N.º 74 Distribuição Gratuita 2.º trimestre de 2019
notícias
Uganda
TALK 2 ME Equipas de Rua
UM APOIO PERSONALIZADO MOÇAMBIQUE Missão cumprida
AGORA TAMBÉM EM
FORMATO DIGITAL
N.º 74 Distribuição Gratuita 2.º trimestre de 2019
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TALK 2 ME
Foto: © Pedro Aquino
Equipas de Rua
UM APOIO PERSONALIZADO MOÇAMBIQUE Missão cumprida
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ACEDA À VERSÃO DIGITAL DA AMI NOTÍCIAS
04 | Equipas de Rua - Um Apoio Personalizado 08 | Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença – 21ª Edição
09 | ODS nas Escolas Portuguesas 10 | Uganda – Projeto Talk2me
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12 | Moçambique – Missão cumprida 16 | Linka-te aos Outros 18 | Breves Nacional Internacional Impresso em papel 100% reciclado
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22 | Agenda + Loja AMI 23 | Informações
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AMI: A AGIR PELA HUMANIDADE HÁ 35 ANOS! Fernando de La Vieter Nobre Presidente e Fundador da AMI
Alguns dos temas tratados nesta edição da AMI Notícias resumem, quase que por completo se excluirmos a corrida armamentista em curso e a robotização (Inteligência Artificial), as grandes ameaças, os desafios e a maior esperança do presente, e ainda mais do futuro próximo, do nosso tempo! São eles: as alterações climáticas, os refugiados, a pobreza e… a solidariedade humana, outro nome do Amor. As alterações climáticas são um facto indesmentível e indeclinável, desde há já alguns anos, cujo mais recente exemplo foi o ciclone que se abateu sobre a Beira em Moçambique (quando me encontrava no Bangladesh também ele fustigado por outro ciclone), a que se seguiu uma grave epidemia de cólera. Isto demonstra apenas, para os ainda incrédulos, algo de irremediável para as próximas décadas: as alterações climáticas porão à prova a capacidade de resistência e de resiliência de todos os seres vivos, nomeadamente os humanos, e do nosso belo Planeta Azul. As suas certas mas imprevisíveis manifestações (chuvas torrenciais, secas, ciclones, cheias) terão um tremendo impacto, sobretudo no mundo rural e nas zonas costeiras, na produção alimentar, potenciando ainda mais o fluxo migratório dos refugiados e a alteração profunda das sociedades e civilizações dos hemisférios Sul e Norte. Os refugiados, assim como os deslocados internos, em crescimento constante ano após ano, que conhecerão muito em breve um crescimento exponencial, são a consequência direta do desespero pela sobrevivência causado pelos conflitos, pela pressão demográfica, pela fome e pelo subdesenvolvimento crónico e grave, o que nos transporta para outro grande desafio, cuja existência, embora inadmissível, é uma triste realidade: a pobreza e a miséria
humilhante, diariamente vivida por milhares de seres humanos no Mundo e também em Portugal, são a nossa vergonha coletiva enquanto comunidade humana. Esse atropelo básico de um dos essenciais e estruturantes Direitos Humanos irá, infelizmente, em crescendo mercê das ameaças que já amiúde e repetidamente venho denunciando e alertando há décadas. Porém, tal não imobiliza a AMI que, com as suas equipas de rua e os seus Abrigos para a população sem-abrigo, tem agido e continuará a agir na proteção dos mais vulneráveis em Portugal. Nestes, como em todos os outros desafios, a AMI está atuante nas várias incógnitas de tão complexa e perigosa equação e procura, por isso, promover a formação de agentes de mudança e a dinamização de uma sociedade civil participativa e informada através de projetos como o Linka-te aos Outros ou o “No Planet B”. Estas iniciativas, como muitas outras, criadas e sustentadas pela AMI, incentivam de forma concreta a Solidariedade Humana na comunidade estudantil e na Sociedade Civil em geral: as Solidariedade Intergeracional, Solidariedade Social e Solidariedade Ambiental são cada vez mais fundamentais e insubstituíveis! Acredito que os jovens serão capazes, e demonstrá-lo-ão, por ações solidárias locais, regionais, nacionais e globais, de encontrar criativas e eficazes soluções que lhes permitirão ver despontar uma Nova Aurora que temo não chegar a ver. Em conclusão, esta brevíssima resenha, e sobretudo os temas tratados nesta revista, demonstram à sociedade que a AMI continua e continuará a atuar em nome de uma Humanidade com futuro e unida. Ainda bem!
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EQUIPAS DE RUA UM APOIO PERSONALIZADO
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Procuram quem vive na rua e precisa de ajuda. E muitas vezes são o suporte essencial para quem não tem qualquer espécie de apoio. São as equipas de rua da AMI que aposta num tipo de intervenção diferente que pouca gente faz. Para a maior parte das pessoas, o apoio à população sem-abrigo que vive nas grandes cidades resume-se à distribuição de comida e de roupa. E resulta do facto da maioria de nós já ter observado o trabalho de múltiplas organizações que prestam apoio precisamente desta forma. A AMI seguiu um caminho diferente. Não porque este trabalho de mitigação das necessidades básicas dos mais vulneráveis não seja relevante ou importante, mas apenas porque é necessário fazer mais.
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Acompanhámos uma equipa de técnicos da área social (assistente social, psicólogo e investigador social), que todas as manhãs parte do Centro Porta Amiga das Olaias e vai ao encontro de pessoas que precisam de mais do que comida ou roupa. Precisam de apoio psicológico, de orientação para um correto acompanhamento, de ajuda para obter apoio jurídico ou do Estado ou de assistência médica. Os técnicos da AMI baseiam
AMI
Os técnicos da AMI baseiam a sua “atuação na criação de relações de
empatia e de confiança,tendo sempre a preocupação de preservar a dignidade e a privacidade de cada uma destas pessoas.
