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R E V I S TA Ano 3 – Número 4 – Março 2018
Boa leitura!
O ComunicaFS in Revista é uma publicação da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (FS/UnB). Ano 3 – Número 4 – Março 2018
E D I T O R I A L As sementes desabrocham e a colheita é de todas e todos Há quase quatro anos, quando iniciamos esta gestão, muitos eram os desafios, mas nossos
Diretora da FS/UnB: Maria Fátima de Sousa Vice-diretora da FS/UnB: Karin Sávio Coordenação Editorial: Ana Valéria M. Mendonça Edição de textos: Ádria Albarado (DRT 439/ RR), Gabriela Lobato (DRT 0011581/DF), Tamires Marinho (DRT 0010212/DF) e Waléria Fortes Edição de imagens: Rafael Valetim Layout e diagramação: Rafael Valetim Fotos: ComunicaFS, ECOS, Karina Zambrana Revisão: Ana Valéria Machado Mendonça, Ádria Albarado e Tamires Marinho Contatos Universidade de Brasília (FS/UnB) Faculdade de Ciências da Saúde Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília - DF, 70910-900 E-mail: comunicafs2014@fs.unb.br Telefone: (+55 61) 3107-1828
melhores investimentos enquanto gestoras e professoras dessa casa, foram nas potencialidades que a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília tinha e tem a oferecer. Afinal, chegamos ao fim de um ciclo de gestão e nossas esperanças se renovam na
certeza de que as tâmaras plantadas nos jardins desta instituição e nos corações de técnicos administrativos, professores, estudantes, estagiários, pesquisadores colaboradores, equipes de limpeza, segurança, manutenção predial e demais pessoas que vivenciaram este momento da história da FS conosco, jamais serão arrancadas.
Algumas sementes desabrocharam rápido e passaram a fazer parte do cotidiano da vida acadêmica da FS. Uma delas foi o Comunica FS e todas as produções e canais que utiliza para
promover a comunicação de nossas ações, projetos e atividades. Se antes não sentíamos
necessidade ou sequer sabíamos como fazê-lo, o Comunica FS evidenciou a importância de
mostrarmos o que fazemos, como fazemos e para quem fazemos. Seja no campo do ensino,
da pesquisa ou da extensão, ultrapassamos os limites de nossas salas de aula, compartilhamos e traduzimos conhecimentos e vivências, sempre em busca da promoção da saúde e da
equidade em saúde para além dos muros da UnB, do Distrito Federal e do Brasil. Todos os espaços dessa cada viraram ambientes de aprendizagem.
COLABORADORES
Uma dessas mídias foi a Comunica FS in Revista, que ora chega a você em sua quarta edi-
Comunica FS Ádria Albarado Amanda Duarte Braian Castelo Michelle Cordeiro Rafael Milhomens Walquíria Dias
e a doação daqueles e daquelas que diariamente fazem pequenas ou grandes transforma-
ECOS
duação e pós-graduação, chefes de departamentos, coordenadores do Sistema de Integração
Carolina Magalhães Elizabeth Alves de Jesus Lívia Resende Luana Dias Mayanne Soares Camilo Natália Fernandes de Andrade
ção. Uma forma de darmos publicidade, transparência e valorizar os saberes, o envolvimento ções com seu trabalho e nem sempre têm a compreensão que podem ser semeadores desses conhecimentos e atitudes.
Neste sentido, aproveitem o início do semestre para relembrar ou conhecer o resumo das
nossas ações em 2017. Nossas porque fazemos questão de enfatizar, a gestão da FS não se resume à nossa atuação – Fátima e Karin – mas a todos os coordenadores de cursos de gra-
Ensino-Serviço-Comunidade, Colegiado de Extensão, Comissão de Estágios, do Programa FS Promotora de Saúde, do próprio Comunica FS, do Centeias, dos representantes dos Cen-
tros Acadêmicos, da prefeitura da FS, da coordenação da equipe de limpeza, dos parceiros externos, dentre tantos outros colaboradores.
Somos muitos semeadores e temos certeza que seremos muitos mais na hora da colheita.
Acreditamos que a transparência posiciona, a palavra abre portas e a disposição coletiva consagra ações, por isso, delicie-se com nossa revista e perceba o quão grande é missão da FS, uma faculdade de muitas ações, sonhos e, muitas, muitas atitudes. Que sejam perenes, ainda que em diferentes momentos da construção da história da FS. Maria Fátima de Sousa e Karin Sávio Oliveira
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MEMÓRIAS DA FS
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SIESCO
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FS PROMOTORA DE SAÚDE
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ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
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ACONTECE NA FS
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FS DOS SONHOS
PROGRAME-SE
FS DOS SONHOS
Faculdade de Ciências da Saúde comemora Dia do Servidor com homenagens e lançamento de campanha contra descartáveis
FS DOS SONHOS
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A Direção da Faculdade de Ciências da Saú-
eles que cuidam de cada problema dessa fa-
parceria com chefes de departamentos da
lhado”. Os demais servidores e estagiários re-
de da Universidade de Brasília (FS/UnB), em instituição, comemorou o Dia do Servidor Pú-
blico – 28 de outubro – com homenagens e o lançamento da campanha “A FS diz não aos
ceberam canecas e todos celebraram servidos de lanche oferecido pela direção.
descartáveis”. Na ocasião, servidores com de-
Durante as comemorações foi realizado ain-
de, receberam certificados de reconhecimento
aos descartáveis”. Ao presentear servidores e
dicação de, em média de 20 anos à Faculdapelo trabalho prestado.
A professora Maria Fátima de Sousa, diretora da FS/UnB, abriu a comemoração afirmando que era preciso ressignificar a palavra “servi-
dor”. “Servidores somos todos nós, desde os
da limpeza até os gestores e professores”. Em seguida, agradeceu a equipe da limpeza, por
levarem a FS ao destaque como uma das faFS DOS SONHOS
culdade, das goteiras, das infiltrações, do te-
da, o lançamento da campanha “FS diz não
estagiários – professores também receberam
as canecas no dia 15 de outubro – a direção
da Faculdade pretende reduzir o consumo de copos descartáveis na instituição. As canecas trazem a mensagem “Seja a mudança que você quer ver no mundo”, de Mahatma Gan-
dhi e, “Quem bebe nesta caneca terá sempre sede de liberdade”, de Frei Caneca.
culdades mais limpa e bem cuidada da UnB, à
O professor Laudimar Oliveira, do Departa-
dedicação nas primeiras horas da manhã para
mento da campanha. “Essa ação tem grande
querida “Fafá”, Maria de Fátima Souza, e sua o preparo do café.
O prefeito da FS, Pedro Carvalho, destacou a participação dos técnicos da elétrica, da hi-
dráulica e da alvenaria na comemoração. “São
mento de Oliveira, foi o porta voz do lançaimportância diante da situação de poluição que temos presenciado no mundo, então nossa ideia é dar exemplo e reduzir o consu-
mo dos descartáveis e colaborar com a preservação ambiental”.
subsolo 4 anos atrás
FS DOS SONHOS
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Em 4 anos muita coisa mudou. Veja a seguir uma série de fotos que mostram o quanto evoluímos
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ILUMINAÇÃO DAS ÁREAS INTERNAS E EXTERNAS 4 anos atrás
FS DOS SONHOS
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infiltrações 4 anos atrás
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ILUMINAÇÃO DAS ÁREAS INTERNAS E EXTERNAS 4 anos atrás
FS DOS SONHOS
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Rede elétrica 4 anos atrás
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ÁREA EXTERNA Antes
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ÁREA EXTERNA depois
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banheiros Antes
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banheiros depois
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CORREDORES DOS LABORATÓRIOS Antes
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CORREDORES DOS LABORATÓRIOS depois
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JARDIM CENTRAL Antes
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JARDIM CENTRAL depois
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LABORATÓRIOS reformados
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ESPAÇO COLETIVO CORA CORALINA Espaço novo
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redário Espaço novo
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sala de reuniões interna Revitalizada
SALA DE LEITURA Espaço novo
FS DOS SONHOS
SECRETARIA DE PÓS-GRADUAÇÃO revitalizada
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PROGRAME-SE
ACONTECE NA FS
Professora da FS articula projeto de internacionalização entre países da América do Sul, Europa e África
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do Departamento de Enfermagem. Este acor-
do “guarda-chuva” abre portas para que outras áreas da nossa Universidade possam desenvolver parcerias.
Outro acordo foi posteriormente assinado entre a UnB, a Universidade de Tlemcen, a Aix-Marseille Université da França e a Universidade Federal de Santa Catarina, objetivando
estudar o trabalho de profissionais de saúde em hospitais universitários, tendo quatro hos-
pitais como cenário, onde se inclui o HUB.
Esta pesquisa está em curso, com financiamento do CNPq. Nomeada como representante e responsável pela coordenação dos processos de inter-
nacionalizaçãoda Faculdade de Ciências da
Saúde da Universidade de Brasília (FS/UnB), a professora Magda Scherer, em 2017, se dediACONTECE NA FS
cou em viabilizar projetos de cooperação entre a UnB e Universidades da Europa e da África com ênfase em pesquisas desenvolvidas no
âmbito da Saúde, possibilitando campus para mobilidade de professores e alunos.
Desde 2013, a coordenadora responde por um acordo inédito realizado entre a UnB e a
Universidade de Tlemcen, Argélia, tendo na suplência a professora Maria da Glória Lima,
Acordos entre UnB e Universidades da Argélia e França possibilitam campus para mobilidade de professores e alunos.
É válido ressaltar a articulaçãode novos projetos para 2018. Um de mobilidade entre
professores e estudantes do Brasil e Argélia, com garantias de hospedagem, alimen-
tação e curso de francês pelo parceiro da
África do Norte. Outro projeto será desenvolvido com a Universidade de Estrasburgo, França, reunindo várias instituições francesas e brasileiras.
Outro ponto destacado pela professora so-
bre o processo de internacionalização da FS/ UnB foi o Congresso da Sociedade Interna-
cional de Ergologia (SIE), que em 2018 será
sediado pela primeira vez no Brasil, na UnB, em cooperação com a Fiocruz de Brasília.
Eventos Internacionais 2017
Já no mês de outubro de 2017, aconteceu
Em setembro de 2017, a Bélgica, sediou o
menagem ao professor e filósofo Yves
de Análise dos Sistemas de Saúde (XXVIII
contou com a presença de professores da
dos sistemas de serviço em saúde.”. Na opor-
e da Secretaria de Saúde do DF que con-
sobre o Trabalho em Saúde (GEPTS/CNPq)
ências desenvolvidas a partir desse refe-
a Conferência da Sociedade Interna-
cional de Ergologia sediada em Paris/ França. O evento foi um colóquio de ho-
XXVIII Congresso da Associação Latina
Schwartz, grande teórico da Ergologia, e
CALASS) cujo tema principal foi “A qualidade
Faculdade de Ciências da Saúde da UnB
tunidade, o Grupo de Estudos e Pesquisas
tribuíram com a apresentação de experi-
da FS/UnB, participou.
rencial teórico metodológico.
