Proposta Pedagรณgica
SUMÁRIO CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................................................................................................................... 4
MY LIFE - EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL ..................................................................................................................................................... 5
EDUCAÇÃO INTEGRAL ................................................................................................................................................................................................. 6
Visão de estudante ................................................................................................................................................................................................. 7
Desenvolvimento pleno ...................................................................................................................................................................................... 7
Integração curricular ............................................................................................................................................................................................ 8
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS ............................................................................................................................................................... 9 Autogestão ................................................................................................................................................................................................................. 11 Determinação Organização Foco Persistência Responsabilidade
Engajamento com os outros .......................................................................................................................................................................... 12
Iniciativa social Assertividade Entusiasmo Amabilidade .............................................................................................................................................................................................................. 13 Empatia Respeito
Confiança
Resiliência emocional ........................................................................................................................................................................................ 14
Tolerância ao estresse
Autoconfiança
Tolerância à frustração
Abertura ao novo .................................................................................................................................................................................................... 15
Curiosidade para aprender
Imaginação criativa Interesse artístico
Competências socioemocionais e a BNCC ......................................................................................................................................... 16
CONCEPÇÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS .................................................................................................................................................... 18
Presença pedagógica ......................................................................................................................................................................................... 18
Problematização ..................................................................................................................................................................................................... 19
Aprendizagem colaborativa ........................................................................................................................................................................... 19
ESTRUTURA MY LIFE .................................................................................................................................................................................................. 22
TEMAS E CONTEÚDOS POR SÉRIE .................................................................................................................................................................... 25
6º ano - IDENTIDADE ........................................................................................................................................................................................... 25
7º ano - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................................................................................................................... 28
8º ano - PROJETOS INOVADORES ............................................................................................................................................................... 32
9º ano - PROJETOS DE VIDA ........................................................................................................................................................................... 34
Ensino Médio - PROJETO DE VIDA .................................................................................................................................................................... 37
1ª Série .......................................................................................................................................................................................................................... 37
2ª Série .......................................................................................................................................................................................................................... 39
3ª Série .......................................................................................................................................................................................................................... 41
AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................................................................................................ 43
Avaliação Diagnóstica ........................................................................................................................................................................................ 43
Aplicação no My Life ...................................................................................................................................................................................... 43
Divulgação dos resultados ......................................................................................................................................................................... 43
Avaliação formativa ............................................................................................................................................................................................. 44
Rubricas ................................................................................................................................................................................................................. 45
Aplicação das rubricas ................................................................................................................................................................................. 45
Contextualização O mundo contemporâneo vive inúmeros desafios novos e oferece cenários de mudanças intensas que exigem muito mais do que apenas o domínio de conteúdo das disciplinas. É possível imaginar o que a vida vai demandar dos estudantes de hoje – tanto em aspectos interpessoais e pessoais quanto produtivos – e buscar definir quais oportunidades devem ser oferecidas para as crianças e jovens de hoje para que possam realizar escolhas com autonomia e conquistar realizações ao longo da vida. Para isso, é preciso desenhar e implementar iniciativas que efetivamente garantam aos estudantes seu desenvolvimento pleno e uma educação de qualidade, colocar o aluno no centro do processo e construir estratégias para que ele possa aprender a ser, a conviver, a conhecer e a fazer. No que tange aos conhecimentos mais tradicionais, não há dúvidas de que ainda é preciso superar muitos desafios educacionais básicos, mas também devemos reconhecer que a escola deve se voltar para habilidades como colaboração, persistência e determinação com a mesma intencionalidade que tem para os demais desafios por serem fundamentais para o desenvolvimento integral. Levar essa perspectiva ao dia a dia das escolas de forma estruturada e intencional requer inovações não só na estrutura curricular e recursos educacionais, mas também na formação de professores e nas práticas pedagógicas que eles utilizarão em sala de aula. Um dos caminhos que vem se mostrando valioso para garantir a formação plena é o desenvolvimento das competências socioemocionais. A experiência prática de educadores e inúmeras pesquisas acadêmicas revelam que, quando esse grupo decisivo de competências recebe atenção no contexto escolar, a vida das crianças e jovens é impactada positivamente, influenciando suas decisões dentro e fora da escola. Valorizar e desenvolver essas habilidades não significa rejeitar a relevância dos conteúdos curriculares tradicionais, mas oferecer mais um canal de apoio para que todos os envolvidos no processo educativo possam planejar, executar e avaliar ações mais eficientes em todos os aspectos envolvidos no ensino e aprendizagem. Também não se trata de inserir mais uma obrigação ao extenso conjunto de atividades dos educadores, uma vez que aspectos socioemocionais já estão presentes no dia a dia das escolas – ainda que não sejam desenvolvidos de forma intencional. Destacar boas práticas e proporcionar o ambiente institucional para esse trabalho é um apoio aos docentes nos seus desafios diários.
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My Life Educação Socioemocional Dentro do contexto e de acordo com as perspectivas acima mencionadas que o My Life – Educação Socioemocionais foi idealizado e desenvolvido. O My Life, marca da Conexia Educação, é um programa destinado a alunos do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Está 100% alinhado à BNCC (Base Nacional Comum Curricular), principalmente ao que se refere ao desenvolvimento das competências gerais. Utiliza metodologias ativas e conteúdos multidisciplinares, interdisciplinares e bilíngues, para trabalhar aspectos como projeto de vida, valores, colaboração, capacidade de resolver problemas e criatividade. Esta solução educacional conta com uma plataforma digital única, totalmente digital, que se conecta diretamente a linguagem dessa nova geração de alunos e fornece também aos professores o acesso a todas as informações e orientações para realização das aulas. Ainda, compartilha evidências sobre as aulas realizadas com os pais e fornece informações para o desenvolvimento socioemocional em casa, conectando cada vez mais as famílias a escola.
Este documento apresenta as principais referências utilizadas para a elaboração do My Life e que embasam seus conteúdos a atividades. Aqui, poderão ser consultados os conceitos de Educação Integra e Competências Socioemocionais, Concepção e Práticas Pedagógica, Descrição dos Temas e Conteúdo por Série e Orientações Gerais de Aplicação.
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Educação integral Dentro do contexto e de acordo com as perspectivas acima mencionadas que o My Life Há tempos o conceito de Educação Integral ganha destaque no Brasil, tanto em marcos legais, quanto em iniciativas educacionais. Ainda assim, não é possível dizer que essa recorrência tenha resultado em um entendimento definitivo e compartilhado do que é a Educação Integral. No histórico brasileiro, muitos projetos e políticas trataram o tema pelo viés da ampliação do tempo, com intencionalidades que variaram da esfera da assistência social (manter as crianças e jovens longe das ruas), à oferta de atividades lúdicas ou culturais que não se articulavam como um currículo. Ainda hoje, diversos projetos e políticas de educação integral são marcadamente voltados à ampliação da jornada escolar e, apesar de trazerem uma intenção valiosa de ampliar oportunidades de aprendizagem, correm o risco de fragmentar ainda mais os currículos e pouco contribuírem para a qualidade da formação dos estudantes. O texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017) é o documento legal mais recente a trazer para o debate o propósito da educação como desenvolvimento pleno. Trata-se de um documento federal que tem como objetivo normatizar os currículos estaduais e municipais, de modo a garantir uma base de princípios e de organização dos conhecimentos e competências comuns a todos eles. Neste documento, o Brasil reafirma o compromisso com a educação integral, cujo propósito é a formação e o desenvolvimento global dos estudantes, compreendendo “a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva” (BNCC, 2017, p. 14). O desenvolvimento desse potencial humano crítico e transformador é a pedra basal de uma proposta de educação integral que tenha como objetivo a formação para a autonomia. Essa visão e esse compromisso de educação ultrapassam tanto o individualismo fragmentador quanto o coletivismo massificante, que colocam as pessoas como meros instrumentos a serviço do desenvolvimento econômico. Os contextos desafiadores de nosso século também não foram desprezados na formulação dos propósitos de uma educação integral para o século 21. A chamada “sociedade do conhecimento e da inovação” exige que os sujeitos sejam capazes de acessar, selecionar e construir discursos frente a um volume substancial de informações e de conhecimentos disponíveis, interagindo cotidianamente a partir das tecnologias da comunicação e da informação, pensando e agindo de modo crítico diante de questões cada vez mais complexas, elaborando soluções criativas para os problemas e fazendo escolhas consistentes com seus projetos de vida. No texto “O compromisso com a educação integral” (BNCC, 2017, p. 14), a BNCC apresenta três elementos estruturantes desse paradigma educacional. São eles: • VISÃO DE ESTUDANTE • DESENVOLVIMENTO PLENO • INTEGRAÇÃO CURRICULAR
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Visão de estudante A BNCC assume uma “visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem”, a fim de “promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades.” Também considera a relevância de serem estabelecidos processos educativos que incluam “as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar formas de existir” (BNCC, 2017, p. 14). Se antes os currículos eram pensados levando em conta apenas o que se queria que os estudantes aprendessem até o final da Educação Básica, independentemente de seus pontos de partida, contextos e aspirações, hoje, a BNCC nos convida a rever esses posicionamentos. A partir de agora, é preciso construir uma proposta de educação que atenda aos desafios contemporâneos, que forme sujeitos críticos, autônomos, cidadãos solidários e capazes de lidar com as demandas do século 21 e construir seus projetos de vida. Daí a importância da realização de escutas atentas, não só dos estudantes da rede, mas também de toda a comunidade escolar: equipe pedagógica, professores, funcionários e familiares. É considerando suas ideias que devemos identificar diálogos com as proposições curriculares e reunir informações que apoiem a definição de um conjunto de competências cognitivas e socioemocionais no texto curricular, levando em conta as 10 competências gerais propostas pela BNCC. Os estudantes de hoje fazem parte de uma geração transpassada pelas novas tecnologias. Quando eles nasceram, os computadores, os celulares e a internet já haviam transformado boa parte dos ambientes, hábitos e dinâmicas sociais. O mundo mudou para todos, mas mudou menos para eles, nativos digitais, íntimos das telas e dos cliques. O uso da tecnologia e seus aspectos políticos, sociais e cognitivos na atualidade é tema do livro Polegarzinha, do filósofo francês Michel Serres. Segundo o autor, essa nova geração “vive uma outra história”, “não fala mais a mesma língua” e “não habita o mesmo espaço” que seus pais e avós. São novos homens e novas mulheres que têm outra relação com os acontecimentos da mídia e outras formas de consumir informação. Para o autor, não é exagero dizer que a nova geração tem uma nova maneira de pensar.
