Betão n. 39 - Junho 2018

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Jun. 2018

Entrevista: Júlio Appleton Obra: NOVA SBE Carcavelos Campus Técnica: Betão com agregados de cortiça Eventos: Dia do Betão 2018 Opinião: Um mundo sem betão?


Construindo parcerias sustentáveis

A NOSSA FORÇA ESTÁ NA VERSATILIDADE Continuamos a percorrer o caminho da inovação e da qualidade de forma consistente rumo ao futuro, através do desenvolvimento de uma vasta gama de produtos, por forma a encontrar as soluções mais adequadas às necessidades dos nossos clientes. BETÃO LIZ, S.A. Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA Tel.: 213 118 100 Fax: 213 118 821 betaoliz@intercement.com

www.cimpor-portugal.pt


Editorial

Caras leitoras e caros leitores,

João Duarte Diretor Executivo

Estive no início de junho de 2018 na Noruega. Fui participar no congresso ERMCO 2018. Como é costume, a ERMCO, a Organização Europeia do Betão Pronto, aproveitou para realizar algumas reuniões. Representei a APEB na da Direção e na da Assembleia Geral. Estes eventos são muitíssimo importantes para divulgar as novidades e para estimular novas ideias. Diversos projetos inovadores foram apresentados. Eis dois exemplos que me impressionaram: • Uma fábrica de cimento na Noruega que tem em curso um projeto piloto que envolve a captura do dióxido de carbono. Esta nova tecnologia vai permitir reduzir em 50% as emissões daquele gás. • Um edifício, já em construção, que vai produzir mais energia que a que é necessária em todo o seu ciclo de vida. O prédio vai ter um telhado executado com painéis solares fotovoltaicos. Isto vai permitir um balanço energético positivo nos 60 anos de vida útil projetada. A Concrete Initiative organizou também um workshop sobre a promoção e o marketing das soluções construtivas baseadas em betão. Das apresentações efetuadas no evento, destaco o projeto das barreiras que estão a ser construídas para proteger Veneza das cheias, cada vez mais frequentes e que estão a causar graves danos na cidade. O projeto MOSE só foi possível de concretizar com betão. Nas reuniões da ERMCO foram debatidos temas muito relevantes para o setor do betão pronto. O mais importante para mim foi a revisão do Regulamento CE 561/2006 relativo aos tempos de condução, pausas e períodos de repouso, que está em curso neste momento. Sob a coordenação da ERMCO, as várias associações nacionais estão a desenvolver todos os esforços para sensibilizar os seus representantes na União Europeia para a pertinência da exceção que procuramos. Estou convicto que juntos vamos conseguir. Este é um exemplo do que a APEB pode fazer em prol das empresas de betão pronto portuguesas. Para maximizar os resultados do nosso trabalho precisamos do apoio de todas as empresas nacionais. É uma questão de fair play apoiar a associação, participar e em conjunto recolher os frutos. Esta edição sai agora porque queríamos partilhar o quanto antes as impressões do Dia do Betão 2018.

Boa leitura.

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Sumário

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Fotografia de capa: Terminal de Cruzeiros de Lisboa | © Secil

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04 Notícias

26 Opinião

› Breves › Instalações da EUROMODAL na vanguarda da construção

Formação Profissional: Investir no futuro

28 Obra Nova SBE: Novo campus universitário em Carcavelos

10 Eventos

32 Internacional

Dia do Betão 2018

ATECAP – A Associação Italiana do Betão Pronto

14 Vida Associativa

36 Técnica

Novo membro associado: ABTF

Segurança e Saúde vs Produção – Provocando a Reflexão

16 Entrevista

38 Normalização

Júlio Appleton

A nova ISO 45001

18 Opinião

40 Obra

Um mundo sem Betão? Como seria? Fiz o teste

Hotel Vila Galé Sintra

20 Vida Associativa

42 Técnica

Entrevista Ana Dinis, Administrativa APEB

Ensaio de Abaixamento

22 Técnica

44 Vida Associativa

Betão Unileve® Cortiça Branco

Valgroubetão

Associados da APEB: ABB, ABTF Betão, Betão Liz, Betopar, Brivel, Concretope, Ibera, Lenobetão, Mota-Engil – Engenharia e Construção, Pragosa Betão, Sonangil Betão, Tconcrete, Tecnovia, Unibetão e Valgroubetão. Membros Aderentes da APEB: BASF, Chryso, Euromodal, MC-Bauchemie e Sika Portugal.

Propriedade APEB – Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto – Av. Conselheiro Barjona de Freitas, 10-A, 1500-204 Lisboa T. 217 741 925/932

E-mail: geral@apeb.pt

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Diretor João Pragosa | Coordenação Editorial João Duarte Design, Publicidade e Produção Companhia das Cores – Design e Comunicação Empresarial, Lda. – Rua Sampaio e Pina, n.º 58, 2.º Dto., 1070-250 Lisboa T. 213 825 610

E-mail: marketing@companhiadascores.pt

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Impressão Impress – Charneca de Baixo, Armazém L, 2710-499 Ral - Sintra | Depósito legal 209441/04 | Tiragem 3 500 exemplares Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores.

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Notícias

BETOPARTS aposta no Dia do Betão A BETOPARTS, empresa que se dedica à venda de equipamentos e ao fornecimento de peças e componentes para o setor do betão pronto, esteve em força no Dia do Betão 2018. Integrou o espaço de exposição para as empresas que complementou com a exposição de uma bomba de betão junto à entrada do local de realização do evento, o Hotel Lezíria Parque em Vila Franca de Xira. No fim do evento, Tiago Roda, Diretor Comercial da empresa, estava muito satisfeito e reconheceu que participar no Dia do Betão foi a aposta certa. Mais informações em www.betoparts.com.

Progresso da reciclagem no ambiente construído O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) vai realizar a quarta conferência internacional sobre o progresso da reciclagem no ambiente construído. Conta com o apoio institucional da RILEM (International Union of Laboratories and Experts in Construction Materials, Systems and Structures), da Associação Smart Waste Portugal e da EDA (European Demolition Association). A conferência vai decorrer em 11 e 12 de outubro de 2018 no LNEC. O objetivo da conferência é divulgar e debater os recentes desenvolvimentos no processamento, caracterização e aplicação de materiais reciclados de resíduos de construção e demolição (RCD) e, deste modo, estimular a sua utilização. Esta conferência faz parte de uma série de eventos iniciados em 2009 pelo Comité da RILEM TC-217 - Progress of Recycling in the Built Environment. Mais informações em http://recycle18.lnec.pt.

CESOP trata dos dados estatísticos do setor do betão pronto A APEB contratou o CESOP – Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa para recolher e tratar os dados estatísticos inerentes à caracterização do setor do betão pronto. O objetivo é transmitir maior transparência ao processo e assim estimular todas as empresas de betão pronto a participar. O CESOP garante a confidencialidade dos dados de cada empresa, uma vez que entrega à APEB apenas os resultados aglomerados e uma projeção nacional. Por outro lado, a APEB compromete-se a distribuir o relatório final a todas as empresas que contribuírem com os seus dados.

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BE 2018 – Encontro Nacional de Betão Estrutural 2018 7 a 9 de novembro de 2018 – LNEC Organizado pelo Grupo Português de Betão Estrutural (GPBE) em conjunto com o Instituto Superior Técnico (IST), o BE 2018 vai decorrer entre 7 e 9 de novembro no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). O principal objetivo do evento é divulgar e debater as realizações e inovações mais recentes na área do betão estrutural. Pretende-se igualmente que o BE 2018 seja um espaço para o debate de ideias sobre os riscos e os desafios do futuro das estruturas de betão em Portugal, na Europa e no Mundo. Mais informações em http://be2018.pt.

TEST&E 2019 2º Congresso de Ensaios e Experimentação em Engenharia Civil

“Monitorizar e Preservar” é o tema do 2.º Congresso de Ensaios e Experimentação em Engenharia Civil. O evento vai realizar-se no Porto de 19 a 21 de fevereiro de 2019. É organizado pela RELACRE, a Associação de Laboratórios Acreditados de Portugal, em conjunto com o Instituto Superior Técnico (IST) e o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). Esta segunda edição terá lugar nas instalações do ISEP. Mais informações em www2.isep.ipp.pt/teste2019.

Nova norma do betão já está disponível No dia 15 de dezembro de 2017 o Instituto Português da Qualidade publicou a nova norma do betão. Trata-se da terceira edição e tem a referência NP EN 206:2013+A1:2017. A nova norma portuguesa resulta da tradução da sua versão europeia e é complementada com um Anexo Nacional com as disposições válidas em Portugal, tal como as duas edições anteriores. A norma ainda não pode ser implementada por enquanto. Aguarda-se a publicação do diploma sucessório do Decreto-Lei n.º 301/2007 de 23 de agosto. Até aí é necessário cumprir as disposições da edição anterior da norma, a NP EN 206-1:2007, inclusive as suas duas emendas de 2008 e 2010. Existem diversas alterações, tanto no corpo original da norma europeia como no Anexo Nacional. Estas alterações vão ter impacto em todas as fases da construção em betão, desde o projeto até à construção da obra. Na Betão (edições 37 e 38) publicámos dois artigos com as principais alterações. É importante estudar e compreender os aspetos que foram alterados. Só assim é possível determinar as medidas a implementar. A APEB está disponível para prestar quaisquer esclarecimentos e ajudar na interpretação da nova norma.

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Notícias

Finalmente os Eurocódigos

© Mota-Engil

A fase de consulta pública do projeto de Decreto-Lei dos Eurocódigos Estruturais terminou em 30 de abril de 2018. O processo está a ser coordenado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que é o organismo de normalização para esta área temática. Com este diploma, os Eurocódigos Estruturais vão passar a constituir a base para o dimensionamento das estruturas de betão e de estruturas de aço para edifícios, bem como para a elaboração dos cadernos de encargos para a execução das obras de construção. Foi ainda incluído um Eurocódigo relativo à avaliação e reabilitação de edifícios existentes no que respeita à resistência aos sismos. O projeto de Decreto-Lei revoga o Regulamento de Estruturas de Aço para Edifícios (Decreto-Lei n.º 211/86 de 31 de julho) e o Regulamento de Segurança das Construções Contra Sismos (Decreto-Lei n.º 41658 de 31 de maio de 1958). Revoga ainda parcialmente o Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes (Decreto-Lei n.º 235/83 de 31 de maio) e o Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado (Decreto-Lei n.º 349-C/83 de 30 de julho) no que respeita ao projeto de edifícios. O período de transição será de três anos após a publicação do diploma.

Prémio Inov.Ação Valorpneu já tem vencedores O Edifício Central Tejo do MAAT foi o palco da Cerimónia de Entrega do Prémio Inov.Ação Valorpneu. Após um ano e meio dedicado a uma iniciativa que pretende ser a linha de partida para que projetos saiam do papel e se tornem realidade, os vencedores do Prémio Inov.Ação Valorpneu foram conhecidos no dia 21 de junho. Os projetos PAVNEXT e RObUST foram os grandes vencedores na categoria Negócio & Inovação e que nos merecem aqui particular destaque pelas áreas em que terão aplicação. PAVNEXT consiste num equipamento de aplicação no pavimento rodoviário que, através de uma superfície em borracha de pneu reciclado que interage com os pneus dos veículos, permite extrair energia mecânica aos mesmos, reduzindo de forma direta a sua velocidade, sem induzir impacto aos veículos ou desconforto aos seus ocupantes, promovendo a segurança rodoviária. A ener-

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gia mecânica extraída aos automóveis é depois convertida em energia elétrica pelo próprio equipamento, através de uma tecnologia inovadora desenvolvida para o efeito. No projeto RObUST pretende-se reciclar a borracha de pneus, originando produtos para aplicações inovadoras em novos mercados: materiais de carbono nanoporosos para tratamento de águas residuais, de efluentes industriais gasosos e para reações catalíticas e ainda matérias-primas para a indústria química (solventes, tintas, lubrificantes, combustíveis ou borracha). www.inovacaovalorpneu.pt



Notícias

Instalações da Euromodal na vanguarda da construção Para erguer a nova sede da Euromodal em Baguim do Monte, Gondomar, foram usados os adjuvantes da Euromodal em betões calculados pelos seus próprios técnicos: betão pronto para as fundações e pavimentos e betão para estruturas pré-fabricadas. “Na hora de escolher o material para as nossas novas instalações, o betão foi a opção natural”, sublinha Francisco Araújo. O diretor-executivo da Euromodal considera que se seguiu “o caminho lógico” na demonstração do trabalho diário da equipa técnica da Euromodal: “a Euromodal acredita no aspeto inovador e estético que o betão confere a qualquer edifício”. As fachadas da sede da Euromodal são construídas com painéis de betão de primeira qualidade. As vantagens estão à vista: a relação qualidade-preço, o respeito ambiental, a resistência, a durabilidade, o isolamento sonoro e térmico e o impacto visual. O novo edifício da Euromodal está inserido num terreno de 3.500m2 e tem uma área de construção de 2.000m2. Engloba uma área de armazém com mais de 2.000m2, um laboratório com quase 250m2 e uma área de receção e serviços administrativos com aproximadamente 300m2. O empreiteiro geral foi a S. Pintos que também forneceu o betão para as fundações do edifício. Aqui foi

usado betão pronto com o superplastificante Woerment FM 818, que confere ao betão maiores resistências sem perda de trabalhabilidade, e o hidrofugante Impervius HWR 280, uma solução inovadora que torna todo o volume de betão 100 por cento impermeável. Na execução dos pavimentos esteve o Grupo Tavares que forneceu o betão com o superplastificante Woerment FM 830, com sistema Perfect Flow que inibe o efeito “pele de elefante”, o inovador controlador de retração Magisterium SRA 12, com inclusão de fibras metálicas para pavimentos sem juntas. Na pré-fabricação – vigas, pilares e painéis – o fornecedor da Euromodal foi a Concremat. O superplastificante Woerment FM 422 assegurou a forte redução de água e resistências elevadas em idade jovem. Em conjunto com o desmoldante Plantoclean 410, conseguiram superfícies lisas, isentas de poros e sem defeitos. Foi ainda utilizado o hidrofugante Impervius HWR 280. O processo construtivo das lajes foi feito em sistema de laje pré-tensionada alveolar fornecido pelo Grupo Verdasca. Neste caso, foram utilizados os adjuvantes Woerlith 267, um plastificante que permite obter um melhor acabamento no processo de

perfilação, e o Woergunit CSH, também utilizado no pavimento, que atribui resistências iniciais elevadas, através de um endurecimento mais acelerado. Na construção da sua nova sede, a Euromodal colaborou com os seus próprios clientes. O investimento total nas novas instalações foi de 1,5 milhões de euros. Este investimento faz parte do plano de expansão da Euromodal até 2022. “A nossa aposta vai para recursos altamente qualificados e para o equipamento de ensaio mais recente que nos permite aplicar as metodologias mais avançadas, explica Francisco Araújo que tem a convicção que “os nossos clientes ficam a ganhar. Com as nossas soluções, assessoria e produtos, vamos conseguir contribuir ainda mais para o melhor desempenho do betão”.

