foi ou é, e um estado fortemente instável como infelizmente ainda o é. Quem ama a Guiné-Bissau e o(s) seu(s) povo(s) não pode deixar de lançar este alerta e de fazer este apelo! A esperança continua viva, mas a janela de oportunidades é já estreitíssima. Perder esta próxima década seria irrecuperável e quiçá irreversivelmente trágico para a Guiné-Bissau que não merece tão triste sorte. A Fundação AMI (e eu a título pessoal) nunca abandonará a Guiné-Bissau como tantos outros já o fizeram, mas é fundamental que para um futuro digno, que ainda é possível, o apelo deste vosso amigo seja entendido. Com esperança e humildade assim o espero.
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EM BALANÇO Em de de as
ano de celebração dos seus 30 anos, a missão emergência ao Nepal e a estabilização do número pessoas apoiadas em Portugal pela AMI marcaram atividades da AMI em 2015.
Fotografias: Alfredo Cunha 04 |
Infografias: Alexandre Fernandes
EM BALANÇO
Em 2015, a AMI desenvolveu um total de 42 projetos internacionais, dos quais 3 com equipas expatriadas no terreno (Guiné-Bissau (2) e Nepal) e 39 PIPOL (Projetos Internacionais em Parceria com Organizações Locais), com 33 parceiros locais em 23 países. As missões com equipas expatriadas (na Guiné-Bissau e no Nepal) permitiram beneficiar diretamente cerca de 23.603 pessoas e indiretamente 80.732 pessoas. Já os PIPOL beneficiaram, pelo menos, 3.389.024 pessoas, das quais 121.553 direta e 3.267.471 indiretamente. No ano passado foram realizadas 31 missões exploratórias e de avaliação em 19 países de 4 continentes (África, Ásia, América Latina e Europa), destacando-se a missão à Grécia e à Itália, no âmbito da crise de refugiados na Europa. Em setembro, uma equipa da sede da AMI partiu em missão exploratória para as ilhas gregas de Kos e Lesbos, que são o ponto de entrada na Europa de refugiados vindos maioritariamente da Síria, do Afeganistão, da Albânia, do Paquistão e do Iraque. A segunda equipa partiu rumo a Lampedusa (Itália) onde continuam a chegar pessoas provenientes da Eritreia, da Nigéria, da Somália, do Sudão e também da Síria, em busca de
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melhores condições de vida na Europa. No terreno, estabeleceram-se contactos com autoridades e organizações locais a trabalhar em prol dos refugiados. Dado o trabalho em rede já instalado e sistematizado nos dois países, a AMI concluiu não ser pertinente avançar com uma missão de emergência nesses locais, tendo, no entanto, preparado os seus equipamentos sociais em Portugal para acolher os refugiados que chegassem ao país. No âmbito das intervenções em ação humanitária, a AMI respondeu ao pedido de ajuda internacional, lançado pelo governo do Nepal, após o terramoto ocorrido a 25 de abril de 2015, com a contabilização de mais de 8.000 mortos e 19.000 feridos. Recorrendo à ONG parceira com que a AMI conta na Índia (Friends Society in Social Service) desde finais da década de 90, foi realizado um levantamento inicial por esta organização que se deslocou imediatamente ao Nepal, juntando-se-lhe posteriormente no terreno uma equipa com 6 elementos da AMI. A zona de intervenção localizou-se no distrito de Sindhupalchok, tendo a resposta da AMI sido centrada nos sectores da alimentação, saúde e distribuição de bens não alimentares.
3.493.359 Beneficiários 1 4 5 . 1 5 6 D I R E TO S / 3 . 3 4 8 . 2 0 3 I N D I R E TO S
NO MUNDO
42 PROJETOS
1 MISSÃO DE EMERGÊNCIA NO NEPAL 2 MISSÕES COM EQUIPAS EXPATRIADAS NA GUINÉ-BISSAU 12 PROFISSIONAIS ENVIADOS PARA O TERRENO + 67 CONTRATADOS LOCALMENTE 329 CONTRIBUTOS PARA O ALCANCE DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO ENTRE 2000 E 2015
23 PAÍSES
33 ORGANIZAÇÕES PARCEIRAS
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RECOLHA DE RESÍDUOS PARA RECICLAGEM
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FLORESTA E CONSERVAÇÃO
toneladas de radiografias
litros de óleos alimentares usados
metros quadrados de terreno intervencionado Projeto Ecoética
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EM PORTUGAL EM PORTUGAL
FUNDO PARA O DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO SOCIAL FUNDO PARA O DESENVOLVIMENTO O Fundo para o Desenvolvimento E PROMOÇÃO SOCIALe Promoção Social procura apoiar os
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beneficiários no pagamento de algumas despesas correntes relacionadas com habitação luz, gás). e Promoção Social procura apoiar os O Fundo para o(água, Desenvolvimento beneficiários no pagamento de algumas despesas correntes relacionadas com (água, luz, gás). 31 habitação famílias apoiadas, 95 pessoas
31 famílias apoiadas, 95 pessoas FUNDO UNIVERSITÁRIO 24 estudantes apoiados FUNDO UNIVERSITÁRIO
24 estudantes apoiados
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EMPREGO EMPREGO 453 PESSOAS recorreram aos serviços de apoio ao emprego da AMI. Mais 453 PESSOAS recorreram aostrabalho serviços de 100 pessoas conseguiram de apoio ao emprego da AMI. Mais na sequência do apoio que receberam de 100 pessoas conseguiram trabalho nos serviços da AMI. na sequência do apoio que receberam nos da AMI. Dos serviços 118 homens que estiveram nos Abrigos Noturnos, 42 saíram com Dos 118 homens que estiveram nos colocação no mercado de trabalho. Abrigos Noturnos, 42 saíram com colocação no mercado de trabalho.