Desenvolvimento pleno Ao destacar o compromisso com o desenvolvimento pleno dos estudantes em suas diversas dimensões (intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica), a BNCC retoma orientações presentes na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNs), apresentando uma visão de educação integral que propõe a superação da divisão e hierarquização entre o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento emocional. Sendo assim, cada uma das 10 competências gerais da BNCC integra aspectos cognitivos e socioemocionais, tais como: comunicação, criatividade, pensamento crítico e científico, empatia, comunicação e autoconhecimento.
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Integração curricular A BNCC indica que a educação integral propulsione uma educação sem fragmentação radical dos componentes curriculares e que tenha sentido para os estudantes, ou seja, uma educação que promova pontes entre o conhecimento e a vida. O documento também destaca a importância da valorização do contexto do estudante para que seja dado sentido ao que se aprende, e joga luz sobre o “protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida” (BNCC, 2017, p. 15). A maneira de construirmos conhecimento, de certa forma, nos define. Em outras palavras: se o conhecimento é apresentado na escola de modo fragmentado, se os componentes curriculares não se integram e não respondem a um projeto de educação que tenha como objetivo o desenvolvimento pleno dos estudantes, não será possível formar um sujeito pleno, integral. Tão importante quanto a concepção de ser humano que se quer formar, é apresentar uma concepção do conhecimento relacional em que as áreas do conhecimento – e seus conteúdos, métodos e visões de mundo – possam ser apreendidos com maior integração. Na área da Educação, propostas interdisciplinares, multidisciplinares e transdisciplinares são objetivos perseguidos para superar a fragmentação curricular, que, ao fazer com que as disciplinas sejam muito especializadas, acaba criando dinâmicas escolares nas quais cabe ao estudante, e não aos currículos, a tarefa de estabelecer pontes entre os conhecimentos. Mas como integrar o currículo sem renunciar às diversas formas de construção de conhecimento que as áreas carregam? O que fazer para tornar a aprendizagem mais significativa, conectando os conhecimentos com a vida? Para que a integração curricular se concretizar de fato na escola, é necessário que o Projeto Pedagógico (PP) anuncie novas formas de condução para a gestão e para o trabalho colaborativo entre professores. Uma das formas de fazer isso é instituir práticas comuns a todas as áreas, tanto no que se refere às metodologias ativas de ensino e aprendizagem, quanto ao que diz respeito às estratégias de avaliação formativa.
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Competências socioemocionais Por se tratar de um tema que ainda gera muitas dúvidas em todos aqueles que trabalham com educação, é importante que se possa organizar conceitualmente as competências socioemocionais e entender suas implicações no contexto escolar. Há uma grande quantidade de termos e de definições para centenas de aspectos relacionados a essas competências, e muitas linhas de estudos (na Educação, na Psicologia e em outras áreas do conhecimento) possuem propostas variadas para esta organização. A escolha por uma dessas formas de organizar não diminui a validade de haver múltiplas abordagens, já que não existe apenas um caminho correto para essa definição. Contudo, a organização do campo conceitual é importante, tanto para servir de apoio a políticas públicas quanto para o avanço do conhecimento científico sobre o tema. Nos estudos sobre o tema realizados na área da Psicologia, competências socioemocionais são entendidas como influenciadoras do modo como uma pessoa pensa, sente, decide e age em determinada situação ou contexto. Hoje, sabe-se que elas não são fixas, ou seja, são flexíveis e maleáveis, manifestando-se com intensidade e modos diferentes de acordo com os elementos sociais e culturais que atravessam a história de cada pessoa, e sendo, assim, possíveis de serem desenvolvidas ao longo da vida. Existem diferentes modelos científicos que visam a organizar os estudos das competências socioemocionais. Os pesquisadores do Instituto Ayrton Senna adotam um que organiza a ampla variação de competências socioemocionais em cinco macrocompetências. São elas: abertura ao novo, autogestão, engajamento com os outros, amabilidade e resiliência emocional. Esse modelo foi escolhido porque organiza as competências socioemocionais de forma abrangente e, ao mesmo tempo, específica, a partir de estudos sobre competências socioemocionais identificadas e validadas cientificamente por meio de experiências práticas em diversos contextos, localidades e culturas. Além disso, há uma quantidade expressiva e significativa de evidências científicas no Brasil e no mundo que validam a importância desse modelo para diversos resultados alcançados ao longo da vida. No contexto brasileiro, as cinco macrocompetências foram desdobradas em 17 competências socioemocionais identificadas como importantes de serem consideradas e desenvolvidas nas escolas do país. São elas: determinação; foco; organização; persistência; responsabilidade; empatia; respeito; confiança tolerância ao estresse; autoconfiança; tolerância à frustração; iniciativa social; assertividade; entusiasmo; curiosidade para aprender; imaginação criativa e interesse artístico.
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Por estarem intimamente ligadas ao desenvolvimento integral do ser humano, essas competências não se desenvolvem de forma separada dos aspectos cognitivos e demais conteúdos curriculares. Ao estudar um conteúdo de uma determinada disciplina, o estudante precisa colocar em prática diversa competências. Ajudá-lo a entender melhor esses aspectos é o que fará com que ele se desenvolva de maneira plena, tornando-se protagonista do seu processo de aprendizagem e das suas decisões, tanto na escola quanto fora dela. É preciso reconhecer que em muitos indicadores a educação no Brasil avançou nas últimas décadas, no entanto, ainda há muitas oportunidades para crescemos cada vez mais. O planejamento, a concretização e avaliação das propostas para isso não dependem de um único ator nem se baseiam em uma visão unilateral do processo de aprendizagem. Para que as redes de ensino possam oferecer uma melhoria sistêmica na qualidade da educação e adaptar o trabalho com as competências socioemocionais de acordo com a sua necessidade e realidade, é necessário fornecer recursos para o trabalho coletivo de gestores, professores, pesquisadores, organizações e famílias comprometidas com a aprendizagem das crianças e jovens. Essas 17 competências socioemocionais não abarcam todas as existentes, mas compreendem os aspectos socioemocionais que estão explicitados nas 10 competências gerais da BNCC.
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Autogestão Inclinação a ser organizado, esforçado e responsável. O indivíduo é eficiente, organizado, autônomo, disciplinado, não impulsivo e orientado para seus objetivos. As competências socioemocionais que compõem Autogestão são:
Determinação Diz respeito a objetivos, ambições e motivações para trabalhar e fazer mais do que o mínimo esperado nesse sentido. Quando temos determinação, estabelecemos padrões elevados e trabalhamos intensamente para progredir. Isso significa ser automotivado e disposto a investir todo o tempo e esforço possível na realização de atividades.
Organização Consiste em ser ordeiro, eficiente, apresentável e pontual. Organização aplica-se aos nossos pertences pessoais e aos da escola, bem como ao planejamento de nossos horários, atividades e objetivos futuros. Coordenar nossa vida e planos de forma organizada e mantê-los assim requer cuidados quanto ao tempo, à atenção e à estruturação de informações.
Foco Consiste em ter “atenção seletiva”, isto é, ter a capacidade de selecionar um objetivo, tarefa ou atividade e então direcionar toda atenção exclusivamente para a tarefa “selecionada”. Quando estamos altamente focados, somos capazes de nos concentrar e evitar ceder aos estímulos de distração. Permanecer focado é especialmente difícil quando a tarefa em que estamos trabalhando não é muito interessante, é repetitiva ou é desafiadora.
Persistência Diz respeito a completar tarefas e terminar o que assumimos ou começamos, ao invés de procrastinar ou desistir quando as coisas ficam difíceis ou desconfortáveis. A persistência nos permite continuar a trabalhar em um problema desafiador, tarefa ou projeto, não desistir e superar as dificuldades até “o trabalho estar feito”.
Responsabilidade Indica a habilidade de autogestão a fim de conseguir realizar tarefas, cumprir compromissos e promessas que fizemos, mesmo quando sentimos que é difícil ou inconveniente. Isso significa agir de forma confiável, consistente e previsível, para que outras pessoas sintam que podem confiar e contar conosco no futuro.
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Engajamento com os outros Orientação de interesses e energia em direção ao mundo externo, pessoas e coisas. O indivíduo é caracterizado como amigável, sociável, autoconfiante, energético, aventureiro e entusiasmado. As competências socioemocionais que compõem Engajamento com os outros são:
Iniciativa social Diz respeito a se aproximar dos outros e se relacionar com pessoas como colegas de turma, professores e novos conhecidos que podem, eventualmente, tornarem-se amigos. Especificamente, trata-se de iniciar, manter e apreciar as relações e os contatos sociais. Praticar a iniciativa social nos torna mais hábeis no trabalho em equipe, na comunicação expressiva e para falar em público (em um grupo de pessoas ou na frente da classe, por exemplo).
Assertividade Consiste na capacidade de demonstrar coragem quando a situação exige. Precisamos ser capazes de nos fazer ouvir para dar voz aos sentimentos, às necessidades, às opiniões e para exercermos influência social. A capacidade de afirmar nossas próprias ideias e vontades diante de uma oposição ou uma injustiça, por exemplo, é muito relevante para a realização de metas importantes para nós mesmos ou de nosso grupo, tais como assumir uma posição e imprimir liderança.
Entusiasmo Significa se envolver ativamente com a vida e com outras pessoas e a fazer isso de forma positiva, alegre e afirmativa; sentir “gosto pela vida”. Quando somos entusiasmados, encaramos nossas tarefas diárias com alegria e interesse. O entusiasmo nos permite apreciar o que fazemos e mostrar nossa paixão ao outro. Simplificando, o entusiasmo é ter uma atitude positiva: encarar o dia a dia com alegria, energia e emoção.
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Amabilidade Tendência a agir de modo cooperativo e não egoísta. O indivíduo amável ou cooperativo se caracteriza como tolerante, altruísta, modesto, simpático, não teimoso e objetivo. As competências socioemocionais que compõem Amabilidade são:
Empatia Diz respeito à forma como usamos a compreensão da realidade, da vida e as nossas habilidades para entender as necessidades e sentimentos dos outros. Também se refere às formas de agir sobre esse entendimento com bondade e respeito, de maneira que seja possível investir em qualquer relação ajudando, sendo solidário e prestando apoio e assistência.