Ficha técnica

da nova sede da Euromodal › Terreno: 3.500m2 › Área de construção: 2.000m2 › Betão das fundações: S. Pintos com Superplastificante Woerment FM 818 + Hidrofugante Impervius HWR 280 da Euromodal

› Betão dos pavimentos: Grupo Tavares com Superplastificante Woerment FM 830 + Controlador de Retração Magisterium SRA 12 da Euromodal

› Betão de pré-fabricação: Concremat com Superplastificante Woerment FM 422 + Desmoldante Plantoclean 410 + Hidrofugante Impervius HWR 280 da Euromodal

› Processo construtivo das lajes: Grupo Verdasca com sistema de laje pré-tensionada alveolar + Adjuvantes Woerlith 267 e Woergunit CSH da Euromodal

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Eventos

João Pragosa, Presidente da APEB

Dia do Betão 2018 A importância do betão na sociedade atual Este foi o tema do Dia do Betão 2018 que se realizou a 24 de maio em Vila Franca de Xira. O evento contou com a participação de 170 profissionais do setor de todo o país. “Este foi o nosso melhor Dia do Betão de sempre”, afirma João Duarte, o Diretor Executivo. “Houve mais debate, mais networking, mais interesse. Tivemos excelentes oradores que contribuíram para o sucesso do evento com apresentações de interesse atual.”

Na sessão de abertura estiveram Carlos Pina, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que representou o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, e João Pragosa, Presidente da APEB. No seu discurso João Pragosa salientou os temas atuais que movem a associação: a legislação dos tempos de condução, a regulamentação dos pesos máximos para os veículos de quatro eixos e o tempo de espera nas operações STOP. “Estes são trabalhos para corredores de fundo. A ERMCO está a trabalhar estes e outros temas

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Xxxxxxxxxxxx Carlos Pina, do LNEC


Eventos

João Duarte, Diretor Executivo da APEB

junto da União Europeia e nós junto das autoridades locais.” João Pragosa referiu também a recuperação registada no setor do betão pronto nos últimos anos em que “o crescimento que identificámos e sentimos se deve essencialmente ao esforço e à capacidade de entidades privadas.” Abordou ainda os desafios atuais para as empresas de betão pronto, dos quais salientou o aumento das obras de reabilitação em detrimento da construção nova e a economia circular. “Temos de responder às novas exigências do mercado e preparar as nossas empresas para enfrentar estes e outros desafios.” João Pragosa considera que “estamos perante desafios muito importantes. Alguns só seremos capazes de os ultrapassar se unirmos esforços e trabalharmos em conjunto. Temos aqui o barco: a APEB. Temos de saber utilizá-lo.” O convidado internacional desta edição foi Marco Borroni que lidera o comité de estratégia e desenvolvimento da ERMCO, a Organização Europeia de Betão Pronto. O engenheiro italiano falou sobre a inovação

e tendências do futuro próximo para o setor do betão pronto. “Desde o nascimento da indústria do betão pronto, a inovação focou-se nos materiais constituintes, no processo de fabrico e na tecnologia do betão. Hoje temos de pensar de forma diferente: além de fornecer um material sofisticado, o produtor tem de oferecer um serviço de excelência à indústria da construção.” Marco Borroni abordou também as questões da sustentabilidade, da digitalização e da logística. A indústria do betão deve apostar na inovação quanto a estes aspetos para garantir a manutenção da sua competitividade. Júlio Appleton, da A2P, mostrou, através de vários exemplos de reabilitação estrutural, quais as soluções com betão que desenvolveu para cada desafio. Introduziu os conceitos fundamentais da durabilidade das estruturas de betão armado, as anomalias correntes, os métodos de diagnóstico e as intervenções possíveis. Segundo o professor, é importante apostar na

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Eventos

Marco Borroni, ERMCO

Júlio Appleton da A2P

Luís Ventura, da ECE Formação

Ricardo Marques, da APCER

manutenção ao longo da vida útil das estruturas para evitar que o nível de deterioração ponha em causa a sua utilização. Luís Ventura, da ECE Formação, ilustrou a aplicação da legislação que regula os tempos de condução, pausas e períodos de repouso (Regulamento CE n.º 561/2006) e deu pistas de como gerir o trabalho dos motoristas dos camiões-betoneira de forma a cumprir o estipulado. A terminar as comunicações esteve Ricardo Marques, da APCER, que apresentou a nova norma internacional de sistemas de gestão da segurança e saúde ocupa-

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cional (ISO 45001). Esta norma vai substituir a médio prazo a norma de referência atual: OHSAS 18001, com a vantagem de estar alinhada com as outras normas da ISO para sistemas de gestão, tais como a ISO 9001 e ISO 14001. O Dia do Betão 2018 terminou com uma mesa redonda que contou com as contribuições de Júlio Appleton, Luís Pereira, da Vibeiras, e António Mesquita, da Cimpor. A principal conclusão da mesa redonda foi que a sociedade atual não seria possível sem a contribuição do betão.


Eventos

Save the date

DIA DO BETÃO 30 maio 2019

Tal como nas duas edições anteriores, o Dia do Betão 2018 contou com um espaço para exposição das empresas. Este ano estiveram presentes as empresas BETOPARTS, BUSS COMUNICAÇÃO, CIMPOR, CHRYSO, EUROMODAL e UNIBETÃO. João Duarte aproveitou o dia para destacar os três temas políticos em cima da mesa: a APEB está a favor de uma exceção para o transporte do betão pronto na legislação que atualmente limita os tempos de condução, as pausas e os períodos de repouso. “A legislação atual não está ajustada às particularidades do transporte do betão pronto e isso está a prejudi-

car as empresas.” A APEB está também a favor de um aumento do peso máximo permitido aos camiões-betoneira, uma inovação já implementada noutros países europeus que reduz os custos de transporte, o consumo de combustíveis fósseis e o tráfego de veículos pesados nas estradas. Está ainda a favor de uma fiscalização prioritária dos camiões-betoneira nas operações STOP para assegurar que a qualidade do betão pronto não é afetada. O Dia do Betão veio para ficar. A edição de 2019 já tem data: 30 de maio. Marque já na sua agenda.

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Vida Associativa

Novo membro associado: ABTF O mais recente membro associado da APEB é a António Branco Tavares & Filhos, Lda. A empresa de betão pronto filiou-se na APEB em janeiro de 2018. Possui um centro de produção de betão pronto localizado na Zona Industrial de Vila Verde, concelho de Oliveira do Bairro que opera desde 2006. A ABTF possui um sistema de gestão pela qualidade de acordo com a ISO 9001, que está certificado pela SGS, e que integra o controlo da produção do betão de acordo com a NP EN 206-1, também certificado pela SGS. A área de atuação da empresa abrange maioritariamente os distritos de Aveiro e Coimbra.

Medicina do Trabalho, Higiene e Segurança e Formação, Lda

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A SAÚDE NA SUA EMPRESA



Entrevista

Júlio Appleton

“O betão continua a ser a opção mais económica e também a mais interessante” Doutorado em Engenharia Civil, Professor Catedrático pelo Instituto Superior Técnico, especialista em Estruturas e, atualmente, Coordenador do Grupo de Trabalho dos Eurocódigos para Estruturas Existentes, Júlio Appleton conta com um percurso profissional com mais de quarenta anos. Em entrevista à revista Betão, fala-nos do papel do betão na atualidade, desmistifica ideias pré-concebidas e reflete sobre os principais desafios que este material enfrenta.

Qual o seu papel na Comissão Técnica dos Eurocódigos Estruturais e qual a importância desta entidade? Os Eurocódigos constituem um conjunto de Normas Europeias relativas ao projeto de estruturas de edifícios e de outras obras de Engenharia Civil. Há mais de 30 anos fizeram-se Eurocódigos para todos os materiais estruturais: madeira, alvenaria, alumínio, betão e aço, e Portugal colaborou na produção destes documentos. Para ter validade no seu território, cada país deve criar um documento nacional de aplicação. Em Portugal isso é feito na Comissão Técnica CT 115 - Eurocódigos, que é coordenada pelo LNEC. A nível nacional, fui o responsável pelo Eurocódigo das estruturas de betão e atualmente pela preparação dos Eurocódigos para a reabilitação de estruturas. Em 2000 produzimos esses anexos nacionais e os Eurocódigos foram publicados como normas portuguesas pelo IPQ (Instituto Português da Qualidade). Porém, estas normas não chegaram a ser transpostas como regulamentos em Portugal. Por isso,

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em Portugal vive-se uma situação muito caricata: a maior parte dos projetistas estão atualmente a projetar de acordo com os Eurocódigos quando, por lei, teriam de projetar pelos regulamentos portugueses ainda em vigor. Esta situação poderá mudar em breve, uma vez que em maio deste ano o governo abriu a discussão pública sobre o decreto-lei dos Eurocódigos. Mas em que áreas o betão evoluiu mais? O grande impacto no betão foi a chegada da indústria química a este setor. O grande desafio é conseguir um betão resistente e simultaneamente trabalhável sem colocar água a mais. Isso consegue-se com os adjuvantes, como os plastificantes e os superplastificantes, que são adicionados em pequenas quantidades. Atualmente, podemos fazer betões de alto desempenho que não eram possíveis sem esses superplastificantes. Hoje em dia, o betão continua a ser uma opção “natural” enquanto

material de construção? Que vantagens continua a apresentar face a outros materiais? Para estruturas novas em Portugal, o betão continua a ser a opção mais económica e também a mais interessante, devido a características como a plasticidade e a cor, vertentes muito trabalhadas por uma nova geração de arquitetos, embora Corbusier já o fizesse há muito tempo. Um aspeto muito importante é a facilidade de execução, uma vez que podemos dar qualquer forma ao betão. E se for bem feito tem uma grande durabilidade. Há uma outra característica que não tem sido muito explorada, que é a sua resistência ao fogo. Além disso, é um material de isolamento térmico muito bom. É o melhor dos materiais estruturais. Quais continuam a ser os grandes “mitos” associados ao Betão enquanto material de construção? O primeiro é que o betão é um material relativamente frio em termos estéticos. Eu devo dizer que sou adepto de pintar o betão.


Outra questão que é muitas vezes apontada é de cariz ambiental: as pessoas acham que o cimento é um problema para o planeta pelas emissões de CO2 que estão associadas à sua produção. Mas a verdade é que o betão absorve uma parte do anidrido carbónico do cimento através do processo de carbonatação. Não é um equilíbrio total, mas é-o em parte. E a produção do aço, quanta energia consome? O problema está na falta de visão de longo prazo, isto é, em qualquer obra é preciso calcular o custo global do empreendimento. Hoje vive-se numa situação em que os donos de obra não têm competência para compreender que não é minimizando várias parcelas que minimizam a soma total. Fazem concursos para apurarem qual é o projeto mais barato, mas não pensam na manutenção. Deviam pensar no custo durante o período de vida. E o período de vida das estruturas em edifícios correntes é de 50 anos e no caso das obras públicas é de 100 anos.

a execução da obra. É importante ter veículos de pequena dimensão para transportar pequenas quantidades de betão para as obras de reabilitação. Para o betão ter uma posição mais forte é bom que se pense nisso.