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a sua atuação na criação de relações de empatia e de confiança, tendo sempre a preocupação de preservar a dignidade e a privacidade de cada uma destas pessoas. Cada dia, esta equipa tem um destino diferente. Às segundas-feiras, a zona que visitam é Anjos/Arroios. Na terça, vão ao Parque das Nações e Gare do Oriente, à quarta é a vez do Alto de São João, Igreja de Arroios e Jardim Constantino e na sexta-feira Santa Apolónia. As quintas-feiras de manhã estão reservadas para estarem em prontidão para qualquer situação que seja sinalizada no âmbito do NPISA (Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo). Quinzenalmente, à segunda-feira o Sérgio, a Joana e o Gonçalo têm a companhia de uma médica voluntária, que presta um apoio fundamental a esta população, aconselhando e diagnosticando situações que, muito provavelmente, ficariam por resolver não fosse este acompanhamento de proximidade. O trabalho da equipa de rua tem o propósito de desbloquear determinadas questões que originam alguns desafios para as pessoas que se encontram em situações vulneráveis.. Conseguir ter acesso ao Rendimento Social de inserção, marcar uma consulta no hospital ou num Centro de Saúde, ter acesso ao refeitório dos Anjos (onde podem obter uma refeição diária gratuitamente) ou o apoio
Rede NPISA Esta rede é a concretização da Estratégia Nacional para a Integração da Pessoa SemAbrigo e começou a ser implementado na capital em janeiro de 2015, contando atualmente com 23 parceiros. Esta estrutura, com a coordenação tripartida da Rede Social, Câmara Municipal de Lisboa, Centro Distrital de Lisboa Instituto da Segurança Social, I.P, e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tem como objetivo reorganizar e otimizar a rede de equipamentos, implementar o modelo de intervenção integrada de todos os agentes que, na cidade de Lisboa, trabalham com e para a população sem-abrigo.
que lhes é dado para terem acesso ao passe social e garantir assim a sua mobilidade é, muitas vezes, apenas possível graças à intervenção e apoio desta equipa da AMI.
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António (nome fictício), 66 anos, conhece há muito tempo os membros da equipa de rua da AMI, que já o ajudaram muitas vezes nas pequenas coisas que tantas vezes fazem uma diferença enorme. A equipa começou a acompanhar o António, que não recorria aos serviços há bastante tempo e tinha alguns assuntos pendentes, nomeadamente no acesso a prestações sociais a que tinha direito. A Equipa de Rua acompanhou-o à loja do cidadão para a renovação do Cartão de Cidadão e
Equipas de Rua da AMI acompanharam 400 pessoas em 2018
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Em 2018, 400 pessoas em situação de sem-abrigo procuraram as equipas de rua da AMI, das quais 221 foram atendidas pela primeira vez (88 pela Equipa de Rua de Gaia e Porto e 133 pela Equipa de Rua de Lisboa). As principais razões foram a precariedade financeira (60%), o desemprego (56%) e a falta de alojamento (33%). Na sua maioria, são homens (81%), com idades entre os 40 e os 59 anos, naturais de Portugal (82%) e sem qualquer atividade profissional. Pernoitam sobretudo na rua (38%), mas recorrem também a casa de familiares e amigos (13%), abrigos (temporários ou de emergência) para sem-abrigo e pensões ou quartos (12% e 9% respetivamente). As principais necessidades identificadas foram a alimentação (78%), o vestuário (68%) e o alojamento (52%), sendo que 38% necessitava ainda de uma consulta médica e 17% de apoio com medicamentos.
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alteração da morada, assumindo depois a gestão deste caso. Rui (nome fictício), 54 anos, é outro dos vários casos acompanhados de perto pela Equipa de Rua.
Em relação aos recursos económicos formais, estes provêm do Rendimento Social de Inserção (22%), apoios Institucionais (6%), pensão ou reforma (5%). 2% afirmaram ter um salário estável ou temporário. No entanto, uma clara maioria (84%) não tem qualquer atividade atualmente. Relativamente aos recursos (formais e informais) o principal meio de subsistência é o RSI (20%), seguindo-se a mendicidade (16%), o apoio de familiares e amigos (14%), a pensão/reforma (12%) e os subsídios e apoios institucionais (8%). De referir que 25% não tem qualquer rendimento formal. Dos motivos verbalizados que levaram esta população a procurar o apoio das Equipas de Rua, pode considerar-se que a precariedade financeira (58%), o desemprego (48%) e a falta de alojamento (31%) foram aqueles que mais se identificaram. Os problemas familiares (27%) e os comportamentos aditivos, como o alcoolismo (15%) e a toxicodependência (14%), também foram referidos.
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Em 2018, 400 pessoas em situação de sem-abrigo procuraram as equipas de rua da AMI, das quais 221 foram atendidas pela primeira vez (88 pela Equipa de Rua de Gaia e Porto e 133 pela Equipa de Rua de Lisboa).
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Equipa de Rua de VN Gaia e Porto Também as cidades de VN Gaia e do Porto têm, desde 2006, uma equipa de rua (sedeada no Centro Porta Amiga de VN Gaia) que desenvolve um trabalho muito semelhante à Equipa de Rua de Lisboa. Também aqui, o principal objetivo é ir ao encontro da população sem-abrigo que permanece na rua e, através de uma intervenção multidisciplinar, responder às suas necessidades e prevenir a exclusão social definitiva em freguesias delimitadas dos Concelhos do Porto e Vila Nova de Gaia. As equipas de rua deslocam-se três vezes por semana no Porto e duas vezes por semana à cidade de VN Gaia numa unidade móvel, devidamente equipada, prestando apoio social, psicológico, jurídico e de saúde. E também aqui, depois de estabelecida uma relação de confiança, é possível acompanhar cada caso de acordo com as especificidades apresentadas e encaminhá-lo para um dos Centros Porta Amiga e/ou outras instituições adequadas.
Um passado conturbado e problemas de alcoolismo levaram-no à rua e impedem-no de manter os laços familiares e são os membros da equipa da AMI que muitas vezes o apoiam nalgumas das questões que precisa de resolver. O Rui conseguiu tratar do acesso ao Rendimento Social de Inserção com a ajuda da equipa da AMI que também o acompanhou a consultas médicas e o encaminhou para uma comunidade terapêutica. Mas, também não são poucas as vezes em que o Rui encontra nestes técnicos o suporte emocional que já não tem. Ouvir quem não tem mais ninguém para falar, dar informações e conselhos sobre procedimentos simples ou acompanhar quem não tem companhia podem parecer ninharias, mas muitas vezes é isso que faz a verdadeira diferença na vida de quem pouco ou nada tem.