Respeito Consiste em tratar as outras pessoas com bondade, consideração, lealdade e tolerância, ou seja, da forma como gostamos de ser tratados. Significa mostrar o devido respeito aos sentimentos, desejos, direitos, crenças ou tradições dos outros. Existem muitas maneiras de desrespeitar alguém, como não ouvir, não dar atenção à sua fala, dizer coisas maldosas e ofensivas, gritar, intimidar ou ferir. Às vezes, o respeito nos obriga a controlar impulsos agressivos ou egoístas, porque não queremos ferir os direitos ou sentimentos de outra pessoa.
Confiança É a capacidade de desenvolver expectativas positivas sobre as pessoas que participam da nossa vida. Isso significa acreditar que as outras pessoas são importantes para o nosso crescimento, quer seja quando podemos confiar em suas boas intenções ou quando precisamos perdoar por terem feito algo errado. Em vez de ser rude e julgar os outros, a confiança nos permite dar outra chance.
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Resiliência emocional Previsibilidade, consistência e equilíbrio de reações emocionais, sem mudanças bruscas de humor. Em sua carga inversa, o indivíduo é emocionalmente instável e é caracterizado como preocupado, irritadiço, ansioso, impulsivo e não-autoconfiante. As competências socioemocionais que compõem Resiliência emocional são:
Tolerância ao estresse Diz respeito ao quanto efetivamente conseguimos administrar nossos sentimentos negativos em situações difíceis ou desafiadoras, como fazer uma prova ou apresentar uma ideia para outras pessoas que podem ser críticas e não gostar dela. Em vez de se sentir oprimido ou “entrar em pânico” e simplesmente fugir dessas situações, precisamos aceitar que medo, ansiedade e preocupação são reações normais em momentos assim, são parte da vida e realmente não podemos evitá-los. Porém, podemos aprender a lidar com esses sentimentos de forma construtiva e positiva.
Autoconfiança Consiste em um sentimento de força interior. É quanto nos sentimos bem com o que somos, com a vida que vivemos e mantemos expectativas otimistas sobre o futuro. É representada pela voz interior que diz “sim, eu posso”, mesmo se no momento as coisas parecerem difíceis ou não estiverem indo tão bem. Quando encaramos a vida com autoconfiança, não temos que nos preocupar e reclamar o tempo todo sobre nossas falhas, decepções ou contratempos. Em vez disso, temos pensamentos positivos, desejamos ter sucesso naquilo que fazemos e adotamos a mentalidade do “eu posso”.
Tolerância à frustração Significa usar estratégias eficazes para regular os sentimentos de raiva e irritação, mantendo a tranquilidade e a serenidade perante as frustrações e, assim, evitando o mau humor, a fácil perturbação ou a instabilidade.
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Abertura ao novo Tendência a ser aberto a novas experiências estéticas, culturais e intelectuais. O indivíduo aberto a novas experiências se caracteriza como imaginativo, artístico, excitável, curioso, não convencional e com amplos interesses. As competências socioemocionais que compõem Abertura ao novo são:
Curiosidade para aprender A curiosidade para aprender se refere ao forte desejo de aprender e de adquirir conhecimentos e habilidades. Quando somos curiosos, temos interesses por diferentes ideias e paixão pela aprendizagem, pela exploração intelectual e pela compreensão. Simplificando, a curiosidade é uma mentalidade questionadora que facilita a investigação, a pesquisa, o pensamento crítico e a resolução de problemas.
Imaginação criativa Diz respeito à capacidade de gerar novas e interessantes formas de pensar sobre as coisas ou sobre como fazer as coisas. Podemos fazer isso de várias maneiras, por meio de “tentativas e erros”, ajustes, combinações de conhecimentos, aprendendo com as falhas ou tendo uma ideia quando descobrimos algo que nós não sabíamos ou entendíamos antes. Desta forma, as coisas podem realmente “existir” apenas em nossa imaginação.
Interesse artístico Indica a capacidade de valorizar, admirar e apreciar produções artísticas e desenvolver sensibilidade para ver beleza em suas formas. Podemos usar nossa imaginação e habilidades criativas para produzir ou vivenciar a arte em muitos domínios diferentes, tais como visual (pintura, fotografias, grafite, vídeos); verbal, oral e escrita (histórias, poemas, teatro e literatura); musical (música, instrumento musical, dança) e muitas outras linguagens (arquitetura, desenho industrial etc).
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Competências socioemocionais e a BNCC
Raio-x das 10 competências gerais da BNCC
Competências socioemocionais: responsabilidade, determinação, organização, foto e persistência
Ajudam-nos a estabelecer metas e a ter persistência, organização e determinação para cumpri-las nas rotinas de estudo e trabalho. Organização, foco e persistência se destacam como especificamente importantes para aprendizagens matemáticas e para o desempenho em áreas da vida futura dos estudantes, como o trabalho, o planejamento financeito e a manutenção da saúde. Têm relação com as competências gerais da BNCC 6, 7 e 10.
Competências socioemocionais: iniciativa social, assertividade e entusiasmo
Ajudam-nos a ter abertura para conhecer e falar com outras pessoas, a manifestar opiniões e a ter assertividade em ocasiões que necessitam disso. Engajamento com os outros é importante para ter formação de lideranças. Têm relação com as competências gerais da BNCC 3, 4 e 5.
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Competências socioemocionais:
AMABILIDADE
empatia, respeito e confiança
Ajudam-nos a assumir o melhor de outras pessoas que estão ao seu redor e a tratálas com respeito. Têm relação com as competências gerais da BNCC 1, 4, 6, 7, 8, 9 e 10.
Competências socioemocionais: tolerência ao estresse, tolerência à frustração e autoconfiança
Ajudam-nos a manter a calma, a ver o lado positivo das coisas e a lidar melhor com as situações estressantes e com emoções como raiva, frustração e tristeza. Têm relação com as competências gerais da BNCC 8 e 10.
Competências socioemocionais: curiosidade para aprender, imaginação criativa e interesse artístico
Têm influência sobre o nosso interesse por novidades, sobre nossa vonta de criar e construir coisas de forma original e sobre nossa curisidade em aprender. Têm relação com as competências gerais da BNCC 1, 2, 3, 5, 6, 7 e 10.
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Concepção e práticas pedagógicas Qualquer atividade complexa ou desafiadora envolve, necessariamente, uma ou mais competências socioemocionais para que sua execução seja efetivada com sucesso. Todavia, nem sempre que obtemos sucesso em alguma atividade, sabemos quais foram os comportamentos e habilidades que possibilitaram o êxito. Quando refletimos sobre o processo, nos apropriamos mais do aprendizado proporcionado pela situação e ampliamos nosso repertório. Dessa forma, ao nos depararmos novamente com um desafio no futuro, a probabilidade de sabermos lidar com aquela situação é maior generalizando o aprendizado da competência. Por exemplo, refletir sobre o peso que comportamentos de estudo (ex: planejamento do que seria estudado por dia, organização do material, anotar e tirar as dúvidas, dentre outros) realmente tiveram no aprendizado e nas notas faz com que aumente a probabilidade destes comportamentos serem adotados novamente quando surgir uma nova disciplina. Ou seja, quando desenvolvemos intencionalmente uma competência, conseguimos entender o quanto ela é importante e necessária para um determinado desfecho positivo e nos atentamos mais para o nosso comportamento futuro. O(A) professor(a) mediador(a) é essencial para conduzir os estudantes nesse processo de reflexão e autoconsciência sobre quais competências estão sendo desenvolvidas e mediante quais experiências. As metodologias da educação integral são aliadas do(a) professor(a) nesse processo. Estas são um conjunto de práticas de ensino que apoiam na promoção do desenvolvimento pleno dos estudantes. Elas orientam as práticas pedagógicas dos professores para uma abordagem coesa, estruturada, intencional, compromissada, colaborativa e problematizadora. Alicerçam a promoção do protagonismo dos estudantes e do desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais. Para a condução do My Life, priorizamos algumas delas:
Presença pedagógica A Presença Pedagógica é o exercício de interação, abertura, confiança e compromisso do professor com o estudante, fortalecendo o vínculo interpessoal e a mediação de conflitos e da aprendizagem. Ela trata da qualidade das interações e da mediação do(a) professor(a) e envolve: • O exercício do acolhimento e da abertura para construir uma relação de confiança com os estudantes. • A mediação do(a) professor(a) nas situações de conflitos relacionais, buscando envolver os jovens na reflexão sobre os diferentes aspectos e na resolução do problema, ao invés de agir como o único resolvedor. • O compromisso do(a) professor(a) com relação à aprendizagem dos alunos, traduzido na confiança no potencial de cada um, nas expectativas elevadas sobre suas capacidades de aprender e na persistência e no investimento em ensinar.
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Problematização A Problematização convida o estudante a “aprender a aprender”. O(A) professor(a) lança desafios e questões para reflexão, faz boas perguntas e demanda que os jovens elaborem, de forma própria, o conhecimento. É um meio de provocar a participação, a criticidade, a curiosidade e a superação do conhecimento simplesmente transferido. Nessa perspectiva: • O estudante é o construtor do seu próprio conhecimento, possuindo papel ativo no processo. • Todo conhecimento é construído a partir do que já se conhece, e deve ser ensinado a partir do conhecimento que o(a) jovem já traz para a aula. • O conhecimento se origina da busca por respostas para problemas bem formulados. O(A) professor(a) apresenta problematizações consistentes, possibilitando a mobilização de diversos recursos cognitivos e de uma postura investigativa do aluno diante do objeto de conhecimento. • O(A) professor(a) incentiva os estudantes a pesquisarem e os acompanha e orienta no percurso de investigação e de construção de argumentos provisórios, que vão sendo discutidos e apurados, até que se chegue a uma resposta satisfatória e consistente para cada questão lançada. • Em síntese, cabe ao professor instaurar na sala de aula um ambiente investigativo, mobilizado pelos questionamentos dos alunos – de modo que cada jovem possa exercer uma postura de inquietação e curiosidade frente ao conhecimento.
