AMI Notícias nº 71 - 2º Trimestre de 2018

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N.º 71 Distribuição Gratuita 2.º trimestre de 2018

notícias

20 ANOS

PRÉMIO JORNALISMO ODS EM AÇÃO AGORA TAMBÉM EM

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ABRIGO DO PORTO Por dentro de um equipamento diferenciado


N.º 71 Distribuição Gratuita 2.º trimestre de 2018

notícias

04 Prémio Jornalismo 20 anos 08 Síria

18 Breves Quadro de Honra Nacional Internacional

10 Abrigo do Porto Por dentro de um

20 ANOS

PRÉMIO JORNALISMO ODS EM AÇÃO AGORA TAMBÉM EM

FORMATO DIGITAL

22 Agenda + Loja AMI

equipamento diferenciado

23 Informações

ABRIGO DO PORTO Por dentro de um equipamento diferenciado

Mecenato

14 ODS em Ação

AGORA TAMBÉM EM

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SUMÁRIO + EDITORIAL

A TRAGÉDIA DA SÍRIA E DO(S) SEU(S) POVO(S)! Qualquer análise, por mais sumária que seja, sobre a enorme tragédia em curso na Síria há vários anos, com centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados internos e refugiados na região (Líbano, Turquia, Iraque/ Curdistão Iraquiano…) e na Europa, será inútil e infrutífera se não tiver em conta o que, a seguir, saliento: 1º – O percurso histórico da região, do ponto de vista dos seus sucessivos impérios dominantes ou opressores (Assírio, Hitita, Babilónio, Persa, Greco-Romano, Bizantino, Otomano, Franco-Inglês); 2º – As influências religiosas, nomeadamente das três religiões monoteístas do Livro que por lá se difundiram (Judaica, Cristã, Muçulmana) e se expandiram com maior ou menor expressão (não nos esqueçamos que foi a caminho de Damasco que Saul de Tarso se converteu em São Paulo), sempre presentes até hoje nas suas multiplicidades; 3º – Os jogos geopolíticos energéticos e estratégicos das atuais grandes potências; 4º – As reações emocionais e epidérmicas, absolutamente irracionais, de muitos governantes com interesses na região; 5º – Os acontecimentos político-militares nos países vizinhos: Líbano/Hezbollah (assassinato do PrimeiroMinistro sunita Rafiq Hariri, amigo pessoal do então Presidente francês Jacques Chirac e pai do atual 1º ministro Hariri, amigo do Presidente Emmanuel Macron), Israel, Iraque, Irão, Arábia Saudita e Emiratos do Golfo, Turquia…); 6º – As visões, interesses e atitudes culturais diferentes e contraditórias, embora intrincadas, do mundo “ocidental” UE/EUA, da Arábia Saudita, da Turquia, da Rússia, da China e do Irão, e do conflito entre as componentes sunitas e xiitas do Islão. A tragédia Síria, incomensurável e indomável, decorre de uma equação com inúmeras variáveis, em que o

Fernando de La Vieter Nobre Presidente e Fundador da AMI

“Ocidente” e os seus aliados na Região amadureceram um plano geoestratégico e energético de controlo do Médio-Oriente, com a manifesta oposição da Rússia. Tiveram em conta o jogo e interesses da Arábia Saudita e afins, radicais sunitas, contra os xiitas no Irão, Líbano, Iraque e Síria (alauitas)…!) ignorando os “efeitos colaterais” que tal política teria sobre as populações da Síria, dos países vizinhos e da Europa... O resultado é uma catástrofe humanitária tremenda, sem fim à vista, onde Ghouta foi, apenas e só, depois de inúmeras outras regiões, cidades, vilas, aldeias e localidades, mais um clímax de medo, sofrimento, morte e horror vividos por centenas de milhares ou milhões de seres humanos, reféns da brutalidade impiedosa, incontrolável de todos os grupos armados, todos facínoras, todos culpados e todos manipulados pelos interesses das grandes potências. Nesse macabro cenário, onde os humanitários se revelam completamente impotentes e sem a mínima hipótese de uma ação benéfica consequente, só os civis são e estão inocentes! É em nome desses inocentes, os já mortos, estropiados, esfomeados, em fuga e em pavor permanente que grito: Basta! A Síria que eu conheci, ainda em Paz, já morreu. Mas um amanhã é possível ainda, embora com inúmeras cicatrizes indeléveis. Possam todos os responsáveis, os pseudo-justiceiros e democratas ou os seres iluminados pelo Amor ao outro e pela Paz, como o foi São Paulo (na altura Saul de Tarso) na estrada de Damasco há cerca de 2000 anos, contribuir para esse amanhã, talvez ainda possível. É nesse sentido que a AMI está presente no país, mais precisamente em Alepo, através do financiamento de um projeto na área da saúde mental promovido pela organização local Syria Relief & Development (SRD), a fim de minorar o sofrimento... Oxalá! | 03


CERIMÓNIA DE ENTREGA FOI NO DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

PRÉMIO AMI JORNALISMO CONTRA A INDIFERENÇA CHEGA À 20ª EDIÇÃO A exploração de força de trabalho imigrante no Tejo, as histórias por trás da única unidade de cuidados paliativos pediátricos do país e a situação do bairro da Jamaika, um dos maiores núcleos de habitação precária do Seixal, foram os trabalhos vencedores do prémio que celebrou este ano, o seu 20º aniversário.

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Os trabalhos vencedores deste ano foram assinados por Raquel Moleiro, do Expresso, Bárbara Baldaia, da TSF, e Rita Colaço, da Antena 1. O júri, constituído pelo presidente e fundador da AMI, Fernando Nobre, pelo CEO do Novo Banco, António Ramalho, pelos vencedores da edição anterior, Sofia Pinto Coelho, da SIC, e Joana Gorjão, do Público, e pelo Amigo da AMI Pedro Pulido Valente, decidiu distinguir também mais dois trabalhos com uma menção honrosa: “Inimputáveis”, da TVI, e “Coração no centro de Portugal”, da Visão. 04 |

Em 20 anos de Prémio, foram 96 trabalhos galardoados e mais de mil concorrentes, sendo 465 de imprensa, 383 de televisão, 125 de rádio e 54 online. Na ocasião, o presidente e fundador da AMI demonstrou profundo reconhecimento a todos os jornalistas presentes. “O vosso trabalho é e será cada vez mais importante”, afirmou. “Escravos do rio”, de Raquel Moleiro, do Expresso, expõe a situação dos Tailandeses e Romenos que apanham amêijoas japonesas no Tejo. “Nós partimos com a denúncia de que havia tráfico de seres humanos no Tejo, às portas de Lisboa”,