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PRÉMIO AMI – JORNALISMO CONTRA A INDIFERENÇA REPORTAGEM DA SIC GANHOU 21ª EDIÇÃO
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“O Mal-Entendido – as doenças a que chamamos cancro” é o título do trabalho vencedor da 21ª edição do Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença que foi entregue no passado mês de maio, na Fundação Calouste Gulbenkian. A reportagem, da autoria de Miriam Alves (SIC) é, na opinião do júri do Prémio, um “impressionante e exaustivo trabalho de investigação, colocando em diálogo de forma surpreendente, diferentes ângulos da doença, provando que há muito a aprender e a fazer no campo da prevenção”. O júri, constituído por Bárbara Baldaia, Raquel Moleiro, Rita Colaço (autoras dos prémios vencedores no ano passado), Maria João Pinto da Companhia das Cores (empresa doadora da AMI) e Fernando Nobre, Presidente da AMI, decidiu distinguir também outros quatro trabalhos com uma menção honrosa. Foram eles: “Na Bulgária, caçar refugiados é um desporto”, de Ricardo Rodrigues (Diário de Notícias), por expor de forma corajosa uma prática inaceitável e violadora dos direitos Humanos num país da UE e com a conivência dos poderes políticos; “Pedrogão Grande: Eis que fazem novas todas as coisas”, de Sibila Lind e Liliana Valente (Público), por ser 08 |
um trabalho que consegue mostrar, com sensibilidade e originalidade, uma realidade que o país viveu intensamente; “Terra de todos, Terra de alguns”, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso (Divergente), por ser uma reportagem cativante que revela a forma como as grandes Multinacionais enganam e exploram os pequenos agricultores moçambicanos; “Chernobyl – Onde vivem os fantasmas”, da autoria de Vânia Maia (Visão), que vem lembrar-nos a importância das opções estratégicas no campo da energia e as suas consequências. A jornalista distinguida com o 1º prémio recebeu €7.500. A todos os galardoados foi entregue um troféu alusivo a este evento. A cerimónia de entrega do 21º Prémio AMI – Jornalismo Contra Indiferença, patrocinado pelo Novo Banco, decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, tendo sido presidida pelo Juiz Conselheiro José Marques Vidal e pelo Presidente da Fundação AMI, Fernando Nobre.
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ODS NAS ESCOLAS PORTUGUESAS Chegou ao fim o projeto “ODS em ação”, com resultados positivos e esperançosos de uma camada jovem mais consciente e sensibilizada para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pelas Nações Unidas até 2030.
Foram abrangidos pelo projeto “ODS em Ação” cerca de 3.600 alunos de 69 cidades/localidades. Esta ação decorreu em 12 distritos (Lisboa, Évora, Faro, Leiria, Viseu, Porto, Santarém, Braga, Setúbal, Aveiro, Coimbra e Viana do Castelo) e nas regiões Autónomas dos Açores e da Madeira
A série de seminários desenvolvidos no contexto dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Ação nas escolas Portuguesas”, foi um projeto cofinanciado pelo Instituto Camões, que resultou de uma iniciativa da Fundação AMI, em parceria com a Help Images – Associação de Promoção e Apoio à Solidariedade Social, com o objetivo de promover a agenda 2030, junto de 3.600 jovens do 9º ano nas escolas portuguesas. Este projeto teve a sua conclusão a 31 de maio de 2019, após um conjunto de ações desenvolvidas pela AMI nas escolas, que já vinham a ser realizadas desde 2015, no quadro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). O contributo para uma sociedade mais informada e ativa em contexto escolar, apta para a promoção do desenvolvimento sustentável e respeito pelos Direitos Humanos, foi o grande desafio que a AMI adotou, em conjunto com as entidades parceiras, para o cumprimento de alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da agenda 2030. A erradicação da fome e pobreza extrema na Europa e no mundo, disparidades económicas e sociais entre países, proteção da vida terrestre e marinha e a importância de um acesso universal à saúde e à educação, foram alguns dos temas abordados pela responsável pela ação de sensibilização nas escolas, Ilda Costa, que destaca que “muito mais além das 60 sessões propostas a nível nacio-
nal, realizámos no total 245, tendo abrangido mais de 7.000 pessoas. O resultado por si só dita o sucesso do projeto. Devemos continuar com estas ações, como aliás tem sido feito desde o início da Fundação AMI, apostando cada vez mais nestes jovens como agentes de mudança para a concretização de um mundo melhor e do desenvolvimento sustentável.” As atividades foram realizadas no âmbito das aulas de geografia, entre outras disciplinas, com os alunos do 9º ano no decorrer do ano letivo 2018/2019. Para além dos parceiros iniciais, este projeto contou ainda com o apoio institucional da Aliança ODS Portugal e do Centro Regional de Informação das Nações Unidas (UNRIC), que providenciou material de divulgação. De entre as atividades desenvolvidas, contou-se com a elaboração de um plano de conteúdos para um pacote de materiais de Educação para o Desenvolvimento (DE) e a criação de uma imagem identitária. Em simultâneo, e para enriquecer o material de sensibilização a ser distribuído nas escolas, foi produzido e editado um vídeo de animação acerca dos ODS. A preparação e atualização constante de uma apresentação sobre os ODS, bem como a criação de um quizz foram instrumentos didáticos, que complementados por materiais de apoio, serviram para dinamizar o diálogo entre oradores/docentes e alunos.
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Fotografias © Pedro Aquino
UGANDA PROJETO TALK 2 ME Seis anos de conflito armado no Sudão do Sul e uma crise alimentar sem precedentes a oeste da República Democrática do Congo (RDC) como consequência da sistemática violência intercomunitária, têm levado milhões de pessoas a atravessar as fronteiras em busca de segurança e acolhimento no país vizinho, o Uganda. Este é o país africano que mais refugiados recebe e, do mesmo modo, é dos países a precisar de mais recursos humanitários.