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metros quadrados de terreno intervencionado Projeto Ecoética
EM PORTUGAL Em território nacional, em 2015, a AMI apoiou 28.069 pessoas. Destas, 13.604 foram apoiadas diretamente pela intervenção social da AMI em contexto de atendimento e/ou acompanhamento social. As restantes 14.465 pessoas foram apoiadas no âmbito do Fundo Europeu de Apoio a Carenciados (FEAC), através do qual já distribuiu cerca de 8.756 toneladas de alimentos, por 36 instituições da região do grande Porto. Desde 1994, ano em que se inaugurou o primeiro centro Porta Amiga (Olaias), até 2015, os Serviços Sociais da AMI apoiaram 68.092 pessoas em situação de pobreza. Atualmente, a AMI dispõe de 9 Centros Porta Amiga (1 apoio domiciliário e 2 equipas de rua), 2 Abrigos e 1 Residência Social. Das 13.604 pessoas apoiadas, 3.775 procuraram este apoio pela primeira vez em 2015. A maioria da população que frequentou os equipamentos sociais, encontra-se em idade ativa (65%) e apresenta baixas habilitações literárias. De igual modo, a esmagadora maioria, é portuguesa (ver dados) não tem atualmente qualquer atividade profissional formal, apresentando como principais recursos de subsistência. o apoio de familia-
res (38%) e amigos (10%), o que sublinha o importante papel que as redes primárias de solidariedade desempenham. O RSI (23%), pensões e reformas e subsídios e apoios institucionais (18% cada) são os apoios identificados imediatamente a seguir. De qualquer modo, é importante notar que 17% dos que procuraram a AMI vive dos seus rendimentos de trabalho mas estes revelam-se precários e insuficientes. Olhando para a população sem-abrigo, desde 1999 já foram apoiadas 10.907 pessoas nesta situação. Em 2015 foram apoiadas 1.455 pessoas, também elas de nacionalidade portuguesa. O peso da população feminina nesta população tem vindo a crescer, tendo o número de novos casos duplicado (de 13% em 1999 para 27% em 2015). Em 2015 os serviços mais procurados continuaram a ser o apoio em géneros alimentares (60%) e o apoio social (59%). 453 pessoas procuraram apoio na inserção profissional através dos gabinetes de apoio ao emprego tendo cerca de 22% dessas pessoas conseguido uma colocação profissional.
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PORTUGAL
POBREZA fica mal no retrato Texto: Luís Pedro Nunes
Fotos: Alfredo Cunha
Mais de ano e meio a percorrer Portugal. Uma imagem caleidoscópica da queda nas malhas da miséria. LISBOA Fernando e Amesh discutem na Praça da Alegria em Lisboa. Ou conversam, é difícil perceber. Não dá para entrar em grandes detalhes biográficos, porque Fernando foi alterando a sua história pessoal várias vezes. No final de 2013 era Marine nos Estados Unidos. No início de 2015, já fora do abastecimento das tropas, tinha sido apanhado a traficar. Fiquemos pela possibilidade, real, de ter passado brevemente pelas forças armadas dos EUA e ter sido deportado após cumprir pena. Os americanismos dão a entender que sim. Já Amesh é afegão. Acabou misteriosamente enforcado naquele mesmo local uns meses depois numa obra a poucos metros. Aquela é uma dupla improvável, feita de um ex-militar dos EUA e de um afegão, refugiados num banco da Praça da Alegria, onde se embebedam, insultam e riem ali entre voos rasantes de pombos e humores variáveis provocados pelos pacotes de vinho. Meses depois, encontramos Fernando a vaguear em estado muito decadente por Lisboa e conseguimos encaminhá-lo para um centro da AMI. Já em 2015, e sem ser planeado, damos por ele a jantar no Abrigo da Graça. Fica perturbado. Diz que foi ilibado. Vai buscar os papéis do MP. Que não teve nada que ver com a morte do Amesh. Continua em crescendo a desestabilizar a sala de jantar. Passaram-se dois anos de crise profunda. Há gente que nunca saiu da pobreza, que reentrou nela, outra que caiu abruptamente num pesadelo que nunca agendou para a sua vida. A crise empurrou gente lá do alto, de muitos andares. Já o Fernando é um tipo porreiro. Às vezes. Mas é imprevisível. Neste momento, as probabilidades estão contra ele. A pobreza não é um evento, uma entidade abstrata; embora, como se constata com regularidade, seja
um número. E esse devia obrigar a pensar. Mais de um quarto da população portuguesa vive “em privação material”. Quando caminhamos pelas ruas das cidades, temos uma vaga ideia de que aqui e ali há um mendigo. Todos nós que ainda temos emprego conhecemos histórias e temos alguém que perdeu o trabalho e está desesperado. Mas as ruas das cidades estão estranhamente “limpas”. Onde estão as hordas de pobres, a crise humanitária e a implosão social que espelhem os números dos que foram triturados pela tragédia da crise? Rodamos à noite pelas cidades e há alguns sem-abrigo. Perguntamos aqui e ali onde são os pontos em que se juntam a dormir, como na estação do Oriente. Diz um sem-abrigo, dos que está ao frio à espera de uma sopa, numa das muitas noites que estivemos: “Só dorme na rua quem quer”. Outra frase que se ouviu muito dos voluntários que estão a entregar comida na rua mas não querem ser identificados: as cidades estão a expulsar os sem-abrigo dos centros históricos e das zonas das lojas caras. Ninguém quer aquelas imagens de homens a dormir na rua em papelões. Como é que isso se faz? É simples. Durante o dia, empregados da limpeza urbana retiram as mantas e os caixotes e colocam-nos fora da cidade. Obrigam as carrinhas de entrega de comida a ir para zonas mais afastadas do centro. Há uma transumância de mendigos, bêbados, arrumadores em fim de linha, homens que não aceitaram ser domados pelas regras da civilidade e da abstinência e pela crueldade da vida sem substâncias aditivas e que acabam pastoreados para fora da vista dos turistas, do bem estar da urbe cosmopolita. Estamos, assim, todos mais tranquilos quando vamos às compras ou passeamos. | 09
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A maioria dos que se veem na rua são homens. Entre os 40 e os 50. São as vítimas da catástrofe humana que foi o fim das grandes obras públicas e da febre da construção civil que criou a ideia de um país de pleno emprego. Os pedreiros, os carpinteiros, os serventes, a mão-de-obra que construiu pontes e autoestradas agora vazias. E hoje não serve para nada e não tem capacidade para se safar fora do seu mundo mental derrotado. Portugal resistiu porque teve uma barreira, uma rede que aguentou quase ao limite da exaustão financeira e da demagogia as golfadas de gente atirada para fora do sistema: o rendimento de reinserção social, o subsídio de desemprego e as milhares de instituições de solidariedade social que fizeram a dobra ao Estado. Noite gelada de Janeiro. Batemos à porta de um dos quartos do abrigo da Graça da AMI. Abrimos a porta. Paulo, 55 anos, está sentado na cama. Vestido, demasiadamente aprumado, lavado e barbeado como se fosse sair para algum lado. Como se estivesse pronto para um compromisso. Não vai. Não está. Vai jantar ao fundo do corredor e voltar para o quarto que divide com outros dois homens. 10 |
É como se nos esperasse. Tranquilamente, debita a sua história de descida a este estado quase ficcional, narrado a uma meia-luz dickensiana – Paulo parece fingir que ainda tem uma vida normal. Era vigilante, ficou sem emprego, sem dinheiro para renovar a licença de segurança profissional e daí começou uma história de episódios de trambolhões encosta abaixo. Ali, vestido, lavado e barbeado é o que o liga a uma quase normalidade... É a sua vontade de regressar a qualquer momento se for chamado à vida. Conta a sua história e segue aprumado para o jantar. Lá dentro Fernando, o “marine”, acabará a dar “show”. RSI, subsídios de desemprego, invalidez, segurança social, pensões... tudo terminologia que de um lado do espetro da sociedade provoca atritos. Deste lado, onde a luz é fraca, significa 230 euros, 178, ou pouco mais de 150 e contas do tipo: “tenho uma despesa de 160 e faltam dez, 15 euros logo no início do mês e as contas, sabe, e os medicamentos e, e...” Famílias inteiras que gerem a vida com uma mistura de subsídio com um RSI e uma ida diária a buscar refeições a um lado, roupa a outro e se há fraldas e bebés e crianças.