AMI

Jornalistas do Expresso, TSF, Antena 1, TVI e Visão foram galardoados na 20ª edição do Prémio AMIJornalismo Contra a Indiferença.

contou Raquel. O resultado foi a descoberta de uma exploração desumana de força de trabalho imigrante, que se repete um pouco por todo o país. “Alguns deles nem têm a noção de que estão a ser explorados”, disse. Para o fotojornalista da reportagem, Luís Barra, o reconhecimento é “extremamente importante, especialmente sendo atribuído pela AMI, uma instituição que está presente onde quer que nós vamos. Sempre que chegávamos a algum lado, lá estava a AMI a trabalhar como se fossem os primeiros jornalistas a chegar ao cenário, e eram de facto os primeiros a chegar aos cenários mais variados por que nós passamos”, lembrou. Bárbara Baldaia falou dos bastidores da reportagem “Um Dia de Cada Vez”, gravada pela TSF na Casa do Kastelo, em Matosinhos, a única unidade de cuidados paliativos pediátricos do país. “Havia uma data redonda que a unidade estava a comemorar, creio que eram 6 meses, e eu fui lá um pouco na expectativa de fazer uma simples reportagem do dia-a-dia. Mas quando me deparei com o trabalho daquelas pessoas e todas aquelas histórias de vida, que são incríveis, percebi que havia muito mais para contar”, afirmou. O trabalho da jornalista destacou-se pela sensibilidade tocante com que aborda o tema dos

cuidados paliativos na infância, um tema tantas vezes negligenciado pelo Serviço Nacional de Saúde. Bárbara Baldaia também falou das lições de vida que aprendeu com as pessoas do centro e chamou a atenção para um dos lemas da organização, que é “Dar mais vida aos dias”: “Já que não podemos dar mais dias à vida”. “Jamaika Também é Portugal”, de Rita Colaço, da Antena 1, retrata a realidade do bairro da Jamaika, no Seixal, um dos maiores núcleos de habitação precária no concelho, que nasceu de uma obra inacabada de nove prédios que faliu nos anos 80. São 1300 pessoas, guineenses, angolanos, cabo-verdianos e portugueses, que vivem em situação de risco permanente. “Posso dizer que este foi um dos trabalhos mais difíceis concretizados nestes 15 anos de profissão, porque envolve alguma abordagem ao poder político, ao interesse económico”, afirmou Rita. Segundo a jornalista, existe a promessa de realojar estas pessoas, mas esta já deveria ter começado a ser cumprida em abril. Por este motivo e por salientar a indiferença com que os poderes públicos têm lidado com o direito básico à habitação das populações abandonadas, a reportagem “Jamaika Também é Portugal” foi distinguida pela AMI. “Inimputáveis”, de Ana Leal, da TVI, mostrou, pela primeira vez, a situação na clínica psiquiátrica da prisão de Santa Cruz do Bispo, onde vão parar todos os doentes inimputáveis considerados perigosos. São homens que na sua maioria mataram e violaram, mas que, por serem doentes, não foram responsabilizados pelos crimes que cometeram. “Posso dizer que eu criei uma relação de amizade com os reclusos e vou fazer | 05


Em 20 anos de Prémio, foram 96 trabalhos galardoados e mais de mil concorrentes, sendo 465 de imprensa, 383 de televisão, 125 de rádio e 54 online.

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questão de ir lá com este prémio, porque este prémio também é deles”, disse Romeu Carvalho, responsável pela imagem. Já “Coração no Centro de Portugal”, uma série de reportagens sobre os incêndios em Portugal, publicada pela Visão, divulgou histórias inspiradoras das zonas devastadas pelos incêndios do interior do país no ano passado e ainda deu origem a uma edição especial da Visão Solidária, na qual se destacaram alguns dos heróis que, ao longo das várias semanas de reportagem, foram descobertos no terreno. “Tinham acabado de acontecer os segundos grandes incêndios do ano, e não podíamos estar ali sentados, a ver tudo acontecer, e deixar que o país se esquecesse daquilo que tinha acontecido”, disse Luísa Oliveira. Para o jornalista André Moreira, o trabalho de proximidade realizado no terreno foi fundamental. “Existe um problema muito maior que os próximos incêndios, que é a solidão. Aquele mês de novembro foi o nosso contributo. O trabalho agora fica ao

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longo do tempo”, falou. Dos autores das reportagens do projeto “Coração no Centro de Portugal”, estiveram presentes os jornalistas Marcos Borga, Pedro Dias de Almeida, Luís Barra, Sónia Calheiros, André Moreira, Inês Belo, José Pedro Mozos, Luísa Oliveira e Rosa Ruela Os jornalistas vencedores do 1º Prémio dividiram os €15.000 do prémio e um troféu alusivo a este evento, estendendo-se esta última distinção aos autores dos trabalhos galardoados com menções honrosas.


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Lista de premiados 1998 - 2018 Alexandra Borges Alexandra Correia Alexandra Lucas Coelho Ana Catarina Santos Ana Cristina Câmara Ana Dias Cordeiro Ana Leal Ana Margarida Matos Ana sofia Fonseca António Esteves Augusto Madureira Bárbara Baldaia Cândida Pinto Carlos Narciso Carlos Rico Catarina Canelas Catarina Gomes Clara Ferreira Alves Conceição Queiróz Cristina Boavida Cristina Lai Men Daniel Cruzeiro Elisabete Barata Frederico Baptista Gonçalo Rosa da silva Guilhermina Sousa

Henrique Botequilha Joana Gorjão João Dias Miguel João Ferreira João Nuno Assunção João Paulo Baltazar Jorge Almeida Jorge Araújo José Vegar Luis Miguel Loureiro Mafalda Gameiro Marcelo Buainain Maria Augusta Casaca Maria Francisca Henriques Maria Joana Ramalhão Mário Galego Micael Pereira Miriam Alves Paulo Chitas Paulo Moura Pedro Coelho Pedro Miguel Costa Pedro Rosa Mendes Raquel Moleiro Ricardo Duarte Ricardo J. Rodrigues Rita Colaço Rita Ramos Rosário Salgueiro Rui Araújo Sandra Claudino Silvia Caneco Sofia Arêde Sofia Branco Sofia da Palma Rodrigues Sofia Pinto Coelho Sónia Morais Santos Susana André Susana Moreira Marques Vera Moutinho