Aprendizagem colaborativa A Aprendizagem Colaborativa trata essencialmente da promoção do trabalho colaborativo entre os estudantes nas situações de aprendizagem e convívio. Pode ser realizado em duplas, pequenos times, e em outras situações de ação coletiva. Esse modo de aprender promove a ampliação da autonomia dos estudantes em relação ao conhecimento e abre caminho a novos modos de interação com o professor e com os pares, exigindo forte envolvimento e compromisso de todos. Para um trabalho colaborativo em times: • Cada membro se preocupa com a própria aprendizagem, com a do colega e com o desempenho do time; • A responsabilidade da liderança é compartilhada por todos, em rodízio, e todos os estudantes realizam as tarefas; • As competências relacionais – liderança, comunicação, confiança, convívio – são alvo do trabalho do time, pois geram aprendizados importantes; • Cada estudante é avaliado pelo próprio desempenho e pelo progresso dos demais. A partir dessa avaliação, os membros do time devem ser estimulados a motivar e a apoiar aqueles que demonstrem algum tipo de dificuldade; • O professor acompanha o trabalho dos estudantes, circulando pelos times, orientando-os quando se desviam da tarefa, estimulando que persistam nos momentos de frustração, provocando-os a pensarem soluções antes de ouvirem a sua opinião, potencializando a aprendizagem.
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Essas três práticas pedagógicas estão presentes em praticamente todas as aulas do My Life, dividindo os momentos dos “Planos de Aula” disponibilizados para o professor. Desta forma, as atividades do My Life devem possibilitar o desenvolvimento de diversas competências socioemocionais. Cada atividade possui um quadro inicial com indicação de quais competências serão promovidas. Independentemente da indicação, há metodologias que favorecem o desenvolvimento intencional das competências que podem ser utilizadas tanto para fortalecer alguma das competências listadas na introdução, quanto para inserir o trabalho com outras consideradas estratégicas para trabalhar com os alunos em um dado momento. É importante tomar o cuidado de não focar no desenvolvimento de várias competências concomitantemente, pois a ciência mostra que não é possível desenvolver com qualidade mais de duas competências ao mesmo tempo.
Programas mais efetivos no desenvolvimento de competências socioemocionais são aqueles bem estruturados, que apresentam as seguintes características: • Sequenciais Possuem sequência didática que apoia na aprendizagem. O conhecimento é mobilizado nas atividades seguintes; • Ativos Propõem experiências práticas variadas para o promover a aprendizagem e se baseiam nas metodologias ativas; • Focados Possuem pelo menos um componente específico para o desenvolvimento de competências socioemocionais; • Explícitos Deixam claro para professor(a) e estudantes o que está sendo trabalhado e os objetivos de aprendizagem.
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Nas atividades propostas para trilhas de conteúdos do My Life, esses elementos estão presentes e se manifestam de forma balanceada entre as atividades. Por exemplo, a metodologia proposta para algumas atividades valoriza o aspecto de explicitação das competências sendo trabalhadas. Esse é o caso da atividade “O que é ser um estudante protagonista” para a 1ª série do Ensino Médio. Nesse caso, é proposta uma roda de conversa sobre a conexão entre protagonismo e assertividade com base em um texto. Os estudantes são convidados a refletir sobre essa conexão e elaborar argumentos. Essa abordagem ajuda da explicitação das competências sendo promovidas. A mesma atividade traz em um segundo momento abordagem mais focada na experiência, apoiando-se nos aspectos ativos da aprendizagem. Por exemplo, quando ela convida os estudantes a produzirem as suas agendas, personalizando um caderno de acordo com a sua preferência, as competências da autogestão e a imaginação criativa. A intencionalidade no desenvolvimento das competências não está explícita de antemão, mas as competências precisam ser mobilizadas pelos estudantes para que eles completem a atividade. De modo geral, as atividades buscam combinar essas duas abordagens para potencializar o desenvolvimento das competências socioemocionais, de modo que os estudantes experienciem a mobilização das competências e estejam cientes sobre quais eles estão trabalhando mais intensamente em cada atividade. As metodologias da educação integral são aliadas nesse processo e, ao serem combinadas com as abordagens do desenvolvimento intencional das competências socioemocionais, potencializam o alcance dos objetivos a cada atividade e a autonomia do(a) professor(a) e dos estudantes na construção coletiva do conhecimento.
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Estrutura My Life O My Life está estruturado por um conjunto de estratégias de ensino-aprendizagem para uma hora aula semanal para todos os anos do Ensino Fundamental II e todas as séries do Ensino Médio, tendo como base atividades propostas por meio de situações problema, com uso massivo de metodologias ativas que promovem nos alunos a consciência do seu protagonismo no mundo e na própria vida, a fim de transformála, garantindo a construção de um projeto de vida consciente e efetivo, por meio do desenvolvimento de competências socioemocionais.
Para escolas com uma proposta de Educação Bilíngue ou que deseja trabalhar o conteúdo socioemocional dentro da língua inglesa, o My Life ainda oferece conteúdo para uma hora aula quinzenal em inglês para todos os anos do Ensino Fundamental II e todas as séries do Ensino Médio. Os temas em inglês são ampliações dos conteúdos abordados em português, fornecendo assim contextualização e vivência aos alunos, sem repetição de atividades ou insumos nas duas línguas. O conteúdo My Life, em português e inglês, está organizado em módulos temáticos. O início de cada módulo traz para alunos e famílias uma síntese do tema abordado e apresenta as competências socioemocionais que serão desenvolvidas. Além destas informações, para os professores são apresentados os objetivos de aprendizagem, providências e recursos necessários. Também são fornecidas orientações de configuração da turma para melhor aproveitamento do conteúdo. Ao todo, são oferecidas 40 aulas para cada série contemplada pelo My Life com conteúdo em português e 20 aulas para cada série com conteúdo ampliado para Educação Bilíngue.
22
Para cada aula, é disponível para o aluno: • Conteúdos de apresentação e contextualização dos temas abordados nas aulas em diversos formatos. • Atividades interativas e colaborativas. • Problematizações e convites à reflexão. • Registro das atividades realizadas.
Para os professores é disponibilizado: • Acesso ao conteúdo do aluno. • Visualizadas das respostas dos alunos. • Plano de aula detalhado, orientando cada um dos momentos das aulas.: Acolhida, Problematização, Aprendizagem Colaborativa e Fechamento.
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Para as famílias é disponibilizado: • Acesso ao conteúdo do aluno. • Visualizadas das respostas dos alunos. • Comunicado de evidências.
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Temas e conteúdos por série 6º ano IDENTIDADE A puberdade bate à porta; cresce o desejo por autonomia para “cuidar da própria vida” e por ressignificação de vivências familiares e valores. Nesse processo, eles vão perdendo a dependência infantil, ampliam seus vínculos sociais e laços afetivos, sobretudo com outros adolescentes, e dão cada vez mais importância aos momentos que passam com amigos e colegas, de modo que a escola se torna um importante ponto de encontro. A responsabilidade em relação aos estudos fica mais forte com a chegada ao Ensino Fundamental – Anos Finais, que tem uma forma de organização curricular bastante diferente dos anos anteriores. Junto a isso, vivenciam um mundo repleto de regras e desafios a serem enfrentados. My Life 6º ano propõe aos estudantes modos de vivenciar essa fase com mais tranquilidade e confiança, sabendo um pouco mais sobre si. Conhecer a própria história de vida e também suas características, interesses, ideias, pontos de vista, habilidades, gostos e dificuldades, dentre tantas outras coisas, é um passo importante para que os alunos possam se sentir mais acolhidos, preparados e apoiados para esse percurso. Os temas desta série podem ser agrupados em três grandes eixos. 1. O primeiro deles tematiza as identidades dos estudantes, seus gostos, histórias e vivências prévias. É um modo de aproximar os adolescentes de si mesmos e dos colegas, a partir de jogos, compartilhamento de relatos e opiniões e produções diversas. 2. O segundo eixo pauta as mudanças vivenciadas pelos alunos no contexto escolar mais imediato: o que o EF II tem de diferente dos anos anteriores? O que é a proposta de educação integral que estamos vivenciando? O que muda na nossa vida de estudante? Como vamos nos relacionar com professores e colegas a partir daqui? 3. O terceiro eixo aborda os valores construídos pelos estudantes no contexto familiar e escolar, assim como suas referências de atitudes e comportamentos. Pretende-se que os estudantes fortaleçam seus vínculos familiares e que estabeleçam uma ponte entre a escola e a família, para que esta participe, cada vez mais ativamente e com novos sentidos, do cotidiano escolar.
Trilha de módulos - 6º ano MÓDULO
1
TÍTULO
Boas-vindas ao My Life
RESUMO A turma faz uma entrevista coletiva com o orientador para começar a construir o sentido do que é o Conecta.vc. Em seguida, realiza uma rodada de apresentações pautada pela história do nome de cada um.
25
MÓDULO
TÍTULO
RESUMO Os estudantes dialogam, em times, sobre aspectos de suas identidades,
2
Quem sou eu,
buscando encontrar semelhanças e diferenças entre elas. Em um
espelho meu?
segundo momento, recorrem a esse exercício de autoconhecimento para elaborar ilustrações a partir de impressões digitais.
Tendo como ponto de partida a carta de Pero Vaz de Caminha sobre a 3
Terra à vista...
descoberta do Brasil, os estudantes escrevem uma carta sobre o Ensino Fundamental II, destacando o que trazem de bom dos anos anteriores e as novidades dessa nova etapa.
Divididos em times, os estudantes constroem roteiros de entrevista com 4
Que escola é essa, mano!
foco no modelo pedagógico da escola para conversar com professores e representantes da equipe de gestão. Na etapa final, constroem cartazes e preparam apresentações para compartilhar com a turma as principais informações coletadas nas entrevistas.
4
Varal de combinados
Os alunos dialogam sobre como vivenciaram, nos anos anteriores, os combinados escolares e, a partir dessa conversa, criam, de forma colaborativa, um varal de combinados para a turma.
Os estudantes relembram alguns acontecimentos importantes de suas 6
Ontem e hoje: retrato falado
vidas – sejam eles do passado mais distante ou recente. Em seguida, formam duplas, com quem compartilham uma história. Essas histórias serão as bases para construção de representações gráficas – “retratos falados” – dos acontecimentos relatados pelos colegas.
7
Stop!” do
O jogo “Stop!” é mobilizado para promover um momento avaliativo do
autoconhecimento!
bimestre, que será seguido de uma roda de conversas.
Os estudantes levam de casa para a escola objetos que despertam neles memórias sobre suas famílias e bairros, seus primeiros anos como 8
Memórias e histórias...
estudantes e sobre quem eles são. Com esses objetos em mãos, o professor faz a mediação de rodas de conversa em que os adolescentes são convidados a compartilhar aspectos de suas histórias de vida. Durante a última etapa da atividade, são produzidas narrativas breves a partir do mote: “Se esse objeto pudesse falar, o que ele falaria sobre nós?”.