PORTUGAL PORTO Estamos no Porto. Na Campanhã, zona pobre desde sempre. Ali estão as famosas ilhas, favos de pobreza onde moravam sete ou oito por barraquinha, agora meio abandonadas. No refeitório da AMI, vai servir-se o almoço, homens e mulheres esperam em silêncio, sentados cá fora a apanhar uma nesga do sol de Janeiro. Um homem classe média que nos vê e foge com medo das fotos. Um senhor muito arranjadinho (quem é? Sofre de esquizofrenia), outro encostado à parede sem uma perna e um dedo: “Fale comigo! Eu sou um caso de sucesso! Bebia 27 bagaços pela manhã e sete litros de vinho durante o dia! Não bebo há dois anos!” Manuel, 51 anos. Muito estragado. Orgulho do que bebia, mesmo que exagerando (será?) o orgulho de ter largado a bebida. A boca sem dentes a procurar a memória do bagaço que ainda está lá. Estala a língua. Venha a sopa. A perna e o dedo também foi a bebida quem os levou. Come-se em silêncio. Em Gaia trazem-nos casos. A pobreza que não está nos bancos do jardim. Tenho à minha frente uma mulher que se deixou enredar numa teia de dívidas. Deramlho um “sonho” sem questionar. E quis. Agora tem um pesadelo que não consegue gerir. Cristina, com 45 anos, quis um salão de cabeleireiro e emprestaram-lhe o dinheiro. E foi para um apartamento T2, mas nunca pagou o condomínio e quis um descapotável. E cartões de crédito deram-lhe vários. Tanto o BES como a CGD. E foi gastando e pagando uns com outros, como um país insolvente. Olha-se para Cristina agora e vê-se o ar de pânico. Já levaram tudo e dizem que deve um mundo e outro e já não tem nada e como é que pode ainda dever aquela enormidade? Dezenas e dezenas de milhares de euros. Deve aos bancos, aos senhorios, ao mundo, uma quantidade de dinheiro que nem em várias
vidas conseguirá pagar. E ela diz que quer pagar. Não diz que não se lembra. Há dívidas que, garante, pode abater se trabalhar nas limpezas. Mas querem lá saber disso. E trouxe os filhos, para mostrar a sua boa fé. E agora António, 66 anos, que chegou a ter trabalho na construção civil e a ter bens e viver bem. Perdeu tudo. Está doente, sem subsídio. Mas nunca fez descontos. Ninguém lhos pediu. Hoje é um não-cidadão. Teve episódios cardíacos. Tem cataratas. E uma história que quer contar: mulher que o deixou, como foi PSP, o amor traído, os filhos que não lhe falam. Desligamos o crivo de perceber o que é verdade ou mentira. Não interessa. “Ver os netos. Nunca os vi. Gostava de os ver antes de morrer. Vou morrer em breve”. A queda. Esta queda implica muitas vezes um corte relacional. Os homens ficam sós. Quando se queixam que as “mulheres os abandonaram” falta saber porque os abandonam as mulheres. Seja como for, este é o caso. Caído, esmagado e só. Os homens ficam perdidos, sem saber funcionar. Ouvir uma versão. Não vale a pena questionar. Esta é a verdade deles. Luís, 70 anos, teve fábricas de roupa, dezenas de empregados, riqueza e fortuna. E hoje ali está. Velho. Sem ninguém. Mas mantém uma certa boa disposição e um ar distinto que perturba. Traído pela filha e pelo genro de quem foi fiador. Milhares e milhares de euros que eles gastaram e que ele assegurou. Hoje resta-lhe um pedaço de uma reforma. E a ajuda alheia. A vida dá voltas. Há muita gente que garante que não, que nunca lhe acontecerá tal. O destino é capaz de passar rasteiras até ao mais determinado self-made man. Ao empreendedor mais espertalhão. Quando aceitou ser o garante da filha, Luís estava a assinar o atestado de miséria na velhice. Ei-lo, sapiente de que morrerá assim, a comer e a viver de ajudas. Que o resto da sua vida já está traçado.
