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conceito O conceito que move nosso trabalho de assessoria de comunicação é a conexão entre jornalismo, ideias, planejamento, empresas e profissionais qualificados. Oferecemos soluções eficazes e criativas no processo de consolidação de marcas de empresas, projetos e entidades com os seus públicos de interesses. A Conexão Corporativa foi criada pela convicção de que a comunicação pode e deve ser tratada de forma personalizada. Cada cliente tem públicos específicos e a nossa missão é tornar esta relação mais fácil e transparente.
“O trabalho da Conexão está baseado em uma troca constante. Nosso primeiro passo é ouvir o cliente, entender o universo do qual faz parte e, a partir dessa compreensão, promover uma comunicação eficaz da empresa com o público de seu interesse.” Liège M. Alves, diretora da Conexão.
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ATUAÇÃO Assessoria de comunicação e relacionamento com a imprensa # Planejamento de ações dirigidas à imprensa e formadores de opinião # Produções editoriais de revistas, livros, informativos e newsletters # Gerenciamento e conteúdo para redes sociais, sites e blogs corporativos # Projetos de comunicação interna # Media Training # Produção de eventos para formadores de opinião e imprensa
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equipe Nossa equipe é composta por profissionais formados em Jornalismo, que já passaram por redações e com larga experiência de atuação nas áreas de Comunicação Corporativa e de Publicações, atendendo grandes marcas estaduais e nacionais de vários segmentos. Atuamos também, diretamente ou por meio de agências parceiras, nos estados de Santa Catarina e no Paraná.
Liège M. Alves – Diretora
Jornalista e publicitária graduada pela PUCRS, especializada em Jornalismo Aplicado. Como repórter trabalhou no jornal Zero Hora e no Grupo Sinos. Foi subeditora de Economia e editora do caderno Empresas e Negócios do Jornal do Comércio. Há 13 anos atua na área de Comunicação Corporativa e já atendeu contas como: Grendene, Fíbria (Votorantim Celulose), Volvo, TIM, Sabemi Participações, Florense, Grupo Trevisa e McDonad’s. Desde 2004 é responsável pela Coordenação das Relações com a Imprensa da Natura na Região Sul. Criou a Conexão Corporativa em 2011.
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Lissandra Gallo de Mendonça – Coordenadora de Produção
Jornalista formada pela Unisinos em 2001. Trabalhou por mais de dez anos no Grupo Sinos, como repórter especial do jornal ABC Domingo e depois como subeditora-chefe do Jornal VS. Está na Conexão Corporativa desde a sua criação.
Guilherme Endler – redação
Jornalista formado pela Unisinos, atua na parte de redação e atendimento da Conexão. Possui experiência nas áreas de assessoria de imprensa, comunicação corporativa e jornalismo digital.
Cyda Chaves Silveira – eventos
É formada em Psicologia pela UCS, com especialização em Psicologia Organizacional. Gerencia as seções de administração e eventos da Conexão.
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rede de parceiros Josiany Fiedler Vieira Stromberg – jornalista
Jornalista com mestrado em Comunicação e Linguagens e especialização em Comunicação Empresarial. Está no comando da Holo Comunicação Integrada desde 2011 onde atende a Ecole Supérieure de Relooking, Tecnologia da Luz e Veste Consultoria de Imagem (variedades) e a Telefônica Vivo no Paraná e Santa Catarina (telecomunicações). Já trabalhou nas principais empresas de comunicação do Paraná e atendeu contas importantes como o ParkShoppingBarigüi, Zaeli Alimentos e Natura. Atuação no Paraná e Santa Catarina.
geraldine timm – designer
Jornalista formada na PUCRS, com diversos cursos de especialização na área de design gráfico. Trabalhou por 15 anos no Jornal do Comércio, onde foi editora de arte no departamento comercial e diagramadora na redação. Atua como free lancer, atendendo clientes como a OAB/RS, e em parceria com agências.
