AMI Notícias nº 67 - 1º Trimestre de 2017

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N.º 67 Distribuição Gratuita 1.º trimestre de 2017

notícias

10 anos_

DE AVENTURA SOLIDÁRIA Guiné_

AMI Alimenta_

É A NOVA MARCA DE SOLIDARIEDADE

30 ANOS de missões AGORA TAMBÉM EM

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N.º 67 Distribuição Gratuita 1.º semestre de 2017

notícias

04 10 anos de Aventura Solidária

16 Breves Quadro de Honra Nacional

06 Guiné-Bissau:

As bebés mutiladas da Guiné

Internacional Mecenato

22 Agenda + Loja AMI 10 anos_

de aventura solidária Guiné_

AMI Alimenta_

é a nova marca de solidariedade

30 anos

14 Guiné-Bissau 30 Anos de missões

23 Informações

de missões AGORA TAMBÉM EM

Formato diGital

Foto: © Alfredo Cunha

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AGORA TAMBÉM EM

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SUMÁRIO + EDITORIAL

Fernando de La Vieter Nobre Presidente e Fundador da AMI Lugadjole, no fundo da Guiné-Bissau, quase na fronteira com a Guiné-Conakry, terra de fulas, de homens-grandes, de picadas e de macacos-cão, é preciso amá-la para a alcançar: quatro a cinco horas de picada a valer para se percorrer os 48 quilómetros que a separam da travessia, em jangada, do rio Corubal no Tché-Tché. Uma vez o rio atravessado – com que dificuldades, discussões, gritos e buzinadelas, às vezes – estamos em território AMI, o sector do Boé. (…).Foi nesse meu Lugadjole que um dia me chegou um homem com uma hérnia inguinal direita estrangulada já com sinais de peritonite. Era noite, umas 19:30, chovia e não havia hipótese nenhuma de evacuação. (…). Decidi operá-lo e assim foi. Operei o homem à luz de uma lanterna de bolso, com as malditas formigas voadoras, térmitas na época de acasalamento e uma chuvada forte a lembrar-nos que estávamos nos trópicos. Quando acabei, cansado e feliz, sabia que aquela vida estava salva. In “Viagens Contra a Indiferença” Ao reler este meu relato da primeira missão da AMI, em 1987, e ao relembrar os desafios com que fomos confrontados e as pequenas (gigantes) vitórias que conseguimos conquistar, invade-me um grato sentimento de dever cumprido. Quando fundei a AMI há 32 anos, estava longe de imaginar que se tornaria uma instituição desta dimensão, com trabalho reconhecido em Portugal e no Mundo. O sonho era grande e as dificuldades imensas, mas a AMI cresceu e 30 anos depois, a missão continua! Não foi uma decisão fácil, mas sei que foi uma decisão acertada, face ao contributo que demos para que a vida de milhares de pessoas em Portugal e no mundo pudesse ser melhor e mais digna. Optei pelo “Ser” em detrimento do “Ter”. Não é a escolha mais fácil, mas será aquela, quanto a mim, que, nos momentos derradeiros, mais nos realizará e nos reconfortará! E, atrevo-me a dizer, que será a única, perante

as crises humanitárias que assolam o mundo, nomeadamente, a fome que ameaça 20 milhões de pessoas na Nigéria, no Sudão do Sul, na Somália e no Iémen; os conflitos que estão na origem dos fluxos migratórios para a Europa e que forçam milhares de pessoas a arriscar a vida todos os dias em busca de um futuro; as alterações climáticas, cuja leviandade com que são, ainda, encaradas, terá consequências dramáticas. E em Portugal, a pobreza e a solidão que desrespeitam os idosos; a falta de oportunidades que desalenta os jovens; a ausência de respostas que desespera as famílias. Acredito plenamente que o “ser” tem que se sobrepor ao “ter”. Sei que não é o sentimento dominante neste século, preocupado com uma globalização essencialmente financeira e especulativa, pelo vírus da ganância, por uma tecnologia que parece tudo explicar e dominar e por uma visão maniqueísta das relações humanas que pretende conduzir-nos para perigosos desvios militaristas, assim como para um choque de civilizações e religiões obsoleto, sem cabimento e sem esperança, causador de tanto sofrimento e morte. Quando a liderança dos deveres é substituída pela liderança dos direitos, e só dos direitos, a derrocada está sempre anunciada e é inevitável, porque quando assim é está sempre enferma de Irresponsabilidade, de Vaidade, de Indiferença! A irresponsabilidade e o desvario já ultrapassaram todos os limites imagináveis com impactos ainda inimagináveis na vida de inúmeras famílias no nosso Mundo. Está chegado o momento de todos os Seres Humanos de Bem, porque os há, no Estado, em todos os Partidos Políticos, no Mercado e na Sociedade Civil dizerem alto e bom som: Basta! Como tão bem dizia Burke, para que o mal triunfe basta que as pessoas de bem não reajam! O “ter” é ilusão, é pura aparência, é efemeridade, é indiferença, é intolerância, é enfermidade, é solidão. O “ter” não tem esperança porque se esgota nele próprio, alimenta-se dele próprio exigindo sempre mais “ter”! Que saída para essa quadratura do círculo, para esse não senso que alguns tentam erguer em novo paradigma, querendo fazer-nos crer que é a única via para a resolução dos problemas da humanidade? Só há uma: inversão de marcha em direção ao “ser”. “Ser” é humanidade, consciência social, livre arbítrio, liberdade, igualdade, fraternidade, solidariedade, cultura, preocupação ambiental, ecumenismo, tolerância, aceitação e preocupação do outro... Este é o meu pensamento, a minha opção, o testamento de um cirurgião que muitas vezes teve vidas entre as mãos, de um operacional que percorreu o Mundo e de um homem que sabe como é a morte e que gostaria de a enfrentar com o mínimo de angústia e medo. Só e apenas isso. Tentar “ser”. E se tentássemos todos? A AMI continuará a fazer a sua parte, combatendo a intolerância e a indiferença, acreditando num futuro melhor, cooperando pela construção de um mundo mais justo, agindo, mudando e integrando. | 03


10 ANOS DE MISSÃO AVENTURA SOLIDÁRIA Viajar contra a Indiferença

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No ano que a ONU declarou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, a Aventura Solidária cumpre dez anos de vida. É tempo de celebração e de balanço de um projeto inovador. A missão Aventura Solidária é um projeto da Fundação AMI cujo lema é “Viajar contra a Indiferença mostrando o Mundo como ele é”. Mas, nesta viagem, não há agências de turismo. Não há pacotes promocionais. Não há imagens de praias paradisíacas, nem hotéis de luxo. Há genuinidade, espírito humanitário, trabalho de equipa, boa disposição e, sobretudo, um resultado final que fará toda a diferença na localidade visitada. Porque cada missão tem um objetivo concreto e uma tarefa definida a cumprir. Em vez de turistas, há aventureiros, voluntários, capazes de dedicar os seus dias de repouso a uma atividade humanitária, no terreno.