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AÇORES Na ilha das Flores, uma jovem está no oitavo mês de gravidez. Necessita de um acompanhamento médico que só em S. Miguel lhe pode ser dado. Nas últimas semanas, não poderá voar. Na Terceira, um adolescente tem um acidente grave de mota e é evacuado para o hospital de Ponta Delgada onde lhe pode ser dado o tratamento ortopédico adequado. Mas onde fica a jovem instalada, onde vão dormir os pais do miúdo? O Estado já não quer saber desses pormenores. Trata como igual o que não é igual. Como poderiam arcar com as despesas de dormir na outra ilha? As ONG têm que ir ao apoio. A AMI teve de abrir uma residência para albergar estas pessoas. O abandono não se mede em unidades de sem-abrigo. Aliás, S. Miguel está impecável. A cidade de Ponta Delgada nunca esteve tão bonita. Na altura dos impérios do divino espírito santo, chega a ser emocionante ver aquela dobra espácio-temporal entre um passado que parecia ter desaparecido e um presente irreal feito de um Portugal inventado nos bailes de debutantes dos EUA. E, ironia à parte, conseguiu-se até transformar Rabo de Peixe num polo de exibição turística de miséria. Sim, a infame Rabo de Peixe possivelmente simboliza tudo o que está errado ao nível da luta contra a pobreza. E são os assistentes sociais que entredentes lá vão dizendo. Décadas de assistencialismo paternalista numa população difícil corroeram a existência daquela gente que troca e exibe a sua miséria e até a estimula à espera de mais apoios. É pornográfico ver os turistas a fotografar o ícone nacional de uma pobreza não radicável que já sorveu milhões de forma irracional e onde o tráfico de droga se faz lá em cima, à entrada. Ao lado do tour da pobreza há um bairro social colorido com bizarras entradas de casa, personalizadas como (tunning) LSD em cima das portas. Aqui não se deixam fotografar. Não se deve ver tudo igual porque nem tudo o que se vê é semelhante. 12 |
Os deportados dos Estados Unidos, muitos que viveram lá praticamente toda a sua vida, estavam nas margens da sociedade. O 11 de Setembro refez as leis contra estrangeiros e levou à deportação em massa dos não naturalizados por crimes que antes eram palmadinhas nos pulsos, como condenações por pequeno tráfico de droga. E assim foram chegando calafonas condenados aos Açores. Lá, pequenos criminosos; cá, revoltados e ostracizados. Americanos de gueto lançados para uma Alcatraz verde a que chamam Azores, onde nunca serão aceites e exibem de forma ostensiva a sua americanidade marginal. Saudades da prisão onde tinham amigos, referências, respeito e valores. O RETRATO Rodrigues está na fila para a comida. Terá uns 40, 50 anos? Mas reparo que veste como um pugilista antes de um combate. Falo com ele. Garante que sim, que depois fez segurança na noite. Perante a objetiva ao ser fotografado vai buscar dentro de si a cara mais feroz e ameaçadora que tem. E assim permanece durante longos e longos segundos. Sempre em personagem. Pronto para o combate ao canto do ringue imaginário. Um uppercut, não tivesse as mãos ocupadas. Assim que acabam as fotos, o frio é tanto que Rodrigues nem consegue levar a colher de sopa à boca dada a tremedeira. A fome e a pobreza não ficam bem no retrato. O ENGENHEIRO DE HOMENS DESARRANJADOS Se fizermos as contas, a queda de José Luís, engenheiro civil, demorou mais de quatro mil dias. Não foi um estouro. Mas tem dois momentos-chave. Quando em 2001 recebe a notícia de que o filho foi atropelado mortalmente por um bêbado. E numa noite de 2012 quando está no final da linha – tantos pensamentos maus que passavam pela cabeça –, afastado
PORTUGAL
da família, já sem amigos, resumido a 15 euros e tem que tomar uma de duas opções. Escolheu a mais acertada e foi pedir ajuda à AMI. A história podia acabar aqui. Como tantas outras. É para isso que estas casas servem. Para acolher o desespero. Para permitir que se respire durante um, dois, três meses, antes de regressar ao “mundo”. Readquirir a capacidade de funcionar. Mas esta não é uma história vulgar. Ao entrar, as provações de José Luís estavam longe de acabar. Homem de boas famílias do Porto consegue ver hoje com distanciamento que no dia em que o filho foi morto também o seu destino seguiu uma bifurcação sem retorno. O casamento que se desmoronou. Os negócios que implodiram com a crise e decisões sem sentido. As falências. “Um estouro monumental”. Os amigos que fugiram. A memória do filho. Aquela noite de 2012 no limite. Mas desde então foi uma aprendizagem que o mudou. Esta não é uma história vulgar. José Luís, engenheiro civil de boas famílias a dormir num abrigo de homens no fim da linha como ele, teve que implodir a sua raiva interior e reconstruir outros alicerces emocionais. Nas camas ao lado dormiam alcoólicos e homens tão disfuncionais como aqueles que, de alguma forma, simbolizavam a morte do filho. Foi um momento pesado. De conflito inferior. Pensou ir-se. Ficou. E começou a emergir à superfície. Quase a fazer 60 anos, não havia trabalho para ele “lá fora”. “As pessoas não imaginam o que se sofre aqui dentro”. Ganhou o respeito dos outros. Pelo respeito que lhes deu, pela capacidade de os ouvir. E olhou para um jornal e viu a possibilidade de fazer a admissão ao curso superior de Relações Internacionais. Foi falar com a Universidade e disse que não tinha possibilidade de pagar propinas, dada a sua situação. Sem vergonhas e medos. Desbloquearam a situação e fez o teste de admissão.
Teve 17 valores. Esse foi o primeiro passo para readquirir o gosto pela vida. Daí a pouco tempo estava também a levar homens dali a fazer voluntariado em construção. E a conjugar os estudos com o trabalho de engenheiro na sua área, em que agora trabalha só com homens destes abrigos. José Luís podia ter voltado as costas a este momento “negro” da sua vida, mas decidiu abraçá-lo em vez de o esquecer. Diz que o que mais o perturba nos companheiros com quem dividiu o Abrigo é a falta de autoestima e a incredulidade na possibilidade de dar a volta. A passividade e aceitação de um destino. Não será culpa deles. Faltam-lhe as ferramentas e o mundo que o engenheiro tem. Agora apenas os compreende porque também já lá esteve. E sabe que no dia de pagamento há um ou outro que desaparece “por uns dias”. Mas que se calhar pode ser repescado. Porque agora compreende a vertigem. Sabe que ele terá tropeçado. E poderá precisar de uma mão. Agora é um dos “seus homens”. Linguagem já do lado de cá para um entendimento de quem esteve lá. José vai ficar entre os dois mundos porque quer. E guardou uma máxima que espalha a todos: “Há sempre alguém pior do que nós”.
