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SEQUÊNCIA HISTÓRICA DO CONTÁGIO EM PAULISTA - PE

MAPA 28

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ÁREAS PRIORITÁRIAS E CONCENTRAÇÃO DE CASOS DE COVID-19 EM PAULISTA - PE

Enxergamos este atlas como uma flecha, uma seta apontando para áreas que historicamente são condicionadas a vivenciar um sistema de ausências, a ausência de infraestrutura, a ausência do acesso, a ausência das oportunidades, a ausência do estado. Desde que a pandemia do Novo Coronavírus, chegou ao Brasil, muita gente tem se perguntado o que vai acontecer quando o contágio comunitário se alastrar pelas comunidades mais precarizadas, estas áreas não são abstratas, elas tem nome e endereço e com esse mapeamento podemos identificar onde as comunidades com este perfil estão especializadas no município de Paulista e através desse conhecimento, pensar em ações que caminhem em direção a contenção dos impactos e redução de mortes por conta do colapso do sistema de saúde. É preciso entender as necessidades desses territórios, como a necessidade de uma reparação histórica, que deve ser intersetorial, nós enquanto movimentos populares organizados em diversos territórios da cidade nos colocamos enquanto atores responsáveis dentro deste processo e conclamamos as autoridades públicas a tomarem atitudes nessa direção. O mapeamento nos revela que nos primeiros dezesseis dias, analisados a COVID-19 ainda está concentrada nas partes centrais dos bairros mais populosos da cidade e ainda não foi intensificada nas periferias dos bairros. Entendemos esse cenário uma oportunidade de conter a propagação nestas áreas que têm menos condições de lidar com esta crise.

Estamos comprometidos em dar continuidade a esta observação da movimentação do fenômeno no município. Alguns formatos de como intervir nesses territórios têm sido colocados em outros lugares do Brasil e do mundo. A comunicação é fundamental nesse momento, com carros de som, músicas, vídeos e outros formatos que dialoguem com a diversidade das comunidades. Outra medida importante diz respeito a descentralização dos kits de testagem do centro para os bairros de periferia em UPAs e UBSs, com orientação e insumos para o gerenciamento de casos menos graves. Essa medida evitaria também deslocamentos desnecessários e subnotificações. Intensificar a relação com a COMPESA no sentido de garantir o pleno abastecimento dos bairros e estabelecer um calendário a médio prazo de tratamento do esgoto, colocando como prioridade os bairros menos atendidos. A proximidade do período de chuvas do meio do ano, nos alerta a necessidade da construção de abrigos de emergência, para receber as pessoas que vivem em áreas de risco no município. Assim como a disponibilização de abrigo emergencial para quem vive em residências com alta densidade e que demandem por esta solução de forma não compulsória. Muitas das medidas necessárias, dependem de ações do estado e fogem do nosso alcance, mas estamos fazendo nossa parte, além da construção de conhecimento por meio desse mapeamento, vamos continuar articulando redes de solidariedade para cobrir os nossos nesse momento de crise. E neste esforço coletivo nos posicionamos a favor da vida de forma ampla e no combate ao racismo ambiental nos territórios da cidade. Estamos organizados e juntos resistiremos.

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