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Mesmo com esta política de acolhimento bem estruturada, não deixa de enfrentar consideráveis limitações a nível de apoio social e ajuda humanitária prestada às populações refugiadas a norte do Uganda, e às comunidades que os acolhem também. Já é superior a um milhão, o número de pessoas que, desde 2003, se refugiaram no Uganda, o terceiro país do mundo a receber mais pessoas em situação de asilo. É neste contexto que, em parceria com a Community Empowerment For Rural Development (CEFORD), a AMI desenvolveu um projeto que visa empoderar as populações refugiadas no norte do Uganda para questões de saúde sexual e 10 |
reprodutiva (SSR). O projeto Talk2Me é cofinanciado pelo Camões I.P, e focado em responder a alguns dos perigos e fragilidades a que as populações refugiadas no norte do Uganda estão sujeitas no percurso da sua fuga, dotando-as de conhecimento na área da saúde sexual e reprodutiva. Neste sentido, a AMI intervém no campo Rhino Settlement, em Arua, criando um projeto de sensibilização e de promoção de boas práticas para a Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR). Foi em parceria com a organização local CEFORD que a AMI desenhou e promoveu o projeto Talk2Me, de modo a garantir às populações o acesso a cuidados
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de saúde primários e vitais. Raquel Sobral, expatriada da AMI, especialista em saúde sexual e reprodutiva no projeto, explica que “Talk2Me pretende desmistificar questões relacionadas com a Saúde Sexual e Reprodutiva junto das populações do norte do Uganda onde se concentra grande parte dos refugiados do Sudão do Sul. A maioria desta população são mulheres e crianças que se encontram numa situação de vulnerabilidade extrema desde o momento em que tomaram (ou foram forçadas a tomar) a decisão de se deslocar para este país vizinho”. O objetivo da iniciativa Talk2Me é precisamente contribuir para a redução das complicações de saúde, com particular enfoque na saúde reprodutiva das mulheres. Chegadas ao Uganda, a campos de acolhimento como o de Arua ou de Omugo, as populações exiladas procuram bens e serviços de necessidade básica, como bens alimentares, cuidados de saúde, proteção e reunificação com as famílias. No entanto, e frequentemente, a segurança no trajeto e nos próprios campos de acolhimento não consegue ser garantida pelas ONG nacionais e internacionais. As situações de violência e casos extremos de violações de meninas e mulheres são uma das maiores preocupações que as autoridades e organizações procuram combater e erradicar. Isto, para além de todas as questões que envolvem o aprovisionamento das suas necessidades, que por si só representa um desafio tremendo. A Saúde Sexual e Reprodutiva é uma dimensão na área da saúde que tem exigido atenção por parte daqueles que trabalham nos centros de acolhimento e das equipas médicas no terreno, verificando-se que a prática de casamentos infantis é comum no seio das comunidades exiladas. De acordo com a Human Rights Watch, na África subsariana cerca de 40% das crianças com menos de 18 anos são coagidas ao matrimónio precoce. Muitas vezes por parte dos familiares mais próximos, que veem nesta prática uma forma de subsistência económica, ou seja, menos um membro do agregado para alimentar, cuidar e educar. Em contiguidade, são comunidades fortemente patriarcais, onde a desigualdade de género é algo tão enraizado que combatê-la significa contrariar as práticas e costumes de gerações e gerações de agregados familiares. De acordo com o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), entre janeiro e abril de 2019 foram registados 1.258 casos
de violência sexual em campos de refugiados no Uganda, sendo que 95% das vítimas são mulheres. É por isso premente o envolvimento e participação das comunidades locais e refugiadas para a prevenção deste tipo de violência e dos riscos que acarretam para as mulheres, nomeadamente a gravidez precoce, contração de doenças sexualmente transmissíveis, exclusão social e repercussões psicológicas irreversíveis. No seio das comunidades, Raquel Sobral explica que as principais dúvidas levantadas “estão relacionadas com o planeamento familiar, pois há muitos mitos associados aos métodos contracetivos disponíveis para utilização. Essa foi a principal razão pela qual foi elaborado um folheto informativo que aborda esta temática e os perigos da gravidez na adolescência. As questões relacionadas com o ciclo menstrual são também alvo de várias questões”. O projeto pretende chegar a 25.070 jovens residentes em Omugo, através de 24 agentes comunitários já formados para atuarem no terreno e contribuírem para o empoderamento das comunidades para este tema. Alioni Gilbert, natural de Arua é coordenador de projeto na CEFORD desde o seu início e expressa que “este é um projeto muito interessante onde podemos aprender imenso acerca da saúde sexual e reprodutiva. Tem sido um treino único com várias dinâmicas a acontecer e temos observado o sucesso que tem tido junto das comunidades. Ao longo deste projeto os colaboradores têm assumido papeis distintos de modo a que o conhecimento nesta área da saúde chegue ao maior número de pessoas possível”.
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MOÇAMBIQUE MISSÃO CUMPRIDA
A Coordenadora da intervenção, em conjunto com a equipa local, agradece a todos os que apoiaram a implementação do Hospital de Campanha na cidade da Beira
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A AMI chegou a Moçambique dois dias depois da passagem do ciclone Idai, para dar resposta humanitária e prestar cuidados de saúde às comunidades mais vulneráveis da cidade da Beira. Dezasseis anos depois do Tsunami que varreu a costa do Sri Lanka, em que a AMI interveio de imediato, prestando cuidados de emergência às populações, uma catástrofe climática sem precedentes no sudeste africano fez a AMI partir para Moçambique e entrar em ação. A formação do ciclone Idai no oceano Índico, atingiu Moçambique no mês de março em cerca de 1300 km2 do território. Foi considerada pela ONU a pior tempestade já registada do Hemisfério Sul, afetando também países como o Zimbabwe, Malawi e África do Sul. Em Moçambique, as regiões mais fustigadas foram as províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Inhambane, sendo que 90% da cidade costeira da Beira (Sofala) ficou devastada. A destruição foi resultado de inundações, chuvas torrenciais e ventos que atingiram velocidades de cerca de 195 Km/hora.
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Segundo dados oficiais, cerca de 1,85 milhões de pessoas (306 mil famílias) precisaram de ajuda internacional e 73.000 pessoas foram deslocadas e obrigadas a viver em campos de acolhimento como consequência do desastre. 62.152 casas foram totalmente destruídas e 15 mil hectares de culturas agrícolas ficaram inundadas, de acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique. Com 60% da sua população a viver em situação de pobreza extrema (Banco Mundial, 2016), várias povoações de Moçambique sofreram um enorme impacto a nível de recursos básicos, nomeadamente acesso a água potável e bens alimentares, eletricidade, telecomunicações e a grande maioria das estradas ficaram intransitáveis. No que toca às instituições públicas, 335 mil alunos deixaram de frequentar a escola e 55 unidades de saúde perderam a capacidade de prestar cuidados à população.