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SÍRIA

ENTREVISTA A FUAD ALMOSA

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Fuad Almosa, psiquiatra sírio e membro da SRD, presta apoio às vítimas da crise síria há seis anos. Acredita que a guerra não só traz traumas e tragédias, mas também oportunidades para crescer e mudar. Fale-nos acerca da vossa ONG. Como começou e quais os seus principais objetivos? Fundada em novembro de 2011, a Syria Relief Development (SRD) foi criada para fornecer ajuda humanitária a civis sírios durante os conflitos no país. Os fundadores da SRD quiseram aliviar a crescente crise humanitária e o sofrimento do povo na sua própria pátria. As suas memórias de felicidade e amor, no que já foi um dos países mais históricos e belos do mundo, guiaram os seus corações para o desenvolvimento de uma organização que refletisse a beleza e a esperança da terra e do povo da Síria. Quando começou a trabalhar na Síria e em que regiões? Em 2011 e no norte da Síria. Na província de Alepo em Azaz — Aghtarin — Afrin — subdistritos de Jerablus, na pro08 |

víncia de Idleb, nos subdistritos de Kafrnbol — Telmerdikh — Ariha — Ehsem — Kafrtall — Azmarin — Marat Hurmeh. Em que medida o envolvimento da AMI como parceiro e doador do vosso projeto ajuda a melhorar o vosso trabalho? A relação entre a AMI e a SRD foi construída com base na compreensão abrangente das necessidades humanitárias na área e de como abordar essas necessidades com uma resposta adequada. Começando pelo desenvolvimento e desenho do projeto e até ao período da implementação, foi estabelecida uma comunicação regular com a equipa da AMI numa procura de apoio técnico e para discutir as atualizações sobre acontecimentos nas áreas-alvo, especialmente aquelas relacionadas


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com escaladas em áreas vizinhas que causaram o influxo de deslocados internos. A SRD e a AMI também discutiram o modo de comunicação das atividades do projeto e do seu progresso. O pessoal do SRD beneficiou muito da capacidade e do conhecimento da equipa da AMI, especialmente da maneira como se desenhou o Planeamento de Projetos por Objetivos e de como comunicar atividades usando formatos de relatório muito úteis. Começámos a usar alguns desses formatos noutros projetos, pois são muito aplicáveis e abrangentes. Que resultados alcançaram nestes últimos meses? O resultado: melhorar o acesso a serviços de saúde mental e apoio psicossocial (MHPSS) de qualidade e eficazes. Qual a importância deste tipo de apoio num país onde as pessoas vivem num contexto quotidiano de violência e instabilidade? Em áreas-alvo onde trabalhamos, o estigma e as restrições sociais tornaram-se um obstáculo que impede que os pacientes de saúde mental cheguem aos serviços disponíveis. Através do apoio da AMI, chegámos à comunidade com sessões de sensibilização para reduzir o estigma e incentivar as pessoas a acederem aos serviços disponíveis. Existem mais organizações a fazer este tipo de trabalho? Nas nossas áreas-alvo, não. Como é que a população vê a situação em geral e qual a sua opinião sobre o trabalho das organizações de ajuda humanitária? As pessoas nas áreas-alvo, especialmente os deslocados internos e os mais afetados pela crise, têm uma necessidade vital de apoio humanitário por parte das ONG. Depois da guerra, as pessoas já não podem pagar serviços médicos ou outras necessidades básicas, o que reforça a importância de lhes fornecer apoio humanitário para os ajudar a recuperar a resiliência e o bem-estar. Qual a importância do envolvimento de organizações não-governamentais na Síria? É muito importante. Sem as ONG, muitas pessoas podem não conseguir sobreviver com as suas famílias. Existem restrições ao vosso trabalho? Não há restrições porque prestamos serviços humanitários de maneira neutra após a coordenação com as autoridades civis locais. Mas a coordenação precisa de muito esforço, pois algumas áreas costumam sofrer de instabilidade, o que torna a comunicação mais complicada.

Iniciado em fevereiro deste ano, o projeto que a AMI apoia na Síria, em parceria com a Syria Relief & Development (SRD) tem uma duração de 12 meses e um orçamento de 45.113€ (dos quais a AMI financia 30.000€) e tem 4110 beneficiários diretos e cerca de 35 mil indiretos.

Já presenciaram algum desenvolvimento no conflito? De que modo? Podemos dizer que começamos a ver um resultado, ou o conflito sírio tornou-se um problema sem fim à vista? O conflito na Síria está a tornar-se menos destrutivo com o tempo, mas as perdas são grandes até agora. 7 anos de morte, deslocamentos e traumas podem ter um efeito a longo prazo sobre o bem-estar psicológico das pessoas, o que ameaça os seus mecanismos de defesa, mesmo depois de serem expostas a situações relativamente normais. A guerra da Síria está a chegar ao fim, mas a reabilitação das pessoas afetadas precisa do apoio da comunidade internacional e de pessoas empenhadas que acreditem que os seres humanos são uma única família e que salvar vidas de familiares afetados é uma prioridade que precisa de ser abordada através do trabalho colaborativo entre diferentes atores humanitários. O que podem fazer aqueles que estão preocupados com o povo da Síria e que querem ajudar? O planeamento estratégico para responder às necessidades humanitárias garante resultados sustentáveis para aliviar o sofrimento das pessoas. Projetos que capacitem a comunidade e fortaleçam a sua adaptação a diferentes agentes de stress podem ser uma das soluções mais eficazes a longo prazo. O aumento de capacidade da equipa local é um bom investimento que impede a migração para outros países. Ao apoiar estes projetos, como a parceria AMI-SRD, espera-se que os efeitos sustentáveis na comunidade se tornem realidade, porque o projeto se concentra no aumento da sensibilização das pessoas e na sua ligação aos recursos da comunidade. As pessoas exteriores à Síria também se podem voluntariar para compartilhar os seus conhecimentos e para ajudar as mulheres e crianças sírias e aquelas pessoas que correm maior risco de não recuperar das complicações da guerra.