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redes sociais Produção de conteúdo, atualização e monitoramento de redes sociais. Pesquisa e produção de conteúdo dentro do segmento do cliente. Planejamento de ações e pautas exclusivas para redes sociais. Atualização de Blog + Site + Twitter + Facebook + Instagram Relatório semanal de atividades com índices de alcance, número de acessos e compartilhamentos.
Gisele Teixeira – Jornalista
Jornalista graduada pela Universidade Federal de Santa Maria, com especialização em Teoria da Comunicação. Iniciou sua carreira nos jornais Pioneiro, Correio do Povo e Jornal do Comércio. Foi repórter do jornal Gazeta Mercantil durante oito anos (com passagem pelas sucursais de Porto Alegre, Recife e Brasília), pelo qual recebeu dois prêmios nacionais. Trabalhou como assessora de imprensa dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, na capital federal. Selecionada pela Fundação Reuters para curso de Jornalismo Ambiental em Oxford (UK). Durante quatro anos foi colunista do Blog do Noblat, um dos mais importantes blogs de política do Brasil. Atualmente, é tradutora da empresa DLA – Redefining entertainment, com sede em Miami e sucursal na Argentina.
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Clientes
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Clientes em destaque no jornalismo impresso.
Lagom na Capa e em pรกginas internas do Gastronomia/Zero Hora.
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Entrevista com Guilherme Cassolari, cabelereiro da Natura em página do caderno Beleza/ABC
Matéria sobre a Natura em página do Caderno Magazine/O Sul 15
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Dica de maquiagem da Natura em página do caderno Beleza/ABC
Natura na capa do caderno Pense Empregos/Zero Hora
Ponto Edu – Egali no caderno de Educação do jornal Estado de São Paulo.
Entrevista com o Diretor Presidente da Belsul, Sergio Correa, no Papo de Economia/Economia/ZH
Entrevista com Guilherme Reischl, Diretor Executivo da Egali Intercâmbio, no caderno Empresas & Negócios/Jornal do Comércio.
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Matéria sobre a Natura em página do caderno Donna/Zero Hora
Egali Intercâmbio na capa do caderno Pense Empregos/Zero Hora 17
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Matéria sobre a Natura em página do Caderno Magazine/O Sul
Espaço Tibet na capa e mais7 páginas da Revista Donna/Zero Hora
Porto Alegre, 29 de junho de 2014
EDITORA Mariana Kalil EDITORA-ASSISTENTE Marianne Scholze REPÓRTERES Mariane Hahn e Patrícia Lima REDATORA ONLINE Thamires Tancredi SOCIAL MEDIA Larissa Gargaro DESIGNER Melina Gallo ESTAGIÁRIA Carolina Goyer
Capa PÁG. 12
NA CAPA Ogen Shak FOTO Júlio Cordeiro
Lifestyle PÁG. 10 GERENTE DE MARCA DONNA Rogério Queiroz DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS Bárbara Fabres
Comportamento PÁG. 22
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Fellipe Faria ESTAGIÁRIOS Luccas Rosa e Marcela Schneider
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bastante comum jornalistas serem convidados para bate-papos e palestras em cursos de Comunicação Social. Eu, particularmente, acho um programão, porque considero uma ótima oportunidade de tirar dúvidas e (tentar) responder a todas as perguntas a respeito da profissão. Também fui uma estudante cheia de curiosidade e algumas incertezas e adorava ouvir o testemunho de quem, um dia, havia estado no meu lugar. Desde minha estreia como convidada de alguma faculdade, percebo que uma pergunta é recorrente: “O que é preciso para ser um bom jornalista?”. Há algumas premissas básicas ensinadas na universidade, como dominar o português, apurar os fatos com imparcialidade, gostar de ler, saber escrever, ter agilidade, curiosidade e criatividade. Mas há também aptidões que considero tão relevantes quanto todas as já citadas: ser ético, generoso com os colegas e trabalhar sempre com espírito de equipe. Sinto orgulho de afirmar que nossa turma entoa esse mantra diariamente com a naturalidade de profissionais absolutamente cientes de que este é o único caminho possível para o crescimento pessoal e profissional de cada um – e, consequentemente, do nosso projeto como um todo. A exemplo de uma orquestra em que cada músico toca um instrumento para que o conjunto execute uma melodia harmoniosa, cada um de nós aqui em Donna sabe qual é o seu papel e procura desempenhar sua função com o máximo de excelência para que o resultado surpreenda e esteja cada vez mais à altura da exigência de nossos leitores. s
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A incrível jornada de Ogen Shak, que fugiu a pé do Tibete e reconstruiu sua vida em Três Coroas
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Jo
Sete anos no
CARTA DA EDITORA
mariana.kalil@zerohora.com.br
ZERO HORA
Esta semana, uma profissional completa, com todos os atributos listados acima, somou-se à nossa equipe. Seja muito bemvinda, Marianne Scholze.
REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA AV. ERICO VERISSIMO, 400 – 5º ANDAR | AZENHA | CEP: 90160-180 | PORTO ALEGRE – RS | TEL. (51) 3218-4300
Moda PÁG. 18
Donna Indica PÁG. 29
www.revistadonna.com contato@revistadonna.com
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CAPA
Artista plástico especializado em arte sacra tibetana, Ogen veio ao Rio Grande do Sul para realizar pinturas no templo localizado em Três Coroas e daqui nunca mais quis sair
Um peregrino
A jornada do tibetano Ogen Shak, que sobreviveu a uma incrível fuga para contar sua história e preservar a cultura gastronômica do país oriental aqui em Três Coroas, na serra gaúcha
mundos de dois TEXTO PATRÍCIA LIMA FOTOS JÚLIO CORDEIRO
O
primeiro contato com Ogen Shak, 37 anos, não tem nada demais. É um oriental como qualquer outro, com olhinhos puxados e seus cabelos negros e lisos. Às vezes veste um traje esquisito, colorido. Outras vezes, veste jeans e camiseta. Recebe toda a gente com um sorrisão, braços abertos. A coisa começa a ficar diferente, incrível até, quando o interlocutor tem tempo e interesse para puxar um papo com esse cara de sotaque estranho e semblante sereno e feliz. A história dele não é como qualquer outra. Ele não é como qualquer outro.
Tibetano de nascimento, Ogen Shak personifica um drama que assola seu país há mais de 60 anos: a ocupação chinesa, iniciada em 1950. Aos 16 anos, encarou uma aventura que parecia possível apenas em filmes. Atravessou o Himalaia a pé, carregando dois irmãos menores, para fugir do Tibete em direção à Índia. Viu a morte de perto. Quase foi colhido por ela. Mas conseguiu escapar. Chegou a uma cidade perto de Dharamsala, onde pôde, finalmente, conhecer e viver sua religião e sua cultura. Artista plástico especializado em arte sacra tibetana, há sete anos veio para o Brasil ornar o templo de São Paulo. Em passagem pelo Rio Grande do Sul, onde realizou pinturas no templo de Três Coroas, conheceu seu grande amor, uma
gaúcha que vivia no santuário budista. Casaram, deixaram a vida monástica e abriram um restaurante tibetano ali mesmo, na cidade serrana, perto do templo. E vivem, juntos, a melhor parte desta aventura: um filme finalmente feliz, que está bem longe do final. Ogen é um sujeito, segundo ele próprio, tipicamente tibetano: bem-humorado, engraçado e muito curioso. Adora uma conversa com o pessoal que vai conhecer o restaurante. Mas, normalmente, o papo não versa sobre as agruras que viveu para deixar o país natal. A não ser que o visitante puxe o assunto. Caso contrário, ele vai contar sobre a cultura tibetana, sobre o budismo que pratica e os ensinamentos de sua religião, sobre a sua felicidade em viver no Brasil. E sobre
a comida, claro. Foi o que fez com a reportagem de Donna em uma fria e ensolarada tarde. Entre uma história e outra, falava sobre as iguarias que aprendeu a cozinhar na infância e, naquele momento, nos servia com orgulho, como se nos entregasse um pouco de si e de sua trajetória naqueles pratos. Comida, aliás, sempre foi uma das paixões de Ogen, ainda no Tibete. – Nós aprendemos a cozinhar na escola e em casa, faz parte da cultura. Meu pai é um excelente cozinheiro, então, herdei isso dele. As delícias que o pai preparava em casa, com a família, eram – e ainda são – a principal representação das suas saudades. Há anos não vê os pais, que vivem exilados na Índia, nem os