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É uma jornada surpreendente, ao âmago das nossas missões, onde os participantes têm como atividades de lazer aquelas que as populações locais organizarem e sugerirem. São demonstrações genuínas de uma riqueza cultural incalculável, preenchida por crenças, fé e rituais ancestrais. Onde, para os amantes de aventura, se aprende a respeitar, a cooperar e a viver a diferença e se conhece a autenticidade de um país, sem correr o risco de passar ao lado do essencial. Aventura Solidária, é uma missão de envolvimento real com outro povo. Permite, a quem nela participa, contribuir para um diálogo tão singular como o que se pode estabelecer entre diferentes culturas e a aproximação


AMI

Ao longo destes 10 anos, realizaram-se 35 aventuras solidárias (7 ao Brasil, 16 ao Senegal e 12 à Guiné-Bissau), em que participaram 312 pessoas (243 mulheres e 69 homens) que, com o seu trabalho e donativos (108 mil euros), recuperaram, construíram ou renovaram, dezenas de edifícios e instalações nestes 3 países.

entre as populações, estreitando laços de solidariedade que não serão quebrados. Ao executar a tarefa para a qual foi designado, cada aventureiro contribui para promover a sustentabilidade dos projetos locais, desenvolvidos pela sociedade civil, ajudando a criar empregos e evitando, assim, a migração para os centros urbanos cada vez mais pobres e superlotados. Ser um membro desta missão é fazer parte de um trabalho que visa melhorar a saúde e a educação de outro povo, fomentando a ideia de que cada sociedade se pode empenhar no seu próprio desenvolvimento.

Quando as férias terminam, em vez de mapas, guias e bilhetes de entrada em monumentos há, para recordação, a memória de ter partilhado a vida de outras gentes, a certeza de que se contribuiu para uma causa maior em prol de quem realmente vai tirar partido dela e a sensação de que se fez algo único. A missão Aventura Solidária é um mergulho em mil experiências diferentes, que melhora a vida de gente concreta que os aventureiros conhecem, tocam e ouvem. É conhecer o mundo como ele é e contribuir para que seja cada vez melhor.

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GUINÉ

AS BEBÉS MUTILADAS DA GUINÉ Texto: Luís Pedro Nunes Fotos: Alfredo Cunha

“Eu levantei a voz, não para gritar, mas para que aquelas que não têm voz possam ser ouvidas.” Malala Yousafzai Acabou. É o que se diz. Mas sabe-se lá se no meio do mato não se faz ainda. Há poucos anos, no Leste da Guiné-Bissau, era costume organizarem-se fanados com 600 meninas para serem excisadas todas com a mesma lâmina em cerimónias que duravam semanas e que serviam para as iniciar na vida adulta. Agora isso não acontece em nenhum lado do país. Dizem. Os fanados tradicionais organizados em grandes festas nas tabancas desapareceram. Só clandestinamente. Mas as meninas continuam a ser excisadas. Mas os pais optam por levá-las à fanateca, à mulher que sempre fez o procedimento, assim que nascem. O que se passou? Há assuntos que ninguém quer saber em detalhe. Não é preciso ter um ponto de partida: nesta história não há “bons” nem “maus”. Aliás, como podem os pais de meninas recém-nascidas sujeitá-las à mutilação clitoriana? Não se está a falar de uma ou duas “situações” mas de uma prática banal que se está a expandir, de “milhares de casos” essencialmente no Leste da Guiné-Bissau. É que se para “nós” a excisão em bebés é um atentado aos Direitos Humanos, aqueles pais estão longe de ser monstros ou fanáticos religiosos que estão conscientemente a fazer mal às suas meninas. Pelo contrário. O mais perverso é que a excisão em bebés está a acontecer exatamente para contornar a proibição dos fanados tradicionais – em que para além de excisadas, havia todo um ritual que durava dias ou semanas e servia para as ensinar a viver em sociedade, a cozinhar, a tratar dos velhos, a fazer os trabalhos domésticos, cuidar do marido... Mas excisar bebés recém-nascidos? Quem já assistiu a este “novo” procedimento e essencialmente às suas con-

sequências em termos de saúde diz que é algo de terrível, pois as próprias fanatecas (excisoras) não estão familiarizadas com corpos tão pequenos e frágeis. O objetivo é com a “faca”, uma lâmina curva de cinco centímetros, proceder à remoção do clítoris. Mas estamos a falar de um recém-nascido. Nas meninas de seis e sete anos, já havia questões de saúde que perduravam para a vida adulta e que tinham que ver com o tipo de corte efetuado e que por vezes corria muito mal. É que para além da mutilação do clítoris não era incomum outro tipo de problema de saúde. Desde incontinências de vários tipos, a afeções no próprio sistema reprodutivo e no colo do útero. Para não falar da ausência de prazer no ato sexual. E do risco do HIV. Mas quando passamos a falar num procedimento destes num bebé, então entra-se no campo do desconhecido e do horror. Não se sabe sequer quais as consequências na vida adulta, dado que a prática ainda é demasiado recente. Não há ideia, em termos físicos, do que irá acontecer àqueles bebés mutilados quando atingirem a idade adulta. É preciso que se perceba que aquelas famílias não o fazem por maldade, sadismo ou porque desejem que as suas filhas sofram. Mas porque lhes querem bem. Querem que elas venham a casar, que não sejam “sujas” – coisa que temem que aconteça se não forem fanadas. E são fanadas porque é tradição e o imã diz que têm que ser porque está no Alcorão. Tal como os meninos são circuncisados. Mas se antes eram fanadas aos sete anos, como a tradição mandava, porque é que agora são “cortadas” logo aos sete dias? A origem | 07


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remonta a uma lei de 2012 que proíbe precisamente a Mutilação Genital Feminina na Guiné-Bissau. Não parece correto estar a culpar a lei que visa precisamente defender as meninas da excisão. O problema é que devia existir um Estado a protegê-las e que promovesse a Educação ao “desmontar” essa “tradição” alegadamente baseada no Corão. Quando para mais foi resultado de um longo processo para ser aprovada na Assembleia Nacional. Foi precisa muita pressão para os políticos guineenses cederem e em 2011 aceitarem criminalizar a Mutilação Genital Feminina. Foi uma batalha de 20 anos para os convencer. Como qualquer político, receavam ir contra a vontade dos eleitores. O fanado é uma prática enraizada numa grande parte da população, nomeadamente no leste do país, onde a islamização é mais forte, numa mistura que conjuga uma leitura deturpada das alegadas palavras do Profeta com práticas animistas, pois subsiste praticamente em todos os países africanos muçulmanos. Sabia-se à partida que não iria ser uma lei que poria fim a uma tradição que, para mais, os imãs asseguram ter raízes nos textos sagrados do Corão. Mas fez-se. Contudo, teve uma perversão que não foi possível antecipar quando se legislou de forma razoavelmente dura e que posteriormente até envolveu um ou outro caso de prisão que no fim acabou em nada: as famílias começaram a desistir de todo o cerimonial que envolvia o 08 |

fanado das meninas aos cinco, seis, sete, oito anos e que durava semanas, dado que as ONG começaram a chamar a polícia às tabancas e a exigir que a lei fosse cumprida. E a autoridade lá começou a aparecer e a impor a lei. Mesmo que contrariada. Assim, para evitar qualquer tipo de problema, os pais começaram a tratar do assunto logo no momento do nascimento, aos sete dias, quando vai furar as orelhas dos bebés. Mas se condenamos a prática – como não fazê-lo? - talvez devamos ter algum cuidado em condenar os pais. Os pais querem tão bem às suas meninas que temem que se não forem fanadas irão contra a palavra do Profeta. Mesmo que haja quem conteste com veemência esta leitura dos textos. Temem que “se as suas meninas não forem fanadas, serão sujas”, não poderão cozinhar para um marido, cuidar dos velhos e poderão até matar os filhos durante o parto, resultando em que nenhum homem quererá casar com elas. É esta a crença que está fortemente enraizada. E um pai está disposto a ir para a cadeia pelo bem da sua filha. A sua mulher é fanada. A sua mãe foi fanada. Como é que pode permitir que a sua filha não o seja? Que será dela se não for fanada? César Gomes, um guineense de uma ONG que trabalha com Direitos Humanos no leste, junto com as tabancas na zona mais “pesada” do país, tem consciência