26
MÓDULO
TÍTULO
RESUMO Os estudantes realizam uma conversa sobre o que são valores para,
9
Tigela – valores e atitudes
logo em seguida, se organizar em times e participar de um jogo que envolve mímica e adivinhação. Nesse jogo, os valores e as atitudes que os adolescentes consideram importantes são colocados em pauta, numa discussão que tematiza o cotidiano da turma.
Os alunos realizam entrevistas com seus familiares para conhecer mais a 10
Família, família!
fundo algumas passagens de suas histórias de vida e, com base nessas informações, planejam e constroem produtos criativos que possam representar essas memórias familiares na culminância ao final do bimestre.
Os estudantes identificam, em um mapa do bairro/entorno da escola, pessoas, 11
O que há no caminho?
lugares e estabelecimentos que conhecem, dialogando sobre as relações que estabelecem com eles. Essa conversa se desdobra na realização de um Roteiro de Observação, que será completado com base nas vivências dos estudantes no percurso que realizam de casa para a escola.
Os estudantes jogam uma versão do jogo “Testa”, que tematiza suas 12
Testa!
principais referências culturais, e discutem a importância delas para a construção de quem eles são hoje.
Os estudantes identificam aqueles aspectos da escola que gostariam de 13
Na escola com a
compartilhar com seus familiares e, a partir dessa definição, trabalham de
família
modo colaborativo para construir uma apresentação que será realizada no encontro de culminância do semestre.
27
7º ano DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu a Agenda 2030, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O desenvolvimento sustentável é definido como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece a importância da escola para a construção de uma sociedade mais justa e comprometida com a preservação do meio ambiente, o que é destacado na 10ª Competência Geral. No My Life 7º ano, o desenvolvimento sustentável se traduze no trabalho intencional do cuidado consigo mesmo, com o outro, o entorno, o coletivo e o planeta. Ao longo do ano, essas facetas irão se articular a partir de ambientes que os(as) adolescentes habitam, e nos quais tecem relações uns com os outros, com a cultura, os ambientes digitais, as instituições, a natureza e o próprio corpo. Cada bimestre se aprofundará em uma faceta específica, mas articulada com as demais No primeiro bimestre, o foco é o próprio corpo; no segundo, é a coletividade – família, escola e comunidade; no terceiro são os ambientes midiáticos e digitais; já o quarto bimestre se estrutura tendo em vista o planeta e as relações e dinâmicas globais nas quais os(as) estudantes estão inseridos. Nesse percurso, as turmas de 7° ano serão constantemente provocadas a adotar atitudes mais sustentáveis, a construir conhecimentos que embasem uma postura consciente para as questões socioambientais e a promover soluções para problemas de sustentabilidade que afetam o contexto escolar e comunitário em que vivem.
Trilha de módulos - 7º ano MÓDULO
TÍTULO
RESUMO A aula começa com um diálogo sobre as noções de meio ambiente e
1
Meio ambiente e
sustentabilidade. A partir delas, a turma constrói colaborativamente um
sustentabilidade:
mapa com práticas de cuidado que englobem o cuidado consigo, com o
do que estamos
outro, o ambiente, o entorno e com a coletividade. Por fim, é apresentado
falando?
o itinerário do bimestre e são dadas as orientações para a construção dos Diários de Bordo dos(as) estudantes
A aula começa com a apresentação da atividade, que consiste em vivências corporais que propiciem o entendimento do corpo como ambiente. No primeiro momento, a turma realiza exercícios de respiração 2
O corpo como casa
para relaxamento e conexão com o próprio corpo. Em seguida, é proposto um jogo de mímica que desafia os(as) adolescentes a representar ações cotidianas para as quais o corpo é fundamental. A aula termina com uma roda de conversa para sistematizar a ideia do corpo como ambiente.
28
MÓDULO
3
4
5
6
7
TÍTULO
RESUMO
Minidossiê I
A aula começa com a proposição do minidossiê, produção seriada e individual que será elaborada pelos(as) estudantes ao longo de todo o ano em Projeto de Vida. Como a temática que pauta a produção nesse bimestre é corpo, em seguida a turma aprecia algumas produções relacionadas ao tema e discute sobre relações e representações do corpo. Em seguida, produz esquetes teatrais que expressem os pontos mais importantes dessa discussão. Por fim, os(as) estudantes, individualmente, constroem o primeiro capítulo de seus dossiês. A atividade termina com uma roda avaliativa.
Trocando ideias e aconselhamentos
O primeiro movimento da atividade é propor aos(às) estudantes que reflitam sobre aconselhamentos que gostariam de dar a si mesmos em situações passadas. Então, relembram e refletem sobre personagens que exercem o papel de mentores em narrativas de produções culturais diversas. A partir desses dois movimentos, refletem sobre relações de mentoria e aconselhamento, se agrupam em trios e escolhem mentores(as) que os(as) acompanharão ao longo do ano. Para finalizar, os trios constroem alguns combinados que irão pautar o diálogo com seus(suas) mentores(as).
Todo corpo...!
A atividade propõe que os(as) estudantes idealizem, planejem, realizem e avaliem uma ação de mobilização ou conscientização sobre assuntos relacionados ao corpo. Na primeira aula, decidem qual ação irão realizar e como, construindo coletivamente um planejamento. A segunda e terceira aulas são dedicadas à realização das ações. Já na última a avaliação da atividade e do bimestre.
Sustentabilidade em imagem e ação
Na primeira aula da atividade, a turma participa de um jogo com cartas: a partir de situações e temáticas relacionadas à sustentabilidade em casa, na escola e na comunidade, têm que fazer mímicas, desenhos e discutir essas pautas a partir de algumas questões. Entre o primeiro e o segundo encontro, os(as) estudantes cumprem dois desafios: investigar mais a fundo uma das temáticas discutidas na primeira aula e criar uma nova carta para o jogo. Na segunda aula, a turma joga mais uma rodada (dessa vez com as cartas produzidas pelos(as) colegas), compartilham suas aprendizagens e avaliam o percurso da atividade.
Estudantes sustentáveis
A turma se divide em times para um exercício em que serão desafiados a construir personagens ficcionais que podem ou não ter atitudes de estudantes sustentáveis. Esses personagens servirão de base para uma reflexão coletiva, em que a própria turma avaliará como pode se tornar mais sustentável. Por fim, é realizado um momento individual de mapeamento de aprendizagens.
29
MÓDULO
TÍTULO
RESUMO Em uma ação prévia, cada estudante irá conversar com pessoas de sua casa, da escola e de sua comunidade para coletar informações sobre como é visto e como se transformou ao longo tempo. Junto disso, o(a)
8
Minidossiê II
próprio(a) estudante fará uma autorreflexão sobre essas questões. Já na sala de aula, a turma será desafiada a transformar esses e outros olhares no segundo capítulo de seus minidossiês. A aula termina com um breve momento avaliativo.
Com o objetivo de construir Guias sustentáveis, a turma se divide em times. Os agrupamentos definem as informações que querem comunicar 9
Guia sustentável
e o formato de seus guias e, então, constroem o planejamento das produções. As aulas seguintes são dedicadas à mão na massa, conforme as ações planejadas pela turma. Já o último encontro é destinado à exposição dos guias e à avaliação da atividade e do bimestre.
A aula começa com uma apresentação do bimestre. Em seguida, a turma participa de um jogo de verdadeiro ou falso, em que são apresentados dados sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil. 10
Senso digital
Os(As) estudantes refletem sobre essas informações a partir da própria experiência, no intuito de construir a ideia de um uso sustentável da internet. Por fim, dão continuidade à construção de personagens iniciada no bimestre anterior, dessa vez colocando em foco suas práticas online.
Nessa atividade, os(as) estudantes construirão o terceiro capítulo de seus minidossiês. Para isso, como ação prévia, farão um exercício de 11
Minidossiê III
autorreflexão sobre suas práticas e usos da internet e das redes sociais. Já na sala de aula, farão o planejamento de suas produções e colocarão a mão na massa para executá-las.
A turma conversa sobre os memes do tipo “expectativa x realidade”, definindo suas principais características e objetivos. Em seguida, discutem sobre várias formas de idealização que circulam na internet 12
Memes: expectativa
– relacionadas a temáticas como corpo, comportamento, fama,
x realidade
relacionamento, consumo e “vida perfeita” – e, trabalhando em times, constroem memes que lancem um olhar crítico e ao mesmo tempo divertido para essas questões. A aula se encerra com o compartilhamento dos memes e uma conversa avaliativa.
30
MÓDULO
TÍTULO
RESUMO A atividade começa com a turma escolhendo temas relacionados aos assuntos discutidos no bimestre e pesquisando mais a fundo sobre
13
Cuidado e
eles. Em seguida, os(as) estudantes se dividem em times para idealizar
sustentabilidade
e planejar ações que pautem o cuidado e sustentabilidade nas redes.
nas redes
Duas aulas são destinadas à realização das ações planejadas e, no último encontro do bimestre, a turma se reúne para compartilhar suas ações e avaliar o bimestre em Projeto de Vida.
Tenho sido 14
um estudante sustentável?
É proposta uma retomada da atividade “Estudantes sustentáveis”, do 2° bimestre. A turma atualiza os Quadros de Aprendizagem e revisita as metas que os(as) estudantes traçaram para se tornarem estudantes sustentáveis, avaliando os avanços que fizeram ao longo do ano.
A turma aprofunda conhecimentos sobre questões nacionais e globais relacionadas à sustentabilidade e problematiza sobre como elas dialogam com a realidade local. Então, em times de trabalho, os(as) 15
Vozes pelo planeta
estudantes investigam algumas personalidades e projetos de grande relevância e notoriedade que atuam nesse campo e compartilham com a turma os conhecimentos construídos. Paralelamente, escolhem uma liderança local com quem gostariam de conversar e se preparam para um bate papo com ela, com foco na temática da sustentabilidade.
A atividade começa com um mapeamento coletivo de desafios do desenvolvimento sustentável globais que estão, de alguma forma, 16
Minidossiê IV
conectados às vivências dos(as) estudantes. Esse é o pontapé inicial para que cada um(a) reflita mais detidamente sobre as dinâmicas relacionadas à sustentabilidade do planeta das quais participa e as represente em seu quarto e último capítulo do minidossiê.