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EXPERIÊNCIA DO TIBETE Mas, afinal, o que é um restaurante tibetano? A resposta é bem menos óbvia do que um lugar para degustar a comida do Tibete. Sim, lá se pode saborear os pratos típicos do país, mas a experiência de passar algumas horas no Espaço Tibet vai bem além disso. Na chegada, o visitante é, normalmente, recepcionado com um chazinho tibetano para acalmar o espírito e preparar o apetite. Como entrada são servidos os momos, pequenas trouxinhas de massa recheadas com legumes, frango, cogumelos ou batata. Depois, a escolha depende do gosto do comensal. Engana-se quem pensa que só vai encontrar coisas esquisitas e muito diferentes dos paladares com os quais estamos habituados. É tudo normal, só que com um toque tibetano. Um dos destaques do cardápio é o Racha, pernil de cordeiro com molho de cravo, cujo segredo é a pimenta sichuan, cultivada nos montes do Tibete. Outra delícia é o Chamô Chow Mein, uma espécie de cozido feito com cogumelos shimeji, legumes e massa crocante, com um toque de manteiga. Para quem gosta de peixe, o Salmão Tashi Ling é irresistível, com molho de maracujá e acompanhado de arroz flambado com manteiga e castanhas. De nome complicado mas sabor dos mais agradáveis é o Chasô Niandu Chua, um filé grelhado com molho de queijos e servido com arroz de açafrão e batatas temperadas com ervas. Depois de provar tudo isso, a equipe de Donna mergulhou ainda mais profundamente na incrível história do cozinheiro que nos apresentava cada prato. Como Ogen Shak gosta de enfatizar, o Espaço Tibet quer recuperar a essência do Tibet antigo, mas sem se desligar do que é moderno. Por isso, o cozinheiro criou uma versão brasileira dos momos para a sobremesa: Momo de Brigadeiro, recheado com um dos doces mais queridos dos gaúchos. Mousse de rosas e arroz doce do Himalaia também estão entre os doces do menu. – Muita gente me pergunta por que comemos e servimos carne, se somos budistas. A resposta é que o budismo tibetano não obriga ninguém a comer ou a não comer. Para nós, todas as formas de vida têm a mesma importância. O que pregamos é a consciência do que comemos, o respeito ao alimento e aos que sofreram para produzi-lo. Com isso em mente, podemos comer qualquer coisa – explica Ogen. Depois do banquete, é hora de conhecer um pouco mais da cultura do país do nosso anfitrião. Na lojinha, velinhas em forma de flor de lótus e rodas de oração tibetanas são vendidas, junto com os CDs de música tibetana gravados por Ogen Shak. O cara também canta? Sim, ele canta. E adora música. Além de Beatles e Rolling Stones, diverte-se cantando as músicas sacras e tradicionais de seu país. Para finalizar o dia, um passeio revigorante pelo jardim onde ficam expostas algumas telas de arte sacra tibetana e as estátuas de Buda. Impossível não voltar para casa com a lembrança de sabores e de pessoas incríveis.