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de que não se trata só de uma questão de mudar as mentalidades de um momento para o outro. Enquanto a questão religiosa suportar e apoiar a excisão, enquanto os imames defenderem a prática, será muito difícil alterar os comportamentos em zonas fortemente islamizadas como é o Leste da Guiné-Bissau. “O fanado em bebés é uma coisa horrível... mesmo horrível... Mas os pais acham que se não fizerem, a filha vai tornar-se uma prostituta”, diz. “Fazer o corte em bebés é uma prática muito recente”, explica. “Isto só aconteceu desde que há lei e que se conseguiu mandar uma ou duas pessoas para a prisão e levar um a julgamento”. Foi o caso de um guineense que vive em Lisboa e trouxe as duas filhas para serem fanadas. Sabia da lei, mas pensou que nada lhe aconteceria. Organizou a festa e fez o maior alarido. Desta vez, acabou preso e acusado. Só que o povo não aceitou e, se não fosse libertado, ameaçava destruir tudo. Telefonemas de Bissau e antes que o processo pudesse seguir já o homem estava novamente em Portugal. Mas a verdade é que este e outros casos abafaram a publicitação dos fanados, começou a ter-se medo de fazer as cerimónias públicas. Agora, quando existem, são clandestinas. Atualmente, César já consegue ir às tabancas do interior e conversar com as pessoas. Há algum tempo isso de ir falar em acabar com o fanado era algo impossível. “Os imames mais jovens já aceitam sentar-se connosco. Tentamos explicar que a mulher bonita e saudável não é excisada. Mas aqui é um trabalho perigoso”. É que mudar o fanado é mudar todo o sistema tribal que se acentuou nos últimos anos. A Guiné é uma sociedade de muitas etnias e ali no leste reinam os Fulas e os Mandingas com grande influência de Conacri, sempre descrita como uma sociedade mais violenta e radical. “Há muito matrimónio forçado com meninas de 12 e 13 anos, os homens têm sempre vários casamentos e são sempre as mulheres que trabalham. No caso dos fulas, eles não | 09


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fazem nada e ficam sentados o dia todo. Como é que se chega e altera esta mentalidade? Isto não é só a questão do fanado”. Mas como é que se sabe que esta prática existe em bebés? Não é só uma questão de se ouvir dizer. Acaba por saber- se. Um dia ou outro, o bebé terá de ir a um posto médico e descobre-se. Solução: prender os pais nessa altura? Mas aí talvez os pais deixem de levar as filhas bebés para serem vacinadas, não? Mas vai desistir? “Não, isso não. Antes as comunidades viam-nos como inimigos e agora já não. E já não há fanados como antes, com grandes festas de centenas de meninas a ser excisadas com a mesma faca. Isso mudou... Sabe... com boa conversa faz-se o macaco descer da árvore”, diz convicto. No centro do país, uma outra ONG faz um diferente tipo de trabalho para mudar mentalidades e ali o tema já é discutido mais abertamente. Pelo menos é o que parece. Durante as férias de verão, é a própria escola que cede as instalações para o “Clube das Meninas Excisadas e não Excisadas”. O objetivo é quebrar barreiras entre as miúdas. Sim, existem barreiras entre os dois “grupos”. Mas desta forma: há que mostrar às meninas que foram fanadas que as não excisadas não são “sujas” e não podem ser ostracizadas e mesmo insultadas (“blufos”). E por outro lado, tentar logo de início incutir em todas que a tradição pode passar sem a “faca”. Passa por tentar integrar as meninas não excisadas numa “normalidade”. É que para além de todos os preconceitos vindos da questão religiosa e sexual, há

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que ter em conta que as meninas não fanadas não fizeram a “passagem” para o mundo dos adultos. E para colmatar essa falha há estas atividades em que reproduzem o que é ensinado no fanado. Há um professor de religião (Corão), há uma filha de uma fanateca para falar do ritual (sexualidade), uma professora de croché, uma professora de danças tradicionais. Tudo isto já tinha antes sido tentado numa prática nacional que não resultara, a que se tinha chamado “fanado alternativo”, e que visava convencer nas tabancas de que era possível fazer a cerimónia com as meninas sem as “cortar”. Mas se os imanes dizem que está no Corão... Nas 110 meninas que frequentam o Clube das Meninas Excisadas e não Excisadas só 23 é que não “foram cortadas”. E essencialmente por questões religiosas. Ou seja, não são muçulmanas. Pauleta Sambo, a grande dinamizadora do Clube consegue colocar todas as classes a cantar a música que compôs. “Tradição é bonita, maneira de guardar não é difícil, vamos abandonar a excisão e dar voz à nossa razão. Vamos gritar com força porque deixamos a faca”. Uma das meninas mais ativas a cantar é Fatumata Iafa, de 13 anos, excisada. E diz-nos, perentória: “Devem deixar de fanar porque não é bom para a saúde”. É órfã. Diz que não irá fanar as filhas quando as tiver. Converso com uma pequenita (vou falar o quê?). Adulei, de 8 anos. Pequenita, encabulada, está com vergonha. Claro que não quer. “Vai doer”. Esta ONG apoiada por uma outra alemã é localmente gerida por três guineenses. Têm