[ESTA REPORTAGEM INSERE-SE NO PROJETO “TRÊS DÉCADAS DE ESPERANÇA”, QUE VISA COMEMORAR OS 30 ANOS DE SERVIÇO HUMANITÁRIO EM PORTUGAL E NO MUNDO DA ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL E PODE SER SEGUIDO NO FACEBOOK. PODE ADQUIRIR O LIVRO “TODA A ESPERANÇA DO MUNDO” NA NOSSA LOJA ONLINE]
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BOA GOVERNAÇÃO em gestão de saúde na Guiné-Bissau Há quase 30 anos que a AMI está presente na Guiné-Bissau. Uma presença que já assumiu várias formas e que, desde 2014, é feita em parceria com a UNICEF.
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GUINÉ-BISSAU
A AMI está presente na Guiné-Bissau há mais de 28 anos, quer com missões de emergência, quer com missões de desenvolvimento cuja principal área de intervenção é a saúde. Desde 2000 que tem vindo a renovar protocolos de cooperação com o Ministério da Saúde do país e atualmente, está a desenvolver, em parceria com a UNICEF, um projeto que contribui para a melhoria da governação no país através do reforço de boas práticas nos processos de gestão de saúde para a implementação da saúde comunitária. O principal objetivo deste é contribuir para a disponibilidade de serviços de saúde de proximidade a grávidas e crianças com menos de cinco anos na Região Sanitária de Quinara. Na Guiné-Bissau, que tem uma população de cerca de 1,5 milhões de habitantes, estima-se que 64,7% viva em situação de pobreza, segundo o Plano Operacional de Passagem à Escala Nacional das Intervenções de Alto Impacto (POPEN) de 2012. A elevada morbilidade é o principal problema para a saúde materno-infantil e a percentagem de partos assistidos é ainda mais baixa do que a média nacional, rondando os 20%, ou seja, 630 em 2012. Pelo menos 2889 grávidas e 10913 crianças da região de Quinara são abrangidas diretamente por esta atuação, assim como 191 Agentes de Saúde Comunitária e seis Responsáveis pelas áreas sanitárias de Quinara (enfermeiros), para além dos cerca de 60.777 habitantes da região.
O papel da AMI é o de facilitar e implementar uma estratégia de saúde definida a nível nacional. Um grupo de seis supervisores operacionais da AMI faz acompanhamento deste trabalho, em estreita cooperação com a Direção Regional de Saúde e os Responsáveis por cada uma das seis áreas sanitárias de Quinara. Com o aumento da capacidade de resposta quer ao nível da saúde preventiva, quer ao nível da saúde curativa, melhora-se ao mesmo tempo o nível de acessibilidade a serviços de saúde. Se numa fase inicial, a gestão foi assumida pela AMI em proximidade com a Direção Regional de Saúde, atualmente, com o processo de gestão uniformizado e as dificuldades identificadas e trabalhadas, o foco passou para o reforço do mecanismo de gestão regional. A AMI e a UNICEF têm como objetivo que esta parceria contribua de forma significativa para a capacity building, preparando os atores locais para assumir completamente a gestão das pastas como forma de garantir a sustentabilidade desta atuação a longo prazo e como forma de melhorar a governação do país na vertente da saúde comunitária. Apoiar a implementação de boas práticas de gestão de saúde comunitária assegura o acesso continuado a serviços de saúde de maior qualidade.
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NOVA IMAGEM Nascemos com a ação médica e temos muito orgulho disso. Mas depois de refletirmos naquilo que somos hoje, a sigla AMI ganhou um novo significado. Mais do que aquilo que fazemos, o que nos torna diferentes é a forma como o fazemos. Algo que na prática se traduz desta forma:
A AMI Age
Agir de forma rápida e eficaz é fundamental em qualquer situação de emergência. E a AMI está preparada para agir em situações tão distintas como um terramoto na Ásia, apoio domiciliário a idosos em Portugal, ajuda alimentar a refeitórios, etc.
A AMI Integra
Porque acredita que só há esperança quando há futuro, a AMI apoia projetos que oferecem ferramentas para permitir a completa autonomia dos indivíduos ou populações: microcrédito, abrigos, hortas familiares, negócios sociais, etc. No fundo, a AMI está sempre em missão. Este novo posicionamento levou à criação de uma assinatura e de uma imagem que reflete a essência da AMI dos dias de hoje.
A AMI Muda
A melhoria de competências e o desenvolvimento pessoal são essenciais para a mudança do indivíduo. A AMI apoia projetos ambientais, de alfabetização, emprego, formação profissional, entre outros.
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A AMI VAI ACABAR… …Vai acabar no dia em que a esperança vencer o medo. Quando a fome deixar de consumir vidas. E a intolerância for uma ideia sem sentido fora dos livros de História.
Agir é atuar em situações de emergência. Mudar é acompanhar e promover o desenvolvimento de pessoas e comunidades. Integrar é dar as ferramentas para uma autonomia total.
Nesse dia vamos desligar as notícias, arrumar a mala de pronto-socorros, retirar os mapas da parede e fechar portas. Mas até lá, não iremos descansar.
Todas as etapas são importantes. Todas as funções são necessárias. Juntos salvamos vidas, seja no terreno ou à secretária. Estejamos no Porto, Coimbra ou em São Tomé e Príncipe. Sabem porquê? Porque apesar de termos trabalhos distintos, partilhamos a mesma missão.
Nascemos como assistência médica internacional. Porém, a vida humana requer mais do que cuidados médicos. O desemprego destrói futuros. A pobreza é uma ferida aberta da sociedade. A poluição é uma epidemia. Hoje, aqui ao lado ou do outro lado do mundo, reafirmamos a nossa missão: assegurar o bem-estar do ser humano. Podem dizer que muitas organizações procuram o mesmo. E ainda bem. Contudo, a maneira como o fazemos não é igual. Por isso a nossa sigla ganhou um novo significado. AMI é Agir. Mudar. Integrar.
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Sim, talvez um dia a AMI acabe. Mas, por agora, vai renascer: mais forte, mais unida e com uma nova imagem. Não há fronteiras, guerras, calamidades nem burocracias que nos parem.