AMI
MOÇAMBIQUE
Reunião inter-cluster
Zambézia
Sofala Beira Manica Inhambane
Maputo
Gravemente atingido a nível de infraestruturas e recursos foi o Hospital da Beira, o principal centro de resposta médica da cidade. Organizações e governos internacionais acionaram os seus mecanismos de resposta de emergência para que a ajuda humanitária chegasse às regiões mais prejudicadas e fosse garantida a proteção da população. Atendendo à paridade linguística e à relação histórica entre Moçambique e Portugal, a mobilização do Estado e de ONG portuguesas, bem como da sociedade civil, foi bastante expressiva na contribuição prestada a Moçambique. Com 35 anos de experiência em missões de emergência e desenvolvimento, a AMI foi uma das 9 Equipas Médicas de Emergência Internacionais oficialmente reconhecidas pelo Ministério da Saúde de Moçambique e destacadas para partir para o terreno. A equipa da AMI foi composta por 26 elementos, 11 deles expatriados (4 médicos, 2 enfermeiros, 1 farmacêutica, 2 gestoras de projeto e 2 logísticos) e 15 contratados localmente (2 médicos, 4 enfermeiros, 4 agentes de limpeza, 2 guardas, 3 motoristas/logísticos). Também apoiada pelos voluntários benévolos da First Things First, da Comunidade de Maputo e Beira, pelos Bombeiros Voluntários do Beato e de Aveiro, a equipa médica partiu em diferentes grupos e fases no decorrer do mês de março. A primeira equipa a chegar a Maputo partiu de Lisboa em missão exploratória, com o objetivo de avaliar as necessidades de intervenção no terreno, começando por adquirir localmente toneladas de medicamentos e bens de primeira necessidade para serem posteriormente distribuídos a famílias de 13 comunidades de Munhava, na cidade da Beira.
As comunidades da Beira reúnem-se para receber notícias, após a passagem do ciclone IDAI
Três dias depois, partiu a segunda equipa médica da AMI que, a pedido do Ministério da Saúde moçambicano, se instalou no Centro de Saúde de Manga Nhaconjo, servindo uma população de 50 mil habitantes. Estavam criadas as condições para se dar início à montagem do Hospital de Campanha (HDC), o primeiro dos 4 hospitais que viriam a operar na Beira, operacional 24 horas diárias e exclusivamente dedicado ao tratamento de doentes com diarreias agudas aquosas e diagnóstico de casos de cólera. O agravamento das condições de higiene e sanitárias nas regiões afetadas reuniram todos os elementos para a propagação de cólera através do consumo de água e alimentos. A localização do Hospital de Campanha foi também estratégica, nas proximidades do Centro de Saúde, permitindo à equipa da AMI trabalhar em estreita colaboração com a equipa local. | 13
Uma formação conjunta no Centro de Saúde de Manga - Nhaconjo
Acesso a água potável é dos fatores mais importantes para travar a propagação da cólera
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Relativamente à colaboração da Equipa AMI com os técnicos locais, Inês Felizardo Lopes, médica portuguesa do Hospital de Campanha (HDC), relata que esta foi essencial “não só para assegurar que o HDC funcionava 24 horas por dia como também na discussão de casos clínicos e na nossa aprendizagem. Neste ponto, não nos enganemos, eles têm uma experiência enorme na especificidade da epidemiologia que nós não temos”. Foram três as áreas de intervenção fundamentais por parte da equipa médica: o atendimento a doentes com diarreias, o controlo de disseminação da doença através de isolamento no HDC, para prevenir o risco de contágio aos restantes pacientes da unidade de saúde e ainda ações de sensibilização para questões de higiene e tratamento de águas. Um dos desafios encontrados pela equipa médica no controlo de propagação da doença foi a desinfeção de águas destinadas ao consumo humano, através da diluição de cloro. A execução deste procedimento tinha de ser feita em conformidade com as normas internacionais, nomeadamente as orientações da Organização Mundial de Saúde. A propósito das ações de sensibilização realizadas no seio das comunidades locais, Inês Felizardo Lopes salienta que “do nosso trabalho, fazia ainda parte uma componente muito importante de educação para a saúde, de forma a explicar os cuidados higieno-sanitários a ter para travar a propagação de doenças e tentar conter a epidemia. Neste aspeto verificou-se a necessidade de complementar o nosso trabalho com a referenciação das equipas que trabalhavam nas comunidades. Foi também distribuído material para desinfeção das águas para a população e material de limpeza”. 14 |
As primeiras semanas foram muito intensas, com um grande número de pessoas em busca de cuidados e tratamento no Hospital de Campanha. Muitos casos de cólera. Filas de espera ao longo de todo o dia e noite. Por outro lado, Inês Felizardo Lopes reflete acerca das circunstâncias em que tiveram de trabalhar pois “exigiram uma elevada capacidade de adaptação face à escassez de meios e recursos de que dispúnhamos”. O volume de trabalho da equipa diminuiu uma vez que a maioria dos casos de cólera foram diagnosticados e se ministraram os tratamentos. No decorrer dos meses de maio e junho, a equipa médica da AMI realizou 2.328 consultas na cidade da Beira, 54% das quais dirigidas a mulheres e 46% a homens. Ana Paula Cruz, médica na sua primeira missão de emergência com a AMI, manifestou que “(..)todos os dias víamos imensas pessoas, não eram apenas casos de cólera, também tínhamos casos de malária, infeções respiratórias, casos de subnutrição e todas as consequências psicológicas da tragédia do ciclone”. Ao terminar a missão, o Hospital de Campanha foi doado ao Centro de Saúde da Manga Nhaconjo, juntamente com materiais médicos e medicamentos. O número de casos compatíveis com cólera reduziu significativamente, pelo que foi definido que as tendas do Hospital de Campanha, após a missão de emergência, serviriam para dar apoio aos serviços que exigiam mais espaço - psicologia e pediatria.
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A equipa expatriada da AMI e a equipa local reúnem-se no Hospital de Campanha
A colaboração entre a equipa expatriada e a equipa local foi fundamental para uma intervenção eficaz por parte da AMI
Art_AMI_Mocambique_crtz_A4.pdf
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22/03/2019
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Terminada a sua intervenção humanitária, a AMI está agora a desenvolver o projeto pós-emergência Mangwana Prevenção de Doenças de Potencial Epidémico, implementado em parceria com a associação ESMABAMA para garantir que as comunidades de Manga Nhaconjo são acompanhadas a nível de cuidados de saúde e que a vulnerabilidade das comunidades locais seja reduzida no que toca a doenças infecciosas prioritárias em situação de pós desastre. C
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O projeto Mangwana estende-se até 31 de maio de 2020 e abrange os Bairros 13 e 14 da cidade da Beira, tendo como objetivos fundamentais uma abordagem comunitária para a comunicação de risco e a promoção de medidas preventivas, de controlo pessoal e ambiental, para doenças infecciosas prioritárias que beneficiem os agregados familiares em risco nas comunidades abrangidas.
