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O papel de protagonista do empresariado

condutas e a relevância de seu papel na formação de outros cidadãos.

Cabe às organizações uma grande articulação a partir de ações de cidadania corporativa quando pensamos nos principais valores da cidadania, imediatamente nos lembramos de vida, segurança, justiça, propriedade e liberdade. Mas existe outro valor pouco mencionado e compreendido, o da honra.

Ao contrário do que muitos pensam, honra não é apenas a reputação individual de uma pessoa ou uma medida de nobreza de caráter. Este é um conceito antigo, bastante estimulado pelos filmes tipo “capa e espada” que vemos por aí.

Na verdade, honra é um valor bem mais sério e abrangente e se refere à palavra empenhada por uma pessoa em relação a outra. É a determinação de um cidadão em cumprir os compromissos acordados, em respeitar a palavra empenhada e em manter contratos firmados. E é isso que mantém a segurança jurídica do País, na medida que garante a credibilidade necessária ao funcionamento das instituições – além da prosperidade geral resultante dos investimentos das empresas: a cidadania corporativa.

Para além de legítimos interesses corporativos, instituições, empresas e organizações da sociedade civil devem ter consciência do que é honra e da sua responsabilidade política – a cidadania corporativa – que é o de ser protagonista em ações que visem levar aos cidadãos um maior grau de consciência sobre valores e

Este movimento é novo e de alcance mundial. Várias organizações globais já perceberam que não podem fazer de seus programas de social and environment responsibility um mero instrumento de marketing de reputação ou de imagem institucional.

Com um mundo cada dia mais interativo e transparente, prometer filantropia e solidariedade (que é decisão típica da pessoa física) com os recursos de acionistas de grandes public companies fica cada dia mais impraticável. Ao contrário da prática de assistencialismo corporativo arraigado na nossa cultura, algumas das maiores empresas brasileiras de alcance global juntaram-se a milhares de signatárias do UN Global Compact e não cuidam de tomar o lugar das instituições de Estado, mas sim de fortalecê-las nas suas articulações internacionais.

A cidadania corporativa deve funcionar como um contraponto, um alerta para a sociedade contra um Estado que insiste em inibir a atuação empresarial, em vez de cumprir as suas funções constitucionais mais fundamentais, que são a de garantir a segurança, a justiça e a educação básica aos cidadãos, além de zelar pela livre concorrência, a honra aos contratos e o respeito à propriedade.

Pois cabe também aos empresários e suas organizações uma grande articulação, por meio de ações de cidadania corporativa, para um papel de protagonismo diante deste novo tempo globalizado, em que surge no mundo uma consciência mais clara da importância e da inter-relação de temas como bem-estar comum, governança, accountability, sustentabilidade e outros. •

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