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FS/UnB revitaliza portal e sites institucionais
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O ano de 2017 foi marcado por diversas no-
o Centeias pudesse prover melhores recursos,
de, entre elas, a revitalização do portal da
atender alguns requisitos exigidos aos cursos
vidades na Faculdade de Ciências da Saú-
instituição. Além de aperfeiçoar a forma que os serviços de tecnologia da informação (TI) são executados e oferecidos à comunidade acadê-
mica, a ação possibilitou a instalação de melhores recursos, proporcionando assim mais estabilidade e qualidade na informação.
O novo portal é um projeto desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Educacionais Interati-
vas em Saúde (Centeias), em parceria com o Laboratório Avançado de Produção, Pesquisa
e Inovação de Software(Lappis), da Faculdade do Gama (FGA/UnB).
O projeto prevê a incorporação de tecnologias
não apenas como uma prestação de serviços-
mas, principalmente, como uma ferramenta com alto potencial de pesquisa, desenvolviACONTECE NA FS
mento e inovação. Nesse sentido, a escolha por ferramentas, aplicações e infraestrutura livres, possibilita o estudo de tecnologias que podem ser desenvolvidas no âmbito das comunidades e implementadas localmente, atendendo o quesito sustentabilidade.
Ainda no segundo semestre de 2016 foi inicia-
do um processo de avaliação e reformulação
dos sites e plataformas virtuais da FS para que
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mais estabilidade, qualidade na informação e
de graduação por órgãos de gestão educacional como o Ministério da Educação.
A reformulação ocorreu, ainda, diante da preocupação com a integridade do patrimônio digi-
tal da FS. Foram estudados meios de organi-
zação, curadoria e gestão de acervos pois, de acordo com a coordenação do Centeias, era
necessário manter toda documentação como
revistas, teses, monografias e dissertações na infraestrutura local, configurar uma melhor
gestão da informação na FS, evitar perdas e organizar um histórico dos programas.
A avaliação realizada pelo projeto de mudança do portal identificou a ausência de padroniza-
ção no desenvolvimento dos sites e inúmeras falhas de segurança, o que culminou na migra-
ção dos sites para uma instância única, com capacidade de suportar funções existentes e abarcar novas tecnologias.
A nova arquitetura do portal da FS atende crité-
rios de segurança, expansibilidade, integração
e licença. Trata-se do Noosfero, uma ferramenta livre, de código aberto, completamente
gratuita, brasileira e com uma vasta comunida-
de de apoio tanto na web, quanto em institui-
ções como Universidade de São Paulo (USP),
Dessa forma, um conjunto de alunos, profes-
(Serpro) e Presidência da República (PR).
nharia, avaliação e implantação de software;
Serviço Federal de Processamento de Dados
Com a migração e a modernização da plataforma, mais de 15 websites que integravam a
estrutura de comunicação da FS foram desenvolvidos. A análise realizada pela equipe do Centeias e do Lappis resultou na padronização
e integração dos serviços existentes, com segurança e estabilidade e, principalmente, ade-
quado às necessidades acadêmicas. O desenvolvimento do novo portal da FS só foi possível com a parceria firmada entre os dois laboratórios de pesquisa – Centeias e Lappis – e o
apoio do Comunica FS, núcleo responsável pelas estratégias de comunicação da FS/UnB.
sores e pesquisadores das áreas de engeSaúde Coletiva; Comunicação e Informação em Saúde, criaram uma nova instância da plataforma de rede social. Atualmente, o por-
tal da FS agrega os cinco departamentos, sete programas de pós- graduação, o cole-
giado de extensão, os projetos estratégicos
FS Promotora de Saúde, Comunica FS e Sistema de Integração Ensino-Serviço-Comunidade (Siesco), dezenas de laboratórios
de pesquisa, além de promover a visibilidade
de centenas de programas e projetos importantes para o desenvolvimento científico na FS e no país.
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ACONTECE NA FS
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FS/UnB firma parceria com o Conasems para o fortalecimento da Vigilância em Saúde no Brasil
Com o objetivo de fomentar o desenvolvimen-
o Conasems que, por sua vez, inseriu a FS/
e profissionais de saúde nos municípios e o
para profissionais de vigilância em saúde e
to de estatística de apoio integrado a gestores fortalecimento das ações de combate ao aedes aegypti e suas consequências, a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade
de Brasília (FS/UnB) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Cona-
sems), assinaram um termo de compromisso durante a solenidade de abertura do 33º Con-
gresso do Conasems, ocorrido em julho deste ano em Brasília.
O documento foi rubricado pela professora Dais Gonçalves Rocha – representando a direção da FS/UnB – e pelo presidente do Cona-
sems, Mauro Junqueira. A iniciativa foi financiada pela Secretaria de Vigilância do Ministério
da Saúde por meio de uma cooperação com
UnB para apoiá-los nas ações de formação de entomologia aplicada à saúde pública.
De acordo com o professor Jonas Brant, coordenador de um dos componentes do projeto amparado pelo termo, a FS/UnB vai apoiar o Conasems na construção de cursos para o fortalecimento da capacidade de vigilância no Brasil. “Vamos atuar na contribuição de três cursos, um será semipresencial para tutores que serão uma espécie de articuladores do Conasems nas regionais de saúde de todo o Brasil e, outros dois, à distância, para profissionais de saúde e de entomologia”.
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ACONTECE NA FS
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Equipe do Centeias recebe capacitação sobre software de auxílio a pesquisas epidemiológicas
Com o objetivo de capacitação para o manu-
(CDC) e Centro Nacional de Doenças Infeccio-
ture (REDCap), os colaboradores do Centro
Estados Unidos.
seio do software Research Eletronic Data Cap-
de Tecnologias Educacionais Interativas em
Saúde (Centeias) da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília, participaram de treinamentos ofertados em abril de 2017.
A capacitação foi ministrada a equipe de pro-
fissionais de tecnologia de informação, bem como, profissionais da área de saúde para ins-
talação e manuseio do software, no auxílio de pesquisas epidemiológicas. O REDCap é uma
aplicação web segura para coleta, construção e gestão de dados, e pesquisas online, orien-
tado para apoiar a coleta de dados online e, também, offline para estudos e investigações.
O treinamento foi aplicado pelo instrutor John
Jones, especialista em T.I./FAC-COR II, da divisão de doenças transmitidas por vetores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças
sas Emergentes e Zoonóticas (NCEZID) dos De acordo com o Centeias, a expectativa é
que o uso do instrumento se torne mais comum nas próximas pesquisas epidemiológi-
cas, visto que, as equipes estão capacitadas para lidar com o software , pois ele é o que
há de mais moderno na área de coleta de dados para pesquisas de saúde que englobem grandes quantidades de pessoas.
A maior parte dos profissionais que passaram pelo treinamento está envolvida na Investigação ZODIAC – Investigação sobre os desfechos da síndrome congênita do Zika e o desenvolvimento infantil, que tem
como objetivo avaliar a situação de saúde e possíveis mudanças na vida familiar das
crianças que tem microcefalia, com idade entre 12 e 24 meses.
Foi assinada a ordem de execução para a 40
Docentes da FS/ UnB terão salas dos professores reformadas
obra de reforma das salas dos professores. O prédio da Faculdade de Saúde, que é do final da década de 1970, enfrentava uma série de problemas e passou por reformas de forma gradativa.
Com a ação, 82 professores efetivos passarão a ter suas salas. Muitos docentes chegaram a trabalhar pelos corredores ou no calor, enfrentando problemas como a má estrutura
ou distribuição dos espaços físicos. Havia poucos professores com sala e isso gerou
dificuldades para o preparo da aula ou para
receber alguém. De acordo com o coordenador da Comissão de Obras da FS, professor
Laudimar Oliveira, trata-se de uma reforma aprovada pelo Conselho da Faculdade ainda
em 2011, porém, devido à morosidade dos
trâmites burocráticos para o início da obra, somente em 2017 o contrato para execução
ACONTECE NA FS
foi assinado. “Há a parte elétrica precária
devido à obsolescência das fiações, tomadas e interruptores. Com a reforma, vamos
ter um ambiente com toda a parte elétrica renovada e também piso, teto, paredes que
não serão mais divisórias e sim de drywall”, destaca.
Os representantes dos departamentos que integram a Comissão de Obras da FS sanaram dúvidas e esclarecimentos em relação
a reforma. Segundo Maria Fátima de Sousa, diretora da FS, a reforma trará melhorias na qualidade de vida e no ambiente de trabalho
para os docentes da Faculdade. “Não podemos negar os transtornos causados por uma
reforma, mas eles são temporários e necessários para um futuro com maior qualidade
de vida. Por isso a necessidade de compreensão e da prática da solidariedade por par-
te de todos, afinal, após a reforma teremos
ambientes saudáveis, climatizados e confortáveis”, finaliza.
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para fins de renovação do reconhecimento 42
Cursos de graduação da FS destacam-se em avaliações do Ministério da Educação
do curso Saúde Coletiva – criado em 2010, foi avaliado para fins de reconhecimento do
curso, processo que marca a entrada no sistema de educação superior e a participação no ciclo avaliativo do Sinaes.
Quanto ao Enade, mais uma vez os cursos de graduação da FS demonstraram seu dife-
rencial e compromisso com a qualidade na formação dos seus estudantes. Enfer-
magem e Nutrição obtiveram a
nota máxima – 5. Os cursos de Farmácia e Odontologia
receberam
4. O resultado do exame, realizado
em 2016, foi publicado no Diário Oficial do dia
1º de setembro
de
2017.
Nem
todos os cursos
são avaliados pelo
Enade,
aqueles
em
portaria
somente
apontados publicada
pelo MEC. Os cursos de
Saúde Coletiva são dispensados da avaliação
do Enade por não se-
Nos meses de junho, agosto e setembro de
ram o conceito máxi-
de Ciências da Saúde (FS/UnB) estiveram
4. Odontologia, pela
2017, os cursos de graduação da Faculdade em festa. Os motivos foram os resultados ACONTECE NA FS
dos conceitos de cursos nas avaliações in loco realizadas por Comissões Externas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC) e a divulgação das notas do Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enade),
instrumentos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
Dos quatro cursos avaliados, três recebe-
rem aplicadas provas
mo – 5, e um, nota
para a área.
primeira vez rece-
professora
beu nota 4, o que levou a Coorde-
nação do Curso e a Chefia de Depar-
De acordo com a Rena-
ta Zandonai, do Departamento
de Nutrição da FS/UnB, o sucesso
tamento a apresentarem recurso ao relatório
com a nota deve-se a uma união de fatores,
panhamento da Avaliação (CTAA/INEP) por
tudantes e do corpo docente do curso. “De
postadas pelos avaliadores. Esse recurso
é muito importante para nós, professores e
Enfermagem e Nutrição foram avaliados
com a formação desses alunos”.
de avaliação à Comissão Técnica de Acom-
mas, principalmente, pelo empenho dos es-
encontrarem divergências nas informações
um modo geral a FS foi bem pontuada e isso
será julgado e a nota poderá ser revista.
funcionários que estiveram comprometidos
A diretora da Faculdade, professora Maria Fátima de Sousa, disse que não esperava
outros resultados. “Temos feito muitos investimentos nos cursos da FS, a exemplo
da formação e fortalecimento dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDE), busca de
consultoria para a reforma das matrizes curriculares com corredores multidisciplinares e a própria criação do Sistema de Integração
Ensino-Serviço-Comunidade (Siesco), com
apoio de grupo de pesquisa neste mesmo sentido, o Grupo de Estudos e Formação em Integração Ensino-Serviço-Comunidade (Gefiesco)”.