A AMI QUER AGRADECER ÀS SEGUINTES ENTIDADES QUE AJUDARAM A ANGARIAR 333.379,20€ (54.318,25€ provenientes da campanha autorizada pelo MAI entre 25 e 31 de março) para a intervenção de emergência em Moçambique e implementação do projeto subsequente na cidade da Beira. Obrigada ao Agrupamento de Escolas de Cister, Ao Sul do Tejo, Associação de Professores Aposentados do Distrito da Guarda, Atrium Emergência Investimentos – Sfc, Auchan, Banco BIG, Banco Carregosa, Câmara Municipal da Guarda, Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal de Palmela, Câmara Municipal do Seixal (donativo + medicamentos), Consulai, Consultoria Agro-Industrial Lda, Farmácia Alto da Eira – Sta. Iria de Azóia (medicamentos), Fnac, FTF Moçambique (medicamentos, alimentos e combustível), Fundação AGEAS-AGIR, Galeria Mira Forum, Hovione Farmaciência SA, JOFILHOS - Sociedade de Construções Lda., Miniclip Portugal Unipessoal Lda, Moreno, Produtos de Saúde (medicamentos), Montijo Solidário (Espetáculo - 28 de abril), Motoclube da Vila de Cascais, Omnova Solutions Portugal SA, Petrotec - SGPS, SA, ALTICE PORTUGAL – Programa MEOS, Repsol, Riberalves Comércio e Indústria de Produtos Alimentares, RTP / MEO Chamadas Valor Acrescentado, Selma Uamusse/Mão dada a Moçambique, Sociedade Portuguesa de Cardiologia, TAP (transporte carga pro-bono), Würth Portugal Técnica Montagem Lda., Young & Rubicam (campanha de publicidade).
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A completar 10 anos de vida, o prémio Linka-te aos Outros tem ajudado jovens estudantes a concretizar os seus projetos de cidadania e a dar o seu contributo para tornar as suas comunidades mais justas, mais equilibradas e mais solidárias. Lançado em 2010 como um prémio para projetos de voluntariado a estudantes que frequentam do 7º aos 12ª anos de escolaridade que ajudassem a melhorar ou a superar problemas por si detetados, o “Linka-te aos Outros” assenta toda a sua essência nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas, são objetivos que, embora pareçam vagos e difíceis de alcançar, dependem do envolvimento de todos. O seu grande objetivo é ajudar a alterar realidades sociais e, simultaneamente, formar os jovens, no sentido de os alertar para a possibilidade que cada um tem de melhorar a comunidade que os rodeia. Com pequenos gestos, na escola, na rua, em casa, junto da família, colegas ou amigos, a cada um, à sua medida
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VENCEDORES ANO LETIVO 2018/2019 Foram três os projetos apoiados pela AMI na mais recente edição do Linka-te aos Outros: o projeto “Inc-L-Tec”, da Escola Camilo Castelo Branco (VN Famalicão), que pretende criar um espaço lúdico para promover a inclusão informática de alunos portadores de incapacidade e deficiência; o projeto “Cidadania (global) e Desenvolvimento”, promovido pelo Clube Viver a Vida da EB 23 Dr. Horácio Bento de Gouveia que visa promover a educação para a cidadania; “Vale Mimos em Movimento”, do Agrupamento de Escolas do Vale da Amoreira (Barreiro), que tem como objetivo a promoção de atividades de voluntariado.
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fazer parte da construção de um mundo mais humano. Dos projetos apresentados anualmente, a AMI seleciona os mais consistentes e garante o financiamento de 90% dos mesmos, até um total de €2.000. Em dez anos de vida, esta iniciativa já financiou 28 projetos de estudantes num total de €35.770. Os projetos premiados apoiaram desde idosos a estudantes e famílias carenciadas, assim como a integração de jovens com deficiência, sem-abrigo e jovens institucionalizados, passando pela sensibilização para a prática do voluntariado.
Quadro de Honra_
Nacional_
Sonhar com uma casa No More Bricks in the Wall
AMI selecionada para promover campanha europeia em Portugal
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A AMI foi selecionada pelo projeto “Snapshots from the Borders”, financiado pela União Europeia e promovido por 35 parceiros europeus, entre atores da sociedade civil e autoridades locais, para ser a representante portuguesa da campanha “No More Bricks in the Wall”. A proposta apresentada pela AMI, sob o tema “WALL: Derrubar Muros, Construir Futuros”, procura contribuir para o desenvolvimento de políticas migratórias positivas de acolhimento e integração através de uma maior sensibilização dos cidadãos em Portugal para o fenómeno das migrações globais, as suas causas e consequências nos países de origem e impactos e desafios nos países de acolhimento, concorrendo assim para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10 – Reduzir as Desigualdades. O principal objetivo da campanha “No More Bricks in the Wall” prende-se com a necessidade de aumentar o conhecimento informado dos cidadãos europeus sobre a migração global e o seu principal impacto e promover a assinatura de uma petição para designar o dia 3 de outubro como o Dia Europeu da Memória e do Acolhimento, uma data simbólica que recorda o trágico naufrágio de 368 pessoas (crianças, homens e mulheres) em Lampedusa, em 2013. A iniciativa arrancará em setembro nas redes sociais e culminará com a realização de um grande evento no dia 3 de outubro de 2019, em simultâneo em todas as capitais dos Estados-Membros da União Europeia. Uma oportunidade ímpar para promover a tolerância e o respeito pelos Direitos Humanos.
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No passado dia 3 de julho, a Câmara Municipal do Funchal organizou a III Conferência Municipal sobre “Estar em Situação de Sem-Abrigo”, assente no tema “Percursos de Inclusão”. Com a intervenção de diversos oradores regionais, nacionais e internacionais, Ana Martins, Diretora de Ação Social da AMI, foi uma das convidadas a participar no congresso, tendo apresentado o seu livro “As sem-abrigo de Lisboa - Mulheres que sonham com uma casa“. Esta conferência incidiu no trabalho desenvolvido ao longo de 2018 e no primeiro semestre de 2019 pelas instituições que intervêm no terreno e com populações em situação de sem-abrigo, conjuntamente com a Câmara Municipal do Funchal. Foi também formalmente apresentado o Grupo de Trabalho Interinstitucional, para a intervenção em situações de risco de pessoas sem-abrigo, formado pela AMI, Câmara Municipal do Funchal, Associação Conversa Amiga (ACA), Associação Protetora dos Pobres (APP) e Centro de Apoio ao Sem-Abrigo (CASA).
MarvilAMI Por altura dos Santos Populares e graças ao apoio da Junta de Freguesia de Marvila e da Sociedade 31 d’agosto de 1855, a AMI organizou o Arraial Solidário MarvilAMI na Fábrica Braço de Prata. Esta celebração contou com um baile típico alfacinha, acompanhado pela atuação musical de Zé Carlos. A marcha infantil de Marvila e a Marcha do Centro Porta Amiga de Chelas foram os grupos populares que desfilaram. Os manjericos artesanais – feitos pelas beneficiárias do CPA de Chelas- foram uma das novidades deste arraial, enchendo de cor o pátio da Fábrica Braço de Prata. As receitas angariadas reverteram a favor do Espaço de Prevenção à Exclusão Social (EPES) do Centro Porta Amiga de Chelas.