Os(as) estudantes identificam e elencam problemas locais relacionados aso desenvolvimento sustentável global e, então, se agrupam em times de trabalho de acordo com seus interesses. Cada time atuará como 17
Nossa voz
uma liderança, uma voz coletiva em prol da resolução do problema selecionado pelo time, com o objetivo de sensibilizar a comunidade escolar para tal questão. Para isso, a turma irá se planejar para uma assembleia que contará com a presença da comunidade escolar e em que cada time fará uma apresentação sobre o tema escolhido.
31
8º ano PROJETOS INOVADORES Laboratórios, sejam eles científicos, industriais ou artísticos, são espaços para a realização de experiências, testes e para a observação de fenômenos. Um laboratório possibilita descoberta, invenção, teste e validação. Mas ele demanda, também, um conjunto delimitado de orientações, práticas intencionais, acordos e combinados bem definidos. Nesta fase da adolescência, os estudantes aprendem o que vivenciam e se interessam por temas e desafios que consideram relevantes para suas vidas. Além do mais, ganham crescente autonomia, uma dimensão da vida que os projetos fortalecem a partir da ampla abertura para participação e escolha dos estudantes nos rumos dos projetos dos quais participam. O trabalho com Projetos está alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no sentido de promover práticas educacionais concebidas e adequadas à complexidade, às identidades e às demandas de aprendizagens dos adolescentes. O My Life 8º ano, desenvolve a autonomia dos alunos por meio da idealização e implementação de projetos inovadores que mudam positivamente a vida das pessoas no cotidiano escolar. O conteúdo apresenta um percurso de projeto bem estruturado, com várias dicas de mediação e abordagem centrado no ser humano. Ele propõe que os estudantes promovam ações concretas na própria escola, pensando no bem comum e transformando, para melhor, o cotidiano, o espaço e as práticas da instituição.
Trilha de módulos - 8º ano MÓDULO
1
TÍTULO
RESUMO
Apresentando a
Exposição do contexto dos projetos que serão realizados, suas etapas e
Missão Escola
combinados sobre participação e registro das ações.
Os estudantes participam de uma dinâmica que busca desconstruir 2
O que a gente tem
a ideia de que o estudante vai à escola apenas para estudar. Nesse
a ver com a escola?
percurso, se reconhecem como atores importantes e corresponsáveis pela escola e por suas aprendizagens.
Os estudantes fazem um Estudo do Meio para reconhecer situações3
Desafio: Explorar
problema na escola e definir quais delas serão trabalhadas nos projetos da turma.
Os times de trabalho são apresentados aos estudantes, que realizam uma 4
Desafio: Agrupar
conversa sobre a importância da colaboração e escrevem uma Carta de combinados para o trabalho em time.
32
MÓDULO
TÍTULO
RESUMO Cada time entrevista dois atores da comunidade escolar que são
5
Desafio: Entrevistar
diretamente impactados pela situação-problema. O objetivo é compreender a visão de pessoas externas ao time sobre a relevância e as potencialidades de uma intervenção nesse contexto.
Realização de levantamento de informações, na internet e na biblioteca 6
Desafio: Investigar
da escola, para que os times compreendam mais a fundo as situaçõesproblema que estão enfrentando e se inspirem em iniciativas realizadas em outros contextos.
Os times consolidam uma versão atualizada de seus projetos, indicando 7
Desafio: Estruturar
a situação-problema a ser enfrentada, os objetivos da intervenção e as ações que serão realizadas. O projeto é analisado e avaliado pelo Conselho de Projetos.
8
Para entender o
A turma constrói, de forma colaborativa, um planejamento, com o objetivo
que é planejar
de se familiarizar com esse importante instrumento de organização.
Os times constroem o planejamento detalhado de seus projetos, 9
Desafio: Planejar
dispondo as ações e atividades que serão realizadas, atribuindo tarefas e definindo um cronograma.
10
11
12
13
Combinados para
A turma faz alinhamentos sobre como irá se organizar durante os
a execução
encontros destinados à execução do projeto.
Desafio: Executar
Etapa destinada à execução dos projetos, em que os times colocam a mão na massa para concretizar as intervenções planejadas.
Desafios: Olhar pelo
Os times fazem a avaliação final de seus projetos, refletindo sobre
retrovisor / Daqui
todo o percurso que vivenciaram, e se apropriam dos conhecimentos e
para o futuro
competências desenvolvidas nessa vivência.
Finalização
É sugerida a realização de um evento de encerramento para apresentar os projetos da turma.
33
9º ano PROJETOS DE VIDA Os adolescentes carregam consigo um sem número de sonhos relacionados a quem desejam ser no futuro. Com o passar do tempo, questões como “O que eu desejo me tornar?” ganham importância. O projeto de vida é a configuração de um conjunto de intenções, planos e escolhas que cada um desses adolescentes faz dentre as possibilidades que avistam para suas vidas no presente e, especialmente, no futuro. É um caminho a seguir, uma orientação, no intuito de transformar em realidade seus interesses, desejos e expectativas nas dimensões pessoal, social e de preparação para uma futura atuação profissional. No My Life 9º ano, inicia-se a construção consciente do Projeto de Vida com os alunos, pois este é a série em que eles encerram o ciclo do Ensino Fundamental. Por isso, é fundamental atribuir sentido a tudo o que vivenciaram e aprenderam, preparando-se para os novos desafios que o Ensino Médio trará. Eles serão estimulados a agir com cada vez mais responsabilidade, autonomia e a “correr atrás” daquilo que consideram relevante para suas vidas. É o momento, também, de reconhecer quem são, valorizar as próprias características, ideias, atitudes, qualidades e saber identificar aqueles aspectos que gostariam de aprimorar, transformar, rever em si mesmos individual – trabalhando as dimensões do autoconceito e da autoestima. O objetivo, portanto, é apoiar os estudantes a construir uma base sólida para que possam dar continuidade aos estudos na próxima etapa.
Trilha de módulos - 9º ano MÓDULO
TÍTULO
RESUMO O itinerário formativo do módulo Linha do Tempo é apresentado aos
1
Apresentação viagem no tempo
estudantes e é feita a divisão dos times de trabalho. No segundo momento, os adolescentes constroem seus Diários de Viagem – material de registro das vivências do componente, que será utilizado ao longo de todas as atividades.
Os estudantes participam de um exercício de autoconhecimento em que são convocados a identificar características importantes – e positivas – de si mesmos. Esse exercício é ampliado a partir de uma dinâmica 2
Que time é esse?
realizada pelos times de trabalho, em que os integrantes apresentam uns aos outros a partir de traços identitários e breves relatos de suas vivências. Em um segundo momento, os times participam de um jogo de adivinhação, que se configura como pontapé para uma discussão sobre valores, competências e atitudes importantes para o trabalho em times.
34
MÓDULO
TÍTULO
RESUMO Com o intuito de se apropriar das aprendizagens realizadas durante os anos finais do Ensino Fundamental, os estudantes rememoram, coletivamente, conteúdos marcantes trabalhados nas diversas áreas de conhecimento e como eles se relacionam com suas vidas – exercício que dá origem a um mapa mental. (A orientação é que seja compartilhado
3
Retrovisor
com a turma do 6º ano, mas isso requer combinados entre as turmas e os professores responsáveis). Posteriormente, os adolescentes se engajam em um processo de cunho individual, em que mapeiam as próprias aprendizagens e o desempenho nos vários componentes curriculares – processo de avaliação que culmina na formação de times de estudo colaborativo.
Os estudantes se engajam para realizar a primeira edição do ciclo de diálogos com convidados, chamado “Papo Reto”. No primeiro momento, discutem sobre os temas e questões que estarão em pauta e escolhem 4
Papo Reto
duas pessoas para conversar com a turma. No segundo momento, fazem o planejamento e a produção do evento, cuidando de todos os detalhes para que o evento cumpra com seus objetivos. A atividade culmina na realização do primeiro “Papo Reto”.
Os estudantes realizam uma reflexão individual sobre suas identidades: quem são, como é seu “estar no mundo” e como se transformaram nos últimos anos. A isso se segue um exercício de compartilhamento e 5
Nossas identidades
generalização, em que conhecem um pouco mais sobre seus colegas
na Linha do Tempo?
e buscam identificar as semelhanças e diferenças que marcam suas identidades. A atividade culmina na produção de linhas do tempo temáticas, construídas a partir do trabalho colaborativo e tematizando aspectos identitários dos adolescentes.
Os estudantes promovem um encontro com pessoas que trilharam diferentes percursos na área da educação (estudantes, pessoas já 6
Daqui para
formadas na educação básica, professores e gestores) para um bate-
a frente...
papo sobre a transição do Ensino Fundamental Anos Finais para o Ensino Médio. Ao final, fazem uma avaliação da atividade e das aprendizagens construídas ao longo do semestre.
35
MÓDULO
TÍTULO
RESUMO Os(as) estudantes fazem uma leitura guiada de diversos materiais que versam sobre o contexto e a história da educação no Brasil, com foco no acesso ao ensino e à importância da educação para a vida. Em
7
Árvore genealógica
seguida, iniciam um processo de construção de árvores genealógicas que representem a história das vivências educacionais dos familiares dos(as) adolescentes. Para isso, conversarão com esses familiares e transformarão as informações coletadas em produções criativas, que serão apresentadas e avaliadas pela turma.
A partir de um estudo feito em casa sobre o que são bandeiras, suas utilidades e significados, a turma se envolve em um processo de 8
Qual é a nossa bandeira?
construção de bandeiras pessoais, que representem os valores e características pessoais de cada estudante. Como desdobramento dessa ação, os times de trabalho são apresentados ao desafio de criar bandeiras para a escola, partindo dos sentimentos que eles(as) e outros atores da comunidade escolar nutrem em relação à instituição.
A partir de uma dinâmica colaborativa, os(as) adolescentes fazem o levantamento de escolas de Ensino Médio da cidade (com foco naquelas localizadas na região em que estudam), escolhem uma 9
Rolê na escola
delas e contribuem para o planejamento de uma visita à instituição – momento em que poderão dialogar com diversos interlocutores sobre as especificidades do Ensino Médio. Ao final da atividade, é feita uma avaliação de todo o processo.
A partir de uma conversa sobre as imagens que as pessoas produzem de si nas redes sociais, os(as) estudantes são convidados a debater sobre a construção das identidades no contexto digital. Em seguida, analisam 10
Quem é quem
postagens de famosos(as) ou influenciadores digitais para identificar as
na rede?
estratégias utilizadas por esses(as) usuários(as) na construção de suas imagens. A atividade culmina em uma ação prática, em que os times de trabalho produzem postagens originais, agregando a elas estratégias discutidas ao longo da atividade.