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irmãos. Há um ano, Ogen e Adriana, sua esposa, tentam legalizar os documentos de um dos irmãos para trazê-lo ao Brasil, para ajudar na administração do restaurante. Mas o visto de entrada do tibetano ainda não saiu. Nada disso, no entanto, tira do “tibeteno”, como ele se define, a felicidade. – Sou muito feliz aqui no Brasil. Tenho comida, casa, tenho esse restaurante. Tenho a minha mulher, a minha liberdade. Sou muito, muito feliz – sorri. Uma felicidade que brota de coisas tão singelas é possível graças às práticas budistas e, especialmente, graças a tudo o que o cozinheiro-artista já viveu. Separado da família aos 16 anos, ele lembra com muita emoção o momento mais comovente que enfrentou. No meio da noite, na cidadezinha em que morava, o pai e a mãe levaram ele e dois irmãos pequenos (um menino de seis anos e uma menina de três) a um local de onde partiria um caminhão com outros fugitivos. Devido ao controle imposto pelos chineses, os cidadãos tibetanos não têm licença para deixar o país sem autorização do governo. – Entramos naquele caminhão com umas 30 pessoas, que também iriam fugir. Eu não entendia o motivo daquilo, mas cresci vendo o meu pai dizer que não podíamos viver sob a dominação chinesa. O sonho dele era que deixássemos o Tibete para poder aprender, de fato, o que é ser tibetano. Na hora em que o caminhão partiu, vi meu pai e minha mãe acenando para nós, no meio daquela noite escura. Pensei que poderia nunca mais vê-los. Foi a coisa mais triste que eu já vivi. O caminhão levou os fugitivos até certo ponto, de onde eles deveriam seguir a marcha a pé. Estava ali a dolorosa experiência que o faria repensar o conceito de felicidade. Junto com os demais, Ogen e os irmãos caminharam por cerca de 30 dias, cruzando a cordilheira do Himalaia. Contornaram o sopé do Monte Everest, arrastaram-se por quilômetros sobre a neve para evitar os perigos invisíveis do gelo. Não falavam alto, pois o eco das vozes poderia provocar avalanche. Não urinavam sem proteção, pois o líquido poderia congelar na uretra. Não caminhavam durante o dia, pois corriam o risco de
serem vistos pelo exército chinês. – Um dia, estávamos dormindo em cima do gelo e ouvimos vozes. Estávamos escondidos, mas os chineses chegaram muito perto, deu pra ver as armas deles. Com o passar do tempo, a comida foi ficando escassa e o frio parecia cada vez pior. Os carregadores, pagos pelas famílias dos refugiados para ajudá-los na travessia, fugiram com suprimentos e dinheiro. – Sobrou uma coberta. Eu enrolava meus irmãos nela, mas não tinha mais nada para me cobrir. Era gelo demais. Uma noite, antes de seguir a marcha, uma menina continuava dormindo, mesmo depois de todos estarem prontos para o caminho. Ogen reparou que ela estava encolhida. – A menina estava morta. Foi um choque. Nunca tinha visto uma pessoa morta. Uma das monjas fez uma rápida cerimônia e seguimos em frente. Depois, mais gente morreu. Ao chegar à fronteira com o Nepal, o grupo, já reduzido, pediu ajuda à polícia nepalesa. Alguns policiais, no entanto, exigiram dinheiro ou as mulheres do grupo para fazer sexo – o que seria uma ofensa gravíssima. Sem ajuda, a marcha tornou-se ainda mais implacável. – Muitos amigos perderam as mãos, os pés, teve gente que perdeu os braços por causa da gangrena. Ao serem resgatados por um grupo de ajuda humanitária, em território nepalês, os fugitivos estavam no limite das forças. Ogen tinha gangrena nos membros e estava extremamente fraco. Durante um ano, se recuperou em um hospital para refugiados, no Nepal, onde fez várias cirurgias para enxertar tecido saudável nas partes do corpo atingidas pelo gelo. Também teve os dedos de um pé amputados. – Sei que um americano financiava aquilo tudo. Cheguei a vê-lo por lá, mas não consegui falar com ele. Meu sonho é poder agradecer tudo o que ele fez, dizer que devo minha vida a ele. Eu amo esse cara! Com a saúde reconquistada, Ogen partiu para a Índia, onde os irmãos pequenos já estavam. A família se reencontrou e o tibetano pôde, então, começar mais uma jornada.