BREVES
Celebrar a Natureza A 28 de julho celebra-se o dia Mundial da Conservação da Natureza. A AMI destacou o seu projeto Ecoética Pós Incêndios, que procura reabilitar e reflorestar, com espécies autóctones terrenos ardidos em todo o território nacional. Portugal detém vastas áreas naturais ricas em biodiversidade a nível da fauna, flora, qualidade paisagística e ambiental. Denominadas de Áreas Classificadas, integram atualmente a Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) num total de 47, totalizando 739 mil hectares, contabilizando área marinha e área terrestre. Em Portugal, os incêndios florestais têm gerado graves consequências a nível da extinção de espécies, da destruição de habitats e do desequilíbrio de ecossistemas, sendo que 2017 foi um ano particularmente trágico nestes aspetos. Em resposta à significativa perda do património natural do país, a AMI criou o projeto Ecoética Pós Incêndios para contribuir para reabilitar algumas regiões, mais concretamente em Folgosinho (Distrito da Guarda) onde se plantaram cerca de 3.000 árvores e Góis, onde foram plantadas cerca de 700. A próxima área para intervenção será Monchique e está prevista a plantação de 2.000 árvores.
Um dia diferente para os residentes do Abrigo do Porto
O Abrigo do Porto organizou na primeira semana de agosto a I Caminhada do Abrigo, um passeio de 3km, desde o Abrigo até às Fontainhas, que juntou a equipa técnica e os residentes. Algumas das atividades dinamizadas habitualmente no espaço deste equipamento social, como o Clube de Leitura e Debate, o Treino de Competências Pessoais, o treino de Futsal e desafio semanal foram, neste dia, realizadas num ambiente diferente.
Let the Planet B! O No Planet B é um projeto a decorrer simultaneamente em seis países europeus e implementado pela AMI em Portugal. É cofinanciado no contexto do programa DEAR (Development Education Awareness Raising) pela União Europeia e em Portugal também pelo Instituto Camões I.P. na linha de Educação para o Desenvolvimento. O No Planet B visa promover o envolvimento de organizações da sociedade civil (OSC) - de pequena e média dimensão - na consciencialização/sensibilização para a defesa dos recursos naturais do planeta e do meio ambiente, com o intuito de combater as alterações climáticas. O projeto “There isn’t a Planet B!” pretende chegar à sociedade civil e gerar alternativas para a preservação do planeta Terra. Seja através de ajuda financeira, da capacitação e partilha de conhecimentos e reforço da rede de oportunidades, são já 22 as organizações, de norte a sul do país, apoiadas para o desenvolvimento de iniciativas de sensibilização, inovação e cidadania ambiental. A listagem completa de pequenas e grandes ações apoiadas pela AMI e a sua distribuição geográfica podem ser consultados no website da AMI ou em pt.noplanetb.net
Resultados Peditório Ao contrário do que tem sido norma, o 32º Peditório da AMI decorreu através de iniciativas localizadas em datas específicas, entre o início de maio e o final de junho. Com o lema “Só estamos a pedir porque ainda temos a quem dar”, o 32º Peditório da AMI teve como objetivo financiar os projetos da instituição na luta contra a pobreza em Portugal e divulgar o trabalho da AMI no país e no Mundo, tendo sido possível angariar um total de €16.803,73. A AMI agradece a todos os doadores e voluntários que tornaram possível esta iniciativa.
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Internacional_
Meninas, não mulheres
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Pela vida do povo palestino A escassez de recursos nos territórios palestinianos é uma problemática sem perspetiva de resolução. Para as organizações humanitárias na Cisjordânia, que prestam apoio social e cuidados de saúde à população, a falta de veículos que assegurem a assistência médica em casos de emergência é uma, entre as várias problemáticas correntes para as entidades locais a nível logístico. Esta carência levou a AMI a doar duas ambulâncias a instituições humanitárias nas cidades de Nablus e Hebron. Os veículos foram entregues às Associações Arab Woman Union Society (Hebron) e Palestine Red Crescent Society (Dura, Hebron). Ambas as organizações, para além do serviço social que prestam às populações que vivem nas cidades, vilas e áreas agrícolas circundantes, também detêm unidades hospitalares. As circunstâncias políticas dos territórios palestinianos e a quantidade de checkpoints instalados na região desde 2000, limitaram profundamente a circulação do povo palestino. Em consequência, o papel desempenhado pelas Instituições de saúde tem sido condicionado, quer no transporte de equipamentos e suplementos médicos, quer no auxílio a cidadãos palestinianos em situações de emergência médica. Em comunicado, a Arab Woman Union Society, expressa que “a ambulância da AMI já entrou em circulação e teve um grande impacto na proteção da vida do povo palestino, permitindo-nos fazer o transporte de pacientes em tempo útil, proporcionar-lhes a devida medicação e acesso a unidades de sangue”.
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Os Camarões situam-se na região ocidental da África Central e é um país marcado pela sua forte história, cultura e tradições centenárias. A prática de casamentos infantis é prevalente em áreas rurais, nomeadamente na Região Nordeste do país. Para combater esta prática, a AMI financiou um projeto que visa o empoderamento, a melhoria do acesso à educação e a criação de oportunidades que permitam às jovens camaronesas ampliar as suas perspetivas de vida. Este projeto será implementado em 4 comunidades rurais de Bamenda e procura atenuar as repercussões dos matrimónios precoces na saúde reprodutiva, sexual e psicológica destas jovens, capacitando-as. Segundo dados da UNICEF, nos Camarões cerca de 31% das raparigas são casadas antes dos 18 anos de idade e 10% casam-se antes dos 15 anos (idade legal). A ideia de implementar um conjunto de cursos vocacionais em áreas chave faz parte das ambições do parceiro da AMI para este projeto e contempla ainda o pagamento de propinas a jovens para garantir a continuidade dos seus estudos e educação. Dirimir o risco de coação das jovens, muitas vezes por parte das suas famílias e líderes comunitários, a casamentos precoces, é o propósito fundamental desta ação. Uma das estratégias adotadas é a de sensibilizar líderes comunitários e religiosos, através de ações de sensibilização, da produção de programas de rádio e de um documentário testemunhal. Prevê-se que esta iniciativa dure até julho de 2020 e venha a beneficiar diretamente 464 jovens.