A missão continua. Fernando de La Vieter Nobre
NOVA IMAGEM
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Quadro de Honra_
18.º PRÉMIO AMI JORNALISMO Contra a Indiferença
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Sofia Arede (SIC) e Sofia da Palma Rodrigues (Divergente) dividiram o 1.º Prémio
As peças “Os Sobreviventes” da jornalista Sofia Arede da SIC e “A Juventude em Jogo” um projeto de jornalismo multimédia e de dados da jornalista Sofia da Palma Rodrigues (Divergente), inicialmente lançado pela publicação Divergente.pt e posteriormente adaptado à imprensa e publicado no jornal “Público” foram as vencedoras da 18ª edição do Prémio AMI - Jornalismo Contra a Indiferença. O júri, constituído por Catarina Gomes e Pedro Miguel Costa, vencedores da edição anterior, Maria José Mata, representante da Escola Superior de Comunicação Social, Francisco Lemos, Amigo da AMI, e Fernando Nobre, Presidente da AMI, decidiu distinguir também mais três trabalhos com uma menção honrosa: “O Amor não Mata” de Ana Sofia Fonseca, da SIC, “Um Lar Debaixo da Ponte”, de Catarina Canelas, da TVI, e “O que é isso de Vida Independente” de Vera Moutinho, do Público. Sobre os trabalhos premiados, o júri, cuja decisão foi unânime, considerou que a peça de Sofia Arede dá voz através de uma criança aos milhões que arriscam a sua vida e a dos seus para chegar a porto seguro, pelo que o júri enaltece a riqueza da abordagem e sensibilidade da narrativa; o trabalho de Sofia da Palma Rodrigues (Divergente) aborda de forma inovadora o percurso tortuoso de muitos adolescentes aliciados a vir para 18 |
a Europa à procura do sonho do estrelato nas quatro linhas, tratando-se de um projeto de jornalismo independente que aborda de forma singular o que passa ao lado de muitos espectadores. O júri considerou, ainda, que a reportagem de Ana Sofia Fonseca sublinha um tema atual com uma qualidade técnica que a distingue; o trabalho de Catarina Canelas distingue-se por mostrar como dois homens constroem laços em ambiente adverso; e a peça de Vera Moutinho conseguiu aliar o domínio técnico à capacidade de mostrar momentos de rara intimidade. Os jornalistas galardoados com o 1.º Prémio receberam €7.500 cada e uma escultura da autoria de João Cutileiro, estendendo-se esta última distinção aos autores dos trabalhos galardoados com menções honrosas. A entrega deste prémio, cofinanciado pelo Novo Banco, decorreu no dia 26 de abril na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) e foi antecedida por uma mesa redonda dedicada às “Agendas do Jornalismo”. Ao longo do debate, Raquel Abecasis (RR), Leonídeo Paulo Ferreira (DN), Catarina Gomes (Público) e Ricardo Alexandre (RTP/RDP), moderados pela professora Fernanda Bonacho (ESCS) abordaram algumas das questões mais sensíveis e delicadas com que jornalimo e jornalistas se defrontam.
BREVES Nacional_
Linka-te aos outros já tem vencedores Dirigido a alunos do 7º ao 12º ano, este prémio da AMI visa potenciar a consciência social da juventude, incentivando a criatividade e o voluntariado. “Costuras”, ”Emocionar`te”, ”A importância do voluntariado na Educação e na Cidadania Global” e “Ajudar para melhorar” são os quatro projetos vencedores da 6ª edição do Linka-te aos Outros. Os selecionados dividem um apoio de 3.200 euros. A Escola Profissional de Aveiro (EPA) apresentou dois projetos vencedores, ambos centrados no apoio a pessoas com necessidades especiais: “Costuras” e “Emocionar’te”. O primeiro pretende reunir brinquedos usados junto de várias entidades, e conferir-lhes uma nova vida, adaptando-os a crianças com necessidades educativas especiais. Ainda na EPA, o segundo projeto vencedor, “Emocionar’te”, visa a animação e promoção de competências junto de utentes com multideficiência em Oliveira do Bairro através da expressão plástica e artística. Da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento de Gouveia chega-nos o projeto: “A importância do voluntariado na Educação e na Cidadania Global”. A proposta tem como objetivo divulgar, incentivar e promover a prática do voluntariado nas escolas da RAM (Região Autónoma da Madeira). A confeção e distribuição de refeições a pessoas em situação de sem-abrigo é uma das ações projetadas. Finalmente, a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses apresentou o projeto “Ajudar para melhorar” que consiste em sinalizar e apoiar famílias e idosos desfavorecidos e excluídos socialmente, através da oferta de bens alimentares e outros produtos, transmissão de princípios de organização doméstica, cuidados básicos de saúde e limpeza.
Pontes de Amizade juntaram 500 participantes A 10.ª edição da corrida Pontes de Amizade juntou no passado dia 10 de abril, em Coimbra, perto de 500 participantes. A solidariedade e entusiasmo dos atletas e amigos da AMI venceu o mau tempo.
AMI recebe prémio Ulisses Grant No dia 18 de março, recebemos, na Guiné-Bissau, o Prémio Ulisses Grant 2016. Segundo a Pró-Bolama, entidade que atribui este galardão, a AMI recebeu o prémio “pela preciosa ação humanitária desenvolvida ao longo destes 16 anos no Sector de Bolama e na Guiné-Bissau em geral há 30 anos”.
26.º Peditório de Rua A AMI realizou, em maio, o seu 26.º Peditório de Rua. Sob o lema “A AMI trabalha para pessoas concretas”, esta recolha de fundos visou reforçar a sua autonomia financeira para que possa continuar a desenvolver projetos humanitários em Portugal o no Mundo e permitiu angariar 34.856,26€. A todos, participantes e doadores, o nosso obrigado.
Lançado em 2010 nas escolas de todo o país, o prémio “Linka-te aos Outros” já selecionou e financiou dezenas de projetos, com montantes de apoio superiores aos 20 mil euros. Do apoio a famílias carenciadas ao acompanhamento a idosos, os objetivos e ações dos estudantes têm gerado um impacto social importante. A AMI continuará a encorajar e a envolver os jovens nestas ações, pois acredita que são capazes de alterar realidades socialmente injustas e, simultaneamente, cativar outros para ações solidárias e socialmente transformadoras. [PODE AJUDAR A AMI QUANDO QUISER, FAZENDO UM DONATIVO ONLINE] | 19
Internacional_
Nova missão na Nicarágua
Formações de voluntários internacionais A Ação Humanitária e a Cooperação para o Desenvolvimento são áreas que desempenham um papel crucial nos dias de hoje, verificando-se uma crescente preocupação de coordenação global e de aplicação de critérios de qualidade. Assim sendo, é fulcral a preparação adequada e especializada dos profissionais que atuam nestas áreas. A AMI tem promovido nos últimos anos formações direcionadas a voluntários internacionais, com vista a fornecer competências para a sua integração em projetos de voluntariado internacional. Em 2016, serão desenvolvidas as seguintes edições: Formação a Voluntários Internacionais | Geral – 03 e 04 de out.; Formação a Voluntários Internacionais | Emergência – 24 e 25 de nov..