Que desafios traz ao betão o incremento da atividade nas áreas da reabilitação de edifícios e estruturas? E qual o papel da prefabricação? Num país com as características sísmicas do nosso não é possível termos uma construção tipo “lego” tendo em vista as preocupações futuras com a sua desconstrução. É preciso haver monolitismo. Quando usamos estruturas pré-fabricadas e chegamos aos nós, temos que criar uma capacidade de ligação porque uma estrutura para o sismo precisa de ter continuidade. O betão tem uma desvantagem em relação a outros materiais: é mais pesado e em termos estruturais isto é importante. Por isso, quando reabilitamos edifícios antigos com necessidade de intervenções mais profundas usamos frequentemente soluções mistas madeira-betão ou aço-betão. Outros problemas nas obras de reabilitação são a dimensão e o acesso dos equipamentos necessários para

obra em Lisboa neste momento, com 75 000 m2 de pavimento em betão armado e betão pré-esforçado, o projeto inclui umas consolas com 8 metros. Conseguimos resolver o desafio: para reduzir o peso optámos por uma estrutura mista aço-betão. Também as concessões rodoviárias nos trouxeram um outro desafio que foi a necessidade de executar com rapidez e controlo de custos. Agora, nas obras antigas, eu tenho encontrado mais dificuldades. Primeiro, temos que compreender o problema. É proibitivo alguém fazer um reforço ou alguma intervenção sem o perceber primeiro o problema. Depois, as intervenções são sempre complexas porque em muitas destas obras os trabalhos têm de ser feitos sem perturbar o funcionamento do empreendimento. Por exemplo, no viaduto Duarte Pacheco substituímos os aparelhos de apoio com o trânsito a passar.

O que é que apresenta maiores desafios num projeto: a realização de uma nova estrutura ou a intervenção numa estrutura já existente? Ambas são desafiantes, os desafios é que diferem. Nas obras novas, os arquitetos vieram trazer novas conceções. Por exemplo, no projeto do Hospital da CUF Tejo, que é a maior

Porque sente necessidade de formar equipas pluridisciplinares para a realização de estudos e projetos de engenharia? Ninguém sabe tudo. A única forma é reunirmos as competências que são necessárias para realizar um bom trabalho. Hoje, um projeto em engenharia implica várias colaborações, quer nas obras públicas quer nos edifícios. Nos edifícios, quem deve assumir a função principal é o arquiteto, deve ser ele o integrador das várias especialidades. Já nas obras públicas normalmente somos nós, engenheiros civis, os coordenadores e integradores de todas as especialidades. Falando agora do seu percurso enquanto docente, que memórias guarda desses tempos? Guardo boas recordações. Comecei a trabalhar com duas grandes figuras da engenharia do século XX. Fui assistente do Professor Arantes e Oliveira e, ao mesmo tempo, do Professor Manuel Rocha. Voltei ao IST depois do doutoramento, relativamente jovem, e tive a sorte de criar um grupo de raiz. Foram muitos anos de trabalho, a criar apontamentos que não existiam. E isso não é tarefa fácil. Tive muito prazer em ser professor, do contacto com os alunos, mas depois de 42 anos a exercer achei que chegava. Que mensagem ou conselho gostaria de deixar a quem deseje seguir Engenharia Civil e que áreas merecem particular destaque? A profissão de engenheiro civil é uma profissão associada à realização. O engenheiro civil é uma pessoa que quer resolver problemas. É uma profissão apaixonante. Eu tive sorte porque vivi num período de oportunidades. Parece-me difícil que a nova geração venha a ter as oportunidades que eu tive em Portugal. Mas há ainda muito para construir, quer em obras públicas e quer no setor imobiliário, onde se assiste atualmente a um grande dinamismo.

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© mapio.net

Opinião

Um mundo sem betão? Como seria? Fiz o teste O meu trabalho é à volta do betão. Para mim é o material de construção mais natural. Será que é mesmo assim ou estou condicionado pela minha profissão? Fiz o teste. Para consciencializar a importância do betão na minha vida, escolhi um dia de trabalho: 12 de abril de 2018. Por João Duarte

Tinha agendado para esse dia uma auditoria na ilha da Madeira. Levantei-me muito cedo para estar no aeroporto de Lisboa. Ainda antes de sair, dei-me conta que a casa em que vivo é construída em betão armado. Trata-se de uma construção tradicional, com sapatas e lintéis nas fundações, pilares, vigas e lajes acima do solo. É este material que me dá proteção e abrigo. A viagem ao aeroporto, àquela hora da manhã, ainda madrugada, levou cerca de 35 minutos. Logo no arranque, apreciei a paisagem construída: junto a casa, outros edifícios de habitação semelhantes. Nos interstícios dos edifícios, postes de eletricidade e telecomunicações, também em betão armado. É a infraestrutura que me mantém abastecido da energia elétrica necessária para a ilumi-

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nação, eletrodomésticos e aquecimento. Permite-me estar em contacto com o mundo exterior enquanto estou em casa. Já em Torres Vedras vejo outro tipo de edifícios por entre os de habitação: o Hospital da CUF, postos de abastecimento de combustíveis, o pavilhão do Sporting Clube de Torres Vedras, o quartel dos bombeiros, o tribunal, o edifício da PSP, as escolas e as superfícies comerciais, entre outros. Vejo também viadutos de cruzamentos desnivelados. O betão é visível em todas estas construções de uma forma ou de outra. Noutras utilizações não é tão visível. Sarjetas, esgotos e outras infraestruturas subterrâneas. Aqui, o betão não se mostra, mas está lá. Ao entrar na A8, passo pela portagem, também em betão. A autoestrada está em obras. Estão

a substituir a camada de desgaste. Verifico que o pavimento foi inicialmente construído em betão. Em breve, este não será visível, uma vez que está a ser aplicada uma camada de desgaste em betuminoso. No percurso para Lisboa, praticamente não há momento algum em que não esteja visível um viaduto. O betão está sempre presente. À chegada a Lisboa, logo à entrada na CRIL passo pelo túnel do Grilo, construção em betão armado. Pouco antes tinha visto à minha esquerda a ETAR de Frielas, infraestrutura também construída em betão armado. Minimiza o impacto ambiental das águas residuais e contribui assim para a sustentabilidade da nossa sociedade. Penso ainda em toda a infraestrutura que reúne e conduz as águas residuais para a ETAR.


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© habbid.com.br © Tecnovia

Ao chegar ao aeroporto, levo o carro para o parque P2. É um silo de estacionamento em betão armado, bem aparente. Escolho este parque porque vou regressar tarde e quero ter o carro o mais próximo possível das chegadas. Antes de entrar no aeroporto, viro-me para a esquerda e faço uma pequena pausa para apreciar a vista. Contemplo o Hotel Tryp, onde tínhamos realizado o segundo Dia do Betão. A caminho do gate, vou apreciando o vasto complexo. Verifico que há outros materiais a ser utilizados em conjunto com o betão, mas em menor escala. Já na pista, o avião ganha velocidade numa pista de betão. Levanta para norte e à minha direita tenho uma vista impressionante para o Tejo, com a Ponte Vasco da Gama em grande plano a atravessar o Mar da Palha. Estrutura ainda mais impressionante é o aeroporto da Madeira. Para aterrissar, o avião dá a volta ao largo da ilha. A paisagem é deslumbrante. Parte da pista está suspensa, com colunas e vigas

de grandes dimensões de betão armado a suportá-la. Ao circular pela ilha, o betão é ainda mais proeminente por causa da orografia natural da ilha. Há mais túneis, viadutos e pontes. Ainda a caminho do Funchal aprecio mais uma vez a paisagem. Há dois navios de cruzeiro estacionados no porto. As ribeiras foram recentemente regularizadas e estabilizadas. Aqui o betão armado foi o material eleito. Passo pelo estádio do Marítimo que foi recentemente remodelado. A meio do dia vejo uma estrutura nova, também em betão armado:

é o hospital particular. A fachada apresenta a designação em baixo relevo. Gostei. Após um dia intenso de trabalho, já no regresso, sentado no avião, aproveito para refletir. Concluo que o betão é essencial para a minha vida. Este dia só foi possível com o contributo do betão, o material de construção mais utilizado no planeta. O betão faz parte do nosso mundo. Lanço-vos o desafio: a vossa vida seria possível sem o contributo do betão?

junho 2018

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Vida Associativa

Ana Dinis A administrativa multifunções da APEB Quer ligue quer toque à campainha, o primeiro contacto com a APEB é a Ana Dinis. Há já 18 anos que atende membros, clientes e parceiros e trata de tarefas administrativas.

Como lida com este papel de ser uma espécie de cartão-de-visita? Eu tento lidar da melhor maneira possível porque estou a representar a associação. Tento ser o mais amável e ajudar as pessoas o melhor que puder e dirigi-las aos setores respetivos mediante o que cada pessoa pretende. Quais as outras tarefas que tem na APEB? Tarefas de expediente administrativo normal e sou assistente administrativa do diretor executivo. Ou seja, tudo o que é expediente de atendimento a clientes, de correspondência, marcação e preparação de reuniões. Todos os assuntos ligados ao betão e também assuntos institucionais como os estatutos. Já tivemos que fazer mudanças por duas vezes e fui eu que tratei de tudo. Mudanças como? Tivemos alterações estatutárias e essas mudanças – ter que ir a notários, fazer registos, preparar com a notária as escrituras – isso tudo sou eu que trato. E também temos a vertente do laboratório onde também faço uma “perninha”. Atendo os clientes e, se

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os meus colegas não estiverem, sou eu que às vezes também faço o atendimento de fornecedores e a contabilidade do laboratório. São muitas tarefas… do que gosta mais? Eu gosto muito de lidar com pessoas. Falar com os clientes, por exemplo, ou marcar reuniões. Este ano faz 18 anos que está na APEB. Qual foi o seu maior desafio? Talvez esta mudança com a redução de pessoal. Nós agora somos dez. Quando eu entrei para a APEB, éramos o dobro. Éramos quatro mulheres de serviço administrativo e entretanto fiquei só eu. Foi uma grande mudança e tivemos que nos adaptar ao trabalho. Porque acha que foi a única que ficou? A mais velha foi porque se reformou e a secretária administrativa que cá estava anteriormente também já estava com uma certa idade e penso que acharam que eu era mais competente, mais jovem e mais dinâmica.

Entretanto houve outros desafios como a organização das reuniões da ERMCO em 2017. Gosta deste tipo de coisas? Gosto de organizar este tipo de eventos, lá está, lidar com as pessoas. Houve ali um momentinho em que estive a fazer de chefe de sala. Também no Dia do Betão sou eu que normalmente recebo os participantes. Já conheço tanta gente do mundo do betão e é nestes eventos que nos encontramos. E quando tem um tempinho para si, a nível pessoal, o que gosta de fazer? Eu gosto muito de ouvir música. Gosto de música clássica e rock. Gosto de tudo. E também gosto muito de cinema. Ler gosto, mas com os dois filhos ainda pequenos é complicado. Qual é o maior desafio ou objetivo pessoal de momento? Eu adquiri uma pequenina casa em Sintra que estou a remodelar e o meu maior desafio agora é acabar a casa até ao verão para mudar com a minha família para lá.


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Técnica

Betão UniLeve® Cortiça Branco: O material inovador aplicado no Terminal de Cruzeiros de Lisboa Por Ricardo Ribeiro, Departamento Técnico da Unibetão

Especialmente desenvolvido para aplicação no novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, o Betão UniLeve® Cortiça Branco foi a solução desenvolvida pela Secil/Unibetão – em parceria com outras entidades – face às exigências decorrentes da capacidade de suporte dos sistemas de fundações do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.

O desafio

Desenvolvimento laboratorial

No âmbito do lançamento do projeto para o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa e no seguimento das questões relacionados com a capacidade de suporte de carga sobre as respetivas fundações, o Arquiteto José Luís Carrilho da Graça desafiou a Secil/Unibetão para o desenvolvimento de um betão leve, com cortiça, estrutural e fabricado com cimento branco para aplicação nas fachadas exteriores do edifício. Face à dimensão do projeto e ao requisito base de utilização de cortiça no fabrico do betão, este desafio foi estendido às empresas Amorim Corck Composites, SA e ao laboratório ITeCONS – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção.

O desenvolvimento do estudo da composição de betão teve início em meados de julho de 2013. Após os ensaios de caracterização iniciais, de várias amassaduras experimentais onde foram ensaiadas diversos tipos e granulometrias de cortiça, diversos adjuvantes e agregados, chegou-se a uma composição que cumpria com os requisitos solicitados pelo arquiteto e pela equipa projetista. O resultado é um Betão Leve, produzido com cortiça, com uma densidade de 1600/1800kg/m³, fabricado com cimento branco, com uma resistência à compressão de 18/20MPa e com uma classe de abaixamento S4/S5.

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Na composição estudada foram utilizadas como matérias-primas: Cimento branco Secil – CEM II/A-L52,5 N (br), agregados grossos calcários e agregados finos siliciosos. Na análise dos vários estudos realizados foi escolhido, por critérios de desempenho, o granulado de cortiça BD 1/2, com uma dimensão de 1 a 2mm e uma baridade seca entre 50-60kg/m3. A dosagem utilizada foi de sensivelmente 500lts/m3. Posteriormente, e no seguimento da parceria realizada com o laboratório ITeCONS, foram realizados, nesse mesmo laboratório, vários ensaios de caracterização do betão, dos quais apresentamos sumariamente alguns dos resultados obtidos:

Ensaio Industrial – Exposição Metamorphosis – EXD’13 DGPC/ Mosteiro dos Jerónimos A exposição Metamorphosis, no Mosteiro dos Jerónimos em 2013, onde várias individualidades da arquitetura e design de renome internacional foram convidadas a apresentar projetos para utilizações criativas e inovadoras incorporando cortiça, foi o momento escolhido pelo Arquiteto Carilho da Graça para desvendar um pouco mais do seu novo projeto para o Terminal dos Cruzeiros. Nesse evento, foi apresentada uma viga, fabricada em Betão Leve de Cortiça com 6,0m x 0,50m, betonada na central de betão da Unibetão, em Frielas e que posteriormente foi transportada, ainda cofrada, para o local da realização da exposição no Mosteiro dos Jerónimos.