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ENTREVISTA

SUSETE SANTOS DIRETORA DO ABRIGO DO PORTO 10 |


AMI

2006, “Desde o Abrigo do

Porto já foi a Casa de 402 homens

Conte-nos um pouco dos 11 anos de vida do Abrigo do Porto. Quantas pessoas já passaram por cá? Desde janeiro de 2006, já apoiámos 402 pessoas. Pode parecer que não mas é muita gente. Sabendo que a nossa capacidade é de 27 pessoas e cada pessoa tem os seus próprios problemas, o seu tempo e o seu plano de desenvolvimento individual, são as pessoas possíveis. De qualquer maneira, isso representa muito tempo de trabalho e de trabalho árduo para conseguirmos reintegrar e devolver à sociedade estes homens, que são a população com que aqui trabalhamos. Homens em idade ativa e em fase de reintegração profissional. Se calhar é melhor começar exatamente por aí… Sim! Em primeiro lugar, somos um centro de alojamento temporário, mas de segunda linha. O que quer dizer que todas as pessoas que estão numa fase de consumos, não podem vir aqui parar. Nós damos apoio ao homens em idade ativa e em fase de integração profissional, livres de quaisquer consumos porque, para serem devolvidos ao mercado de trabalho, têm que estar abstinentes ou então nunca terem sido consumidores de droga. Isso é uma condição. Existem, aliás, uma série de regras que temos que seguir. Não temos atendimento de porta aberta, ou seja, não podem vir aqui e tocar à campainha à espera que possam aqui ficar de

um momento para o outro. Quando acontece, porque já aconteceu, são encaminhados para a triagem, porque aqui no Norte, nomeadamente na cidade do Porto, há uma série de instituições que fazem uma triagem diária das pessoas que se encontram em situação de sem-abrigo. Só depois disso e de se perceber se reúnem ou não os critérios para integrar o abrigo é que os podemos receber. E que critérios são esses? Como referi antes um dos critérios, conhecidos pelas outras instituições porque os divulgamos e retratam uma série de situações, é relativo ao consumo de droga. De igual modo, o indivíduo também terá que estar documentado ou, se não estiver, terá que ter vontade de ficar. Pode até estar em situação ilegal no nosso país mas tem que estar capaz e disponível para obter a legalização, de seguir as nossas indicações para obter documentação, de se reunir connosco e de se dirigir ao SEF - muitas vezes acompanhado por nós. No fundo, têm que se mostrar aberto para fazer uma mudança na sua situação de vida. Porque se não estiver disponível para isso, então também não deve estar capaz de integrar a nossa estrutura. Nós desenvolvemos uma série de atividades, nomeadamente ao nível do apoio social, que só fazem sentido com essa vontade de mudança. | 11


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E também há a questão da capacidade do Abrigo… Exatamente! Quando nos chega um pedido, não temos capacidade de resposta imediata. Muitas vezes ficam em lista de espera, o que pode significar dois ou três dias, se entretanto algum dos nossos beneficiários se autonomizou ou foi expulso - o que às vezes acontece - mas também pode significar várias semanas. Temos 9 quartos com 3 camas cada, o que perfaz 27 vagas. É por isso que são tão importantes os critérios. Ou seja, se estamos perante alguém que tem ou não capacidade de integrar o mercado de trabalho, se está numa situação de desemprego de longa duração. E depois, claro, há outras variantes a considerar. Não é porque o “José” chega primeiro que o “João” que passa a ter prioridade. Não pode ser assim, porque muitas vezes o “João” tem mais capacidade de integrar o mercado de trabalho ou porque ao contrário do “José”, ainda não teve uma oportunidade. Ou porque, mesmo provisória ou precária, pode ter uma casa ou uma estrutura familiar mais robusta e precisa menos do nosso apoio do que outra pessoa. Outro ponto que temos que observar é o contexto de cada um. Muitas vezes, quando não se dá oportunidade a alguém no momento, perdemo-lo. É por isso que sentimos com tantos dos homens que por aqui passam que os temos de agarrar antes que entrem no roteiro da institucionalização ou da alienação porque, para se manterem na rua, às vezes é mais fácil cair em situações de adição para conseguirem aguentar. Como é que o abrigo do Porto se diferencia de outro tipo de estruturas que existem aqui na cidade? Não podemos dizer que é melhor nem pior, mas que é diferente. Quer a nossa equipa, quer o 12 |

tipo de intervenção que considero única. A nossa equipa é multidisciplinar, como a maior parte das equipas que trabalham na área também é. De igual modo, também prestamos serviços básicos – damos comida, dormida, produtos básicos de higiene – como tantos também prestam. É nos critérios que exigimos para a admissão dos homens que aqui estão e nos serviços especializados em que apostamos que nos diferenciamos: o apoio psicológico, o apoio jurídico, o apoio do clube de emprego, o apoio na procura ativa de emprego, na construção de um currículo ou de como se comportar numa entrevista, a procura de formação… Paralelamente a isso, desenvolvemos também uma série de atividades que estimulam e treinam as competências pessoais e sociais. Temos um clube de leitura e debate, os jogos de tabuleiro que trabalham a interação e o tato social, tão importante para quem esteve na rua, um clube de cinema e o atelier de artes plásticas, uma forma privilegiada de avaliar a destreza manual e algumas competências que nem sempre são evidentes para eles. Tudo isto permite-nos conhecê-los melhor, que estes homens se conheçam melhor e, tantas vezes, descubram capacidades e vocações que eles próprios desconheciam. Por outro lado, o facto de não serem muitos, permite que possamos fazer um tipo de atendimento mais personalizado e individualizado, onde o acompanhamento é quase à medida e isso faz com que a probabilidade de sucesso da reintegração seja bastante maior.


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Podemos então dizer que a passagem aqui pelo Abrigo é muitas vezes um momento de viragem na vida destas pessoas? Sentimos que somos capazes de devolver e mesmo de dar confiança e autoestima. Muitas das pessoas que aqui estão têm um percurso de vida marcado pelo abandono, pela exclusão. Muitos foram institucionalizados crianças e, ao terem 18 anos, acabaram por andar um pouco à deriva, empurrados de uma instituição para outra e sempre se sentiram a mais na sociedade. Quando chegam aqui, são trabalhadas com eles todas estas questões e, em muitas ocasiões, é a primeira vez que têm noção que são únicos, que são cidadãos, com direitos e deveres e que, independentemente do seu passado, têm o seu lugar na sociedade. A questão dos deveres é aliás algo que é bem vincada aqui. A responsabilidade pessoal é um dos valores que passamos nas mais pequenas coisas: desde a questão do cumprimento de horários, às tarefas que eles têm de fazer, nomeadamente nos espaços individuais e comuns. São envolvidos em todos os processos de funcionamento do Abrigo e são convidados a intervir e a opinar em alguns aspetos do funcionamento deste espaço. Adicionalmente, também, há a questão do pagamento, que tem como objetivo corresponsabilizá-los e habituá-los a respeitar compromissos financeiros. Se aqui chegam e não têm como, não pagam. Mas assim que têm capacidade para o fazer, pagam de acordo com as suas possibilidades, a utilização deste espaço (que varia dos 45 euros aos 24% do seu salário com um teto máximo de 120€). A capacidade de poupança também é algo que incentivamos, uma vez que é um instrumento essencial para mudar a sua situação de vida e para a sua autonomia. A verdade é que, para todos eles, desenvolvemos um plano individual, que depois determina o tipo de ações e intervenções que iremos promover, obedecendo sempre ao que a Estratégia Nacional para as Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (NPISA) preconiza. Simultaneamente a isso, também promovemos toda uma série de atividades externas, feitas em parceria com outras instituições, nomeadamente a Liga para a Inclusão Social. Participamos em torneios de futebol (com uma equipa de futsal e um grupo de caminhada), em atividades culturais (música, dança, escultura e teatro).