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[INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 02 DE SETEMBRO]
Uma missão da AMI deslocou-se à Nicarágua, de 30 de maio a 7 de junho, para efetuar a avaliação final de dois projetos cofinanciados ao parceiro local Acción Medica Cristiana (AMC). A AMI decidiu apoiar a AMC em 2014 co-financiando um primeiro projeto virado para o fortalecimento do modelo regional de saúde na sua articulação com a rede de saúde da comunidade e sistema de saúde institucional em 8 comunidades no distrito de Prinzapolka, Región Autónoma Costa Caribe Norte (RACN). Os bons resultados deste projeto levaram à aprovação de um novo para o “Fortalecimiento de la red de parteras tradicionales de 11 comunidades de Prinzapolka”, projeto que arrancou no final de 2015 e teve como objetivo específico dar seguimento e ampliar e fortalecer a capacidade de resolução comum e da rede de parteiras comunitárias no curso médio do rio Prinzapolka em cuidados para mulheres grávidas e para a prevenção da mortalidade materna em coordenação com o Ministério da Saúde (MINSA) municipal. “Fortaleciendo la capacidad de preparación y respuesta a desastres del Comite Municipal de Prevención, Mitigación y Atencion a Desastres (COMUPRED) en 8 comunidades de la Cuenca Media del rio Prinzapolka, RACN”, foi o segundo projeto implementado durante o final de 2015 e o primeiro semestre de 2016 que fortaleceu, por um lado, a capacidade de preparação e resposta a catástrofes no município, e por outro, o sistema de comunicação para a devida articulação e o alerta atempado nas comunidades alvo. Durante o primeiro semestre de 2016 o parceiro pôde contar com o apoio profissional de uma médica expatriada da AMI que garantiu o acompanhamento da equipa local nas ações do projeto, como formação, coordenação e elaboração de diagnóstico e planos comunitários.
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Projeto Destriero O projeto Destriero é uma ferramenta de software de suporte para intervenção em cenários de catástrofe, 72h após a ocorrência da mesma, de forma a permitir uma coordenação eficaz e apoio à tomada de decisão para mitigar o impacto económico e potencializar a intervenção humanitária, acelerando o processo de reconstrução. A demonstração do software decorreu no dia 9 de junho, em Madrid, com a presença de potenciais utilizadores ligados à área de proteção civil e de prevenção e recuperação de catástrofes de Portugal, Espanha, Reino Unido, Hungria e Polónia. O desenvolvimento do projeto envolveu 13 parceiros, entre os quais a AMI, de 8 países, nomeadamente Espanha, Reino Unido, Irlanda, França, Polónia, Itália, Alemanha e Portugal. Com uma duração de 36 meses e financiado pela Comissão Europeia, o projeto contou com um orçamento de 4,1 milhões de euros.
Estágios de Cooperação Internacional AMI/NBUP ‘16 Pelo 11.º ano consecutivo a AMI está a desenvolver os Estágios de Cooperação Internacional, em parceria com o Novo Banco. Em 2016, foram rececionadas 18 candidaturas validadas, das quais foram selecionados três estagiários de Enfermagem, Medicina e Nutrição. Os estágios, com duração de dois meses, irão decorrer em projetos/ parceiros da AMI no Brasil, na Colômbia e na Guiné-Bissau.
BREVES Mecenato_
6.ª Aventura Solidária ao Brasil Se perdeu a feira Mundo Abreu nos dias 9 e 10 de abril e não visitou o nosso stand, fique a saber que edição do projeto Aventura Solidária teve lugar de 24 junho a 3 de julho. Desta vez, o destino foi o Brasil e a vila de Milagres. Esta edição da Aventura Solidária permitiu recuperar uma sala que ruiu num equipamento fundamental para a Associação Comunitária de Milagres (ACOM), a qual acolhe diversas atividades culturais com meninos em risco de abandono escolar e exclusão social. A próxima Aventura terá como destino a Guiné-Bissau e decorrerá no mês de dezembro.
Ludopolis A AMI participou na 5.ª edição da Ludopolis nos dias 17, 18 e 19 de junho de 2016. O Kit Salva Livros, o produto escolar solidário da AMI teve especial destaque com o seu embaixador Salvador Nery, na foto junto das mascotes do evento. O stand da AMI foi muito concorrido e teve sempre a presença de muitas famílias que realizaram jogos lúdicos e de sensibilização.
[CONHEÇA MELHOR O PROJETO AVENTURA SOLIDÁRIA]
Body Shop apoia mulheres dos Centros Porta Amiga Porque trabalhar a auto-estima faz parte da estratégia de reinserção social, a Body Shop apoiou o Dia Internacional da Mulher que a AMI celebrou, com oferta de 200 vouchers de tratamento para as beneficiárias da AMI.
Recolha de alimentos no Continente Porque a alimentação é o serviço mais procurado e ponto de contacto para o nosso trabalho social, o Continente Gaia abriu as portas para um peditório alimentar permitindo em dois dias a angariação de mais de uma tonelada de bens alimentares. Para além disso, a AMI vai continuar a receber as sobras alimentares das lojas Continente Vasco da Gama e Continente Amadora.