Novo projeto no Chile A AMI vai financiar um novo projeto no Hospital Roberto del Rio, na capital chilena, que presta cuidados médicos a crianças e adolescentes com necessidades de cuidados especiais de saúde. Esta iniciativa dá seguimento à ação iniciada em 2017 em parceria com a Fundação Auxilio Maltês e visa a construção de um centro de reabilitação integrado, que oferecerá tratamento integral biopsicosocial em todas as patologias que o hospital abrange, considerando todos os fatores que condicionam o estado de saúde e a recuperação dos pacientes. O projeto conta com um orçamento de 45 mil euros e beneficiará mais de 8.700 pessoas por ano.
BREVES Mecenato_
Renascer das cinzas
Dez anos a apoiar jovens a estudar A Ca m pa n h a esco l a r so l i d á ri a , p ro m ovi d a pela Ami e pela Auchan, chega este ano à sua 11ª Edição, proporcionando material escolar a crianças entre os 3 e os 18 anos (1º, 2º e 3º ciclo), assim como apoio às famílias em situação mais vulnerável. A iniciativa conta já com uma década e, tendo em conta a adesão das famílias, repete-se este ano nos mesmos moldes. Começou em meados de agosto nas lojas Auchan, pelo período de duas semanas, dando aos consumidores a possibilidade de adquirir vales, cujos valores revertem em material para construir as mochilas (que contêm cadernos, canetas, estojos, etc.). O valor total angariado na compra destes vales é duplicado pela Auchan e convertido em material escolar. Esta iniciativa é singular no sentido em que se propõe disponibilizar a mesma quantidade de material para todas as crianças e adaptá-lo às suas faixas etárias e necessidades escolares. Serão mobilizados 150 voluntários da AMI para ajudar na triagem e preparação das cerca de 4000 mochilas. Estas serão entregues em nove Centros Porta Amiga e em quatro núcleos da Fundação espalhados pelo país, antes do início do ano letivo 2019/2020.
Aventura Solidária Continuam abertas as inscrições para a Aventura Solidária. As próximas aventuras estão marcadas para o Senegal (1 a 10 de novembro) e para a Guiné-Bissau (28 de novembro a 8 de dezembro). Este projeto da AMI permite aos participantes melhorar a vida de comunidades com grandes carências, apoiando financeiramente uma causa ou um projeto. Para mais informações e inscrições contacte-nos para o e-mail aventura. solidaria@ami.org.pt
A AMI concluiu a iniciativa de reflorestar a vila de Góis e de reconstruir uma casa familiar em Pedrogão, contando com o apoio do Programa MEOs. Este programa baseia-se na doação de pontos MEO para iniciativas de intervenção social, entre outras. Em outubro de 2017, a Vila de Góis (Coimbra) viu 17.521 hectares da sua área florestal ardida. A AMI recorreu ao seu Fundo de Emergência de Incêndios, e com o apoio do programa MEOs, comprometeu-se a reabilitar sete hectares através da plantação de 3.000 árvores. A intervenção decorreu durante a primeira semana de outubro de 2018 e de momento encontra-se em fase de monitorização e controlo do crescimento das plantações. Para este efeito, a AMI contou com o apoio de 100 voluntários locais e 30 técnicos de reflorestação. Em Pedrogão, na aldeia de Ramalho, foi reabilitada uma residência familiar, destruída nos grandes incêndios de 2017. Em abril de 2019 celebrou-se a entrega oficial da chave da residência à família apoiada que viu o seu lar restaurado pronto a habitar e a acomodar o casal que tanto esperou pelo regresso a casa.
Estágios AMI/NB Up Já são conhecidos os candidatos selecionados para os estágios de cooperação internacional AMI/NBup, edição 2019. São eles Gonçalo Matos, Bárbara Pereira, Ana Beatriz Reis e Rita Rito. Os estágios terão a duração de 2 meses e vão decorrer nas missões da AMI na Colômbia e na Guiné-Bissau. Nas 14 edições deste programa, 80 estagiários foram integrados em missões da AMI em 8 países diferentes.
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INFORMAÇÕES
VOLUNTARIADO Quando a AMI nasceu, em 1984, o sonho era grande e as dificuldades imensas, mas a AMI cresceu e os anos passaram a uma velocidade inacreditável… E nada disto seria possível sem a coragem e o altruísmo de todos os voluntários que nos acompanham. Em missões internacionais, os voluntários podem assumir funções de coordenação de projeto, chefia de missão ou de especialista em áreas técnicas relevantes, integrando projetos de curta ou longa ou duração, em função do seu perfil e das necessidades existentes no terreno. Em Portugal, a AMI conta com voluntários das áreas da saúde, educação, ciências sociais, jurídica e indiferenciados que ajudam a prestar serviços aos beneficiários dos equipamentos sociais, aos quais, de outra forma, não teriam acesso.
NECESSIDADES ATUAIS DE VOLUNTARIADO Animadores para pessoas idosas Cabeleireiro Enfermeiro/a
CPA GAIA
CPA OLAIAS
CPA PORTO
CPA COIMBRA CPA ALMADA
CPA GAIA CPA OLAIAS
Formadores nas áreas da informática Médico/a
CPA COIMBRA
Nutricionista Psiquiatras
CPA PORTO
CPA PORTO
CPA FUNCHAL
CPA CASCAIS CPA ANGRA
CPA CASCAIS
CPA ALMADA CPA ALMADA
ABRIGO DO PORTO
voluntariado@ami.org.pt
CPA DO PORTO
[FICHA DE CANDIDATURA ONLINE]
Este número da AMI Notícias foi editado com o especial apoio da revista VISÃO (Distribuição), COMPANHIA DAS CORES (Design), LIDERGRAF (Impressão e Acabamento) e CTT – Correios de Portugal Autorizada a reprodução dos textos desde que citada a fonte. AMI Fundação de Assistência Médica Internacional R. José do Patrocínio, 49 – Marvila, 1959-003 Lisboa ami.org.pt | fundacao.ami@ami.org.pt Ficha Técnica Publicação Trimestral Diretor Fernando Nobre Diretora-Adjunta Leonor Nobre Redação Paulo Cavaleiro e Marina Bertolami Edição Luísa Nemésio Fotografias AMI, Pedro Aquino, Isabel Fernandes Colaboram neste número Ana Ferreira Paginação Ana Gil e Sofia Dias Tiragem 54.000 exemplares Depósito Legal DL378104/14
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