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CARINHO DE MÃE
CHAKA MOMO – MOMO DE GALINHA
Um dos pratos mais tradicionais trazidos por Ogen Shak do Tibete é o Momo. Fala-se assim mesmo: momo. Ele conta que a palavra quer dizer algo como “carinho de mãe”, uma coisinha que as mães preparam para mimar os filhos. Prato milenar da culinária tibetana, o momo tem feito muito sucesso no Espaço Tibet. Tanto que, em alguns dias, a casa oferece rodízio de momos. E como Ogen nem pensa em guardar os segredinhos só para ele, detalhou a receita de Momo de Galinha (ao lado) para os leitores da revista Donna. Em revistadonna.com, confira outras receitas tibetanas.
INGREDIENTES RECHEIO • 1 xícara de frango moído ou desfiado • 1 colher (chá) de sal • 5 colheres (sopa) de azeite de oliva • 2 colheres (sopa) de cebolinha desidratada (opcional) MASSA • 2 xícaras de farinha • ½ colher (chá) de sal • ½ colher (chá) de açúcar • ½ colher (chá) de noz moscada • água (o quanto bastar)
MODO DE PREPARO 1. Misturar bem todos os ingredientes do recheio. 2. Reservar. 3. Sovar bem a massa, misturando todos os ingredientes, até que ela não grude mais na mão. 4. Abrir a massa com rolo e cortar em rodelas de 10cm. 5. Colocar 1 colher de sopa rasa de recheio dentro da rodela e fechar. 6. Cozinhar no vapor por aproximadamente 20 minutos. • Rendimento: 20 unidades
RACHA – CORDEIRO AO MOLHO DE CRAVO INGREDIENTES • 450g pernil de cordeiro • 1 cebola roxa pequena • 1 colher (chá) de sal MOLHO • 2 colheres (sopa) de açúcar mascavo • 1 xícara de vinho tinto suave • 2 xícaras de água • 1 punhado de cravo em pau • 1 pitada de pimenta de sichuan (pimenta tibetana que pode ser substituída por noz moscada) • 2 colheres (sopa) de amido de milho diluído em água fria • 1 colher (sopa) de shoyu
MODO DE PREPARO 1. Para o molho, derreter o açúcar mascavo em uma frigideira. 2. Acrescentar o vinho, a água, o cravo e a pimenta de sichuan (ou noz moscada). 3. Cozinhar até levantar fervura e reservar. 4. Cozinhar o cordeiro na água com a cebola inteira e 1 colher de sal, até que fique macio. 5. Retirar a água e a cebola e colocar o cordeiro dentro do molho ainda quente. 6. Acrescentar o amido de milho diluído, mexer e acrescentar o shoyu para finalizar. • Rendimento: 2 porções
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Espaço Tibet www.espacotibet.com.br De quarta a sexta, das 12h às 15h e das 20h às 23h. Sábados, das 12h às 16h e das 20h às 23h. Domingos e feriados, das 12h às 16h. Rua Alagoas, 361 Bairro Águas Brancas Três Coroas - RS Telefone: (51) 35465763 e 9678-3184
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CONFLITO SEM FIM O motivo pelo qual Ogen Shak e outros tantos milhares de tibetanos fugiram é a ocupação de seu país pela China, em 1949, no início da revolução comunista liderada por Mao Tsé-Tung. O conflito entre chineses e tibetanos pelo valioso território, no entanto, não é novo. No século 13, o império mongol conquistou a região, que voltou ao controle dos tibetanos tempos depois. Em 1720, durante a dinastia Ching, o Tibete foi conquistado novamente, ficando sob o poder dos chineses até o início do século 20, quando esta dinastia caiu. Com ascensão do comunismo, o território voltou a ser invadido. Com isso, a religião e a cultura tibetanas ficaram suprimidas. De acordo com a organização internacional Free Tibet, que luta pela libertação do país, o exército chinês destruiu milhares de templos e assassinou monges, para enfraquecer a religiosidade do povo, que é a base da resistência que perdura até hoje. Impedido de exercer sua liderança, o Dalai Lama, líder espiritual e político do Tibete, refugiou-se na Índia, de onde comanda a resistência. Quem ficou no país, como a família de Ogen, não pode praticar livremente sua religião
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Depois de um relacionamento à distância, o casamento com Adriana foi acelerado para evitar que Ogen fosse obrigado a deixar o Brasil