Os estudantes se engajam para realizar a segunda edição do “Papo reto”, ciclo de diálogos com convidados. No primeiro momento, discutem sobre os temas e questões que estarão em pauta e escolhem duas pessoas que 11
Papo reto
serão convidadas para conversar com a turma. No segundo momento, planejam e produzem o evento, cuidando de todos os detalhes para que ele cumpra com seus objetivos. A atividade culmina na realização do segundo “Papo reto”.
36
Ensino Médio PROJETO DE VIDA O projeto de vida é a configuração de um conjunto de intenções, planos e escolhas que cada um desses adolescentes faz dentre as possibilidades que avistam para suas vidas no presente e, especialmente, no futuro. É um caminho a seguir, uma orientação, no intuito de transformar em realidade seus interesses, desejos e expectativas nas dimensões pessoal, social e de preparação para uma futura atuação profissional. O desenvolvimento consciente do projeto de vida iniciado no 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais tem continuidade no Ensino Médio de forma ainda mais aprofundada.
1ª Série Os estudantes vivenciam um processo de construção de identidade em uma proposta que trabalha competências-chaves para o desenvolvimento pessoal, tais como o autoconhecimento, a autoconfiança, a visão confiante do futuro, por exemplo, possibilitando que os alunos conheçam e explorem as próprias motivações, potencialidades e desafios na construção de seus projetos de vida.
Trilha de módulos - 1ª série MÓDULO
TÍTULO
RESUMO
1
Para início de conversa!
Integração entre os alunos e estabelecimento de combinados.
2
O que é ser um estudante protagonista?
Reflexão sobre o que é ser um estudante protagonista. Apresentação das competências para o século 21. Construção da Agenda.
3
Quem sou eu?
Discussão a respeito das múltiplas identidades dos jovens.
Marcas que recebo e deixo
Identificação de acontecimentos marcantes da vida dos jovens, seguida de uma discussão sobre as marcas que cada um tem deixado no mundo. Criação individual de uma marca gráfica representativa do aluno, elaborada a partir de uma reflexão quanto a valores, atributos e identidade.
5
Nossos sonhos!
Compartilhamento dos sonhos que os jovens possuem para suas vidas. Planejar, executar e avaliar uma ação protagonista na escola.
6
O meu projeto de vida!
Construção dos primeiros passos do projeto de vida de cada jovem. Seleção das competências a serem desenvolvidas e monitoradas durante o ano.
4
37
MÓDULO
7
TÍTULO
Nosso cartão postal
RESUMO Identificação e reflexão sobre os “cartões postais” dos locais em que vivem. Realização de ação protagonista dos jovens na escola.
Construção da radiografia da vida de estudante (o que mais os motiva e 8
Eu estudante:
o que menos gera interesses, as atividades com que mais se identificam,
superando limites
as dificuldades que mais enfrentam etc.); elaboração das “rotas de superação dos limites”.
9
10
Ontem e hoje: retrato falado
relações familiares, comunitárias e ao trabalho.
Debate sobre a resiliência, para que os estudantes avancem na
poeira e dá a volta
construção de seus projetos de vida, ancorados em uma visão mais
por cima
confiante do futuro e na superação de alguns de seus limites.
e seus degraus: onde estamos?
12
alunos; projeção de interesses e sonhos em relação aos estudos, às
Levanta, sacode a
Projeto de Vida 11
Reflexão sobre os principais acontecimentos que marcaram a vida dos
Meu projeto de vida e minha família
Compartilhamento dos projetos de vida elaborados e reflexão sobre as metas e expectativas definidas. Revisão dos projetos de vida.
Reflexão sobre as expectativas que as famílias têm com relação ao futuro dos(as) estudantes. Apresentação dos projetos de vida elaborados para as mesmas.
Mapeamento dos trabalhos que pessoas próximas aos alunos realizam. 13
Lá em Casa
Os jovens serão convidados a compartilhar as percepções de profissões dessas pessoas.
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Curti, não curti!
Tudo novo na escola. O que os(as) estudantes curtiram? O que não curtiram? Por quê? Que sugestões têm para melhorias na escola?
De onde viemos?
Construção e registro da linha do tempo do Projeto de Vida. Identificação
Para onde vamos?
dos passos dados durante o ano.
Compartilhando
Planejamento, execução, apresentação avaliação dos aprendizados
aprendizagens: projeto construídos em Projeto de Vida, a partir de uma mostra à comunidade de vida em imagens
escolar.
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2ª Série Uma vez lançadas as bases do processo – o conhecimento de si mesmo –, o caminho do desenvolvimento pessoal passa a abarcar a investigação do contexto, num processo de ampliação de referências e conhecimentos, para que o jovem possa compreender as perspectivas presentes e projetar o futuro, fortalecendo a consolidação de seu Projeto de Vida.
Trilha de módulos - 2ª série MÓDULO 1
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TÍTULO Para início de conversa!
RESUMO Integração entre os alunos e estabelecimento de combinados.
Não posso mais
Reflexão e trabalho sobre a autoestima, que resulta na produção de
viver sem mim
refrãos musicais compostos pelos alunos.
Tirando projetos
Inspiração para os jovens a pensarem em modos criativos de realizar
do papel
alguns dos planos e projetos que ambicionam tirar do papel.
Aprendendo e
Vivência de estudo conjunto entre os estudantes, incentivando-os a
Estudando juntos
analisar as possibilidades e desafios de se aprender com os colegas
Julgamento das novas tecnologias
Identidade na rede!
Meus desafios em quadrinhos
Mais respeito!
Organizados em times de defesa e acusação, os estudantes debatem e julgam as novas tecnologias, suas potências e limitações, e como elas conformam nossa sociabilidade.
Debate regrado sobre os impactos das redes sociais nas identidades e seus usos na escola.
A partir de questões, os alunos devem identificar e justificar um desafio superado ao longo de seu percurso escolar, transformando suas respostas em histórias em quadrinhos.
Debate envolvendo imagens e a produção de uma minipublicação sobre o respeito aos direitos humanos no dia a dia.
Semana da
Planejamento, execução, apresentação avaliação dos aprendizados
Gentileza
construídos em Projeto de Vida, a partir de uma mostra à comunidade escolar.
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MÓDULO
TÍTULO
RESUMO Discussão sobre o que é o trabalho, apresentando entendimentos e
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O que é trabalho?
perspectivas plurais sobre o tema, de modo que os jovens possam relacioná-los aos seus projetos de vida.
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Enfrentando a Lei de Murphy
Palavras-chave para 12
o desenvolvimento pessoal
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Eu vou conseguir! Eu vou conseguir!
nas atitudes necessárias ao enfrentamento das adversidades, sem desistir de suas metas.
Discussão sobre aspectos importantes para a vida e elaboração de um glossário de atributos necessários a um projeto de futuro bem-sucedido.
Leitura e discussão de artigo sobre o otimismo, visando à construção de um gráfico que explicitará a importância de conjugar, em uma meta, pensamento positivo e ação.
De onde viemos?
Construção e registro da linha do tempo do Projeto de Vida. Identificação
Para onde vamos?
dos passos dados durante o ano.
Compartilhando 15
Dinâmica com as máximas da “Lei de Murphy” para os jovens pensarem
aprendizagens: projeto de vida em imagens
Planejamento, execução, apresentação avaliação dos aprendizados construídos em Projeto de Vida, a partir de uma mostra à comunidade escolar.
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3ª Série O foco se alarga, abarcando a identificação, a valorização e o fortalecimento dos sonhos pelo jovem, com ênfase especial no mundo do trabalho e nas perspectivas de autorrealização, que exigem competências fortalecidas, autodeterminação e resiliência. O momento é de consolidar projetos para o futuro e dar início à sua realização.
Trilha de módulos - 3ª série MÓDULO 1
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TÍTULO Para início de conversa!
RESUMO Integração entre os alunos e estabelecimento de combinados.
O mundo ou o
Inspiração para os jovens a pensarem em modos criativos de realizar
mercado lá fora?
alguns dos planos e projetos que ambicionam tirar do papel.
Bate-papo com
Organização de uma conversa com profissionais de diferentes áreas,
profissionais
sobre suas atuações, trajetórias e o mundo do trabalho.
Juventude e
Abordagem de fenômenos culturais do universo dos jovens brasileiros,
consumo em debate propiciando um debate sobre a relação da juventude com o consumo.
Saindo da zona
Processo de identificação, pelos jovens, de aspectos mágicos e
de conforto
“aterrorizantes” de seus projetos de vida.
O Enem está na boca do povo!
A atividade gira em torno da autogestão para o Enem.
O cotidiano
Exercício sobre os papéis que desempenhamos nas diferentes situações
é um teatro?
do dia a dia.
Reflexão sobre as imagens publicitárias e as mídias jovens que apelam 8
Na mira das Mídias
para uma identidade com base no consumismo. Realizar uma produção autoral de áudio sobre este tema, dentro deste assunto, que os estudantes julgarem relevantes.
9
Nossas escolhas na balança
A partir de um vídeo sobre a importância e as implicações das escolhas para os projetos de vida de cada um, os estudantes dialogam e refletem sobre as decisões que têm que tomar.
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MÓDULO
TÍTULO
RESUMO A partir de uma série de textos de referência que versam sobre questões
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Questões de Gênero
de gênero, os jovens refletem sobre o próprio cotidiano e sobre o mundo do trabalho.
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Aplicando a Lei de Murphy
Histórias de vida
Dinâmica com as máximas da “Lei de Murphy” para os jovens pensarem nas atitudes necessárias ao enfrentamento das adversidades, sem desistir de suas metas.
Leitura e pesquisa de histórias de vida de jovens que adentraram o mundo do trabalho por diferentes vias.
Competência para o Cada jovem confecciona um álbum representativo de suas possibilidades mundo do trabalho
de atuação num futuro próximo
De onde viemos?
Construção e registro da linha do tempo dos Projeto de Vida. Identificação
Para onde vamos?
dos passos dados durante o ano.
Compartilhando
Os estudantes realizam, para a comunidade escolar, uma ação de
aprendizagens: projeto compartilhamento sobre o que de mais interessante aprenderam no de vida em imagens
Ensino Médio e como se desenvolveram enquanto estudantes e cidadãos.