Uma história que deixou saudades Entre os vários casos que aqui tivemos, há o deste homem muito jovem, institucionalizado. Era um jovem muito revoltado. Foi uma luta diária para o manter aqui. Era reiteradamente agressivo com os colegas de abrigo e sempre que o fazia, era repreendido por nós. Não conseguia aguentar-se em nenhum trabalho e tinha uma relação difícil com todos, até que o encaminhámos para fazer uma formação. No decurso dessa formação foi contratado por uma empresa e depois por outra e por outra. Hoje, trabalha e vive no Luxemburgo. Um dia, na véspera de Natal, apareceu aqui com a família no Abrigo, com prendas para todos os residentes, muitos dos quais ele nem sequer conhecia. E quis falar com as pessoas que aqui estavam a viver, dar o seu testemunho e relatar tudo por que passou.

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ODS EM AÇÃO “Os ODS em Ação” é um projeto que resulta de uma parceria entre a Fundação AMI e a Help Images – Associação de Promoção e Apoio à Solidariedade Social e é financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. Através dele, pretendemos contribuir para uma sociedade mais informada e ativa na promoção do desenvolvimento sustentável e no respeito pelos Direitos Humanos. Esta iniciativa surge na sequência de sessões de informação que a AMI já desenvolve há muitos anos, nas escolas básicas e secundárias nacionais, com o objetivo de alertar os estudantes para a realidade social envol-

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vente e para as disparidades de desenvolvimento no mundo. Desde 2015, as sessões são dirigidas em específico aos alunos do 9º ano, no âmbito da disciplina de Geografia, e abordam os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) definidos até 2015 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. O projeto contempla, numa primeira fase, sessões com os professores e Agrupamentos Escolares (para divulgar a iniciativa, explicar os objetivos dos seminários e sensibilizar para a importância da divulgação dos ODS nas escolas) a realizar nos meses de junho a setembro 2018.


AMI

Numa segunda fase, realizar-se-ão seminários com os alunos, entre outubro 2018 e maio 2019, em função dos pedidos das escolas. Essas sessões dinâmicas serão de 90 minutos para grupos com uma dimensão máxima de 60 alunos. Para tal, será utilizado um pacote de materiais de Educação para o Desenvolvimento, entre os quais uma apresentação de powerpoint e um filme informativo sobre os ODS, produzido em português e com uma linguagem adequada às faixas etárias mais jovens. Os materiais didáticos ficarão disponíveis nas

escolas para novas utilizações pelo corpo docente, permitindo desta forma um efeito multiplicador dos conteúdos apresentados. Pretende-se assim disseminar os ODS junto dos jovens portugueses, consciencializá-los para os desafios da cooperação para o desenvolvimento e da ação humanitária e promover uma cidadania ativa, através do estímulo para o voluntariado, com a divulgação de oportunidades de voluntariado nas respetivas regiões. Mais informações: seminariosescolares@ami.org.pt

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Conversámos com as coordenadoras do projeto sobre a sua implementação junto da comunidade escolar. Até que ponto é importante promover os “ODS em Ação” da AMI nas escolas? Ilda Costa (Responsável da ação de sensibilização nas escolas) – Se este ano estamos a falar dos ODS, já divulgámos neste mesmo contexto os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milénio), um tema que é falado nas disciplinas de Geografia do 9ºano e na de Economia, nos 11º e 12º anos. Os professores contactam a AMI enquanto Organização Não Governamental, não só porque o nosso logotipo está incluído nos manuais escolares, mas também pela credibilidade do trabalho da AMI no mundo. Os contactos têm sido positivos, tanto para nós, como para as escolas e para os alunos, porque ficam sempre muito interessados em saber que vem alguém de fora falar sobre um tema e que não é só a professora que aborda esse assunto.

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Como nasceu o projeto? Cristiana Garcia [CG] (Coordenadora do Projeto) – Os ODS em Ação são um projeto financiado pelo Instituto Camões. Tivemos conhecimento que ia haver uma linha de financiamento (a primeira vez que esta linha abriu) que pretendia financiar conferências, estudos ou seminários e nós decidimos avançar. Eu assumi a coordenação da candidatura, que foi financiada em 90% pelo Instituto Camões, os restantes 10% são assegurados pela AMI. O projeto arrancou em junho. Estamos neste momento, a preparar os materiais de divulgação que vão ser entregues nas escolas. Estamos também a desenvolver um

fazer “Queremos chegar este projeto aos alunos de todo o país ” jogo que pode trazer um pouco mais de dinâmica a estas sessões. A Help Images, uma ONG parceira da AMI neste projeto está a desenvolver um vídeo com o objetivo de divulgar os ODS. Vamos começar muito em breve com as sessões de divulgação nas escolas junto dos professores. Queremos que este projeto chegue a todo o território nacional. Esta primeira fase que arrancou em junho decorre até quando? [CG] – Até outubro. Ainda há hipótese de fazer sessões com professores nesta altura mas queremos começar as sessões com os alunos nesse mês. Já falámos da ideia e do plano para a dinamização das sessões que arrancou em junho com os professores e que culminará depois numa segunda fase com os alunos. Prevemos que o projeto acabe no final do ano letivo 2018/2019.