Ensaio Geral Solidário A Companhia Nacional de Bailado (CNB) ensaia e apresenta a sua programação regular em Lisboa no Teatro Camões. O projeto Ensaios Gerais Solidários nasceu do acreditar que a solidariedade também se faz a partir do palco. Assim sendo, a CNB, na pessoa de todos os seus colaboradores, oferece os ensaios gerais do ano 2016 a instituições que se sintam capazes de dinamizar campanhas de donativos em troca de acessos ao último ensaio, antes da estreia de cada espetáculo. Este ano, a AMI foi uma das entidades beneficiárias do projeto Ensaios Gerais Solidários, com a peça - O Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saëns, no Teatro Camões a 15 de junho de 2016. Com um donativo a partir de 12 euros, foi possível obter um convite para assistir ao Ensaio Geral “O Carnaval”, peça onde se reúnem alguns dos coreógrafos que mais marcaram a História da Dança. A AMI angariou 1.817€, que permitiu levar crianças que frequentam o EPES (Espaços de Prevenção da Exclusão Social) de Chelas, a colónias de férias. | 21
AGENDA AMI AGOSTO, A PARTIR DE 22 Campanha Escolar AMI OUTUBRO, 3 E 4 Formação a voluntários internacionais, Lisboa OUTUBRO, 20 A 23 Peditório Nacional de Rua OUTUBRO, 26 Encontros Improváveis. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
LOJA AMI 1
A Loja AMI já possibilita donativos e dispõe de outros artigos que podem ser visualizados no novo site loja.ami.org.pt Ao comprar qualquer um dos artigos da nossa loja estará a contribuir para a realização dos nossos projetos e missões. Pode também fazer a sua escolha, preencher e enviar-nos o cupão abaixo, junto com o cheque no valor total dos artigos acrescido de despesas de envio indicadas.
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Usufrua de 40% de desconto na loja online, em todos os artigos com preços superiores a 3€, exceto livros. 1 Livro "Toda a Esperança do Mundo"_ 39,90€ 2 Livro "Humanidade: Despertar para a Cidadania Global Solidária"_ 20€
PORTES DE ENVIO _ Encomenda Portugal
Inferior a 50€
50€ e superior
5€
Grátis
Europa, América do Norte e África
10€
Grátis
América do Sul, Ásia e Oceania
15€
Grátis
3 Coleção contra a Indiferença: Livro "Viagens", "Imagens" e "Gritos" "Viagens"_ 20€ / "Gritos"_ 20€ / "Imagens"_ 30€
[MAIS ARTIGOS EM WWW.AMI.ORG.PT]
Nome
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Morada Código Postal Telefone Como adquiriu a nossa revista Descrição do Produto
Tamanho
E-mail Quantidade
Valor Unidade
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Valor Total
INFORMAÇÕES
VOLUNTÁRIOS PRECISAM-SE NACIONAL
Contacto: voluntariado@ami.org.pt
CPA OLAIAS • • • •
Função: Advogado(a) Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades Função: Professor/as para Alfabetização e Português para Imigrantes Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades Função: Fisioterapeutas para EPES Sénior e SAD Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades Função: Animador/a Sociocultural para EPES Sénior Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades
EQUIPA DE RUA DE LISBOA •
Função: Psiquiatra Horário: dia e hora a combinar, de segunda a sexta-feira, período da manhã Periodicidade: semanal
CPA ALMADA
• Função: Advogado(a) Horário: entre as 10h e as 12h30 Periodicidade: semanal (de segunda a sexta-feira)
CPA CASCAIS
• Função: Médico(a) Horário: a combinar Periodicidade: uma vez por semana • Função: Psicólogo(a) Horário: a combinar Periodicidade: uma vez por semana • Função: Enfermeiro(a) Horário: a combinar Periodicidade: uma vez por semana
CPA PORTO
• Função: Advogado(a) – Apoio Jurídico Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: Semanal • Função: Psiquiatra Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: mensal • Função: Enfermeiro(a)s Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: semanal ou bi-semanal (a escalar) • Função: Técnico Marketing - desenvolvimento de boas práticas e organização de eventos Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: Mensal
CPA GAIA
• Função: Enfermeiro(a)s Horário: de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 13h Periodicidade: semanal • Função: Advogado(a)s Horário: de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 13h Periodicidade: quinzenal
EQUIPA DE RUA GAIA/PORTO •
Função: Médico(a) Psiquiatra Horário: dia e hora a combinar (de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h) Periodicidade: semanal
CPA ANGRA • • •
Função: Advogado(a)s Horário: a combinar Periodicidade: a combinar Função: Enfermeiro(a)s Horário: das 9h30 às 17h Periodicidade: uma vez por semana Função: Psicólogo(a)s Horário: 9h30 às 13h Periodicidade: duas vezes por semana
[FICHA DE CANDIDATURA ONLINE]
Este número da AMI Notícias foi editado com o especial apoio da revista VISÃO (Distribuição), LIDERGRAF (Impressão e Acabamento), COMPANHIA DAS CORES (Design) e CTT – Correios de Portugal Autorizada a reprodução dos textos desde que citada a fonte. AMI Fundação de Assistência Médica Internacional R. José do Patrocínio, 49 – Marvila, 1959-003 Lisboa ami.org.pt | fundacao.ami@ami.org.pt Ficha Técnica Publicação Trimestral Diretor Fernando Nobre Diretora-Adjunta Leonor Nobre Redação Paulo Cavaleiro Edição Luísa Nemésio Fotografias AMI e Alfredo Cunha Colaboram neste número Luís Pedro Nunes, Alexandre Fernandes Paginação Carlos Salvado e Ana Gil Tiragem 80.000 exemplares Depósito Legal DL378104/14
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Obrigado por ajudar as equipas da AMI a prosseguirem o seu trabalho humanitário. Graças a si, os voluntários da AMI podem atuar em Portugal e nos países mais carenciados do Mundo! Porque muitos precisam de nós, nós precisamos muito de si!
Como colaborar com a AMI Deposite um donativo na conta da AMI n.º 015 27781 0009 do Novo Banco | Envie o seu donativo em cheque nominal diretamente para qualquer uma das direções da AMI. | Faça o seu donativo em qualquer caixa multibanco, selecionando a opção “Ser Solidário”. Depois, basta escolher a importância com que quer contribuir. | Participe ativamente como voluntário nos Centros Porta Amiga, na sede da AMI ou nas Delegações | Inscreva-se como voluntário contactando voluntariado@ami.org.pt | Adira às Campanhas de Reciclagem (reciclagem@ami.org.pt) | Faça reverter parte do seu IRS para a AMI | Participe na Aventura Solidária no Senegal, Brasil ou Guiné-Bissau (aventura.solidaria@ami.org.pt)
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Cartão Saúde Contacto 213
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Barclaycard AMI Contacto 707 780
303 600
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