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que ter coragem para estar à frente de uma associação destas. Mas, se abordar o tema da Mutilação Genital Feminina, aí tendem a deixar de conseguir falar – ou por estar na presença de um homem ou por ser um assunto que lhes é menos confortável ou natural discutir. É impossível não ver a excisão enquanto forma de retirar o desejo sexual à mulher por parte do homem? Pergunto. Baixam os olhos na volta à resposta: “O problema aqui é mais a tradição e a religião...”. Fátima Sanha foi fanateca, neta de fanateca, e deixou o ofício porque lhe arranjaram outro sustento e porque no sul da Guiné-Bissau, garante, a prática está erradicada. Aprendeu a ir de tabanca em tabanca desde menina, e embora agora faça campanha de sensibilizações para acabar com a excisão, lá vai dizendo que aquilo também “não era nada de especial”, que as meninas “saltavam e corriam ao fim de dois dias” e que era “uma coisinha de nada”, mostrando a pontinha do indicador para explicar o que tirava. Mas pronto. Agora sensibiliza contra o fanado, “porque faz mal à saúde”. Sabe que, lá para cima, os fulas até cortam e cosem as meninas (a chamada infibulação, embora não se saiba de nenhum caso recente), mas não, ela é da raça Biafada. “Temos sangue bom”. Diz que coava a água de palha fervida, o que cicatrizava rapidamente as meninas. E que o que interessava eram as semanas de acampamento onde ficavam a aprender as coisas de mulher, como tratar dos velhos. Foi fanateca até há quatro anos. Um regime de microcrédito permitiu-lhe criar um negócio. E a ONG contrata-a para ir pregar que o

fanado não é bom. É este o rendimento que permite ter “entregue a faca” numa cerimónia oficial. O sul, garante, está livre de fanados para meninas. Aqui já não há. Não há mesmo? Desafio-a. Ela olha-me nos olhos e ri-se. É uma mulher gozona. Não há não.Tudo isto é feito com tradutor. É sempre difícil perceber as “nuances”. Se está divertida de me ver falar do assunto ou se me está a dar a volta. A ideia que é apenas uma “coisinha de nada” está presente em muita gente. Como se a excisão e a circuncisão se equivalessem. Os meninos para serem homens ainda têm de ser circuncisados e mostrar o que valem no mato. A cerimónia do fanado serve para mostrar que é valente. Lá no leste, César nas tabancas vai dizendo: se o homem fosse fanado como as mulheres, cortavam-lhe metade do seu órgão. Mas o macaco, com esta conversa, não desce da árvore. “MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA É OBRA DO DIABO” • “Está a excisão no Alcorão?” Não há nada no Alcorão que ordene a excisão da mulher. Pelo contrário. Na Suara 95, Versículo 4, diz: “Criámos o ser humano na mais perfeita proporção” • “Está na Suna, nos Hadiths?” – todas as passagens, segundo os quais o Profeta terá dito essas palavras, foram classificadas por eruditos islâmicos reconhecidos na História como Hadiths “frágeis”, que não podem ser utilizados como prova. • Outros argumentos falaciosos: “O clítoris e a vulva não crescem até aos joelhos. As mulheres não exci| 11


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sadas não cheiram mal e não atraem insetos. O Profeta excisou as suas filhas. As mulheres não excisadas excitam-se com a fricção das roupas. O clítoris fica muito grande, duro e pontiagudo e magoa o homem durante a relação sexual e os bebés durante o parto”. O FANADO DOS RAPAZES À BEIRA DA ESTRADA “Um fanado! Parem o carro!”. Na beira da estrada, algures, de repente e a interromper o sono encostado ao vidro do carro na viagem, um grupo de meninos perfilados e enrolados em trapos sujos, com ar de pintinhos arrogantes: sim, é um fanado de rapazes, a cerimónia iniciática que os faz entrar na vida adulta. Aparentemente estavam na estrada à espera que alguém desse uma contribuição para o arroz. Ali estão eles, já enrijecidos pelo mato. Os tutores perguntam se querem que eles vistam os fatos de guerreiros. Nos longos dias que vão passar no mato vão suportar algumas provações. E mostrar coragem. Quando voltarem para os pais, já não serão os meninos que partiram. Aliás, quando posam já mostram altivez adulta. Nunca fraquejam quando o Alfredo avança sobre eles com a máquina e olham bem para a objetiva. Os homens ali ao lado estão orgulhosos daquele bando de bichinhos que estão quase a sair da casca. Dias antes, a centenas de quilómetros, numa picada, tínhamos tido um problema numa roda do jipe, à entrada de uma tabanca. O Alfredo Cunha fez-se ao caminho de máquina ao peito. Dez minutos depois, fui dar com ele no meio de uma festa de mulheres aos gritos lá nos fundos da aldeia. Um homem tinha-me dito que aquilo era “um casamento”. Onde estava o noivo? Ora os fanados são cerimónias só de mulheres. Já no regresso, e longe, foi o nosso motorista, o senhor Alfa, que nos garantiu que sim, era um fanado. Nunca saberemos. Chega de fanados. De tragédias causadas pelo Homem. Bastam as naturais. O ébola vai chegar de Conacri lá no Leste. O Governo mandou fechar as fronteiras. Em Buruntuma esticou uma corda. Em Fulamore estacionou a piroga. Há povo retido. Do lado de lá que se faz ouvir. Um fulano que insiste na sua motorizada com o graduado (um admirador dos comados portugueses ali desterrado) que necessita passar. Nada feito. Ali não passa ninguém. Mas são 80 quilómetros de fronteira e apenas 15 militares. Por que o Ébola no seu pico de 2014 não chegou à Guiné-Bissau não se sabe. Contornou o país. E ainda bem. As medidas disponíveis para combater a epidemia eram escassas. Uns fatos para mostrar 12 |

mas nem lixívia havia em muitos postos de fronteira. Mas como definir isso do ébola em relação a outros males que afetam a região? Chega uma motorizada com um casal. A mulher traz qualquer coisa enrolada num pano colorido entre o peito e as costas do homem. É um bebé. Está morto. O médico faz uma curta vistoria e manda-os seguir. Sim, morreu de diarreia mas não é ébola, diz. Já no sul, quando estávamos a falar com a enfermeira Genebu, entrou um homem com um velhote no posto e assim que o deitou na maca, ele acabou ali. “Estava nas últimas. Deve ter sido malária. Só os trazem quando estão assim”. Nem sequer se colocou a hipótese de ser ébola. É o quotidiano de um posto médico no interior da Guiné, um país onde a malária mata diariamente centenas ou milhares. No posto da canoa, o membro da segurança do estado, um rapaz com uma t-shirt a dizer Sex Drugs & Rock N’ Roll lembra que a região já se está a ressentir economicamente com o fecho da fronteira. O governador da cidade de Gabu (Nova Lamego no tempo colonial) conseguiu fazer algo de “revolucionário” na sua cidade o fim de semana passado. Gabu tem fama de ser a mais suja da Guiné e, de facto, o impacto é bastante forte. Um dos elementos que impressiona logo à chegada é o grande número de jagudis (uma espécie de abutres) que pairam no céu ou estão poisados com aquele ar tétrico de quem lucra com a morte dos outros. A cidade tem muito comércio