QUADRO 01

Massa Volúmica Seca (kg/m³) NP EN 12390-7

1755 QUADRO 02

Resistência à Compressão (Mpa) NP EN 12390-3

3 dias

7 dias

28 dias

20,0

21,2

24,5 QUADRO 03

Absorção de água (%) ASTM C642

Após Saturação

Após Saturação e Ebulição

8,3

16,7 QUADRO 04

Ensaios vários Resistência à Flexão aos 28 dias (Mpa)

Retração aos 90 dias (x10-6)

Coef. de Cond. Térmica (  [W/(m°C)] )

Tensão de aderência (Mpa)

NP EN 12390-5

LNEC E-398

EN 12664

EN 10080

3,9

536

0.71

11,0

(varão 16mm)

Estava então, nesta fase, definida a composição do betão para aplicação no projeto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.

Viga, cubo de Betão Branco e cubo de Betão UniLeve® Cortiça Branco “serrado”

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Técnica

A obra Posteriormente, em agosto de 2016 e já em fase de construção (obra), antes do arranque das betonagens, foram realizados vários protótipos para apresentar às equipas envolvidas no projeto as características especiais deste betão, assim como otimizar metodologias de aplicação, definição de estereotomia de juntas, escolha do acabamento superficial e afinar outros detalhes com vista à preparação para uma boa execução. Uma questão bastante preocupante nesta fase era a aparência final da peça já que a equipa de projeto pretendia, com esta solução, criar um betão ligeiramente desativado e com um “aspeto quase terroso”. Um dos ensaios realizados, com vista a explorar os vários tipos de acabamento superficial foi a utilização de uma película de permeabilidade controlada fixa à cofragem, com a finalidade de expelir as bolhas de ar e escoar a água em excesso, mantendo, desta forma, as partículas de betão junto à pele com uma porosidade final muito reduzida. No entanto, face ao acabamento final obtido – algo “artificial” –, esta solução não foi utilizada. No sentido de se tentar obter um aspeto superficial mais heterogéneo e ir ao encontro das expetativas da equipa de projeto, foram ensaiados vários tipos de desativação superficial do betão, com recurso a diferentes desativadores de superfície com distintos graus de ataque aplicados na cofragem das paredes do muro, variando, assim, a profundidade da desativação superficial e consequente exposição do agregado. Uma vez que o planeamento de obra originava uma grande aleatoriedade entre os tempos decorridos entre a aplicação do desativador, fecho de cofragem, betonagem, descofragem e posterior desativação por

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lavagem, resultando numa grande diferença ao nível dos diferentes graus de desativação entre peças betonadas, optou-se por realizar alguns ensaios de desativação posterior com recurso a jato de areia. Ponderando todas as possíveis situações, prós e contras, esta solução foi a que maior fiabilidade apresentou sendo, por isso, a escolhida. Um outro aspeto bastante importante na realização destes protótipos à escala real, foi a verificação da possibilidade de o betão poder ter algum assentamento devido à grande diferença de densidades entre os vários componentes do betão, elevada fluidez (classe de abaixamento S5) e ainda o facto de as alturas de betonagem serem algo elevadas. Para esta análise, foram extraídos carotes a várias alturas de uma parede protótipo. Posteriormente foram realizados ensaios de resistência à compressão e de massa volúmica. Os resultados obtidos nos referidos ensaios estão mencionados no quadro (seguinte) 5. Podemos verificar que os mesmos estão com variações mínimas e perfeitamente admissíveis para dar cumprimento às características especificadas. QUADRO 05

Ensaios de carotes Carote

Altura (m)

Massa Vol.

Resistência

1

0,39

1820

22,5

2

1,17

1865

25,3

3

1,95

1845

24,3

(Kg/m³)

(Mpa)


Ficha Técnica Face aos resultados obtidos nos ensaios, chegou-se à conclusão que o betão apresentava uma boa resistência ao assentamento, não se tendo verificado segregação mesmo em betonagens com alturas na ordem dos 2 metros de altura. Uma vez que foi decidido utilizar um adjuvante redutor de retração no fabrico do betão, foram também realizados ensaios de retração ao betão para averiguar

› Dono de obra: Lisbon Cruise Terminals (LCT) › Projeto de Arquitetura: Atelier Carrilho

da Graça › Projeto de Estabilidade: Fase Estudos

e Projectos S.A. › Fiscalização: Focus Group / Ingenieiros JG › Empreiteiro: Alves Ribeiro

QUADRO 06

Ensaios de retração 1,20 1,00

LNEC E-398

0,80

7 dias

28 dias

90 dias

45

143

256

i (kg/m2)

Retração (x10-6)

Provete 1-A Provete 1-B

0,60 0,40 0,20

o desempenho do adjuvante. Os ensaios foram realizados no laboratório da Secil – CDAC (Centro de Desenvolvimento de Aplicações de Cimento) e os resultados obtidos encontram-se no quadro 6. No seguimento do estipulado em caderno de encargos para a impermeabilização das fachadas exteriores, foi estudada uma solução para as paredes do Betão UniLeve® Cortiça Branco. Os ensaios foram realizados no CDAC, através de uma amostra de betão dividida em dois provetes de dimensão idêntica: num dos provetes (1.A) foi aplicado um hidrófugo de superfície à base de Silanos e Siloxanos (SecilTek AD40) na superfície e faces laterais; no outro provete (1.B) apenas foi aplicado o hidrófugo nas faces laterais.

0,00

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Tempo (h) Gráfico 1 – Absorção de água dos dois provetes

Após secagem do hidrófugo (3 dias) foi realizado o ensaio de absorção de água por capilaridade nos dois provetes. Os resultados obtidos estão representados no gráfico 1. A análise dos resultados evidencia que a aplicação de um hidrófugo de superfície reduz significativamente a absorção de água do betão, melhorando desta forma a aparência e durabilidade física das obras de betão à vista.

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Opinião

Formação profissional: Investir no futuro Por João Duarte

Um dia destes recebi um telefonema de um colega de curso. Ele estava a iniciar uma obra e queria saber se o preço do betão era diferente por causa da classe de teor de cloretos. Informei-o que não, uma vez que o teor de cloretos é calculado a partir da composição do betão. Aproveitei e perguntei-lhe quais os betões que tinha considerado no projeto, que era dele. Disse-me que tinha apenas um betão e referiu que era da classe de resistência C20/25. Quando lhe perguntei pelas classes de exposição, disse-me que não as tinha definido. Fiquei super preocupado. A durabilidade da obra não estaria assegurada. Além de não ter cumprido a legislação em vigor no que respeita à especificação do betão (Decreto-Lei n.º 301/2007), o meu colega tinha feito um mau trabalho, uma vez que não teve em conta o ambiente a que a estrutura vai estar sujeita ao longo da vida útil. E tal aconteceu porque não teve a formação contínua que é necessária para manter a sua competência atualizada. Há muitos anos ouvi a seguinte frase numa conferência: “Sabemos quanto custa a formação profissional. O que não sabemos é quanto custa a falta de formação.” Numa época de apertar o cinto, muitas vezes a formação profissional dos colaboradores é sacrificada.

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Este corte tem como resultado imediato a redução dos custos operacionais. Porém, tem consequências a médio-longo prazo. Problemas relacionados com a qualidade do produto e do serviço podem ter custos muito maiores do que o investimento contínuo na formação das pessoas. Manter os profissionais competentes é a melhor garantia para a organização continuar no pelotão da frente. Os rácios de rentabilidade e de produtividade tendem a melhorar, o que por si só pode originar um retorno muito rápido do investimento na formação. A qualidade dos produtos será natural uma vez que as pessoas sabem o que fazer e como fazer. Também a qualidade do serviço prestado será superior, antes, durante e após a venda. Clientes satisfeitos e informados são melhores clientes. Ficam tranquilos porque sabem que podem contar com os seus fornecedores. Uma outra vertente a ter em conta é a inovação. Só com pessoas competentes a empresa pode desenvolver continuamente as suas técnicas e os seus produtos para acompanhar e, quem sabe, antecipar a evolução das necessidades e expetativas dos clientes. Hoje, o desenvolvimento tecnológico é muito rápido.


A informação está disponível, mas muito dispersa. No caso concreto dos produtos de construção, a geração de normas e regulamentação é contínua. As empresas têm que manter os seus colaboradores atualizados. Se não investirem, correm vários riscos: perder clientes, entrar em incumprimento legal, ser confrontadas com mais acidentes de trabalho e incidentes ambientais e eventualmente sofrer coimas relevantes. Ter os seus colaboradores formados e informados é vital para o sucesso das empresas. É preciso investir na formação contínua e escolher a formação certa para cada colaborador. Para todas as organizações envolvidas na construção civil e obras públicas, tais como promotores, gabinetes de projeto, empreiteiros e subempreiteiros, produtores de betão e fiscalização, deixo o alerta para a emergente publicação da nova legislação relativa ao betão e à execução das estruturas. Investir na formação dos colaboradores é investir no futuro da organização.

Af_216x151_Anuncio_MEEC_EDP.pdf

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23/05/17

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12:20

Mota-Engil, Engenharia e Construção S.A.

Líder em Portugal na sua área de atuação, a Mota-Engil Engenharia mantém consolidada a sua posição de liderança a nível nacional. Com 70 anos de experiência no desenvolvimento de projetos ambiciosos, concretizados com base no pioneirismo das técnicas de construção, na vanguarda das novas tecnologias e nas capacidades e competências das nossas pessoas, a empresa é cada vez mais uma referência da engenharia e construção.

engenharia.mota-engil.pt junho 2018

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© Fundação Alfredo de Sousa

Obra

Vista geral

NOVA SBE: Novo campus universitário em Carcavelos Por Alves Ribeiro, S.A.

O ano letivo 2018/2019 da NOVA School of Business and Economics (NOVA SBE) arranca já nas novas instalações em Carcavelos. Alves Ribeiro foi o produtor e transportador do betão utilizado na obra do campus. O campus NOVA SBE em Carcavelos é o novo polo da Universidade NOVA, que surgiu em virtude do grande sucesso e crescimento da NOVA SBE – Campolide. O novo espaço conta com condições inovadoras, que pretendem proporcionar aos alunos condições únicas de aprendizagem. Com 90 000m² de área e com um projeto da autoria dos arquitetos António Barreiros Ferreira e Vítor Carvalho Araújo, o novo campus da NOVA SBE promete tornar-se num dos palcos mais inovadores no método de ensino, partilha e crescimento na Europa. O projeto contempla uma residência de estudantes, salas de aulas, auditórios com conceitos inovadores, espaços para trabalhos de equipa, instalações médicas, lojas, restaurantes, ginásios e uma passagem com ligação direta à praia de Carcavelos.

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Intervenientes na obra do campus O campus da NOVA SBE Carcavelos tem como dono de obra a Fundação Alfredo de Sousa. O projeto de engenharia é da autoria do gabinete de projetos GRID. A fiscalização ficou a cargo da Teixeira Trigo, Lda., e a obra a cargo do consórcio Alves Ribeiro S.A./ HCI, Construções. O valor da adjudicação do dono de obra cifrou-se em cerca de 46,50M€.

O Betão da Alves Ribeiro – Fabrico e transporte A Alves Ribeiro foi o produtor e transportador do betão utilizado na obra do novo Campus da NOVA SBE de Carcavelos. Para o efeito, foi instalada uma central de betão pronto em Porto Salvo. A produção de betão de ligante hidráulico da Alves Ribeiro possui uma certificação ISO 9001 (Camarate), com sistema de controlo de produção certificado pela NP EN 206-1 (Porto Salvo e Camarate).


© Fundação Alfredo de Sousa

© Fundação Alfredo de Sousa

© Fundação Alfredo de Sousa

Galeria interior

Área letiva

Quantidades de betão aplicados na obra Campus Nova SBE Carcavelos ELEMENTOS ESTRUTURAIS

QUANT. BETÃO (m3)

Betão de regularização

1.055,3

Fundações

7.879,6

Paredes

8.098,8

Vigas

2.581,4

Pilares

1.633,5

Escadas

360,6

Lajes

20.587,4

Lajes betão desativado

144,6

Lajes cobertura

617,0

Enchimento sobre pré-laje

306,7 43.264,9

Vista nascente

Face à proximidade da obra, a central de Porto Salvo assegurou praticamente todo o fornecimento de betão pronto. Contudo, a central de Camarate também foi utilizada com o objetivo de dar resposta a situações de pico de fornecimento. A central de betão pronto de Porto Salvo da Alves Ribeiro, do modelo ARCOMOC 80, tem uma capacidade de produção nominal de 80m³/hora. Para efeitos de transporte de betão pronto, a Alves Ribeiro possui uma frota própria que conta com um total de 12 camiões betoneira e uma autobomba com uma lança de cerca de 27m.

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© Alves Ribeiro

Obra

Vista aérea geral

Central de Camarate

Vista aérea das residências de estudantes

A Alves Ribeiro possui laboratório acreditado, segundo a NP EN IEC/ISO 17025, para o ensaio de compressão de provetes de betão de ligante hidráulico (EN 12390-3).