OI, QUER NAMORAR COMIGO? O encontro de Ogen com Adriana, 41 anos, não foi exatamente uma cena romântica. Moradora do templo budista de Três Coroas havia 14 anos, Drika, como é conhecida, trabalhava recepcionando os visitantes e organizando os rituais e práticas. Um dia, viu um sujeito de fala enrolada por lá. Foi falar com ele porque viu, em suas mãos, um computador igualzinho ao que vinha querendo comprar havia algum tempo. Depois de se conhecerem um pouco mais – mas não muito mais –, ele foi direto ao ponto e tascou a pergunta do
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título. Sem delongas. – Os tibetanos não têm esse nosso romantismo, é diferente – conta Drika, que ficou um pouco desconfiada, mas aceitou o pedido. Apesar das visitas frequentes a Três Coroas, Ogen continuava morando em São Paulo. O namoro ia bem, mais por telefone do que ao vivo, quando veio a notícia de que ele poderia ser deportado. O casamento, que já estava nos planos dos dois, foi acelerado. Meio impulsivamente, meio por orientação dos astros e dos mestres espirituais de ambos, Ogen e Drika se casaram. Ela deixou o templo para viver com o marido e o filho de um relacionamento anterior. – Eu nunca quis me casar. O mais importante para mim sempre foi a busca espiritual, a minha caminhada.
Sempre fugi da possibilidade de compromisso. Mas tudo mudou quando conheci o Ogen. Ele é um mundo novo para mim, é algo com que eu nem sonhava, mas que me deixa muito feliz – afirma Drika. Ogen comenta que os tibetanos encaram o casamento de forma bastante diferente. Não se unem por uma paixão avassaladora, mas por um sentimento de concordância entre espíritos afins e pelo companheirismo. E, diferentemente dos ocidentais, raramente se separam. – Ela é minha companheira, a quem vou ajudar no sofrimento. E ela vai me ajudar no meu sofrimento. Isso é o nosso amor – derrete-se ele. Todos os planos e sonhos do casal giram em torno do sucesso do restaurante, aberto há cerca de três anos. Ali,
mais do que a culinária, Ogen quer mostrar um pouco da cultura do seu país. Além dos sabores, quer divulgar a arte, o artesanato e a medicina tibetana entre os gaúchos. Sente que sua missão é ajudar a preservar a cultura que, em sua terra natal, está ameaçada. Para Drika, acompanhar o marido nessa empreitada é um enorme desafio, com muitas recompensas pelo caminho. Tanto que toda a responsabilidade pela parte administrativa e burocrática do Espaço Tibet é dela. E, enquanto ajuda Ogen a realizar sua missão, aguarda que, quando chegue a hora, ele faça o mesmo por ela: – Meu sonho é terminar meus dias em retiro espiritual, realizando as práticas budistas e buscando a iluminação. E ele vai comigo.
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nem seu estilo de vida, voltado ao cultivo da terra. O trânsito também não é livre entre os países – motivo pelo qual Ogen e seus irmãos precisaram fugir a pé pelo Himalaia. O conflito entre tibetanos e chineses ficou evidente às vésperas da Olimpíada de Pequim, em 2008, com uma onda de protestos em várias partes do mundo, especialmente em Lhasa (foto) e Pequim. Os tibetanos foram às ruas para lembrar o maior levante contra a China, que ocorreu em 1959. O episódio conhecido como Levante Nacional Tibetano deixou 87 mil mortos e provocou a fuga do Dalai Lama para a Índia. Atrás dele, estima-se que tenham ido mais de 100 mil tibetanos. Em um estudo recente, a organização internacional Human Rights Watch estima que o governo de Pequim tenha obrigado mais de dois milhões de tibetanos a deixarem suas casas e se alojarem em aldeias socialistas. A ONU já se pronunciou contrária à ocupação violenta do território, mas a manifestação não surtiu qualquer efeito prático. Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, instalou-se em Dharamsala a convite do governo indiano e, de lá, iniciou uma luta pacífica e de alcance mundial em favor dos direitos humanos e, em especial, pela autonomia do Tibete. Em 1989, ganhou o Prêmio Nobel da Paz, conferindo ainda mais visibilidade à causa que, ainda hoje, defende.