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de rua e os estrangeiros de má fama, o lixo acumulado na lama, a água nos buracos transformada numa pasta que se agarra de forma peculiar aos transeuntes e um nível de agressividade maior do que noutras cidades, faz com que Gabu tenha uma envolvência “especial”. Pois o governador prometeu que iria limpar a cidade devido ao ébola e muita gente duvidou. Mas no sábado passado, às nove da manhã, toneladas e toneladas de porcaria acumulada ao longo de anos estava a ser retirada das ruas – se é que lhe podemos chamar ruas. É o que faz o medo, diz um residente. Uma autoridade garantia então que o ébola não vir era uma questão de fé. Terá resultado. A Guiné é um país de fé. O tipo de mota foi parvo. A fronteira abriu ao fim de dois dias. Ele insistiu e acabou morto. Acidentalmente. O MERGULHADOR DO SALTINHO Há locais cuja beleza é ensombrada pelos fantasmas que nós próprios carregamos para lá. O Saltinho, as quedas de água do Saltinho são um daqueles cantos do mundo feitos para constar num qualquer top. As quedas de água, os tons verdejantes que abraçam o rio se misturam com uma explosão de sons: a água a precipitar-se com as famosas lavadeiras que batem a roupa na pedra a uma cadência brutal, mantendo os seus bebés a dormir nas costas. Mas ali passaram-se dramas terrí-

veis da guerra. De uma guerra que aqui e ali ainda vai surgindo, seja com placas colocadas discretamente por portugueses a homenagear os seus camaradas mortos, seja nas histórias que vão surgindo pela voz já tranquila de guineenses que combateram de um lado ou de outro ou de ambos. E que de repente ainda se arrepiam quando passam por uma ponte e se lembram de algo que tinham esquecido. Mas está tudo na nossa cabeça. Não há mácula na paisagem. Não fica nada senão a memória dos homens. Olho ao fundo e vejo um miúdo a nadar e a saltar das tocas para a água numa zona de corrente forte. Aproximei-me e vejo que não tem uma perna. Tem um coto muito acima do joelho. É um espetáculo fantástico, não por ser um “miúdo sem uma perna a saltar”, mas pela sensação de felicidade mais verdadeira e pura que é possível encontrar. Sim, está a exibir-se um pouco. Mas que maravilha. De repente, desaparece e vou apanhá-lo na estrada a pedalar vigorosamente numa bicicleta. Descubro-lhe a história. Perdeu a perna ali mesmo, num atropelamento. Um médico português ficou tão impressionado com a alegria e vontade de viver do puto que lhe enviou a bike. E não quis conversar e lá foi ele à sua vida. O Saltinho, que quando cheguei era o local onde tinham morrido tantos portugueses, é agora o ponto onde vi um dos miúdos a exercer a sua infância feliz mesmo com tudo contra ele.

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GABÚ

LUGADJOLE / BOÉ BISSAU

GUINÉ-BISSAU

QUINARA BOLAMA

COMUNIDADES COM INTERVENÇÃO AMI

A AMI está presente na Guiné-Bissau há 30 anos, tendo já intervindo nas regiões de Boé, Gabú, Bolama, Bissau e Quinara, quer com missões de emergência, quer com missões de desenvolvimento. A principal área de intervenção da AMI tem sido a saúde, projetos de água e saneamento e de segurança alimentar, promoção do associativismo e desenvolvimento comunitário. e ol

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1987-1993

2005-2017

2009-2017

LUGADJOLE/ BOÉ

BOLAMA / GALINHAS / S.JOÃO / BISSAU

AVENTURA SOLIDÁRIA

a) Assistência médica e medicamentosa; b) Intervenção comunitária nas unidades de saúde comunitária: Reabilitação; capacitação de agentes; educação cívica às mulheres; educação para o desenvolvimento; c) Promoção da utilização de latrinas junto da comunidade (parceria UNICEF, desde 2012); c) Acompanhamento da promoção de hábitos de higiene pessoal e comunitário pelos professores e alunos das escolas e utentes das Unidades de Saúde Comunitárias e Centros de saúde ( parceria UNICEF, desde 2012); d) Promoção do associativismo; e) Melhoria das infraestrururas do Hospital Regional de Bolama e capacitação na gestão hospitalar; f) Resposta de emergência ao surto de cólera.

a) Reabilitação das Escolas de: Madina, Wato, Kassucai; Gâ-Minjor; b) Construção da Escola da Ilha de S. João; d) Reabilitação do Mercado de Bolama; e) Construção da sede da associação local PEKAT (parceira da AMI); f) Reabilitação do parque Infantil de Bolama; g) Construção de Escola Básica em Ametite (Ilha Galinhas).

1ª Missão de Assistência Médica.

2000-2004 BOLAMA

Assistência Médica e ajuda medicamentosa no Hospital Regional de Bolama.

1998-1999 GABÚ 1ª ONG Humanitária a entrar no território de Gabú, abrindo um corredor humanitário via Senegal.

Entre 1987 e dezembro de 2016, o investimento total (direto e indireto) feito pela AMI neste país foi de 5.700.000€.

GUINÉ-BISSAU 30 anos de missões

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Não é fácil resumir aquilo que foi feito nas três décadas de trabalho da AMI na Guiné-Bissau. Uma missão profícua e muito compensadora e que vai continuar por muitos mais anos. A primeira missão da AMI arrancou em 1987 na GuinéBissau, na zona histórica do Boé, onde foi declarada unilateralmente a independência do país. Esta missão, de assistência médica, durou até 1993. Lugadjole, no sector do Boé, devido à sua situação geográfica (300 Km a leste da capital Bissau, próximo da fronteira com a GuinéConacri), era uma das regiões mais desfavorecidas do país tanto no campo socioeconómico como no que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde. A cidade mais próxima com hospital, embora em péssimas condições, Gabú, fica a 100 Km (picada), havendo ainda que atra14 |

vessar em jangada o rio Corubal. Em Lugadjole, a AMI desenvolveu uma missão de assistência médica. Em junho de 1998 a AMI foi a primeira ONG humanitária internacional a entrar no território para prestar ajuda aos guineenses, em Gabú, abrindo um comboio humanitário. Esta missão de emergência efetuou-se na sequência do levantamento militar que colocou em oposição as tropas governamentais leais ao Presidente da República, Nino Vieira, aliadas às forças militares de dois países vizinhos - a Guiné-Conacri e o Senegal - e a autodenominada Junta Militar, encabeçada pelo Brigadeiro Ansumane Mané.


AMI

Esta guerra fratricida provocou o êxodo das populações de Bissau, e dos arredores, as quais procuraram refugiar-se em zonas de maior segurança, designadamente em Gabú, no leste do país, onde ficou sediada a equipa da AMI. O número de deslocados na região foi estimado em 55.000. Este fluxo repentino de pessoas agravou as já precárias condições sanitárias e provocou uma penúria de alimentos, o que originou um grave problema a nível de segurança alimentar. Com o encerramento do Aeroporto de Bissau e das fronteiras entre o Senegal e a Guiné, só foi possível fazer chegar ajuda alimentar e medicamentosa por terra, pelo posto fronteiriço de Pirada. Uma viagem pautada por inúmeros obstáculos. A AMI, com o imprescindível e inexcedível apoio de uma ONG senegalesa parceira e da embaixada de Portugal em Dakar, conseguiu reunir ajuda alimentar e medicamentosa, em tempo recorde, e abrir um corredor humanitário até Gabú, onde estabeleceu a sua missão médica humanitária com uma forte componente alimentar e apoiou os Hospitais de Gabú e Sonaco e cinco Postos de Saúde: Tchetche, Pitche, Canjufa, Pirada e Canquelifá. Em 2000, voltámos à Guiné-Bissau motivados pelo apelo da Organização Não Governamental (ONG) guineense Cabaz Garandi - Associação dos Filhos e Amigos da Ilha de Bolama. Esta missão desenvolveu-se até 2004. O projeto implementado entre 2004 e 2007 teve como linha estratégica a continuação da presença da AMI na Ilha de Bolama, que continuava a revelar-se vital pelas necessidades e fragilidades do sistema de saúde na ilha e no país em geral. Este cenário justificou a continuação da missão, mas também integrou a Ilha das Galinhas e de São João e outros sectores de intervenção associados à saúde e agora mais dirigidos para o desenvolvimento comunitário. Entre 2007 e 2008, a AMI financiou os projetos de duas organizações locais. O primeiro pretendia garantir a existência de uma sede para a ONG Cabaz Garandi, tendo, para o efeito, sido financiada a reconstrução de um antigo sobrado. O espaço reabilitado veio, a partir de 2012, a acolher a equipa AMI e os participantes na Aventura Solidária. O segundo projeto - Apoio ao Clube de Futebol “Estrela Negra de Bolama” - teve como objetivo garantir o apoio à equipa de futebol de forma a estimular o desporto como instrumento de desenvolvimento social, sendo beneficiários, os jovens da Ilha de Bolama. Em 2009 iniciou-se o projeto “Saúde em Ação”, dando continuidade ao que teve início em 2004. A Região Sanitária de Bolama foi a área escolhida e a atuação da AMI incidiu sobre a população em geral e abrangeu as 8 unidades de saúde básica (USB) então existentes,