Tipos de betão aplicados na obra Campus Nova SBE Carcavelos DESIGNAÇÃO DO BETÃO

ELEMENTOS ESTRUTURAIS

C30/37 D22 S3 XC4 (P) Cl0,20

Sapatas, vigas de fundação e lajes de transição Paredes Pilares

C35/45 D22 S3 XC4 (P) Cl0,20

Vigas Lajes Escadas Paredes de elementos estruturais exteriores (PI, rampa e galeria de geotermia e áreas envolventes)

C35/45 D22 S3 XC4\XS1 (P) Cl0,20

Lajes de elementos estruturais exteriores aparentes (PI, galeria de geotermia e áreas envolventes) Pavimentos desativados Lajes de cobertura

C35/45 D12 S4 XC4 (P) Cl0,20

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Enchimento sobre pré-lajes

Nestas instalações, a Alves Ribeiro dispõe, também, de um laboratório de ensaios de betão de ligante hidráulico. Este laboratório de ensaios, tem como missão prestar serviços não só à produção de betão interna da Alves Ribeiro, como também a todos os parceiros envolvidos no setor da construção e a todas as entidades externas que necessitem de fazer uso de um laboratório acreditado para a execução do ensaio à compressão de betão de ligante hidráulico.

Características técnicas, requisitos específicos e desempenho No que respeita à vida útil da obra, esta encontrava-se classificada de acordo com o estabelecido na norma NP EN 206-1, e nomeadamente no seu Documento Nacional de Aplicação, como sendo da classe 4, à qual corresponde uma vida útil de 50 anos. Esta obra enquadrava-se na classe de inspeção 2, de acordo com o estabelecido na norma NP ENV 13670-1 e no Decreto-lei 301/2007, pelo que foram realizadas inspeções, ensaios de receção e outras ações previstas nesses documentos para esta classe de inspeção.


MAAT

Contratos Contratos de de Fornecimentos Fornecimentos de de Betão Betão Pronto Pronto em em curso: curso: Contratos deFASE Fornecimentos de Betão Pronto em–curso: -CUF TEJO – III (Teixeira Duarte-CUF SAUDE) -CUF TEJO – FASE III (Teixeira Duarte-CUF SAUDE) – 13.000m³; 13.000m³; -CUF TEJO –Ajuda FASE III (TeixeiraMinistério Duarte-CUF SAUDE) – 13.000m³; -Palácio da (Ferrovial, da Cultura) -Palácio da Ajuda (Ferrovial, Ministério da Cultura) –– 300m³; 300m³; Contratos Fornecimentos de Betão Pronto em curso: -Palácio dade Ajuda (Ferrovial, Ministério da Cultura) – 300m³; -Edifício -Edifício Liberdade Liberdade 12 12 (HCI) (HCI) –– 7.000m³ 7.000m³ -CUF TEJO – FASE III12 (Teixeira – 13.000m³; -Edifício Liberdade (HCI) – Duarte-CUF 7.000m³ SAUDE) -Novo -Novo Campus Campus da da NOVA NOVA SBE SBE Carcavelos Carcavelos (Consórcio (Consórcio Alves Alves -Palácio da Ajuda (Ferrovial, Ministério da Cultura) – 300m³; -Novo Alves Campus da NOVA SBE Carcavelos (Consórcio Ribeiro\HCI) Ribeiro\HCI) –– 43.300m³.; 43.300m³.; -Edifício Liberdade 12 (HCI) – 7.000m³ Ribeiro\HCI) – 43.300m³.; -Ampliação -Ampliação do do Centro Centro Comercial Comercial Oeiras Oeiras Parque Parque (Mundicenter) (Mundicenter) -Novo Campus da NOVA SBE Carcavelos (Consórcio Alves -Ampliação Comercial Oeiras Parque (Mundicenter) do Centro –– 3.000m³; 3.000m³; Ribeiro\HCI) –-Edifício 3.000m³; – 43.300m³.; -Edifício Náutico Náutico (Alves (Alves Ribeiro, Ribeiro, Inovar Inovar Cascais, Cascais, Lda.) Lda.) –– -Ampliação do Centro Comercial Oeiras Parque (Mundicenter) -Edifício – Náutico (Alves Ribeiro, Inovar Cascais, Lda.) 4.300m³; 4.300m³; –4.300m³; 3.000m³; -Ampliação -Ampliação do do Edifício Edifício Impresa Impresa (Alves (Alves Ribeiro, Ribeiro, Grupo Grupo Impresa) Impresa) -Edifício Náutico (Alves Ribeiro, Inovar Cascais, Lda.) – -Ampliação do Edifício Impresa (Alves Ribeiro, Grupo Impresa) –– 7.900m³; 7.900m³; 4.300m³; –-Terminal 7.900m³; Cruzeiros – Edifícios Complementares ( Alves -Terminal de de Cruzeiros – Edifícios Complementares ( Alves -Ampliação doCruzeiros EdifícioTerminals, Impresa (AlvesComplementares Ribeiro, Grupo Impresa) -Terminal – Edifícios ( Alves de Ribeiro, Ribeiro, Lisbon Lisbon Cruise Cruise Terminals, Lda.) Lda.) –– 700m³; 700m³; –- Loja 7.900m³; Ribeiro, Lisbon Cruise Terminals, Lda.) – 700m³; - Loja Alimentar Alimentar Avenida Avenida Marechal Marechal Gomes Gomes da da Costa Costa (( Alves Alves -Terminal de Cruzeiros –Marechal EdifíciosGomes Complementares ( Alves Neureifen) – 11.500m³; -Ribeiro, Loja Alimentar Avenida da Costa ( Alves Ribeiro, Neureifen) – 11.500m³; Lisbon Cruise Terminals, Lda.) – 700m³; Ribeiro, Neureifen) – 11.500m³; -Empreendimento Campo Grande (Alves Ribeiro, Tricos -Empreendimento CampoMarechal Grande 200 200 (Alves Tricos - Loja Alimentar Avenida Gomes da Ribeiro, Costa ( Alves Imobiliária) – 7.000m³; -Empreendimento Campo Grande 200 (Alves Ribeiro, Tricos Imobiliária) – 7.000m³; Ribeiro, Neureifen) – 11.500m³; Imobiliária) – 7.000m³; -Continente Oeiras (Alves Ribeiro, Neureifen) –– -Continente Bom Bom Dia Dia Oeiras (Alves200 Ribeiro, Neureifen) -Empreendimento Campo Grande (Alves Ribeiro, Tricos 1.200m³; -Continente Dia Oeiras (Alves Ribeiro, Neureifen) – 1.200m³; Imobiliária) –Bom 7.000m³; 1.200m³; -Continente Bom Dia Oeiras (Alves Ribeiro, Neureifen) – 1.200m³;

Central Central de de Betão Betão Porto Porto Salvo Salvo Central de Betão Porto Salvo Rua Rua da da Indústria, Indústria, n.º n.º 1 1 Rua da Indústria, n.º 1 Salvo Central de Betão Porto 2740-068 2740-068 Porto Porto Salvo Salvo 2740-068 Porto Salvo Rua da Indústria, n.º 1

Terminal de Cruzeiros de Lisboa

Organograma\Contactos Organograma\Contactos Alves Alves Ribeiro Ribeiro Betão Betão Pronto Pronto Estaleiro de Camarate – Sr. João Paulo Constantino– Organograma\Contactos Alves Ribeiro Pronto Estaleiro de Camarate – Sr. João Paulo Betão Constantino– 910 510 Estaleiro de Camarate – Sr. João Paulo Constantino– 910 510 589 589 Serviços de Paulo Cruz 917 475 117 910 589 Organograma\Contactos Alves Ribeiro Pronto Serviços de Laboratório Laboratório –– Sr. Sr. João João Paulo Cruz ––Betão 917 510 475 117 Website Alves Ribeiro, SA: www.alvesribeiro.pt ServiçosEstaleiro de Laboratório – 917 475 117 – Sr. João Paulo Cruz de Camarate – Sr. João Paulo Constantino– Website Alves Ribeiro, SA: www.alvesribeiro.pt Website Alves Ribeiro, SA: www.alvesribeiro.pt 910 510 589 Responsáveis pela de Serviços de Laboratório Sr. João Paulo CruzPronto – 917 da 475Alves 117 Responsáveis pela –Produção Produção de Betão Betão Pronto da Alves Ribeiro Responsáveis pela Produção Pronto da Alves Website Alves Ribeiro,de SA:Betão www.alvesribeiro.pt Ribeiro Eng.º Vaz Ribeiro Eng.º Luís Luís Vaz Eng.º Hélder Fernandes Eng.º Luís Vaz Responsáveis pela Produção deEng.º Betão Pronto da Alves Hélder Fernandes Eng.º Hélder Fernandes Ribeiro Responsáveis ee Transportes Luís Vaz Responsáveis pela pela Logística Logística Eng.º Transportes Eng.º Rui de Responsáveis pelaEng.º Logística e Transportes Hélder Fernandes Eng.º Rui de Sousa Sousa Sr. João Paulo Constantino de Sousa Sr. João Eng.º PauloRui Constantino Sr. João Pauloe Constantino Responsáveis pela Logística Transportes Responsável pelo Laboratório Eng.º de Sousa Responsável peloRui Laboratório Sr. João Paulo Responsável pelo Laboratório Sr. JoãoSr. Paulo Constantino João Paulo Cruz Cruz Sr.ª Ana Carvalho Sr.Sr.ª João Paulo Cruz Ana Carvalho Carvalho ResponsávelSr.ª peloAna Laboratório Responsável Sr. João Paulo Cruz Responsável do do Departamento Departamento da da Qualidade\Ambiente Qualidade\Ambiente Eng.ª Ana Miguel Responsável do Departamento da Qualidade\Ambiente Sr.ª Ana Carvalho Eng.ª Ana Miguel Eng.ª Ana Miguel do Departamento de Responsável do Responsável Departamento Qualidade\Ambiente Responsável doda Departamento de SHST SHST Eng.ª Vasco Silva Responsável do Departamento de Eng.ª Ana Miguel Eng.ª Vasco SHST Silva Eng.ª Vasco Silva Responsável do Departamento de SHST Eng.ª Vasco Silva

Central Central de de Betão Betão Camarate Camarate Central de Betão Camarate Rua Rua dos dos Bombeiros Bombeiros Voluntários Voluntários Rua dos Bombeiros Voluntários Central de Betão Camarate 2680-020 2680-020 Camarate Camarate 2680-020 Camarate Voluntários Rua dos Bombeiros

SEDE SEDE SEDE Rua Rua Sanches Sanches Coelho, Coelho, nº3F nº3F Rua Sanches Coelho, nº3F SEDE 1649-029 1649-029 Lisboa Lisboa 1649-029 Lisboa Rua Sanches Coelho, nº3F


Internacional

ATECAP – Associação Italiana do Betão Pronto 25 anos a representar as empresas de betão pronto de Itália A associação é o meio privilegiado para reunir e comparar as experiências dos empresários, analisar as perspetivas do mercado e identificar soluções para o desenvolvimento do setor do betão pronto. A ATECAP aposta forte na promoção do betão como material de construção. Desenvolve iniciativas para difundir uma cultura de construção em betão. Presta também assistência técnica, económica e regulamentar aos seus membros associados. Para a ATECAP o respeito pelas regras e uma atuação correta no mercado são essenciais. Por isso, apenas as empresas que cumprem a legislação em vigor e que têm um comportamento ética e deontologicamente responsável é que podem filiar-se na associação. Um comportamento que não seja eticamente correto provoca uma distorção das regras da concorrência e prejudica a imagem de todo o setor perante a opinião pública e as instituições oficiais.

Informação e formação Através de circulares, do seu sítio na Internet, da revista impressa, dos canais sociais Twitter, Facebook e Youtube, os membros associados recebem regularmente informações atualizadas sobre as questões de interesse para o setor de betão pronto. Para dar um apoio importante aos seus membros na tomada de decisões estratégicas mais adequadas, a

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ATECAP estruturou um observatório estatístico com o objetivo de preparar informações sobre a dinâmica do mercado. Este observatório conta com o auxílio de diversos especialistas e beneficia de colaborações com outras instituições. Outro aspeto de importância para a ATECAP é a qualificação das pessoas. Organiza cursos de formação profissional sobre diversas temáticas com interesse para as empresas de betão pronto, com principal enfoque na tecnologia do betão e na segurança dos trabalhadores. Para aproximar a formação dos seus membros, estabeleceu relações com várias escolas tecnológicas da área da construção espalhadas por toda a Itália.


Proteção para empresas Um dos objetivos da ATECAP é promover o setor do betão pronto no mercado da construção. Uma das iniciativas é a marca «Socio ATECAP». Para poderem utilizar esta marca, as empresas de betão pronto têm de se comprometer a cumprir as disposições da Carta de Valores e Conduta, que obriga à implementação de tecnologias e metodologias adequadas de controlo da produção que garantam a conformidade do betão entregue aos clientes. A ATECAP também promove e defende os interesses dos seus membros associados através do acompanhamento da legislação relevante e da participação no processo de normalização. O objetivo é garantir que a legislação e os regulamentos técnicos não sejam uma restrição, mas sim uma oportunidade para melhorar a capacidade competitiva dos produtores de betão pronto.

Serviços para empresas Com a colaboração de vários especialistas espalhados pelo país, a ATECAP disponibiliza consultoria e assistência técnica em proximidade aos seus membros associados. Os técnicos ao serviço da ATECAP reúnem competências podem apoiar as empresas de betão pronto nos principais tópicos relacionados com a tecnologia do betão e outras temáticas transversais, como a proteção ambiental e a segurança no trabalho.

junho 2018

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Internacional

Datas relevantes da história da ATECAP • 1991 – Fundação da Associação • 1992 – Filiação na ERMCO • 1993 – Primeiro número da revista “In Concreto” • 1996 – Apresentação às autoridades públicas da Carti-

Através de um advogado especialista em direito penal e processual, a ATECAP disponibiliza assistência e aconselhamento jurídico aos seus membros associados. Este advogado emite pareceres jurídicos e responde a questões específicas relacionadas com os aspetos da produção e comercialização do betão pronto. Outro aspeto importante para os membros da ATECAP é o acesso a informação comercial sobre os clientes. Para o efeito, foi celebrada uma convenção com um operador de primeira linha. Através desta convecção, os membros associados dispõem de condições preferenciais na obtenção de informação comercial sobre as empresas com que estão a negociar, fundamental para uma gestão mais eficaz do risco de crédito.