Saurabh das, AP
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Reportagem, edição e projeto gráfico.
Produção editorial e projeto gráfico de cadernos comerciais para o jornal Zero Hora.
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Criação de projetos de revistas impressas, digitais e newsletter. Produção de matérias, criação de projetos gráficos e envio para mailings determinados pelo cliente através do ISend. Esta ferramenta digital possibilita versões para desktops, Iphone e Ipad e gera relatórios posteriores de leitura das matérias e de número de acessos do veículo.
INFORMATIVO ATl
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JANEIRO/ 2014 • NúMERO 02
OlhandO para frente O ano que termina foi desafiador para todos. O tras mudansistema de transportes sofreu alterações signifi- ças que o TRI cativas tanto em receita quanto em custo. Neste trouxe à rotina contexto, fica evidente a necessidade de buscar- do sistema, criamos uma melhoria no nível do serviço como for- mos um mascote, o ma de minimizar esses efeitos.
Bartholomeu. Ele se-
A cobrança no embarque, a partir da implan- rá o personagem que tação da Bilhetagem Eletrônica, gerou uma mu- vai nos acompanhar dança importante na operação do sistema. E toda em campanhas e em mudança traz desafios. Desafios que precisamos treinamentos. Nossa aceitar e entender para que não se transformem ideia é de que Barem dificuldades. Este processo exige uma trans- tholomeu tenha uma formação cultural que envolve diretamente o sis- linguagem simples, que consiga se comunicar com tema seletivo e seus usuários.
motoristas e usuários de uma maneira descontraí-
Na busca da inovação, da melhoria contí- da e objetiva, ajudando a passar orientações e esnua dos serviços prestados e do desenvolvimen- clarecer dúvidas. to sustentável, a união de esforços e a coope-
Em 2014, pretendemos promover eventos
ração de todos é muito importante. Precisamos que auxiliem na melhoria da gestão do nosso desenvolver ações específicas para as linhas. Sa- trabalho. Lembramos que no ano que vem tebemos que a implantação não foi fácil e que ain- remos a Copa do Mundo e, consequentemenda há um longo caminho a percorrer, mas esta- te, mais pessoas circulando nas ruas e usando mos certos de que é apenas mais uma etapa que o transporte seletivo. O setor deverá ser proativenceremos.
vo e se preparar para o evento definindo ações
Para reforçar a importância dessa e de ou- direcionadas a frota, colaboradores e operação.
Newsletter ATL
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“A Conexão é uma empresa antenada no mercado que atua com ideias originais em contextos competitivos. Tem como marca registrada a inovação e parceria da equipe, sempre disposta a trazer o melhor custo benefício para a empresa cliente. Essa é uma parceria de sucesso, marcada por uma relação transparente - um dos valores da Natura”. Letícia Passini, Marketing da Regional Sul da Natura.
A Conexão Corporativa é uma aliada estratégica da Egali Intercâmbio no seu relacionamento com imprensa e com os seus clientes. A empresa conta com uma equipe altamente qualificada, que atinge resultados exponenciais anualmente. Temos a Conexão Corporativa como um pilar estratégico da nossa comunicação desde 2009. Posicionando a Egali como uma fonte confiável, a Conexão Corporativa ajuda a Egali a atingir seus resultados. Guilherme Reischl, Diretor da Egali Intercâmbio
(51) 3093-0530 | 3022-8403 Alameda Coelho Neto, 20/403 Boa Vista | POA | CEP 91340-340 liege@conexaocorporativa.com.br www.conexaocorporativa.com.br Conexão Corporativa Portfólio 2014
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