Outro ponto de investimentos da direção da
Faculdade é a disponibilização de espaços
promotores de saúde, onde alunos, profes-
sores e estudantes podem dedicar-se aos estudos e à convivência harmoniosa como a Sala de Leitura D. Marly, o Espaço Cora
Coralina, Poltronas Livro, Plante um livro no Jardim, dentre outros projetos estratégicos.
Eventos como a Mostra de Estágios, também são apontados como estratégicos pela
gestora para a construção de uma formação
profissional. “Acreditamos no potencial dos professores e dos projetos estratégicos da nossa casa [FS/UnB], pois a cada dia bus-
cam promover uma formação com excelência técnica e relevância social para o nosso país”, afirma Fátima.
A chefe do Departamento de Saúde Coletiva, Daphne Rattner, reconhece as iniciativas.
“Estamos com a possibilidade de melhorias
com a construção dos novos laboratórios, a
reforma da sala dos professores, a disponibi-
lidade de um bom laboratório de informática para pesquisa e ensino, o sistema saúde-escola [Siesco] com integração das ações e o
reconhecimento por meio do certificado de Faculdade Promotora de Saúde. São inúmeras iniciativas que nos dão condições de receber uma excelente avaliação”.
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FS/UnB realiza Oficina de Planejamento e Balanço de gestão Na oportunidade, uma “árvore de problemas e soluções” foi construída para consolidar e refletir as dimensões discutidas
No mês de novembro de 2017, a Faculdade
dades do encontro.
nicos administrativos, pleitearam-se as di-
do com a professora Magda, essa oficina,
Brasília (FS/UnB) realizou a Oficina de Pla-
O primeiro consistiu na formação de qua-
de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação, e
vo também traçar algumas ações e priori-
de Ciências da Saúde da Universidade de
ACONTECE NA FS
nejamento e Balanço de sua atual gestão.
Com o intuito de apresentar os dados da última enquete acerca da satisfação quanto à administração, bem como discutir os avan-
ços da instituição, o evento reuniu docentes, discentes e técnicos administrativos.
À frente da reunião, a professora Magda Scherer, do Departamento de Saúde Cole-
tiva, viabilizou o desenvolvimento das ativi-
O evento se dividiu em dois momentos. tro grupos que discutiram e consolidaram
questões pertinentes à gestão da FS. No
segundo momento, uma “árvore de problemas e soluções”, com todas as reflexões e sínteses trabalhadas pelos grupos, foi
construída para consolidar e refletir as dimensões discutidas.
Com a proposta de formação dos grupos,
compostos por docentes, discentes e téc-
mensões: Administrativas, Comunicativas,
Infraestrutura, totalizando quatro temas trabalhados por cada grupo. Assim, a di-
nâmica da oficina promoveu, ao término de
cada debate, um rodízio de relatores que compartilharam com os demais grupos as temáticas discutidas em cada formação.
Ao final da reunião, a árvore com sínteses
de problemas e soluções foi construída
para retratar o balanço realizado. De acor-
além de fazer um balanço, tem por objetidades que poderão orientar a curto, médio e longo prazo as ações das gestões futu-
ras. Compartilhando da mesma opinião,
a diretora Maria Fátima destaca a importância dos avanços para futuras gestões.
“Esse momento é uma oportunidade para impulsionar o crescimento da Faculdade
de Saúde, ele é importante e não pode ser episódico”, afirma.
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ACONTECE NA FS
Mesa de abertura da Semana de Integração Acadêmica propõe reflexões sobre os desafios da parceria ensino, pesquisa e extensão na formação
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O ano de 2017 mais uma vez trouxe ativi-
Justamente por esse trabalho, a diretora
acerca do ensino-aprendizagem nos cursos
agradeceu às integrantes do núcleo e do
dades de acolhimento, formação e reflexão da Faculdades de Ciências da Saúde. Nesta
edição, ainda teve a parceria com a Faculdade de Medicina e o acolhimento integrado
de professores, estudantes e demais cola-
boradores do mundo acadêmico. A atividade
contou com a participação das decanas de
Ensino de Graduação e de Extensão da Universidade de Brasília, que não esconderam
o reconhecimento e valorização dos temas trabalhados no evento.
Os participantes foram instigados a refletirem sobre a importância de uma formação
que integre ensino, pesquisa e extensão e contemple técnica e relevância social, além
de debaterem sobre os desafios das uni-
versidades para garantir que isso ocorra da melhor maneira possível. Na FS e FM, esse
desafio tem sido trabalhado por um núcleo de professoras que se comprometeram com
a reforma curricular, interdisciplinaridade e a integração ensino-serviço-comunidade em busca da reorientação profissional no campo da saúde, o Siesco e ainda, o Colegiado de ACONTECE NA FS
Extensão da FS.
da FS, professora Maria Fátima de Sousa Colegiado pela dedicação disponibilizada
em busca da reorientação da formação e
a integração e indissociabilidade entre en-
sino, pesquisa e extensão. A diretora en-
fatizou a parceria com a FM em busca de um corredor comum de disciplinas e sua importância para o trabalho em desenvolvimento e para uma formação mais huma-
nista. “É necessário afastar a educação opressora e perguntar qual é a escola ideal para os dias de globalização, com-
petitividade e desigualdades sem fim. A universidade precisa formar profissionais
mais colaborativos e responsáveis com a população mais necessitada”.
O compromisso social da formação e da Universidade em si foi resgatado ao conferirem
mais de 300 ações de extensão e a experiência de quase 55 anos da UnB de Brasília
com projetos de extensão. A FS é uma das
unidades recordistas de projetos extensionistas, pois acredita que a extensão colabora para a formação para as comunidades e não apenas para a sociedade.
ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UnB incorpora uma nova linha de estudos
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logia, genética e vetores de doenças como chagas, leishmaniose, malária e dengue, até
ção do Programa de Pesquisa Translacio-
políticas de saúde.
e a Rede Nacional de Pesquisas Clínicas
blica – que possam resultar em programas e A professora, que já trabalhou na Secretaria de Ciência e Tecnologias e Insumos Es-
tratégicos, do Ministério da Saúde (SCTIE/ MS), destaca a importância desse tipo de
estudo pois, segundo ela, há uma grande dependência tecnológica do Brasil em rela-
ção ao exterior como, por exemplo, a fabricação de medicamentos com processos im-
portados de laboratórios estrangeiros, além do fato de não ter uma linha de produção
de equipamentos nacionais. Por isso, a responsável pelo departamento firmou parceria com um grupo da Engenharia Biomédica da UnB e conta com a colaboração de docentes da Biotecnologia e da Medicina para a linha de pesquisa.
De acordo com Leonor, dois alunos de dou-
torado do PPGSC já realizam pesquisa com
essa temática. “Um deles está trabalhando com a equidade no acesso a equipamentos,
pois não adianta criar novas tecnologias se
ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
nor. Para ela, os pesquisadores justificam seus trabalhos por acreditarem que trarão
benefícios para a saúde dos indivíduos. “E é um grande desafio fazer com que haja o retorno do dinheiro investido em pesquisa para a sociedade”.
Leonor enfatiza, a intenção é conseguir a
aplicação no Sistema Único de Saúde (SUS) e para que isso aconteça, explica a profes-
sora, os resultados das pesquisas translaNo segundo semestre de 2017, o Progra-
trado e doutorado orientarão nessa linha.
cionais precisarão passar pela Comissão
da Universidade de Brasília (PPGSC-UnB)
Coletiva e coordenadora do PPGSC, profes-
SUS (Conitec). A comissão é responsável
principal da PTSC é colocar em prática es-
tecnologias em saúde no SUS, assim como
ma de Pós-graduação em Saúde Coletiva incorporou uma nova linha de estudos, a
Pesquisa Translacional em Saúde Coletiva (PTSC). Ao todo, seis professores do mes-
Há ainda o interesse em buscar a colabora-
os clínicos e de intervenções na saúde pú-
a população não tiver acesso”, afirma Leo-
Objetivo principal da Pesquisa Translacional em Saúde Coletiva é colocar em prática estudos desde os laboratoriais até os clínicos e de intervenções na saúde pública
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT).
A reponsável pelo Departamento de Saúde
Nacional de Incorporação de Tecnologias no
sora Leonor Pacheco, explica que objetivo
pela incorporação, exclusão ou alteração de
tudos – desde os laboratoriais como imuno-
a constituição ou alteração de Protocolos
nal da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)
(RNPC), que foi ampliada, em 2009, para 32 hospitais de ensino, incluindo o Hospital da Universidade de Brasília (HUB).
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Curso de Enfermagem lança Programa de Mentoria Estudantil na FS/UnB
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Realizado pelo Departamento de Enferma-
na universidade dos novatos para colabo-
fio, pois muitos estudantes ingressam por
A atividade contou com a participação de
o Programa de Mentoria Estudantil é um
as oportunidades que são oferecidas como
rar sozinhos, além de enfrentarem o ama-
sistema de pareamento mentor-mentora-
gem da Faculdade de Ciências da Saúde, projeto de extensão coordenado pela proENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
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fessora Mariana Franzoi em parceria com as docentes Andrea Mathes, Aline Silveira e
Gisele Martins. O Programa tem como objetivo auxiliar calouros do primeiro e segun-
do semestre no período de transição para a vida universitária.
Em abril de 2017 ocorreu o primeiro encon-
tro de Boas Vindas do projeto e, na ocasião,
a coordenadora do programa falou sobre a proposta do programa que pretende aproxi-
mar os estudantes que estão há mais tempo
rar em diversas atividades como apresentar
projetos de iniciação científica (Pibic) e ex-
tensão, Ligas Acadêmicas, dentre outros. “A intenção é estabelecer uma relação pro-
fissional de apoio mútuo, mas que possa ir além do mundo acadêmico. Os estudantes que participarem como mentores irão desenvolver habilidades de comunicação, lideran-
ça e gestão. Habilidades essas, importantes para a inserção para a vida profissional”, ressaltou Mariana.