o Hospital de Bolama, jardins-de-infância e escolas da Região. 2009 foi também o ano em que o projeto Aventura Solidária visitou a Guiné-Bissau, tendo sido a primeira de 12 (até ao momento). Um ano depois, a AMI estabeleceu com a UNICEF uma parceria que se mantém até aos dias de hoje. O primeiro projeto conjunto tentava suprir a falta de condições sanitárias e o fraco acesso da população a fontes de água e contribuir para a redução da mortalidade infantil devido a doenças de origem hídrica (diarreias). No início de 2011, a AMI retomou a intervenção no Hospital Regional de Bolama apostando na recuperação das infraestruturas existentes não só no hospital mas também nos centros de saúde e na formação on the job ao pessoal de saúde afeto a estas infraestruturas. Em 2012, para além de manter o projeto “Saúde em Ação”, a AMI implementou uma nova iniciativa (“Higiene em Ação”), de características complementares para promover a aquisição de hábitos de higiene pessoal e comunitária pelos professores e alunos das escolas e utentes dos centros de saúde da Região Sanitária de Bolama (RSB). Nesse mesmo ano, a AMI levou a cabo uma intervenção de emergência face a um surto de cólera que deflagrou no país. A equipa da AMI operou no Hospital Simão Mendes, em Bissau, em coordenação com o Ministério da Saúde e os Médicos sem Fronteiras. Novamente com o apoio da UNICEF, a AMI implementa em 2014 dois projetos na RSB, ainda e sempre na área da saúde: “São Mansi, Saneamento Liderado pela Comunidade”, em São João e o projeto “Bô Mansi, A Comunidade Lidera o Saneamento e a Prevenção do Ébola e Doenças Diarreicas”, em Bolama, Galinhas e São João. Na sequência de um convite dirigido à AMI pela UNICEF, no sentido de implementar a vertente comunitária das Intervenções de Alto Impacto previstas no POPEN (Plano Operacional de Passagem à Escala Nacional das Intervenções de Alto Impacto) e reforçar a Estratégia Avançada na Região de Quinara, a AMI iniciou em maio de 2014 o projeto “Intervenções de Alto Impacto: Saúde Comunitária em Quinara”, o qual ainda se encontra em curso. A AMI está empenhada em dar continuidade à sua presença na Guiné-Bissau, mantendo a sua capacidade de implementação de projetos nos três tipos de intervenções que a caracterizam a nível internacional: Missões de Emergência, Missões de Desenvolvimento e Projetos Internacionais em Parceria com Organizações Locais. 30 anos depois, a missão continua. | 15


BREVES Quadro de Honra_

Campanha IRS

crianças e jovens em risco de exclusão

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AMI ALIMENTA A marca “AMI ALIMENTA” é a 1º Marca Nacional de Solidariedade. Assente no respeito pela sustentabilidade das empresas e dos produtores envolvidos, este projeto socialmente responsável atribui primazia à produção nacional. Responde a três vertentes de sustentabilidade: económica, porque contribui para a produção nacional; ambiental, porque reduz a pegada ecológica com a minimização das deslocações dos produtos que são produzidos e consumidos em Portugal; social, porque os fundos angariados revertem para o trabalho desenvolvido nas missões da AMI. O projeto é dirigido a todos os cidadãos que querem ajudar a alavancar a economia portuguesa ao escolherem produtos nacionais e de boa qualidade a um preço justo. Ao escolher a marca “AMI ALIMENTA”, está a ajudar uma causa sem despender dinheiro extra, apenas comprando produtos que já compraria de qualquer forma, para seu próprio consumo. A marca AMI ALIMENTA é constituída por uma gama de produtos de consumo básico - frutas e legumes, água, azeite, farinha e arroz. Numa primeira fase, apenas estarão disponíveis frutas e legumes mas quer a gama de produtos quer a rede de lojas onde estarão disponíveis será aumentada muito em breve.

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As receitas conseguidas com a consignação do IRS têm sido uma ferramenta importante para o trabalho das ONG e instituições humanitárias. A AMI volta a apostar nesta importante fonte de receitas, através de uma nova campanha de divulgação, que este ano reverterá, mais uma vez, para os projetos de luta contra a pobreza em Portugal. Refira-se que a intervenção social da AMI não se cinge, de todo, ao apoio às necessidades mais básicas. Para se conseguirem efetivamente resultados que se traduzam na melhoria das situações de vida das pessoas que recorrem aos seus serviços, é necessário investir tempo, recursos, conhecer e procurar as respostas existentes, perceber que cada situação é única e respeitar o tempo dos beneficiários. E porque “Ajudar não paga imposto”, ao preencher a declaração anual, qualquer um pode – sem qualquer custo – consignar 0,5% do seu imposto à AMI, bastando para isso assinalar no campo 11 do modelo 3 a AMI como beneficiária, indicando o Número de Identificação de Pessoa Coletiva 502744910. Também é possível prescindir do benefício de 15% do IVA suportado no abate à coleta do IRS.

Comissão Europeia lança o Corpo Europeu de Solidariedade

Poucos dias depois de assinalar o Dia Internacional do Voluntariado, a AMI acolheu na sua sede a cerimónia nacional de lançamento do Corpo Europeu de Solidariedade. Uma iniciativa da Comissão Europeia, através da qual se pretende promover e acarinhar o voluntariado de jovens europeus entre os 18 e os 30 anos. A AMI é parceira da Representação da Comissão Europeia em Portugal.


AMI Alimenta é um projeto que estimula o crescimento sustentável e aumenta a competitividade. Os parceiros envolvidos têm uma filosofia de valores sociais que contribuem para alertar consciências e despertar o consumidor para uma inovadora forma de consumo sustentável e solidário.

Ajudar é um bem essencial. O AMI Alimenta é dirigido a todos os consumidores portugueses que querem ajudar a alavancar a economia portuguesa ao escolher produtos nacionais e de boa qualidade a um preço justo e que querem ser socialmente responsáveis, ao ajudar uma causa sem despender dinheiro extra, apenas comprando produtos de consumo básico, que fazem parte da sua “lista de supermercado”. O AMI Alimenta tem no seu ADN um valor social que se coaduna com a vertente económica e ambiental de sustentabilidade.