Sistema associativo No âmbito da promoção do betão como material de construção, a ATECAP desenvolve iniciativas espalhadas pelo país. Desta forma, os membros associados são envolvidos ativamente na difusão de uma cultura de construção em betão. Os objetivos destas iniciativas são: • sensibilizar os clientes para o uso de especificações conformes com as normas e regulamentação; • proporcionar informação e instrumentos aos projetistas para que possam desenvolver projetos adequados. A ATECAP promove igualmente o networking. Através de seminários e workshops proporciona oportunidades aos membros associados de se reunirem para partilhar e comparar as suas experiências, analisar e aprofundar situações de produção e perspetivar a evolução do mercado. O objetivo final é identificar possíveis soluções para o desenvolvimento do setor.

lha do Betão (conjunto de controlos rigorosos sobre as empresas, a fim de promover a qualidade do produto e as empresas que atuam corretamente no mercado) • 2001 – Primeiro congresso nacional do betão pronto • 2007 – Nascimento do “Progetto Concrete”, iniciativa para sensibilizar os projetistas e clientes para uma especificação correta do betão de acordo com as normas nacionais • 2008 – Criação de um Código de Ética que deve ser respeitado por todas as empresas associadas • 2011 – Criação do Observatório de Betão e do Betão Armado, órgão do Conselho Superior de Obras Públicas criado em resposta a uma iniciativa da ATECAP • 2012 – Organização do XVI Congresso ERMCO em Verona • 2013 – Primeiro relatório setorial do mercado do betão pronto em Itália • 2015 – Promoção do projeto de convergência na FEDERBETON • 2017 – Lançamento da marca “Socio ATECAP”, que distingue os produtores que se comprometem a respeitar a Carta de Valores e Conduta.

Corpos sociais Andrea Bolondi – Presidente Cone Federico – Vice-Presidente responsável pela legalidade Giuseppe Ruggiu – Vice-presidente responsável pelo desenvolvimento associativo Gianpaolo Martin – Tesoureiro Massimiliano Pescosolido – Secretário Geral

27.697 (m /000) 3

Produzione

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Fatturato

2.063

(€/000.000)

Valore della produzione

2017

1.049

Outra iniciativa da ATECAP é a criação de relações institucionais. Com base em acordos e participações, os membros associados podem fazer parte de um vasto sistema de relações com órgãos e entidades públicos e privados. São exemplos a FEDERBETON (Federação italiana das associações do setor da construção), a ERMCO (Organização Europeia do Betão Pronto), o Observatório do Conselho de Obras Públicas para o setor do betão pronto, cujo secretariado técnico é confiado à ATECAP, e o UNI, Instituto Italiano de Normalização.

2.056

(€/000.000)

Imprese

392

(€/000.000)

Valore aggiunto

2.100

Addetti Impianti

Importazioni

1

(€/000.000)

Esportazioni

1

12.901

(€/000.000)

Settore del concrete in Italia nel 2017



Técnica

Segurança e Saúde vs Produção

Provocando a Reflexão Por Celestino Martins

A Segurança e Saúde no Trabalho tem merecido, nos últimos anos, a atenção de uma maioria significativa de empresários e consequente inclusão no sistema de gestão das respetivas Organizações, decorrente quer das obrigações legais, quer da necessidade de garantir a produtividade.

Verdade seja dita, existe uma maior consciencialização para o bem-estar do trabalhador no desempenho das suas funções, patente na comunicação entre empresários, e entre estes e os seus trabalhadores, nas manifestações de vontade em melhorar as condições de trabalho e na organização dos serviços de Segurança e Saúde no Trabalho, à qual não tem sido alheia a atividade do Betão Pronto. Abordando de uma forma simplista o processo produtivo, verifica-se uma constante preocupação com a seleção da matéria-prima, recusando-se inclusivamente aquela que não garanta composições de qualidade; com o funcionamento do equipamento e respetiva manutenção preventiva, de forma a garantir a produção em continuo; com o controlo da qualidade da mistura que valide o betão produzido e com o serviço de transporte e bombagem em condições e pontual. Este cuidado com o processo produtivo decorre de a Organização estar focada na satisfação do cliente, razão de ser da sua existência. Para garantir que “a máquina” funciona em pleno, e que o betão cumpre o normativo, são implementados planos de manutenção e controlo preventivo, rigorosos, com os respetivos planos de ação para resolução de eventuais desvios. A maioria das organizações até tem o seu sistema de gestão da qualidade certificado para promover a melhoria continua dos seus processos. Sucede que nenhum processo produtivo funciona sem o homem, peça fundamental para selecionar, fazer funcionar, avaliar, controlar e corrigir. Será que existem planos de prevenção e controlo rigorosos que garantam o funcionamento em pleno desta

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peça primordial – o homem? Se existem, será que a hierarquia de gestão lhe dá a mesma importância que a todos os outros componentes do processo produtivo? A abordagem preventiva tem em consideração as características humanas deste recurso imprescindível? Eis as questões para reflexão considerando que uma falha neste elemento poderá colocar em causa a produtividade e, consequentemente, a relação com o cliente e respetivos resultados de gestão. Numa análise imediata às questões colocadas surgem, normalmente, respostas como a “nossa empresa tem um sistema de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho implementado”, “Temos os riscos identificados, avaliados e as medidas preventivas definidas”, “os trabalhadores conhecem as regras de segurança”, “fala-se com os trabalhadores para evitar o acidente”, etc., etc. Numa análise mais cuidada poderá surgir uma dúvida: se a empresa zela efetivamente pelos trabalhadores porque ocorrem os incidentes de trabalho? É certo que os gestores se preocupam com a eventualidade de ocorrer um incidente de trabalho que incapacite periódica ou definitivamente um trabalhador, influenciando negativamente o futuro da empresa e da família. É certo que os gestores afirmam tudo fazer


não há locais totalmente seguros!

nem pessoas totalmente seguras!

RISCO O conhecimento demonstra que, apesar da existência de sistemas de gestão da Segurança e Saúde do Trabalho bem estruturados e implementados, os trabalhadores expõem-se frequentemente ao risco porque não existem locais de trabalho totalmente seguros e o seu comportamento pode ser não aceitável, decorrente de uma baixa perceção do risco, influenciada pela rotina, hábitos, autoconfiança; da necessidade de fazer rápido para não serem repreendidos e serem considerados bons trabalhadores; do desconhecimento ou compreensão deficiente das instruções; tudo isto reforçado pela eventual pressão e permissividade da liderança. A influência do comportamento dos trabalhadores (gestores e operacionais) na dinamização de um ambiente de trabalho seguro recomenda a introdução de metodologias comportamentais na estratégia de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho que potenciem uma mudança da cultura de segurança baseada no cumprimento para outra suportada no comprometimento. As Organizações que, após uma reflexão profunda, o de mim cuid introduziram na sua estratégia de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho metodologias da segurança baseada em ComporCUIDADO ATIVO tamentos, nomeadad c d eem mente a Observação do mim im Trabalho Seguro, a visibilidade do Exemplo Positivo da Liderança, o Cuidado Ativo entre outras, verificaram uma melhoria das Condições de Trabalho, uma redução dos Incidentes de Trabalho e o, consequente, Bem-Estar laboral.

de

si

m eem uiidd deixo qquuee ccu

Perante o exposto, ambicionando a melhoria das condições/relações de trabalho, seria recomendável uma reflexão sobre a estratégia em uso para a Segurança e Saúde no Trabalho em cada empresa, nomeadamente: – Existe uma monitorização eficaz da qualidade do serviço de Segurança e Saúde no Trabalho interno ou em outsourcing? – Os trabalhadores foram efetivamente envolvidos na avaliação e prevenção dos riscos (através da consulta ativa)? – Os trabalhadores possuem formação adequada ao desempenho das suas funções em segurança (existe feedback, é visível no seu comportamento)? – Os lideres estão verdadeiramente comprometidos com a Segurança e Saúde no Trabalho (nos momentos de grande pressão dão prioridade às pessoas, são um exemplo positivo)? – O discurso dos lideres é coerente com a prática (atuam de acordo com o definido, alertam o trabalhador para situações de risco, não permitem a execução do trabalho quando em risco)? – Os prestadores de serviço de transporte e bombagem são continuamente monitorizados e acompanhados no cumprimento das regras de Segurança e Saúde no Trabalho? – Existem ações efetivas para consciencialização e acompanhamento dos clientes no respeitante à segurança em obra? – É tomado em consideração os efeitos da perceção do risco e dos hábitos adquiridos nas ações preventivas?

+

ui do

para que os acidentes não ocorram. É certo que os gestores definiram estratégias para a prevenção da ocorrência de incidentes – mas serão as adequadas? Não existe uma resposta normalizada a esta última questão. A estratégia depende da relação Organização/Homem. Considerando que uma Organização é constituída por pessoas, pela relação destas entre si e com os recursos disponibilizados, e que cada pessoa é um ser único nos seus conhecimentos, experiências, emoções, crenças e valores, a definição de estratégias para a gestão humana é muito mais complexa do que, à primeira vista, aparenta. Conscientes da subjetividade inerente a cada ser humano é importante considerar a necessidade de as pessoas compreenderem o quê, o porquê e o como para executar, participar nas decisões que as afetam, sentir que fazem parte do todo, pelo que o compromisso dos trabalhadores com a segurança e saúde no trabalho, do qual eles são os principais beneficiários, depende em muito do conhecimento e sentimento que se consegue transferir para cada um individualmente e a todos como grupo.

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Normalização

A nova

ISO 45001 Por Carolina Nogueira, Gestora de Market Research APCER

A segurança no local de trabalho é uma preocupação vital para as organizações. Se consultarmos os dados do Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho, o panorama é esclarecedor desta preocupação: cerca de 860 mil acidentes de trabalho causadores de lesão ocorrem a cada dia em todo o mundo, atingindo um custo total, direto e indireto, de 2,57 biliões de euros. Perante esta realidade, entende-se a necessidade da existência de processos sólidos e eficazes que permitam evitar incidentes, e também que sejam transversais a todos os países do mundo para eliminar diferenças substanciais entre eles. É aqui que entra a muito recente norma ISO 45001, que pretende ser uma ferramenta para ajudar a estabelecer e melhorar o ambiente de trabalho em matéria de saúde e segurança, prevenir acidentes e, em muitos casos, ultrapassar a legislação vigente. O comité ISO/PC 283 trabalhou neste desafio da ISO para criar uma norma internacional, com requisitos auditáveis e onde se juntam, em apenas um documento, sistemas de gestão e guias, como por exemplo a OHSAS 18001 ou o Guia da OIT. O desenvolvimento desta norma teve uma trajetória algo sinuosa, em que a busca de consenso e normalização de conceitos e práticas das diferentes regiões foi muito complicada. Aspetos como, por exemplo, a terminologia e definição de trabalhador, saúde, dano e deterioração, incidente ou a compreensão da cultura preventiva na empresa foram amplamente discutidos.

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No passado dia 12 de março foi finalmente publicada, depois de, a 26 de janeiro, ter sido dado o último passo, com o voto consensual de 93% sobre o FDIS. As organizações encontrarão muitas semelhanças entre a principal norma de saúde e segurança ocupacional – OHSAS 18001, bem como algumas diferenças importantes. De particular destaque, a nova norma usa a estrutura de alto nível (HLS), o que a torna consistente com outras normas de sistemas de gestão ISO, como a ISO 9001 (qualidade) e ISO 14001 (ambiente), ambas submetidas a atualizações em 2015. O objetivo é basear a família das normas ISO numa estrutura funcional comum que permite que as organizações as compreendam e se preparem para as auditorias de certificação mais facilmente. Traz também um novo nível de sofisticação, elevando a questão da segurança no local de trabalho para uma posição mais estratégica. É reforçada a participação dos trabalhadores, devido ao foco nas necessidades e expectativas dos trabalhadores e partes interessadas, bom como o envolvimento daqueles, permitindo aos usuários identificar e entender sistematicamente os fatores que precisam de ser geridos através do sistema de gestão. Há uma maior ênfase no pensamento baseado no risco, que se encontra intimamente relacionado com o compromisso ativo da gestão de topo e com a análise do contexto. As organizações devem determinar, considerar e, quando necessário, tomar medidas para enfrentar quaisquer riscos ou oportunidades que possam impactar, de forma positiva ou negativa, a capacidade do sistema de gestão de entregar os resultados pretendidos, incluindo a melhoria da saúde e segurança no local de trabalho. A liderança na ISO 45001 tem um papel mais reforçado, em que a gestão de topo se compromete e envolve ativamente, e é responsável pela eficácia do sistema de gestão. A gestão de topo deverá ser um líder e não um chefe. É dado também um foco especial ao controlo das atividades subcontratadas e do pessoal externo em relação à segurança e a saúde no trabalho. No fundo, a norma considera-os como parte da organização, não distinguindo o que é próprio ou externo. A migração da OHSAS para a ISO reflete as necessidades e os desafios do século XXI. A OHSAS teve a sua origem numa norma britânica publicada pela primeira vez em 1999. Teve (e tem) um papel muito importante e tem sido eficaz, no entanto chegamos a um ponto em que é necessária uma verdadeira participação e relevância global para que a norma funcione no contexto atual empresarial. Como parte da família ISO, a ISO 45001 permitirá que as organizações usufruam de uma norma técnica mais reconhecida globalmente.