OBJETIV S

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Quadro de Honra_

Presidente da República visitou o CPA Porto

Nacional_

Fundo Universitário AMI

Candidaturas abrem a 1 de setembro De 1 de setembro a 31 de outubro de 2018, estarão abertas as candidaturas para a 4.ª edição do Fundo Universitário AMI. Lançado em 2015, este programa de bolsas de estudo da AMI destina-se a apoiar estudantes do ensino superior que não disponham dos recursos económicos necessários para o prosseguimento de estudos no ensino superior ou que, no decurso da sua licenciatura, se encontrem subitamente numa situação financeira crítica. As bolsas, no valor máximo de 700€, dirigem-se a estudantes que estejam a frequentar cursos de licenciatura, mestrado integrado ou simples em instituições de ensino superior públicas. Com a atribuição deste Fundo, a AMI procura contribuir para que os jovens bolseiros tenham melhores condições de acesso a um direito fundamental, a educação, que, por sua vez, lhes permita construir um futuro de sucesso, digno e feliz. O regulamento do programa está disponível em www.ami.org.pt

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O Centro Porta Amiga da AMI no Porto recebeu, no passado dia 1 de junho, a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e da Secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, que almoçaram com os nossos beneficiários no refeitório que serve cerca de 200 refeições diárias, almoço e jantar, 365 dias por ano. Após o almoço, o Presidente da República e a Secretária de Estado, foram conhecer também o Abrigo Noturno da AMI que atualmente acompanha 27 homens em situação sem-abrigo. A visita terminou na Galeria AMIarte, onde decorria a exposição “12 Artistas Amigos “ .

Peditório Nacional de Rua da AMI decorreu de 24 a 27 de maio 18 |

Incêndios de Pedrógão foram há um ano Passou dia 17 de junho, um ano sobre os incêndios que devastaram a região centro do país e que ficaram conhecidos como os incêndios de Pedrógão Grande. A AMI não ficou indiferente à dimensão desta tragédia, tendo encetado um projeto de reflorestação e, graças aos donativos recebidos, ajudado na reconstrução de habitações perdidas com o apoio de uma campanha de angariação de fundos promovida pela Altice.

De 24 a 27 de maio, centenas de voluntários estiveram na rua a angariar donativos e a divulgar o trabalho da AMI em Portugal e no Mundo, tendo conseguido angariar €19.590,26. Obrigado a todos os voluntários e doadores que participaram.


BREVES

AMI apoia vítimas de vulcão na Guatemala A AMI vai apoiar 5000 deslocados, provocados pela erupção do vulcão Fuego. A decisão foi tomada durante a missão exploratória que uma equipa da AMI levou a cabo a este país da América Central, de 17 a 21 de junho. Durante 6 meses, será dado apoio psicológico às pessoas colocadas em campos de deslocados, no âmbito do programa de psicologia comunitária da Universidade de San Carlos de Guatemala. Recorde-se que o vulcão Fuego teve uma erupção violenta no passado dia 3 de junho, causando 110 mortos (estimados) e milhares de deslocados.

Exposição de fotografia encerrou 3ª edição do projeto “Um Click pela Inclusão Social” Uma exposição de fotografia “Do Outro Lado do Vidro”, patente na Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira (Açores), marcou o culminar da 3ª edição do projeto “Um Click pela Inclusão Social”, uma parceria da AMI com a Fundação Jumbo para a Juventude que utiliza a fotografia como instrumento de inclusão e de estímulo da criatividade, promovendo as competências e a capacitação de jovens entre os 15 e 27 anos.

No Planet B Decorreu até dia 25 de maio, o período de submissão de projetos de pequenas e médias organizações portuguesas nas áreas dos “transportes sustentáveis nas cidades”, “gestão de resíduos”, “consumo e produção responsáveis” e “combate às alterações climáticas”. A AMI vai beneficiar 18 destas organizações, num total de 50 mil euros. A linha de financiamento para pequenas ações abrirá até ao final do ano O “NO PLANET B” é um projeto cofinanciado pela União Europeia no âmbito do programa Educação para o Desenvolvimento e Sensibilização (DEAR) e pelo Instituto Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, e implementado em Portugal pela AMI, cujo objetivo é informar os cidadãos europeus sobre questões de desenvolvimento, mobilizar um maior apoio público na ação contra a pobreza, contribuir para o desenvolvimento do conhecimento e da compreensão crítica dos cidadãos europeus, incentivar novas ideias e mudar atitudes. Mais informações em https://ami.org.pt/missao/ there-isnt-planet-b/

AMI homenageada no dia da Segurança Social No dia da Segurança Social, celebrado a 8 de maio, a Fundação AMI, através do seu Centro Porta Amiga do Funchal, foi homenageada “por todo o importante papel desempenhado no âmbito da intervenção social junto das Pessoas em situação de Sem Abrigo”, em cerimónia que decorreu no Auditório do Instituto da Segurança Social da Madeira. A AMI, na sua vertente de Ação Social criada em 1994, já apoiou em Portugal 72.491 pessoas em situação de pobreza. Atualmente conta com 15 equipamentos e respostas sociais financiados, em parte, por acordos celebrados com o Instituto da Segurança Social. | 19


Internacional_

Estágios de Cooperação Internacional AMI/NBUP 2018 Pelo décimo terceiro ano consecutivo a AMI irá desenvolver os Estágios de Cooperação Internacional AMI/NBUP em parceria com o Novo Banco. Foram selecionados candidatos para 4 estágios, com duração de dois meses, que irão decorrer com os projetos/parceiros da AMI no Brasil, Colômbia e Guiné-Bissau. Esta é uma oportunidade para os jovens estudantes do 5º e 6º anos de Medicina e finalistas de Enfermagem e Relações Internacionais/Cooperação, de conhecerem e trabalharem num contexto de Cooperação Internacional com as equipas da AMI.

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Costa do Marfim Teve início a 1 de maio de 2018 a construção de duas cantinas escolares, nos distritos de Zuénoula e Danané, na Costa do Marfim. Estas construções, que têm um apoio por parte da AMI de 10.000€ visam, em última instância, o aumento da taxa de escolarização no país, já que são um incentivo aos pais que possam ter dificuldades em enviar os filhos para a escola e um garante de uma melhor nutrição das crianças. A inauguração das cantinas está prevista para setembro de 2018 e o seu funcionamento beneficiará diretamente 500 crianças entre os 6 e os 11 anos. 20 |

Moçambique Iniciou-se a 15 de maio, uma nova parceria em Moçambique, destinada à aquisição de colchões para o Centro de Saúde Mental S. João de Deus “Withuwa wa Eroho”. Este centro foi inaugurado a 27 de novembro de 2004, em Nampula, e presta cuidados na área da Psiquiatria e saúde mental, disponibilizando três respostas: internamento (677 em 2017), consulta externa (16.586 em 2017) e intervenção na comunidade (reinserção psicossocial e visitas domiciliárias, 68 em 2017). Ao nível do internamento, os colchões hospitalares constituem um equipamento básico para o conforto e bem-estar do doente internado, sendo essencial também para o seu tratamento. Porém, estes apresentam um rápido desgaste, o que implica uma substituição periódica, que presentemente não pode ser assegurada pelo Ministério da Saúde (MISAU), dada a sua falta de recursos. No âmbito deste projeto, foi apoiada a compra de 70 colchões de esponja forrados com napa hospitalar, sem fecho, de modo a evitar a sua deterioração e, desta forma, contribuir para a humanização (higiene e conforto) e a qualidade mínima da assistência dada aos doentes.