Lojas onde poderá encontrar os nossos produtos solidários AMI Alimenta Lojas selecionadas Continente Lojas aderentes do Intermarché Lojas selecionadas do E-leclerc Ações pontuais no ALDI

Saiba mais em: ami.org.pt


BREVES Nacional_

Fundo universitário ajuda 33 estudantes

Desde 2015 que a AMI coloca à disposição dos estudantes o Fundo Universitário que apoia, este ano, 33 jovens estudantes universitários, dando-lhes uma bolsa que os ajudará no pagamento das suas propinas. Relativamente ao ano passado, foram aprovadas 20 novas candidaturas e 13 renovações de bolsas. A AMI vai aplicar 20 mil euros neste apoio. O Fundo Universitário é uma bolsa de apoio social para o pagamento de propinas e tem como objetivo apoiar a formação académica de jovens que não disponham dos recursos económicos necessários para o prosseguimento de estudos no ensino superior (licenciatura ou mestrado integrado) ou que, no decurso da sua licenciatura, se encontrem subitamente numa situação financeira crítica.

Vencedores da 7ª Edição do Prémio “Linka-te aos Outros” Os projetos “Abrigo para a Sociedade”, da EPAMAC- Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses, “Os técnicos de saúde vão à montanha!”, da Escola Secundária de Ponte de Lima, “A Escola Altruísta na Promoção da Cidadania Ativa e Global”, da Escola Básica 2º e 3º Ciclos Dr. Horácio Bento Gouveia (clube Viver a Vida) – Funchal e “My Camp- Onde juntos somos felizes”, da Escola Secundária Miguel Torga (Sintra) foram os vencedores da sétima edição do Prémio Linka-te aos Outros. Dirigido a alunos do 7º ao 12º ano, este prémio da AMI visa incentivar a cidadania e o voluntariado.

Corrida Pontes da amizade

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AMI é uma SuperBrand No dia em que celebrou o 32º aniversário, a AMI recebeu o Prémio Especial de Solidariedade Superbrands | RTP+ 2016.

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No dia 9 de abril cerca de 500 pessoas participaram em mais uma edição da Corrida Pontes de AMIzade, em Coimbra. O evento desportivo de caráter solidário foi organizado pela Delegação Centro da Fundação AMI.


EM BALANÇO

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Internacional_

Brasil

Novo projeto no Zimbabué

Uma equipa do Departamento Internacional da AMI esteve no Brasil em março, para trabalhar com a Associação Comunitária do Município de Milagres (ACOM) no novo projeto de saúde, que se iniciará em 2017. Este projeto desenvolver-se-á no Município de Milagres, A parceria com a ACOM tem mais de uma década. É também a organização parceira da Aventura Solidária, que tem nova edição agendada para junho.

A partir de dia 1 de abril, a AMI vai iniciar o apoio ao projeto “Empowerment of the disabled people with knowledge and skills for social inclusion”, implementado pelo parceiro Ruvarashe Trust, sediado em Harare, capital do Zimbabué. Trata-se de melhorar a qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiência e suas famílias diretas, através de formação, aconselhamento e acompanhamento e da criação de atividades geradoras de rendimento como a costura e a criação de animais. Com um custo total de 31.438€ (15.000€ financiados pela AMI) e uma duração de 12 meses, o projeto decorrerá na Província de Harare, nos distritos de Mhondoro, Mutoko e Wedza, zonas rurais situadas a 220 km da capital.

Colômbia No mês de fevereiro de 2017, uma equipa da AMI deslocou-se a Cartagena de Índias com o intuito de avaliar as necessidades e desenhar um novo projeto na Zona Nelson Mandela (Sector Campo Bello, Villa Hermosa), um bairro informal construído por famílias desalojadas que apresentam uma elevada taxa de pobreza. Este projeto pretende prestar apoio educativo, nutricional e de saúde a 350 crianças entre 0 e 5 anos a às suas famílias.

Senegal

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De 20 a 25 de fevereiro de 2017, decorreu uma missão de avaliação no Senegal para analisar propostas de projeto de novos parceiros. Prevê-se que no decorrer do ano avancem novas parcerias no país, com as ONG Association Rurale de Lutte Contre le SIDA (ARLS) e Union Régionale des Associations Paysannes de Diourbel (URAPD). A AMI já mantém no país uma parceria de longa data com a Associação APROSOR, com quem implementa a Aventura Solidária no país e cuja próxima edição se realiza em abril..

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BREVES Mecenato_

CentralMed A AMI assinou com o Grupo Centralmed um protocolo de parceria. A empresa de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho (SHST) vai ficar encarregue de executar os relatórios de risco e de realizar a formação em SHST. Orgulhamo-nos da relação agora iniciada e depositamos grandes expectativas nos resultados que, pelas sinergias geradas em torno da mesma, contribuirão, por certo, para a melhoria contínua na concretização de objetivos.

Plataforma Gatewit: Exemplo de boas práticas

Campanha FNAC A Campanha de Natal da Fnac a favor da AMI decorreu em 23 lojas Fnac, 12 das quais participaram na iniciativa “Embrulhos de Natal Solidários”. Foram angariados 26.198 €. A AMI agradece aos seus voluntários e a todos os clientes e colaboradores da Fnac. Graças a eles, foi possível ajudar 11.741 pessoas..

A plataforma Gatewit “donativos AMI” é uma plataforma tecnológica que se destina à angariação de fundos necessários para o apoio aos projetos da AMI. De braço dado com o conceito de responsabilidade social a Gatewit procura auxiliar e combater as carências que a sociedade apresenta e deste modo colmatar as mesmas através do desenvolvimento de uma plataforma eletrónica que torna possível a qualquer indivíduo dar o seu contributo.

Pontos MEO

5 anos de Campanha Solidária AMI/Kelly Services

Sabia que há muitas formas de apoiar o trabalho da AMI? Foi isso que os clientes da Meo fizeram, ao doar-nos os seus pontos. Em 2016, esta doação representou 8.522€, que permitiu apoiar a campanha de Emergência Madeira e os projetos de luta contra a pobreza em Portugal.

Ao longo das 5 edições da Campanha Sacos Que Enchem corações realizada pela Kelly Services, foram já ajudados milhares de beneficiários com mais de 29.500 kg de produtos alimentares e de higiene, tendo sempre em conta as necessidades específicas de cada pessoa que a AMI ajuda.

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AGENDA AMI MAIO, 22 Entrega Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa) JUNHO, 1 Recolha géneros alimentares – Jumbo Amoreiras (Lisboa) JUNHO, 1 A 4 Peditório Nacional de Rua (todo o país)

LOJA AMI A Loja AMI já possibilita donativos online e dispõe de outros artigos que podem ser adquiridos no novo site loja.ami.org.pt Ao comprar qualquer um dos artigos da loja AMI estará a contribuir para a realização dos nossos projetos e missões. Pode também fazer a sua escolha, preencher e enviar-nos o cupão abaixo, junto com o cheque no valor total dos artigos acrescido das despesas de envio indicadas.