Ainda de acordo com a coordenadora, a vida universitária é sempre um desa-
meio de transferência ou começam a modurecimento educacional tendo em vista
que na graduação há uma maior indepen-
dência que no ensino médio. Por isso, des-
taca a professora, é importante que haja um direcionamento para melhor aproveitar
essa autonomia. “Nesse primeiro encon-
tro, muitos dos alunos mentores disseram que querem dar o apoio que não tiveram no início da caminhada deles. A literatura
científica mostra evidências que estraté-
sessenta discentes e foi estabelecido um
do. A atuação do docente no Programa ocorrerá na perspectiva de supervisão,
auxílio no gerenciamento de conflitos ou demandas que ultrapassem a preparação
do mentor em determinados assuntos que possam surgir.
Confira a galeria de fotos na Fanpag do ComunicaFS:
gias como essas auxiliam na melhor adap-
h t t p s : / / w w w. f a c e b o o k . c o m / p g / c o m u -
curso, reduzindo índice de evasão”.
id=1320091711419603
tação e adesão do estudante-calouro ao
nicafs/photos/?tab=album&album_
SEMANA UNIVERSITÁRIA: Quarta edição da ‘Mostra FS de Portas Abertas’ homenageia professor Oviromar Flores
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A quarta edição da Mostra FS de Portas Aber-
tas mais uma vez trouxe escolares e profes-
sores do Itapoã e Paranoá para conhecer e vivenciar a Universidade de Brasília, por meio de atividades diversas como visitações a laboratórios, oficinas e jogos educativos.
Oficinas de origami, massinha de modelar, música e educação nutricional,primeiros so-
corros, visitação ao museu de anatomia e ao Quintal da Saúde, mostra fotográfica e dos projetos de extensão de tínua, vivências
ação con-
em práticas integrativas e de pr om o-
Oviromar, que é ex-decano de Extensão, disse estar emocionado com a homenagem e enfatizou que a formação dos profis-
sionais de saúde deve ocorrer na realidade dos serviços, numa perspectiva bonita
de demonstrar que é possível fazer o melhor pela população e concretizar junto às crianças e adolescentes da regional as
possibilidades de um futuro melhor. “Deu
saudade do carinho
dos meus alunos
do
se-
nossos
dentre
professo-
o
que que in-
tegraram a Se-
mana Universitária 2017.
Este ano, a atividade
prestou homenagem ao
professor Oviromar Flores,
um dos pioneiros em aproximar a
res,
que
digo
viven-
ciam um pro-
cesso muito rico
de aprendizagem.
Crianças, ponham na
cabecinha de vocês que
este [a Universidade] é um
lugar que pertence a vocês”.
Professora Rejane Griboski, nova coor-
Universidade da Regional Leste e que
denadora de Extensão da FS, organizou a
cebeu um certificado de agradecimento pe-
uma vez. A FS de Portas Abertas, mais uma
aposentou-se recentemente. O professor reENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
são da FS.
sado e aos
saúde,
ilustram
esteve à frente da Coordenação de Exten-
mestre pas-
ção da
outras,
professora Maria da Glória Lima enquanto
los serviços e também pela inspiração aos
alunos e colegas de trabalho por meio de
ações de extensão coordenadas por ele e foi presenteado com um livro pelas diretoras
da FS, professoras Maria Fátima de Sousa e Karin Sávio. “Agradecemos ao professor
Oviromar Flores por sua dedicação à valori-
zação das agendas de extensão. Saiba, sua história será contada com muito carinho nes-
sa instituição”, disse Fátima. Na ocasião, ela
também agradeceu o apoio incondicional da
ação que movimentou a Faculdade e mais
vez cumpriu com sua função de aproximar a Universidade da comunidade em geral, em
especial, às crianças e adolescentes das regiões administrativas do Paranoá, Itapoã e São Sebastião. “Nossa gratidão à professora Reja-
ne e a todos que coordenaram e participaram da Semana Universitária, pela forma cuidadosa e brilhante em conduzir essa virtuosa agenda:
abrir as portas da FS para a futura geração. Não desistimos, insistimos e ousamos. Isso é aprendizado”, agradeceu a diretora.
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PPG em Odontologia – Programa visa a qualificação profissional unindo teoria e prática
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Composto pelos cursos de mestrado e
no desenvolvimento do sistema de saúde
ção em Odontologia tem como objetivos
pesquisa, o ensino e a extensão.
doutorado, o Programa de Pós-Gradua-
ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
formar profissionais de saúde qualifica-
dos para o exercício da docência no en-
sino superior na área de Odontologia e com habilidade para executar pesquisa original e independente em Odontologia e
áreas afins. Além disso, visa atender à demanda regional e nacional de qualificação dos profissionais de saúde promovendo a
mediação entre as práticas desenvolvidas nos serviços de saúde e os conhecimentos
construídos visando formular, coordenar, executar e avaliar projetos de intervenção que propiciem mudança na formação e
a nível regional e nacional, integrando a Dirigido especialmente aos profissionais
da área de saúde com graduação em Odontologia que desejam treinamento na
área científica para construir carreira aca-
dêmica ou de pesquisa, o programa será regido pela Resolução do Conselho de En-
sino, Pesquisa e Extensão vigente e terá a área de concentração em Odontologia e duas linhas de pesquisa: Epidemiologia,
promoção de saúde, gestão e educação
em Odontologia; e Métodos e materiais para diagnóstico, prevenção e terapêutica em Odontologia.
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PROGRAME-SE
FS PROMOTORA DE SAÚDE
FS PROMOTORA DE SAÚDE
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Colóquio Internacional Universidade Promotora de Saúde “Em direção à promoção da equidade e inovação social”
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No dia 12 de maio de 2017, a Faculdade
e Federal de Goiás, o evento, proporcionou
Brasília (FS/UnB), por meio da Rede FS
zagens e resultados dos trabalhos científi-
de Ciências da Saúde da Universidade de Promotora de Saúde, realizou, o Colóquio
Internacional Universidade Promotora de
Saúde “Em direção à promoção da equida-
de e inovação social”. O evento contou com a participação da professora da Faculdade de Ciências em Saúde Simon Fraser Uni-
versity, de Vancouver – Canadá, Paola Ardiles. A convidada é fundadora e presidente
da Bridge for Health Cooperative, membro da Diretoria da Associação Canadense de Saúde Pública da British Columbia.
Direcionado para profissionais interessa-
Evento foi direcionado para profissionais interessados na Promoção da Saúde
dos na Promoção da Saúde, especialmente
aqueles que trabalham no setor público, in-
cluindo gestores dos níveis Federal, Municipal e Distrital; e pesquisadores, professores e estudantes da Universidades de Brasília
espaço para compartilhamento de aprendi-
cos feitos por professores e estudantes da UnB para apresentação no VIII Congresso
Ibero-americano de Universidades Promotoras de Saúde, “Promoción de la Salud y Uni-
versidad: Construyendo Entornos Sociales
y Educativos Saludables”, que ocorreu em junho deste ano na Universidad de Alicante,
localizada em San Vicente del Raspeig, na província de Valência, Espanha.
Além disso, atividade, pôde ampliar o en-
tendimento sobre a proposta de Universida-
de Promotora de Saúde (UPS) no âmbito da FS/UnB, e favorecer o diálogo entre diferentes grupos envolvidos com a implementa-
ção dessa proposta, tendo como referencial uma experiência de UPS premiada como inovação social.
‘FS Conversa’ discute saúde dos professores universitários
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Promovido mensalmente pela Faculdade de
Ciências da Saúde, o “FS Conversa” é uma iniciativa que prevê a realização de encon-
tros periódicos com o objetivo de discutir temas de interesse da comunidade aca-
dêmica e da sociedade como um todo. Os primeiros temas discutidos foram relativos à conferência livre de preparação da II Con-
ferência Nacional da Saúde das Mulheres.
Durante a semana de acolhimento foi a vez de conversar sobre “As saídas democráticas para a crise política brasileira”. Em seFS PROMOTORA DE SAÚDE
guida, foram abordados os temas “Saúde do professor universitário” e “Saúde, Migração e Direitos Humanos”.
Todos os temas abordados na programa-
ção do FS Conversa ao longo de 2017 foram muito bem recebidos pela comunidade acadêmica, mas um dos encontros que mais
teve repercussão entre os docentes e discentes da Faculdade foi realizado na última semana de setembro e discutiu a Saúde do professor universitário.
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acumulativo de pro-
A roda de conversa contou com a mediação
fissionais afastados
da psicóloga da Coordenadoria de Atenção à
por
Saúde e Qualidade de Vida (CASQV) Laene
principais motivos que
lidade de Vida no Trabalho (DSQVT) do DeUnB). Cerca de 20 pessoas, entre docentes e estudantes de pós-graduação, participaram da atividade.
Maria Fátima de Sousa, diretora da FS/ UnB, pontuou que se trata de uma agenda
discutida e cobrada por toda a comunidade
acadêmica. A professora criticou a produtividade excessiva exigida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), bem como a métrica utilizada para mensurar o valor dos docentes no Brasil.
Segundo ela, valer por pontos, estar sempre
preocupado com publicações, sem ter tempo para refletir sobre o verdadeiro sentido de
estar numa instituição de formação, é perver-
período
de adoecimento. Os
Pedro Gama, da Diretoria de Saúde e Quacanato de Gestão de Pessoas da UnB (DGP/
longo
so com os professores universitários. “Essa
levam a esses afasta-
mentos estão relacio-
classificação das pessoas como melhores
nados à saúde
é perversa. Percebo professores que inves-
seguido de dores lombares e articulares.
ou piores conforme a produção de artigos
tem força e tempo de trabalho em ações de extensão e gestão acadêmica e não conseguem pontuações para o lattes”.
Laene também destacou a ênfase da cobrança técnica e a não valorização de atividades
“não pontuáveis” e comentou dados do estudo epidemiológico realizado pela CASQV acerca da saúde do servidor da UnB no tri-
ênio 2013-2015. O estudo usa informações
sobre afastamentos do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos do Governo Federal (Siape).
Conforme o estudo, os docentes são os servidores que apresentam o maior número
mental e comportamen-
tal, como depressão e transtorno depressivo,
Em terceiro lugar, estão as recuperações cirúrgicas e, em quarto, câncer de mama.
Ainda conforme o estudo, no ano de 2014, os locais de maior adoecimento foram o Hospital Universitário de Brasília (HUB) e o Decanato de Gestão de Pessoas (DGP).
Dentre as faculdades, a de Ceilândia aparece em primeiro lugar. A de Medicina esteve
no quinto e a FS, em oitavo. Durante a roda, os participantes observaram que os lugares
que deveriam cuidar, são os mais adoecidos,
bem como a pouquíssima ou nula participação dos docentes em ações de promoção e cuidado da saúde.