Guiné-Bissau Durante duas semanas, a missão da AMI na Guiné-Bissau e a Direção Regional de Quinara levaram a cabo uma ação de capacitação de 22 novos Agentes de Saúde Comunitária (ASC). Estes ASC foram capacitados sobre as 16 Práticas Familiares Essenciais da Guiné-Bissau. Após esta formação, os novos agentes – que acabam de receber mochilas de primeiros-socorros com material logístico e medicamentos – estão aptos para serem os nossos olhos no terreno de forma a prestarem todos os cuidados à comunidade, especialmente às crianças com menos de 5 anos de idade e às mulheres grávidas.


BREVES Mecenato_

Já chegaram os novos kit Salva-Livros

Campanha Fnac Livros No Dia Mundial do Livro, a Fnac desenvolveu uma iniciativa solidária em parceria com a AMI que consistiu em emprestar livros que após a sua leitura deviam ser devolvidos numa loja Fnac. A AMI recebeu 546 livros dos 800 distribuídos para equipar as suas bibliotecas.

10º

Aniversário da Campanha Escolar AMI/Auchan Com início agendado para 20 de agosto e término previsto para 2 de setembro, a Campanha escolar conhece este ano a sua 10ª edição e prevê-se que possa apoiar mais de 3500 crianças com material escolar.

Estágios e apoio Voluntário Escola de Comércio Lisboa A Escola de Comércio de Lisboa é um estabelecimento de ensino e formação profissional que presta serviços conexos à comunidade, assente na participação ativa e numa forte ligação ao universo empresarial. Desde 2012, a AMI conta com o apoio dos seus alunos nas áreas de Vendas e Marketing, Comércio e Restaurante-Bar, nos eventos, conferências, stands, divulgação dos produtos solidários e da marca AMI Alimenta. Os estágios curriculares têm sido uma excelente iniciativa pedagógica, permitindo dar a conhecer aos alunos a realidade da empresa, colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos mas também apreender novas técnicas, conceitos e estratégias utilizados pela AMI.

Este ano com nova imagem inspirada no filme Cars O Kit Salva-Livros é um produto escolar com uma inegável utilidade, protegendo e salvaguardando a integridade das capas dos livros e cadernos escolares. Mas, mais do que isso, é uma solução inovadora e solidária com uma importante cadeia de beneficiários, que permite ajudar as crianças e jovens apoiados pela AMI. Este projeto conta ainda com a parceria da Handicap International – que o produz e embala – e que se dedica a auxiliar pessoas portadoras de deficiência e suas famílias, e da Disney e Pixar, que cede as imagens de alguns dos mais emblemáticos filmes que estão no serviço Disney Movies on Demand, disponível em alguns operadores. Quem comprar o Kit Salva Livros, está também a contribuir para os centros Porta Amiga da AMI que apoiam milhares de crianças e jovens em Portugal, mas também para a inserção profissional de pessoas com deficiência, através da Handicap International, detentora da marca. Este produto custa 6€ dos quais 1€ reverte para a AMI, e encontra-se disponível nas lojas Staples, Jumbo, Continente, Nouvelle Livrairie Française, Portfolio, Fnac e loja online AMI em www.ami.org.pt.

Kiabi No âmbito da sua estratégia de responsabilidade social, a Kiabi Portugal Lda assinou um protocolo de colaboração com a Fundação AMI de forma a participar na missão da AMI de luta contra a pobreza e exclusão social em Portugal. Uma das áreas desenvolvidas pela AMI em todos os equipamentos sociais no país é a distribuição de géneros (alimentares, de higiene, de roupa e outras necessidades), uma vez que contribuem para o bem-estar dos beneficiários, que, se não for alcançado, acabará por condicionar todo o trabalho de intervenção social.

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LOJA AMI AGENDA AMI 22 AGOSTO A 5 DE OUTUBRO

A Loja AMI dispõe de vários artigos que podem ser adquiridos no site ami.org.pt/loja Ao comprar qualquer um dos artigos da loja AMI estará a contribuir para a realização dos nossos projetos e missões. Pode também fazer a sua escolha, preencher e enviar-nos o cupão abaixo, junto com o cheque no valor total dos artigos acrescido das despesas de envio indicadas.

• Campanha Escolar AMI DE 11 SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO • Campanha reciclagem RX DE 2 A 11 DE NOVEMBRO • Aventura Solidária Senegal 29 DE NOVEMBRO A 9 DE DEZEMBRO • Aventura Solidária Guiné-Bissau

1

2

3

1 kit salva-livros _6€ 2 Livro "Toda a esperança do mundo" _39.90€ 3 Livro "Gritos contra a indiferença" _20€

PORTES DE ENVIO _ Encomenda

Inferior a 90€

90€ e superior

Portugal Continental

5€

Grátis

Portugal Ilhas

25€

20€

Europa

30€

15€

Resto Mundo

35€

17,50€

[MAIS ARTIGOS EM WWW.AMI.ORG.PT]

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Morada Código Postal Telefone Como adquiriu a nossa revista Descrição do Produto

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Valor Total


INFORMAÇÕES

VOLUNTÁRIOS PRECISAM-SE PORTA AMIGA PORTO

PORTA AMIGA CASCAIS

Função: Advogado(a)

Função: Animadores(as) culturais

Função: Enfermeiros(as)

para jovens e idosos

Função: Psiquiatra

Função: Médico(a)

Função: Psiquiatra Função: Médico Função: Cabeleireiro

PORTA AMIGA ALMADA Função: Advogado(a) Função: Enfermeiro(a) Função: Psiquiatra Função: Nutricionista

PORTA AMIGA OLAIAS Função: Professores(as) de dança

NACIONAL

voluntariado@ami.org.pt

Função: Enfermeiros(as)

[FICHA DE CANDIDATURA ONLINE]

Este número da AMI Notícias foi editado com o especial apoio da revista VISÃO (Distribuição), COMPANHIA DAS CORES (Design), LIDERGRAF (Impressão e Acabamento) e CTT – Correios de Portugal Autorizada a reprodução dos textos desde que citada a fonte. AMI Fundação de Assistência Médica Internacional R. José do Patrocínio, 49 – Marvila, 1959-003 Lisboa ami.org.pt | fundacao.ami@ami.org.pt Ficha Técnica Publicação Trimestral Diretor Fernando Nobre Diretora-Adjunta Leonor Nobre Redação Paulo Cavaleiro Edição Luísa Nemésio Fotografias AMI, Alexandre Fernandes e José Ferreira Colaboram neste número Ana Ferreira, Isabel Pinheiro e Júlia Bender Paginação Ana Gil e Diana Esteves Tiragem 54.000 exemplares Depósito Legal DL378104/14

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Obrigado por ajudar as equipas da AMI a prosseguirem o seu trabalho humanitário. Graças a si, os voluntários da AMI podem atuar em Portugal e nos países mais carenciados do Mundo! Porque muitos precisam de nós, nós precisamos muito de si!