1 3 2

Usufrua de 40% de desconto na loja online, em todos os artigos com preços superiores a 3€, exceto livros e coração solidário. PORTES DE ENVIO _ Encomenda Portugal

4

Inferior a 50€

50€ e superior

5€

Grátis

Europa, América do Norte e África

10€

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América do Sul, Ásia e Oceania

15€

Grátis

5

1 Coração solidário, em prata dourada (5,5 cm x 6 cm) Machado Joalheiros _120€ 2 Lata com sementes de petúnias _3,50€ 3 Estojo de madeira _4,50€ 4 Set pintura _5€ 5 Garrafa de alumínio _8€

[MAIS ARTIGOS EM WWW.AMI.ORG.PT]

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Morada Código Postal Telefone Como adquiriu a nossa revista Descrição do Produto

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Valor Total


INFORMAÇÕES

VOLUNTÁRIOS PRECISAM-SE NACIONAL

Contacto: voluntariado@ami.org.pt

CPA OLAIAS • • • •

Função: Advogado(a) Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades Função: Professor/as para Alfabetização e Português para Imigrantes Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades Função: Fisioterapeutas para EPES Sénior e SAD Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades Função: Animador/a Sociocultural para EPES Sénior Horário e Periodicidade: a combinar mediante necessidades

EQUIPA DE RUA DE LISBOA •

Função: Psiquiatra Horário: dia e hora a combinar, de segunda a sexta-feira, período da manhã Periodicidade: semanal

CPA ALMADA

• Função: Advogado(a) Horário: entre as 10h e as 12h30 Periodicidade: semanal (de segunda a sexta-feira)

CPA CASCAIS

• Função: Médico(a) Horário: a combinar Periodicidade: uma vez por semana • Função: Psicólogo(a) Horário: a combinar Periodicidade: uma vez por semana • Função: Enfermeiro(a) Horário: a combinar Periodicidade: uma vez por semana

CPA PORTO

• Função: Advogado(a) – Apoio Jurídico Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: Semanal • Função: Psiquiatra Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: mensal • Função: Enfermeiro(a)s Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: semanal ou bi-semanal (a escalar) • Função: Técnico Marketing - desenvolvimento de boas práticas e organização de eventos Horário: a combinar (dias úteis das 10h às 22h) Periodicidade: Mensal

CPA GAIA

• Função: Enfermeiro(a)s Horário: de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 13h Periodicidade: semanal • Função: Advogado(a)s Horário: de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 13h Periodicidade: quinzenal

EQUIPA DE RUA GAIA/PORTO •

Função: Médico(a) Psiquiatra Horário: dia e hora a combinar (de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h) Periodicidade: semanal

CPA ANGRA • • •

Função: Advogado(a) Horário: a combinar Periodicidade: a combinar Função: Enfermeiro(a) Horário: das 9h30 às 17h Periodicidade: uma vez por semana Função: Psicólogo(a) Horário: 9h30 às 13h Periodicidade: duas vezes por semana

[FICHA DE CANDIDATURA ONLINE]

Este número da AMI Notícias foi editado com o especial apoio da revista VISÃO (Distribuição), LIDERGRAF (Impressão e Acabamento), COMPANHIA DAS CORES (Design) e CTT – Correios de Portugal Autorizada a reprodução dos textos desde que citada a fonte. AMI Fundação de Assistência Médica Internacional R. José do Patrocínio, 49 – Marvila, 1959-003 Lisboa ami.org.pt | fundacao.ami@ami.org.pt Ficha Técnica Publicação Trimestral Diretor Fernando Nobre Diretora-Adjunta Leonor Nobre Redação Paulo Cavaleiro Edição Luísa Nemésio Fotografias AMI e Alfredo Cunha Colaboram neste número Luís Pedro Nunes e Alexandre Fernandes Paginação Ana Gil e Diana Esteves Tiragem 73.000 exemplares Depósito Legal DL378104/14

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Obrigado por ajudar as equipas da AMI a prosseguirem o seu trabalho humanitário. Graças a si, os voluntários da AMI podem atuar em Portugal e nos países mais carenciados do Mundo! Porque muitos precisam de nós, nós precisamos muito de si!

Como colaborar com a AMI Deposite um donativo na conta da AMI n.º 015 27781 0009 do Novo Banco | Envie o seu donativo em cheque nominal diretamente para qualquer uma das direções da AMI. | Faça o seu donativo em qualquer caixa multibanco, selecionando a opção “Ser Solidário”. Depois, basta escolher a importância com que quer contribuir. | Participe ativamente como voluntário nos Centros Porta Amiga, na sede da AMI ou nas Delegações | Inscreva-se como voluntário contactando voluntariado@ami.org.pt | Adira às Campanhas de Reciclagem (reciclagem@ami.org.pt) | Faça reverter parte do seu IRS para a AMI | Participe na Aventura Solidária no Senegal, Brasil ou Guiné-Bissau (aventura.solidaria@ami.org.pt)

Como contactar a AMI E-mail: fundacao.ami@ami.org.pt | Internet: www.ami.org.pt Sede Fundação AMI – Rua José do Patrocínio, 49, 1959-003 Lisboa | T. 218 362 100 | Fax 218 362 199 Delegações Norte T. 225 100 701 | Centro T. 239 842 705 | Madeira T. 291 201 090 | Açores – Terceira T. 295 215 077 | Açores – S. Miguel T. 296 305 716

Centros Porta Amiga Lisboa – Olaias T. 218 498 019 | Lisboa – Chelas T. 218 591 348 | Porto T. 225 106 555 | Almada T. 212 942 323 | Cascais T. 214 862 434 | Funchal T. 291 201 090 | Coimbra T. 239 842 706 | Gaia T. 223 777 070 | Angra T. 295 218 547 Abrigos Noturnos Lisboa (em colaboração com a C. M. Lisboa) T. 218 152 630 | Porto T. 225 365 315 LEI DO MECENATO – ATIVIDADES DE SUPERIOR INTERESSE SOCIAL Art.º 61, alineas b) e e) do N.º 3 e N.º 4 do Art.º 62 e Art.º 63 do Decreto-Lei 215/89 de 21 de junho, renumerado e republicado como Anexo II ao Decreto-Lei 108/2008 de 26 de junho). O seu donativo é totalmente dedutível nos impostos, majorado em 40%.

Serviços AMI Cartão Saúde Contacto 213

303 600

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Multibanco. Entidade 20 909 e Referência 909 909 909

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O seu donativo é dedutível nos impostos nos termos do Decreto-lei n.º 74/99 de 16 de março, conjugado com o n.º 2 do artigo 2 do Estatuto do Mecenato. Em cumprimento da Lei nº 67/98, de 26 de outubro, que aprova a Lei da Proteção de Dados, todos os dados pessoais obtidos mediante o preenchimento deste cupão serão inseridos num ficheiro informático da responsabilidade da Fundação AMI e destinam-se a ser utilizados, exclusivamente, para o envio de informação por correio, e-mail ou sms. É garantido o direito de acesso, retificação ou eliminação dos dados, podendo exercer esse direito pessoalmente ou por escrito para a Rua José do Patrocínio, n.º 49 1959-003 Lisboa. Caso não autorize que os seus dados sejam processados e armazenados informaticamente, assinale com uma cruz.


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