Aldira Domingues, professora da FCE e
membro da diretoria do Sindicato dos Traba-
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lhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) citou o exemplo da baixa procura pela sala de pilates disponibilizada pelo
Sindicato. A justificativa dos docentes para não procurarem ou praticarem tais cuidados
foi unânime: falta de tempo. A professora Ma-
rileusa Chiarello exemplificou a realidade do que é ser pro-
pessoais na minha vida, como a decisão de ser mãe numa realidade como essa”.
Aldira Domingues aproveitou as discussões
da roda de conversa para informar que o Sintfub realizará uma pesquisa proposta pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) sobre adoecimento dos docentes.
Dais Rocha, professora do Departamento
de Saúde Coletiva da FS,
ressaltou a importância de propor alter-
nativas e dispo-
sitivos para a promoção,
prevenção na
dos
a
e
proteção servido-
res da UnB.
A Coordenado-
ria de Atenção à
Saúde e Qualida-
de de Vida (CASQV)
do DGP conta com
fes-
uma equipe multiprofis-
s o r
sional e atende servidores
universi-
da UnB. Conforme a psicóloga
tário compa-
do setor, Laene Gama, a procura
rando a situação
pelos atendimentos da equipe é baixa.
dela quando atuava no
mercado de trabalho priva-
do. “Era uma loucura, mas ape-
Todavia, os que demandam os cuidados,
nas
FS PROMOTORA DE SAÚDE
de segunda a sexta. Aos finais de semana era como se deixássemos os problemas e o trabalho para começar tudo novamente na
segunda-feira. Como professora não, pois trabalhamos sete dias da semana, 24 horas
por dia”. Já a professora Nailê Teixeira, do Departamento de Odontologia, tornou-se docente da FS há apenas seis meses e dis-
se estar assustada com as cobranças. “Tenho que ser muito boa em todos os campos e cheguei a repensar algumas questões
geralmente estão gravemente adoecidos.
Laene destaca alguns pontos identificados por meio dos atendimentos. O adoecimento
tem sido causado, principalmente pela com-
petitividade excessiva entre pares, a falta de transparência nos critérios para progressão,
conflitos éticos como por exemplo, ter que executar tarefas que nada têm a ver com a
docência e, principalmente, o embate entre lecionar e fazer pesquisas. Tais questões, conforme a psicóloga, merecem atenção ur-
gente pela gestão universitária e, principalmente, pelos próprios professores.
A roda discutiu ainda a questão da progres-
são dos docentes. Conforme o debate, os professores são os servidores federais que
mais demoram – 20 anos – para alcançar o teto salarial, o que os deixa ainda mais vul-
neráveis ao adoecimento. Para professora Fátima, os docentes precisam fazer uma discussão orgânica e sistemática para levar a questão ao âmbito nacional e realizar en-
frentamento político junto ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e
o Congresso Nacional. “Isso é política governamental e precisamos nos mobilizar para avançar nessa questão”. Por fim, a direto-
ra da FS solicitou apoio da professora Aldira, membro do Sintfub, para levar o tema à agenda da Andes.
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FS integra ações da Semana do Bem-Estar 2017
A Semana do Bem-Estar 2017 realizada
da vida cotidiana, trabalhar de maneira
mericana de Saúde (Opas/Brasil).
ano, coincidiu com o Dia do Bem-estar
a própria comunidade. Envolvida com
nas Américas em setembro do mesmo
do Caribe em 9 de setembro. O tema FS PROMOTORA DE SAÚDE
discutido “Vamos falar sobre o nosso
bem-estar”, teve como assunto principal
promover o bem-estar mental onde se aprende, trabalha, brinca e gosta. A Semana apóia e reforça as principais mensagens do Dia Mundial da Saúde.
De acordo com o entendimento da OPAS/ OMS, o tema bem-estar mental está diretamente ligado a saúde mental que possibilita ao indivíduo realizar as suas
próprias aptidões, enfrentar o estresse
produtiva e proveitosa e contribuir para esse mesmo entendimento, a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade
de Brasília (FS/UnB), por meio do proje-
to institucional FS promotora de Saúde, integrou as ações da Semana.
Em setembro foi realizado o “Happy
hour: Fortalecendo a capacidade pes-
soal e coletiva para lidar com estresse e promover saúde”. A atividade contou com a participação de representação da direção da FS, do Decanato de Assuntos
Comunitários e da Organização Pan-a-
Na ocasião foram abordadas questões como a visão dos estudantes da saú-
SOBRE A SEMANA DO BEM-ESTAR
de sobre Promoção da Saúde na UnB,
com Jorge Sevillis e Júlia Nogueira, da
A Semana do Bem-Estar da Organização Pan-
Faculdade de Educação Física/UnB; so-
-Americana da Saúde (OPAS/OMS) é uma iniciativa institucional que visa promover a saúde
bre o Mapeamento de Iniciativas na UnB
na lógica da UPS, realizado por Nayara Rodrigues, Leides Moura, Danielle
Cabrini, Elza Maria Souza e Ana Bea-
triz Duarte, da FS/UnB. Foi promovida ainda uma vivência sobre o manejo do
estresse, com Caroline Amorim e informado alguns serviços de suporte para estudantes das FS e FM.
e o bem-estar em toda a Região das Américas. Foi lançada em 2011 num esforço para materiali-
zar os compromissos da Declaração Política das
Nações Unidas sobre a Prevenção e o Contro-
le de Doenças Não Transmissíveis (DNTs) nas Américas. O objetivo foi causar a mobilização dos
interessados diretos chamando atenção às DNTs e à ação necessária da sociedade para prevenir e controlar estas doenças.
Direção da FS participa de Conselho Internacional de Universidades Promotoras de Saúde FS PROMOTORA DE SAÚDE
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71 Em junho de 2017, a diretora da Faculdade de Ciências da Saúde, professora Maria Fátima de Sousa participou do VIII Congresso Iberoamericano de Universidades Promotoras de Saúde, realizado em Alicante/Espanha. Na ocasião, a FS/UnB tomou,
oficialmente, assento no Conselho Internacional de Universidade Promotoras de Saú-
de. O título foi conferido à Faculdade em 2016, durante a realização do II Seminário Internacional FS Promotora de Saúde.
No evento, além da diretora, o técnico administrativo Pedro Ferreira, prefeito da FS; a professora Elza de Souza, do Departamento de Saúde Coletiva; estudantes e docentes
com trabalhos aprovados para apresentação no Congresso fizeram parte da delegação que representou a FS/UnB. “O compartilhamento das experiências da FS no Congresso nos colocou em um cenário de internacionalização e nos indicou que
os caminhos traçados, com ciência, já apontam evidentes resultados”, afirmou Maria Fátima de Sousa.
Os trabalhos de estudantes e professores da FS apresentados em Alicante
foram: “Perspectivas e participação dos estudantes na construção da Faculdade Promotora de Saúde”, da estudante de Saúde Coletiva, Pryscila Gabrig Ferreira; “Mapeamento de iniciativas de Promoção da Saúde em uma instituição de Ensino Superior”, da estudante de Enferma-
gem Nayara Rodrigues, em parceria com as professoras Leides
Moura, Danielle Cabrini, Elza Souza e Ana Beatriz Duarte; e, “Liga do Riso: Humanização do cuidado e Promoção da Saúde”, de
autoria de Ana Beatriz Vieira, Andrea Faustino, Anne Carolina Amorim, Daniel Santos e Leides Moura.
Pesquisa revela percepção de estudantes dos cursos da saúde quanto a Promoção da Saúde na UnB FS PROMOTORA DE SAÚDE
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Uma pesquisa realizada no âmbito do mestrado em Educação Física por Jorge Sevillis
Almeida e a professora Júlia Nogueira, revela que 62% dos estudantes dos cursos de saúde consideram que a Universidade
de Brasília (UnB), em alguma medida, pro-
move saúde. Deste percentual, 27% disse-
ram que “sim” e 35% responderam que “em
parte”. Ainda, 38% acredita que a UnB “não” é promotora da saúde. Foram ouvidos 439
discentes das Faculdades de Ciências da
Saúde (FS), Faculdade de Medicina (FM) e
da Faculdade de Educação Física (FEF). Do total de participantes, 277 foram alunos dos
cursos de Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Odontologia e Saúde Coletiva da FS.
O estudo utilizou um questionário adaptado
do “Guia para auto avaliação e reconhecimento de instituições de educação superior
promotoras da saúde” da Rede Universidades Promotoras de Saúde do Chile. O instrumento, aplicado em outubro e novembro de 2016, contava com as opções “sim”, “em parte” e “não” para
a obtenção de respostas sobre 60 questões
de quatro grandes áreas: gestão institucional; comunicação e participação social; ambientes saudáveis; e, estilo de vida.
Dentre as áreas analisadas, a que mais obteve respostas positivas refere-se à gestão
institucional, especificamente aos aspectos curriculares. Para 63% dos alunos, o ensino na UnB possui qualidade, fomenta a critici-
dade e níveis de excelência, 85% consideram que seus cursos possuem conteúdos relacionados à Promoção da Saúde e, 69%,
que os cursos são centrados nesse tema. Quando o componente questionou sobre
a participação em aulas e projetos sobre o tema e com vínculos entre a UnB e instituições externas, 53% responderam “sim”.
Um dado negativo na área de gestão institucional, dentro do componente de qualidade
de vida estudantil, é o fato de 63% dos estu-
dantes apontarem que o clima psicológico da
UnB é inadequado à saúde, principalmente ao considerarem a concorrência, a cobrança ou a
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burocracia exagerada e, também, a exposição a tratamentos e situações inadequadas.
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Para Júlia Nogueira, o estudo aponta que
na percepção dos estudantes, o ensino
na UnB tem qualidade, se preocupa com o tema e apresenta possibilidades de os
alunos frequentarem outros espaços, desenvolverem vínculos com o meio e parti-
ciparem de ações de Promoção da Saúde. “Muito embora ainda tenhamos que refletir sobre o que nossos alunos entendem por Promoção da Saúde”, ressalta.
Ainda no que se refere à gestão, o desta-
que vai para a questão de qualidade de vida
estudantil, com maioria de respostas negativas. “Os estudantes não sentem que a ges-
tão institucional trabalha pela qualidade de
vida deles. Os cursos são bons, como podemos observar pelos recentes resultados
do Enade [Exame Nacional do Desempenho
dos Estudantes] em que os cursos da saúde da UnB tiveram notas quatro e cinco, mas apresentam demandas elevadas, que afetam negativamente a qualidade de vida dos alunos”, destaca Júlia.