AMBIENTE

ENERGIA

FLORESTAS

AMBIENTE

ENERGIA

FLORESTAS

PESSOAS

QUALIDADE

PESSOAS

QUALIDADE

RESPONSABILIDADE SOCIAL RESPONSABILIDADE SOCIAL

GESTÃO DO RISCO GESTÃO DO RISCO

SEGURANÇA ALIMENTAR SEGURANÇA ALIMENTAR

INOVAÇÃO INOVAÇÃO

SEGURANÇA E SAÚDE NO SEGURANÇA TRABALHO E SAÚDE NO TRABALHO

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO TECNOLOGIAS E DIGITAL DE INFORMAÇÃO E DIGITAL

CERTIFICAÇÃO . AUDITORIA . EDUCAÇÃO & FORMAÇÃO CERTIFICAÇÃO . AUDITORIA . EDUCAÇÃO & FORMAÇÃO WWW.APCERGROUP.COM WWW.APCERGROUP.COM


Obra

Hotel Vila Galé Sintra Betão Liz aumenta portefólio no mercado da Hotelaria Por Departamento Técnico da Betão Liz

O Hotel Vila Galé Sintra é o mais recente projeto do grupo hoteleiro português e representa um investimento de 25 milhões de euros. Inaugurado em maio, este hotel está localizado em plena Várzea de Sintra, totalmente rodeado de zonas verdes e com uma vista deslumbrante para o Palácio da Pena. Num terreno com 77 600 metros quadrados (com uma área verde de 61 700 metros quadrados) o hotel aposta num conceito inovador, pensado para famílias numa vertente wellness. O projeto teve início há 20 anos mas passou por varias atualizações fruto de vários atrasos sucessivos, entre os quais um incêndio. O hotel como foi construído corresponde ao quarto projeto. A previsão inicial de investimento no Hotel Vila Galé Sintra foi de 25 milhões de euros. Porém, o valor final ficou um pouco acima, consequência da aposta de passar de um projeto de quatro estrelas para cinco estrelas, o que acabou por aumentar o orçamento. A execução da obra esteve a cargo da Gabriel Couto. A Betão Liz, uma empresa Intercement, foi a empresa de betão pronto escolhida para fornecer, a partir do centro de produção da Portela de Sintra, os diversos tipos de betão especificados no projeto.

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Os betões requeridos pela obra foram concebidos no Laboratório Central da Betão Liz, para garantir as especificações de projeto e a regulamentação em vigor. O controlo da qualidade dos betões foi também assegurado pela Betão Liz, que efetuou as amostragens e executou e curou os provetes necessários para os ensaios de identidade. Os ensaios de resistência à compressão foram realizados no Laboratório da APEB. No total foram fornecidos pela Betão Liz 15 mil metros cúbicos de betão, repartidos pelos diferentes tipos utilizados na obra. DESIGNAÇÃO DOS BETÕES UTILIZADOS

VOLUME (m3)

C20/25.S3.X0(P).D22.Cl1,0 (Pav.)

1033

C20/25.S3.X0(P).D22.Cl1,0

1072

C30/37.S3.XC3(P).D22.Cl0,2

11 152

C30/37.S3.XC3(P).D22.Cl0,4

1015

C30/37.S3.XD2(P).D22.Cl0,2

349

Outros betões e produtos cimentícios

420

Total

15 041



Técnica

Ensaio de abaixamento

Ensaio de abaixamento – execução

Por João André, Diretor Técnico da APEB

O ensaio de abaixamento é o método de ensaio mais utilizado para avaliar a consistência do betão. A maior parte do betão utilizado na construção tem uma consistência plástica ou muito plástica. Para este tipo de betões, o ensaio de abaixamento é o mais indicado. Em Portugal, o ensaio de abaixamento deve ser efetuado de acordo com a norma NP EN 12350-2.

Trata-se de um método muito simples: o betão fresco é compactado no interior de um molde tronco-cónico conhecido como Cone de Abrams. Ao remover o molde, o abaixamento do betão é a medida da consistência. Pela sua simplicidade, o ensaio pode facilmente ser realizado em qualquer local: no centro de produção ou no estaleiro de obra. Não obstante a sua simplicidade, o ensaio de abaixamento deve ser executado apenas por operadores de laboratório competentes. O ensaio de abaixamento permite medir a consistência e a fluidez do betão fresco. Permite ainda controlar a uniformidade da produção uma vez que o método de ensaio é sensível às variações na composição do betão, principalmente na dosagem de água de amassadura. Esta é a principal razão que motiva o fabricante do betão a realizar este ensaio. Outra razão é a necessidade de avaliar a conformidade do betão

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quanto a esta propriedade, que é parte fundamental da especificação do betão. Ao especificar a consistência do betão, o projetista deve ter em consideração diversos aspetos, como por exemplo: as dimensões dos elementos a betonar, o recobrimento e o espaçamento das armaduras, os meios de colocação do betão e os meios de compactação a utilizar. O ensaio de abaixamento é igualmente realizado pelo utilizador do betão. Neste caso, o ensaio é principalmente utilizado para rececionar o betão em obra. Na realidade, se o resultado do ensaio de abaixamento confirmar a especificação do betão, então a consistência é adequada à colocação e compactação do betão.

Classes de abaixamento CLASSE

ABAIXAMENTO (mm)

S1

10 a 40

S2

50 a 90

S3

100 a 150

S4

160 a 210

S5

≥ 220


Descrição do ensaio

Ensaio de abaixamento – medição

O que pode indicar o ensaio de abaixamento Um aumento do abaixamento pode ser uma consequência de um aumento inesperado do teor de humidade de um agregado. Pode igualmente resultar de resto de água no interior do camião-betoneira. O que é certo é que, por uma razão ou outra, terá havido uma variação na composição do betão, e o ensaio de abaixamento teve capacidade para a detetar. Isto é essencial para o responsável do fabrico do betão atuar imediatamente e manter a produção do betão sob controlo.

1. Humedecer o molde e a chapa metálica. 2. Colocar o molde centrado na chapa metálica, previamente nivelada. 3. Encher o molde em três camadas, cada uma com um terço da altura do molde. Compactar cada camada com 25 pancadas do varão de compactação distribuídas sobre a secção transversal. 4. Rasar a superfície do betão com movimentos de rolamento do varão de compactação e remover o excesso de betão na chapa metálica. 5. Retirar o molde subindo-o na vertical com cuidado para não transmitir movimentos laterais ou torsionais. Executar esta operação entre 2 e 5 segundos. 6. Medir e registar o abaixamento h, que é a diferença entre a altura do molde e o ponto mais alto do provete depois de assentar. Arredondar a medição à dezena de mm mais próxima.

Limitações do método O método de ensaio é sensível a variações na consistência do betão para abaixamentos compreendidos entre 10 mm e 210 mm. Para além destes valores, este método é inadequado. O método é também sensível à plasticidade e à coesão do betão. O ensaio de abaixamento também não será apropriado no caso de dois ensaios consecutivos mostrarem um abaixamento deformado do betão.

O ensaio de abaixamento também não é adequado no caso de o betão continuar em movimento um minuto depois de se ter retirado o molde. O ensaio de abaixamento depende muito do operador. É importante assegurar a sua competência através de formação e experiência. Só assim é possível assegurar a fidelidade dos resultados.

45 MODE

junho 2018

LOS

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Vida Associativa

Dino Parque, Lourinhã

Valgroubetão A única central de betão pronto com tolvas de betão Foi em setembro de 2001 que a central de betão pronto da Valgroubetão começou a operar. A empresa tinha sido fundada no ano anterior por Sidónio Ferreira com três irmãos. Sidónio Ferreira tinha estado emigrado na Suíça a trabalhar no ramo. “Gostei muito de trabalhar com o betão quando estive na Suíça. Quando regressei de vez e com o apoio dos meus irmãos, decidimos montar uma central de betão”, recorda o responsável. Em 2008, a empresa tornou-se membro APEB. A principal motivação foi estar sempre a par da legislação e regulamentação relevantes para a sua atividade.

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A principal aposta da Valgroubetão é a obra privada. “Moradias unifamiliares e prédios urbanos são o que costumamos fazer em primeiro lugar. Também temos fornecido algumas obras públicas, mas este tipo de obras não tem grande expressão na nossa atividade”, informa Sidónio Ferreira. Em 2017 a Valgroubetão produziu e forneceu mais de 25 mil metros cúbicos de betão, o que representa mais do dobro do que tinha sido fabricado em 2013. “Desde então temos vindo a aumentar a nossa produção. Porém, estamos apreensivos. Os meses de março e abril deste ano foram fracos porque choveu imenso.


Barranca Lda., Lourinhã

Bombagem Ferrel

Esperamos que o clima melhore e com isso o nosso negócio,” informa o responsável. Para os responsáveis da Valgroubetão a manutenção e melhoria da central são essenciais. Em 2016 substituíram a betoneira, a sua estrutura de apoio e o tapete transportador dos agregados. “Apostámos em equipamentos galvanizados para aumentar a sua durabilidade. O ambiente aqui é muito agressivo porque estamos muito próximo do mar”. Em 2017 foram substituídas as tolvas dos agregados. Aqui a Valgroubetão optou por uma solução inovadora, uma vez que é a única central do país com compartimentos de grandes dimensões em betão. Na base de cada compartimento está apenas um funil, também em aço galvanizado.

Atualmente, a central está equipada com uma misturadora de duplo eixo horizontal de dois metros cúbicos de capacidade nominal. Para a entrega e colocação do betão, a Valgroubetão possui frota própria que compreende uma auto-bomba e seis camiões-betoneira, um destes inclui equipamento de bombagem. A central integra ainda uma unidade de recuperação para aproveitar os restos de betão que resultam das lavagens dos camiões-betoneira e da auto-bomba. “Queremos que a nossa central seja sustentável e amiga do ambiente”, sublinha Sidónio Ferreira. Para 2018, a Valgroubetão tem dois projetos: restaurar os silos e obter a certificação do controlo da produção. “Estamos conscientes da nova norma do betão. Sabemos que a certificação da central vai ser exigida para as obras dos nossos clientes”, informa o responsável.

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Membros Aderentes

BASF PORTUGUESA, S.A. Rua 25 de Abril, n.º 1 2689-368 PRIOR VELHO Tel.: 219 499 900 • Fax: 219 499 948 geral-ebeportugal@basf.com www.master-builders-solutions.basf.pt www.basf.pt

CHRYSO ADITIVOS, S.A.U. Camino de Yunclillos, s/n. 45520 VILLALUENGA DE LA SAGRA TOLEDO – ESPANHA Tel.: 0034 925 53 19 52 Fax: 0034 925 53 13 36 hugo.completo@chryso.com chryso.pedidos@chryso.com http://pt.chryso.com www.chryso.com

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EUROMODAL, LDA. Rua Aires Ornelas, 137 4000-023 PORTO Tel.: 225 379 171 • Fax: 225 360 508 mail@euromodal.pt www.euromodal.pt

MC-BAUCHEMIE PORTUGAL, LDA. Rua Pinhal dos Morros, 6 2120-064 FOROS DE SALVATERRA Tel.: 263 509 080 • Fax: 263 509 089 geral@mc-bauchemie.pt www.mc-bauchemie.pt

SIKA PORTUGAL, S.A. Rua de Santarém, 113 4400-292 VILA NOVA DE GAIA Tel.: 223 776 900 • Fax: 223 776 966 info@pt.sika.com www.sika.pt


Associados

Alexandre Barbosa Borges, S.A. Rua do Labriosque, 70 Martim 4755-307 BARCELOS

António Branco Tavares & Filhos, Lda. Zona Industrial de Vila Verde Rua H, Lote 23 3770-305 OLIVEIRA DO BAIRRO

Betão Liz, S.A.

Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA

BETOPAR – Indústrias e Participações, S.A. Av. do Movimento das Forças Armadas, 10 R/C Dtº 2710-431 SINTRA

Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A. S. Cosme, S. Tomé do Castelo 5000-371 VILA REAL

Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A. Estrada Nacional 10/1 Qta. dos Porfírios 2819-501 SOBREDA

Ibera – Indústria de Betão, S.A. Quinta da Madeira EN 114, Km 185 7000 -172 ÉVORA

Lenobetão, S.A. PC Santa Catarina da Serra Apt. 1004 2496-907 SANTA CATARINA DA SERRA

Sonangil Betão – Fabricação de Produtos de Betão para a Construção, Lda. Rua Frei Luís de Granada Loja 10-A 1500-680 LISBOA

TCONCRETE, S.A. Rua de Pitancinhos, Apartado 208, Palmeira 4711-911 BRAGA

Tecnovia – Sociedade Empreitadas, SA Rua Casal do Deserto 2740-031 PORTO SALVO

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. Rua do Rego Lameiro, 38 4300 - 454 PORTO

Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A. Av. Duarte Pacheco, n.º 19 – 7.º 1070-100 LISBOA

Pragosa Betão, S.A. Apartado 46 2440 - 901 BATALHA

Valgroubetão – Sociedade de Betão Pronto, Lda. Z. I. Vale do Grou, R. Sta. Bárbara 2525-791 ATOUGUIA DA BALEIA

junho 2018

47


Associados

ABTF António Branco Tavares & Filhos, Lda. Capital Social 444.000,00 euros

Sede Social Zona Industrial de Vila Verde Rua H, Lote 23 3770-305 OLIVEIRA DO BAIRRO

Telefone: 234 757 140 Telefax: 234 757 141 E-mail: betao@grupotavares.com Website: www.grupotavares.com/abtf

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL

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Vila Verde

Marisa Tavares

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CERTIFICAMOS O CONTROLO DE PRODUÇÃO DO BETÃO!... ... COM UM PROCESSO SÓLIDO, SIMPLES, RIGOROSO E DESCOMPLICADO.

