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EDITORIAL

Pagamentos de indenizações no primeiro semestre do ano superam a marca de R$ 100 bilhões

Em junho de 2022, o setor de seguros (sem Saúde e DPVAT) pagou em indenizações, benefícios, resgates e sorteios R$ 18,5 bilhões, um avanço de 25,8% em relação a junho de 2021. No acumulado do primeiro semestre do ano, esse montante foi de R$ 112,6 bilhões, 25,3% acima dos valores pagos no primeiro semestre do ano passado.

Pelo lado da receita, os R$ 30,9 bilhões no mês e os R$ 168,8 bilhões no primeiro semestre representaram avanço de 11,6% e 16,3% em relação aos mesmos períodos do ano passado. Mantém-se, portanto, o comportamento observado nos últimos meses, de um avanço mais vigoroso das indenizações do que o das receitas.

Em junho, observamos um aumento expressivo das indenizações relacionadas ao seguro de Crédito e Garantia. Os R$ 278,6 milhões no mês representaram um aumento superior 10 vezes do valor indenizado em junho de 2021. No primeiro semestre, o montante pago nessa modalidade alcançou R$ 822 milhões, 73,4% acima das indenizações do primeiro semestre de 2021. Parte desse aumento, referente aos seguros de

Crédito, pode indicar um ambiente conjuntural mais desafiador para os tomadores de crédito, com aumento da inadimplência.

Os seguros de Crédito e Garantia têm uma característica em comum, que é um contrato com a participação de três agentes: a seguradora, o segurado e o garantido (ou ainda tomador ou beneficiário). A seguradora, como sempre, é quem fica responsável pelo pagamento da indenização ao garantido, caso ocorra alguma situação prevista na apólice de seguro, referente a uma determinada relação existente entre o segurado e o garantido.

No caso do seguro de Crédito a relação entre o segurado e o garantido é que o primeiro tem uma dívida com o segundo. Se o segurado não honrar com o seu compromisso com o garantido, a seguradora quita a dívida. Ou seja, o seguro de Crédito tem como objetivo a redução do risco de operações de crédito, pois o garantido somente não receberá os valores relacionados à operação de crédito objeto do seguro se tanto o segurado quanto a seguradora não honrarem com a suas obrigações.

Já no seguro Garantia, a relação entre o segurado e o tomador não está vinculada a uma dívida e sim ao cumprimento de diversos tipos de contrato, como, por exemplo, execução de obras e projetos, fornecimento de bens e equipamentos, ou mesmo em substituição a depósitos judiciais, como garantia de pagamentos que o tomador necessite fazer em realização da tramitação de processos judiciais.

O seguro Rural, como em meses anteriores, também apresentou um avanço expressivo das indenizações, 32,4% em relação a junho de 2021, com um total de R$ 651,6 milhões. No ano, as indenizações já superaram R$ 8,5 bilhões, um avanço de 227% em relação ao primeiro semestre de 2021. Somente o seguro de Automóvel pagou mais indenizações (R$ 14,9 bilhões) do que o seguro Rural no semestre.

Pelo lado da receita, os produtos que mais contribuíram para o avanço da arrecadação em junho em relação a junho de 2021 foram o seguro Automóvel, com aumento de 38,2%, o Rural, com 63,9% e o Patrimonial, com 18,3%. Já no ano, as maiores

contribuições vêm do VGBL, aumento de 12,8% da arrecadação, do seguro Auto, avanço de 31,0% e do Patrimonial, com crescimento de 25%.

Tivemos recentemente também a divulgação, pela ANS, dos dados do primeiro trimestre das operações de Saúde Suplementar. A arrecadação de R$ 62,7 bilhões representou um avanço de 5% em relação aos valores do primeiro trimestre de 2021. Já as indenizações de R$ 53,0 bilhões foram 12,5% superiores aos pagamentos feitos no primeiro trimestre de 2021. A Saúde Suplementar apresenta, portanto, comportamento semelhante ao restante do setor, com avanço mais vigoroso das indenizações do que a das receitas em 2022.

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