A única questão com resposta positiva para a área estilo de vida, refere-se à alimentação
servida no restaurante universitário. Para
53% dos participantes são refeições saudáveis. Contudo, no geral, estilo de vida foi o
campo que obteve os piores resultados. Os alunos não conseguem manter rotinas sau-
dáveis e apontam diversos aspectos que dificultam esses hábitos na UnB. “Por exemplo, eles consideram que a carga horária das
aulas não possibilita a prática de atividade
física e que, embora a alimentação do RU seja saudável, nem todos conseguem aces-
sá-lo. Principalmente aqui na FEF, por ficar-
mos mais afastados. É preciso aprofundar o
tema da democratização da oferta saudável
de alimentos, promovendo essa oferta a preços acessíveis e de maneira equânime pelo campus”, comenta Júlia.
Também no que se refere ao estilo de vida,
outro dado alertou os pesquisadores: 78%
dos estudantes apontaram que a Universidade não desenvolve estratégias de preven-
ção ao consumo de tabaco, álcool e outras drogas, sendo que para 71% deles, o am-
biente universitário favorece o uso dessas substâncias. Outro dado preocupante é que 57% dos alunos não se sentem seguros den-
tro do campus central da UnB, o Darcy Ribeiro. Ao analisar os dados por gênero, a pesquisa constata que mais mulheres (63%) se sentem inseguras que homens (55%). Júlia e Jorge pontuam que a questão precisa ser
enfrentada, principalmente quanto à percepção de maior pressão psicológica e/ou assé-
A Unb é promotora de saúde? FS PROMOTORA DE SAÚDE
A percepção dos alunos dos cursos da saúde I. Gestão institucional
33% S I M
37% E M P A R T E
II. Comunicação e Participação Social
23% S I M
III. Ambientes saudáveis
25% S I M
40% E M P A R T E
IV. Estilo de vida
24% S I M
28% E M P A R T E
30% N Ã O
44% E M P A R T E
44% N Ã O 36% N Ã O 48% N Ã O
dios no grupo feminino.
Em termos gerais, a pesquisa demonstrou que os estudantes das FS, FM e FEF percebem uma Promoção de Saúde moderada na
UnB, mas a doutora Júlia Nogueira e o agora mestre em Educação Física, Jorge Sevillis Almeida, ressaltam a riqueza de muitas ou-
tras análises que podem ser feitas a partir do estudo. “São resultados que nos interessa fazer chegarem aos estudantes em forma
de devolutiva. Já os apresentamos em um
seminário na FS e agora estamos divulgan-
do aqui, no Bem-te-vi. Nossa intenção é que a comunidade universitária, em particular os estudantes, se apropriem desses achados e colaborem na solução desses problemas.
É importante dialogar com os diretores das
faculdades pesquisadas e outros níveis da gestão, como os decanatos, para verificar o que pode ser feito”, afirma a professora.
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PROMOÇÃO DA SAÚDE: FS destaca-se em relação a outras faculdades Ao agrupar as respostas por faculdades, percebeu-se que a Faculdade de Saúde
da Universidade de Brasília (FS/UnB), teve os menores percentuais para respostas
negativas e a maior taxa para uma resposta positiva. Isso significa que os alunos da
FS tiveram maiores chances de perceber FS PROMOTORA DE SAÚDE
que a UnB promove saúde, nas esferas analisadas, em relação aos alunos das Fa-
culdade de Educação Física e Faculdade de Medicina. “Embora não tenhamos como afirmar o motivo disso, cabe a hipótese de
que ações do programa FS Promotora de Saúde possam ter relação com esses dados. Nosso desejo é justamente aprofun-
dar o entendimento desses indícios e hipóteses”, afirma a professora Júlia.
Para a diretora da FS, professora Maria Fá-
sa gestão, está sempre preocupada com a
pois a Faculdade conta com um núcleo de
pela atual gestão têm total relação com os
Outra área investigada pelo estudo se re-
em outubro de 2014, o núcleo visa propor
tima de Sousa, os investimentos realizados
resultados, uma prova disso é a certifica-
ção da FS como Faculdade Promotora de Saúde pela Rede Ibero-americana de Uni-
versidades Promotoras de Saúde, ocorrida
em agosto de 2016. “Ao assumirmos a Faculdade ouvimos nossa comunidade sobre
qual seria a faculdade dos sonhos e muitas respostas foram relacionadas à Promoção
da Saúde, como ambientes limpos e sau-
dáveis, espaços para fazer as refeições, estudos e leituras e até descanso e interação, para além das aulas, com colegas,
professores e servidores. A partir dessas demandas, conseguimos implantar projetos como o Espaço Coletivo Cora Coralina,
a Sala de Leitura Dona Marly, o Redário,
a academia comunitária, disponibilizar mesas e pufes nos espaços coletivos, dentre
outras ações. Nossa horta, o Quintal da Saúde, foi implantado recentemente e nos-
qualidade de vida da nossa comunidade”.
fere à comunicação e à participação social
na Universidade. Embora tenha havido um relato expressivo de que a UnB promove a participação dos alunos, apenas 26%
relataram ter oportunidade de opinar sobre programas ou projetos em sua facul-
dade. Neste quesito a FEF também teve as piores respostas, 65% dos estudantes responderam “não” para a questão “Alguma informação disponível nas estratégias de comunicação da UnB já beneficiou sua
saúde?”. E se olharmos para a questão “A UnB desenvolve alguma estratégia de co-
muni-cação voltada para a Promoção da Saúde?”, novamente o menor percentual de respostas negativas foi da FS, com
22%, enquanto FM e FEF registraram 27% e 44%, respectivamente.
Mais uma vez, as ações da gestão da FS possivelmente influenciaram os resultados,
comunicação, o Comunica FS. Inaugurado
ações de comunicação inovadoras, criativas e promotoras de saúde de forma colaborativa e participativa, respeitando a
diversidade e promovendo a equidade por
meio de notícias, vídeos, cartazes, posts de mídias sociais, dentre outros.
Composto por estudantes bolsistas de graduação, profissionais de comunicação e
saúde, sob a coordenação da professora
Ana Valéria Machado Mendonça, o Comunica FS é responsável pelo portal da FS/
UnB; TV Comunica; página no Facebook; Comunica FS in Revista, o próprio Bem-te-
-vi e diversas campanhas e exposições para conscientização como “Lixo Zero”; “Apague as luzes ao sair”; “Orientações nutricionais”;
“O SUS que ninguém vê”; dentre outras. Mas
como indica a pesquisa, precisamos seguir buscando aumentar a participação.
SAÚDE MENTAL: Professora oferece apoio psicológico a estudantes da FS/UnB FS PROMOTORA DE SAÚDE
78
Formada em Psicologia, ClÁudia Pedrosa acolhe os estudantes e, quando necessário, faz encaminhamentos para terapia ou psiquiatria no Hospital Universitário de Brasília (HUB)
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Setembro foi o mês do Bem-te-vi, infor-
a parceria com o Coletivo Feminista Rita
mativo mensal do Sistema Saúde Escola,
80
Lobato, é um movimento necessário. “São
discutir o tema Saúde Mental e uma pre-
estratégias grupais de cuidado e fortaleci-
ocupação recorrente nos corredores, ban-
mento que, dentro de um enquadre ético,
cos e salas de aulas: a saúde mental de
empoderam as estudantes para transfor-
universitários. E mais que nunca é preciso
mar o sofrimento em um ato emancipa-
falar do assunto, afinal, está comum ouvir
tório e que rompe o ciclo da violência,
comentários sobre o quão pressionados
principalmente se demanda denúncias e
sentem-se os estudantes quanto ao ritmo
outros encaminhamentos no campo do
acelerado e produtivista da academia e
direito”, ressalta.
como casos de tentativa de suicídio têm se
Ela complementa que, no caso de violência
tornado cada dia mais comuns.
sexual, os parceiros têm o objetivo de orga-
Com o objetivo de acolher os pedidos de
nizar o fluxo de cuidados de forma mais dire-
ajuda dos estudantes da Faculdade de
ta e eficiente para dar mais visibilidade aos
Ciências da Saúde (FS/UnB), a psicóloga
caminhos ativos e possíveis de serem bus-
Cláudia Pedrosa, professora do Depar-
cados nas emergências. “Essa parece uma
tamento de Saúde Coletiva (DSC), criou
realidade muito distante de nós, mas quando
o email acolhefs@gmail.com a partir do
abrimos a escuta, os casos chegam numa
qual gerenciará as demandas dos alunos
incidência muito impactante”, afirma.
que estão passando por algum tipo de
De acordo com a professora, o sofrimento
sofrimento emocional ou não estão bem
advindo do racismo também é muito pre-
nas atividades acadêmicas, demonstran-
sente e ainda silenciado na universidade.
do apatia, tristeza em sala e dificuldades
Segundo ela, quadros de baixa autoesti-
no desempenho.
ma e depressão associados às experiên-
A iniciativa surgiu no DSC com o desenvol-
cias de discriminação e violência racial são
vimento de uma rede informal de cuidados,
frequentes entre a população negra e, no
entre docentes e a coordenação do curso.
ambiente acadêmico, causa ansiedade por
Formada em Psicologia, a professora aco-
um bom desempenho. “Nem sempre as
lhe os estudantes e, quando necessário –
pessoas têm consciência que as queixas
como em casos mais sérios que precisam de uma avaliação para receitar remédios – faz encaminhamentos para terapia ou psi-
e-mail para que estudantes pudessem ter
ajudará a ampliar o cuidado na FS e a ter-
lia (HUB). Além disso, a professora conta
conseguirem nos acessar pessoalmente,
nizarmos nossa rede de cuidados e conec-
quiatria no Hospital Universitário de BrasíFS PROMOTORA DE SAÚDE
são diretamente relacionadas ao racismo,
com o apoio da docente Silvia Ribeiro de
Souza, do Departamento de Farmácia, na orientação quanto ao uso de florais.
Conforme Cláudia, a ideia é organizar uma
rede ativa de cuidados aos estudantes, mapeando docentes e projetos da Faculdade que realizam essa promoção de saú-
de no campo da saúde mental e do cuida-
do integral. “Dessa forma, resolvi criar o
um canal mais direto e, no caso de não
poderem entrar em contato para marcarmos um encontro”.
O projeto faz parte do programa institucional FS Promotora de Saúde e possui ca-
ráter sigiloso e ético com as necessidades
dos alunos. Nenhum caso será exposto ou discutido em qualquer outra instância,
a menos que isso seja uma demanda do
discente. “Essa ferramenta também nos
mos uma ideia da real demanda para orga-
tar com outros grupos existentes na UnB”, contextualiza a professora.
Além do sofrimento relacionado às cobranças e ao desempenho na vida acadêmica, a professora atualmente recebe demandas
ligadas à violência contra mulheres, como assédio e outras especificidades que as fa-
zem sofrer pela desigualdade de gênero.
Para essas situações, a docente diz que
por isso é importante essa conversa mais “especializada” para evidenciar as influências da discriminação”.
Cláudia organiza o cuidado oferecido aos
estudantes baseada na experiência que viveu no campus da Universidade Fede-
ral de São Carlos (UFSCAR), onde atuou
e ofereceu apoio psicológico a estudantes
de Medicina. Ela destaca que pensar na organização desse cuidado favorecerá o planejamento de um espaço interno de cuidado aos estudantes conectando as redes do Campus e do Distrito Federal.