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Betão Liz, S.A. Capital Social 22.000.000,00 euros

Sede Social Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 Lisboa

Telefone: 213 118 100 Fax: 213 118 821 E-mail: betaoliz@intercement.com Website: www.cimpor-portugal.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO CONTACTO

E-MAIL

LOCAL

CONTACTO

E-MAIL

962 525 295

btz.valenca@intercement.com

Figueira Foz

961 559 379

btz.ffoz@intercement.com

P. de Lima

962 983 510

btz.plima@intercement.com

Coimbra

962 373 861

btz.coimbra@intercement.com

Felgueiras

962 375 979

btz.felgueiras@intercement.com

V. N. Poiares

962 373 861

btz.coimbra@intercement.com

Guimarães

961 932 459

btz.guimaraes@intercement.com

Pombal

964 242 856

btz.pombal@intercement.com

Mirandela

962 536 169

btz.mirandela@intercement.com

Leiria

962 714 627

btz.leiria@intercement.com

Vila Real

969 292 041

btz.vilareal@intercement.com

Entroncamento

962 721 916

btz.entroncamento@intercement.com

Rio Tinto

962 374 398

btz.riotinto@intercement.com

Óbidos

962 374 401

btz.obidos@intercement.com

Gaia

962 605 336

btz.gaia@intercement.com

Rio Maior

969 292 044

btz.rmaior@intercement.com

Esmoriz

962 374 165

btz.esmoriz@intercement.com

Portela Sintra

962 723 525

btz.psintra@intercement.com

Aveiro

962 738 182

btz.aveiro@intercement.com

Alhandra

962 723 522

btz.alhandra@intercement.com

Viseu

962 983 508

btz.viseu@intercement.com

Loures

962 738 181

btz.loures@intercement.com

Tábua

928 500 486

btz.tabua@intercement.com

Frielas

962 738 181

btz.loures@intercement.com

Mangualde

962 738 620

btz.mangualde@intercement.com

Alfragide

962 723 524

btz.alfragide@intercement.com

Guarda

928 500 485

btz.guarda@intercement.com

Almada

962 738 184

btz.almada@intercement.com

Covilhã

968 122 133

btz.covilha@intercement.com

Setúbal

962 980 776

btz.setubal@intercement.com

C. Branco

967 423 902

btz.cbranco@intercement.com

Alcochete

918 798 830

btz.alcochete@intercement.com

Alcantarilha

962 406 198

btz.alcantarilha@intercement.com

Esteveira

962 993 409

btz.esteveira@intercement.com

Loulé

962 723 184

btz.loule@intercement.com

Vitor Paulino

Paulo David

David Martins

Anibal Ferreira

Valença

RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE MERCADO

Pedro Alves Jorge Santos Mário Jorge Neto

RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE MERCADO

LOCAL

CENTROS DE PRODUÇÃO

junho 2018

49


Associados

Betopar – Indústrias e Participações, S.A. Capital Social 696.505,00 euros

Sede Social Av. do Movimento das Forças Armadas, 10 R/C Dtº 2710-431 Sintra

Telefone: 219 106 042 E-mail: geral.betopar@gmail.com

CENTRO DE PRODUÇÃO LOCAL

DEPARTAMENTO COMERCIAL

CONTACTO

Loures

Luis Rocha

926 326 038

Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A. Capital Social 400.000,00 euros

Sede Social S. Cosme – S. Tomé do Castelo 5000-371 Vila Real

Telefone: 259 302 630 Fax: 259 356 538 E-mail: geral@brivel.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO

50

LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Vila Real

Eng.º Bruno Costa

259 302 630 939 201 020 brunocosta@brivel.pt

Macedo de Cavaleiros

Hugo Ferreira

939 201 022 hugoferreira@brivel.pt


Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A. Sede Social Estrada Nacional 10/1 Quinta dos Porfírios 2819-501 Sobreda

Telefone/Fax: 212 587 540 E-mail: geral@concretope.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Almada

João Ferreira

969 053 428

Lagos

José Dias

968 034 979

S. Brás de Alportel

Luis Romeira

968 013 214

Ibera – Indústria de Betão, S.A. Capital Social 2.000.000,00 euros

Sede Social Quinta da Madeira EN 114, Km 185 7000 -172 Évora

Telefone: 266 758 500 Fax: 266 758 511

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Évora

266 758 501/2

Montemor-o-Novo Borba

266 893 709 Eng.º Ricardo Matias

Reguengos de Monsaraz

268 890 612 266 501 604

Sines Beja

CONTACTO

269 878 160 Eng.º Ricardo Matias

284 998 744

junho 2018

51


Associados

Lenobetão, S.A. Capital Social 7.000.000,00 euros

Sede Social Rua de Tomar, 80 2495 -185 Santa Catarina da Serra

Telefone: 244 749 766 E-mail: geral@lenobetao.pt Website: www.lenobetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

Fátima

Castelo Branco

Portalegre

Montijo

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO Filipe Santos filipe.a.santos@lenobetao.pt Nuno Eusébio nuno.m.eusebio@lenobetao.pt Nuno Eusébio nuno.m.eusebio@lenobetao.pt Luís Ramiro luis.b.ramiro@lenobetao.pt

CONTACTO

96 210 81 88

96 210 81 95

96 210 81 95

96 210 82 07

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. Capital Social 100.000.000,00 euros

Sede Social Rua do Rego Lameiro, 38 4300-454 Porto

Telefone: 220 914 820 Fax: 220 914 830

ÁREA COMERCIAL LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Porto

Eng.ª Daniela Maia

CONTACTO 912 504 080 comercialbet@ mota-engil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL PRODUÇÃO

CONTACTO

Eng.ª Marta Durães

919 448 593

Eng.ª Margarida Morgado

913 642 133

Paredes* Canelas* Caniçada* Famalicão Santa Iria da Azóia* Almada*

*Centrais com capacidade para fornecer betão para Classe de Inspeção 3.

52


Pragosa Betão, S.A. Sede Social EN1 Km109 Amieira, Ap. 46, 2440-901 Batalha

Telefone: 244 480 120 Fax: 244 481 049 E-mail: betao@pragosa.pt Website: www.pragosa.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DO MERCADO

CONTACTO

Dr. João Jordão

244 480 120

Batalha Alenquer Torres Vedras Montemor-o-Novo Caldas da Rainha

Sonangil Betão – Fabricação de Produtos de Betão para a Construção, Lda. Capital Social 200.000,00 euros

Sede Social Rua Frei Luís de Granada, Loja 10-A 1500-680 Lisboa

Centro de Produção Quinta do Secretário Via Rápida da Caparica 2810-116 Almada

Telefone: 212 952 990 Fax: 212 952 989 E-mail:geral@sonangilbetao.pt Website: www.sonangil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DO MERCADO

CONTACTO

Fernando Mendes

212 952 990

Pedro Chrystêllo

964 825 337

Almada

junho 2018

53


Associados

Tecnovia, Soc. Empreitadas, SA Capital Social 90.000.000,00 euros

Sede Social Rua Casal do Deserto 2740-031 Porto Salvo

Telefone: 214 225 400 Website: www.tecnovia.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL Viseu

Coimbra

Ourique

Messines

COMERCIAL Ricardo Henriques ricardo.henriques@tecnovia.pt Rui Fidalgo rui.fidalgo@tecnovia.pt Mónica Jorge monica.jorge@tecnovia.pt José Ramos jose.ramos@tecnovia.pt

CONTACTO 918 200 391

914 442 870

912 682 313

914 444 580

LABORATÓRIOS ACREDITADOS Ensaios de Betão, Agregados e Ligantes Calibração de máquinas de compressão, peneiros, balanças, termómetros e estufas.

www.apeb.pt 54


Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A. Capital Social 12.000.000 euros

Sede Social Outão – Setúbal Serviços Centrais e Administração Av. Duarte Pacheco, n.º19 – 7.º 1070-100 Lisboa

Telefone: 213 172 420 Telefax: 213 555 012 E-mail: geral.unibetao@secil.pt Website: www.unibetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO

CONTACTO

LOCALIZAÇÃO

Carriça - Esc.

229 871 490

41°17’38’’N 8°37’09’’W

GRANDE LISBOA

Maia

938 977 507

41°13’36’’N 8°39’25’’W

Frielas - Esc.

219 898 640

38°48’27’’N 9°09’04’’W

Gaia

938 977 509

41°05’28’’N 8°36’19’’W

Frielas

938 977 457

38°48’27’’N 9°09’04’’W

Viana do Castelo

938 970 006

41°40’05’’N 8°48’33’’W

Queluz

938 977 468

38°44’24’’N 9°15’25’’W

Braga

938 977 493

41°30’34’’N 8°27’23’’W

Linhó

938 977 520

38°45’37’’N 9°22’33’’W

Vila Franca de Xira

938 977 568

38°59’52’’N 8°57’59’’W

Torres Vedras

938 977 466

39°06’50’’N 9°14’29’’W

Setúbal

938 977 589

38°32’26’’N 8°50’09’’W

Casal do Marco

938 989 893

38°36’16’’N 9°05’32’’W

Alcochete

212 348 370

38°44’45’’N 8°56’36’’W

Évora

938 977 612

38°32’07’’N 7°57’06’’W

Alcácer do Sal

938 977 611

38°23’26’’N 8°30’19’’W

Sines

917 621 138

37°57’20’’N 8°50’44’’W

Beja

919 703 652

38°01’25’’N 7°51’11’’W

Ferreiras - Esc.

289 571 371

37°07’37’’N 8°14’39’’W

Ferreiras

938 977 602

37°07’25’’N 8°14’39’’W

Olhão

938 977 603

37°02’15’’N 7°51’42’’W

Portimão

938 977 604

37°09’43’’N 8°37’50’’W

Penafiel

938 985 849

41°12’03’’N 8°18’24’’W

Amarante

938 985 849

41°15’15’’N 8°02’29’’W

Vila Real

938 977 487

41°16’26’’N 7°42’19’’W

Feira

938 977 478

40°56’40’’N 8°32’09’’W

Albergaria

938 977 483

40°42’44’’N 8°29’20’’W

Leiria - Esc.

244 843 171

39°46’12’’N 8°46’26’’W

Pombal

938 977 526

39°58’33’’N 8°37’39’’W

Leiria

938 977 626

39°46’12’’N 8°46’26’’W

Caldas da Rainha

918 683 938

39°25’15’’N 9°10’14’’W

Santarém

932 589 601

39°16’48’’N 8°42’18’’W

Abrantes

938 977 561

39°27’41’’N 8°09’51’’W

Portalegre

938 977 625

39°16’06’’N 7°25’47’’W

Coimbra

938 977 441

40°11’05’’N 8°29’02’’W

Tondela

938 977 525

40°29’02’’N 8°50’08’’W

Elvas

930 413 006

38°53’20’’N 7°08’57’’W

Guarda

936 868 345

40°31’29’’N 7°13’46’’W

Castelo Branco

936 868 347

39°53’49’’N 7°28’49’’W

LOCAL

António Modesto / José Duarte

LOCALIZAÇÃO

RESPONSÁVEIS / DIRETORES DE ZONA

CONTACTO

ZONA SUL

José Guedes / Luís Moreira

RESPONSÁVEIS / DIRETORES DE ZONA

ZONA CENTRO

ZONA NORTE

LOCAL

CENTROS DE PRODUÇÃO

ALENTEJO

ALGARVE

junho 2018

55


Cartoon

Fissuração do Betão ~o Há 3 tipos de Fissurac, a no beta~o jovem.

Fissuração por Retracção Plástica

PRevençãO

CAusA

As fissuras por ~o plástica retracc, a sa~o causadas ~o pela evaporac, a demasiado rápida da água superficial.

~o de compostos Prevenir através da aplicac, a de cura, ou mantendo o beta~o húmido e protegido por coberturas ou membranas de cura.

Fissuração de Origem Térmica PRevençãO

CAusA

Pode ocorrer quando a temperatura do beta~o é mais elevada que a do ambiente.

Limitar os gradientes térmicos através de isolamento.

Deixar a cofragem no lugar durante o maior período de tempo possível.

Fissuração por Assentamento Plástico

Procurar aplicar ~o de a compactac, a forma homogénea.

PRevençãO

CAusA Ocorre devido ao assentamento do beta~o em paredes esbeltas e pilares. Nas lajes pode ser reconhecida através do trac, ado sobre as linhas de distribuic, a~o das armaduras.

Na betonagem de elementos altos, colocar o beta~o por camadas.

Executar as juntas ~o de dilatac, a logo que possível.

Se a fissurac, a~o plástica ocorrer, deve-se regularizar a superfície com talocha ou colher, para fechar as fissuras e prosseguir com a cura.

Compactar o beta~o no período de 1 hora após ~o do mesmo. a colocac, a

A QuAlidAde de um Betão resultA do Bom trABAlho de eQuipA APEB Av.ª Conselheiro Barjona de Freitas, 10 A 1500-204 LISBOA - PORTUGAL Telefone: 21 774 19 25; 21 774 19 32; 21 778 53 65 Telefax: 21 778 58 39 E-mail: geral@apeb.pt

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