Como colaborar com a AMI Deposite um donativo na conta da AMI n.º 015 27781 0009 do Novo Banco | Envie o seu donativo em cheque nominal diretamente para qualquer uma das direções da AMI | Participe ativamente como voluntário nos Centros Porta Amiga, na sede da AMI ou nas Delegações | Inscreva-se como voluntário contactando voluntariado@ami.org.pt | Adira às Campanhas de Reciclagem (reciclagem@ami.org.pt) | Faça reverter parte do seu IRS para a AMI | Participe na Aventura Solidária no Senegal, Brasil ou Guiné-Bissau (aventura.solidaria@ami.org.pt)

Como contactar a AMI E-mail: fundacao.ami@ami.org.pt | Internet: www.ami.org.pt Sede Fundação AMI – Rua José do Patrocínio, 49, 1959-003 Lisboa | T. 218 362 100 | Fax 218 362 199 Delegações Norte T. 225 100 701 | Centro T. 239 842 705 | Madeira T. 291 201 090 | Açores – Terceira T. 295 215 077 | Açores – S. Miguel T. 296 305 716 Centros Porta Amiga Lisboa – Olaias T. 218 498 019 | Lisboa – Chelas T. 218 591 348 | Porto T. 225 106 555 | Almada T. 212 942 323 | Cascais T. 214 862 434 | Funchal T. 291 201 090 | Coimbra T. 239 842 706 | Gaia T. 223 777 070 | Angra T. 295 218 547 Abrigos Noturnos Lisboa (em colaboração com a C. M. Lisboa) T. 218 152 630 | Porto T. 225 365 315 LEI DO MECENATO – ATIVIDADES DE SUPERIOR INTERESSE SOCIAL Art.º 61, alineas b) e e) do N.º 3 e N.º 4 do Art.º 62 e Art.º 63 do Decreto-Lei 215/89 de 21 de junho, renumerado e republicado como Anexo II ao Decreto-Lei 108/2008 de 26 de junho). O seu donativo é totalmente dedutível nos impostos, majorado em 40%.

Serviços AMI O Cartão de Saúde AMI proporciona um conjunto de vantagens aos seus aderentes, mantendo sempre o mesmo preço, independentemente do nº de pessoas agregadas ao cartão.

[SAIBA MAIS] Nº8235 VALIDADE: 02/19

Saiba mais através do nº: 213

303 600

A AMI agradece reconhecidamente o seu contributo, fundamental para que a AMI possa continuar a Agir-Mudar-Integrar e participar na construção de um Mundo mais Humano. Para assegurarmos que os nossos Amigos, Doadores e voluntários recebem a informação sobre as nossas atividades de forma consciente e informada, pedimos que leia a declaração de consentimento e, se concordar em continuar a receber notícias nossas, preencha a ficha de contacto e assine a declaração, enviando-a por correio (não necessita de selo) para: AMI — Fundação de Assistência Médica Internacional, Remessa Livre 25049-1148 Lisboa Codex.

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(*) Política de privacidade Os dados pessoais recolhidos no presente e-mail serão processados e armazenados em suporte papel e informaticamente. A Fundação de Assistência Médica Internacional é a entidade responsável pelo tratamento dos dados pessoais, os quais serão tratados de forma confidencial e utilizados, exclusivamente, para efeitos de divulgação dos projetos, eventos, campanhas e ações da Fundação (amigo AMI, doador pontual, curso de socorrismo, aventuras solidárias, voluntariado nacional e internacional, AMIarte, campanhas e projetos ambientais, produtos solidários e merchandising) podendo, neste âmbito, ser transmitidos a terceiros, nomeadamente à DGERT, companhias aéreas, parceiros da Fundação, com os quais tenha celebrado protocolos, nacionais ou internacionais, bem como ser transmitidos internamente, aos departamentos, delegações e centros da instituição. A entidade responsável pelo tratamento dos seus dados pessoais, utiliza serviço de e-mail marketing, bem como softwares de faturação, pelo que, os seus dados podem, ainda, ser armazenados fora dos servidores da Fundação de Assistência Médica Internacional, os quais estão localizados dentro da União Europeia. Nos termos da legislação aplicável, Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de 2016, é garantido ao titular dos dados o direito de acesso, retificação, alteração, eliminação e portabilidade dos seus dados pessoais, mediante pedido escrito para a entidade responsável, remetido por correio registado para a Rua José do Patrocínio, n.º 49, 1959-003 Lisboa ou por correio eletrónico dirigido a protecaodedados@ami.org.pt. O titular dos dados pode, ainda, apresentar reclamação junto da CNPD, na qualidade de autoridade de controlo nacional. É, ainda, garantido ao titular dos dados, no âmbito da legislação aplicável, o direito de retirar o seu consentimento a qualquer momento, não comprometendo, essa retirada de consentimento, a licitude do tratamento efetuado com base no consentimento previamente dado. A Fundação de Assistência Médica Internacional adota normas e medidas de segurança para a proteção dos dados pessoais, instalando nos seus ficheiros todas as medidas técnicas necessárias para garantir a confidencialidade dos dados, evitar a sua perda, alterações e acesso indevido, bem como assegura a segurança dos ficheiros em suporte papel. Os dados pessoais serão conservados durante o prazo de 12 (doze) anos, findo este prazo, serão eliminados, salvo manifestação em contrário do próprio, nomeadamente através de novo consentimento. Os referidos dados poderão ser conservados para efeitos de investigação científica ou histórica ou fins estatísticos, sem limite temporal, desde que anonimizados, pseudonimizados ou cifrados de forma a deixarem de revestir a natureza de dados pessoais para os efeitos da lei. Declaro que tomei conhecimento e presto o meu consentimento de forma livre, informada e explícita e consinto no tratamento dos meus dados pessoais para as finalidades supra descritas.

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