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PROGRAME-SE
SIESCO
Estágio interprofissional integra universidade, saúde e ensino fundamental em atividades de prevenção à violência e promoção da saúde
SIESCO
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com a escola, o PAV, os professores da UnB
e supervisiona as atividades dos estagiários.
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Para Raquel, o segredo do sucesso da atividade é justamente a construção conjunta entre os envolvidos. “Poder construir junto, numa perspectiva mais radical dessa
construção, que é chegar com um tema e com perguntas abertas e junto com os professores conhecer o território da escola, os
limites e possibilidades do grupo, e fazer tomadas de decisões conjuntas a respeito
de como se dariam as intervenções, a regulação do tempo da necessidade do pro-
jeto com o tempo de necessidade institucional… Um super desafio”, afirma.
Para o supervisor, os projetos devem consi-
derar as necessidades da realidade, de pre-
ferência com benefícios e devolutiva efetivos à escola. “Uma crítica que eu tenho – não a
esse projeto em especial, mas a alguns que já passaram pela escola – que é vir aqui com
um grupo de estudantes, desenvolver uma ação, que geralmente tem mais serventia
para os alunos da UnB do que para os próprios alunos da escola, e deixar os resulta-
dos e as discussões lá na UnB. Sempre falo que os estudantes daqui devem entender o que vão fazer e os resultados disso”, conclui.
Os leitores do Bem-te-vi já sabem de cor e
é realizada a formação pedagógica dos pro-
Para o supervisor pedagógico da escola,
é um grande desafio fazer integração ensino
A professora do Departamento de Saúde
versidades são sempre muito bem-vindas
O desafio é sair das “caixinhas”
gundo semestre de 2016, ao trabalhar a
aceitá-las por considerar que vão contribuir
O estágio interprofissional já está na segun-
risco no pré-natal durante orientação do
destacado pelo supervisor é o fato de o es-
pelos dez estudantes envolvidos e eles são
beu que muitas das situações de gravidez
e a temática da violência, pois segundo ele,
época, sentiu a necessidade de preparar a
ministrativas mais violentas do Distrito Fede-
Pesquisa, Assistência e Prevenção à Vio-
coordenadora pedagógica Marlete Batista,
lescentes atendidas entrasse em crise ao
estudantes da UnB tornou-se momento para
a necessidade de atendimento diante do
tões antes não discutidas por eles. “Pela co-
Diante do problema, a professora e a estagi-
válida, porque estamos discutindo algumas
colas, mas agora com a parceria do PAV. O
tir, principalmente violência e tem também o
e equipamentos sociais, mas não tinha esse
pação do pessoal foi bem produtiva”, ressal-
Raquel Turci Pedroso, que concluiu seu dou-
De acordo com Thiago Marques a parceria é
Pós-graduação em Saúde Coletiva atua no
pontuações relevantes aos trabalhos desen-
salteado – com direito a chavão e tudo! – que
serviço-comunidade e, acima de tudo, articular trabalho interdisciplinar, multiprofissional,
intersetorial e institucional. Mas o desafio foi encarado diante da necessidade de prevenir violência e promover a cultura da paz junto a adolescentes da Regional Leste de Saúde
do Distrito Federal (RLS/DF), a qual integrou e inspirou um grupo formado por professoras
e estudantes dos cursos de Enfermagem,
Farmácia, Saúde Coletiva, Serviço Social e Psicologia da Universidade de Brasília.
Por meio de um trabalho articulado entre a universidade e os serviços de saúde e de
educação, um grupo de dezesseis pessoas
envolveu escolares e professores do ensino
fundamental, profissionais de saúde, professores e estudantes da graduação e da
pós-graduação, bem como bolsistas e voSIESCO
como cenário de práticas e aprendizado.
luntários do PET GraduaSUS em ações de enfrentamento da violência e promoção da cultura da paz no Centro Educacional Darcy Ribeiro, localizado na região administrativa
do Paranoá-DF. Semanalmente, são realiza-
das oficinas e atividades pedagógicas com três turmas do sexto ano e uma vez por mês,
fessores dessas turmas.
Thiago Marques Pereira, parcerias com uni-
Coletiva, Dais Rocha, relatou que no se-
e a instituição tem uma tradição de sempre
visão das adolescentes grávidas com alto
com a escola e os escolares. Outro ponto
estágio obrigatório de seu curso, perce-
tágio envolver os estudantes, os professores
eram fruto de situações de violência. À
o Itapoã é considerado uma das regiões ad-
estagiária e buscar apoio do Programa de
ral. A fala do supervisor é confirmada pela
lência (PAV) da RLS caso alguma das ado-
que afirma, as oficinas com os docentes e
relatar a situação de violência e acionasse
os professores da Escola abordarem ques-
sofrimento psíquico ao reviver o problema.
ordenação considero uma experiência muito
ária resolveram trabalhar a temática nas es-
coisas que nós não sentávamos para discu-
Programa estava articulado a vários setores
jeito que elas começaram, por isso a partici-
trabalho junto às escolas.
ta com ênfase ao trabalho em conjunto.
toramento recentemente no Programa de
importante para todos os envolvidos, mas há
estágio como ponto focal e articula a ação
volvidos nos projetos que utilizam a escola
da edição. A iniciativa é bastante elogiada
unânimes quanto à oportunização de aprenderem e compartilharem experiências de for-
ma interprofissional. O estudante Felipe de Oliveira França, do décimo semestre do cur-
so de Farmácia conta que a experiência proporcionada pelo estágio é única. “Por mais
que a gente esteja na Faculdade de Saúde,
cada curso fica mais voltado para si mesmo. Para mim o estágio é de extrema importância porque é um contato com outras áreas,
um conhecimento a mais e acaba sendo
uma troca de saberes também e construção conjunta de várias propostas de intervenção. No caso aqui da escola, como trabalhamos
a questão da violência no contexto escolar,
acabei me surpreendendo muito com os colegas de outras áreas”, declara.
Além dos cursos da FS/UnB, o estágio também insere estudantes e professores da Psicologia e do Serviço Social da UnB. Sara
Meneses, estudante do décimo período de
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Psicologia, foi atraída ao estágio pelo interesse em trabalhar questões do Sistema
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Único de Saúde (SUS) e o tema da prevenção em saúde e promoção à saúde for-
ma interprofissional. A estudante destaca, ainda, a relação horizontal promovida pela experiência. “Lemos muitos referenciais
que vão falar da relação horizontal e para nós, que temos no estágio esse tipo de re-
lação, levar isso para outro espaço a partir
do estágio é fantástico. Fico muito feliz de poder participar dessa experiência com metodologias que fogem das caixinhas,
da linearidade, da verticalidade. Quando chegamos aqui [na escola], temos outro
espaço e um lugar de crescimento. Sinto-me mais preparada para atuar como profissional”, afirma.
A estudante de Serviço Social, Andreia
Simplisius, integra-se ao grupo a partir do
Programa Geração, com a supervisão das profissionais do PAV, Isabela Kahn e Carol Boquadi, que também são preceptoras do PET GraduaSUS. A estudante atua na pre-
venção, identificação e vigilância da violência e afirma que apesar de seu curso abranger
a temática e sugerir a inserção na educação, por meio do estágio foi a primeira vez
que ela teve contato com esse tipo de trabalho. Segundo Andreia, a autonomia dada
aos estudantes e a possibilidade de realizar ações coletivas fazem total diferença para sua formação. “Nas oficinas a autonomia é
SIESCO
toda nossa, tanto para abordar o tema que
realidade, pois eles [escolares] trazem de-
mandas, discursos e reproduções que nos surpreendem”.
Isabella Kahn, assistente social e preceptora do GraduaSUS, comenta que o grupo da
UnB adentrou a comunidade escolar com a visão de realizar um trabalho participativo, por isso consegue, de uma forma muito mais
eficiente, contribuir para promoção de mudança de cultura envolvendo escolares, pro-
fessores da UnB e da escola. “Percebemos essas mudanças ao longo do tempo, pois
já estamos no segundo semestre com essa experiência. Acreditamos, inclusive, que vai desafogar a assistência, prevenir violências
e adoecimentos, da mesma forma que apre-
sentará nossos serviços e contribuirá para que possamos estreitar laços e redes de atenção e cuidado”, ressalta.
A preceptora aponta ainda que o estágio é
fundamental para o fortalecimento da linha de cuidado de atenção às pessoas em si-
tuação de violência, bem como para a formação dos estudantes da área da saúde. “Conseguimos visualizar os alunos, ainda na
formação, conhecendo a violência como fenômeno de saúde pública, se aproximando
da temática de uma forma teórica e prática, além de conseguirem aprender a trabalhar numa perspectiva interdisciplinar”, destaca.
Metodologia ativa neles!
quisermos, quanto para conduzi-las. Todo
Num contexto com tantos conhecimentos
violência no ambiente escolar, em parceria
real, não poderia usar qualquer tipo de me-
que poderíamos ter atuando sozinhos nas
isso, metodologia ativa neles! No caso do
ma, é bem diferente. Na prática na escola,
Arco de Maguerez, a qual utiliza a realida-
mum na academia e aprender muito com a
muito bem definidos. Primeiro observa-se
o conhecimento que temos ao lidar com a
e atores diferentes, um tema transversal e
com professores e escolares é diferente do
todologia de ensino e de aprendizagem. Por
nossas áreas. No PAV eu só lido com a víti-
estágio interprofissional, a escolhida foi o
podemos ressignificar conhecimento co-
de como início, meio e fim e tem passos
a realidade e a situação problema; depois
define-se os pontos-chave a serem estuda-
dos; em seguida, se problematiza a partir da experiência dos participantes e é feita
a discussão à luz do referencial e teorias pertinentes. O quarto passo, é a busca pelas hipóteses de solução; e, finalmente, a aplicação na realidade. Simples e objetivo
para descrições em reportagens, pois na prática é bastante desafiador.
O estudante de Farmácia, Felipe França, ex-
plica que eles trabalham em dupla, de forma transversal em três matérias que acompanham Geografia, Ciências e História. “Cada
dupla fica responsável por uma turma e fazemos oficinas de modo a trabalhar a violência em vários contextos dentro da sala de aula.
Elas são feitas junto com as professoras da escola e discutidas com todo o grupo da UnB. Depois de cada oficina, debatemos sobre os resultados, o que surgiu de novo, para
pensarmos outras oficinas que se adequem
à realidade da sala de aula, ao perfil das duplas e também, dos professores”.
O trabalho exige articulação, planejamento,
observação às novidades e avaliação. Por isso, os dias são alternados na atividade em si e preparo, com supervisão e emba-
samento teórico e pedagógico. “Não diria que é fácil, mas acaba sendo por ser uma atividade
interprofissional.