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Avaliação A avaliação da aprendizagem é tema recorrente nos debates educacionais. Já é um consenso que a avaliação não pode ser concebida como medida, régua, e sim como norteadora, bússola. Para tanto, se faz importante que os instrumentos de avaliação sejam diversificados, indo para além das provas e notas. No entanto, na perspectiva da educação integral e sua visão de desenvolvimento pleno dos estudantes, os debates voltam-se para como promover a avaliação das competências socioemocionais. O desenvolvimento de competências socioemocionais não pode ser avaliado com vistas à um ideal de desenvolvimento, pois não existe um padrão ideal, um ponto de chegada. Cada ser humano é único e irrepetível e, na dinâmica dos acontecimentos da vida, mobilizamos nossas competências socioemocionais de modo mais ou menos uniforme.
Avaliação diagnóstica A Avaliação Diagnóstica é realizada por meio do Instrumento SENNA. Para apoiar educadores e gestores a promoverem a educação integral, o Instituto Ayrton SENNA constrói, com base em evidências, conhecimentos, práticas e ferramentas de avaliação e acompanhamento de competências para a vida. Com o objetivo de apoiar gestores, o Instituto desenvolveu o Instrumento SENNA de mensuração de competências socioemocionais nas redes de ensino. O Instrumento SENNA compõe uma proposta integral de monitoramento socioemocional que oferece aos gestores e educadores subsídios para criar e aprimorar práticas nessa área. Combinando o conhecimento científico de pesquisadores e a experiência concreta de gestores e professores nas escolas, o instrumento vem se mostrando cientificamente robusto e relevante para promover a educação socioemocional nos sistemas educacionais. Construído em parceria com as redes de ensino, o SENNA já contou com a participação de cerca de 250.000 alunos e suas aprendizagens deram origens a análises inéditas, publicadas em artigos científicos.
Aplicação no My Life É aplicada em dois momentos do ano: • 1ª aplicação: entre a primeira e segunda aula do 1º módulo de cada série. • 2ª aplicação: após a última aula do penúltimo módulo de cada série. Os alunos responderão a avaliação no próximo app, dentro dos módulos previstos. A avaliação só será liberada após a finalização da aula antecedente pelo professor. Os alunos devem realizar a avaliação em casa.
Divulgação dos resultados Por se tratar de uma avalição de caráter psicológico, os resultados serão fornecidos para os professores e gestão, considerando as turmas e não alunos individualmente. Isso significa que os alunos não terão acesso a seus resultados e que os professores, gestão ou famílias não terão acesso ao resultado de um aluno específico. Isso é feito para evitar distorções na compreensão dos resultados e evitar a exposição e rotulação de algum aluno. Os resultados a nível turma, permitem que os professores conheçam suas turmas e, assim, possam balizar os conteúdos dados para as suas necessidades.
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Avaliação formativa Em uma proposta de educação integral a avaliação é um importante fator de integração do currículo, no sentido de se estabelecer um projeto comum de avaliação que, de fato, auxilie gestores professores e estudantes na gestão da aprendizagem. Na construção de tal projeto, uma travessia se mostra fundamental: ressignificar, diversificar e aprofundar os procedimentos avaliativos, muitas vezes reduzidos aos instrumentos prova, trabalho e nota. A avaliação, compreendida como uma prática educativa, é muito mais complexa do que a ideia de uma nota que mede o desempenho. Afinal, o que está em jogo não é a “assimilação de conteúdos”, mas a construção da autonomia intelectual do estudante, por meio da investigação constante de sua relação com os conhecimentos e o seu próprio desenvolvimento no âmbito das competências cognitivas e socioemocionais. É preciso esclarecer que a nota, em si, não é o problema. Ela permanece sendo um parâmetro muito importante. O que se busca é a construção e a percepção da nota de forma contextualizada, considerando que a formação integral conjuga os aspectos cognitivos e socioemocionais do desenvolvimento dos jovens, tais como: a capacidade de resolver problemas, o pensamento crítico, capacidade de trabalhar em grupo, etc. Nessa perspectiva, faz-se essencial combinar o parâmetro “nota” com outros instrumentos e práticas que permitam interpretar e avaliar dados mais qualitativos, que possibilitem um olhar mais amplo em relação ao desenvolvimento dos estudantes, tais como a AVALIAÇÃO FORMATIVA. A avaliação formativa tem seu foco nos processos de ensino e de aprendizagem, sua premissa considera que os estudantes possuem ritmos e modos de aprender distintos, e não tem objetivo de premiar ou atribuir nota. Como é realizada ao longo do processo educativo, a “fotografia” de cada momento avaliativo apoia professores e estudantes a compreenderem como está acontecendo o desenvolvimento das competências cognitivas e socioemocionais e oferece subsídios para intervenções qualificadas. A avaliação formativa possui quatro elementos fundamentais: • ATIVIDADES DESAFIANTES - DESENVOLVIMENTO PELA EXPERIÊNCIA Para garantir oportunidades adequadas para o uso de instrumentos de avaliação formativa, é preciso que sua utilização não se dê durante a realização de qualquer tipo de atividade e tenha tempo adequado de duração. Por isso, atividades desafiantes são ideais para a realização da avaliação formativa. São atividades que não têm uma única resposta correta e, portanto, permitem que apareçam diferenças entre caminhos, formas de pensar dos estudantes, e sejam provocados variados tipos de relações e colaborações entre eles, gerando oportunidades para usar e desenvolver suas competências. • FOCO - EXPLICITANDO OS OBJETIVOS É fundamental apresentar aos estudantes claramente o que será avaliado, discutindo com eles o foco da atividade, o instrumento de avaliação formativa que será utilizado e o que é esperado deles com relação ao desenvolvimento de competências. Apesar de querermos desenvolver e avaliar todas as competências cognitivas e socioemocionais, num projeto ou atividade não é possível apoiar o estudante a desenvolver tudo ao mesmo tempo. Então, o foco se refere à escolha das competências a serem avaliadas de forma acompanhada e assessorada naquele momento. O esforço do professor é trabalhar nessa etapa com uma linguagem que os alunos entendam e saibam o que é esperado deles, de modo que possam compreender o que é a avaliação formativa e para o que ela serve: não é algo que trará como resultado uma nota, mas sim, a possibilidade tornar-se mais autônomo e consciente em seu processo de aprendizagem.
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• AUTOAVALIAÇÃO A avaliação formativa contempla a autoavaliação dos estudantes sobre seus desempenhos a partir das expectativas e uso do instrumento que foram discutidos e esclarecidos pelo professor. Alguns estudantes podem se superestimar, enquanto outros podem se subestimar. É por isso, para ir além de um diagnóstico parcial e subjetivo, que juntamente com a autoavaliação os estudantes são convidados a participarem de um diálogo com os professores num ciclo avaliativo constantemente praticado e que se aperfeiçoa com essa prática. • FEEDBACK A prática de feedbacks instaura uma mudança de cultura dentro da sala de aula, promovendo a criação de um vocabulário comum e da atitude de corresponsabilização pelo aprendizado. O feedback sobre o desenvolvimento do estudante é um recurso formativo quando ocorre durante a situação de aprendizagem, enquanto ainda há tempo de agir sobre ele. Por isso, o diálogo é realizado a partir da autoavaliação dos estudantes aliada à visão, experiência e conhecimento do professor, que oferece informações necessárias para compreender melhor os problemas e possíveis caminhos de avanço.
Rubricas Muitos são os instrumentos que permitem a prática da avaliação formativa. Todos partem do princípio de planejar atividades abertas, colaborativas, que permitam a autoavaliação, tais como produções textuais, dinâmicas em grupo, uso de rubricas, dentre outras. A proposta que o My Life traz para apoiar o desenvolvimento de competências socioemocionais é fundamentada em conceitos da avaliação formativa e no uso de instrumento baseado em rubricas. Esse instrumento foi construído pelo Instituto Ayrton Senna a partir de evidências extraídas de estudos e pesquisas nacionais e internacionais das 17 competências socioemocionais que compõem o modelo organizativo do My Life.
Aplicação das rubricas O uso desse instrumento avaliativo é realizado ao longo de todo o processo educativo, sempre ao final de cada bimestre. Em cada momento avaliativo, professores e estudantes dialogam a partir da autoavaliação do estudante, induzida pelo instrumento, e constroem um plano de desenvolvimento a partir das conclusões a que chegaram. Esse ciclo de autoavaliação/devolutiva/plano de desenvolvimento possibilita aos estudantes repactuar expectativas e a tomar consciência acerca do próprio desenvolvimento para se autorregular. Para que isso aconteça na prática, orienta-se que, como mediador da aprendizagem, o professor: • deixe claro o percurso sugerido; • proponha atividades desafiantes por meio das quais os estudantes tenham a oportunidade de se desenvolver; • dialogue a partir das autoavaliações, realizando devolutivas estruturadas ao longo do caminho, e corrija a rota quantas vezes forem necessárias para a obtenção dos melhores resultados possíveis. Nesse percurso, os estudantes são convidados a apresentar evidências que justifiquem seus posicionamentos no diálogo com os professores. Essas percepções são analisadas por ambos e dão base para os combinados de próximos passos.
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As principais características da avaliação formativa são: • Ser em si mesma um processo educativo que acompanha tanto a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes, quanto o próprio processo didático. • Ser dinâmica, porque fornece devolutivas que tornam possível identificar as evidências do que se está aprendendo e/ou desenvolvendo ao longo do processo, assim tanto o professor quanto o estudante podem reorientar seus caminhos de ensino e de aprendizagem. É importante, portanto, que o tempo das devolutivas ocorra enquanto ainda dá tempo de agir sobre as conclusões e a elaboração do plano de desenvolvimento, e não ao final do processo. • Ser transparente, porque a todo o momento os estudantes sabem o que se espera deles (objetivo, desenvolvimento, critérios claros e combinados). Essa condição é fundamental para que o estudante seja corresponsável pelo próprio desenvolvimento e por sua aprendizagem. A avaliação formativa ocorrerá segundo as considerações a seguir: • Entre a penúltima e última aula de cada bimestre. • Finalizada a última aula, as rubricas referentes àquele bimestre são liberadas automaticamente para todos os alunos. • Os alunos devem realizar as rubricas em casa. • No Ensino Fundamental II, a aula posterior a aplicação da rubrica deve ter um momento reservado para feedback do professor e considerações gerais dos alunos. • No Ensino Médio, a aplicação pode ser feita em casa ou na escola, porém são reservadas de uma a duas aulas para orientações e considerações do professor.
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