Compartilha-
mos muitas ideias, muitos anseios em si. Para mim, da Farmácia, é um desafio mui-
to grande porque tem que lidar com sala de aula e desenvolver essas atividades peda-
gógicas, mas acaba sendo uma oportunidade ímpar na formação. É difícil, mas dá para fazer”, afirma o estudante.
A metodologia mostrou-se tão eficiente que a coordenação pedagógica da escola deci-
diu utilizá-la. Para a professora Dais Rocha, pode-se compreender essa decisão como resultado da ação. “Nossos alunos não co-
nheciam o Arco de Maguerez, as professoras e a coordenadora pedagógica também não e agora o projeto de aplicação do método dela
está sendo em cima do arco. Com isso, per-
cebem-se as potências da educação permanente no estágio”.
A coordenadora do Centro Educacional Darcy Ribeiro, Marlete Batista, , explicou que o centro está em processo de implementação
de novas metodologias e ao conhecer o Arco de Maguerez, decidiram adotá-lo para ensi-
no – aprendizagem dos escolares. “Perce-
bemos que os professores trabalham muito de uma forma só, não diversificam as ava-
liações e as estratégias e como vimos que isso não está dando certo, passamos a fazer uso de outras formas para poder atingir os meninos e essa metodologia do estágio está sendo muito válida e boa para a gente”.
Para a professora Dais Rocha e Raquel Turci, supervisora do estágio interprofissional,
essa adoção é uma demonstração que o tra-
balho da UnB em parceria com o PAV e a escola gera bons resultados. “Quando os professores decidem colocar a violência como um tema transversal a todas as disciplinas
da escola, percebo que estamos ganhando sustentabilidade da nossa intervenção,
porque eles já estão, de forma autônoma, fazendo projetos e iniciativas pedagógicas
para trabalhar a violência e isso quer dizer que eles já se percebem mais empodera-
dos para tratar do tema, tirando-o da invisi-
bilidade e outro resultado bastante importante além desse, é que eles estão prontos para ver”, comenta.
O estágio está em processo de formalização
junto como projeto de extensão e permitirá a inserção de professores e estudantes de ou-
tras Faculdades e cursos da UnB. De acordo
com a professora Dais, a intenção é ampliar a inserção em outras escolas da Regional Leste de Saúde.
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FS investe em formação pedagógica dos docentes e promove integração com institutos parceiros
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Ao serem questionados sobre mudanças
formação pedagógica e favorecer o debate
para a formação dos profissionais de saúde,
Seminário Nacional Experiências de Edu-
de metodologias de ensino e aprendizagem
a frase mais comum entre os docentes do curso de graduação da FS/UnB era “Ninguém oferece aquilo que não tem”. Desde
2015, a gestão da FS, por meio do Siesco e a parceria com os Núcleos Docentes Es-
truturantes (NDEs), tem investido pesado na formação pedagógica dos docentes da casa,
bem como na integração entre os cursos, os institutos parceiros e os serviços de saúde.
O Fórum dos NDEs realizado no fim de maio do ano passado reuniu representantes dos
cursos da FS, da FM e dos Institutos de Química e de Biologia (IQ e IB/UnB) com o ob-
jetivo de aproximar áreas e disciplinas que
integram a matriz curricular dos cursos da área da saúde, conforme orientação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Con-
vocado pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG/UnB), o Fórum buscou, ainda,
compartilhar ações que estão em andamento para a reforma curricular e a implementa-
ção do novo currículo no curso de Medicina, além de oportunizar a criação de estratégias conjuntas para um currículo integrado.
SIESCO
Em junho de 2017, foi a vez de promover a
e a interação entre docentes por meio do II cação em Saúde. Em pauta, a reforma curricular em andamento nos cursos da FS/ UnB desde 2015, e a realizada na Faculdade de Medicina em 2016. A programação foi elaborada pelas professoras Claudia
Griboski e Dayde Mendonça por meio do Grupo de Apoio Pedagógico e Interprofis-
sional do Siesco (GAPI), com o intuito de refletir o processo de formação e analisar
concepções e práticas integradoras da construção do conhecimento.
Os avanços do GAPI ultrapassaram os limites das FS e FM, como bem comprovam a participação da Escola Superior de Ciências
da Saúde do Distrito Federal (ESCS-DF) e de docentes da área da Saúde da Universidade
Federal do Goiás (UFG) no Seminário. De acordo com as professoras Claudia e Dayde,
essas ações demonstraram a construção de
novos projetos pedagógicos de curso, com
propostas mais arrojadas e a constante busca de evidências de que é possível organi-
zar um currículo integrado e atrativo para os alunos que, acima de tudo, formar melhores profissionais de saúde.
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SIESCO
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Professores da Saúde Coletiva oferecem capacitação a gestores da Atenção Primária da Regional Leste
mundo quanto a forma que isso poderia ser feito, sendo que cada gerência ou supervisor
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de Enfermagem, tinha uma vivência diferen-
te. Imaginamos que teríamos dificuldades e
esse foi o grande motivo que fez a Diraps encomendar e desenhar o curso junto à Universidade”, ressalta.
Durante as reuniões foram delimitados pon-
tos com a Diraps e trabalhados em quatro eixos da formação: Acesso e acolhimento
em Atenção Primária; Processo e organiza-
ção de trabalho; Cogestão e democratização
institucional no processo de atenção e organização em serviço de Atenção Primária; e,
Promoção da saúde e integralidade. Segundo Gustavo Nunes, os gestores queriam ferramentas concretas para apoiar o processo
gerencial, conceitos mais sistematizados e a realização de exercícios no processo de for-
mação. “Fizemos quatro encontros presen-
ciais, quatro webconferências com tutoria Professores do Departamento de Saúde Co-
são mais técnicos. Nunes afirma ainda que
entre esses encontros”, afirma Gustavo.
(DSC – FS/UnB) ofereceram um curso semi-
nham acompanhando as discussões desses
tos significativos no curso. “Implantamos
ensino-serviço-comunidade.
grupo
nosso trabalho. Com isso, percebemos nos-
lógica da Saúde da Família. Escutamos a
Por mais que façamos isso habitualmente,
trabalho, analisamos como eles acreditavam
porque simplesmente achou que aquilo era
letiva da Faculdade de Ciências da Saúde presencial de 80h a gestores da APS da Regional Leste de Saúde (RLS) que foi realiza-
do de abril a junho de 2017, e só foi possível devido à parceria entre a FS e RLS.
Foram oferecidas 50 vagas e de acordo com
o professor Gustavo Nunes, um dos coordenadores da capacitação – em parceria com as professoras Cláudia Pedrosa e Dais Ro-
cha, o curso foi pensado na lógica do apoio
institucional e da necessidade estratégica
de educação permanente para o desenvolvi-
SIESCO
mento do processo gerencial.
Segundo Gustavo Nunes, a Direção da APS (Diraps) na RLS conta com um grupo gerencial no nível regional e um grupo de adminis-
tradores em cada unidade, além de gerentes de serviço de Atenção Primária (GSAP) e gerentes de áreas programáticas (GAP), que
docentes e estudantes de Saúde Coletiva vi-
Para Luciana Maciel, a turma teve momen-
gestores por meio das ações de integração
ferramentas e as utilizamos no cotidiano do
pediu apoio e qualificação para trabalhar na
sa atuação de maneira mais estruturada.
demanda e a partir de algumas reuniões de
muita gente acaba fazendo intuitivamente ou
“Esse
que algum curso ou oferta nossa pudesse apoiá-los nesse processo. Delimitamos pon-
tos mais críticos e que teriam um efeito mais transcendente no trabalho deles e ofertamos o curso”, declara.
De acordo com Luciana Maciel de Almeida,
GSAP de São Sebastião, a expectativa era que o curso conseguisse ajudar os gestores
frente aos desafios de implantação da Política de Atenção Básica para o Distrito Federal. “Essa organização nunca tinha acontecido e gerou muita expectativa em todo
o certo, mas não porque tinha ferramentas específicas de processo de trabalho. Para os gerentes que não tinham vivência nessa par-
te, foi muito significativo. Comigo, por exem-
plo, promovi a discussão de várias ferramentas com minhas equipes e isso qualificou muito nossos encontros”, conclui. Luciana
Maciel declara ainda que as estratégias usa-
das no curso serviram para reduzir conflitos e demonstrar a necessidade de organização do trabalho. “Na unidade em que atuo são
três equipes juntas e há dificuldades por ser um espaço grande, com muitas pessoas e conflitos. Os módulos do curso dialogaram exatamente com a realidade em que preci-
sávamos de apoio. Fiquei bem satisfeita.
Vimos nossas supervisoras de Enfermagem despertando, florescendo mesmo! Algumas
pessoas fazendo outras conexões, pensando no todo e foi o curso que possibilitou isso
de forma bem proveitosa e próxima à nossa necessidade no cotidiano do serviço”.
A tutoria foi essencial no processo de capacitação e ocorreu com o auxílio de seis egressos do curso de Saúde Coletiva que
fizeram parte das gerências quando rea-
lizaram estágios supervisionados, trabalharam em projetos de pesquisa e de ex-
tensão, tendo, assim, uma formação com habilidades ao apoio institucional.
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SIESCO
Siesco realiza acolhimento dos estágios, internatos e disciplinas práticas no Morro da Cruz, em São Sebastião-DF O Siesco, em parceria com a Diretoria de Aten-
A atividade contou com a presença dos di-
raps Leste) e a Gerência do Centro de Saúde
e da coordenação do Siesco, além de pro-
ção Primária à Saúde da Regional Leste (Dido Morro da Cruz, realizou o acolhimento inte-
grado de estagiários, residentes, internatos e
de participantes do Pet Saúde GraduaSUS e de disciplinas práticas nos serviços de saúde.
retores da FM, da superintendente do HUB fissionais e gestores de saúde da Regional
e, estudantes. De acordo com os alunos, o acolhimento foi um marco histórico por reunir tais intérpretes no cenário de práticas.
MEMÓRIAS DA FS
Curso de Farmácia comemora 20 anos
100
Desde 1997, o curso de Farmácia da Facul-
cos tiveram a honra em comemorar os 20
de Brasília (FS/UnB) tem formado profissio-
ra farmacêutica em uma cerimônia realizada
dade de Ciências da Saúde da Universidade
nais de excelência e contando com um quadro docente e de técnicos administrativos altamente qualificado.
Em 2017, professores, estudantes e técni-
anos de dedicação e amor em prol da carrei-
na FS. A solenidade celebrou as bodas de porcelana do curso e promoveu o reencontro
de professores e alunos, bem como homenagens a quem contribuiu com esta história.
Confira abaixo o vídeo produzido pelo ComunicaFS em homenagem aos 20 anos do Curso
FS PROMOTORA DE SAÚDE
de Farmácia: https://www.youtube.com/watch?v=aGJ5hnqUJOM
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